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1. Leia em casa as três cenas iniciais de Frei Luís de Sousa.

1.1 Na aula, se a professora lhe solicitar a leitura de um excerto, deve fazê-lo expressivamente.

2. Releia a didascália inicial, que descreve o local onde se situa a ação do Ato Primeiro.

2.1 O que se pode concluir sobre a condição social das personagens que habitam neste espaço?
Justifique.

Concluímos que a casa pertence a uma família portuguesa nobre, abastada e culta, pois a
cena em causa decorre numa sala de um palacete ou de um solar decoradora luxuosamente
com (pelo menos) um quadro, mobília elegante, porcelanas, livros, etc. Também o retrato do
cavaleiro sugere essa ideia.

Cena I

3. Caracterize o estado de espírito de D. Madalena a partir das primeiras falas da personagem. Cite
expressões e frases do texto que o comprovem.

Inquieta, ansiosa, perturbada.

3.1 Explique o papel que os dois versos do episódio de Inês de Castro d'Os Lusíadas desempenham
neste início da peça.

Os versos sugerem um paralelismo entre alguns aspetos da vida de Madalena e de Inês de


castro: a ilusão de felicidade, o receio e o medo que algo arruíne a sua vida.

Cena II

4. Na Cena II, o leitor conhece ou ouve falar sobre as personagens centrais da peça.

4.1 Explicite a principal função que a Cena II desempenha na peça.

Esta cena dá informações ao leitor/espetador sobre as personagens, a época em que vivem e


a situação em que se encontram. Apresenta também os problemas que as perturbam e o seu
estado de espírito.

4.2 Resuma o que ficamos a saber sobre o passado de D. Madalena e de Telmo nesta cena.

D. Madalena, aristocrata, esteve casada com D. João de Portugal, que foi dado como morto
na batalha de Alcácer-Quibir. Passados sete anos, desposou D. Manuel de Sousa Coutinho e
desta união nasceu a filha maria. Telmo é o aio de Madalena e fora também fiel servidor de
D. João de Portugal.

4.2.1 Identifique os acontecimentos que tiveram lugar vinte e um e catorze anos antes da
ação da peça.

Há 21 anos deu-se a batalha de Alcácer-Quibir onde desapareceu D. João de Portugal


e há catorze anos, Madalena desposou Manuel de Sousa Coutinho.

4.2.2 Caracterize a relação que existe entre Telmo e D. Madalena. Transcreva expressões
que a ilustrem.
Telmo é o aio de D. Madalena, que a conheceu quando ela casou com D. João de
Portugal de quem ele era aio. Criou uma forte relação de amizade com ela e foi o seu
suporte quando ela enviuvou, permitindo-lhe por isso uma grande liberdade na forma
como lida com ela. (ll. 96-107)

4.3 Explique a hipótese que Telmo levanta sobre o que terá sucedido a D. João de Portugal.

D. João de Portugal poderá não ter morrido em Alcácer-Quibir e estar vivo.

4.3.1 Explicite a semelhança entre a crença de Telmo e o que pensavam então muitos
portugueses sobre o que teria sucedido a D. Sebastião em Alcácer-Quibir.

Também muitos portugueses acreditavam que D. Sebastião não tinha morrido na


batalha e que estaria vivo e regressaria um dia a Portugal.

4.3.2 Caracterize o sentimento que Telmo nutre, neste momento da peça, por D. Manuel de
Sousa Coutinho. Justifique.

Sente respeito e admiração, mas não lhe tem a mesma estima nem grande devoção,
pois acha que ele não é digno de ocupar o lugar de D. João de Portugal-

4.4 Explicite a preocupação que D. Madalena e Telmo revelam sobre Maria.

Ambos receiam pela saúde de maria. Madalena receita, também, que o seu primeiro marido
esteja vivo, colocando assim maria em risco de desonra, pois seria filha ilegítima e do pecado.

Cenas II a V

5. Na Cena III, surge Maria.

5.1 Caracterize esta personagem a partir da leitura das Cenas III, IV e V.

Mária tem 13 anos, nobre, impulsiva, espontânea, sonhadora, precoce, doente, culta,
profética (pretensamente).

6. Indique o motivo por que desagradam a D. Madalena as referências que Maria faz a D. Sebastião?

Estas referências recordam a D. Madalena a possibilidade de D. João estar vivo. Além disso, como
os castelhanos dominavam Portugal naquela altura, era perigosa e subversiva aquela ideia.

7. A situação política em que Portugal se encontra pode levantar um problema a esta família.

7.1 Explicite em que consiste esse problema tendo em conta a posição política de D. Manuel.

Portugal encontra-se sob domínio dos espanhóis, mas D. Manuel manteve-se file à ideia da
independência do reino português. Isso faz dele um opositor político que lhe pode trazer
problemas.

8. Explique o acontecimento que, na Cena V, deixa D. Madalena preocupada e adensa a tensão neste
primeiro ato.

A ida dos governadores (ao serviço do governo espanhol) para Almada, a fim de se alojarem no
palacete da família, representa uma nova preocupação para Madalena.
Cenas VI a VIII

9. Identifique um presságio presente na Cena VI e explique o acontecimento que antecipa.

O aparte de frei Jorge nesta cena sugere que a sobrinha, que está com um ouvido apuradíssimo,
pode estar minada pela tuberculose. Este sinal pressagia a morte de Maria.

10. Interprete a entrada súbita e enérgica de D. Manuel em palco na Cena VII.

Representa a tensão e a inquietação da personagem e antecipa o ato enérgico e resoluto de


incendiar a sua casa.

10.1 Identifique o estado de espírito de D. Manuel nesta cena e interprete-o.

D. Manuel está revoltado e indignado porque os governadores do Reino vêm hospedar-se em sua
casa e ele, como patriota, opõe-se a essa decisão.

11. Caracterize a personagem de D. Manuel de Sousa a partir deste primeiro ato.

D. Manuel é um nobre de carácter, íntegro, determinado, patriótico, honrado e corajoso. É


também um marido dedicado e um pai afetuoso.

12. Explique a frase «Há de saber-se no mundo que ainda há um português em Portugal.».

A frase significa que nem todos os portugueses aceitaram a dominação espanhola do Reino e
explica a insurreição de D. Manuel, que irá desobedecer aos governadores e ao rei.

Cenas XI a XII

13. Interprete a decisão tomada por D. Manuel de incendiar a sua própria casa.

D. Manuel pretende mostrar que não se submete ao poder de Espanha. O fogo é também uma
luz •* que procura encorajar o povo à subversão.

14. Identifique o recurso estilístico presente na primeira frase de D. Manuel na Cena XII (ll. 532-534)
e comente a sua expressividade.

Trata-se de uma ironia. Nas suas palavras, D. Manuel afirma que aceita a vinda dos governadores;
mas o ato de destruir a demonstra a sua oposição. A ironia verbaliza a subversão (revolta) da
personagem e contrasta o que os governadores esperavam que D. Manuel fizesse (submeter-se) e
o que ele faz(insurge-se).

1. Atente nas indicações cénicas que são apresentadas no início deste segundo ato. Explicite o contraste
entre este espaço e aquele em que decorre o Ato Primeiro.

Enquanto o primeiro ato se desenrolava numa câmara decorada de acordo com o gosto da época
em que decorre a ação, o segundo ato decorre no palácio de D. João de Portugal, cuja decoração
anacrónica aponta, desde logo, para um regresso ao passado. Além disso, enquanto a casa de D.
Manuel de Sousa Coutinho se encontra decorada com «luxo e elegância», transmitindo uma
imagem de aparente bem-estar e de felicidade, o palácio de D. João tem um aspeto «melancólico e
pesado». Este contraste é acentuado pelo facto de o primeiro espaço ter duas janelas que abrem
para o Tejo, transmitindo uma ideia de abertura ao exterior, enquanto o segundo espaço é, de
certa forma, potenciador de claustrofobia, como é possível verificar pelos reposteiros que cobrem
as portas e pelo facto de a tribuna do salão comunicar com a capela. De destacar ainda o facto de
o retrato de D. Manuel de Sousa Coutinho, que surge em destaque no cenário do primeiro ato, ser
agora substituído pelos retratos de D. Sebastião, de Camões e de D. João de Portugal.

1.1 Explique de que forma as características deste espaço podem ser consideradas um presságio
do desenlace da peça.

A ida para o palácio de D. João de Portugal indicia um regresso ao passado, o que funciona
como um presságio de que as personagens e acontecimentos desta época — que D. Madalena
tenta, em vão, esquecer — voltarão para perturbar a vida daquela família.

Cena I

2. Identifique a distância temporal que medeia entre os acontecimentos dos Atos Primeiro e Segundo.

A ação do Ato Segundo decorre oito dias depois da do Ato Primeiro.

3. Tendo em conta a globalidade da cena, explicite o motivo por que Telmo se mostra relutante perante
a insistência de Maria em conversarem naquela sala.

A relutância de Telmo perante a insistência de Maria em conversarem naquela sala deve-se ao


facto de ser neste local que se encontrava o retrato de D. João de Portugal. Com efeito, o escudeiro
tinha receio de que a menina descobrisse quem era esta figura e que havia a hipótese de ele não
estar morto — e, portanto, de ela ser fruto de um casamento ilegítimo. É por esse motivo que hesita
muito em responder a Maria quando esta o interroga acerca da identidade da figura retratada —
«Esse é... há de ser... é um da família destes senhores da casa de Vimioso, que aqui estão tantos».

4. Enuncie as razões por que D. Madalena e Maria reagiram de forma diferente ao incêndio do palácio.

Maria considera que o incêndio foi um gesto patriótico e, por esse motivo, olha para o gesto do pai
com enorme admiração. Em contrapartida, D. Madalena encara a destruição do palácio
decorrente do incêndio como um presságio de que uma tragédia se abaterá sobre a família. Por
essa razão, é acometida por uma profunda inquietação, que a impede de dormir durante várias
noites.

5. Explique de que forma assistimos, nesta cena, a uma inversão dos papéis entre mãe e filha, em relação
aos presságios de desgraça.

No ato anterior, D. Madalena, apesar de viver aterrorizada pelos seus medos e pelos agouros de
Telmo, procurava transmitir a ideia de que não acreditava em presságios para tranquilizar a filha.
No início do segundo ato, os papéis invertem-se; o pânico de D. Madalena aquando da mudança
de casa impedira-a de manter a aparência de tranquilidade que assumira perante Maria. Agora,
é a filha quem assume o papel de adulta, fingindo não acreditar em agouros para tranquilizar a
mãe.

6. Indique os motivos de Telmo manifestar, nesta cena, uma mudança de opinião em relação a D. Manuel
de Sousa Coutinho.

Embora anteriormente Teimo reconhecesse algumas qualidades em D. Manuel de Sousa


Coutinho, não o considerava seu amo, porque, na sua opinião, aquele viera usurpar o lugar que
pertencia a D. João de Portugal. Por esse motivo, o escudeiro atormentava continuamente D.
Madalena com a alusão a presságios que apontavam para o regresso do seu primeiro marido, que
voltaria para castigar uma família que considerava ilegítima. Contudo, neste momento, Teimo fica
aterrorizado com a hipótese de que aconteça algo que ponha em causa a integridade da própria
família. Com efeito, o incêndio leva-o a mudar de opinião em relação a D. Manuel de Sousa
Coutinho: o escudeiro apercebe-se de que o seu novo amo tem «alma de português velho», isto é,
de que, à semelhança do que acontecia com os portugueses das gerações anteriores, é um homem
patriota, honrado e corajoso, que não hesita em abdicar de tudo o que tem para mostrar a sua
revolta contra um governo que considera ilegítimo, por estar ao serviço de Castela. Assim, o
escudeiro mostra-se profundamente arrependido por não ter dado anteriormente o devido valor
a D. Manuel.

7. Explique o significado das seguintes palavras de Telmo: «era desculpar com a vilania de uma mentira
o generoso crime por que o perseguem».

Esta frase significa que, caso D. Manuel optasse por mentir, dizendo que o fogo se ateara
acidentalmente, poderia ser ilibado mais rapidamente, mas esta atitude levaria a que o seu gesto
patriótico perdesse grandeza.

8. Explicite a relação simbólica que é possível estabelecer entre os retratos de D. Sebastião, de D. João
de Portugal e de Camões.

É possível associar simbolicamente os retratos de D. João de Portugal e de D. Sebastião, dado que


ambos foram dados como mortos na batalha de Alcácer-Quibir, sem que, no entanto, em qualquer
dos casos, a morte tivesse sido confirmada. Assim, a possibilidade do regresso de um está
simbolicamente associada à esperança do regresso do outro. Quanto ao retrato de Camões,
evidencia a ligação de D. João de Portugal e de D. Sebastião a uma época de glória passada, que
foi cantada pelo poeta na sua epopeia e que contrasta com o presente, em que Portugal se encontra
sob o domínio filipino.

9. Relacione a imagem de Luís de Camões transmitida nesta cena com as marcas de


Romantismo presentes em Frei Luís de Sousa.

Camões é apresentado como um poeta incompreendido, que, apesar de ter escrito Os Lusíadas,
acabou por morrer na miséria. Esta imagem coaduna-se com a do poeta romântico, que era
apresentado como um indivíduo em permanente conflito com uma sociedade que não o valoriza.

Cena II

10. Explicite o que leva D. Manuel a dizer a Maria «Eu não quero que tu penses.».

A doença de Maria (a tuberculose) leva os pais a pedirem-lhe, por várias vezes, como sucede aqui, que não pense tanto. Com efeito,
consideravam que a reflexão em excesso e o estudo a debilitavam ainda mais.

11. Considere o seguinte excerto do texto:

«Manuel — […] Poetas e trovadores padecem todos da cabeça… e é um mal que se pega.

Maria — E então para que fazeis vós como eles?… Eu bem sei que fazeis.»

11.1 Relacione o excerto com o facto de este texto dramático se intitular Frei Luís de Sousa.

O texto intitula-se Frei Luís de Sousa porque D. Manuel de Sousa Coutinho, ao ingressar no
convento, adotará este nome. Mais tarde, virá a assumir-se como um dos mais importantes
prosadores da língua portuguesa. No excerto transcrito, é já visível o interesse de D. Manuel
de Sousa Coutinho pela literatura.

Cena III
12. Explique de que forma D. Manuel procura contrariar, na primeira fala, a valorização que Maria faz
do oculto.

D. Manuel de Sousa Coutinho procura persuadir a sua filha de que não faz sentido acreditar em
presságios, dizendo-lhe que a única coisa que não se pode explicar é a Fé; tudo o resto deve ser
analisado à luz da razão.

13. Identifique, nesta cena, presságios do desenlace.

Nesta cena, é possível entrever presságios do desenlace da intriga no facto de D. Manuel de Sousa
Coutinho se comparar, ironicamente, a um pregador. Além disso, faz ainda referência ao facto de
a casa comunicar com o convento, afirmando que «[p]ara frades de S. Domingos não [lhes] falta
senão o hábito...» e que têm «todos [os] bons padres de S. Domingos como de portas adentro.».
Finalmente, o facto de Maria, após o pai lhe relembrar que, se D. João estivesse vivo, ela não
existiria, proferir uma exclamação que indicia angústia pode ser entendido como uma premonição,
por parte desta personagem, de que poderá suceder algo que tornará ilegítima a sua existência.

14. Enuncie os sentimentos que D. Manuel manifesta nesta cena em relação a D. João de Portugal.

D. Manuel mostra grande respeito e admiração por D. João de Portugal: «nem lhe cabiam na tela
as nobres qualidades de alma, a grandeza e valentia de coração, e a fortaleza daquela vontade,
serena mas indomável, que nunca foi vista mudar.»

Cena IV

15. Explicite o motivo por que Frei Jorge cumprimenta Maria dizendo «Ora alvíssaras, minha dona
sobrinha!».

Esta expressão era pronunciada quando alguém pretendia obter uma recompensa por trazer boas
notícias; neste caso, Frei Jorge fá-lo metaforicamente, para anunciar a Maria que lhe traz a boa
nova de que os governadores perdoaram a seu pai o facto de ter incendiado o palácio.

16. Indique a razão por que Frei Jorge pede a D. Manuel que o acompanhe a Lisboa.

Frei Jorge pede a D. Manuel que o acompanhe a Lisboa porque desejava que ele integrasse a
comitiva que traria o arcebispo para Almada, como forma de mostrar a sua gratidão por este ter
persuadido os outros governadores a perdoarem-lhe a afronta.

Cena V

17. Explique a reação de D. Madalena quando se apercebe de que é sexta-feira.

Quando D. Manuel diz que é sexta-feira, D. Madalena fica aterrorizada, pois este dia era
considerado aziago.

18. Enuncie os argumentos que são apresentados para persuadir D. Madalena a aceitar a ida do marido
e da filha a Lisboa.

D. Manuel de Sousa Coutinho explica a D. Madalena que, por uma questão de gratidão, deveria
ir a Lisboa para acompanhar o regresso do arcebispo no seu percurso para Almada. Além disso,
acrescenta que estará em casa ao anoitecer e que, posteriormente, não sairá de ao pé da mulher
durante o tempo que ela desejar. Quanto a Frei Jorge, oferece-se para fazer companhia à cunhada,
de modo que Maria possa ir a Lisboa visitar soror Joana.
Cena VI

19. Indique o que leva D. Madalena a desejar que Telmo acompanhe Maria no seu passeio.

D. Madalena deseja que Teimo acompanhe Maria a Lisboa porque ele a angustiava
permanentemente com os seus agouros e ela desejava que ele estivesse longe num dia em que se
encontrava particularmente perturbada.

Cena VII

20. Aponte uma hipótese que explique o facto de D. Madalena e Maria se despedirem com tanta emoção.

Ambas as personagens parecem pressentir que será a última vez que se verão enquanto elementos
de uma família. Com efeito, Maria só tornará a ver a mãe no momento em que esta ingressa no
convento.

Cena VIII

21. Identifique os presságios do desenlace da intriga presentes nesta cena.

Podem ser destacados como presságios de desgraça o receio, manifestado por D. Madalena, de vir
a ficar só no mundo e a referência ao facto de D. Joana de Castro e o marido terem entrado num
convento.

Cena IX

22. Explique de que forma o monólogo de Frei Jorge nesta cena contribui para adensar o clima trágico.

O monólogo de Frei Jorge contribui para adensar o clima trágico, pois até ele, apesar de ser uma
personagem profundamente religiosa e, portanto, profundamente avessa à crença em presságios,
mostra o seu receio de que uma catástrofe se abata sobre a família.

Cena X

23. Explicite de que modo a frase «o tempo muda tão depressa…» pode ser entendida como um presságio
do desenlace.

Esta frase pode ser entendida como um presságio do desenlace, uma vez que a instabilidade do
tempo pode ser entendida simbolicamente como uma alusão à instabilidade da própria vida. Será
isto o que virá a suceder com as personagens: após um período de acalmia aparente, a sua vida
virá a desmoronar-se.

24. Atente na seguinte fala de D. Madalena: «— Hoje… hoje! Pois hoje é o dia da minha vida que mais
tenho receado…».

24.1 Identifique as coincidências temporais que se verificam no dia a que a personagem se refere.

D. Madalena mostra um profundo receio do dia em que se desenrola esta cena, pois nele se
celebrava o aniversário do seu primeiro casamento, da batalha de Alcácer-Quibir e do dia
em que vira pela primeira vez D. Manuel e em que se apaixonara por ele.

25. Identifique o pecado de que D. Madalena se considera culpada.


D. Madalena sente-se culpada do tacto de se ter apaixonado por D. Manuel quando ainda era
casada com D. João de Portugal. Apesar de se ter mantido fiel ao marido, considera-se uma
pecadora por já nessa altura amar outro homem.

Cena XI

26. Explicite as reações de D. Madalena à medida que Miranda lhe vai transmitindo informações sobre
o Romeiro.

D. Madalena, num primeiro momento, mostra-se muito assustada, perguntando se o recém-


chegado é «um remido», o que mostra o seu receio de que ele seja D. João de Portugal. Quando
Miranda lhe diz que não, fica mais tranquila. No entanto, sofre novo sobressalto quando o criado
a informa de que o Romeiro trazia um recado especificamente para ela. Em seguida, tenta
recuperar a tranquilidade, procurando convencer-se de que se trata de um engano.

Cena XIV

27. Demonstre que o facto de o Romeiro ocultar a sua identidade lhe permite tecer duras críticas a D.
Madalena. Ilustre a resposta com citações textuais.

O facto de o Romeiro não revelar a sua Identidade permite-lhe assumir um discurso ambíguo,
através do qual critica D. Madalena por ter construído uma vida nova com base na suposição de
que ele estaria morto. Ironicamente, é D. Madalena quem acaba por, sem o saber, se criticar a si
própria: «Haverá tão má gente... e tão vil, que tal faça?».

28. Considere a seguinte fala do Romeiro: «— Eu já vos pedi alguma coisa, senhora?».

28.1 Indique o motivo que leva a personagem a responder desta forma à proposta que D. Madalena
lhe fizera anteriormente.

O Romeiro responde de forma ríspida quando D. Madalena se oferece gentilmente para o


proteger, uma vez que ela faz referência ao seu atual marido, algo que o melindra.

29. Transcreva duas falas do Romeiro em que sejam visíveis indícios da verdadeira identidade desta
personagem.

Cenário possível de resposta:

Uma das falas do Romeiro cuja ambiguidade é visível é «— As suas palavras trago-as escritas no
coração com as lágrimas de sangue que lhe vi chorar, que muitas vezes me caíram nestas mãos,
que me correram por estas faces. Ninguém o consolava senão eu... e Deus! Vede se me esqueceriam
as suas palavras.» Outra das falas é aquela em que o Romeiro diz que conhece o homem de quem
fala «como a [si] mesmo».

30. Explique de que forma as falas do Romeiro vão levando ao crescimento da intensidade dramática
desta cena.

A atitude orgulhosa que o Romeiro assume quando D. Madalena gentilmente se oferece para o
proteger, juntamente com o seu marido, seguida do tom acusatório em que lhe diz que ela terá de
pedir perdão a Deus pelas suas ofensas, contribuem, desde logo, para tornar visível a tensão
dramática. Esta tensão adensa-se no momento em que o Romeiro descreve todos os sacrifícios
feitos para trazer o recado a D. Madalena. Torna-se ainda mais palpável quando diz que fora
cativo em Jerusalém e que é de lá que traz a sua mensagem. O suspense aumenta por o Romeiro
adiar deliberadamente o momento de transmissão do recado. Mesmo depois de o conteúdo da
mensagem ser revelado, é D. Madalena quem, na sua ansiedade, lhe faz perguntas para descobrir
a identidade do homem que lhe teria pedido para trazer o recado, o que vem avolumar ainda mais
a intensidade dramática. Esta atinge o seu auge no momento em que o Romeiro identifica D. João
de Portugal no retrato.

31. Indique a razão por que D. Madalena exclama que ela e a filha estão perdidas.

D. Madalena exclama que ela e a filha estão perdidas porque o facto de o seu primeiro marido
estar vivo a reduz à condição de mulher adúltera e torna Maria filha ilegítima.

Cena XV

32. Explique o que leva o Romeiro a designar-se «Ninguém».

O Romeiro identifica-se, dramaticamente, como «Ninguém!», pois D. Madalena, por quem fizera
o esforço de se manter vivo na Palestina e de regressar, não só já não acreditava que voltaria como
construíra toda a sua felicidade com base na convicção de que ele estava morto. Assim, apagado
da memória da mulher que amava (e que constituía toda a sua família), D. João de Portugal
considera que perdeu o seu passado e, consequentemente, a sua identidade.

1. Atente nas indicações cénicas no início do Ato Terceiro.

1.1 Caracterize o espaço em que se desenrola este ato.

Este ato desenrola-se no piso inferior do palácio de D. João de Portugal, que comunica com a
Capela da Senhora da Piedade da Igreja de São Paulo dos Domínicos. Nesta divisão, não há
ornatos, mas apenas elementos associados às cerimónias religiosas — sobretudo as da Semana
Santa. Temos também um hábito completo de religioso domínico — que indicia o futuro dos
protagonistas.

1.2 Considere a seguinte afirmação de Wolfgang Kayser.

«Concentração é a primeira característica da estruturação do tempo; caracteriza também a


estruturação do espaço. O primeiro ato passa-se no palácio de D. Manuel, o segundo e o terceiro
no de D. João de Portugal […]; o cenário do segundo e terceiro atos representa um mundo
absolutamente fechado em si próprio.»

Wolfgang Kayser, Análise e Interpretação da Obra Literária (Introdução à Ciência


da Literatura), 2.a ed., tradução e revisão de Paulo Quintela, Coimbra, Arménio Amado, 1958.

1.2.1 Tendo em conta a afirmação anterior, explicite de que modo podemos considerar que
temos, em Frei Luís de Sousa, um afunilamento progressivo do espaço.

Em Frei Luís de Sousa, temos um afunilamento progressivo do espaço, dado que, no


Ato Primeiro, a sala em que se desenrola a ação tem duas grandes janelas para o
exterior. Em contrapartida, o Ato Segundo tem lugar num espaço fechado, sem
janelas, cujas portas estão cobertas de reposteiros — e que, em lugar de maior
destaque, tem uma tribuna que comunica com a Capela da Senhora da Piedade, da
igreja de São Paulo dos Domínicos. Finalmente, no Ato Terceiro, o espaço é ainda mais
fechado (o piso inferior do palácio de D. João de Portugal), tendo como única
comunicação para o exterior a porta para a capela anteriormente referida.
1.3 Identifique o momento do dia em que decorre o Ato Terceiro, explicitando a sua possível
simbologia.

O Ato Terceiro decorre quando é «alta noite». Tendo em conta que a noite está simbolicamente
associada à morte, podemos relacioná-la com o facto de, neste ato, todos os elementos da família
serem aniquilados: D. Manuel e D. Madalena entregam-se a uma morte em vida e Maria morre
de facto.
No entanto, se tivermos em conta que a alta noite precede a manhã, podemos considerar que esta
fase do dia encerra também simbolicamente a possibilidade de redenção do pecado através do
renascimento e da purificação proporcionados pela religião (processo de morte seguida de
ressurreição, que é, aliás, anunciado pelos elementos que remetem para a Semana Santa).

1.4 Leia atentamente a seguinte afirmação de Wolfgang Kayser sobre o tempo em Frei Luís de
Sousa.

«[…] Garrett não marcou para o seu drama a mesma sequência de tempo que está incluída na
fábula, mas procedeu, antes, a uma forte concentração. Escolheu a forma do drama analítico, em
que os acontecimentos no palco nos apresentam apenas a última parte de um extenso
acontecimento, comprimido num breve espaço de tempo.»

Wolfgang Kayser, Análise e Interpretação da Obra Literária (Introdução à Ciência


da Literatura), 2.a ed., tradução e revisão de Paulo Quintela, Coimbra, Arménio Amado, 1958.

1.4.1 Tendo em conta as conclusões a que chegou acerca da duração dos antecedentes da
ação e de cada um dos atos, explique o significado da afirmação anterior.

De facto, há uma concentração temporal forte em Frei Luís de Sousa, que é intencional (como se
pode verificar pelo facto de o autor não respeitar a verdade histórica), e que contribui para
adensar a intriga trágica. Como afirma Wolfgang Kayser, os antecedentes da ação, que abarcam
um longo período de tempo (vinte e um anos), são apenas evocados, decorrendo a intriga
propriamente dita numa semana. De notar que o segundo e o terceiro atos sucedem apenas num
dia — o que revela um progressivo afunilamento do tempo.

Cena I

2. Enuncie as preocupações que D. Manuel de Sousa Coutinho manifesta nas três primeiras falas desta
cena. Ilustre a resposta através de citações textuais.

Manuel de Sousa Coutinho manifesta a sua preocupação em relação ao facto de Maria ter sido
reduzida à condição de filha ilegítima: «Desgraçada filha, que ficas órfã!... órfã de pai e de
mãe...[...] e de família e de nome, que tudo perdeste hoje...». Mostra ainda angústia por ter causado
a sua própria desonra («Mas eu em que mereci ser feito o homem mais infeliz da terra, posto de
alvo à irrisão e ao discursar do vulgo?...») e por ter também causado a queda de D. Madalena, a
quem considera ter lançado num «abismo de vergonha».

2.1 Indique o motivo por que esta personagem considera que o seu sofrimento é superior ao de D.
João de Portugal.

Manuel de Sousa Coutinho considera que o seu sofrimento é superior ao de D. João de


Portugal porque tem uma filha que, embora inocente, vai ser humilhada a nível social, por
ser agora considerada ilegítima.

3. Explicite o doloroso conflito interior que D. Manuel de Sousa Coutinho exprime na sétima e na décima
terceira falas.
Nestas falas, D. Manuel manifesta um profundo sofrimento por saber que Maria não conseguirá
sobreviver em virtude do sucedido. Com efeito, tem consciência de que seria menos doloroso para
Maria morrer do que ser sujeita à ignomínia social. No entanto, enquanto pai, apenas consegue
pedir a Deus que a filha consiga sobreviver ao choque.

4. Atente nas seguintes palavras de Frei Jorge:

«Frei Jorge — […] Foi uma resolução digna de vós, foi uma inspiração divina que os alumiou a ambos.»

4.1 Identifique a resolução a que se refere Frei Jorge, explicitando o motivo por que esta
personagem a caracteriza como «inspiração divina».

Frei Jorge refere-se à decisão, tomada por D. Manuel e por D. Madalena, de ingressarem
num convento. Classifica-a como «inspiração divina», uma vez que será uma forma de se
redimirem do pecado que cometeram de forma involuntária.

5. Aponte o equívoco que leva D. Manuel a indignar-se com a suposta crueldade de D. João.

Quando Frei Jorge informa D. Manuel de que D. João desejava ainda encontrar-se com uma
pessoa, aquele julga que se trata de D. Madalena, mostrando uma indignação profunda. No
entanto, quando o irmão desfaz o equívoco, explicando-lhe que se trata de Teimo, D. Manuel
arrepende-se da sua atitude.

Cena IV

6. Explique em que consiste o conflito interior de Telmo.

Ao confrontar-se com a concretização do sonho, que alimentara durante vinte e um anos, de que
D. João de Portugal regressasse, Teimo, ao contrário do que esperava, não se sente feliz, pois
apercebe-se de que o seu amor por Maria superou a afeição que nutria pelo antigo amo. Assim,
angustia-se profundamente pela possibilidade de Maria morrer em consequência do choque
sofrido.

Cena V

7. Mostre que, nesta cena, é evidenciada a transformação psicológica sofrida por Telmo ao longo da
obra. Fundamente a resposta com citações textuais pertinentes.

Nesta cena, é evidenciada a transformação psicológica sofrida por Teimo ao longo da obra, uma
vez que este, depois de ter passado vinte e um anos à espera do regresso de D. João de Portugal, se
apercebe de que, na realidade, já não desejava que o antigo amo voltasse, uma vez que tal
implicaria a redução de Maria à condição de filha ilegítima, e o seu amor pela menina superara o
que nutria por D. João:«— Há de me pesar da vossa vida? (À parte) Meu Deus, parece--me que
menti.». Assim, quando D. João de Portugal, após se certificar de que Madalena fizera todos os
esforços possíveis para o encontrar, lhe sugere que minta, o escudeiro, que se orgulhava de, como
português dos antigos, nunca mentir, entra num estado de grande ansiedade, e revela-se tentado
afazê-lo, para salvar aquela a quem considera também sua filha: «[...] há aqui um anjo. Uma outra
filha minha, senhor, que eu também criei.» Deste modo, há uma crescente humanização de Teimo,
que deixa de ser a figura inflexível que aparentara no Ato Primeiro, para se tornar um homem
angustiado e que, efetivamente, acabará por abdicar dos seus princípios por amor a Maria.

8. Explicite o motivo por que o Romeiro quis falar com Telmo, interpretando esta atitude.
O Romeiro quis falar com Telmo porque, sabendo que ele sempre duvidara da sua morte e que
era seu verdadeiro amigo, queria saber se D. Madalena realizara, de facto, todos os esforços
possíveis para saber notícias suas após a batalha de Alcácer-Quibir. Como o escudeiro confirmou
esta informação, mostra estar disposto a abdicar da sua própria existência enquanto D. João de
Portugal para impedir a destruição da família. Deste modo, evidencia uma enorme abnegação —
característica de uma personagem de carácter exemplar.

Cena VI

9. Identifique o equívoco que se gera nesta cena.

Nesta cena, D. João de Portugal, ao ouvir D. Madalena chamar por seu marido, julga que
ela se refere a ele, sentindo-se, por este motivo, tentado a abrir a porta, como ela pedia. No
entanto, apercebe-se posteriormente de que D. Madalena julga que quem se encontra
naquela divisão é, de facto, D. Manuel.

9.1 Indique a característica de D. João de Portugal que é aqui corroborada.

Quando se apercebe do equívoco em que caiu, D. João sente-se tentado a abrir a porta, de
modo a vingar-se de D. Madalena, provocando-lhe um choque profundo. Contudo, acaba
por reconsiderar, mantendo-se fiel ao compromisso que assumira com Teimo. Assim,
mostra, mais uma vez, ser um homem virtuoso e bondoso.

Cena VII

10. Indique a razão por que Telmo procura falar à parte com Frei Jorge, bem como o motivo por que
tenta, sem sucesso, aproximar-se de D. Madalena.

Tal como D. João lhe pedira, Teimo mostra-se disposto a mentir, pela primeira vez na vida, para
salvar Maria. Assim, tenta convencer Frei Jorge de que o Romeiro é um impostor. Ao ver a sua
tentativa fracassar, procura, em vão, fazer o mesmo junto de D. Madalena.

10.1 Explique a atitude de Frei Jorge face a este comportamento do escudeiro.

Frei Jorge, ao contrário de D. Madalena, sabe que o Romeiro é, de facto, D. João de Portugal, pelo
que não tem dúvidas de que este está vivo. Assim sendo, enquanto personagem religiosa, assume-
se como o defensor da verdade, impedindo Teimo de mentir para salvar Maria. Com efeito, na sua
perspetiva, a única salvação da família seria o ingresso na vida monástica.

Cena XI

11. Enuncie os sentimentos manifestados por Maria nesta cena. Justifique a resposta através de
elementos textuais.

Maria mostra-se profundamente perturbada, «[entrando] precipitadamente pela igreja em estado


de completa alienação». No seu discurso, exprime uma grande revolta perante as convenções
sociais e religiosas, que a obrigam a separar-se dos seus pais: «— Que cerimónias são essas? Que
Deus é esse que está nesse altar, e quer roubar o pai e a mãe a sua filha?»

12. Atente nas seguintes falas de Maria:

«Maria — […] “Essa filha é a filha do crime e do pecado!…” Não sou; dize, meu pai, não sou… dize a
essa gente toda, dize que não sou. […] Pobre mãe! Tu não podes… coitada!… Não tens ânimo… —
nunca mentiste?… Pois mente agora para salvar a honra de tua filha, para que lhe não tirem o nome de
seu pai. / […]

Maria — Não queres? Tu também não, meu pai? — Não querem. […]»

12.1 Explique de que forma esta afirmação de Maria descreve o comportamento de D. Manuel e
de D. Madalena face à descoberta da ilegitimidade do seu casamento e da sua filha.

Apesar de amarem muito a filha, D. Madalena e D. Manuel são incapazes de abdicar dos seus
princípios para a salvar. É por esse motivo que nunca colocam a hipótese de mentir para
salvaguardar a legitimidade do seu casamento e da sua filha.

12.2 Atente na afirmação que Telmo proferiu no Ato Primeiro (Cena II):

«Telmo — […] E veremos: tenho cá uma coisa que me diz que, antes de muito, se há de ver quem
é que quer mais à nossa menina nesta casa.»

12.2.1. Partindo da afirmação, mostre como o comportamento de Telmo neste terceiro ato
vem confirmar o presságio apontado pelo escudeiro.

O presságio de Teimo confirma-se: de facto, este é o único que se mostra disposto a abdicar de um
princípio de que muito se orgulhava — o de nunca mentir — em nome do seu amor por Maria. É
por esta razão que tenta passar a mensagem de que o Romeiro é um impostor.

13. Explicite o significado das palavras finais de Maria: «morro, morro… de vergonha…», considerando
as convenções morais e religiosas daquele tempo.

De acordo com estas palavras, Maria morre pelo choque causado pelo facto de ter sido reduzida à
condição de filha ilegítima. Com efeito, é possível que este trauma psicológico tenha provocado um
sério agravamento da sua doença (a tuberculose), contribuindo, de forma decisiva, para a sua
morte.

14. Atente nas seguintes palavras de Ofélia Paiva Monteiro:

«A ação consiste na destruição de uma família “honesta e temente a Deus”, atingida por problemas que
lhe são próprios, mas que se entretecem com o desastre português do final de Quinhentos.»

Ofélia Paiva Monteiro, «Introdução», in Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa,


Porto, Livraria Civilização, 1999, p. 19.

14.1 Partindo da afirmação, explique em que consiste a catástrofe em Frei Luís de Sousa.

Como é referido na afirmação, a catástrofe é acentuada pelo facto de a família ser totalmente
exterminada (tendo, para tal, o autor alterado a realidade histórica). D. Madalena e D.
Manuel morrem para o mundo, ingressando na vida religiosa, e Maria morre, efetivamente.

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