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GRUPOS

DINÂMICA DE GRUPO
Prof.ª Graziela R. Bohrer
GRUPOS
“O ser humano é gregário, e ele só
existe, ou subsiste, em função de seus
inter-relacionamentos grupais. Sempre,
desde o nascimento, ele participa de
diferentes grupos, numa constante
dialética entre a busca de sua
identidade individual e a necessidade
de uma identidade grupal e social.”

(Zimerman, 1993, p. 51)


GRUPOS
“Um olhar retrospectivo tanto sobre
civilizações primitivas como sobre altamente
desenvolvidas mostra que uma antiquíssima
sabedoria consiste em atribuir às forças do
grupo um papel decisivo na estruturação da
vida social. Reconheceu-se desde cedo que é
mais fácil objetivar e resolver problemas
individuais dentro do grupo. (…) Danças
rituais, conselho dos anciãos, conselhos de
guerra das tribos indígenas, são exemplos do
seu conhecimento sobre as forças atuantes
no grupo” O Yaokwa é a principal cerimônia do calendário
ritual dos Enawenê-nawê (MT), considerada
(Moreno, 1974, p. 27) patrimônio da humanidade.
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/dossie
_18_ritual_yaokwa.pdf
GRUPOS
As pessoas permanecem integradas em
um grupo se este lhe proporcionar a
satisfação de certas necessidades
interpessoais fundamentais, como:
inclusão (quem está dentro e quem está
fora - ritos e cerimônias); controle (inclui
tomada de decisão, compartilhar
responsabilidades e distribuir poder);
e afeição ou abertura (pode ocorrer
sentimentos positivos ou de hostilidade,
ciúmes).
(Schutz, 1974, como citado em Gattai, 2014)
Grupos

Charles Fourier (filósofo e


Século XVII Século XVIII
socialista francês /1772-1837)

Forma artística de Termo expandiu para Grupo é uma colocação em


retratar um conjunto significar uma reunião comum de paixões. Se a paixão
de pessoas. de pessoas. for desordenada, anárquica,
tumultuada, o grupo só pode se
manter por meio de opressão
exterior.
Grupos

Èmile Durkheim (psicólogo, Jacob L. Moreno (médico


Elton Mayo (médico e sociólogo
filósofo, sociólogo francês/1858- romeno, austríaco/1889-
australiano/1880-1949)
1917): 1974)

Grupo é a colocação em comum Grupo é a colocação em Grupo é uma mentalidade


de representações, sentimentos e comum de simpatias e comum, com suas normas e
escolhas. Nos grupos as antipatias que se lógicas próprias. O grupo
percepções e as ideias devem distribuem conforme sua representa as possibilidades
controlar os sentimentos e sociometria. individuais e facilita sua
comandar as volições (escolhas). Tele: capacidade de se realização em proveito dos
comunicar e se relacionar interessados.
empaticamente com as
pessoas.
Grupos

Robert Freed Bales Didier Anzieu


Kurt Lewin (psicólogo
(psicólogo social (psicanalista
alemão/1890-1947)
americano/ 1916-2004) francês/1923-1999)

Grupo como interdependência Descreve a comunicação Conceitua grupo


entre os indivíduos. Em um grupo face a face entre os como a associação de
livre e solidário uma decisão membros de um grupo pessoas que
grupal será mais importante que como o aspecto principal. compartilham algum
uma individual, pois o que objetivo em comum.
estimula as pessoas é o
sentimento de pertença.
Grupos

Luiz C. Osório (psiquiatra


Theodore Mills (sociólogo Alfred Schutz (filósofo e sociólogo
psicanalista e terapeuta
americano) austríaco/1899-1959)
familiar brasileiro)

Define grupo como unidade Grupo é o conjunto de As pessoas só permanecem


composta de duas ou mais pessoas em uma ação integradas em um grupo se este
pessoas, com determinado interativa com objetivos lhes proporcionar a satisfação de
objetivo. Representam compartilhados. certas necessidades interpessoais
microssistemas e fundamentais (inclusão, controle e
microcosmos de sociedades afeição).
mais amplas.
REQUISITOS QUE CARACTERIZAM UM GRUPO:

GRUPOS 1 – Um grupo se constitui como uma nova


entidade, com leis e mecanismos próprios;
2 – Tarefa e objetivo comuns;
3 – Preservação da comunicação;
▪ Um GRUPO é formado por um 4 – Enquadre;
conjunto de pessoas. 5 – Grupo é uma unidade que se manifesta
como totalidade;
6 – Preservação das identidades individuais;
▪ A COMUNIDADE é formada por um 7 – Formação de um campo grupal dinâmico;
8 – Interação afetiva, múltipla e variada;
conjunto de grupos e suas relações 9 – Forças contraditórias de Coesão e
com os subgrupos. Desintegração;
10 – Intencionalidade consciente e Interferência
de fatores inconscientes;
▪A SOCIEDADE é o conjunto 11 – Fenômenos de resistência e contra-
interativo de várias comunidades. resistência; transferência e contratransferência;
12 – Ressonância;
13 – Distinção entre emergências de fenômenos
grupais e processo grupal terapêutico;
14 – Finalidade Operativa ou Terapêutica.

(Zimerman, 1993)
Um grupo se constitui a partir
da interação e da relação entre
os membros que o compõe.

Para isso é necessário:

Relação face a face, que todos


os seus membros se conheçam
e se reconheçam unidos no
grupo, interligados por um
objetivo e/ou ideais comuns.

No grupo, cada membro


mantém sua individualidade,
apesar dos objetivos comuns.
(Afonso (org), 2003)
Pequenos Grupos
Na vida, estamos inseridos e participamos de pequenos grupos – ligados a instituições,
valores e práticas sociais.

• Família como primeiro grupo social.

• Grupos são iniciadores sociais.

• Treinamento de papéis.

Leis, normas, práticas e costumes existem na família, no trabalho, nas amizades, na


religião, na política, ...

Singularidade
Todos os grupos têm
Pertencimento Social (o que os torna similares a outros grupos)
■ No processo de constituição grupal é que se estabelece a sua
dinâmica, sua dialética.

■ DINÂMICA DE GRUPO é a disciplina que estuda os processos grupais.

D. Interna: características, fases e elementos do processo grupal,


ressaltando fatores que interferem (facilitando ou dificultando o processo).

D. Externa: forças sociais e institucionais que influenciam o processo


grupal.

Relação entre DI e DE
OBJETIVOS DOS GRUPOS

1) Explícitos: claros

2) Implícitos: inconscientes
Elementos Básicos dos
Grupos
■ 1 – DEMANDA e CONTEXTO;

■ 2 – OBJETIVOS - dimensões educativas ou clínicas;

■ 3 – IDENTIDADE - sentimento de nós,


INTEGRAÇÃO, CLIMA - modo de sentir do grupo;

■ 4 – ORGANIZAÇÃO - implica distribuição de papéis


e funções - distribuição de PODER e relações de
LIDERANÇAS, o que pode resultar em COOPERAÇÃO,
CONFLITO e CONTROLE;
Elementos Básicos dos
Grupos
■ 5 – INTERAÇÃO, COMUNICAÇÃO e PARTICIPAÇÃO -
dizem sobre a capacidade de enfrentar dificuldades;

■ 6 – GRUPALIZAÇÃO - ênfase nos vínculos e ideias


comuns e INDIVIDUAÇÃO - ênfase nas diferenças
individuais;

■ 7 – PROCESSO - movimento que o grupo faz para


alcançar seus objetivos; AUTONOMIA que tem ou
desenvolve e ELABORAÇÃO - compreensão de seus
objetivos e relações.
Elementos Básicos dos
Grupos
Além dos mencionados podemos ainda citar:

■ 8 - TAMANHO DOS GRUPOS;

■ 9 - GRUPOS FECHADOS OU ABERTOS;

■ 10 - HOMOGENEIDADE OU HETEROGENEIDADE;

■ 11 - DURAÇÃO - números de encontros, tempo de cada encontro;

■ 12 - MODELO DE INTERPRETAÇÃO - teoria que embasa o processo e

■ 13 - METODOLOGIA - como será realizado.


TIPOS DE GRUPO QUANTO
AOS OBJETIVOS
• Conhecimento e/ou pesquisa (foco na pesquisa);

• Reflexão, adaptação e/ou mudança (socioeducativo


ou psicoeducativo)

• Estimular autonomia e mobilização (comunicação,


criatividade, comprometimento pessoal e
interpessoal)

• Mudança de problemática psíquica (grupos de


terapia)

• De apoio (promover espaço seguro de trocas, apoio,


compreensão, aprender a lidar com situações de
dificuldade...)
REFERÊNCIAS

Afonso, M. L. A. (Org.) (2003). Oficinas em dinâmicas de grupo: um método de intervenção


psicossocial. Edições do Campo Social.

Gattai,M. C. (2014). Dinâmicas de grupo: da teoria à prática. Senac.

Moreno, J. L. (1974). Psicoterapia de grupo e psicodrama. Mestre Jou.

Osório, L. C. (Colab) (1986). Grupoterapia hoje. Artes Médicas.

Zimerman, D. E. (1993). Fundamentos básicos das grupoterapias. Artes Médicas.

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