Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
PROJETO INTEGRADOR – PROFISSÃO E CARREIRA EM PSICOLOGIA
PSICOLOGIA SOCIAL
São Paulo
2022
ALEX DE SOUZA GOIS - 921205726
ANDREA DAMACENO SILVA - 921118334
DENISE SANCHA DE SOUSA SILVA - 921201330
FELIPE SILVA - 921200469
GIOVANA VAZ CAVALCANTI - 921202351
JULIA ARAUJO SILVA - 921118415
LIANDRA VICTORIA THIELE SEELMAN - 92120134
THALIA CARVALHO FERREIRA - 921118727
MARIA FERNANDA BOMFIM DE ARAÚJO ALVES - 921205981
NICOLLY MELISSA UMBELINO SOUZA - 321101871
JULIA OLIVEIRA CABRAL – 922105292
2ºB
PSICOLOGIA SOCIAL
São Paulo
2022
1. INTRODUÇÃO
PSICOLOGIA SOCIAL
A entrevista foi realizada remotamente pelo Google Meet tendo como entrevistada a
Psicóloga M. que atualmente trabalha no CRAS (Centro de Referência de
Atendimento Social), seguimos o roteiro de entrevista conforme orientação, segue a
transcrição:
Entrevistador: 1 - Conte um pouco sobre a sua experiência como psicólogo, por que
você escolheu essa área de atuação e quais eram as expectativas.
Psicóloga: Se me perguntarem o por que eu escolhi psicologia tem que voltar muito,
porque já está muito distante. eu acho que não são nem mais os motivos que me
fazem continuar, viu? Acho que era bem aquela história de que eu era amiga que
dava conselho, mas assim, acho que foi meio que por isso, na época eu queria fazer
psicologia ou jornalismo, ou letras ou biologia marinha. Sabe, eu tinha vários
interesses assim e aí eu fui para a psicologia. Ah, eu não lembro qual foi o fator
decisivo, eu acho que tinha, eu achava que tinha haver comigo e fui. Eu tinha uma
ideia de psicologia bem tradicional, de conversa individual, entre duas pessoas.
Sabe, que uma estava ali, Uma ideia da clínica tradicional mesmo, em que uma
pessoa está ali para orientar a outra em um sofrimento para acolher e etc. Eu acho
que isso tinha ver comigo e fui para a psicologia. A minha expectativa, eu entrei na
faculdade sem saber, foi em 2011, entrei na faculdade sem saber muito o que era
uma faculdade. Na minha família ninguém nunca tinha feito faculdade, eu não sabia
direito os nomes dos vestibulares na época, eu fui seguindo uma onda de pessoas,
que estava fazendo vestibular. E aí eu fui, me formei na UNIFESP, em Santos, e só
lá, porque eu acessei política pública para me manter na faculdade e eu fui
conseguindo entender. Ah, então faculdade é isso aqui, eu estava bem perdida no
começo, só depois que eu fui me situando e aí entendendo essa coisa do “nossa,
acho que eu quero trabalhar na parte social, mas a minha expectativa com a
faculdade estava muito ligada a me formar para ter um trabalho bem tradicional de
psicologia que não foi muito que aconteceu por fim das contas.
Entrevistador: 2 - Há quanto tempo você atua nessa área?
Por isso, eu acho que esse seja o primeiro desafio: entender que, por mais
capaz que se seja, há uma limitação estrutural que te impede de dar melhor
resultado.
Então, o fato de conseguir dar conta de toda demanda, com quem está
tomando as decisões, ainda com a equipe mínima, dá uma sensação de capacidade
e competência que falta aos profissionais que não têm essa condição. A pergunta
acaba sendo: “qual o número de famílias que você consegue acompanhar?”
Aqui em Osasco, a gente tem uma Diretriz que determina que um mesmo
técnico, um mesmo profissional da Psicologia, consegue acompanhar 100 (cem)
famílias. Ou seja, é complicado, porque as comunidades são muito grandes e eu
mesma já me vi tendo que trabalhar com uma tabela que constava 160, 180 famílias
com as quais eu deveria assistir. Então, chegava uma hora em que eu percebia que
não tinha condição de lidar com aquela quantidade de de pessoas e isso dá uma
impressão de que não estamos fazendo corretamente o nosso trabalho; pois a gente
acaba priorizando as famílias que tenham maior carência de várias formas e a gente
adapta os recursos para atender tais necessidades. Só que isso não é o trabalho do
CRAS, pois, por princípio o CRAS seria para prevenir e trabalhar de modo a impedir
que certos cenários se instalassem.
Psicóloga: Há eu acho que vou repetir algumas coisas, eu acho que toda psicologia
independente da onde a gente tá fazendo, com quantas pessoas a gente tá fazendo,
ela é social, toda psicologia, na escola, no Higienópolis, no CRAS, em uma
penitenciária, por que nós somos seres sociais mesmo. Então meu gênero, minha
raça, minha orientação sexual, meu território, as minhas deficiências, minhas
divergências, todas essas coisas vão me pegando, e o profissional que está me
atendendo, se ele não está atento a essas questões, muita coisa passa, muita coisa
se perde, e a gente cai no risco de reproduzir violência, então eu acho que o
compromisso é esse, de entender que a gente não é neutro, em todo lugar que a
gente estiver, nós sempre partimos de outro lugar ou lugares, e a gente é
responsável de incluir a pessoa que está com a gente no mundo com a maior
dignidade que a gente conseguir, então, é para além de não ter julgamento, eu acho,
que o negócio de ter compromisso é a gente ter posicionamento mesmo de
conseguir validar esse sofrimento e saber de onde vem, de conseguir contextualizar
as pessoas que passam por nós e precisam do nosso olhar e naquele momento
estão confiando.
Entrevistador: 8 - Quais as contribuições para a sociedade que seu trabalho tem
oferecido?
Psicóloga: No CRAS? O CRAS neste momento está sendo atacado, né? Nos
últimos anos, tá sendo bem sucateado, eu sinto que tem uma pressão política pra
assistência social e se distanciando dessa coisa que eu estava comentando de
direito, e cada vez um apelo maior que vai fazendo se parecer de novo com
caridade, com o que a gente fala muito de assistencialismo, meu trabalho tá nesse
compromisso de lutar contra isso, então, seja nos atendimentos individuais quando
as pessoas começam a falar que não estão conseguindo acessar alimento, sabe, e
às vezes com o documento do CRAS que é o serviço oficial para isso, para garantir
a produção de alimento para aquela família, ela não consegue uma cesta básica.
Mas com o vereador batendo na porta ela consegue, então gente tem que
desconstruir isso, em todos os momentos, de apresentar o que é direito, o que é
privilégio, o que é política pública, o que é às vezes visto como luxo, como só
algumas pessoas podem acessar e você não, quem são vocês, da onde vocês vêm,
o por que disso está acontecendo, o que a gente tem de tecnologia pra democracia
ir contra essas coisas, então, é uma coisa de miudinho, no CRAS toda semana a
gente faz um acolhimento do coletivo e toda semana a gente explica “tim tim por tim
tim” o que é assistência social, qual o papel de cada profissional naquele serviço,
quem a gente atende, quais são os benefícios, quais as dificuldades, aonde
encontrar cada referência pra cada tipo de serviço que eles estão precisando, toda
semana a gente faz duas vezes por dia. Além disso tem esses grupos que eu
comentei, então às vezes a gente faz uma ação no território, junto com escolas, por
exemplo, participei por um tempo de reuniões aqui com todos os CRAS, cada
CRAS foi puxando, eu fiquei responsável pela que eu trabalho, de proteção à
infância e adolescência mas não era uma reunião só do CRAS, era de todas as
escolas, era da UBS, era dos CAPS infanto-juvenil, era de todo mundo que
atendente infância e adolescência aqui no município na zona norte onde eu
trabalhava, no final desses encontros a gente consegue, por exemplo que alguns
dos adolescentes que eram atendidos por um dos professores que participava da
reunião levem para a câmera dos vereadores um questionamento do porquê só tem
um CRAS de infanto juvenil em Osasco? Sabe? E é uma coisa que a gente constrói
junto mesmo. Eu sou psicóloga, dessas reuniões a preocupação que surgiu foi, tem
muito adolescente e muita criança precisando de acompanhamento em saúde
mental e o município não comporta, tem só um, na zona norte não chega por que é
longe e aí os adolescentes se mobilizarem pra eles protagonizarem esse
questionamento. Eu sinto que coisas desse tipo de informar sobre os direitos, se
mobilizar pra pessoas irem atrás, de acolher e entender o contexto das pessoas, eu
sinto que coisas desse tipo tem muito haver com as contribuições que eu tenho feito
e outros profissionais colegas da psicologia também.
Psicóloga: Primeiro que eu não sou herdeira, né? Acho que se eu fosse herdeira, eu
trabalharia bem menos. Assim, né? Todo mundo ri chorando. Eu não pensei em
desistir não, eu penso bastante que eu poderia trabalhar menos, pra ficar menos
cansada, ter mais tempo com outras pessoas, né? Ter mais espaço para fazer
outras coisas na vida. Desistir eu nunca pensei não, acho que se um dia eu virar
herdeira, ganhar na Maga-Sena, eu ainda continuo fazendo boa parte do meu
trabalho, mas diminuiria muito a minha carga horária, por exemplo.
O que me motiva a continuar é que tem muito serviço pra fazer. Eu entendo
que eu acessei a minha graduação porque parte desse serviço que a gente está
batalhando pra fazer, né, de assistência social foi garantido lá trás, se não fosse
isso, eu nunca teria feito uma faculdade, se não fosse o ??? que expandiu as
universidades federais, eu nunca teria entrado na faculdade, eu não tinha como
pagar uma mensalidade na época, não tinha referência de que uma faculdade faria
de diferente na vida de alguém porque eu não conhecia ninguém que tinha entrado
na faculdade, nunca, então, eu vi a diferença que fez.
Eu não pensei em desistir, penso bastante que poderia trabalhar menos, pra
ficar menos cansada, ter mais tempo com outras pessoas e ter mais espaço para
fazer coisas na vida. Acho que se um dia eu virasse herdeira ou ganhasse na
Mega-Sena, ainda continuaria fazendo boa parte do meu trabalho, mas diminuiria
muito a minha carga horária.
O que me motiva a continuar é que tem muito serviço para fazer. Eu entendo
que acessei a minha graduação porque parte desse serviço de assistência social
que estamos batalhando para fazer foi garantido lá trás, se não fosse isso, eu nunca
teria feito uma faculdade, se não fosse o ???, que expandiu as universidades
federais, eu nunca teria entrado na faculdade, eu não tinha como pagar uma
mensalidade na época e não tinha referência de que fazer um ensino superior faria
diferença na vida de alguém porque eu não conhecia ninguém que tinha feito,
nunca, então, eu vi a diferença que fez.
Concluímos que o cenário não é o único ponto de partida, mas que existe uma via
de mão dupla, de quanto as tarefas intervêm no nosso comportamento. Que as
informações acima são válidas para um estudante em psicologia ou profissional
atuando, que sejamos pragmáticos, busquemos uma atividade que seja
fundamental.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta apresentada pelo trabalho foi integrar uma melhor vivência sobre
a Psicologia social, tivemos a oportunidade de conhecer as visões de autores como
Auguste Comte que nos apresenta que a psicologia social que está ligada a
sociologia e a moral, podendo então impactar diretamente a vida do indivíduo
dependendo da forma que ele é tratado.
LANE, Silvia T. Maurer. O que é Psicologia Social. 1 ed. São Paulo: Brasiliense,
1981, 88 p.
SOUSA, Esther Alves de. Silvia Lane: Uma contribuição aos estudos sobre a
Psicologia Social no Brasil. Temas em Psicologia. Ribeirão Preto, v. 17, n. 1, 2009.
Disponível em: http://www.pepsic.bvsalud.org
SOUSA, Felipe de. O que é Psicologia Social? Psicologia MSN. Disponível em:
http://www.psicologiamsn.com
REGADER, Bertrand. Qué es la Psicología Social? Psicología y Mente. Disponível
em: http://psicologíaymente.net