Você está na página 1de 4

1) O que é a anamnese e que profissionais podem utilizá-la?

É uma extensa entrevista sobre a história de vida da pessoa, um tipo de entrevista para se
investigar a história do examinando, ou seja, os aspectos relevantes para o entendimento
da queixa. A anamnese não é uma técnica exclusiva do psicólogo, na área de saúde, ela é
amplamente utilizada para o entendimento de fatores envolvidos no processo
saúde-doença.

2) Qual é a importância de se realizar uma boa anamnese e quantas sessões são


destinadas à ela?

Uma boa realização da anamnese é crucial para o levantamento de informações


cronologicamente que guiam a tomada de decisão de como prosseguir com a avaliação
psicológica, entretanto, ela também é um recurso limitado, já que é quase impossível coletar
todos os dados da vida do avaliando em uma entrevista. Em relação a duração, não há uma
regra sobre quantas sessões devem ser destinadas à entrevista de anamnese. Costuma-se
tirar o tempo de uma sessão, e se posteriormente tiver necessidade de checar informações
adicionais, solicita-se ao avaliando ou seu responsável que respondam as dúvidas que
tenham surgido.

3) Como escolher a(s) fonte(s) de informação para a entrevista de anamnese e como


lidar com informações divergentes?

Cabe ao profissional selecionar as questões relevantes de acordo com os objetivos da


entrevista, de modo a distinguir o que é fundamental daquilo que pode ser omitido na
investigação. Uma forma de lidar com informações divergentes é por meio de controle da
história.

3) Quais cuidados o profissional deve ter em relação a cronologia da história de vida


do avaliando?

Nem sempre a cronologia da história está clara, fazendo com que exponham suas ideias e
pensamentos de forma não organizada. O psicólogo pode auxiliar nessa etapa utilizando o
controle da história, por exemplo perguntar ‘’isso foi antes ou depois dela caminhar?’’ e etc.

4) Como um roteiro de anamnese pode ser usado pelo psicólogo?

A anamnese geralmente é feita em forma de entrevista semiestruturada, ou seja, há um


roteiro prévio contendo aspectos essenciais a serem abordados para orientar algumas
perguntas, e esse roteiro vai sofrendo adaptações durante a entrevista. O psicólogo tem
flexibilidade para adequar as questões ao background socioeducacional do informante, bem
como para adicionar perguntas que considere relevantes. Pode-se também fazer
adaptações no roteiro, de modo a deixar de questionar aspectos percebidos como não
passíveis de resposta ou questões que já foram respondidas em um momento anterior.

5) Como é possível realizar uma anamnese sem a presença do avaliando?


Deve ser recolhido as informações possíveis com pessoas que conviveram com o
avaliando, caso faça parte de alguma instituição buscar informações do sistema e durante
as sessões usar a criatividade para captar o que for possível.

6) Quais aspectos podem tornar quase impossível a coleta de todas as informações


relevantes sobre a vida do avaliando em uma entrevista?

O fato das informações serem filtradas pela percepção de quem é entrevistado, e por vezes,
sujeitas a falhas em virtude de resistência, esquecimento, distorções, omissões ou
manipulações intencionadas. Além disso, nem sempre o psicólogo está ciente de todas as
questões a serem tratadas, sendo necessário retomá-las nas sessões posteriores do
processo de psicodiagnóstico.

7) Quais são as habilidades apontadas no texto como necessárias ao psicólogo na


anamnese e que cuidados são destacados em relação ao registro que deve ser feito?

O psicólogo precisa ter habilidades para perguntar, escutar, prestar atenção no informante e
anotar o que ele diz. As respostas do entrevistado devem ser anotadas com exatidão e,
preferencialmente, nas palavras dele, a fim de se evitar interferências da interpretação do
psicólogo no registro. Anotar ao mesmo tempo em que se escuta pode ser desafiador,
podendo-se perder informações da observação e causar certo distanciamento do
informante. Confiar na memória e anotar tudo após a sessão pode ser arriscado, pois as
informações serão filtradas pela escuta do psicólogo, perdendo-se partes importantes da
fala do informante. Uma alternativa pouco utilizada é a gravação em áudio da entrevista de
anamnese. As principais vantagens dessa forma de registro são a fidedignidade dos dados
coletados, podendo-se rever a gravação e confirmar todos os detalhes quando se tem
dúvidas.

8) Quais são os aspectos comuns a todas as entrevistas de anamnese?

Outros aspectos comuns a todas as entrevistas de anamnese incluem:


(a) evolução da queixa, ou seja, há quanto tempo o avaliando apresenta o problema e se
teve momentos em que ele foi mais ou menos comprometedor;
(b) histórico de tratamentos de saúde atuais e pregressos;
(c) uso de medicamentos;
(d) efeitos do problema sobre o funcionamento psicossocial do paciente no momento atual;
(e) percepção do examinando em relação à queixa.

Entretanto, alguns aspectos se tornam mais ou menos importantes do que outros


dependendo da idade, o que implica a necessidade de adaptar as questões da anamnese a
essas especificidades.

9) Destaque alguns aspectos relevantes a serem observados em diferentes grupos


etários.
A entrevista de anamnese não segue a mesma estrutura para pessoas de diferentes grupos
etários. Alguns aspectos são sempre examinados, independentemente da idade, como a
configuração e as relações familiares, o número de pessoas da família imediata e a
ocupação de cada membro, as características do ambiente doméstico, a rede de apoio do
avaliando e as questões referentes à queixa. Recomenda-se que seja feita uma
investigação da posição do avaliando no sistema familiar, que pode ser ilustrada por meio
de um genograma – uma representação gráfica da família. tar as questões da anamnese a
essas especificidades. Na anamnese de crianças, a avaliação da história pré e perinatal e o
alcance dos marcos do desenvolvimento têm uma importância central. Outros aspectos
bastante importantes a serem considerados na anamnese da criança referem-se à
amamentação e ao desmame, à alimentação, à qualidade do sono – incluindo informações
sobre com quem a criança dorme, se ela tem o próprio quarto, entre outras – e a sinais
específicos, como chupar os dedos, roer as unhas, enurese, encoprese, explosões de raiva,
tiques, medos excessivos, pesadelos, fobia, masturbação e crueldade com animais. A
entrevista de anamnese com adolescentes deve considerar as diversas mudanças que
ocorrem nessa fase, especialmente as hormonais, físicas e relacionadas à formação da
identidade. Deve-se dar atenção especial à socialização, ao interesse em relacionamentos
íntimos, às questões relacionadas à sexualidade, ao histórico escolar e aos problemas
específicos dessa fase da vida. Na anamnese com adultos, o desenvolvimento nas fases
anteriores da vida é investigado em termos da possível ocorrência de problemas pregressos
relevantes, sem grande detalhamento. As questões mais importantes referem-se às
demandas desenvolvimentais esperadas nos âmbitos sexual, familiar, social, ocupacional e
físico. Na anamnese com idosos, é importante considerar aspectos do envelhecimento e
perdas ocorridas ao longo da vida que possam estar relacionadas à queixa.

10) Quais questões mais gerais são sugeridas no texto para cada grupo etário para
evitar que a anamnese fique muito extensa?

Para que a anamnese não fique muito extensa, o psicólogo não precisa perguntar sobre
esses fatores um a um, mas pode fazer uma questão mais geral sobre se houve algum
problema em determinada área e explorar respostas positivas do informante.
Recomendamos a utilização de um roteiro básico, que deve permitir a inclusão ou a
redução de questões de acordo com as informações que vão sendo coletadas na entrevista.

1) Quais as implicações da escolha dos instrumentos e técnicas no


psicodiagnóstico?

Necessita-se fazer uma boa escolha dos instrumentos e técnicas no psicodiagnóstico, já


que o descuido na escolha, o mau uso de instrumentos ou mesmo o não uso de técnicas
apropriadas em diferentes etapas do psicodiagnóstico podem ter como consequências
conclusões e encaminhamentos inapropriados, repercutindo negativamente na vida do
avaliando.

2) Qual é a importância das hipóteses no psicodiagnóstico? Em que momento são


elaboradas e podem ser confirmadas?

As hipóteses são de extrema importância no processo psicodiagnóstico, já que são através


delas que o profissional poderá se orientar na escolha do que será utilizado durante o
psicodiagnóstico. As hipóteses podem ser diversas, e serão elaboradas no decorrer do
processo, podendo ou não serem confirmadas até que se chegue no diagnóstico final.

3) O que é considerado um teste e quais as implicações e preocupações do psicólogo


quanto a sua escolha?

Teste é um instrumento ou procedimento por meio do qual se obtém uma amostra de


comportamento de um indivíduo em um domínio específico. A escolha dos testes deve ser
realizada sempre de forma individualizada, ou seja, para o nosso paciente, outro cuidado
importante na escolha dos instrumentos está relacionado com as características do próprio
psicólogo. Ele precisa escolher os instrumentos sobre os quais tem domínio de aplicação e
interpretação dos resultados. Além disso, o profissional deve também considerar suas
limitações pessoais, sejam elas físicas, perceptuais ou cognitivas.

4) Como proceder caso não haja instrumentos disponíveis e como ficam os


resultados nesse caso?

Caso não haja instrumentos disponíveis, podemos utilizar técnicas ou tarefas com
o objetivo de entender melhor o paciente. Em tais situações, como não há um
padrão de aplicação e análise, é ainda mais indispensável um bom embasamento
teórico, que guiará a estratégia de avaliação. Ainda, há situações em que não há
instrumento algum, sendo o psicólogo o principal instrumento. Por isso, ter
habilidade em diversas técnicas de entrevista, conhecer recursos acessíveis para
as diferentes faixas etárias, ter habilidades interpessoais para o levantamento de
demandas junto a pessoas próximas essenciais ao entendimento do caso ou
mesmo profissionais envolvidos são condições para fazer uma boa avaliação.

5) Quais são os 3 passos para a escolha dos instrumentos? Descreva de forma


sucinta.

De forma mais didática, podemos dizer que a escolha de instrumentos deve considerar os
seguintes passos: 1) o que quero avaliar?; 2) quais os instrumentos e técnicas disponíveis
que avaliam isso que quero saber considerando a idade do avaliando?; e 3) sei usar tais
instrumentos e técnicas?.

Você também pode gostar