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Processos

Grupais:
Aula 01 (18/08/2021):

Porque estudar grupos?


O homem é um ser político, segundo Aristóteles, ou seja, ele possui
uma natureza social;

É da natureza do homem interagir com outros;

“O indivíduo é um ser geneticamente social” (Wallon); ( Wallon usa uma


metáfora em sua frase, para dizer que o homem se faz homem em
sociedade.)

Segundo Trotter (1919 – 1953) um dos instintos básicos do ser humano


é o instinto gregário, aquele que nos faz procurar sempre estar em
grupos.

Vivemos em grupo, nascemos em um grupo, convivemos em grupo,


trabalhamos e estudamos em grupo; fazemos parte de vários grupos ao
longo de nossa história e somos capazes de deixar grupos e
construir outros;

Falar de grupo é falar de vida, de interação, de convivência e de


aprendizado com o outro.

Anotação fala do professor:

Porque a psicologia se dispôs a estudar grupos? Porque o mesmo não ficou


somente com a sociologia, ou com outras áreas?

R: Em primeiro lugar, a natureza do homem é uma natureza gregária/social,


onde Aristóteles postulava que o homem era um ser político, no sentido de ter
uma natureza social, sendo então da natureza do homem trocar/interagir com o
outro;

Vygotsky postula que quanto mais inteligente é o ser vivo, mais


necessidade ele tem de estar com outros; se pegar um jacaré com alguns
dias de vida ele já se libertou da mãe e foi à luta; contudo o ser humano, por
conta da necessidade do outro com o mesmo tempo como o jacaré não
consegue agir da mesma forma, pois a necessidade do outro é maior;


Falar de grupo é falar de vida, porque nascemos em um grupo, convivemos em
grupos, trabalhamos em grupos; onde ao longo da vida fazemos parte de
vários grupos; sendo assim inevitável pensar a vida fora de grupo, logo falar de
grupo é falar de vida, onde temos a capacidade de construir grupos onde à
interação com o outro é fundamental para a formação de quem somos;

Para Zimerman e Osório (1997), todo indivíduo é um grupo na


medida em que, no seu mundo interno, há um grupo de
personagens introjetados, como os pais, os irmãos entre outros, que
convivem e interagem entre si. Este fato indica que, se quisermos
compreender o ser humano, devemos estudar sua vida em grupo.

Anotação fala do professor:

Zimerman e Osório afirmam que é difícil pensar na própria constituição do ser


humano sem considerar o outro, porque todos os seres humanos segundo eles
têm um grupo dentro de si, afirmando que todo indivíduo é um grupo na medida
em que seu mundo interno, na psique se tem um grupo de pessoas introjetadas
como, por exemplo, os seus pais, amigos queridos, e pessoas que convivem
mais com o indivíduo (exemplo: às vezes o pai já faleceu, mais em seu mundo
interno ao fazer determinada função o indivíduo pensa “meu pai ficaria
orgulhoso me vendo fazer isso”).

Termos Básicos:
Grupo X Ajuntamento de Pessoas;

Existe uma diferença entre Ajuntamento de pessoas e grupo, isto é, o


ajuntamento não possui vínculo (juntar uma galera qualquer para fazer
uma foto), já o grupo por sua vez possui vínculo.

● Grupo = Associação humana dotada de um vínculo entre seus


integrantes (solucionar problemas, atingir metas, etc.)

● FASES do GRUPO: CRIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO,


INSTITUCIONALIZAÇÃO/ CONSOLIDAÇÃO OU EXTINÇÃO;

Fases do grupo: criação (formação do grupo, adicionar pessoas e etc)


desenvolvimento (uma vez que o grupo é criado ele então passa a ter uma vida
própria, e conforme ele vai se desenvolvendo é possível ter um clímax, onde
ocorre uma consolidação podendo institucionalizar o grupo) institucionalização
(ocorre quando um grupo vira uma ONG, empresa, Associação, clube e etc.,
por exemplo; ou seja, é quando um grupo vira uma instituição, e como tal as
vezes se tem um regimento, conjunto de regras, horários e etc.)


● VÍNCULO; (A idéia de vínculo é aquilo que nos une, sendo o elo entre as
pessoas do grupo.)

● DINÂMICA (Dynamos); (A ideia de dinâmica vem do grego Dynamos


(responsável pela geração de energia); logo a dinâmica é a responsável
por dar vida ao grupo, fazendo com que o grupo continue, sendo a
força.)


DINÂMICA DE GRUPO: 2 DIMENSÕES:

1. Área de estudos e pesquisas em Ψ dedicada ao estudo sobre a


natureza dos grupos, as leis de seu desenvolvimento e suas
interrelações com os indivíduos (Cartwright, 1972);

2. Conjunto de Técnicas voltadas para várias finalidades

As duas dimensões se referem à dinâmica de grupo.

A segunda dimensão é a mais comum.

Anotação fala do professor:

É o vínculo que faz o indivíduo ter um grupo, se não tem vínculo nenhum
só ocorre o ajuntamento de pessoas.

O vínculo é o elo de ligação que vai desde o prazer do indivíduo estar no


grupo, até características em comum.

Grupo Social:
Conjunto de indivíduos que interagem uns com os outros durante certo
período de tempo. Se dividem em:

● Grupos Primários: Família, amigos de infância, de escola... Ou seja,


pessoas com que o indivíduo interaja mais pessoalmente.

● Grupos Secundários: Colegas em geral, vizinhos, professores,


patrões, motoristas, secretárias, ou seja, pessoas que o indivíduo trata
de maneira impessoal por não ter pouco ou nenhum contato íntimo,
restrito.

Anotação fala do professor:


Grupo primário é aquele onde contém pessoas que o indivíduo interage com
mais freqüência, pessoas que o indivíduo tem mais intimidade e faz parte da
história do indivíduo.

Grupo secundário é composto por pessoas na qual o indivíduo tem pouco ou


nenhum contato íntimo.

O grupo secundário é menos importante que o grupo primário?

R: Isto é relativo, pois uma pessoa do grupo secundário pode passar para o
primário; logo o grupo secundário também é importante não podendo ser
descartado, contudo, o grupo primário é o grupo de base.

Tipos de Grupos:
Abertos e Fechados:

● Abertos – vantagens: renovação contínua, aprendizado, rica troca de


experiências;

– Desvantagens: Dificuldade de abertura, muito fluido;

● Fechados – vantagens: Maior proximidade e confiança para abertura;

– Desvantagens: Formação de um gueto, sem troca de experiências.

Planejados e Espontâneos:

● Planejados: Grupo montado para determinada finalidade e por vezes


até com uma seleção de pessoas a partir de um determinado perfil
(características específicas). Ex.: Grupo terapêutico.

● Espontâneos: Grupos que se formam sem nenhum planejamento


prévio. Ex: Pessoas que se conhecem numa festa e que formam um
grupo.

Clima De Grupos:
Todos esses componentes influem na definição de normas de
funcionamento e concomitante estabelecimento do clima do grupo.

Componentes do clima: Pessoas (características próprias, diferenças e
tudo que ela traz); Valores (tanto os pessoais onde cada indivíduo traz
uma bagagem, onde isso soma em um grupo como um todo, isso soma
nos valores que são construídos) Filosofia e orientação de vida;


(normas; regras e limites estabelecidos) Conhecimento mútuo (como o
grupo vai se conhecendo)

Anotação fala do professor:

No âmbito organizacional é algo muito frequente, pois é aquilo que faz com que
um grupo tenha um clima agradável ou não.

Dinâmica Dos Grupos:


A expressão “Dinâmica de Grupo” foi criada por Kurt Lewin, ele utilizou
pela primeira vez este termo em meados dos anos 40.

Para Lewin toda dinâmica de grupo é a resultante do conjunto das


interações no interior de um espaço psico-social.

A explicação dos fenômenos grupais não está nos aspectos singulares


dos elementos, mas nas múltiplas interações que se produzem entre os
elementos da situação social, assim como no próprio momento em que
são observados e interpretados.

O ambiente social contribui para a formação e transformação das


atitudes coletivas favorecendo, ou inibindo, as tendências sociais já
adquiridas.

Anotação fala do professor:

Kurt Lewin é considerado o pai da dinâmica de grupo, pois foi o primeiro a


criar a expressão.

Kurt Lewin começa a querer trabalhar com dinâmica de grupo porque ele
entende que é mais fácil trabalhar os valores/interações num grupo menor,


vendo o grupo como um potencial de espaço psicossocial onde vários
processos são mais transparentes e mais fáceis de trabalhar; onde seu sonho
era trabalhar em grupo, o entendimento de determinados processos que nunca
permitisse que o que aconteceu na Alemanha com o Hitler pudesse acontecer
nos EUA em outro momento, ou seja, um líder ser exaltado e mobilizador de
muita gente.

Na dinâmica de grupo, além da análise individual, o conjunto de relações que


vai ser constituído se torna imprescindível; logo, não só as pessoas, mas as
interações que acontecem entre elas (o todo que é o grupo), na gama
relacional que cada pessoa vai trazer é extremamente rica.

Kurt Lewin tem uma base Gestalt, e ele interpreta os aspectos singulares,
mas pontua como mais importante as múltiplas interações que se
produzem entre as pessoas.

Finalidade Da Dinâmica em grupo:


Auto-conhecimento; Apesar de ser associado a terapia individual, o
mesmo é muito presente na dinâmica de grupo, onde através de coisas
ditas por outras pessoas, usamos essa fala do outro como espelho,
porque cada fala faz o indivíduo pensar em si, onde olhando o outro se
identificamos ou estranhamos.

Sucinta um questionamento, onde geralmente acham que o


autoconhecimento é algo mais individual, onde ocorre uma reflexão do
indivíduo com ele mesmo; apesar desta concepção não está errada, ela
é uma concepção incompleta, pós a dinâmica de grupo também
favorece o autoconhecimento onde através da escuta do outro, aquilo
reverbera para nós, onde vemos o outro como espelho no qual vamos
olhar e enxergar-se em outra pessoa. Logo o autoconhecimento não é
um objetivo que é construído somente de forma individual, mas também
através de uma dinâmica de grupo.

Terapia: Trabalha, por exemplo, o Luto, onde se tem um grupo formado


com pessoas que tem essa característica de perda de alguém, onde o
indivíduo esta sofrendo demais e não esta conseguindo trabalhar isso; e
a terapia em grupo tem como objetivo fortalecer essas pessoas e ajudá-
las em grupo trabalhar essas questões; cria-se uma rede terapêutica,
onde o terapeuta não é o mediador, o grupo é terapêutico.

A terapia em grupo tem diferenças em relação a terapia individual; onde


são formas de conduções e modalidades diferentes; que podem ser
mescladas. A principal diferença da terapia em grupo, para a individual;
é que na terapia individual existe um terapeuta e um atendido, já na


dinâmica de grupo, existe um mediador, a pessoa que está na frente;
onde não existe somente um terapeuta e sim vários, porque no grupo
em si, a fala/colocação do outro acaba servindo de terapia para quem
está observando, ocorrendo assim uma terapia de condução
compartilhada; além disso, a terapia em grupo tem certa potencialidade,
pois o grupo fornece uma sensação de aconchego, confiança e etc.
(especialmente um grupo fechado).

Seleção de pessoal: É muito comum na seleção pessoal ocorrer


dinâmica de grupo, pelo potencial e praticidade que ela tem; isto é, se
fosse fazer um trabalho individual com 40 – 70 pessoas iriam demorar
muito; já no grupo se faz uma sessão e já é adquirido o esperado.

O que importa não é o final da dinâmica em grupo, e sim o processo.

Filme dinâmica de grupo: Toc toc

Desenvolvimento de habilidades: Se cria situações para saber


características do indivíduo sem que elas sejam perguntadas
diretamente, evitando assim omissões.

Favorecimento do aprendizado: Se cria dinâmicas cujo objetivo seja


levar a uma melhor aprendizagem, sendo uma dinâmica de cunho
didático; onde o aprendizado em grupo é melhor, pois um estimula o
outro.

Conscientização: Se encontra no âmbito da informação, onde o


indivíduo se depara com algo que não sabia, e der repente o mesmo
agora sabe. Exemplo: Joana não sabia que o cigarro tinha tantas
toxinas, e agora ao se deparar com a informação sabe, se tornando
mais consciente em relação ao cigarro.

Sensibilização: Está ligada a questão do comportamento, da mudança,


estando diretamente relacionada à tomada de decisão;

Estímulo à inteligência e a criatividade: Ocorre quando se tem que


criar e montar alguma coisa, onde existe um monte de materiais e ele
precisa criar.

Desinibição: Ajuda a pessoa a se colocar, se posicionar e vencer a


timidez.

Descoberta do outro: A dinâmica aproxima os indivíduos uns dos


outros, descobrindo e crescendo com elas.


Empoderamento: Afasta do indivíduo o sentimento de solidão, dando
um sentimento de ser maior, por agora fazer parte de um grupo,
trazendo mais força para o indivíduo.

Desenvolvimento da Socialização: respeitar o outro, saber ouvir,


saber a hora de falar e trocar com as pessoas, se permitir ter uma outra
opinião e se colocar no lugar do outro.

Aula 02 (25/08/2021):

Relembrando:
O termo dinâmica de grupo foi criado por Kurt Lewin

A ideia de dinâmica provém do grego Dynamo, que é dado como um gerador


de força, logo dinâmica de grupo é aquilo que gera a energia do grupo; que faz
o grupo viver e continuar tendo o clímax, para quem sabe até se extinguir.

Se não tiver o vínculo ocorre apenas o juntamente de pessoas.

Dinâmica de grupo possui duas concepções, onde a primeira refere-se a uma


área de pesquisa/estudo da psicologia voltados para o entendimento do que é
o grupo em seus diferentes momentos, desde a criação desenvolvimento até a
sua possível institualização ou sua extinção. O segundo por sua vez refere-se
como um conjunto de técnicas e ações em grupos, com diversas finalidades;
como por exemplo dinâmica de grupo para seleção.

Dinâmica de apresentação:
Nome; estado civil; filho(a) s; bairro; time; religião; prato preferido; cor
preferida; ronca a noite; dirige; hobby; frase ou pensamento de vida.

O professor Wilson aplicou essa dinâmica em aula, onde através do


teams, alguns alunos selecionados responderam às perguntas acima;
essa dinâmica é típica de apresentação que ocorre geralmente em um
primeiro dia de encontro de um grupo, ela geralmente é aplicada em
dupla com a seguinte variação: normalmente é pedido, que se organize
em dupla, converse com a pessoa, pegue os dados e depois essas
pessoas se posicionam a frente de onde está fazendo a dinâmica e aí
essa apresentação pode ser feita de duas maneiras: a pessoa A
apresenta a pessoa B, e a pessoa B apresenta a pessoa A; ou os
próprios se colocam no papel do outro; assumindo as respostas do outro
como se fosse deles. O objetivo dessa dinâmica é a apresentação de
forma geral não só entre o grupo, mas também como um cartão de
visitas no todo.


Nomes de destaque:
Kurt Lewin; Criou e consolidou o termo DG; Grande estudioso dos
processos grupais;

Pichón Rivierè; Desenvolveu importantes estudos sobre o vínculo e sua


importância no grupo;

Jacob Levy Moreno Criador do Sociodrama e do Psicodrama

Anotação fala do professor:

Kurt Lewin- é um dos maiores estudiosos dos processos grupais, e também um


dos grandes nomes da psicologia como um todo, tendo contribuição na
psicologia do desenvolvimento, organizacional, clínica e etc...

Pichón Revierè- um dos maiores estudiosos sobre vínculo; vamos ver sobre
vínculo positivo e negativo; a formação dos vínculos desde mãe e filho.

Jacob Levy Moreno- é mais tradicional e parte de um ponto de vista de uma


metodologia revolucionária

Tipos de dinâmicas:
Anotação fala do professor:

Não é fácil categorizar as dinâmicas, pois uma mesma dinâmica pode ter mais
de um objetivo acabando assim mesclando os objetivos, e também porque elas
podem ser deslocadas, podemos pegar uma dinâmica tipicamente de
apresentação e a usar com outra finalidade; contudo de forma geral podemos
pensar em algumas divisões:

Dinâmicas de Apresentação: Apropriadas para que as pessoas se


conheçam; para quebrar o gelo; desinibição; facilitação do
entrosamento; utilizadas no início das atividades.

Dinâmicas de Integração e Conhecimento: Favorecer o


entrosamento; reduzir a tensão; facilitar a mudança das atividades;
conhecimento de algum ponto/opinião do grupo; facilitam mudanças;
voltada para grupos já iniciados.

Dinâmicas de Conscientização: Facilitar o


conhecimento/conscientização de uma situação, conceito, etc.


Dinâmicas de Sensibilização: Interiorização de idéias, promover
valores e idéias; auxiliar o processo de tomada de decisão/atitude.

Dinâmicas de Desafio: Aguçam a imaginação, a percepção, a


criatividade; testam limites e estimulam a quebra de barreiras na
resolução de problemas de forma conjunta ou individual

Dinâmicas de Reflexão/ Aprofundamento: Servem para esclarecer e


levar a reflexão sobre um tema/ponto com um propósito específico.

Dinâmicas de Aquecimento e Recreação: Podem ser utilizadas em


diferentes momentos para animar o grupo, aquecendo-o com diferentes
finalidades (volta de intervalo ou de uma dinâmica mais longa de
reflexão, etc.

Dinâmicas de Aprendizagem: Estimular o raciocínio, exercitar a


percepção, promover o aprendizado e desenvolver a cognição.

Estórias e fábulas: Promover reflexões sob a forma de metáforas;


introduzir um tema em abertura de eventos; Concluir um evento.

Dinâmicas de Relaxamento: Voltadas para relaxar ou conduzir um


processo preparatório para uma dinâmica de sensibilização; ou criar
uma situação favorável para uma segunda ação.

Dinâmicas de Avaliação: Aferir/refletir sobre o que o grupo aprendeu


até aquele momento; Favorecem a avaliação de um processo de
aprendizagem de modo dinâmico de forma individual ou em grupo.

Dinâmicas Terapêuticas: Servem de apoio ao processo terapêutico


facilitando processos de catarse, e de modo geral o diagnóstico e o
tratamento de um dado problema.

Voltando ao conceito de grupo:


Grupo: Conjunto de pessoas com algum tipo de vínculo (interessem em
comum);

Comunidade: Conjunto de grupos com algum tipo de vínculo


(interessem em comum);

Sociedade: Conjunto de comunidades com algum tipo de vínculo


(interessem em comum);


A palavra grupo tem duas origens: Provençal (grop = nó) e uma
alemã (Kruppa = forma arredondada). A etimologia dos termos traz
implícita noção de igualdade e enlace entre os membros.

Aula 03 (01/09/2021)

Desenvolvimento do comportamentalismo:
O Behaviorismo surge em 1913 com o artigo: A Psicologia como o
Behaviorista a Vê? trouxe uma grande revolução para a Psicologia
rompendo com as concepções anteriores;

Para Watson, a consciência não tinha o menor valor, pois ninguém


jamais “havia visto, tocado, cheirado, experimentado ou transferido de
um lugar a outro a consciência. A sua definição não passa de mera
suposição, tão improvável quanto o conceito de alma”.

Edward Thorndike (1874-1949) e a Lei do Efeito: Pesquisas com


pintinhos e gatos. Resultados: Diante do sucesso o ato tem maior
probabilidade de se repetir e frente ao insucesso menor possibilidade de
repetição.

Ivan Pavlov (1949-1936):

● Descrição dos processos mentais animais através do comportamento e


processos fisiológicos e não da consciência;

● Estudo do comportamento condicionado através da experimentação e


do controle;

● Associação de estímulos não condicionados (SNC) a estímulos


condicionados (SC) através do Reforço (R) promovendo uma resposta
condicionada.

● Influenciou Watson a criar o Behaviorismo conhecido como


metodológico (clássico): previsão e controle do comportamento.


1ª GERAÇÃO:

● Behaviorismo Metodológico (Watson):

● Psicologia assume o comportamento como objeto de estudo observável


e mensurável; contra a ideia de consciência e a introspecção; Modelo S-
R (Estímulo-Resposta). Sujeito responde aos estímulos do meio.

2ª GERAÇÃO:

● Behaviorismo Radical (Skinner):

● Análise experimental do comportamento; Considera o dualismo mundo


objetivo x mundo subjetivo; Não é contra auto-observação. Considera a
hereditariedade além do meio. Modelo S-R-S (eventos antecedentes,
respostas e eventos consequentes).

Anotação fala do professor:

Principais escolas da psicologia que estão presentes nos processos grupais.

A escola da Gestalt está mais presente nos processos grupais pois Kurt lewin
era gestaltista, por isso a gestalt acaba sendo a corrente mais usada.

Processos grupais e dinâmicas de grupo pode sim ser trabalhos baseados na


psicanálise e em outras abordagens da psicologia; contudo Kurt lewin que criou
o termo processo grupais, era gestaltista; logo os livros que o mesmo escreve
que vão inspirar muitos estudos na área são da área de gestalt, por isso a
gestalt e a corrente mais usada.

Embora os criadores da Gestalt neguem, a gestalt surge como contraponto ao


behaviorismo, isto é; aquilo que o behaviorismo diz sim, a gestalt diz não.

O behaviorismo é uma das correntes da psicologia mais importante por conta


da novidade que traz para a época.

O behaviorismo possui sinônimos, onde também é chamado de


comportamentalismo, teoria cognitiva comportamental, teoria do reforço,
modelo S-R ou E-R, modelo Watsoniano, elementarismo e etc.


John Watson foi o criador do behaviorismo e ele tem duas inspirações;

O behaviorismo surgiu pois Watson queria que a psicologia tivesse um novo


objeto de estudo, pois a psicologia só estudava a alma, não sendo assim
visível.

Para a psicologia como ciência a ideia do comportamento como objeto de


estudo foi muito importante.

Watson se inspirou no associacionismo, onde através de associações o sujeito


aprendia. Ex: melhor time de futebol: Fluminense; isto é, se o indivíduo
associar frequentemente há uma possibilidade do sujeito registrar aquilo na
mente; logo a ideia de associar as coisas de maneira frequente ajuda o sujeito
enxergar aquilo como natural favorecendo assim a aprendizagem.

O modelo de Pavlov também serviu de inspiração para Watson em sua teoria


do condicionamento. (Cachorro, sineta)

Edward Thorndike também foi um autor de importância, onde criou a teoria


chamada lei do efeito: onde descobriu em suas pesquisas com animais, que
quando o mesmo era bem sucedido aquilo havia mais possibilidades de se
repetir; e se fosse repreendido havia uma menor chance de repetir o mesmo.

Condicionamento clássico ou respondente:


O condicionamento clássico, também chamado de respondente, foi
originalmente estudado pelo fisiologista russo Ivan Petrovic Pavlov (1849
–1936).

Este aprendizado por condicionamento é o fundamento de uma série de


comportamentos involuntários que se instalam mediante associações
entre estímulos e respostas (S-R) (E-R).

Mudança no ambiente - Estímulo

Mudança no organismo – Resposta

Reflexos – inatos (inerentes ao nascimento)

Reforço e Punição:
Reforço:

● Skinner dizia que o reforço é a base do comportamento.


● Reforço: Todo estímulo que aumenta a frequência de uma resposta
operante.

● Reforço primário: Produz o aumento da resposta operante de forma


natural. Ex.: Comida;

● Reforço secundário: Só é capaz de aumentar a frequência de uma


resposta operante através de uma associação.

● Ex: Condicionamento clássico. Ex.: sino – experiência pavloviana.

Reforço positivo (+) e Negativo (-):

● Reforço positivo (+): Estímulo agradável que se apresentado junto com


uma determinada resposta aumenta a frequência da mesma;

Ex: Se fizer todos os deveres escolares poderá ir ao cinema à noite. (ir


ao cinema = reforço positivo)

● Reforço negativo (-): Estímulo desagradável que se apresentado junto


com uma determinada resposta diminui a frequência da mesma.

Ex: Se você tirar 10 na prova não terá mais que lavar a louça todos os
dias

Punição (+) e Punição (-):

● Todo estímulo que reduz a frequência de um determinado


comportamento operante através da apresentação de um estímulo
desagradável;

● Punição Positiva (+): Apresentação/introdução de um estímulo


desagradável visando reduzir a frequência do comportamento.

Ex: Caso continue a brigar com seu irmão Joelson terá que varrer o
quintal todo os dias;

● Punição Negativa: Retirada de um estímulo agradável visando reduzir


a frequência do comportamento.

Ex: Se continuar com este comportamento ficarás sorvete hoje.

Anotação fala do professor:


O behaviorismo de Watson trabalha com o modelo de estímulo e resposta;
onde a estimulação é de extrema importância; isto é, se souber estimular se
tem a resposta que quiser.

Exemplo: lingerie combinando para sair em um encontro, música de fundo para


criar um clima, e etc.

A frequência e a repetição são aspectos muito importantes no behaviorismo.

O reforço ou recompensa também é uma grande ferramenta do behaviorismo.

Outro nome do behaviorismo é elementarismo; pois para o behaviorismo a


soma dos elementos permite que se chegue em um todo. Logo, se considerar
todos os elementos é possível chegar no todo. (O todo é igual a soma dos
elementos; logo o todo = soma dos elementos)

Extinção:
O termo extinção refere-se ao processo de desaparecimento de uma
resposta do repertório de um indivíduo.

A extinção ocorre quando um estímulo condicionado (CS) pára de


eliciar uma determinada resposta (CR).

Muitas pessoas, ao longo de suas vidas, desenvolvem medos que


permanecem por anos e, da mesma forma que elas puderam aprender
essas respostas, elas também podem aprender a não ter mais medo,
através da extinção respondente.

Utilizado no tratamento de fobias, medos e outros através da extinção de


respostas diante do estímulo aversivo.

Anotação fala do professor:

Dessensibilização sistemática - tirar aquilo que está muito sensível ao indivíduo

Na dessensibilização cada elemento é considerado para conseguir chegar no


todo.

Comportamentalismo/Behaviorismo: Críticas
Nem sequer consideram uma teoria da aprendizagem e sim de
memorização;

Sujeito como uma máquina respondente;


Formação do indivíduo movido por interesse;

Problema da competição = desânimo dos que não são premiados; -


Nem todo mundo é estimulado da mesma maneira;

Tem efeitos inesperados (generalizantes);

Não vai a raiz do problema, cria/refaz novas associações.

Gestalt:
Gestalt (palavra alemã sem tradução para o português) é uma teoria que
estuda como os seres humanos percebem as coisas: objetos,
imagens, sensações – pode ser entendida como uma teoria da
percepção.

A psicologia da Gestalt foi um campo de pesquisa que trouxe uma série


de novas perspectivas para entender a maneira com a qual o homem se
relaciona com o mundo.

Ela afirma que nossa percepção não se dá por “pontos isolados’, mas,
sim, por uma visão de “todo”. Não vemos partes isoladas, mas relações.
Isto é, uma parte na dependência de outra parte.

Nossa percepção, que é resultado de uma sensação global, as partes


são inseparáveis do todo e são outra coisa que não elas mesmas, fora
desse todo. (Exemplos sobre esse tema: todo, parte – mais a frente)

Contextualização: A Gestalt surge na Alemanha por entre 1910 – 1920


e tem como fundadores: Max Wertheimer (1880-1943) Kurt Koffka
(1886-1941) e Wolfgang Kohler (1887-1967).

Kurt Lewin (1890-1947) também foi um importante teórico da Gestalt.

Anotação fala do professor:

A gestalt é uma corrente que surge posteriormente ao behaviorismo, sendo


uma corrente alemã.

Gestalt= estrutura + forma = psicologia da forma, estruturalismo e teoria do


insight, teoria cognitiva perceptiva.

Kurt lewin traz toda a discussão da gestalt para o campo dos processos
grupais; ou dinâmica de grupo.


Na gestalt a percepção é mais importante. Logo por ter a percepção como foco,
desde o início se valorizou o sujeito; pois quem percebe a realidade é o sujeito.

Máxima da gestalt: o todo é maior que a soma das partes (por isso a gestalt é
chamada de estruturalismo e o behaviorismo de elementarismo, pois para o
behaviorismo o todo não é maior, o todo é igual a soma das partes; enquanto
para gestalt o todo envolve mais que a soma das partes.

O todo envolve: as partes externas; organização eterna dessas partes que


permita a compreensão do todo (exemplo; para uma mesa ser mesa, não basta
só as partes, ela precisa estar montada); organização interna do sujeito que
olha a organização externa.

A organização interna é a maneira como cada um percebe a organização


maior, isto é, como cada coisa reverbera para cada um.

Kurt lewin pegou toda contribuição da gestalt é trouxe para o entendimento do


grupo, vendo um grupo como um todo, e dizendo que o grupo não é só as
pessoas é maior que a soma das partes, ele envolve a teia relacional e os
insights de cada um, a maneira como cada um vê a vida a partir das interfaces
com o grupo.

O presente é mais importante na gestalt; pois o passado já aconteceu e o


futuro ainda não chegou.

Teoria da Gestalt e as leis que organizam a percepção:


Gestalt = Estrutura + Forma

Teoria formulada por um grupo de psicólogos no início do Século XX


(Köhler, Koffka e Wertheimer);

Grande contribuição para o estudo da percepção.

Lei: Todo é > do que a soma de partes (elementos externos + estrutura


+ mais organização interna = insight)

Para a Gestalt o todo é sempre mais que a soma de suas partes – o


homem é uma totalidade.

O princípio fundamental da teoria da Gestalt sugere que a análise das


partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo, uma vez
que o todo é constituído pelas interações e interdependências das
partes;


Deste modo é que a teoria da Gestalt se propõe a estudar a vida
psíquica sob o aspecto da combinação de elementos (sensações e
imagens) que a constituem.

A teoria da Gestalt aborda os campos da percepção e propõem uma


visão global do homem e do mundo (o lema da Gestalt é justamente “o
todo é mais que a soma das suas partes”);

Aula 04 (08/09/2021)

Qual é a essência da Gestalt?


A escola Gestaltista defende que o comportamento do indivíduo é a
diretamente afetado por sua percepção.

Além disso, ao contrário do Behaviorismo que tem uma postura


elementarista (todo = soma das partes) os Gestaltistas entendem que o
todo envolve:

- As partes componentes
- A organização dessas partes;

- A forma como esta é percebida pelo sujeito (insight).

A palavra insight vem do inglês arcaico, sendo formada pelo prefixo in


(dentro) e sight (vista), ou seja, o termo pode significar “vista interior” ou
"olhar de dentro".

Insight é um termo em inglês usado para se referir ao momento em que


uma pessoa compreende algo de forma súbita, ou que consegue
encontrar a solução de um problema ou situação complicada.

Aprendizagem = favorecimento do Aprendizado usando as leis da


Gestalt, linguagem próxima ao aluno, favorecimento da percepção.

As interpretações de cada um tendem a ser individualizadas, porém as


percepções por meio dos princípios da Gestalt são importantes
ferramentas para a o nivelamento do processo de aprendizagem uma
vez que os estímulos são criados pelo educador que já possui ideia das
percepções mais comuns dentro do cenário criado.

A experiência passada, apesar de não resolver o problema, facilita a


compreensão de uma nova situação.


O insight é facilitado se os estímulos estiverem organizados de forma a
facilitar a percepção.

Todos os elementos necessários à compreensão devem ser fornecidos;

Necessidade de boas explicações, caso contrário, a criança preencherá


com fechamentos os elementos faltantes. Esses elementos utilizados
podem ser retirados de sua fantasia.

Anotação fala do professor:

Insight gestalt = quando o indivíduo consegue perceber outras variáveis além


da que via.

Kurt Lewin pega a compreensão projetada da gestalt de que o todo não é igual
a soma das partes como no behaviorismo, e sim maior do que a soma das
partes; e usa essa lógica para explicitar o grupo; logo, ele ressalta que em um
grupo existe as partes componentes (cada indivíduo do grupo); a organização
das partes (a organização em termos da troca que acontece no grupo) e o
insight (maneira cada integrante se organiza internamente, o que o que
reverbera para cada um).

Uma coisa que pode ajudar na compreensão do insight em aula é usar


elementos próximos do aluno, ou seja, usar a linguagem que ele fala; exemplos
com mais condição de entender e etc.

O grupo estimula o que o outro faz; e na medida que o outro vai expondo esses
olhares alguns vão se identificar e outros vão descordar totalmente.

Comportamento e percepção são próximos pois a maneira do indivíduo se


comportar depende da maneira de como o mesmo olha/entende/percebe. (O
grupo ajuda ter novas percepções novos insights e assim podendo refletir no
comportamento)

Percepção e comportamento:
O comportamento é baseado na interpretação que o sujeito faz da
realidade e na realidade em si;

A percepção não nos fornece uma cópia da realidade e sim uma


interpretação construída a partir desta condicionada por diferentes
fatores:

históricos como as experiências vividas;

psicológicos: e vivências do sujeito; estado mental, motivação,


expectativas;


Sociológicos: culturais associados a crenças e preconceitos
condicionadores.

Mundo real e Percepção:


O mundo que percebemos não é idêntico ao mundo real (Realismo
ingênuo). Somos enganados pelos sentidos.

Ex: O sol não se desloca (nem nasce nem se põe). Nossos sentidos nos
dizem isso, mas nossa razão nos diz que isso é uma ilusão.

Existem realidades invisíveis aos sentidos: campos eletromagnéticos,


partículas subatômicas, frequências de som, comprimento das ondas de
luz.

A razão surge do nosso relacionamento e diálogo com a realidade. A


percepção diz respeito a esse diálogo.

Simplificação no Julgamento das outras pessoas:


comportamento organizacional
Percepção seletiva: As pessoas interpretam seletivamente o que vêem!
(base nos próprios interesses, experiências e atitudes).

Efeito Halo: Formamos uma impressão geral de alguém com base em


uma única característica. Ex: Inteligência, sociabilidade; aparência.

Estereotipagem: Julgamento de uma pessoa com base na percepção


sobre o grupo ao qual ela pertence. Ex Muçulmanos, negros, asiáticos;
religião; gênero.

Efeito de contraste: comparamos as características de um indivíduo com


as de outras pessoas. Ex: entrevistas seleção.

Processos que dificultam a percepção:


Ambiguidade (Estímulos Ambíguos): Ocorre quando falta uma
informação fundamental para a significação da realidade, ou seja,
quando um estímulo em nível sensorial pode gerar diferentes
interpretações nas etapas de percepção e identificação. Um exemplo
clássico é o famoso vaso de Rubin, que nos levam a questionar se o que
vemos se trata de um vaso ou de rostos.

Anotação fala do professor:


Ilusões erradas acabam dificultando a compreensão da realidade.

Leis da percepção:
A teoria da Gestalt foi formulada no início do século XX por um grupo de
Psicólogos alemães (Wertheimer, Kolher e Koffka). Getalt significa
forma, padrão,configuração.

Este movimento elaborou um conjunto de leis que tentaram explicar


como a mente, de forma imediata, interpreta as informações sensoriais e
produz uma percepção organizada.

Princípio da Totalidade:

A principal tese dos gestaltistas é esta: o todo é maior que a soma das
partes. Temos a percepção de formas unificadas e não de peças ou
fragmentos.

Assim, só reconhecemos uma melodia ouvindo-a globalmente: isoladas,


as notas musicais nada significam. Uma vez organizada a melodia
damos atenção à forma conjunta e não a notas isoladas.

O mesmo acontece quando estamos a ver um filme de banda


desenhada. Não vemos as imagens estáticas que são as suas partes
mas o movimento, o filme como um todo.

Aula 05 (15/09/2021)

Relembrando:
Segundo a Gestalt o todo é maior que a soma das partes (o todo é maior que
a soma das partes; pois se trabalha a ideia de que primeiro se tem as
partes externas; depois a organização externa dessas pastes; isto é, não
basta só as partes é preciso que elas estejam organizadas de uma
maneira que se permita entender o todo; e por fim ocorre a organização
interna; ou seja como cada um percebe o objeto; o que é chamado de insight)

A percepção varia de acordo com a experiência do indivíduo.

Kurt Lewin traz os princípios da gestalt para o entendimento do grupo, e


postula que o todo é o grupo; ou seja, ele vê o grupo como uma totalidade;
onde as partes seriam as pessoas que formam o grupo; a organização externa
são as possibilidades relacionais, ou seja, as relações que vão acontecer no
grupo, sendo assim uma teia relacional; a organização interna, é colocada
como a mentalidade e a subjetividade do sujeito; isto é, como as relações
reverbera para pessoa, como cada um se vê no grupo.


Lewin pega esse princípio da totalidade da Gestalt e aplica ao entendimento do
grupo, o grupo como o todo; a organização externa como os
processos/relações que vão se dar entre as pessoas; e a organização interna
que é o que trabalha com a subjetividade e organiza o indivíduo por dentro.

A organização interna é muito pessoal; o mediador não consegue acessá-


la; por isso se trabalha o todo e a organização externa visando ocasionar uma
mudança interna.

Muitas vezes não conseguimos externar o que acontece dentro da gente,


mesmo a fala não consegue externar totalmente.

Na dinâmica de grupo existe alguns temas, que são temas privilegiados; como
por exemplo a questão da liderança, da mudança... são temas que estão muito
presentes quando se pensa em uma dinâmica.

Mudança:
Ø Mudar é...

• Conhecer o porque de mudar;


• Conhecer o que se quer mudar;
• Conhecer de onde se está partindo e aonde se quer chegar;
• Conhecer como mudar;
• Conhecer quem vai mudar.

Ø Mudar é um processo que envolve pessoas, processos e sistemas


sociais e exige organização e gerenciamento.

Anotação fala do professor:

Muitas dinâmicas aplicadas implica num tipo de mudança (mudança de


percepção; comportamento, interior... etc) que pode ser trabalhada no grupo de
várias maneiras.

Quando se fala de mudança, estamos nos referindo a um processo que é vital,


sendo necessário conhecer porque mudar; o que mudar; aonde quer chegar e
quem vai mudar.

Quanto mais focado for melhor, essa coisa de querer mudar tudo de uma vez
não dá certo.

Mudança: Heráclito e Parmênides


Ø Heráclito de Éfeso: 500 a.C - ?


• “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é
mais o mesmo”

• Primeiro Princípio: O fogo, ou o vir-a-ser. Panta Rei (tudo flui)

• Esse constante movimento que faz as coisas surgirem e desaparecem


continuamente, sem nunca ser.

• “Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo”.

• Nascido em Éfeso, cidade da região Jônica.

• É considerado um dos mais importantes filósofos pré-socráticos e o


primeiro representante do pensamento dialético.

Ø Parmênides de Eléia: “não há movimento”

• Tudo o que vemos de movimento não passa de ilusão causada por


nossos sentidos. O principio do universo é o SER, que é eterno, imóvel e
origem de todas as coisas.

• O ser é sempre idêntico a si mesmo, sem contradições, imutável e


imperecível.

• O ordenamento cósmico é estático.

• O devir (fluxo dos contrários) é a aparência sensível, mera opinião. A


mudança é o não-ser, o nada, o indizível.

Ø “Mudanças são inevitáveis. E boas são as pessoas que mudam com o


tempo, mas não perdem á essência.

Anotação fala do professor:

A filosofia é dividida em pré- socrático e pós socrático porque Sócrates é um


dos maiores filósofos da chamada filosofia grega, que é o berço maior da
filosofia; onde na Grécia a troca de ideias era extremamente grande; fazendo
assim da Grécia um lugar privilegiado para pensar o ser humano.

O Heráclito é um pré socrático, e os pré-socráticos queriam entender o


fundamento do universo; onde uns diziam que era o ar; outros diziam que era
fogo; outros diziam que era a água, e por aí vai...


o Heráclito é muito conhecido como o filósofo da mudança. Logo para Heráclito
o princípio de tudo é a mudança, para ele a única certeza que existe é que as
coisas mudam.

Parmenides é o oposto de Heráclito, onde para ele o ser é aquilo que


permanece, o resto é apenas uma aparência, uma opinião. Onde o mais
importante é aquilo que permanece.

Para Heráclito a essência da vida é a mudança, a única coisa que temos


certeza na vida segundo ele, é que vamos mudar; e para Parmenides a
essência da vida é aquilo que permanece; logo podemos aprender com ambos,
pois de fato ocorre mudanças o tempo todo; e de fato o que é essencial não
muda, como por exemplo: a maçã tem seu sabor independente de sua variação
física; logo a essência da maçã é o gosto, aquilo que permanece.

É necessário que o indivíduo entenda dentro dele; o que pertence a ele, o que
ele não deve abrir mão; pois aquilo é a a sua identidade, sua essência.

O grupo ajuda a lidar tanto com a mudança, quanto com a essência; pois ao
olhar o outro é possível se reconhecer; ou se afastar dos comportamentos do
outro. Além disso, o grupo também ajuda a lidar com as mudanças, pois ao
escutar as experiências de outras pessoas do grupo, o indivíduo já vai se
preparando para lidar com aquela mudança relatada.

O mediador do grupo precisa perceber se algum integrante do grupo está


perdendo sua essência, e imitando a do outro, onde em vez de se inspirar ele
começa a copiar tudo, largando de lado assim sua própria essência.

Ter modelos na vida, pessoas para se inspirar é algo positivo, negativo é


anulação da identidade.

Mudança:
Ø Algumas pessoas não sabem como lidar com as mudanças e isso acaba
se tornando um transtorno, necessitando da ajuda de um psicólogo.

Ø Muitas vezes estamos de tal forma presos a uma zona de conforto que,
mesmo se a situação que nos encontramos não seja satisfatória, temos
medo de nos movermos em direção à uma mudança, seja ela no
trabalho, em casa, na escola ou num relacionamento.

Ø O medo do novo nos paralisa e faz com que continuemos na mesmice.

Ø Muitas vezes a mudança é inevitável. Nesses casos o ideal é


enxergar a mudança como uma oportunidade de crescimento e
autoconhecimento;


Ø É importante estar preparados para as mudanças encarando as
situações inesperadas, sem se recusar a aprender a lição que o
momento quer nos ensinar.

Ø Perceba os sinais de uma mudança eminente. De nada adianta fingir


que não vê o que está diante de você. Problemas de saúde de algum
familiar, reestruturação na empresa onde trabalha e comentários sobre a
necessidade de mudar algo em si mesmo.

Ø Todos são sinais de que algo pode acontecer e alterar a sua rotina. Se
estiver atento aos sinais poderá se preparar para reagir melhor à
mudança e pensar em maneiras de como administrá-las com o menor
sofrimento possível.

Ø O grupo pode nos ajudar nessa mudança.

Ø O convívio de quem mudou com que não mudou e a troca de


experiências e vivências é muito rica e interessante;

Ø Existem dinâmicas voltadas para provocar a mudança; ajudar o


outro a entender a importância da mudança; ajudar a lidar com
mudanças iminentes (preparar para mudança) e perder o medo de
mudar.

Ø Não temos controle sobre tudo na vida, mas podemos controlar a nós
mesmos. A mudança pode virar a nossa vida de cabeça para baixo, mas
como reagimos e lidamos com ela é que faz a diferença.

Ø Colocar a culpa nos outros ou tentar controlar aquilo que está fora de
nosso alcance não ajudará em nada.

Ø A mudança desestabiliza a nossa vida e, por isso, ela pode ser


considerada um choque. Todos os hábitos podem vir a ser questionados
diante da interferência de uma rotina diferente.

Ø Por isso, é necessário calma e coragem para enfrentar o medo do


desconhecido e aprender a lidar com as alterações do nosso cotidiano,
incorporando novos padrões de vida.

Ø Toda mudança traz uma oportunidade, seja de rever padrões que não
servem mais para sua vida, para perceber que as escolhas que faz não
são as melhores ou para reexaminar o seu estilo de vida.


Ø Embora seja difícil, a mudança pode trazer um bem, que é a chance de
você se conhecer melhor e descobrir a sua capacidade de lidar com
obstáculos que pareciam intransponíveis.

Aula 06 (29/09/2021):

Relembrando:
A mudança é uma temática muito recorrente quando se pensa nas questões de
processos grupais, e dinâmica de grupo.
O outro só muda quando ele quiser mudar e tiver que mudar; logo não
podemos acreditar que somos capazes de mudar o outro. (Por isso seja a
mudança que você quer ver no mundo)

A percepção do indivíduo em relação ao mundo, muda o tempo todo.

Essência = valores, aquilo que define o indivíduo; coisas que são imutáveis.

A adaptação é necessária, pois devido as mudanças no mundo é necessário


que o indivíduo se adeque... exemplo: PANDEMIA

O grupo funciona como um catalisador (usado para acelerar a reação/o


processo ).

No processo individual tem um terapeuta, e no grupo a cada fala de outro


indivíduo funciona como terapia para outro que escuta.

Gerenciando a Mudança:
Ø Mudança é uma incerteza crítica que as organizações e pessoas são
obrigadas a enfrentar respondendo a várias forças de um ambiente
dinâmico e turbulento.

Ø A mudança é difícil, e nem sempre boa.

Ø A mudança pode ser ás vezes necessária, mas nem sempre indolor.

Ø As pessoas podem diferir no modo como resistem ás mudanças e em


suas motivações para mudar.

Tipos de mudança:
Ø Tipos (Quanto a sua natureza):

• 1. Planejada: Prevista e sistematizada para diminuir problemas de


implantação.


• 2. Orgânica: Acontece inadvertidamente, sem ter sido organizada. Esse
tipo de mudança tende a florescer informalmente, denota uma relativa
ausência de orientação gerencial e nenhuma ou com mínima ação de
planejamento por parte de seu corpo diretivo.

Anotação fala do professor:

Planejada: exemplo: ter um filho planejado (a pessoa começa a ter relações


sem proteção, começa a se planejar financeiramente e etc... para lidar com a
mudança que é ter um novo ser para criar)

Orgânica: ocorre sem planejamento...(exemplo: gravidez não planejada)

Ø Tipos (Quanto ao seu tamanho):

• 1. Mudança Evolucionária: “Quando a mudança de uma ação para


outra é pequena e dentro dos limites das expectativas e dos arranjos do
status quo”.

• 2. Mudança Revolucionária: “Quando a mudança de uma ação para


outra é grande e contradiz ou destrói os arranjos do status quo”.

• 3. Mudança Sistemática: “Os responsáveis pela mudança delineiam


modelos e cenários explícitos do que a organização deveria ser em
comparação com o que é. Estudam, avaliam e criticam o modelo de
mudança, para recomendar alterações nele, baseadas em seu próprio
discernimento e compreensão”.

Anotação fala do professor:

1 - são aquelas mudanças pequenas que preparam a mudança maior. Ex: João
quer trabalhar em casa, porém percebe que a casa é muito pequena para o
seu tipo de trabalho; por isso em primeiro momento ele diminui os móveis, para
tentar criar espaço para o mesmo...

2 - ocorre quando existe uma grande mudança (exemplo: mudar de país)

3- mudança no cenário, que afeta todo mundo de forma sistemática (exemplo:


mudou a economia, a gestão... )

Resistência a Mudança:
Ø Toda mudança enfrentará a resistência.


Ø É natural, pois o ser humano em si é um ser que almeja um sentimento
de estabilidade e controle sobre sua vida e defende-se de qualquer força
que intencione alterar este sentimento.

Ø Desta forma, dentro de uma organização qualquer mudança encontrará


entraves no momento de sua implantação

Ø As pessoas “resistem” a transição e não a mudanças em si... .

Ø Forças de resistência:

• Incerteza; (o novo, o indivíduo não sabe o que a mudança vai trazer)

• Falta de entendimento e confiança; (medo)

• Percepções diferentes; (o individuo não consegue enxergar o porque da


mudança)

• Falta de tolerância á mudança;

• Rejeição da fonte da mudança; (a fonte é uma pessoa que o indivíduo


tem certa dificuldade de lidar; não gosta; etc.)

• Hábitos; (mudança na rotina)

• Interesses pessoais. (ocorre quando o indivíduo não acredita naquilo,


não gosta e etc..)

Anotação fala do professor:

A resistência começa a cair quando o indivíduo começa pelo menos


interiormente perceber que a revolução que irá se feita, será algo positivo; e
assim ele é obrigado aceitar; ou também, quando ele entende que é inevitável;
que querendo ou não, ele precisa aceitar aquela mudança...

Por mais que seja algo natural, se defender de algo; em algumas vezes é
necessário minar um pouco a resistência por uma questão de saúde mental.

A ciência da mudança – 5 passos para mudar suas atitudes


Ø Você quer mudar? Será que os seus comportamentos têm interferido na
sua vida? Muitas pessoas lutam para mudar suas atitudes e hábitos.

Ø Ao contrário da maior parte dos livros de autoajuda, o psicólogo clínico


John C. Norcross, professor de psicologia da Universidade de Scranton


e da Upstate Medical College , escreveu um “manual” com uma base
científica sólida.

Ø No livro “Changeology”, ou, “A Ciência da Mudança”, Norcross


apresenta cinco passos para realizar os seus objetivos. Ele garante
que é possível alterar radicalmente a sua vida aplicando as técnicas de
mudança passo-apasso, recheadas de conhecimentos testados e
aprovados. Esta estratégia é fruto de 30 anos de pesquisas e utiliza
táticas de modificação de comportamento que têm funcionado com
sucesso para dezenas de milhares de pessoas.

Ø Mas ele tem uma recomendação inicial: É possível mudar mais do que
um comportamento ao mesmo tempo. Por exemplo, nada impede de
você controlar a sua dieta e iniciar um programa de exercícios ao
mesmo tempo, entretanto, você não deve tentar fazer mais do que duas
mudanças significativas simultaneamente. É preciso ter foco!

Ø Então, quais são os 5 passos para uma mudança comportamental?

• PASSO #1 - PREPARAÇÃO: A AÇÃO ESSENCIAL PARA


ENCONTRAR SEUS MOTIVOS

o Estabeleça a sua meta e prepare-se para mudar.

o Seja específico.

o Torne o seu objetivo positivo e não negativo.

o Certifique-se de que os seus objetivos sejam realistas e concentre-se


em um comportamento ou circunstância realista.

o Monitore o seu progresso com um indicador, registro ou gráfico.

o Esteja cada vez mais consciente do problema que está sendo tratado.

o Avalie as suas causas e consequências Crie um slogan de


compromisso, do tipo “Eu vou conseguir!”.

o Junte-se a um grupo de pessoas que buscam aprimorar-se, assim como


você.

• PASSO #2 - PLANEJAMENTO: UMA ATITUDE NECESSÁRIA ANTES


DA AÇÃO


o A maior parte das pessoas faz pouco ou nenhum planejamento antes de
embarcar em um projeto de mudança e, como resultado, não consegue
alcançar os seus objetivos.

o Não seja ambicioso demais ao elaborar as metas de curto prazo.

o Esteja atento aos gatilhos que disparam o seu comportamento negativo.

o Essa é uma ótima estratégia para impulsionar a autoconsciência, um


catalisador de mudança vital.

o Determine se este é o momento certo de comunicar as suas intenções à


família e amigos.

o Desenvolva e coloque no papel o seu plano de ação. Afixe-o em um


local bem visível. Comece dando pequenos passos.

o A motivação vai crescendo normalmente com as conquistas.

• PASSO #3 - AÇÃO: FAZENDO ACONTECER E CELEBRANDO AS


CONQUISTAS

o A preparação e o planejamento já estão completos. Agora é a hora de


começar a verdadeira mudança, descartando os comportamentos
negativos e alterando a sua vida.

o A recompensa é um grande impulsionador das mudanças nesta fase.

o Presenteie-se com algo especial, como uma pequena viagem, ao


conseguir superar um mau hábito.

o Celebre todos os sucessos.

o Caso algumas pessoas se posicionem como um impedimento do seu


processo de mudança, eviteas.

o As relações de apoio são essenciais nesta fase.

• PASSO #4 – PERSEVERANÇA: GERINDO OS “DESLIZES”

o Não se martirize por causa de alguma falha;

o Para manter-se firme na jornada de mudança, não perca o foco, mesmo


que sofra um deslize;


o É comum as pessoas que lutam com comportamentos prejudiciais
sentirem impulsos quase incontroláveis para repetir ações negativas;

o Os deslizes são uma parte normal do processo de mudança;

o Se você escorregar, retorne imediatamente ao seu programa.

o Não se entregue ao pensamento destrutivo.

o O que importa é a sua resposta corajosa aos erros.

o Lembre-se: “um deslize não é uma queda”.

• Passo #5 - Persistência: Mantendo o ritmo da mudança

o Nesta fase, a persistência é uma virtude essencial.

o Se a sua motivação estiver vacilando, persista ainda assim.

o Não assuma novos desafios, pelo menos por algum tempo, para que
você continue progredindo rumo aos seus objetivos imediatos.

o Visualize o seu futuro bem-sucedido e acredite.

Kurt Lewin: Biografia


Ø Kurt Lewin foi um dos psicólogos mais influentes da história. Ele é
considerado o pai da Psicologia Social e da Psicologia das
Organizações. Suas explicações e sua teoria se aplicam às mais
diversas áreas hoje em dia, principalmente no mundo organizacional.
Ø Kurt Lewin nasceu a 9 de setembro de 1890 em Mogilno, na Prússia
(hoje Polônia).

Ø A primeira e única informação que possuímos de sua juventude é que


fez seus universitários sucessivamente nas universidades de Friburgo
(Alemanha), Munique e Berlim.

Ø Seu interesse pela psicologia aparece gradualmente.

Ø Ele se foca inicialmente á química e a física, depois á filosofia para


finalmente dedicar-se á preparação de uma tese de psicologia.


Ø Doutora-se em filosofia pela universidade de Berlim em 1914,
apresentando e defendendo com sucesso uma tese sobre “A psicologia
do comportamento e das emoções”.

Ø Kurt Lewin começaria sua carreira na universidade de Berlim em 1914.


Mas a guerra tem inicio no verão de 1914. É convocado e servirá
durante toda a guerra, dela saindo ileso.

Ø No outono de 1921 torna-se professor assistente do instituto de


psicologia da universidade de Berlim.

Ø Do outono de 1918 ao de 1921 não sabemos praticamente nada de


lewin salvo que durante esse período de pós-guerra, publica três artigos
sobre a medida dos fenômenos psíquicos.

Ø Em 1926 torna-se professor titular de psicologia na universidade de


Berlim. Conservará suas funções e este status acadêmico até a tomada
do poder pelos nazistas em 1933.

Ø Em 1933, Lewin, por ser judeu, é obrigado pelos nazistas a deixar a


Alemanha com sua família em 24horas, pagando um resgate para não
ser encarcerado em um campo de concentração.

Ø Passa pela Inglaterra onde permanece alguns meses, emigrando depois


para os EUA, onde é convidado a ensinar na universidade de Stanford
(Califórnia).

Ø Permanece um ano em Stanford, tornando-se depois professor de


psicologia da universidade de Cornell, Nova York.

Ø É convidado a lecionar sobre a psicologia da criança na universidade se


iowa e assumir a direção de um centro de pesquisas ligado a um
departamento de psicologia até 1939.

Ø Durante este período, lewin publica dois trabalhos teóricos, que logo o
tornarão celebre: “a dynamic theory of persinality” e “principles of
topological psychology”.

Ø Em 1939, ele volta a universidade de Stanford e em 1940 torna-se


professor na universidade de Harvard.

Ø Em 1945 continuando seu magistério funda, a pedido do M.I.T.


(Massachussets Institute of Technology), um centro de pesquisas emm
dinâmica de grupos.


Ø Para Lewin é a ocasião de criar e introduzir no vocabulário dos
psicólogos o termo “dinâmica dos grupos”.

Ø Kurt Lewin morreu súbita e prematuramente a 12 de fevereiro de 1947,


com 56 anos, em sua residência de Newtonville, situada próxima aos
dois centros que trabalhava: Harvard e o M.I.T.

Ø Após sua morte, os professores Alport, de Harvard, e Cartwright, da


universidade Michigan, em colaboração com sua filha, Gertrud, editam e
publicam vários artigos de Lewin sobre dois temas complementares
tratando de psicologia social e de dinâmica dos grupos.

Ø O primeiro destes volumes intitulado “resolving social conflicts” e o


segundo como “Field theory in social science”.

Ø Kurt Lewin Temia que as sementes do totalitarismo pudessem


crescer e destruir a democracia nos estados unidos e no mundo, a
menos que as forças de pesquisa, educação e ação pudessem se
unir, eliminando a injustiça social e o auto-ódio da minoria e na
resolução sábia de conflitos intergrupais.

Ø A partir de 1936, interessa-se em fazer experiência em psicologia social.

Ø Lewin considera que, cientificamente, não possuímos no presente


técnicas de exploração e instrumental para fazer experiências ao nível
da sociedade global ou dos grandes conjuntos sociais.

Anotação fala do professor:

Kurt lewin parte para questão de grupo, no sentido de fortalecer as pessoas


para lidar com as situações da vida.

Lewin cria um laboratório só para estudar grupos, no sentido de compartilhar


experiências, pensar dinâmicas, experiências, e etc...

Etapas da mudança:
Ø Estagio Atual – Descongelamento (forças limitantes) – novo estágio
– recongelamento (forças impulsoras).

Anotação fala do professor:

Lewin fala em 4 momentos para promover mudanças no grupo:


1 - conhecimento do momento atual: qual a realidade do grupo, o que tá
acontecendo.

2- descongelamento: colocar em cheque as ideias, quebrando o gelo, fazendo


o grupo vê o outro lado da moeda. (Exemplo: tem um grupo, que é totalmente
contrário a política de cotas universitárias; e outro grupo que é totalmente a
favor; logo, o mediador pede que os dois grupos conversem entre eles. Logo o
descongelamento se dá quando o mediador convida as pessoas que são
contra, a sentarem no lugar de quem é a favor, e vice-versa.) após o
descongelamento, o indivíduo consegue ir s um novo estágio.

3- novo estágio: ocorre após o indivíduo aceitar o descongelamento.

4- o indivíduo volta ao estágio anterior que foi descongelado, porém como uma
nova pessoa, com outra mentalidade, sendo uma pessoa que teve a chance de
repensar e ver novas possibilidades;

Ø Você deve olhar para a mudança como um processo com fases


distintas. Fazendo isto você estará se preparando para fazer um plano
com o intuito de gerir a transição passo-a-passo ao invés de tentar
mudar cegamente.

Ø Com demasiada freqüência, as pessoas costumam tentar realizar as


mudanças de forma atabalhoada causando tumulto desnecessário e
muito caos.

Ø Para iniciar qualquer processo de mudança, você deve primeiro começar


a compreender por que a mudança deve ocorrer. Como disse Lewin: “A
motivação para a mudança deve ser gerada antes que as mudanças
ocorram”.

Ø Existem teorias ou plataformas que nos podem ajudar a servir de base


para estabelecermos as tácticas necessárias para que essas
mudanças aconteçam com sucesso.

Ø Uma dessas teorias foi criada em 1940 por Kurt Lewin que apresentou
um modelo com 3 fases: Descongelar (Unfreeze), Mudar (Change) e
Recongelar (Refreeze).

Anotação fala do professor:

Lewin vê a mudança como algo que é sempre um processo com fases


distintas, onde é possível planejar, e pensar em uma transição de um lugar
para outro; em um passo a passo.


Desenvolvimento organizacional – processo de mudança –
Lewin
Ø Descongelamento: Velhas idéias e praticas são derretidas,
abandonadas e desaprendidas.

O descongelamento implica:

1. Tornar a necessidade de mudança tão obvia que o indivíduo, o grupo


ou a organização possa vê-la e aceitá-la prontamente.

2. Introduzir novas informações para identificar onde estão as


discrepâncias entre os objetivos e o desempenho atual, diminuindo-se a
força dos valores antigos ou inadequados ou demonstrando sua falta de
eficácia.

Esta primeira fase de mudança abrange a preparação da


organização para aceitar que é necessária e envolve a quebra do
“status quo” existente antes de construir uma nova forma de operar.

Dica: Desenvolvimento de uma mensagem convincente mostrando o


“por que” que a forma existente de fazer as coisas não pode continuar.

Esta primeira parte do processo de mudança geralmente é a mais


difícil. Quando você começar a mostrar “como as coisas são feitas“
você pode evocar reações fortes em pessoas, e isso é exatamente o
que precisa ser feito.

Forçando a organização a rever a sua essência, você cria uma “crise


controlada”, que por sua vez pode provocar uma forte motivação para
buscar um novo equilíbrio.

Passo do Descongelamento:

o Determinar a necessidade de mudança – verificar qual o estado actual


da organização e porque temos que mudar.

o Garantir apoio da equipa de gestão – a gestão de expectativas e a


gestão de stakeholders é primordial aqui.

o Criar a necessidade de mudança – estabelecer uma mensagem


motivadora, explicar o porquê desta ser necessária.

o Gerir as expectativas – clarificar dúvidas e preocupações.

Anotação fala do professor:


A ideia do descongelar implica em colocar a pessoa em uma outra realidade
em contato com uma outra opinião, permitindo que o indivíduo experimente
uma nova coisa; e essa experimentação em si, e mais algumas estimulações,
vai gerar naturalmente algum tipo de mudança, e depois o recongelar.

Ø Mudança: Novas idéias e praticas são exercidas e aprendidas.


Mudança no comportamento. (identificação e internalização de novas
idéias e práticas)

As pessoas começam a resolver suas incertezas e procurar novas


maneiras de fazer as coisas. Elas começam a acreditar e agir de forma a
apoiar a nova direção apontada.

Esta transição não acontece da noite para o dia; as pessoas levam


tempo para abraçar a novo caminho indicado e a participar
proativamente da mudança. Para aceitar a mudança e torná-la bem
sucedida, as pessoas precisam entender como elas irão beneficiá-las.

É bom lembrar que nem todos irão aceitar ou entender como a mudança
irá beneficiá-los e a empresa.

Tempo e comunicação são fundamentais para o sucesso das


mudanças. As pessoas precisam de tempo para entender as mudanças
como também precisam sentir-se importantes no processo durante o
período de transição.

A mudança é a implantação de forma:

o Criar situações nas quais novos valores, atitudes e comportamentos


serão apropriados, dando exemplos de cada um deles.

o Ajustar os participantes aos novos padrões de acordo com o plano de


mudança e aos objetivos do agente de mudança.

o Transformar intrinsecamente, os membros da organização, assimilando


os novos padrões tanto de forma eficiente quanto eficáz.

Ø Recongelamento: Novas idéias e praticas são incorporadas


definitivamente ao comportamento. (Mecanismo de suporte e reforço
das novas idéias e práticas).

Significa o firme estabelecimento do novo padrão de comportamento por


meio de mecanismo de apoio.


Elogios, recompensas e outros reforços dos administradores
desempenham um papel importante nos estágios iniciais da nova
cristalização do comportamento dos indivíduos.

Uma vez cristalizado de novo, o novo padrão de comportamento passa a


ser a nova referencia na organização.

Quando as alterações estiverem tomando forma e as pessoas


abraçarem a nova forma de trabalhar, a organização estará pronta a
“recongelar”.

Os sinais exteriores que demonstram que a empresa está pronta para


ser “recongelada” são uma estrutura de trabalho estável, descrição e
procedimentos consistentes, etc.,

O gestor da mudança também precisa ajudar às pessoas e à


organização a internalizar as mudanças. Isto significa garantir que as
alterações serão usadas o tempo todo.

É importante neste processo: a comemoração do sucesso da mudança.


Rito de se agradecer as pessoas da empresa por suportar um “momento
doloroso”, mas necessário. Isto faz com que todos acreditem no sucesso
das mudanças.

Permitir que as mudanças se entranhem na cultura – identificar


facilitadores e opositores.

Desenvolver formas que sustentem a mudança – garantir lideranças


fortes, criar sistemas de reconhecimento e recompensa, estabelecer
mecanismos de feedback, adaptar a estrutura organizacional.

Formar e Treinar – manter todos informados.

Celebrar o sucesso!

Mudanças Planejadas:
Ø Descongelamento: Fornece argumento para a mudança; cria níveis
sutis de culpa/ansiedade quanto ao fato de não mudar; cria senso de
segurança psicológica com relação á mudança.

Ø Movimento: Fornece informações que dão respaldo ás mudanças


propostas; traz á tona mudanças efetivas no comportamento.


Ø Recongelamento: Implementa novos sistemas de avaliação; cria níveis
sutis de culpa/ansiedade quanto ao fato de não mudar.

Como solucionar a resistência?


Ø A melhor forma de combater, diminuir ou anular a resistência é
desenvolvendo a visão da mudança gradativamente de forma
avaliativa.

Ø Kotter (2005) aponta formas de auxiliar contra a resistência as


mudanças:

1. Identificar os influenciadores: “conquiste seguidores antes de


conquistar terrenos”;

2. Estabelecer senso de urgência: “ou é pra ontem, ou não vai haver


amanhã”;

3. Formar alianças de orientação: “a força do todo é maior que suas


partes”;

4. Crie uma visão: “uma imagem vale mais que 1000 palavras”;

5. Comunique a visão: “quanto mais eu sei, mais eu quero saber”;

6. Invista em Empowermwent: “eu ajudei a construir aquela igreja”;

7. Crie vitorias de curto prazo: “veja o que já conseguimos”;

8. Institucionalizar as novas abordagens: “tome o novo um padrão, uma


regra formal”

9. Consolidar as melhorias e produzir mais mudanças: “se o mundo


não para, por que nós devemos parar?”

Aula 06 (29/09/2021)

Kurt Lewin:
Ø Pesquisa ação:


Anotação fala do professor:

Porque lewin escolheu o estudo em grupo? Pois o mesmo entendia


primeiramente que o grupo era estratégico, sendo bem mais fácil de trabalhar
do que a sociedade como um todo; e segundo porque ele queria trazer uma
coisa interventivo, onde o medo do mesmo quando chegou no EUA era que o
aconteceu na Alemanha pudesse acontecer ali; que as raizes do totalitarismo e
as ideias do radicalismo pudessem chegar também lá; e ele entendia que em
um grupo seria possível ajudar as pessoas a ter mais senso crítico, a se
blindarem contra esse tipo de ideologia radical; logo através do


empoderamento da própria dinâmica que o grupo traz haveria uma chance de
evitar que isso acontecesse nos EUA.

Pesquisa ação - uma modalidade de pesquisa que é extremamente inovadora,


diferenciada, e que vai influenciar a ciência social de forma geral (a
administração e outras áreas).

Teoria de pesquisa ação: é a forma de fazer uma investigação mas


participando da mesma;

Executar uma pesquisa ação é sempre algo que é trocado, e trabalhado com
outras pessoas.

Exemplo de pesquisa e ação: o invididuo chega na comunidade para fazer um


trabalho e ele ouve as pessoas, vê quais são as necessidades da mesma, as
carências... e assim junto com as pessoas o indivíduo planeja o que seria o
plano de ação, para pra pensar sobre o mesmo e coloca esse plano em prática.

Esse método de pesquisa foi revolucionário e não foi usado somente pela
psicólogia mas também por outros profissionais de forma geral que entenderam
que é uma forma de pesquisar onde o indivíduo tá complementando coisas e
atuando...

Teoria das relações humanas – influência da motivação


humana.
Ø Teoria de campo Kurt Lewin:

C = f (P,M)

C = Campo

F= Função

P = Pessoa

M = Meio Ambiente

Ø Lewin criou a teoria de campo fundamentada em duas suposições:

1. O ser humano comporta-se em resposta á totalidade de fatos


coexistentes;

2. Os fatos coexistentes resultam num todo denominado campo


dinâmico onde cada um de seus componentes é interdependente.


Ø Para Lewin, o comportamento humano não depende somente do
passado, ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente.
Esse campo dinâmico é “o espaço de vida que contém a pessoa e o
seu ambiente psicológico”.

Ø A explicação do comportamento segundo Lewin, implica a identificação


de características direcionais, isto é, todo comportamento tem propósitos
subjacentes e objetivos para os quais é dirigido, e pode ser modificado.

Anotação fala do professor:

Teoria de campo - E quase que uma forma de visualizar, de desenhar e


representar graficamente todas as forças positivas e negativas que agem sobre
uma pessoa no grupo; e no grupo como um todo.

Lewin postula que o comportamento da pessoa sempre vai ser dar através da
interação da pessoa com o meio ambiente, e é isso que essa fórmula
representa o comportamento se dando em função da relação da pessoa com o
meio.

Teoria do campo: Uma forma de enxergar a dinâmica de grupo, bem


fundamentada na gestalt.

Se o indivíduo quiser entender o que está agindo na pessoa nesse momento


ele precisa ter uma visão olistica, enxergando a totalidade dos fatos, e esses
fatos sofrem influências tanto internas como externas

A área da dinâmica de grupo é um campo dinâmico, pois muita coisa está


acontecendo e se interligando.

Lewin chama de espaço de vida, o espaço que envolve tanto a pessoa quanto
o chamado ambiente psicológico da pessoa, que tem haver como ela
representa todos os diferentes ambientes que está ali.

Todo comportamento para lewin tem propósito nada acontece por acaso e tudo
tem uma direção; sendo tudo portanto intencional.

Ø A motivação:

A Motivação é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma


forma de comportamento que visa á satisfação de uma ou mais
determinadas necessidades.

Contudo, nem sempre a satisfação de necessidade é obtida, pode existir


algum obstáculo para alcançá-la, e toda vez que alguma satisfação é
bloqueada por uma barreira, ocorre frustração.


Os estudos de Lewin sobre mudança de atitude também ressaltaram o
papel das discussões em grupo como facilitadoras do rompimento de
barreiras impeditivas de locomoção em uma determinada direção.

Ø Valência:

Objetos, pessoas e situações possuem ressonância no ambiente


psicológico, ao proporcionar um campo dinâmico de mobilização de
forças psicológicas. Os objetos, pessoas ou situações adquirem para o
indivíduo uma valência positiva quando simbolizam gratificação ou
valência negativa quando representam ou ameaçam causar
frustrações. Para Lewin, o ser humano age em um mundo de forças
com cargas positivas ou negativas. A primeira atrai e a segunda causa
repulsa, o que cria uma força, um vetor. Um vetor tende a criar a
locomoção em certa direção.

Ø Variáveis:

Como em um campo de forças, todas as partes se afetam entre si. Para


compreender nosso comportamento, temos que levar em consideração
todas as variáveis que estão intervindo em tempo real: tanto a nível
individual quanto a nível grupal. Alem disso, estes elementos não podem
ser analisados de forma isolada, temos que concentrar o estudo nas
interações para ter uma visão holística do que ocorre. Para explicar,
Lewin apresentou três variáveis que considerava fundamentais.

Anotação fala do professor:

Lewin coloca a motivação como aquilo que faz com que o indivíduo se mova
numa determinada direção do grupo, onde isso implica em propósitos e
objetivos. Sendo portanto a motivação a responsável pelo o sujeito não parar.

Lewin também fala da necessidade, que está até antes da motivação; a


necessidade é a base da motivação.

A valência é carga positiva ou negativa, aquilo que move o indivíduo para


frente, aquilo que vai em direção aos objetivos do mesmo.

A teoria de campo seria uma forma de análisar as forças que atuam no grupo.

Lewin postula que o comportamento se dá em função de uma interação entre


sujeito e ambiente.


O momento mais importante de qualquer trabalho terapêutico é sempre o
momento presente. (Olha para o passado para aprender, mas o que vale é o
momento presente; pois o passado já foi, e o futuro ainda vai acontecer; logo o
único que podemos trabalhar e o presente)

Quando lewin quer vê uma pessoa nesse campo ele olha a organização (onde
a pessoa tá, como essa pessoa se organiza; onde ela se situa, qual a posição
dela, onde ela se organiza e etc) a contemporaneidade (qual o lugar que a
pessoa está agora, como está neste momento) e a transformação.

Lewin postula que em um grupo sempre terá forças que levam a passividade,
ostilidade, apatia e forças impulsionadoras que levam a participar se envolver e
etc.

O indivíduo e o todo estão sempre interagindo entre si...

A teoria do campo de lewin considera todas as forças que atuam sobre o


sujeito e não apenas só o meio ambiente só o externo, e não também só o
interno.

Ø Lewin afirma que a teoria do campo determina quais são os


comportamentos possíveis e quais os impossíveis de cada sujeito. O
conhecimento do espaço vital nos permite predizer razoavelmente
o que a pessoa fará. Todo o comportamento ou, pelo menos, todo
comportamento intencional, é motivado: tensões o impulsionam, forças o
movem, valências o dirigem e apresenta metas.

Ø Para Lewin, a teoria de campo não era uma teoria, mas um método de
analisar relações causais e construir conceitos; de trabalhar com a
noção de que qualquer evento é o resultado de múltiplos de fatores. Sua
concepção de que qualquer comportamento ou mudança no campo
psicológico depende somente do campo psicológico naquele tempo,
também, introduziu uma perspectiva complexa sobre o tempo (o
presente, o futuro no presente e o passado no presente), uma noção de
processualidade e também a necessidade de trabalhar no nível tanto
macroscópico quanto microscópico, incluindo o que ele chamou de
“unidades situacionais”.

Ø “Temos que conceber a vida do grupo como o resultado de constelações


específicas de forças dentro da conjuntura (setting) mais ampla... o
campo como um todo, incluindo seus componentes psicológicos e não
psicológicos” (LEWIN, 1952 p.174)


Ø A teoria do campo propõe que o comportamento humano é a
função da pessoa e do ambiente: expressado em termos simbólicos,
C = f (P,A).

Ø Isto significa que o comportamento (C) de uma pessoa esta relacionado


ás características pessoais (P=pessoa) e á situação social (A=ambiente)
em que se encontra esta pessoa.

Ø O comportamento é derivado de uma totalidade de fatos coexistentes.

Ø Estes fatos coexistentes compõem “um campo dinâmico”, que significa


que o estado de qualquer parte do campo depende de cada outra parte
dele.

Ø O comportamento depende do campo atual ais que do passado ou do


futuro.

Ø Princípios: Organização, contemporaneidade, transformações e


recomposição.

1. Princípio da Organização:

Qual é minha posição agora no meu próprio mundo?

Como meu próprio mundo se organiza?


“Uma totalidade é afetada por uma parte que move as outras partes do
contexto, combinando-se de outras formas, propagando modificações
em cadeia em todo o ser” (Silveira e Peixoto, 2012,p.46)

2. Princípio da Contemporaneidade:

Como estou aqui-e-agora? Onde estou? Como esse lugar me afeta?

Como está meu corpo? O que percebo desse ambiente e como ele me
afeta?

Mude de lugar, como está agora? O que mudou?

“O nosso presente, a um só tempo, se reorganiza o tempo todo,


recompondo a nossa relação co o nosso espaço de vida (...) O que
somos agora é explicado pela constelação de forças que nos afetam
num dado presente. Mas esse presente não é vazio de história; ele é
habitado por um passado que é presentificado pela situação atual”
(Silveira e Peixoto, 2012,p.48)


3. Princípio do processo de transformação:

“O princípio do processo em transformação refere-se ao fato de a


experiência ser provisória, em vez de permanente. Nada e fixo e estático
de maneira absoluta”.

4. Princípio da recomposição/reconfiguração do campo:

‘O campo como um todo tende a se completar, atingir o equilíbrio mais


simples possível para aquele nível de campo. Contudo, ja que as
condições estão sempre mudando, o equilíbrio parcial obtido é sempre
inusitado; é preciso crescer para chegar a ele. um organismo preserva-
se somente pelo crescimento. A autopreservação e o crescimento são
pólos, porque é somente o que se preserva que pode crescer pela
assimilação, e é somente o que continuamente assimila a novidade que
pode preservar e não degenerar’ (Perls e Goodman, 1997, p.179)

Há um “processo contínuo, incessante e permanente das recomposições


e regenerações da existência”. (Silveira e Peixoto, 2012. P.80)

Ø Um campo, na física, é uma zona do espaço onde existem propriedades


representadas por magnitudes físicas (temperaturas, forças, etc.). Lewin
usou o conceito físico de “campo de forças” (Lewin, 1988) em sua
teoria de campo para explicar os fatores ambientais que
influenciam o comportamento humano.

Ø O comportamento, em sua opinião, não depende nem do passado nem


do futuro, e sim dos fatos e acontecimentos atuais e de como o sujeito
os percebe. Os fatos estão interconectados e constituem um campo de
forças dinâmico que podemos denominar espaço vital.

Ø Por isso, o espaço vital ou campo psicológico de forças viria a ser o


ambiente que engloba a pessoa e sua percepção da realidade próxima.
Trata-se, em definitivo, de um espaço subjetivo, próprio, que guarda a
forma que olhamos o mundo, com nossas aspirações, possibilidades,
medos, experiências e expectativas. Além disso, este campo conta com
alguns limites, estabelecidos especialmente pelas características físicas
e sociais do ambiente.

Ø Forças psicológicas – restritivas ou impulsionadoras:


• Forças Restritivas: Correspondem as atitudes relacionadas com o
desempenho laboral como a apatia, hostilidade e passividade. São
resultados por pressões externas. Elas reagem a mudança.

• Forças Impulsionadoras: Correspondem as atitudes relacionadas a


participação, produtividade e mudança.

Ø Um vetor tende sempre a produzir locomoção em uma certa direção;


quando dois ou mais vetores atuam sobre uma mesma pessoa ao
mesmo tempo, a locomoção é uma espécie de resultante de forças.
Algumas vezes, a locomoção produzida pelos vetores pode ser impedida
ou completamente bloqueada por uma barreira, que é algum
impedimento ou de fuga ou repulsa em relação a um objeto, pessoa ou
situação.

Teoria do Espaço Vital:


Ø Essa teoria diz que todo ser humano guarda em memória todos os
acontecimentos passados, presentes e futuros. Esses fatos vão
determinar os comportamentos e suas decisões.

Ø A principal contribuição de Kurt Lewin foi postular que o indivíduo e o


entorno nunca devem ser vistos como duas realidades separadas. Na
prática, são duas instâncias que sempre estão interagindo entre si e que
se modificam mutuamente, em tempo real. Isso ocorre a todo momento.
A teoria de campo de Lewin nos chama ao estudo do indivíduo em
função dessas dinâmicas.

Ø Assim, ele indica que, quando queremos compreender o


comportamento humano, devemos considerar todas as variáveis que
podem estar incidindo em seu espaço vital. Isto inclui desde o grau de
iluminação de um recinto, até os padrões de socialização que existem
em seu grupo.

Ø O foco da teoria de campo de Kurt Lewin permite estudar nosso


comportamento com uma perspectiva de totalidade, sem ficarmos
em uma análise das partes separadas.

Ø A influência do campo psicológico sobre o comportamento é tal que


Lewin considera que chega a determiná-la: se não existem mudanças no
campo, não haverá mudanças no comportamento.

Ø Para Lewin, a psicologia não devia focar o estudo da pessoa e do


ambiente como se estas fossem duas peças a serem analisadas de


forma separada, e sim ver o modo como se afetam entre si, em tempo
real.

Ø Como em um campo de forças, todas as partes se afetam entre si. Para


compreender nosso comportamento, temos que levar em consideração
todas as variáveis que estão intervindo em tempo real: tanto a nível
individual quanto a nível grupal. Além disso, estes elementos não podem
ser analisados de forma isolada, temos que concentrar o estudo nas
interações para ter uma visão holística do que ocorre. Para explicar,
Lewin (1988), introduziu três variáveis que considerava
fundamentais.

Ø Estas são as seguintes:

• A força: A força é a causa das ações, a motivação. Quando existe uma


necessidade, se produz uma força ou um campo de forças, o que leva à
produção de uma atividade. Estas atividades têm uma valência que
pode ser positiva ou negativa. Por outro lado, a valência das atividades
dirige forças até as outras atividades (positivas) ou contra elas
(negativas).

O comportamento resultante corresponde à mistura psicológica de


diferentes forças.

• A tensão: a tensão é a diferença entre as metas propostas e o estado


atual da pessoa. A tensão é interna e nos empurra para finalizar a
intenção.

• A necessidade: é aquilo que inicia as tensões motivadoras. Quando


existe uma necessidade física ou psicológica no indivíduo, se desperta
um estado interior de tensão. Este estado de tensão faz com que o
sistema, neste caso a pessoa, se altere para tentar restabelecer o
estado inicial e satisfazer a necessidade.

Anotação fala do professor:

Para lewin existe três variáveis que quando se trabalha com teoria do campo
deve ser considerada, tendo uma visão mais olistica, considerando a motivação
que leva a pessoa a agir (a força, aquela que tem uma valência positiva ou
negativa) a tensão (é o embate de forças) a necessidade (aquilo que está na
base da motivação).

Lewin postula que quando se faz a análise e vê essas forças se tem muita
clareza do que o indivíduo vai fazer.


Pesquisa e ação e teoria do campo são ideias que partiram do Lewin mas
são ideias diferentes.

Ø Lewin afirma que a teoria do campo determina quais são os


comportamentos possíveis e quais os impossíveis de cada sujeito.

Ø O conhecimento do espaço vital nos permite predizer


razoavelmente o que a pessoa fará.

Ø Todo o comportamento ou, pelo menos, todo comportamento


intencional, é motivado: tensões o impulsionam, forças o movem,
valências o dirigem e apresenta metas.

Aula 07 (13/10/2021)

Teorias dos Grupos operativos – Pichón Riviére


Ø Biografia:

• Nasceu em Genebra, suíça em 1907, onde ele viveu até seus 03 anos
de idade.

• Ainda criança, muda-se para Goya, Argentina; e com 18 anos mudou-se


para rosário, para estudar medicina, seu primeiro emprego na cidade foi
“fiscal de bordel”, ficando 6 meses na cidade, na medicina ele dizia que
estavam sendo preparados para cuidar de mortos ao invés de vivos.

• Após os 6 meses em Rosário ele volta a Goya departamento de


corrientes província da Argentina.

• Inicia sua pratica psiquiátrica no Asilo de Torres, e uma das suas


primeiras tarefas era organizar uma equipe de futebol. E graças ao
Pichón Reviere o futebol se torna terapia grupal dinâmica.

• Em Buenos Aires trabalha por 15 anos no “Hospício de la Merced (hoje


é o hospital Neuropsiquiatrico José T. Borda), um dos primeiros
trabalhos de Pichón neste hospital foi o de fazer grupos instruí-los
quanto ao trato do paciente, o que conhecemos hoje como “grupo
operativo”.

• Aos 70 anos. Em 1975, havia começado a acusar os efeitos de uma


longa enfermidade, mesmo assim continuou trabalhando como
professor, e como psicanalista até a sua morte.


• Faleceu em Buenos Aires, num sábado, 16 de julho de 1977.

• Em Buenos Aires trabalha por 15 anos no hospício de la merced (hoje


hospital Neuropsiquiátrico José T. Borda)

• Um dos primeiros trabalhos de Pichón neste hospital foi o de “fazer


grupos e instruí-los quanto ao trato do paciente, iniciando aqui, neste
exato momento, o que conhecemos como Grupo Operativo”.

Anotação fala do professor:

Pichón Riviere é um dos maiores teóricos do estudo que é chamado de vínculo.

O grupo operativo é uma técnica criada por Pichon Rivere, onde ele coloca a
tarefa o próprio trabalho, como algo fundamental, e não so uma atividade no
grupo, mas sim aquilo que dá sentido ao grupo, onde a própria tarefa ajuda no
processo de cura.

Ø Atividades desenvolvidas por Pichón:

• Funda a Associação Psicanalítica Argentina;

• Funda o primeiro serviço especializado de atendimento para crianças e


adolescentes;

• Funda o clube de futebol Matienzo;

• Fundador do partido socialista;

• Candidato a deputado pelo partido socialista;

• Critico de arte da revista Nervio;

• Secretario do comitê de ajuda a Espanha republicana;

• Funda a IADES – instituto argentino de estudos sociais;

• Membro titular da associação psicanalítica do Brasil.

A denominação do termo “Grupos Operativos”:


Ø Grupos operativos: surgiram de uma espécie de demanda local,
momentânea, nos hospitais psiquiátricos. Pichón treinou enfermeiros,


conceitualizando suas praticas, para que os próprios enfermeiros
compreendessem a dinâmica da “vida de um internado”;

Os pacientes também desenvolveriam funções de enfermeiros; afim de


construir no ambiente de hospital psiquiátrico um sentimento de função
dialética.

Passar do estagio de imobilidade e da resistência á mudança para um


movimento de “cura”;

Pichón Riviere conclui que os doentes adoeciam muito mais dentro dos
hospitais psiquiátricos.

Ø Essa teoria de Pichón – Riviere foi um marco para o funcionamento


grupal; de relevância mundial quanto a uma contribuição latino-
americano para o estudo dos grupos;

Em 1970, os alunos de Pichón Riviere registram seu próprio conceito de


Grupo operativo , que seria: a relação dos integrantes do grupo, com
a tarefa é que gera a “cura”, ou a aquisição de conhecimentos.

Ø Papeis no grupo: “o sujeito modificando-se a si mesmo para


modificar o meio”.

• O sujeito modificado pelo meio ambiente (aqui o grupo) e por suua vez,
transforma-se num agente de mudanças;

• O foco não é somente “UM” no grupo, mas da sua própria identidade no


grupo e a do grupo de maneira geral;

• Papeis Verticais e Horizontais: Vertical está relacionado com a


história, com o pessoal de cada um; e Horizontal está relacionado com
o denominador comum, com o extrato do grupo, que pode ser de
natureza consciente e inconsciente;

• AQUI-AGORA-COMIGO.

Anotação fala do professor:

Revere diz que o trabalho deve ser visto em sua profundidade, ou seja esse
trabalho não é apenas uma atividade qualquer; essa atividade faz com que as
pessoas passem da imobilidade da resistência para uma ação.

A atividade e o motivo gerador para que o grupo se coloque em movimento;


entendendo assim, que a ideia de uma atividade no grupo é algo muito maior


do que se imagina é assim ele vai trabalhando a ideia de grupos operativos, ou
seja grupos que operam que funcionam para cumprir uma determinada
atividade.

Revere chega falar de duas dimensões do grupo operativo, uma dimensão


mais pedagógica e uma dimensão mais psicológica. A psicólogica tem haver
mais com a ideia de cura, ou seja, de que em alguma maneira as pessoas teve
que deixar a mobilidade, abandonarem suas resistências, trabalharem em
grupo e se doarem trazendo um pouco delas para aquela atividade, onde esse
desenvolvimento faz com que se tenha o processo fundamental para a “cura”
(a cura fica entre aspas, já que terapeuticamente é difícil se falar de cura.)

O espaço pedagógico, onde revere acha que o grupo operativo é acima de


tudo um espaço de aprendizagem.

Aprender para Revere seria se apropriar de forma ativa e criativamente de uma


realidade (ou seja de uma tarefa a ser desenvolvida no grupo). Aprender para
ele envolve sempre, obrigatoriamente o processo de mudança interna que vai
ser refletido numa mudança externa.

Com a tarefa, ao se se expor a fazer e participar dessa atividade o indivíduo


acaba se abrindo também para a mudança, ele acaba se abrindo para a troca
que vai acontecer ali. Logo para Revere o sujeito vai se modificando na medida
em que ele se abre para mudança e é agente de mudança para o outro.

Para Revere o mais importante é o processo em si.

Papel vertical é a bagagem/história de cada indivíduo do grupo; e papel


horizontal é aquilo que vai acontecer no grupo, isto é, as relações sociais, qual
é a importância para o grupo, como o grupo vai extrair um pouco de cada
bagagem daquilo que cada um trás e externaliza para fora no grupo.

Vertical = FECHADO em si mesmo

Horizontal = dividir com o grupo

O aqui e agora é o momento onde se consegue modificar, pois o passado já


passou não pertence mais ao indivíduo, e o futuro ainda não se pode ser
alcançado. É possível aprender com o passado e deslumbrar o que se quer no
futuro porém tudo isso com os pés no chão no presnete.

Ø Cone invertido Ou Espiral Dialética:

• Para auxiliá-lo no funcionamento do Grupo Operativo, Pichon faz uso


do que chama de cone invertido, um esquema de vetores que
verifica a operetividade no grupo. Estes vetores são:

- Pertença: sentimento de fazer parte do grupo;


- Cooperação: contribuição para o desenvolvimento do grupo;

- Pertinência: centramento nas tarefas;

- Comunicação: intercâmbio de informações;

- Aprendizagem: conscientização da natureza real da tarefa;

- Tele: empatia entre os participantes.

• O cone invertido é um esquema constituído por vários vetores na base


dos quais se fundamenta a operação no interior do grupo. A partir da
analise inter-relacionadas destes vetores se chega a uma avaliação da
tarefa que o grupo realiza.

Anotação fala do professor:

Revere postula que o grupo operativo permite que alguns processos


aconteçam de uma forma mais fácil do que em um grupo onde não se
classifique como tal.

Cone invertido= uma coisa que começa acontecer dentro do sujeito e vai
abrindo para um grupo maior.

Manifesto = aquilo que é falado, aquilo que é dito.

Latente= Aquilo que está la no fundo, aquilo que está escondido.

Revere diz que no grupo, com a atividade, a partir desses processos que vão
acontecendo, tudo isso cria um ambiente que permite que o grupo vá
conseguido que a pessoa se exponha mais, se abra mais, atingindo o lado
latente com mais facilidade do que atingiria com outro método.

É chamado de cone invertido pois no primeiro momento se tem aquilo que é


manifesto; mas na medida que o grupo vai avançando às atividades vão se
dando, você acaba muitas vezes se aprofundando, o sujeito vai se abrindo
cada vez mais e muitas vezes esse latente acaba emergindo, e aquilo que está
mais escondido, mais de fora, muitas vezes acaba vindo a tona. (Movimento de
dentro para fora)

Ø Utilizando os seis vetores:

1. Pertencimento: como cada membro se implicou na atividade?

2. Comunicação: houve uma comunicação aberta durante o


desenvolvimento da atividade?


3. Cooperação: houve manifestação d ajuda e troca entre os indivíduos?

4. Aprendizagem: os indivíduos avançaram na compreensãi do tema


abordado?

5. Tele: houve uma disposição positiva dos membros do grupo entre si?

6. Pertinência: houve sensibilização, reflexão e elaboração?

Ø GRUPO OPERATIVO: DEFINIÇÃO:

Conjunto de indivíduos que ligados por constantes de tempo e espaço e


articulados por sua mútua representação se propõem de forma explícita
ou implícita a realização de uma tarefa que constitui sua finalidade
interatuando através de complexos mecanismos de papéis; • Passagem
do “Eu” para “Nós”

Ø CARACTERÍSTICAS DO G.O:

• Definir quem é esse grupo (participantes);

• Qual é a finalidade?

• Qual é a frequência dos encontros?

• Quem coordena? Quem Observa?

• Local? (Espaço físico) (observar perfil do grupo. Ex. cadeirante)

• Horário?

Ø TAREFA:

• Um objetivo específico por encontro (sem perder de vista o objetivo


geral);

• Espaço de discussão = todos devem falar como o objetivo deve ser


alcançado, sugerir ideias, etc.;

• Usar os resultados do encontro anterior para o próximo encontro (tarefa


seguinte). Uma demanda do grupo pode ser trabalhada em uma tarefa
posterior;


• Toda tarefa termina no mesmo dia;

• Todos devem ser incentivados a falar.

Ø TÉCNICA DO GO:

• Tarefa Explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento);

• Tarefa Implícita (modo como os integrantes vivenciam – sentimentos,


dificuldades, etc.);

• Enquadre (Elementos Fixos) = Local, data, horário, nº • Número


máximo de 15 pessoas (Recomendado)

• Buscar ter o foco nas pessoas;

• Enxergar mais a pessoa do que a doença (medos, ansiedades, alegrias,


dificuldades, etc.);

• Quanto mais o grupo interage, mas ele se fortalece;

• Incentivar a discussão, mas sem perder o foco da tarefa (O


coordenador tem que saber cortar quando for necessário);

• Colocar regras claras quanto ao término na tarefa do dia; o respeito ao


outro e suas ideias; o incentivo a que todos falem e sejam ouvidos.

Anotação fala do professor:

Tarefa explícita: mais visível no ponto de vista externo, é possível observar.


Exemplo: desenho, pintura, o aprendizado, a evolução do diagnóstico e etc.

Tarefa implícita: aquela que não é possível observar. É toda transformação


interior para que a tarefa seja realizada. (A abertura, o envolvimento da pessoa,
vencer determinados preconceitos, isto é , aquilo que passa internamente é só
será descoberto se a pessoa expor, colocar para fora)

Enquadre: local, hora, número de pessoas e etc.

Dentro da lógica de trabalho de Revere o número máximo de pessoas para o


grupo operativo seria 15 pessoas.


Aula 08 (20/10/2021):

Anotação fala do professor:

Revisão aula passada:

O grupo operativo é uma técnica de dinâmica de grupo, criada por Revere, que
é centrada em cima de uma tarefa, ou seja, o indivíduo tem uma atividade a ser
desenvolvida no grupo.

A tarefa para revere não é só mais uma atividade; e sim como um grande
agente de mobilização dentro do grupo.

Exemplo: Passar uma atividade com um grupo de pessoas novas que não se
conhecem, e pedir para os mesmos desenhar em uma cartolina uma
mensagem para a turma; ao dar essa atividade os integrantes começam olhar
uma para a outra, e perguntar o que será feito; logo, cada indivíduo sai da sua
dimensão e vai para a dimensão “nós”; isto é, o indivíduo começa a conversar
com as pessoas pois tem uma tarefa a ser desenvolvida; logo a tarefa acaba
sendo um norte para a conversa. Na medida que a tarefa vai sendo desvolvida
vai correndo cada vez mais a integração do grupo.

Pré tarefa: ocorre quando há a divisão do grupo e é proposto a atividade,


sendo um planejamento inicial.

Tarefa: é todo o desenvolver da atividade (o que vai fazer, quem vai fazer e
etc). Provoca uma troca um diálogo é a construção conjunta de alguma coisa.

Tarefa explícita: é o que visualizamos da tarefa (a ação)

Tarefa implícita: é como cada integrante está envolvido com aquilo. (Gosta, não
gosta, acha chato)

Para Revere a participação precisa acontecer sempre em um grupo operativo.

Enquadre: regras básicas do grupo operativo (características do g.o)

Revere ressalta a participação de dois personagens no grupo operativo; aquele


que é o coordenador, que é o grande mediador do grupo; e uma pessoa que
está exclusivamente para observar; vendo quem está assumindo determinados
papéis; e etc. (o coordenador também observa, porém existe uma pessoa
exclusiva para isso)

Aprendizagem para revere tem haver com se abrir inteiramente para o novo, se
disponibilizar internamente para aprender alguma coisa.

A tarefa no primeiro momento é um desafio, e no segundo momento passa a


ser aquilo que faz com que o indivíduo se una com o grupo para chegar em um
objetivo comum.


Revere diz que o grupo operativo permite trazer o latente para o manifesto,
usando a ideia do cone invertido; onde na base do cone está o latente, e no
topo o manifesto;

Existe vetores que são colocados em ação para fazer com que o latente vá
subindo.

Revere tem uma base de psicanálise muito forte.

Ø Os fundamentos da tarefa grupal é superar e resolver situações fixas e


estereotipadas, possibilitando sua transformação em situações flexíveis,
que permitam questionamentos, favorecendo o debate, o dialogo, numa
lógica dialética. O grupo, através da realização de uma tarefa, ira
transpor do ponto “dilemático” para o ponto “dialético”.

Ø São os dois Medos Básicos com que trabalhamos permanentemente


nos grupos operativos: o medo á perda e o medo ao ataque.

O medo á perda determina o que Melanie Klein denominou “Ansiedades


depressivas”, e o medo ao ataque, as “Ansiedades paranóides”.

Anotação fala do professor:

Medo da perda = quando o indivíduo precisa deixar algum coisa (exemplo: sair
de um grupo, e ir para um novo) tem haver com abandonar determinadas
ideias, se abrir ao novo e etc; sendo então o medo de perder alguma coisa.

Medo do ataque= medo da crítica.

Esses dois medos são importantes, pois eles impedem que a espiral dialética
aconteça, os dois impedem que o grupo operativo chegue aonde deve chegar;
logo essas medos atrapalham em vez de ajudar.

Ø Uma tarefa consiste na elaboração das ansiedades. Na passagem da


pré-tarefa para a tarefa há um salto por somação quantitativa, através do
qual se estabelece uma relação com o outro. O projeto ou o produto
seriam aquelas estratégias e táticas que o grupo utilizou para produzir a
mudança.

Anotação fala do professor:

Tem pessoas que na pré tarefa demora, e tem outras que faz em 5 minutos. A
pré tarefa é um momento importante pois assim que se planeja a tarefa.

De forma geral a dinâmica de grupo serve para unir as pessoas; e avaliar o


crescimento de cada indivíduo.


A troca que acontece no grupo favorece a relação subjetiva, favorece que o
sujeito aprenda, se desprenda de si mesmo e etc.

Ø O trabalho produtivo é a razão de ser do grupo. Todos tem uma


atividade a desenvolver dentro do problema delimitado.

Ø Os grupos operativos se assemelham ao funcionamento de um grupo


familiar e sempre visam operar em uma determinada tarefa dividida em
quatro subtipos: Ensino-aprendizagem; Institucionais;
comunitários; terapêuticos.

Ø GRUPOS OPERATIVOS INSTITUCIONAIS:

Referem-se a grupos realizados em instituições em geral. Nas


empresas, o psicólogo organizacional desenvolve trabalhos com
colaboradores; nas escolas podem ser realizados grupos de pais, de
alunos e/ou de professores (ZIMERMAN, 2000).

Ø GRUPOS OPERATIVOS COMUNITÁRIOS:

Um exemplo clássico são os grupos na área de saúde mental, como


ilustra Zimerman (2000). Podem ser com adolescentes, gestantes,
líderes comunitários, etc.; de caráter preventivo, de tratamento ou
reabilitação.

Ø GRUPOS OPERATIVOS ENSINOAPRENDIZAGEM:

Zimerman (2000) resume essa modalidade em “aprender a aprender” (p.


91). • Parte-se do pressuposto de que a finalidade é a de treinar o grupo
para desenvolver uma tarefa comum.

Ø GRUPOS OPERATIVOS TERAPÊUTICOS:

Grupos de autoajuda:

Assim como os demais, essa modalidade grupal apresenta benefícios


terapêuticos. Segundo Zimerman (2000) possui esse nome porque
consiste de pessoas que apresentam o mesmo tipo de necessidades,
isto é, são considerados grupos homogêneos. Exs.: alcoólicos anônimos
(A. A.), narcóticos anônimos (N.A.) e neuróticos anônimos (N.A.).

Grupos psicoterápicos propriamente ditos:


Este item refere-se basicamente ao enfoque teórico-técnico ao qual
cada abordagem teórica está fundamentada: psicanalítica, cognitivo-
comportamental, psicodrama e sistêmica.

Ø É estabelecida uma articulação entre os sujeitos do grupo de modo que


a comunicação possa ocorrer com maior facilidade. A comunicação é
um fator fundamental para que ocorra a aprendizagem.

O VÍNCULO:
Ø O vínculo acontece quando o sujeito tornase significativo para o outro.

Ø O vínculo entre um sujeito e outro caracteriza uma relação biderecional.

Anotação fala do professor:

Revere postula que para ter vínculo é necessário ter uma relação; uma relação
de significância; ou seja, o vínculo só acontece quando o outro torna-se
significativo para o indivíduo. (A significância pode ser negativa)

O vínculo para revere não acontece quando os indivíduo são ideferentes um ao


outro.

Relação mútua entre os indivíduos para ter vínculo exemplo: gosto de Finlândia
e folenfonfis gosta de mim; agora se só um gosta, e o outro é indiferente não
existe vínculo.

Nada em dinâmica de grupo pode ser forçado. Ninguém deve ser obrigado a
fazer nada.

GRUPO OPERATIVO (FUNÇÕES):


Ø Esse tipo de grupo possibilita ações voltadas para:

A) Saúde;

B) Ensino;

C) Pesquisa;

D) Trabalho

Ø GRUPO OPERATIVO (TAREFA PRINCIPAL):

A principal tarefa do grupo operativo se resume em:


• Minimizar medos e romper com os estereótipos que dificultam os
processos de aprendizagem e comunicação;

• Promover mudanças e transformações.

Ø GRUPO OPERATIVO (TAREFAS):

• EXPLÍCITA: Aprendizagem, diagnóstico e tratamento.

• IMPLÍCITA: Modo como cada integrante vivencia o grupo.

• ELEMENTOS FIXOS: Tempo, duração, frequência, função do


coordenador e do observador.

Ø PRÉ-TAREFA, TAREFA E PROJETO (Início, Meio e Fim):

• Pré-Tarefa: Entrar ou não entrar de cabeça no grupo?

• Tarefa: Lutar contra si mesmo, medos de frustrações, tatear a tarefa, ou


seja, saber quais os caminhos precisam ser tomados (diz-se de uma
estratégia).
• Projeto: a ação; planejar o futuro. Objetivos que vão além do aqui e
agora. Fim do grupo, separação. Quem está pronto?

Ø GRUPO OPERATIVO FUNCIONAMENTO:

• PRÉ-TAREFA: Angustia inicial da tarefa, ansiedades e resistências


entram em jogo para lidar com o novo.

• DELEGAÇÃO DE PAPÉIS: Tarefas delegadas a cada um segundo suas


habilidades e competências;

• TAREFA - ATUAÇÃO DO LÍDER: Autocrática ou democrática o que


pode influenciar a criatividade.

• PROJETO: Estruturação das ações passo a passo (planejamento para a


concretização da tarefa.

Ø PAPÉIS NO GRUPO: O Sujeito modificando-se a si mesmo para


modificar o meio.


• O sujeito é ao mesmo tempo modificado pelo grupo e o modifica (agente
de mudanças);

• Papéis verticais: história pessoal de cada um (bagagem);

• Papéis horizontais: história vivenciada no grupo (denominador


comum);

Ø GRUPO OPERATIVO (PAPÉIS):

• LÍDER DE MUDANÇA: Componente que provoca, instiga a mudança;

• LÍDER DE RESISTÊNCIA: Componente que reage a mudança e prefere


opções mais conservadoras e conhecidas;

As duas lideranças são importantes, pois é no interjogo entre o novo e o


conhecido que as mudanças, as transformações e o crescimento individual e
grupal ocorrem.

• PORTA VOZ: Componente que traduz através de sua fala e ações os


sentimentos e ideias que circulam no grupo aparente ou não;

• BODE EXPIATÓRIO: Componente que recebe e aceita as cargas


negativas do grupo deixando-o mais leve e produtivo já que o grupo está
tendo onde projetá-las.

• SINTETIZADOR ou RADAR: Participante que consegue, ouvir, receber


e captar o que se passa no grupo expressando a síntese da discussão e
integrando o que foi apresentado mesmo que tenham surgido ideias
opostas o que é bem comum.

• SABOTADOR: Papel executado por pessoas invejosas e narcísicas,


que procuram criar obstáculos e prejudicam o bom andamento do grupo.
O sabotador representa a resistência à mudança, característica esta que
faz parte de qualquer processo psicoterápico, seja ele individual ou
grupal.

• APAZIGUADOR: É aquele papel conhecido como “colocar pano


quente”. Como afirma Zimerman (2000) é desempenhado por pessoas
que apresentam dificuldades de lidar com situações tensas, ou de
agressividade.


• INSTIGADOR: Executa o papel de instigador, conforme Zimerman
(2000), aquele membro do grupo que costuma fazer intrigas e que acaba
perturbando o campo grupal.

Ø Papeis funcionais: porta-voz; líder.

Ø Papeis disfuncionais: Bode-expiatório, sabotador.

AULA 09 (27/10/2021):
Aula 27/10/2021

Tudo começa a partir da liberdade, tudo começa a partir do livre conhecimento;


a própria ideia de pensar que é a essência da filosofia só é possível se a
pessoa for livre. Na psicólogia a liberdade é uma das preocupações essências
do ser humano; liberdade está ligada a autoconhecimento; autodeterminação e
etc.

A pessoa que renuncia a liberdade, de certa forma está renunciando a si


mesma!

Existe várias âmbitos de liberdade, sendo um conceito amplo.

Como alguns pensadores foi pensando a liberdade

Grécia antiga:

Na Grécia a liberdade estava diretamente ligada a busca daquilo que é bom,


justo e virtuoso, e a razão de alguma maneira governaria a vontade para que
isso acontecesse, e buscasse isso.

Sócrates:

Para Sócrates a pessoa que não domina seus sentimentos e pensamentos é


escravizado pelas suas paixões; logo a liberdade vem como autodomínio,
autocontrole.

Platão:

Para Platão a alma é aquilo que busca o que é puro, o que é bom. E o corpo é
dominado pelo sentidos; e a liberdade tem haver com a alma dominando o
corpo.

Aristoteles:

Aristoteles traz a possibilidade de escolher; onde quem mais tem possibilidade


de escolha é livre.


Santo Agostinho

Os parâmetros são delimitadores; embora o indivíduo seja livre, os parâmetros


são colocados previamente sob a sua decisão.

Tomas Hobbes:

Liberdade para ele é quando o indivíduo faz aquilo que quer, conforme seu
julgamento e razão. (Não existe regras, nem leis)

Rene Descartes:

Descartes diz que quanto mais o indivíduo entende claramente as


possibilidades e alternativas, mas fácil e mais livre é a decisão.

immanuel Kant:

Livre é aquele que põe as regras para ele mesmo; independente de ter regras
externas ou não, a própria pessoa define o que é bom ou mau.

Spinoza:

E livre a pessoa que faz aquilo que ela quer fazer, e não aquilo que os outros
quer que ela faça. Além disso, ele diz que a liberdade não é dada, e sim
conquistada, ela é uma possibilidade e não uma regra, logo é necessário que o
indivíduo lute pela sua liberdade.

Sartre:

Diz que o homem está condenado a ser livre; onde o indivíduo precisa lidar
com suas escolhas.

Não existe liberdade zero, nem liberdade infinita, pois por mais que a pessoa
seja livre, ela não pode fazer tudo que ela quer, ela está condicionada a
algumas regras externas ex: Se andar na rua pelado é preso. E também não
existe liberdade zerada, pois por mais que a pessoa esteja acorrentada, na
cadeia, na mente dela ela pode viajar para onde quiser. Enquanto a vida, há
liberdade em algum grau.

Existe limitações, porém não liberdade zerada.

Determinismo: o indivíduo acredita que não existe liberdade nenhuma; tudo


que o indivíduo faz da vida está pré determinado de alguma maneira. Maktub =
tava escrito, tinha que acontecer

Fatalismo: é um determinismo trágico;


A relação com o outro pode acabar aprisionando em vez de libertando.

Grupo - definição

Para revere o grupo é algo extremamente importante,sendo um contexto novo


que se forma e nesse contexto se pode desconstruir e criar significados,
vivenciando e reseginficando determinadas questões.

Vínculo

TEORIA DO VÍNCULO – Pichón Riviére:


Ø Ser relacional: Todo ser se relaciona ou interage através da assunção
ou delegação de papéis criando expectativas de um em relação ao outro
e determinando condutas sociais que são assinaladas desde o
nascimento.

Ø GRUPO (Definição): São organizações de indivíduos que possui


objetivos comuns e desenvolve ações na direção desses objetivos.
Grupo de indivíduos que possuem algum tipo de vínculo. = Aglomerado /
Reunião de pessoas

Ø O que é um grupo? O grupo é o contexto onde se pode reconstruir e


criar significados, vivemciar e re-significar questões, através da troca de
informações, do insight, da identificação e outros processos. (Afonso et
AL, 2009)

O grupo funciona como um campo de referências cognitivas e afetivas,


onde o sujeito se integra e se reconhece, podendo tanto bloquear
quanto estimular processos criativos e críticos. (Afonso et AL, 2009)

Ø Teoria dos grupos:

Grupo= instrumento de transformação da realidade;

Partilhamento de objetivos em comum;

Participação criativa e crítica;

Percepção de como interagem e se vinculam;

Grupo – rede vincular.

Ø “Todo conjunto de pessoas, ligadas entre si por constantes de tempo e


espaço, e articuladas por mútua representação interna, se propõe


explicita ou implicitamente uma tarefa, que constitui sua finalidade.
Podemos, então, dizer que estrutura, função coesão e finalidade, junto
com um numero determinado de integrantes, configuram a situação
grupal que tem seu modelo natural no grupo familair.” (Pichon Riviere, o
processo grupal, p)

Ø Teoria do Vínculo:

• A Teoria do Vínculo de Pichón Rivière tem como fonte principal a Teoria


das Relações Objetais de base psicanalítica, bastante utilizada no
discurso de Melaine Klein.

• Pichón estava interessado em por a prova a Psicanálise com


experiências de trabalho social.

• Ressalta a necessidade de complementar a investigação psicanalítica


com a investigação social, que orienta em uma tríplice direção:
psicossocial, sociodinâmica e institucional.

• Aborda o homem concebendo-o como uma totalidade integrada por


três dimensões: a mente, o corpo e o mundo exterior

Ø Fofocas de Melaine Klein:

• Ocupou-se das relações objetais nas primeiras etapas da vida. -


Estudou especificamente a dinâmica da vida emocional da criança
pequena e, por conseguinte, os mais primitivos mecanismos de defesa.

• Relações objetais: Capacidade inata do bebê de interpretar as


sensações corporais sob a forma de objeto;

• Interrelação do sujeito com seu mundo exterior e também a forma como


estas relações se organizam no mundo interno.

• Ex.: Seio = primeiro objeto com o qual a criança se relaciona e do qual


depende;

• Ex.: Objeto bom = gratifica, dá prazer, satisfaz. - Objeto mau = frusta,


causa dor e sofrimento

Ø Freud (falo) x Klein (seio):

• Freud:


Mecanismo de repressão;

Id, ego e superego;

Édipo aos 03 anos;

Superego após dissolução do Édipo;

Objeto- alvo das cargas pulsionais;

Interpretação das pulsões.

• Klein:

Mecanismo de dissociação

Partes: boa e má;

Édipo aos 08 meses;

Manifestação precoce do superego;

Relações entre objeto;

Interpretação das relações objetais.

Ø A teoria do vínculo considera o indivíduo como resultante do interjogo


entre o sujeito e os objetos internos e externos, em relação de interação
dialética, que se expressa através de certas condutas.

Ø O que é Vínculo?

• Vínculo = Unidade Mínima de análise da Psicologia Social

• O vínculo configura uma estrutura dinâmica em contínuo movimento


acionada por motivações psicológicas, cujo resultado é determinada
conduta que tende a se repetir tanto na relação interna quanto externa
com o objeto.

Ø Para ele o objeto da Psicologia Social não é o indivíduo, a pessoa ou o


sujeito em si, como na psicanálise ou na Psicologia geral, e sim o
vínculo que o sujeito pode estabelecer com outro sujeito.


Ø É o vínculo interno que condiciona muitos dos aspectos externos e
visíveis da conduta do sujeito. Os vínculos internos e externos se
integram.

Ø A partir da perspectiva de que toda Psicologia é Social, Henrique


Pichon-Rivière constrói a Teoria do Vínculo, referendando-o como o
esquema referencial fundamental e básico, definindo-a como vincular
e intravincular

Ø O vínculo faz parte da nossa vida, ainda na vida intrauterina quando


começa a nossa relação com o mundo externo. Nessa perspectiva,
começamos a estabelecer vínculos, inicialmente com a voz de nossos
pais (e familiares). Em casos, em que o parto traz algumas
complicações (c/ risco a mãe e o bebê), a criança pode ter a primeira
depressão, que pode ser amenizada através do primeiro vínculo com o
mundo externo que é com a sua mãe.

Ø Nunca existe um só tipo de vínculo, pois as relações que o sujeito


estabelece com o mundo são mistas e o paciente e o terapeuta são
concebidos como uma unidade dialética, atuando um sobre o outro. O
indivíduo é estudado basicamente dentro do grupo familiar, por sua vez
analisado dentro da sociedade na qual está inserido (investigação
institucional).

Ø De acordo com Pichón, para compreender o delírio, por exemplo, é


fundamental investigar o conjunto de forças que atuam no meio
familiar do qual emerge a doença mental. O delírio, assim, é
compreendido como uma tentativa de solucionar um conflito e
reconstruir seu mundo individual, principalmente o familiar, e o social.

Ø Características do Vínculo:

• O Vínculo é uma condição de sobrevivência;

- É impossível que o recém nascido sobreviva sem a assistência de um


“outro social”

• Em todo vínculo existe circuitos de comunicação e aprendizagem:

- Estes dois aspectos do vínculo constituem traços com que se


diferenciam o vínculo normal e o patológico.

- A patologia do vínculo tem a ver com os transtornos que se


apresentam no vínculo a nível de comunicação e a nível de apren.


• O vínculo é uma estrutura complexa:

- Relação de triangularidade

• A Estrutura Triangular é mutável ;

- Os elementos em jogo na estrutura do vínculo pode mudar.

• A Estrutura vincular é conflitiva:

- A nível de vínculo entre semelhantes, existe intrinsicamente uma


tensão agressiva, uma rivalidade imaginária

• Cada Vínculo tem uma significação própria:

- Cada vínculo se reveste de um significado particular para cada


indivíduo.

• O Vínculo tem uma relação com o Inconsciente:

- O Inconsciente pode ser entendido como a história dos vínculos


acumulados do sujeito.

Ø Os vínculos internos e externos estão integrados em um processo de


espiral dialética. Através da DG tornar explícito o implícito.

Ø A teoria do vínculo, propõe que em todo interior de um grupo as relações


internas que são caracterizadas pelos papéis e funções de cada um,
exigem ações que se completam com o modo de viver o grupo e
pertencer a ele. Nessa perspectiva, cada elemento do grupo familiar tem
papel a cumprir e, toda a sua forma de agir, comunicar, pensar e sentir,
influenciará no funcionamento desse grupo.

Por assim ser a dinâmica do grupo, os vínculos representam o status de


articulação interna dos membros da família, ou seja, a mãe é a mãe,
nunca poderá ser a tia, a não ser de seu sobrinho; mesmo que os tios
ocupem o lugar dos pais, mesmo que cumpram essa tarefa com
profundos laços amorosos, nada substitui os pais.

Ø Assim, podemos relatar várias situações que conhecemos de perto, e


que confirmam o poder que o vínculo exerce na nossa vida.


Alguém esquece o primeiro amor? Como esquecer dos amigos e,
quantos passaram pela nossa vida? O que se dirá, então, dos vínculos
maternais, paternais e filiais?

Por mais tumultuados e conflituosos que sejam, os vínculos são


espelhos que refletem a dinâmica do grupo.

Ø Adota e entende a Psicanálise como um método que teria as maiores


possibilidades de investigar em profundidade do ser humano questiona-
o quando não se verifica com um trabalho social paralelo.

Ø Para ele a construção de uma teoria sobre a doença psíquica não pode
prescindir da referência do homem em seu contato com o mundo
exterior. Para Pichón as relações do indivíduo com sua família, amigos,
seu objeto de amor, etc. entrariam em conflito com os fenômenos
narcísicos, assumindo uma posição mais dialética homem-sociedade.

Ø Considera que a investigação do ser humano deve se dar em três


dimensões: do indivíduo, do grupo (como estrutura) e da instituição (o
grupo com seu entorno) = Análise psicossocial.

Ø Ao estudar as relações de objeto indica como material de trabalho e


fonte permanente de observação a forma particular com que o indivíduo
se relaciona com os outros. Essas relações criam uma estrutura que é
particular para cada caso e para cada momento;

Ø Essa estrutura Pichón chama de vínculo. Trata-se de uma estrutura


complexa que inclui um sujeito, um objeto e a interrelação entre eles
com processos de comunicação e aprendizagem.

Ø Vínculo normal: quando ambos (sujeito e objeto) tem a livre escolha de


um objeto como resultado da diferenciação entre eles.

Ø Vinculo patológico: Não diferenciação e vínculo parasitário que pode


evoluir para uma simbiose.

Ø Os vínculos patológicos poderiam ser analisados a partir dos diferente


comportamentos que os indivíduos dariam forma a
qualidadeèestabelecem com os objetos dos vínculos.

Ø Assim o vínculo paranóico é caracterizado pela desconfiança e


reclamação dos outros. O depressivo pelo sentimento de culpa
permanente e o sofrimento; o obsessivo pela necessidade de controle e


ordem. Na neurose obsessiva o vínculo é caracterizado pelo controle do
outro. A desconfiança e a ansiedade seriam disfarçado por
determinados rituais.

Ø Todos os indivíduos tem mais de um tipo de vínculo. Em um grupo


esses diferentes tipos de vínculo aparecem.

Ø Trabalho psicossocial: Análise dos vínculos do paciente com os


membros da família. +

O estudo sociodinâmico: Análise das tensões existentes no grupo


familiar. +

E a análise institucional: Trata da pesquisa da história, a origem e a


estrutura dessa família.

Ex.: o surgimento da doença em um membro da família estaria


associado a totalidade do funcionamento da mesma.

Aula 10 (03/11/2021):

JACOB LEVY MORENO - CONTRIBUIÇÕES PARA A DINÂMICA DE


GRUPO:
Ø Bibliografia:

• Nasceu em Bucareste (Romênia), no ano de 1889;

• Quando tinha 05 anos de idade sua família se mudou para Viena;

• Moreno foi um psiquiatra romeno, de origem judaica, que estudou


medicina em Viena entre os anos de 1909 e 1917.

• No inicio da faculdade de Medicina reunia crianças formando grupos de


brincadeiras de improvisação;

• Depois trabalhou com um grupo de prostitutas, utilizando técnicas


grupais;

• Em 1912, fundou o teatro Vienense da espontaneidade, onde começou


a formar suas idéias da psicoterapia de grupo e do psicodrama.


• Em 1925 foi morar nos EUA onde desenvolveu e sistematizou suas
descobertas; a socionomia.

• Esta teoria de estudo se divide em sociometria, sociodinâmica e a


sociatria; socionomia é composta pelo estudo do grupo e suas
relações.

• Sociometria, pretende medir as relações entre os membros do


grupos, evidenciando as preferências e evitações presentes nas
relações grupais. Moreno desenvolveu o teste sociométrico com objetivo
de mensurar e visualizar as relações existentes em um grupo.

• A sociodinâmica busca entender a dinâmica de grupo.

• Sociatria trata as relações grupais utilizando três métodos: O


sociodrama, a psicoterapia de grupo e o famoso psicodrama.

• Moreno morre em 14 de maio de 1974, com 85 anos, pedindo para


gravar em sua sepultura: “aqui jaz aquele que abriu as portas da
psiquiatria á alegria”.

Ø Obra de Jacob Levy Moreno: suas principais obras: “quem sobreviverá?


As bases da sociometria”, “psicodrama”, “psicoterapia de grupo e
psicodrama” e “fundamentos do psicodrama”.

Anotação fala do professor:

Para moreno o teatro tira o indivíduo de rotina, e faz o desenvolver mais a


espontaneidade, a criatividade; além disso traz a a possibilidade de enxergar
outros personagens, se colocar no lugar do outro, e viver coisas que o
indivíduo nunca viveria por conta das escolhas que o mesmo faz; pela rotina de
vida.

Para moreno o teatro era um caminho terapêutico; moreno diz ainda, que o
psicodrama substitui a psicanálise com vantagens porque ele permite um tipo
de cartase, elaboração interna que a psicanálise nunca vai permitir.

Ø A teoria Socionômica de Moreno:

Socionomia significa o estudo das leis que regem as relações humanas.


Os principais ramos desta teoria são:

a) Sociodinâmica: estuda o funcionamento das relações interpessoais;


b) Sociometria: estuda a estrutura destas relações e mensuração das
relações entre as pessoas;

c) Sociatria: terapêutica das relações sociais.

• Psicodrama: tratamento através da ação dramática do protagonista em


grupo.

• Sociodrama: tem como protagonista sempre o próprio grupo.

• Psicoterapia de grupo: prioriza o tratamento das relações


interpessoais, inseridas na dinâmica de grupo.

Anotação fala do professor:

A socionomia é uma abordagem que visa o entendimento de tudo que


aconteceria nas relações grupais, tanto no nível mais macro quanto no nível
mais micro. A socionomia para moreno envolve 3 dimensões.

3 dimensões da socionomia:

Sociometria: uma espécie de alguns testes que moreno desenvolveu para


medir a intensidade das relações do grupo; onde a partir desses testes ele
conseguiria visualizar melhor as relações existentes em um grupo.
(Mensuração, técnico)

Sociodinamica: estudo aprofundado da dinâmica de grupo e dos processos que


acontecem em grupo.

Sociotria: Tem uma pegada mais terapêutica; existe o psicodrama e o


sociodrama.

Ø Sociometria:

É o conjunto de técnicas utilizadas para investigar, medir e estudar os


vínculos que se manifestam nos grupos. Sua principal técnica é o teste
sociométrico. Baseado nos conceitos de atração, rejeição e indiferença,
o teste sociométrico é o método de investigação que observa as redes
vinculares de um determinado grupo e indica a forma e a intensidade
com que se produzem. O teste revela uma estrutura psicológica das
relações interpessoais que, com freqüência, difere consideravelmente
das relações que os indivíduos têm oficialmente nos grupos.

Ø Sociodrama:


O sociodrama é definido como método profundo de ação que trata de
relações intergrupais e de ideologias coletivas. O sujeito de um
sociodrama é o grupo.

Por meio do sociodrama é possível intervir nos vínculos dos grupos


naturais (casais, famílias, comunidades) e/ou nos vínculos de grupos
instrumentais (grupos de trabalho, grupos de aprendizagem, grupos de
produção, equipes institucionais).

Ø Fundamentos Teóricos:

• Psicodrama é uma psicoterapia de grupo, em que a representação


dramática é usada como ferramenta para explorar psique humana e
seus vínculos emocionais.

• Utiliza como pontos básicos de sua teoria o conceito de espontaneidade-


criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal.

• A ação dramática permite insights profundos por parte do protagonista e


do grupo, a respeito do significado dos papeis assumidos.

• Para Moreno, toda ação é interação por meio de papéis.

• O psicodrama é uma metodologia de investigação e intervenção nas


relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou mesmo no
relacionamento de uma pessoa consigo mesma.

Introduzido por Jacob Levy Moreno no final da década de 20 como


terapia de grupo, com o objetivo de favorecer as relações vivas e
diretas com as emoções, sentimentos e fantasias do sujeito, graças
ás possibilidades expressivas que permeiam a representação teatral.

O psicodrama considera o exercício da espontaneidade e da


criatividade, a aprendizagem de papeis e o desenvolvimento das redes
relacionais como elementos facilitadores e transformadores do
desenvolvimento social e pessoal do ser humano.

Anotação fala do professor:

No sociodrama, existe uma dramatização de uma problemática social, ocorre


um planejamento (qual dinâmica vai aplicar, qual é a mais interessante em
termos de participação, quantas pessoas vai ter, etc).


Com o psicodrama, com a dramatização, obrigatoriamente o indivíduo sai do
seu comodismo, da sua rotina, e é obrigado a se colocar em outro eixo, em
outro lugar...

A ação dramática para moreno permite insights extremamente profundos, que


não se irá vê em outra técnica.

A espontaneidade e a criatividade é fazer com que o indivíduo pela primeira


vez saia do seu papel, da sua rotina e tenha quê espontaneamente
representar, dramatizar uma outra realidade.

Ø O PSICODRAMA PODE SER ENTENDIDO COMO: O TRATAMENTO


DO INDIVÍDUO ATRAVÉS DA AÇÃO DRAMÁTICA.

Ø Psicodrama e o Uso Grupal:

• Enfase na ação dramática, possibilitando a expressão dos sentimentos


verdadeiros.

• Enfraquecimento das resistências e exposição do inconsciente.

• Liberação do espontâneo-criativo e transformação da existência.

• O objetivo é "tentar recuperar cenicamente o momento em que um


papel, cristalizado e adoecido, ainda não era conservado, o instante em
que ainda estava situado no contexto que o engendrou", sem, no
entanto, buscar causas para tal.

Anotação fala do professor:

A aprendizagem de papéis ocorre porque as vezes o indivíduo está


condicionado, ele tem os seus papéis em exercícios (exemplo: o indivíduo não
tem o papel de chefe, mas na dramatização no psicodrama, ele pode assumir
esse papel que não tem hoje mas que pode ser trabalhado)

O desenvolvimento de redes relacionais ocorre porque é muito intenso as


trocas que vão acontecer com a pessoa que está apresentando e com os
outros que estão se vendo, se identificando dentro daquela possibilidade.

Através do psicodrama se tem todo corpo falando além da fala.

Ø AS RAÍZES DO PSICODRAMA:

• Psicodrama e Psicanálise: Moreno se opunha a psicanálise porque


segundo ele a psicanálise substituía o mistério da existência por um
esquema de transações irreais, e prometia a auto realização ao


paciente. Quando segundo moreno na realidade privava-o de encontrar
sua essência na vida. Por isso ele propunha substituir a psicanálise pelo
psicodrama.

Anotação fala do professor:

Moreno começou a duvidar um pouco de algumas coisas da psicanálise (ela


estava muito focada em inconsciente, projeções, mecanismos de defesa e etc,
e esquecia um pouco a existência real do paciente que era dramatizado, havia
uma promessa de autorrealização psicanalítica que ele acreditava que não
aconteceria) postula que a mesma tem um potencial muito reduzido em
relação ao psicodrama.

Na realidade privada, de encontrar a sua essência pela vida, era muito mais
fácil no psicodrama do que na psicanálise, é como se o psicodrama fosse mais
real, trabalhasse questões mais concretas, trabalhasse de uma forma mais
intensa do que na psicanálise que não permitia.

No psicodrama tem uma preparação, a execução propriamente dita, e o final


que é parte onde o indivíduo senta e conversa como foi fazer aquele papel e
como foi aquela dramatização.

O psicodrama não é somente uma dramatização não é só o teatro ali, e sim


quando se une teatro e psicologia, quando se pensa no potencial cênico para
trabalhar emoções subjetividade; trabalhar questões bem mais profundas do
ser humano.

Ø Espontaneidade: capacidade de agir de forma natural, congruente com


o momento e criativa.

Ø Tele: percepção e comunicação objetiva das situações e das relações


entre as pessoas.

Ø Empatia: capacidade de se colocar no lugar do outro em determinada


situação.

Ø Co-inconsciente: fantasias, vivências e sentimentos comuns a duas ou


mais pessoas no grupo.

Ø Matriz de identidade: características pessoais que se constiuem a partir


das vivências das primeiras relações. Esta possui três etapas de
formação que vão auxiliá-lo a criar as técnicas dramáticas.

Ø Co-Inconsciente e Co-Consciente:


• Exclusivos dos grupos referem-se ao inconsciente.

• Co-inconsciente: Fantasias e desejos vivenciados em conjunto, de


forma inconsciente.

• Co-consciente: Experimentação comum de idéias, de forma


consciente.

Anotação fala do professor:

Co inconsciente: quando o indivíduo se identifica com as fantasias os desejos,


o material inconsciente que está sendo colocado no palco.

Co consciente: o indivíduo tem uma indentificação com o que está


acontecendo. É uma troca com quem tá dramatizando e quem tá de fora, no
sentido da realidade.

Ø Matriz de identidade ou Placenta Social:

• Matriz de Identidade: lugar ou meio social onde a criança se insere e


convive desde o nascimento, relacionando-se com pessoas e objetos,
dentro de um contexto (átomo social).

Anotação fala do professor:

Matriz de identidade: (também chamado por moreno de “placenta social”) A


construção inicial, que tem haver com o lugar que o indivíduo vem, o meio
social, a família, as pessoas que convivemos é que servem de identidade para
quem somos. A construção dessa matriz, em primeiro momento acontece
quando a criança começa a perceber quem é ela é quem é o meio
(diferenciação do eu e do que tá fora).

• Primeiras fases do desenvolvimento:

1. Universo: matriz de identidade indiferenciada, em que o indivíduo se


confunde com o meio; matriz de identidade diferenciada, em que a
criança começa a perceber a diferença do "eu" e o ."fora" (meio).

2. Universo: começa a diferenciação entre realidade e fantasia,


desenvolvendo-se dois tipos de papel: (1) o social: ligado à realidade; (2)
o psicodramático: ligado à fantasia e à interioridade.

Ø Formação da Matriz de Identidade: 5 etapas

1) Fase indiferenciada ou momento da “técnica do duplo”;


2) Fase da relativa atenção ao outro ou momento da “técnica do espelho”;

3) Fase da ênfase da atenção no eu: técnica do espelho;

4) Fase da possibilidade de estar no papel do outro ou momento da


"técnica da inversão de papéis";

5) Fase da possibilidade do outro estar no seu papel: "técnica da inversão


de papéis".

Moreno: "É na matriz de identidade que surge o eu e suas ramificações,


os papéis. Os papéis são, então, precursores, anteriores ao surgimento
do eu, e não o contrário. A matriz de identidade começa com o universo
do bebê e vai se diferenciando em externo-interno, objetos-pessoas,... O
desenvolvimento dos papéis ocorre em momentos diversos do
desenvolvimento da matriz de identidade."

Ø Fases / Técnicas Dramáticas:

1. Indiferenciação Eu-Tu: como quando o criança precisa que alguém


faça algo por ela, porque ela ainda não consegue fazer. Esta é a técnica
do duplo.

2. Reconhecimento do Eu-Tu: como quando a criança se olha no


espelho e não se reconhece através da imagem. Esta é a técnica do
espelho.

3. Reconhecimento do Eu: é quando ocorre a tomada do papel do outro


havendo a inversão de papéis. Esta é a técnica da inversão de papéis.

Anotação fala do professor:

Matriz de identidade: (também chamado por moreno de “placenta social”) A


construção inicial, que tem haver com o lugar que o indivíduo vem, o meio
social, a família, as pessoas que convivemos é que servem de identidade para
quem somos. A construção dessa matriz, em primeiro momento acontece
quando a criança começa a perceber quem é ela é quem é o meio
(diferenciação do eu e do que tá fora).

Fase indiferenciada: onde o “eu” que esta fora ainda não existe.

Fase da relatividade atenção ao outro: o indivíduo começa a perceber quem


está a sua volta. (Principalmente à família)

Fase da ênfase dá atenção no eu: diferenciação do “eu” e do que está fora.


Fase da possibilidade de estar no papel do outro: possibilidade do indivíduo se
entender melhor através do outro.

Fase da possibilidade do outro sem estar no seu papel: aceitar que o outro
pode estar no seu papel.

O papel do terapeuta é sempre de facilitador, é sempre aquele que de alguma


maneira, faz com que os papéis ocorram livremente, acompanhando apenas o
processo.

Ø Principais etapas e técnicas do Psicodrama:

As técnicas são distribuídas a partir das três etapas básicas do processo


psicodramático:

- Etapa do aquecimento

- Etapa da dramatização

- Etapa do compartilhar

Ø Metodologia Psicodramática: Dividimos o Psicodrama em três etapas:


aquecimento (inespecífico e específico), dramatização e
compatilhamento.

• Aquecimento:

- Aquecimento inespecífico: iniciadores físicos, mentais, sociais e


expressivos. Servem para auxiliar o surgimento do tema emergente do
grupo.

- Aquecimento específico: delimitar a forma de trabalho com o tema


emergente.

• Dramatização: etapa onde o grupo participa terapeuticamente


compartilhando seus sentimentos e vicências.

• Compartilhamento: etapa indispensável para que as pessoas


compatilhem o que foi vivido no grupo.

Ø ELEMENTOS PRINCIPAIS DO MÉTODO PSICODRAMÁTICO:


Moreno, tomando do modelo teatral seus elementos, distingue ainda,
para a cena psicodramática, cinco elementos ou instrumentos:


• 1 - O Cenário:

"O espaço do cenário é uma prolongação da vida, mais além da vida


real. A realidade e a imaginação não se enfrentam, situam numa mesma
esfera.

• 2 - Os Personagens:

2.1 O Protagonista: representa a si mesmo, no cenário buscando seu


próprio universo. Trata do empenho de si mesmo, até o esquecimento
do papel, indo da ficção ao real. Liberdade de ação e espontaneidade.

2.2 - Ego-auxiliares: representa pessoas reais ou simbólicas do meio,


encarna qualquer dos personagens da vida do sujeito. "deve despojar de
sua vida privada e identificar-se com o suj. o mais completamente
possível". Se torna paciente e serve de personagem auxiliar, o que
evidencia e garante o compromisso do ego-auxiliar.

2.3- O Diretor: terapeuta, analista e diretor; Situa se no inconsciente de


cada membro. Deve ser presente e receptivo, vigilante e discreto. É ele
quem inicia, interrompe o jogo de forma delicada para não frustrar os
membros.

2.4 O Público: pode servir de ajuda ao paciente ou transformar-se ele


mesmo em paciente, servindo também de caixa de ressonância da
opinião pública. "as reações e observações do público durante a ação
são também espontâneas como as do paciente."

Ø Elementos da Dramatização:

• Cenário: espaço onde acontece a produção e nele podem-se


representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos, delírios,
alucinações.

• Protagonista: o protagonista pode ser um indivíduo, uma dupla ou um


grupo. E aquele que no Psicodrama protagoniza seu próprio drama,
representando a si mesmo e seus personagens

• Diretor: é o terapeuta que dirige o grupo ou a cena, orientando a


encenação e sugerindo determinados papéis, guiando o protagonista
para chegar à cena com espontaneidade.

• Público: é o grupo terapêutico.


Ø Regras, Técnicas e Métodos, Auxiliares Psicodramáticos:

• Sujeito: Paciente, cliente, protagonista encena seus conflitos, em vez de


falar deles. Pode se usar um veículo especial, ou seja o palco
psicodramático.
- O processo requer, um diretor (ou terapeuta chefe) pelo menos um ego
auxiliar treinado. O método pode ser realizado individual ou em grupo.

- Aqui e agora, presente ou no futuro.

- O sujeito deve encenar "sua verdade" como a sente e a percebe, de


maneira inteiramente subjetiva, sem se importar com o quão distorcida
ela possa parecer ao espectador.

- O processo não pode prosseguir, a menos que aceitemos o paciente


com toda a sua subjetividade.

- Nunca deixar o protagonista com a impressão de que ele é o único no


grupo a ter esse tipo de problema.

• Solilóquio: É um monólogo do protagonista exemplo o : " por que eu


não deixo cortar o meu cabelo mais curto outra vez? Cabelo comprido
dá tanto trabalho! Por outro lado, ele me cai muito melhor deste jeito, eu
não fico parecida com ninguém."

• Solilóquio terapêutico: É a retratação de diálogos e ações paralelas,


de pensamentos e sentimentos ocultos acompanhando pensamentos e
ações abertamente expressos.

• Auto apresentação: o protagonista apresenta - se mesmo, à sua mãe,


seu pai, seu irmão, etc. Ele desempenha todos esses papéis. de forma
inteiramente subjetiva, tal como os experimenta e percebe.

• Auto-realização: o protagonista representa, com a ajuda de alguns


egos auxiliares, os planos de sua vida, por mais remotos que estes
possam estar relativamente à situação atual. Por exemplo: ele hoje é
contador, mas durante muito tempo frequentou aulas de canto na
esperança de fazer parte de um conjunto de peças de comédia musical
durante o verão, planejando eventualmente tornar este o trabalho de sua
vida.


• Psicodrama alucinatório: o paciente encena as alucinações e delírios
que está tendo atualmente. O paciente representa as vozes que ouve,
os sons que emanam da cadeira onde se senta, as visões que tem,
quando, do lado de fora da janela, as árvores se transformam em
monstros que o perseguem. Os egos auxiliares são chamados a
encenar os vários fenômenos expressos pelo paciente, para envolvê-lo
na interação com eles, de tal modo que os coloque no teste de
realidade.

• Duplo: o paciente representa a si mesmo, e um ego auxiliar é solicitado


a representá-lo.

• Duplo múltiplo: o protagonista está no palco com vários duplos, cada


um representando uma parte do paciente: um fazendo o papel dele
agora; outro, como ele era há cinco anos; um outro, como ele era
quando, aos três anos de idade, ouviu pela primeira vez que sua mãe
morrera; outro, como ele será daqui a vinte anos. As múltiplas
representações do paciente estão presentes simultaneamente e atuam
em sequência, uma continuando onde a outra parou.

• Espelho: Quando o paciente for incapaz de representar a si mesmo em


palavras ou ações, um ego auxiliar é colocado no local da ação do
espaço psicodramático. O paciente ou os pacientes permanecem
sentados entre as pessoas do grupo. O ego auxiliar redramatiza o
paciente, copiando seu comportamento, procurando expressar seus
sentimentos em palavras e movimentos, mostrando ao paciente ou aos
pacientes, como num espelho, a maneira como os outros os percebem.
O espelho pode ser exagerado para estimular o paciente a se manifestar
e a transformá-lo de espectador passivo em participante ativo.

• Inversão de papéis: um paciente, numa situação interpessoal, por


exemplo coloca-se no lugar da mãe, e está fica no lugar do filho. Pode
ser a mãe real ou o ego auxiliar.

• Projeção de futuro: o paciente retrata na dramatização a maneira como


vislumbra seu futuro. Escolhe um ponto num dado tempo - ou é ajudado
pelo diretor a fazê-lo, bem como o lugar e as pessoas caso existam, que
espera terem se envolvido com ele à época.

Ø Onirodrama:

• Para Monteiro (1993), o onirodrama caracteriza-se como a possibilidade


de "reviver o sonho na ação dramática".


• Nesta técnica, a interpretação está no próprio sonho. A dramatização, de
acordo com Moreno, é a representação, no contexto dramático, das
imagens conflitivas do mundo interno do protagonista, onde tudo ocorre
"como se" fosse real.

• O sonho tem como característica uma sucessão de imagens, onde o


sonhador tem participação ativa, tanto como protagonista, quanto como
observador.

• Teoricamente, qualquer sonho pode ser dramatizado, mas três tipos são
mais importantes e podem ser dramatizados: os pesadelos, os
repetitivos e os focais.

• Ao se montar uma cena partindo de um conteúdo manifesto, o sonhador


pode ir associando livremente e, na operacionalização das técnicas
clássicas, sentimentos podem ser desvendados, imagens podem ser
multiplicadas, e elementos podem ser ocultos, maximizando detalhes,
amplificando-os, levando o paciente a recordar outros sonhos.

• O objetivo é levar o paciente a alcançar novas dimensões da


consciência, com vistas no presente, no passado e no futuro.

• Moreno enfatizava que se deveria propor a dramatização imediata, antes


de qualquer iniciativa oral, pois, ao relatar seu sonho, o indivíduo vai
preenchendo lacunas, podendo até "maquiar" conteúdos conflitivos
importantes.

• O onirodrama, portanto, não pretende esgotar a interpretação onírica a


nível dramático, visto que considera inconsciente. a
pluralidade/multiplicidade do

• Não há interpretação completa, não há onirodrama acabado ou


encerrado. Uma cena pode nos remeter a outras cenas, infinitamente,
acompanhando o fluxo criativo da imagens.

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