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Compreensão e Interpretação de Textos


- Parte III

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
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Compreensão e Interpretação de Textos - Parte III
Prof. Fernando Moura

Aula 7 – Estilística Textual: Figuras de Linguagem............................................3


Aula 8 – Texto e Modalizadores Discursivos................................................... 17
Aula 9 – Texto Verbal e Não Verbal: Charge.................................................. 24
Aula 10 – Vícios de Linguagem.................................................................... 27
Resumo.................................................................................................... 36

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Compreensão e Interpretação de Textos - Parte III
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Aula 7 – Estilística Textual: Figuras de Linguagem


Olá, amigo(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a mais uma aula!

Hoje, trataremos de um tópico que, às vezes, está explícito no programa; outras

vezes, está implícito no tópico “Tipologia Textual” ou “Compreensão e interpreta-

ção de textos de gêneros variados”. Por quê, Fernando Moura? Porque o estudo de

tipos e gêneros textuais envolve duas modalidades importantes: texto não literário

(predomínio da denotação) e texto literário (predomínio da conotação). Quando

falamos em conotação, diversas figuras de linguagem importantes emergem.

Quer ver? Visitemos uma prova para o cargo de procurador do TCU. Leia o texto

seguinte.

A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos parti-

cipam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua unilateralidade,

precisa ser confrontado com outros. Segue-se a necessidade de que todos os seres

humanos sejam incluídos no seu âmbito.


(José Arthur Gianotti. Moralidade pública e moralidade privada).

Questão 1    (CEBRASPE) Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue.

Tanto do ponto de vista estilístico e sintático como do ponto de vista semântico, ad-

mite-se como correta e adequada ao contexto a substituição de “consiste em uma”

(l. 1) por constitui-se como uma.

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Certo.

Trata-se de item certo. Quanto o autor afirma que “A moralidade pública consiste

em uma esfera”, ele compara, conotativamente, a moralidade pública com uma

“esfera”. A  moralidade pública é (como) uma esfera. Isso é metáfora, figura de

linguagem muito importante. Por isso, também é correto registrar “A moralidade

pública constitui-se como uma esfera”. Ao se explicitar o conectivo “como”, carac-

teriza-se um tipo especial de metáfora que recebe o nome de símile ou comparação

metafórica.

Quer entender melhor esse universo da estilística e das figuras de linguagem?

Mãos à obra!

Preliminarmente, entenda que a Estilística é a ciência que estuda o conjunto de

uma obra literária, por meio da análise de aspectos formais e de conteúdo. Nesse

sentido, todos os níveis estruturais da língua (textual, fraseológico, morfológico e

fonológico) devem ser estudados cuidadosamente, a fim de que se faça essa aná-

lise com bastante segurança.

Por ora, façamos um estudo das principais figuras de linguagem, termo que

designa, em linguística, a extensão ou o desvio do sentido próprio das palavras.

Comecemos com as figuras de palavras ou tropos.

1) Comparação metafórica ou símile: figura de linguagem literária que con-

siste em estabelecer uma relação de qualidade entre dois elementos de um enun-

ciado para destacar a semelhança entre eles. Exemplos:

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I – Ele come tal qual um touro.

II – A moça punha os olhos no alto como os santos e os espantados.

Observe que, na símile, os conectivos comparativos estão explícitos.

2) Metáfora: figura de linguagem literária que consiste em substituir a realida-

de que se pretende descrever por imagem que a recorda e enriquece. Constitui, na

verdade, uma comparação implícita. Exemplos:

I – Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade.

(Murcharam-lhe, assim como murcham as flores, os entusiasmos da mocidade.)

II – Sempre sou eu a estrela matutina.

(Sempre sou eu como a estrela matutina.)

III – A noite é um manto negro sobre o mundo.

(A noite é como um manto negro sobre o mundo.)

Observe que, na metáfora, o conectivo comparativo fica logicamente implícito.

3) Catacrese: nome dado à figura de sintaxe que consiste no emprego de uma

palavra no sentido analógico e não em seu sentido próprio. Exemplos:

I – Embarcou naquele avião gigantesco. (Embarcar significa, na verdade, “entrar

em um barco”. Com o passar do tempo, seu significado se ampliou e hoje dizemos

“embarcar num ônibus, num trem, num avião”.)

II – Enterrou-lhe a faca no peito.

III – Houve manifestações no coração da cidade.

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4) Metonímia: figura ou recurso de linguagem que consiste em designar um

objeto mediante menção a outro diretamente ligado a ele, por causa, efeito ou

contiguidade, entre outros.

A metonímia baseia-se, portanto, numa relação lógica de significado entre dois

termos. Vejamos exemplos importantes.

a) autor → obra

Ela detesta ler Machado de Assis.

(Na verdade, “os livros de Machado de Assis”.)

b) conteúdo → continente

Bebeu dois copos cheios.

(Na verdade, não bebeu os copos. Bebeu o conteúdo dos copos.)

O mundo podia gritar lá fora... (M. Colasanti)

c) causa → efeito

Abriu uma torneira do banheiro para lavar o sono do rosto. (L. F. Veríssimo)

(Na verdade, “a aparência de quem acordou”, “os vestígios do sono”.)

d) inventor → invento; descobridor 1 descoberta

Graham Bell permitiu que a humanidade se comunicasse melhor.

(Na verdade, “o invento de Graham Bell, o telefone”.)

e) símbolo → coisa simbolizada

Nunca abandones a cruz. (cruz = símbolo da religião)

f) lugar→ produto feito no lugar

Tomei um champanhe geladíssimo.

(Champanhe é o nome de uma região na França onde se originou esse tipo de

vinho.)

g) instrumento → pessoa que o utiliza

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Ele é uma grande raquete.

(Ele é um grande jogador de tênis.)

Existe um tipo especial de metonímia chamado de sinédoque, que se baseia em

outras relações (a parte do todo).

Exemplo: Ganhei meu pão honestamente.

Nesse caso, substitui-se a ideia mais ampla (alimento) por uma palavra de signi-

ficado menos abrangente (pão), mas que mantém com a primeira uma relação de

significado.

5) Perífrase/Antonomásia: recurso verbal que consiste em exprimir em mais

palavras o que poderia ser dito em poucas. Permite conhecer um objeto por suas

qualidades ou usos e não pelo seu próprio nome. Serve para variar a expressão,

sublinhar a harmonia da frase, encobrir alusões vulgares ou suavizar ideias desa-

gradáveis. Também conhecido como circunlóquio. Exemplos:

a) A humanidade agradece ao gênio da lâmpada. (em lugar de Tomas Edson)

b) O Redentor. (em lugar de Cristo)

c) Criador dos seres. (em lugar de Deus)

d) Poeta dos Escravos. (em lugar de Castro Alves)

e) Cidade maravilhosa. (em lugar de Rio de Janeiro)

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Gostou? Vejamos, agora, as figuras de pensamento.

1) Antítese: figura de retórica em que uma palavra, ideia ou proposição con-

tradiz ou se opõe deliberadamente à anterior. Exemplos:

a) “Nasce o sol e não dura mais que um dia

Em tristes sombras morre a formosura.” (G. de Matos)

b) “A casa que ele fazia.

Sendo a sua liberdade.

Era a sua escravidão”. (V. Morais)

2) Ironia: recurso de expressão que consiste em dar a entender, com um tom

de zombaria, o contrário do que se está dizendo. Por isso, muitas vezes, só pode

ser percebida quando se considera o contexto. Exemplos:

a) O rapaz tem a sutileza de um elefante.

b) Cem quilos? Você está macérrima!!!

c) “... o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavéri-

ca.” (S. Ponte Preta)

3) Eufemismo: figura de pensamento empregada para expressar ideias desa-

gradáveis e chocantes por meio de palavras brandas e suaves. Exemplos:

a) Collor tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e esqueceu-se de devol-

ver. (Em lugar de roubou)

b) Nos fizeram varrer calçadas, limpar o que faz todo cão...(J.C. Melo Neto). (Em

lugar de fezes)

c) Seu tio, infelizmente, partiu desta para outra melhor. (Em lugar de morreu)

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4) Gradação: figura que significa, em linguística, a enumeração de termos em

ordem ascendente ou decrescente.

a) “Ide, correi, voai, que por vós chama o rei, a pátria, o mundo, a glória.”

b) O ar que queima os seus pulmões sadios, férreos, heroicos... (L. Aranha)

5) Apóstrofe: figura de retórica que se produz quando o narrador se interrom-

pe e dirige a palavra a pessoa presente ou ausente. Consiste em uma invocação ou

interpelação e geralmente aparece como termo desligado da frase. Exemplos:

a) Menino, sai! Eu te odeio!

b) Não fala, seu moço!... (G. Rosa)

c) Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?! (C. Alves)

6) Prosopopeia: figura de linguagem que consiste em humanizar animais e

coisas inanimadas ou dar voz a pessoas mortas, ausentes ou fictícias. Exemplos:

a) O vento beijou-lhe os cabelos.

b) “Andorinha lá fora está dizendo: – Passei o dia à toa, à toa!”

7) Oxímoro ou paradoxo: tipo de antítese em que duas ideias antagônicas,

as quais se excluem mutuamente, aparecem simultaneamente em uma única cons-

trução sintática. Exemplos:

a) “Buscas a vida, eu, a morte.” (Caetano Veloso)

b) “Amor é fogo que arde sem se ver

É ferida que dói e não se sente

É um contentamento descontente

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É dor que desatina sem doer.” (Camões)

Bom demais! Vejamos, também, as figuras de construção ou de sintaxe.

Ânimo, caro(a) aluno(a)!

1) Anástrofe: figura gramatical que se caracteriza pela inversão da ordem di-

reta dos termos sintáticos de uma oração. Exemplos:

a) “Entre as nuvens do amor, ela dormia.” (Ordem direta: Ela dormia entre as

nuvens do amor.)

b) “Dos laranjas hão de cair os pomos...” (A. Guimaraens)

(Ordem direta: Hão de cair os pomos dos laranjas)

2) Elipse: figura de linguagem que consiste na omissão de uma ou mais pala-

vras que, no entanto, se subentendem, sem prejudicar o sentido da frase. Exem-

plos:

a) Enfrentamos muitos obstáculos. (Nós)

b) Na terra, tanta guerra, tanto engano. (Na terra, há tanta guerra, há tanto engano)

3) Zeugma: forma de elipse que consiste em fazer participar de dois ou mais

enunciados um termo expresso em apenas um deles. Exemplos:

a) “Eu vou de carro, você [vai] de bicicleta.”

b) Enfrentamos diversos problemas sociais, especialmente os de saúde. (proble-

mas)

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4) Silepse: figura de linguagem que consiste na concordância sintática das pa-

lavras de acordo com seu sentido, e não segundo as regras usuais da sintaxe. Pode

ser de gênero, número ou pessoa gramatical. Exemplos:

a) São Paulo está fria nesses tempos. (O adjetivo “fria” concorda com o termo

subentendido “cidade”.)

b) Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos. (M. Assis)

(Observe que o verbo da segunda oração – “temos” – não concorda com o sujeito

“modernos”, mas com o pronome “nós”, que fica subentendido, pois o autor colo-

cou-se entre os modernos. Entendeu? Em vez de se concordar com o que está

explícito, concorda-se com o que está logicamente implícito. Isso é silepse. )

Entenda melhor, amigo(a):

a) silepse de gênero:

Vossa Majestade é muito bondoso.

Sua Santidade estava abatido.

b) silepse de número:

Coisa curiosa é aquela gente. Divertem-se com tão pouco!

O grupo Vestido de Espaço prova o sabor do sucesso: gravaram o primeiro

programa Globo de Ouro. (Folha de S. Paulo)

c) silepse de pessoa:

Brasileiros e latino-americanos fazemos a crítica.

Os intelectuais somos vaidosos.

5) Pleonasmo: figura de linguagem que consiste em empregar na frase um ou

mais vocábulos desnecessários para seu pleno sentido, mas com os quais se dá,

estilisticamente, ênfase ou vigor à expressão. Exemplos:

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a) “Quando com meus olhos eu quis ver de perto.”

b) Perdoe-me pelo divino amor de Deus!

c) Ao pobre cão, não lhe devo nada.

6) Anacoluto: figura de linguagem em que dois termos, o  antecedente e o

relativo, encontram-se ligados apenas pelo sentido, sem nexo sintático preciso.

Também chamada frase quebrada. Exemplos:

a) “Meu pai, não admito que falem dele.”

b) “Eles, o seu único desejo é exterminar-nos”. (Garret)

c) “Morrer, não morre a terra, nem a família, nem as raças.” (Idem)

7) Polissíndeto: figura que consiste na repetição constante de uma conjunção

coordenativa entre orações ou termos coordenados entre si. Exemplos:

a) E foge, e volta, e vacila, e treme, e canta.

b) Não havia ricos, nem pobres, nem furtos, nem injustiças. (C. Cascudo)

8) Hipérbato: figura de linguagem que consiste na inversão da ordem sintática

habitual dos termos de uma oração com finalidade expressiva. Apresenta uma al-

teração mais forte do que aquela que ocorre na anástrofe. Exemplo:

a) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante.”

(Ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de

um povo heroico.)

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9) Anáfora: figura que consiste na repetição de uma ou mais palavras no início

de duas ou mais frases, de membros de uma frase ou de versos distintos, com o

objetivo de reforçar uma ideia ou estabelecer simetria estilística. Exemplos:

a) “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio,

ele morreu desconhecido e só.”

b) “Nada quero, nada fiz, nada farei.

Passa o Rei com seu cortejo.

Passa o Deus no seu andor. (M. Quintana)

10) Aliteração: recurso retórico, em prosa e verso, que consiste no uso deli-

berado de vocábulos em que se repete algum som, com o objetivo de aumentar o

efeito expressivo da composição, imprimindo-lhe ritmo. Exemplos:

a) “Acho que a chuva ajuda a gente a se ver.” (Caetano Veloso)

b) “Fulge um fino fulgor na fina face...” (M. Jubim)

c) “Viola violeta violenta violada

Óbvia vertigem...” (A. Prado)

11) Assíndeto: recurso retórico que consiste em eliminar as conjunções coor-

denativas entre os elementos de uma frase ou as partes da oração, para ressaltar

efeitos expressivos. Exemplos:

a) “Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse...” (C.D. Andrade)

(...na cachoeira e no eclipse)

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b) “Um tio deu-lhe outra vez um canário, o carinho foi demais, o passarinho morreu.”

(P.M. Campos)

A espada

A inteligência, o direito, a religião são os três poderes legítimos do mundo. Eles

representam, cada vez um per si, o eu humano, a sociedade humana, e o destino

humano, e, associados, as três expressões da humanidade: a sua evolução mental,

a sua existência na superfície da terra, o misterioso fim do seu desenvolvimento.

Diante deles a força, nas eras não bárbaras, se reduz a uma entidade subalterna,

cuja intervenção não valerá nunca senão pelos serviços de que a sua obediência for

capaz. Para a constituir numa organização geral, a civilização adotou, como sím-

bolo, a espada, coeva das primeiras idades históricas, outrora senhora dos povos

escravizados, mas hoje, nas mãos dos povos livres, criatura das suas leis, depen-

dência da sua administração, instrumento dos seus governos.

Fora daí a espada não é a ordem, mas a opressão, não é a tranquilidade, mas o ter-

ror, não é a disciplina, mas a anarquia, não é a moralidade, mas a corrupção, não é

a economia, mas a bancarrota, não é a ciência, mas a incapacidade, não é a defesa

nacional, mas a ruína militar, a invasão e o desmembramento. Isto é, e não poderia

deixar de ser: porquanto com o domínio da espada se estabelece necessariamente

o governo da irresponsabilidade, o jubileu dos estados de sítio, a extinção da ordem

jurídica, a subalternização da justiça à força.


(Rui Barbosa. Escritos e discursos seletos. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1995)

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Questão 2    (CEBRASPE) Considerando a tipologia do texto e as relações discursi-

vas nele presentes, julgue os seguintes itens.

a) A inteligência, o direito e a religião, como poderes legítimos, constituem a ideia

central do texto.

b) O texto é, na sua totalidade, descritivo-argumentativo.

c) De acordo com o texto, a inteligência está para a pessoa e o direito para a so-

ciedade assim como a religião está para o destino do homem.

d) O texto considera a inteligência, o direito e a religião, isoladamente, como forças

da humanidade.

e) A espada como símbolo da força, nas eras bárbara e civilizada, tem significados

diferentes.

Certo, Certo, Certo, Errado, Certo.

a) Certo. A inteligência, o direito e a religião, como poderes legítimos, constituem

a ideia central do texto. Lembre-se de que a “espada” é símbolo de “poder”. Esses

são os três poderes com os quais o autor trabalha para construir a sua tese.

b) Certo. O texto é, na sua totalidade, descritivo-argumentativo. Ao mesmo tempo

em que o autor faz um levantamento das características da espada (símbolo de po-

der), ele defende a tese de que não se deve usar a força (o poder) para promover

a subalternização da justiça.

c) Certo. De acordo com o primeiro parágrafo, por meio da expressão “cada vez

um per si”, que quer dizer “respectivamente”, o autor mostra que a inteligência

está para a pessoa e o direito para a sociedade assim como a religião está para o

destino do homem.

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d) Errado. O texto considera a inteligência, o direito e a religião, associados,

como forças da humanidade.

e) Certo. A espada como símbolo da força, nas eras bárbara (escravização, subal-

ternização, servidão, obediência) e civilizada (liberdade, leis, governo), tem signi-

ficados diferentes. Percebeu?

Questão 3    (CEBRASPE) Do ponto de vista da coerência e da coesão, julgue os

itens a seguir, relativos ao texto.

a) O pronome “Eles” (l. 1) refere-se a “poderes legítimos do mundo” (l. 1).

b) Na linha 3, as duas ocorrências do pronome possessivo “sua” têm “inteligência”

(l. 1) como referente.

c) A expressão “Fora daí” (l. 8) recupera a afirmação anterior, iniciada em “nas

mãos dos povos livres” (l. 7).

d) No primeiro período do último parágrafo, as repetições da conjunção “mas” ser-

vem à ênfase na apresentação de antíteses.

e) A expressão “Isto é” (l. 10) introduz vários esclarecimentos a respeito do con-

teúdo do parágrafo anterior.

Certo, Errado, Certo, Certo, Errado.

a) Certo. De fato, o pronome “Eles” (l. 1) refere-se a “poderes legítimos do mun-

do” (l. 1).

b) Errado. Na linha 3, as duas ocorrências do pronome possessivo “sua” têm “hu-

manidade” (l. 3) como referente.

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c) Certo. A expressão “Fora daí (das mãos dos povos livres)” (l. 8) recupera a afir-

mação anterior, iniciada em “nas mãos dos povos livres” (l. 7). Cuidado!

d) Certo. No primeiro período do último parágrafo, as repetições da conjunção

“mas” servem à ênfase na apresentação de antíteses. O autor constrói oposições

ou incompatibilidades semânticas.

e) Errado. A expressão “Isto é” (l. 10) introduz vários esclarecimentos a respeito

do conteúdo do período anterior (e não do parágrafo anterior).

Percebeu? Qualquer banca executora de concursos públicos exigirá o domínio de

cada parte do texto no tocante à sua estrutura linguística, tipológica, organizacio-

nal, discursiva, coesiva. Você precisa mostrar que possui todas essas habilidades

internalizadas. Rumo à aprovação! Mantenha o foco!

Aula 8 – Texto e Modalizadores Discursivos


Olá, querido (a) aluno(a)! Nesta aula, trataremos de assunto sério: modaliza-

dores discursivos. Estes estão presentes nos textos de tipos e gêneros variados.

Estão presentes, até mesmo, na sua prova de conhecimentos específicos. Fique

atento a certos verbos auxiliares, advérbios e locuções adverbiais. Eles trazem

aspectos interpretativos fundamentais. Observe o seguinte texto apresentado pela

FCC (analista).

Em um marco estritamente institucionalista, pode-se dizer que república é

uma forma de governo que se distingue da forma monárquica. Tal distinção deve-se

ao fato de que o fundamento do poder nas repúblicas não está associado a governo

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unipessoal e à sucessão dinástica, tal como nas monarquias, invariavelmente go-

vernadas por casas reais. Ainda que, ao longo do século 20 − e mesmo no início do

21 −, o termo “república” tenha sido utilizado na autodenominação de regimes po-

líticos autoritários, de modo geral a ideia contemporânea de república aproxima-se

da de democracia, visto que está associada à soberania popular, exercida por meio

da participação em eleições regulares, livres, competitivas e extensivas a todos os

postos politicamente relevantes. A tais traços devem ser acrescentadas a distinção

e a separação entre teologia e política.


(LESSA, Renato. República/Republicanismo. In: Dicionário de políticas públicas. Orgs. Geraldo
DiGiovanni e Marco Aurélio Nogueira. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp/Fundap)

No texto, destaquei algumas expressões importantes:

a) “Em um marco estritamente institucionalista”: locução adverbial que tem

o valor de “institucionalmente” e restringe o que será dito posteriormente;

b) “pode-se dizer”: verbo auxiliar que traduz a ideia de possibilidade (diferente de

“deve-se dizer”);

c) “invariavelmente” e “devem”: advérbio e verbo auxiliar que estão no campo da certeza.

 Obs.: Entendeu? Então, vejamos a questão proposta.

Questão 1    (FCC/ADAPTADA) Considerado o parágrafo 1, é correto afirmar:

a) nele estão delineadas as formas de governo “república” e “monarquia” como

definidas em dicionário especializado, o que implica precisão terminológica e con-

ceitual de valor generalizante e atemporal.

c) no período inicial, compreende-se não só que a mencionada concepção de “re-

pública” está condicionada a um certo contexto, mas também que o autor evita

apresentar de modo categórico esse conceito.

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d) a oração introduzida pela locução visto que (linha 5) exprime uma circuns-

tância que existe, mas que não é suficiente para realizar a aproximação citada no

segmento imediatamente anterior.

Letra c.

a) Errada. Nele está delineada a forma de governo “república” como definida em

dicionário especializado (República/Republicanismo. In: Dicionário de políticas pú-

blicas). A “monarquia” é apresentada, no verbete, como oposição a “república”.

Lembre-se de que, ao dizer o que é “república”, o autor se utiliza da função meta-

linguística.

c) Certa. No período inicial, compreende-se não só que a mencionada concepção

de “república” está condicionada a um certo contexto (“Em um marco estrita-

mente institucionalista”), mas também que o autor evita apresentar de modo

categórico esse conceito (“pode-se dizer”: trata-se de um conceito possível).

d) Errada. A oração introduzida pela locução visto que (linha 5) exprime uma cir-

cunstância que existe (causa: a ideia contemporânea de república está associada à

soberania popular) e é suficiente para realizar a aproximação citada no segmento

imediatamente anterior (consequência: de modo geral a ideia contemporânea de

república aproxima-se da de democracia).

Boa questão! Exige concentração e domínio de vários aspectos que explicitarei

nesta aula. Veja mais um parágrafo do texto e outra questão interessante.

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Ainda que, ao longo do século 20 − e mesmo no início do 21 −, o termo “república”

tenha sido utilizado na autodenominação de regimes políticos autoritários, de modo ge-

ral a ideia contemporânea de república aproxima-se da de democracia, visto que está

associada à soberania popular, exercida por meio da participação em eleições regulares,

livres, competitivas e extensivas a todos os postos politicamente relevantes.

Questão 2    (FCC) Afirma-se com correção sobre o que se tem acima (parágrafo 1):

a) Os travessões, por isolarem uma correção do que se afirmou anteriormente, não

poderiam ser substituídos por parênteses.

b) O uso das aspas em “república” indica que a palavra deve ser considerada um neolo-

gismo, pois, a partir do século 20, passou a ser empregada com um específico sentido.

c) A circunstância manifestada por de modo geral incide diretamente sobre a ex-

pressão a ideia contemporânea de república.

d) Em a ideia contemporânea de república aproxima-se da de democracia, ocorre uma

elipse obrigatória, pois a redundância, ao prejudicar a clareza, seria inaceitável.

e) O emprego da palavra politicamente exemplifica a ocorrência de advérbio com

valor restritivo.

Letra e.

a) Errada. Os travessões, por isolarem uma inclusão, uma extensão do que se

afirmou anteriormente, poderiam ser substituídos por parênteses.

b) Errada. O uso das aspas em “república” indica ênfase, destaque à palavra que

se quer explicar.

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c) Errada. A circunstância manifestada por de modo geral incide diretamente

sobre toda a oração “a ideia contemporânea de república aproxima-se da de de-

mocracia”.

d) Errada. Em a ideia contemporânea de república aproxima-se da (ideia) de de-

mocracia, ocorre uma elipse. A repetição da palavra “ideia” não constituiria redun-

dância, tampouco prejudicaria a clareza. Repetir é forma de coesão lexical. Repetir

exaustiva e desnecessariamente é que pode ser problema para um texto.

e) Certa. O emprego da palavra politicamente (quer dizer: do ponto de vista

político) exemplifica a ocorrência de advérbio com valor restritivo. Não é do ponto

de vista social, ou biológico, ou jurídico. É do ponto de vista estritamente político.

Percebeu o que o examinador quer que você enxergue no texto? Então, passe-

mos ao entendimento dos modalizadores discursivos.

Primeiramente, há os modalizadores epistêmicos, que se caracterizam por

expressar uma avaliação do falante sobre o valor de verdade e as condições de

verdade da sentença. Esse processo subdivide-se em três tipos: asseverativos,

quase-asseverativos e delimitadores ou restritivos.

1. Modalizadores epistêmicos asseverativos: apresenta-se o conteúdo pro-

posicional como uma afirmação (por realmente, naturalmente, obviamente,

por exemplo) ou negação (por de jeito nenhum, de forma/maneira nenhuma,

por exemplo). Essa avaliação evidencia alto grau de adesão do falante à proposi-

ção e não dá margens a dúvidas, o que gera enfatização do conteúdo da sentença.

Exemplos:

Naturalmente, esse pensamento é científico.

Sem dúvida, Obama é um grande orador.

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Deve-se definir “república” como forma de governo que...

Outros exemplos: realmente, evidentemente, efetivamente, claro, certo, lógico,

indubitavelmente, de jeito nenhum, deve buscar.

2. Modalizadores epistêmicos quase-asseverativos: expressam uma ava-

liação sobre o conteúdo proposicional como quase certo, como hipótese (relativi-

zação) dependente de confirmação. Nesse caso, expressa-se baixa adesão ao con-

teúdo da sentença, o que confere a ela possibilidade ou eventualidade epistêmica.

Exemplos:

Talvez ele apresente hoje uma justificativa pertinente.

Possivelmente, haverá mais ataques terroristas na Europa.

Pode-se conceituar “república” como forma de governo que...

Outros exemplos: provavelmente, eventualmente, possível, pode representar.

3. Modalizadores epistêmicos delimitadores ou restritivos: estabelecem

limites em que o conteúdo da sentença deve ser entendido. Exemplos:

Particularmente, acho o recurso intempestivo.

Teoricamente, os EUA são o país mais forte nesse sentido.

Outros exemplos: geograficamente, politicamente, biologicamente, do ponto de

vista jurídico, sob uma perspectiva sociológica, do nosso ponto de vista.

Há, também, os modalizadores deônticos. Por meio deles, a sentença passa

a ser entendida como um estado de coisas que deva acontecer obrigatoriamente.

Expressam, além da noção de obrigação, proibição, permissão e volição. Exemplos:

O texto, necessariamente, contemplou as solicitações.

Ele, obrigatoriamente, tem de voltar a Portugal.

Por fim, existem os modalizadores discursivos subjetivos ou afetivos, que

expressam os sentimentos que a sentença provoca no locutor. Exemplos:

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Felizmente, a polícia estava no local do crime.

Eu fiquei feliz porque ela abandonou o cargo.

Chegou a guerra, lamentavelmente.

Exercer essa profissão é pouco provável, sinceramente.

Francamente, o STF não agiu corretamente.

Infelizmente, esse comportamento é típico dos políticos brasileiros.

Acho que fui bem claro, caro(a) aluno(a). Fique atento(a)! Há muitos vocábulos

e expressões que evidenciam a intenção de quem redige, e isso exige cuidados

quanto à compreensão e à interpretação. O examinador avaliará a percepção que

você, na qualidade de candidato(a), tem de todos esses elementos.

Um aluno disse-me que esta aula mudou muito a vida dele! Espero, na verdade,

que todas as nossas aulas mudem sua visão de TEXTO e que você aufira êxito em

todas as questões interpretativas.

Abraço forte!

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Aula 9 – Texto Verbal e Não Verbal: Charge


Olá, amante da língua portuguesa! Seja bem-vindo (a) a mais uma aula impor-

tante. Muitas instituições executoras de concursos públicos apresentam as char-

ges, a fim de testar diversas habilidades do(a) candidato(a).

As charges são formas de ilustração que têm por finalidade satirizar, por meio de

caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas.

A  palavra é de origem francesa e significa carga ─ exagera traços do caráter de

alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas políticas no

Brasil. Não confundir com cartoon (ou cartum), que é palavra de origem inglesa,

pois, ao contrário da charge, que sempre é crítica contundente, o cartum retrata si-

tuações mais corriqueiras do dia a dia da sociedade. Mais do que simples desenho,

a charge é crítica político-social em que o artista expressa graficamente sua visão

sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira. Trata-se

de gênero textual importante.

Nesse contexto, as charges envolvem o texto verbal e (ou) o texto não verbal.

A linguagem verbal corresponde ao uso da escrita ou da fala como meio de comu-

nicação. A linguagem não verbal consiste no uso de imagens, figuras ou desenhos

(caso das charges). E, no nosso cotidiano, ainda se percebem símbolos, danças,

posturas corporais, pinturas, músicas, mímicas, esculturas e gestos como meios de

comunicação.

Vejamos a seguinte proposta.

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A charge de Nani faz uma crítica severa por meio da linguagem não verbal. Disponível em
http://www.chargeonline.com.br/doano.htm

Questão 1    Por meio do uso da linguagem não verbal, que pode muitas vezes sur-
gir como principal recurso de comunicação em uma charge, o chargista Nani faz
referência ao seguinte evento:
a) Primavera Árabe.
b) Ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.
c) Violência nas cidades do Brasil.

d) Conflito entre Israel e Palestina.

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Letra d.

A resposta é a opção “d”. Por meio da análise dos recursos gráficos adotados pelo

chargista, pode-se afirmar que ele faz referência aos conflitos entre Israel e Pales-

tina, ocorridos na Faixa de Gaza. Note o lançamento de mísseis e a destruição em

ambos os lados, características do confronto. Não há elementos suficientes confir-

madores das outras opções. Nesse cenário de destruição, a morte se faz presente.

Vejamos outra questão.

As charges podem fazer uma crítica social, cultural ou política. Disponível em:

http://tv-video-edc.blogspot.com

Questão 2    A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à

internet, porque

a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de relacionamento.

b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais.

c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado.

e) concebe a rede de computadores como espaço mais eficaz para a construção de

relações sociais.

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Letra a.

A resposta é a opção “a”. De fato, no mundo contemporâneo, muitas pessoas pre-

ferem a interação social por meio das redes sociais. Isso porque a internet possi-

bilita a conexão com maior número de pessoas em diferentes locais do mundo. Em

razão dessa preferência, prejudica-se e desumaniza-se o contato entre as pessoas.

O chargista constrói sua crítica com criatividade. Destaque-se o uso da linguagem

coloquial, com a quebra de paralelismo: “(no) Facebook”, “Você está.../... rara-

mente te vejo”. Essa variação linguística é permissão do gênero textual.

Fique atento(a) a todos os detalhes. Uma vaga no serviço público terá de ser sua.

Na próxima aula, trataremos dos vícios de linguagem. Força, foco e fé. Dará certo!

Rumo à aprovação e ao sucesso!

Aula 10 – Vícios de Linguagem


Tudo bem, estudioso(a) da língua?

Depois de estudar os conceitos de texto literário (predomínio da conotação) e

texto não literário (predomínio da denotação) e as relações discursivas envolvidas,

é importante entender os vícios de linguagem. Estão presentes em diversos textos:

às vezes, de maneira estilística, proposital, expressiva; outras vezes, de maneira

viciosa, espúria, inadequada.

Chama-se de vício de linguagem o modo de falar ou escrever que contraria

as normas de uma língua. A infração à norma só recebe o nome de vício quando se

torna frequente e habitual na expressão de um indivíduo ou de um grupo.

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Observe a comparação seguinte.

I – Fragmento de um poema (texto literário):

Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... (Eugênio de Castro)

II – Trecho em prosa retirado de redação de aluno (texto não literário):

Infelizmente, geralmente a pessoa só se preocupa com o que sente.

Nos dois casos, ocorre o eco. No entanto, apenas o segundo constitui um defei-

to (vício de fato), pois o eco não tem finalidade estilística e acaba comprometendo

a leitura da frase. Cria uma sequência desagradável de sons. Entendeu? Alguns

tipos e gêneros textuais serão mais exigentes.

Estudemos, então, os vícios de linguagem mais comuns.

1. Arcaísmo: consiste no emprego de palavras ou construções que já caíram

em desuso, que pertencem ao passado da língua e não entram mais em seu uso

normal.

Convidou-os mui polidamente a cear. (Folha de S. Paulo) → mui = muito

Aurélia, que se dirigia ao seu toucador, sentou-se a uma escrivaninha... (José de

Alencar) → toucador = penteadeira

2. Anfibologia ou ambiguidade: ocorre quando uma mensagem apresenta

mais de um sentido. Geralmente, resulta da disposição inadequada das palavras

na frase.

Encontrei-o preocupado. (Quem estava preocupado: eu ou ele?)

A menina viu o incêndio da loja. (A menina estava na loja e viu o incêndio, ou viu

a loja incendiar-se?)

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3. Barbarismo: é todo erro que diz respeito à forma da palavra.

3.1. Cacoépia → erro de pronúncia:

Formas incorretas: esteje, seje, fidagal.

Formas corretas: esteja, seja, figadal.

Quando o erro se deve ao deslocamento do acento tônico, recebe o nome de

silabada:

Formas incorretas: interim, rúbrica, gratuito.

Formas corretas: ínterim, rubrica, gratuito.

3.2. Cacografia → qualquer erro de grafia:

Formas incorretas: encima, em baixo, derrepente, auto-defesa, super ministro.

Formas corretas: em cima, embaixo, de repente, autodefesa, superministro.

3.2. Estrangeirismo → emprego de palavras ou expressões estrangeiras ainda

não adaptadas ao idioma nacional:

O exame antidoping obrigatório continua longe do tênis. (Thales de Menezes)

A divisão de merchandising da Rede Globo deu um belo presente à Casa dos Artis-

tas. (Maria Lúcia Rangel)

4. Cacófato: é a palavra inconveniente, descabida, ridícula ou obscena que re-

sulta da união de duas outras ou de partes de outras palavras vizinhas.

Na vez passada falei com você. (na vespa assada)

Ela tinha muito dinheiro. (é latinha)

Essas palavras saíram da boca dela. (cadela)

5. Colisão: é a sequência de sons consonantais iguais, da qual resulta efeito

acústico desagradável.

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Você não conhece muito bem a sede desse partido de centro... (Isto É/Senhor)

6. Eco: é a rima em prosa. Constitui-se defeito quando o texto não é prosa li-

terária.

A reação da população do Varjão foi de pura emoção.

7. Hiato: é o acúmulo de vogais que produz um efeito acústico desagradável.

Gusdesteu, vá à aula.

8. Anacoluto: é a quebra na estrutura sintática de uma frase.

A imprensa, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento,

o papel da notícia é informar o cidadão.

Percebeu a quebra na estrutura lógica do enunciado? Inicia-se uma afirmação

sobre “A imprensa” que não é concluída.

9. Pleonasmo ou tautologia: é o emprego de palavras ou expressões de sig-

nificado semelhante que não acrescentam nada ao que já foi dito e, por isso, tor-

nam-se inúteis na frase.

O carpinteiro subiu para cima.

Veja, agora, uma lista de tautologias (pleonasmos) a que você deverá estar

atento(a).

autoavaliação de si mesmo

elo de ligação

acabamento final

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certeza absoluta

número exato

quantia exata

sugiro, conjecturalmente,

nos dias 8, 9 e 10 inclusive

como prêmio extra

juntamente com

em caráter esporádico

expressamente proibido

terminantemente proibido

em duas metades iguais

destaque excepcional

sintomas indicativos

há anos atrás

vereador da cidade

relações bilaterais entre dois países

outra alternativa

detalhes minuciosos

a razão é porque

interromper de uma vez

anexo(a) junto a carta

de sua livre escolha

superavit positivo

vandalismo criminoso

todos foram unânimes

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a seu critério pessoal

palavra de honra

conviver junto

exultar de alegria

encarar de frente

comprovadamente certo

fato real

multidão de pessoas

amanhecer o dia

criação nova

retornar de novo

frequentar constantemente

empréstimo temporário

compartilhar conosco

surpresa inesperada

completamente vazio

colocar algo em seu respectivo lugar

escolha opcional

continua a permanecer

passatempo passageiro

atrás da retaguarda

planejar antecipadamente

repetir outra vez

sentido significativo

voltar atrás

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abertura inaugural

pode possivelmente ocorrer

a partir de agora

última versão definitiva

obra-prima principal

gritar/bradar bem alto

propriedade característica

comparecer em pessoa

colaborar com uma ajuda / auxílio

matriz cambiante

com absoluta correção / exatidão

demasiadamente excessivo

individualmente inigualável

abusar demais

exceder em muito

preconceito intolerante

medidas extremas de último caso

autorização uxória da esposa

Tenho certeza de que você já usou alguns desses pleonasmos. Relaxe. Muitas

vezes, por descuido ou desconhecimento, fazemos registros equivocados.

9. Solecismo: é o nome dado às construções que infringem as normas de sin-

taxe.

9.1. Solecismo de concordância:

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Abreu garante que não há problemas com o abastecimento. Os que haviam estão

sendo resolvidos. (Veja) (...os que havia...)

9.2. Solecismo de regência:

Este é o prefeito que a cidade precisa. (Este é o prefeito de que a cidade precisa)

9.3. Solecismo de colocação:

Me faça um favor? (Faça-me um favor?)

Questão 1    (CETRO) Leia a oração abaixo.

Joana foi à Prefeitura Municipal para resolver algumas pendências.

Assinale a opção que apresenta o mesmo vício de linguagem da oração acima.

a) Fazem dois anos que não volto a minha terra natal.

b) Não encontraram-me em casa.

c) O show era gratuíto.

d) Possuem um elo de ligação muito forte.

Letra d.

Em “Joana foi à Prefeitura Municipal para resolver algumas pendências”, há pleo-

nasmo ou tautologia. Basta registrar “Prefeitura”, uma vez que o vocábulo “Munici-

pal” é desnecessário, redundante. Vejamos o vício presente em cada opção.

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a) Errada. Solecismo de concordância. Forma correta: “Faz dois anos que não vol-

to a minha terra natal”. O verbo “fazer”, no enunciado, indica tempo decorrido e,

portanto, é impessoal.

b) Errada. Solecismo de colocação. Forma correta: “Não me encontraram em

casa”. O advérbio constitui fator de próclise (atrai o pronome átono).

c) Errada. Silabada. O correto é “O show era gratuito”.

d) Certa. Pleonasmo ou tautologia. O correto é: “Possuem um elo muito forte”.

Percebeu, caro(a) aluno(a), como a compreensão e a interpretação de qual-

quer texto depende de múltiplos conhecimentos? Não se trata de atos simples.

Há necessidade do domínio de diversos aspectos da gramática, da estilística, da

teoria literária, da lingüística textual. Desconfie de alguém que diz: “Sou ótimo em

interpretação de textos!”. Será? Treinar, treinar, treinar, é fundamental. Por isso,

apresentarei para você uma lista de questões comentadas, a fim de você aplicar

todos os conhecimentos assimilados até aqui. A determinação e a disciplina o (a)

levarão ao topo.

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), veja agora tópicos e conceitos importantes do nosso Curso de

Compreensão e Interpretação de Textos que devem ficar bem registrados no seu

arquivo mental. Tente resgatar, mentalmente, exemplos e situações textuais discu-

tidos durante cada aula.

1. Sinonímia – ocorre quando os vocábulos estão no mesmo campo semântico.

2. Hiperonímia – ocorre quando a segunda expressão mantém com a primeira

uma relação todo/parte.

3. Hiponímia – ocorre quando a segunda expressão mantém com a primeira

uma relação de parte/todo.

4. Metonímia – ocorre quando a segunda expressão mantém com a primeira

uma relação de contiguidade semântica.

5. Elipse/Zeugma – ocorre quando a segunda expressão fica logicamente su-

bentendida em relação à primeira.

6. Elemento coesivo anafórico – apresenta referente anteposto.

7. Elemento coesivo catafórico – apresenta referente posposto.

8. Elemento coesivo endofórico – apresenta referente interno (dentro do

texto).

9. Elemento coesivo exofórico – apresenta referente externo (fora do texto).

10. Elemento dêitico – evidencia a presença do emissor no enunciado (marca

de quem redige ou fala): este país, este século, hoje, agora, ultimamente, recen-

temente, ontem, no próximo ano e outros.

11. Elemento vicário – palavra que, como verdadeiro pronome, se põe em

lugar de uma oração inteira.

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12. Narração: modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocor-

reu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a

objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade.

13. Descrição: texto em que se faz retrato por escrito de lugar, pessoa,

animal ou objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o

adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstra-

ta, podem-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de

anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras a imagem

do objeto descrito. É comum a inserção de trechos descritivos em textos

narrativos e dissertativos.

14. Dissertação: é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer

sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos,

como o texto de apresentação científica, o  relatório, o  texto didático, o  artigo

enciclopédico. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor

e modifica seu comportamento com tese ou postura ideológica, temos texto

dissertativo-argumentativo. Quando apenas apresenta informações sobre assuntos,

expõe ideias, explica, não faz defesa de uma ideia, temos texto dissertativo-

expositivo.

15. Injunção (texto injuntivo): é instrucional, apresenta ordens, orien-

tações. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo ou no

infinitivo. Ex: receitas culinárias, manuais, leis, convenções, regras. “Tome dois

comprimidos apenas”.

16. Predição (texto preditivo): é aquele que apresenta previsões, ou seja, an-

tecipa o futuro. Ex.: Amanhã, haverá pancadas de chuva na região Nordeste. / O

Brasil de 2018 enfrentará problemas sociais graves.

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17. Texto epistolar: apresenta a estrutura de carta. Por isso, observe, com

cuidado, epístolas em versos, cartas pessoais, cartas comerciais (essas últimas or-

ganizadas em parágrafos).

18. Texto expressivo ou subjetivo: centralizado no sujeito emissor, quando

este revela e dá vazão a seus sentimentos ou demonstra suas opiniões ou sensa-

ções a respeito de algum assunto ou pessoa. Nele prevalece a 1ª pessoa do singu-

lar (eu), as interjeições, as exclamações ou os adjetivos carregados de subjetivida-

de e diminutivos. É a linguagem das biografias, das memórias, das poesias líricas.

19. Texto panfletário: texto denuncista, com tom, muitas vezes, crítico, sen-

sacionalista, exagerado. Ex.: Mulheres do Brasil, é hora de lutarmos contra a desi-

gualdade e a exploração!

20. Alegorias: correspondem a cadeias metafóricas e manifestam-se, espe-

cialmente, por meio de fábulas, apólogos e parábolas.

• A fábula é texto alegórico muito comum na literatura infantil. A linguagem

utilizada é simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com

características humanas. Durante a fábula, é feita analogia entre a realidade

humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar

algo ou provar alguma verdade estabelecida - lição moral. Ex.: conversa en-

tre o lobo e o cordeiro.

• O apólogo é gênero alegórico que ilustra ensinamento de vida por meio de

situações semelhantes aos reais e envolve especialmente objetos, seres ina-

nimados ou irracionais, que também assumem ações humanas. Ex.: conver-

sa entre a linha e a agulha.

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• A parábola é narração alegórica que se utiliza de situações, pessoas ou coi-

sas para comparar a ficção com a realidade e, por meio dessa comparação,

transmitir lição de sabedoria. A parábola transmite lição ética por meio de

prosa metafórica, de linguagem simbólica. Ex.: parábola do semeador.

21. Charges: são formas de ilustração que têm por finalidade satirizar, por

meio de caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens en-

volvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga ─ exagera traços do ca-

ráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas po-

líticas no Brasil. Não confundir com cartoon (ou cartum), que é palavra de origem

inglesa, pois, ao contrário da charge, que sempre é crítica contundente, o cartum

retrata situações mais corriqueiras do dia a dia da sociedade. Mais do que simples

desenho, a charge é crítica político-social em que o artista expressa graficamente

sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

22. Crônica: é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem

cronológica. A palavra crônica deriva do grego “chronos”, que significa “tempo”.

Nos jornais e nas revistas, a crônica é narração curta escrita pelo mesmo autor e

publicada em seção habitual do periódico, na qual se relatam fatos do cotidiano e

outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência e outros.

A crônica argumentativa consiste em tipo mais moderno de crônica, no qual o

cronista expressa o seu ponto de vista em relação a um problema da sociedade.

Nesse caso específico, a  ironia e o sarcasmo são frequentemente usados como

instrumentos para transmitir opinião e abordar determinado assunto. Na crônica

humorística, o cronista escreve o texto com visão irônica e bem-humorada dos

acontecimentos.

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23. Quanto ao foco narrativo ─ a posição escolhida pelo narrador para desen-

cadear os fatos ─, podem-se caracterizar três tipos básicos de narrador.

a) Narrador-personagem: 1ª pessoa/ O narrador participa dos fatos explicitados.

b) Narrador-observador: 3ª pessoa/ O narrador apenas observa os fatos explicitados.

c) Narrador-onisciente: 3ª pessoa/ Sabe tudo: além de observar os fatos

explicitados, conhece intrinsecamente as personagens.

24. No tocante aos tipos de Discurso, podem-se caracterizar três tipos essenciais.

a) Discurso direto

Características:

• fala fiel dos interlocutores ou das personagens;

• frequentemente, um verbo dicendi (falar, dizer, responder, afirmar, indagar,

perguntar e outros);

• na ausência do verbo dicendi, um sinal de pontuação: dois pontos, travessão,

aspas ou mudança de linha.

b) Discurso indireto

Características:

• fala não visível das personagens, mas explicitada pelo narrador (numa ora-

ção subordinada substantiva);

• verbo dicendi;

• frequentemente, terceira pessoa na oração subordinada substantiva.

c) Discurso indireto livre ou semi-indireto

Características:

• falta do verbo dicendi, dois pontos, travessão ou aspas;

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• fala não visível das personagens, cuja voz parece confundir-se com a do nar-

rador;

• períodos livres (sem elo subordinativo).

25. Metáfora: comparação com valor conotativo.

26. Catacrese: é o nome dado à figura de sintaxe que consiste no emprego de

uma palavra no sentido analógico e não em seu sentido próprio.

27. Metonímia: substituição que se baseia numa relação lógica de significado

entre dois termos.

Ex.: Ela detesta ler Clarice Lispector.

28. Perífrase/Antonomásia: mais palavras em vez de menos (circunlóquio).

29. Antítese: é a figura de retórica em que uma palavra, ideia ou proposição

contradiz ou se opõe deliberadamente à anterior.

30. Oxímoro ou paradoxo: tipo de antítese em que duas ideias antagônicas,

as quais se excluem mutuamente, aparecem simultaneamente em uma única cons-

trução sintática.

31. Ironia: é um recurso de expressão que consiste em dar a entender o con-

trário do que se está dizendo.

32. Eufemismo: é uma figura de pensamento empregada para expressar ideias

desagradáveis e chocantes por meio de palavras brandas e suaves.

33. Prosopopeia: é uma figura de linguagem que consiste em humanizar ani-

mais e coisas inanimadas ou dar voz a pessoas mortas, ausentes ou fictícias.

34. Modalizadores epistêmicos asseverativos: traduzem afirmação, cer-

teza (realmente, naturalmente, obviamente, por exemplo) ou negação (de jeito

nenhum, de forma/maneira nenhuma, por exemplo).

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35. Modalizadores epistêmicos quase-asseverativos: traduzem hipótese

(relativização).

36. Modalizadores epistêmicos delimitadores ou restritivos: traduzem

limites (juridicamente, historicamente, do ponto de vista da Geografia).

37. Modalizadores deônticos: traduzem obrigatoriedade.

38. Modalizadores discursivos subjetivos ou afetivos: traduzem sentimentos.

39. Conquanto: elemento de coesão sequencial que traduz concessão (= embora)

40. Porquanto: elemento de coesão sequencial que traduz causa ou explicação

(= porque)

41. Contanto que: elemento de coesão sequencial que traduz condição (=

desde que, caso)

42. Ao ler o texto, explore a estrutura diafórica e defina dois campos importantes:

a) Campo Semântico – sublinhe sempre as palavras cujos significados, inicialmente,

são desconhecidos. O contexto, muitas vezes, vai ajudá-lo a identificar os sinônimos

dessas palavras. Tente buscar a acepção que melhor se ajuste ao contexto.

b) Campo Lexical – em cada parágrafo, investigue quais as palavras-chave

que constituem o núcleo da ideia apresentada pelo autor. Você definirá, assim,

os lexemas essenciais, que são palavras ou expressões de significação mais im-

portante naquele parágrafo. Uma vez definidos esses lexemas, procure chegar a

uma síntese, à palavra ou expressão que constitui o núcleo da ideia defendida pelo

autor durante todo o texto. Nesse momento, surge o arquilexema.

43. Na coesão lexical ou reiteração léxica, a coesão entre elementos léxicos

sucessivos é feita por meio da simples repetição ou da substituição léxica.

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44. Léxico é o conjunto de vocábulos de uma língua. Alguém domina todos

eles? Não. A parte que cada um domina recebe o nome de vocabulário. Por isso,

o examinador, frequentemente, testa a parte do léxico que você domina. Entendeu?

45. Na coesão gramatical, a coesão entre elementos léxicos sucessivos é

feita por meio de operadores lógicos oferecidos pela língua: pronomes, numerais,

advérbios pronominais e outros.

46. Ambiguidade – Chama-se ambiguidade ─ ou anfibologia ─ a duplicidade

de sentidos de uma construção fraseológica. Por interferir diretamente na clareza

do texto, constitui vício de linguagem.

47. Arcaísmos – Trata-se de termos, expressões ou construções sintáticas cujo

uso raramente é observado na língua atual. Nesse caso, tendem a deixar o texto

obscuro ou conferem a ele estilo pretensioso.

48. Argumento de autoridade - Fazer uso do argumento de autoridade con-

siste em invocar o pensamento de uma autoridade. Busca-se, portanto, a opinião

de alguém cujo saber é notório e socialmente reconhecido.

49. Coerência - É o substrato lógico do texto. É o conjunto de relações sintá-

tico-semânticas que unem as partes de um texto e permitem perfeita compreen-

são. O texto é coerente quando não há incompatibilidade entre as suas partes.

50. Coesão - É a ligação de natureza gramatical (sintático-semântica) e lexical

entre as partes de uma sentença ou de um texto. Falta coesão a um texto quando

as ideias estão “soltas”, não se relacionam.

51. Coloquialismo – O coloquialismo corresponde ao uso de variante linguísti-

ca falada em situações de informalidade. Observa-se nas dimensões fonética, mor-

fológica, sintática e (ou) semântica. Ex.: Registro coloquial: Na minha casa, tem

cinco pessoas. / Registro culto: Na minha casa, há/existem cinco pessoas.

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52. Função conativa ou apelativa - Enfatiza o receptor da mensagem. É a

função que caracteriza, por exemplo, os textos publicitários, em que é frequente o

uso dos verbos no modo imperativo.

53. Função emotiva - Privilegia o emissor da mensagem. Centrada na primei-

ra pessoa do discurso, caracteriza os textos marcadamente líricos, em que o poeta

exprime seus sentimentos e emoções.

54. Função fática - Centrada no canal de comunicação, aparece nos textos em que se

preserva a situação de comunicação, independentemente do conteúdo a ser transmitido.

55. Função metalinguística - Destaca o código de comunicação. É a função

que se verifica nos dicionários e nas gramáticas, obras em que a língua é usada

para explicitar a si própria.

56. Função poética – Manifesta-se nos textos em que se organiza, de maneira

especial, a mensagem. Nesse sentido, empregam-se os recursos de estilo. Lembre-

-se de que todo e qualquer texto, em versos ou em prosa, em que se note a preo-

cupação com o modo de dizer algo, com a construção, evidencia a função poética.

57. Função referencial - Dá ênfase ao referente (contexto) e privilegia a infor-

mação. Está presente, na verdade, em todos os textos, especialmente os científicos

e noticiosos.

58. Neologismo - É a palavra nova, que surge em geral para denominar um

novo objeto, conceito ou prática. Na maior parte das vezes, não é uma palavra to-

talmente nova, mas uma adaptação de termos já existentes segundo os processos

usuais da língua. Ex.: desnatureza, internéticos.

59. Perífrase - É um rodeio, uma espécie de circunlóquio, por meio do qual se

substitui um termo por uma expressão ou frase. Pode útil para evitar repetições

desnecessárias.

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60. Pleonasmo ou tautologia - Corresponde a uma figura de linguagem que

se caracteriza pela expressão redundante e enfática de uma ideia. É importante

distinguir as situações em que seu uso é estilístico daquelas em que é vicioso. São

normalmente apreciados os pleonasmos sintáticos (aqueles em que se repete, em

geral, um termo), como, por exemplo, “A mim me parece que o recurso é intem-

pestivo”, “Aos seus algozes, Cristo perdoou-lhes”, e os enfáticos, como “Vi com

meus próprios olhos”, “Riu seu riso engraçado”. Condenam-se, entretanto, as es-

truturas seguintes (viciosas): “autoavaliação de mim mesmo”, “subir para cima”,

“há cinco anos atrás”.

61. Polissemia – É a multiplicidade de sentidos de uma palavra. É um fenô-

meno bastante comum e, geralmente, origina-se dos usos figurados (metáfora,

metonímia, analogia etc.) ou de empréstimo de significado que a palavra tem em

outra língua.

62. Refutação ou contra-argumentação – Trata-se de procedimento de con-

testação ou réplica dos argumentos contrários. É parte fundamental de textos ar-

gumentativos. Podem-se refutar os argumentos contrários a uma tese de diversas

maneiras ─ em geral, pela desqualificação do seu autor (contestação de argumento

de autoridade) ou pela desvalorização de seu conteúdo.

63. Semântica - Parte da gramática que estuda a significação das palavras.

64. Silogismo – É raciocínio dedutivo que se organiza com base em duas pre-

missas que conduzem a uma conclusão. A primeira delas é a premissa maior, de

caráter universal; a segunda é a premissa menor, de caráter particular. Entre elas,

deve haver um termo comum (que esteja no sujeito da primeira e no predicado da

segunda), chamado termo médio.

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65. Eufonia – Trata-se do som agradável ao ouvido, numa sucessão harmonio-

sa de vogais e consoantes: “Vou agora” (em vez de “Vou-me já); “Fé em demasia

é bom” (em vez de “Fé demais é bom).

66. Cacofonia - Trata-se de som desagradável, proveniente da união das síla-

bas finais de uma palavra com as iniciais da seguinte: “Vou-me já”; “Fé demais é

bom”; “Lá tinha uma pessoa”; “Velocidade controlada por radar”.

67. Polifonia – No discurso, polifonia corresponde à manifestação de várias

vozes, simultaneidade de várias opiniões em um mesmo texto.

68. Estrofe - Nome dado a cada grupo de versos que compõem um poema.

De acordo com o número de versos que contêm, as estrofes recebem os seguintes

nomes: dístico, terceto, quarteto ou quadra, quinteto, sexteto ou sextilha, sétima,

oitava, nona, décima ou década.

69. Onomatopeia - Gramaticalmente, é palavra cuja formação procura repro-

duzir certos sons ou ruidoso.

Ex.: “tic-tac”, “tilintar” e outros.

70. Paródia - Composição literária cujo objetivo é imitar, com intenção satírica

ou cômica, o tema ou o estilo de uma outra obra.

71. Soneto - Tipo de composição poética de forma fixa, com quatorze versos

distribuídos em duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas estrofes de três

versos (tercetos).

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