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DESCRIÇÃO

Conceitos e princípios básicos de Eletrônica Digital: sistemas de numeração, álgebra


Booleana, portas lógicas e simplificação de circuitos.

PROPÓSITO
Compreender a representação dos números em diferentes bases, sobretudo na base binária e
hexadecimal. Identificar as portas lógicas e a sua utilização para obtenção de circuitos
complexos. Representar circuitos lógicos por funções booleanas e simplificá-las empregando o
mapa de Karnaugh.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Calcular a representação de números em diferentes bases e as operações com base binária e


hexadecimal

MÓDULO 2

Identificar as portas lógicas e a notação de funções booleanas


MÓDULO 3

Aplicar a álgebra de Boole para a simplificação de funções booleanas

MÓDULO 4

Aplicar o mapa de Karnaugh para a simplificação de funções booleanas

INTRODUÇÃO
Os primeiros dispositivos eletrônicos eram integralmente analógicos, mas com o passar dos
anos surgiram os digitais. Atualmente, a Eletrônica Digital está presente em praticamente todos
os dispositivos que utilizamos: celulares, carros, TVs, computadores, aviões etc. Entre as
vantagens dos circuitos digitais em relação aos eletrônicos que explicam essa substituição,
destacam-se:

Confiabilidade, possibilidade de utilização de protocolos de verificação de erros.

Capacidade de armazenamento. Por exemplo, CDs, DVDs e Blu-rays, armazenam muito


mais informação do que discos de vinil ou fitas cassete.

Maior resistência a ruídos. Este fenômeno pode ser observado comparando a


transmissão de sinal de TV digital e o analógico.

Possibilidade de fazer dispositivos que podem ser programados para diversas tarefas.
Por exemplo, seu computador pode desempenhar diversas funções apenas alterando os
programas instalados, sem modificações no hardware (parte física do dispositivo).
MÓDULO 1

 Calcular a representação de números em diferentes bases e as operações com base


binária e hexadecimal

BASES NUMÉRICAS
O sistema numérico, que utilizamos rotineiramente, utiliza 10 símbolos (também chamados de
algarismos) para representar os números: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Combinando esses
símbolos, podemos representar qualquer valor.

 VOCÊ SABIA

A utilização da base 10, ou decimal, é uma herança de nossos antepassados, que costumavam
usar os dedos das mãos para contar objetos.

Não há nada de especial em relação ao número 10, podemos representar os números em


diferentes bases. Por exemplo, na base 8 teremos os dígitos: 0, 1, 2, 3, .... e 7, assim a
representação dos números de 0 a 12 na base 8 é:

Base 10 Base 8

0 08
Base 10 Base 8

1 18

2 28

3 38

4 48

5 58

6 68

7 78

8 108

9 118

10 128

11 138

12 148

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Note que a identificação da base é realizada com o número da base subscrito à direita do
número, por exemplo, 108.
 ATENÇÃO

Perceba que essa notação não é utilizada para base 10, isso porque é convencionado que todo
número esteja na base 10, a menos que seja explícito o contrário.

Também podemos utilizar bases de ordem superior a dez. Nesse caso, usamos as letras do
alfabeto para representar os algarismos com valor superior a 9.

 ATENÇÃO

Na base 16 (ou hexadecimal) são utilizados os algarismos: 0, 1, 2, 3, ..., 9, A, B, C, D, E e F.

A base 2, ou binária, e a base hexadecimal são muito utilizadas em eletrônica digital e, por
isso, recebem uma identificação simplificada.

 DICA

Os números binários são identificados utilizando a letra “b” em seu final e os hexadecimais a
letra “h”.

Na tabela, a seguir, podemos ver como são representados os números de 0 a 20 em diferentes


bases.

Base 10 Base 2 Base 4 Base 7 Base 8 Base 16

0 0b 04 07 08 0h

1 1b 14 17 18 1h

2 10b 24 27 28 2h

3 11b 34 37 38 3h
Base 10 Base 2 Base 4 Base 7 Base 8 Base 16

4 100b 104 47 48 4h

5 101b 114 57 58 5h

6 110b 124 67 68 6h

7 111b 134 107 78 7h

8 1000b 204 117 108 8h

9 1001b 214 127 118 9h

10 1010b 224 137 128 Ah

11 1011b 234 147 138 Bh

12 1100b 304 157 148 Ch

13 1101b 314 167 158 Dh

14 1110b 324 207 168 Eh

15 1111b 334 217 178 Fh

16 1 0000b 1004 227 208 10h

17 1 0001b 1014 237 218 11h


Base 10 Base 2 Base 4 Base 7 Base 8 Base 16

18 1 0010b 1024 247 228 12h

19 1 0011b 1034 257 238 13h

20 1 0100b 1104 267 248 14h

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Repare que quando os números são representados na base 2, normalmente, haverá muitos
algarismos, aumentando a probabilidade de cometermos erros ao transcrever ou operar com
esses valores.

 DICA

Para facilitar o manuseio, a leitura e a escrita costumamos separar os números binários em


sequências de 4 dígitos, da direita para a esquerda. Assim ao invés de escrever 2020 =
11111100100b, escreve-se 2020 = 111 1110 0100b.

CONVERSÃO DE QUALQUER BASE PARA A


DECIMAL
Note que a formação dos números decimais segue uma regra de acordo com a posição dos
algarismos. Iniciando pelo algarismo menos significativo, cada digito é multiplicado por 10
elevado à sua posição, considerando a primeira posição valendo zero.

 EXEMPLO
1528 = 8 x 100 + 2 x 101 + 5 x 102 + 1 x 103

Dizemos que o algarismo mais à esquerda é o mais significativo (MSB – Most Significant Bit),
pois está na posição de maior valor. Igualmente, dizemos que o dígito mais à direita é o menos
significativo (LSB – xLeast Significant Bit), pois ocupa a posição de menor valor. No caso do
1528 “1” é o algarismo mais significativo e “8” é o algarismo menos significativo.

A formação dos números na base decimal é apenas um caso particular. O caso geral, que vale
para qualquer base, pode ser usado para converter os números de suas bases de origem para
a decimal.

Para converter um número de qualquer base para a decimal, devemos calcular o somatório de
cada algarismo multiplicado pelo valor da base elevado ao valor correspondente à posição do
algarismo, iniciando pelo menos significativo, cuja posição corresponde ao expoente 0.

Apesar de a descrição parecer complicada, o processo é bem simples, veja nos exemplos
abaixo:

EXEMPLO 1
EXEMPLO 2

1) CONVERTA 1A4H PARA O SISTEMA DECIMAL:

1A4h = 4 x 160 + 10 x 161 + 1 x 162 = 4 + 160 + 256 = 420

2) CONVERTA 1101B PARA O SISTEMA DECIMAL:

1101b = 1 x 20 + 0 x 21 + 1 x 22 + 1 x 23 = 19 + 0 + 4 + 8 = 13

CONVERSÃO DA BASE DECIMAL PARA


QUALQUER BASE
Para converter um número da base 10 para qualquer base, utilizaremos o método das divisões
sucessivas. Nesse método, dividimos o número sucessivamente pelo valor da base de destino.
O processo é repetido até que o quociente seja menor que o valor da base, então, o número é
formado pelo último quociente e os restos, sendo o último quociente o dígito mais significativo e
os restos colocados na ordem inversa de que apareceram na divisão.

Pode parecer um processo complicado, mas no passo a passo, a seguir, veremos que é bem
simples.

PASSO 1

Converta 420 para a base hexadecimal:

PASSO 2

PASSO 3

Como o quociente do passo anterior é menor que o valor da base, paramos a divisão e
formamos o número na base hexadecimal:
Último quociente Segundo resto Primeiro resto

1 A 4

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Destacando que 10 na base decimal corresponde ao algarismo A da base hexadecimal.

Assim, 420 = 1A4h.

Para agilizar o processo manual, podemos compactar a notação, como realizado nos exemplos
abaixo:

EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
1) Converta 21582 para a base hexadecimal:

21852 = 544Eh

2) Converta 102 para a base binária:

102 = 110 0110b


A BASE BINÁRIA
O sistema binário é extremamente importante para eletrônica digital, pois é o utilizado nas
máquinas digitais até hoje.

 VOCÊ SABIA

Seu computador funciona assim, processando enormes quantidades de 0s e 1s!

Dessa forma, o dígito binário, também chamado de bit, é a menor quantidade de informação
capaz de ser representada nos sistemas digitais. É comum na área de computação trabalhar
com agrupamentos de bits, o conjunto de 4 bits é chamado de nibble e o de 8 bits é chamado
de byte.

CONVERTENDO ENTRE A BASE BINÁRIA E


A HEXADECIMAL
Como realizar a conversão entre as bases binária e hexadecimal de maneira inteligente

Veja como deve ser feita a conversão entre as bases binária e hexadecimal no vídeo a seguir:

OPERAÇÕES COM A BASE BINÁRIA


SOMA ARITMÉTICA

A operação de soma com binários e hexadecimais pode ser realizada da mesma forma com
decimais. Sempre que a soma de dois algarismos excede a capacidade de representação da
base com apenas um algarismo, aparece o carry, como pode ser visto abaixo.

Exemplo:

A soma 47 + 26 em decimal é realizada da seguinte forma:

RESPOSTA

Em binário, a mesma soma pode ser realizada como:

Já em hexadecimal:

Note que o sistema hexadecimal pode representar, com apenas 1 algarismo, até o número 15,
que corresponde ao dígito hexadecimal “F”. No exemplo acima, F + A corresponde à seguinte
soma no sistema decimal, 15 + 10 = 25. Convertendo 25 para hexadecimal obtém-se 19h, o “1”
aparece na operação de soma como carry.
SUBTRAÇÃO

A subtração com binários e hexadecimais, assim como a adição, é realizada de forma


semelhante ao que é feito com os decimais. Ou seja, a operação é realizada dígito a dígito.
Deve se tomar cuidado especial quando for preciso “pedir um”.

 RELEMBRANDO

É preciso lembrar que uma unidade do algarismo, à esquerda, equivale ao valor da base para o
algarismo que está à direta.

Veja o exemplo a seguir:

Exemplo:

A subtração 41 - 28 em decimal é realizada da seguinte forma:

Em binário, a mesma operação pode ser realizada como:

Começamos normalmente pelos algarismos menos significativos

Para poder realizar a operação no 3° algarismo menos significativo precisamos “pedir um”
emprestado ao 4°:
Nesse ponto da subtração, o 4° algarismo precisa “pedir um” emprestado, mas o 5° vale
zero. Então, primeiro o 5° dígito deverá “pedir um” para o sexto algarismo:

Finalmente o 3° algarismo pode pegar o valor que necessita para a substração e


podemos finalizar a operação:

Realizando a mesma operação utilizando a notação em hexadecimal:

Repare que quando o digito 9h “pede um” ele se transforma em 19h, ou seja, é somado 16 ao
seu valor inicial.

 ATENÇÃO
É fortemente recomendado fazer a subtração dos dígitos hexadecimais utilizando o sistema
decimal, conforme mostrado no exemplo, para evitar erros.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Identificar as portas lógicas e a notação de funções booleanas

PORTAS LÓGICAS
As portas lógicas são circuitos digitais capazes de implementar funções simples de variáveis
binárias, também conhecidas por variáveis booleanas. As portas lógicas são os elementos
básicos de construção dos circuitos lógicos mais complexos.

A variável booleana pode assumir apenas dois níveis lógicos:

Nível lógico 0 (zero)

Representa a ideia de não, falso.


Nível lógico 1 (um)

Representa ideia de sim, verdade.

 ATENÇÃO
O importante é que cada variável booleana pode assumir somente um valor por vez, e que o
nível lógico 0 e o 1 devem sempre ser opostos.

Logo, se em um sistema o 0 representa chave aberta, o 1 representará a chave fechada, se o 0


representa aparelho desligado, então o 1 representará o aparelho ligado etc.

A nomenclatura das portas lógicas é bastante indicativa da função que executam, facilitando a
memorização.

Saber identificar uma porta lógica pela sua nomenclatura, em português ou inglês, ou por
quaisquer de seus símbolos e reconhecer suas funções lógicas é fundamental para avançar
nos estudos de Eletrônica Digital.

PORTA NÃO (NOT) OU INVERSORA

A porta NÃO é uma porta com apenas uma entrada, cuja saída é o estado oposto ao da
entrada.

 DICA

Para mostrar o funcionamento das portas lógicas, utilizamos a tabela verdade, a qual é um
mapa que possui todas as possíveis combinações das entradas com os seus respectivos
resultados.

A tabela verdade da Porta NÃO e seu símbolo são apresentados abaixo:

A S

0 1

1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal


Figura 1 - Porta lógica NÃO | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

A função NÃO é representada como S ¯


¯
= A
¯
, e se lê como “A barra” ou “não A”.

PORTA E (AND)

A porta E necessita que todas as entradas sejam verdade (estado lógico 1) para que a saída
seja verdade. Caso contrário, a saída é falsa (estado lógico 0). Essa porta realiza o que
chamamos de produto lógico das variáveis booleanas.

A tabela verdade e o símbolo de uma porta E de duas entradas são:

A B S

0 0 0

0 1 0

1 0 0

1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 2 - Porta lógica E | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.


A função E é representada como S  =  A  ⋅ B ou S  =   AB , e se lê como “A e B” ou “A
multiplica B”.

 ATENÇÃO

Note que a porta lógica E pode ter tantas entradas quanto se queira.

Por exemplo, para uma porta E de três entradas.

A B C S

0 0 0 0

0 0 1 0

0 1 0 0

0 1 1 0

1 0 0 0

1 0 1 0

1 1 0 0

1 1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal


Figura 3 - Porta Lógica E de 3 entradas| Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

S  =  A ⋅ B ⋅ C = ABC , e se lê como “A e B e C”.

PORTA OU (OR)

A porta OU realiza a soma lógica das variáveis booleanas. Sua saída é verdade (1) desde que
pelo menos umas das entradas seja verdade (1). Assim como a porta E, a OU pode ter tantas
entradas quanto se queira. A simbologia e a tabela verdade de uma porta OU de duas entradas
são apresentadas a seguir:

A B S

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 4 - Porta Lógica OU | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

S = A+B, e se lê como “A ou B” ou “A mais B”.


 ATENÇÃO

É importante diferenciar a operação lógica OU que realiza a soma lógica, da soma aritmética
vista no Módulo 1. Perceba que, por exemplo, na função lógica não existe o carry.

A simbologia e a tabela verdade para uma função OU de quatro variáveis de entrada são:

A B C D S

0 0 0 0 0

0 0 0 1 1

0 0 1 0 1

0 0 1 1 1

1 0 0 0 1

1 0 0 1 1

1 0 1 0 1

1 0 1 1 1

1 1 0 0 1

1 1 0 1 1

1 1 1 0 1
1 1 1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 5 - Porta Lógica OU de 4 entradas | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

S  =  A + B + C + D

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Note que a função lógica OU, com mais do que duas entradas, é totalmente diferente do que
seria a soma aritmética dos mesmos bits.

Perceba também que como cada entrada pode assumir 2 valores (0 ou 1), a quantidade de
combinações possíveis para as entradas é 2^N, com N sendo a quantidade de entradas.
Então, no caso da porta OU com 4 entradas, há 2^4=16 combinações possíveis de entrada,
como pode ser visto na sua tabela verdade.

PORTA NÃO E (NAND)

Como sugerido pelo nome, essa porta é a negação da porta E. Ou seja, ela pode ser composta
por uma porta E seguida pela porta NÃO.

Simbologia da Porta NÃO E:

Figura 6 - Porta Lógica NÃO E | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

A porta NÃO E opera como uma porta E seguida pela porta NÃO:
Figura 7 - Esquema da porta lógica NÃO E | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

Assim, a sua tabela verdade é dada por:

A B S

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

E a expressão lógica da porta NAND é S ¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯


¯
=  A ⋅ B = AB
¯¯
¯¯

Assim, como as portas E e OU, a porta NAND pode possuir múltiplas entradas.

PORTA NÃO OU (NOR)

Análoga a porta NÃO E, a NÃO OU é a composição da OU com a NÃO. Assim como as


demais, ela pode ter duas entradas ou mais. A simbologia, tabela verdade e expressão da porta
NÃO OU são dadas a seguir:

A B S

0 0 1
0 1 0

1 0 0

1 1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 8 - Porta lógica NÃO OU | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
S =  A + B

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

PORTA OU EXCLUSIVO (EXCLUSIVE OR), XOR

A porta OU EXCLUSIVO, assim como as outras portas, pode ter mais do que duas entradas,
porém esse caso é incomum e seu funcionamento é ligeiramente diferente. Estudaremos
apenas a porta OU EXCLUSIVO de duas entradas.

Como o seu nome sugere, a saída da porta OU EXCLUSIVO é verdade (1), se, e somente se,
uma entrada for verdade (1) e a outra for falsa (0). Ou seja, se as entradas forem diferentes.

A representação da porta XOR e sua tabela verdade são:

A B S

0 0 0

0 1 1
1 0 1

1 1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 9 - Porta lógica OU Exclusivo | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

A expressão da porta lógica XOR é S = A ⊕ B lê-se “A ou exclusivo B”, ou “A XOR B”.

A expressão da XOR pode ser escrita em função das portas E, OU e NÃO:


¯
¯¯
S = A ⊕ B = A ⋅ B + A ⋅¯
¯

A seguir, mostramos a implementação da expressão obtida para a porta XOR:

Figura 10 - Implementação da porta XOR utilizando portas E, OU e NÃO | Fonte: Dachi, Édison
Pereira - adaptada.

PORTA NÃO OU EXCLUSIVO (NOT EXCLUSIVE


OR), XNOR

É a negação da porta OU EXCLUSIVO. Dessa forma, a porta XNOR possui saída verdade (1)
se, e somente se, as entradas forem iguais.
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯¯¯¯¯¯¯¯
 S = A ⊕ B = A ⋅ B + A ⋅ B  lê-se A não ou exclusivo B, ou A XNOR B.

A B S

0 0 1

0 1 0

1 0 0

1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Figura 11 - Porta lógica NXOR | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.

OBTENÇÃO DA FUNÇÃO BOOLEANA A


PARTIR DOS CIRCUITOS LÓGICOS
Obtenção da função booleana a partir dos circuitos lógicos

Veja como obter a função booleana a partir dos circuitos lógicos no vídeo a seguir:
OBTENÇÃO DOS CIRCUITOS LÓGICOS A
PARTIR DA FUNÇÃO BOOLEANA
Para obter o circuito lógico a partir da expressão booleana, basta identificar as funções lógicas
e as desenhar de acordo com a precedência das operações.

Exemplo:

Desenhe o circuito lógico que implementa a seguinte expressão: S (A + B) ⋅ ¯


¯¯
C ⋅ D + C ⋅ D 

RESPOSTA

RESPOSTA

Identificamos que as primeiras operações são o OU (A + B) e o E (C .D)

Em seguida, fazemos o E entre (A + B),  ¯


¯¯
C e D

Finalmente, fazemos a operação de OU entre (A + B) ⋅ ¯


¯¯
C ⋅ D  e C ⋅ D
OBTENÇÃO DA TABELA VERDADE A
PARTIR DA FUNÇÃO BOOLEANA
Conforme a complexidade da expressão booleana aumenta, obter a tabela verdade por simples
inspeção se torna cada vez mais difícil. Nesses casos, pode-se utilizar os seguintes passos
para obtê-la a partir da expressão booleana:

Montar a tabela com todas entradas possíveis.


Criar colunas para os produtos intermediários e as preencher de acordo (repetir este passo
tantas vezes quanto o necessário).


Criar a coluna da saída e a preencher de acordo.

EXEMPLO:
¯
¯¯
Montar a tabela verdade da expressão: S = A ⋅ (B + C) + C

1° PASSO
2° PASSO
3° PASSO
4° PASSO

1° PASSO

A B C

0 0 0

0 0 1

0 1 0

0 1 1

1 0 0

1 0 1

1 1 0

1 1 1

2° PASSO

A B C B+C C

0 0 0 0 1
A B C B+C C

0 0 1 1 0

0 1 0 1 1

0 1 1 1 0

1 0 0 0 1

1 0 1 1 0

1 1 0 1 1

1 1 1 1 0

3° PASSO

A B C B+C C A.(B+C)

0 0 0 0 1 0

0 0 1 1 0 0

0 1 0 1 1 0

0 1 1 1 0 0

1 0 0 0 1 0
A B C B+C C A.(B+C)

1 0 1 1 0 1

1 1 0 1 1 1

1 1 1 1 0 1

4° PASSO

A B C B+C C A.(B+C) S

0 0 0 0 1 0 1

0 0 1 1 0 0 0

0 1 0 1 1 0 1

0 1 1 1 0 0 0

1 0 0 0 1 0 1

1 0 1 1 0 1 1

1 1 0 1 1 1 1

1 1 1 1 0 1 1
OBTENÇÃO DA FUNÇÃO BOOLEANA A
PARTIR DA TABELA VERDADE
Obter uma função booleana a partir da tabela verdade é simples, basta seguir dois passos:

Identificar as combinações de entrada que geram saída “1” e as reproduzir usando as funções
lógicas E e NÃO.


Utilizar a função lógica OU para combinar as expressões obtidas no passo anterior.

No exemplo, a seguir, está ilustrado o método junto à explicação de como ele funciona.

EXEMPLO:

Obter uma função booleana que gere a tabela verdade abaixo:

A B C S

0 0 0 1

0 0 1 0

0 1 0 0

0 1 1 1

1 0 0 0

1 0 1 0
A B C S

1 1 0 0

1 1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Primeiro, suponha uma porta OU com entradas X e Y. Note que pela tabela verdade da porta
OU se X = 1 então S = 1, como pode ser visto nas linhas em destaque da tabela verdade
abaixo:

X Y S=X+Y

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Ou seja, 1 + Y = 1, independente do estado lógico de Y!

Retomando a tabela verdade do exemplo, para que a primeira linha (A = 0, B = 0 e C = 0)


possua saída S = 1, deve-se incluir o termo A ⋅ B ⋅ C , note que esse termo produz saída 1
se, e somente se, A = B = C = 0. Ou seja:

A B C A ⋅ B ⋅ C

0 0 0 1

0 0 1 0

0 1 0 0
A B C A ⋅ B ⋅ C

0 1 1 0

1 0 0 0

1 0 1 0

1 1 0 0

1 1 1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Para que a linha A = 0 e B = C = 1 possua saída 1, utiliza-se o termo A ⋅ B ⋅ C

Da mesma maneira, temos que para a linha A = B = C = 1 tenha S = 1, utiliza-se o termo A .B


.C

Assim, temos a seguinte tabela verdade:

A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C

0 0 0 1 0 0

0 0 1 0 0 0

0 1 0 0 0 0

0 1 1 0 1 0

1 0 0 0 0 0

1 0 1 0 0 0
A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C

1 1 0 0 0 0

1 1 1 0 0 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Fazendo S = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C :

A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C S

0 0 0 1 0 0 1

0 0 1 0 0 0 0

0 1 0 0 0 0 0

0 1 1 0 1 0 1

1 0 0 0 0 0 0

1 0 1 0 0 0 0

1 1 0 0 0 0 0

1 1 1 0 0 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Esse é o resultado desejado! Logo S = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C

 DICA
Analisando o exemplo anterior, fica claro que qualquer tabela verdade pode ser expressa como
uma soma de produtos.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Aplicar a álgebra de Boole para a simplificação de funções booleanas

Neste módulo, estudaremos os teoremas e propriedades da Álgebra Booleana e veremos


como eles podem ser utilizados para simplificar as funções booleanas.

TEOREMAS ELEMENTARES
Os primeiros 9 teoremas são bastante simples de se verificar.
=

1) A = A

=
⎧ ¯
¯¯ ¯
¯¯ =
A = 1 →  A = 0 e  dado   que  A = 0  →  A = 1
Se  ⎨ ,   logo  A = A
⎩ =
¯
¯¯ ¯
¯¯
A = 0 →  A = 1 e  dado   que  A = 1  →  A = 1

2) A  +  0  =  A

3) A  +  1  =  1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para verificar os teoremas 2) e 3) basta analisar a tabela verdade da porta OU:


4) A  ⋅ 1  =  A

5) A  ⋅ 0  =  0

Para verificar os teoremas 4) e 5) basta analisar a tabela verdade da porta E:

6) A  +  A  =  A

7) A + ¯
¯¯
A = 1

Para verificar os teoremas 6) e 7), será analisado a tabela verdade da porta OU, com uma
mudança conveniente na ordem em que as combinações das entradas aparecem:

8) A  ⋅  A  =  A

9) A ⋅ ¯
¯¯
A = 0

Para verificar os teoremas 8) e 9), será analisado a tabela verdade da porta E, com uma
mudança conveniente na ordem em que as combinações das entradas aparecem:

PROPRIEDADES
As propriedades da álgebra booleana são muito fáceis de se lembrar, pois seguem as mesmas
regras da álgebra matemática usual.
PROPRIEDADE
COMUTATIVA
A propriedade comutativa é válida para a adição e para a multiplicação:

A+B=B+A

A.B=B.A

PROPRIEDADE
ASSOCIATIVA
Assim como a propriedade comutativa, a propriedade associativa é válida para a adição e para
a multiplicação:

(A + B) + C = A + (B + C)

(A. B) . C = A . (B . C)

PROPRIEDADE
DISTRIBUTIVA
A propriedade distributiva é mais abrangente na álgebra booleana do que na álgebra usual,
pois além de ser aplicada ao produto:

A . (B + C) = A . B + A . C

Também podem ser aplicadas a soma:

A + (B . C) = (A + B) . (A + C)

Para verificar os dois casos da propriedade distributiva, analisaremos a tabela verdade:

A B C A.(B+C) A.B+A.C

0 0 0 0 0

0 0 1 0 0

0 1 0 0 0
A B C A.(B+C) A.B+A.C

0 1 1 0 0

1 0 0 0 0

1 0 1 1 1

1 1 0 1 1

1 1 1 1 1

A B C A.(B+C) (A+B).(A+C)

0 0 0 0 0

0 0 1 0 0

0 1 0 0 0

0 1 1 0 0

1 0 0 0 0

1 0 1 1 1

1 1 0 1 1

1 1 1 1 1

Para demonstrar como as propriedades e teoremas vistos até agora podem ser utilizados na
simplificação das expressões booleanas, faremos uma série de exemplos com expressões
simples.

EXEMPLOS

Prove as simplificações:

1) A + A ⋅ B = A

   A + A ⋅ B = A ⋅ 1 + A ⋅ B = A ⋅ (1 + B) = A ⋅ 1 = A

2) A ⋅ (A + B) = A

   A ⋅ (A + B) = A ⋅ A + A ⋅ B = A + A ⋅ B = A ⋅ (1 + B) = A ⋅ 1 = A   

3) A + ¯
¯¯
A ⋅ B = A + B

    A + ¯
¯¯
A ⋅ B
¯
¯¯
= (A + A) ⋅ (A + B) = 1 ⋅ (A + B) = A + B

4) A ⋅ (¯
¯¯
A + B) = A ⋅ B

    A ⋅ (¯
¯¯
A + B)
¯
¯¯
= A ⋅ A + A ⋅ B = 0 + A ⋅ B = A ⋅ B

5) A ⋅ B + A ⋅ ¯
¯
B̄ = A 

    A ⋅ B + A ⋅ ¯
¯
B̄ = A ⋅ (B + ¯
¯
B̄) = A ⋅ 1 = A

6) (A + B)  ⋅ (A + ¯
¯
B̄) = A

    (A + B) ⋅ (A + ¯
¯
B̄) = A ⋅ A + A ⋅¯
¯ + B ⋅ A + B ⋅¯
B̄ ¯ = A + A . ¯
B̄ ¯ + A ⋅ B + 0 =  

    = ¯
¯¯
A + A ⋅ (B +  B) = A + A ⋅ 1 = A ⋅ A = A

7) (A + B) ⋅ (A + C) = A + B ⋅ C

    (A + B) ⋅ (A + C) = A ⋅ A + A ⋅ C + B ⋅ A + B ⋅ C = A + A ⋅ C + A ⋅ B + B ⋅ C =

    = A ⋅ (1 + C + B) + B ⋅ C = A ⋅ 1 + B ⋅ C = A + B ⋅ C

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

TEOREMAS DE DE MORGAN
Os teoremas de De Morgan são de grande importância para a simplificação de expressões
booleanas. São eles:

1) O complemento do produto de variáveis booleanas é igual à soma dos complementos das


variáveis individuais.
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯ ¯ +¯
¯¯
(A ⋅ B ⋅ C ⋅ D) = A + ¯ B̄ C +¯
¯

2) O complemento da soma de variáveis booleanas é igual ao produto dos complementos das


variáveis individuais.

¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯ ¯ ⋅¯
¯¯
A + B + C + D = A ⋅¯ B̄ C ⋅¯
¯

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 DICA

Note que os teoremas de De Morgan se aplicam para uma quantidade arbitrária de variáveis. E
foram utilizadas 4 variáveis apenas para garantir a clareza da notação utilizada.

EXEMPLO:
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Simplifique a expressão S ¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯
= A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C

RESPOSTA

RESPOSTA

¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Aplicando De Morgan nos termos ¯
B ⋅ C  e  A + C:
¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯

¯
¯¯ ¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A ⋅ B ⋅ C + B + C + A ⋅ C

Colocando ¯
C em evidência:
¯¯

¯ +  ¯
S = A ⋅ B ⋅ C +  ¯

¯¯ ¯ +¯
C ⋅ (A + 1) = A ⋅ B ⋅ C +  ¯

¯
C
¯

¯
¯¯
Renomeando ¯
¯¯
B + C = X , podemos escrever:

S = A ⋅ B ⋅ C + X

Aplicando a propriedade distributiva:

S = (A + X) ⋅ (B ⋅ C + X)

Fazendo a substituição X ¯ +¯
= ¯

¯
C
¯
:
¯ +¯
S = (A + ¯

¯¯ ¯ +¯
C) ⋅ (B ⋅ C + ¯

¯¯
C)

Aplicando De Morgan no termo ¯


B̄ C:
¯ +¯
¯¯

¯
¯¯ ¯
¯¯ ¯¯¯¯¯¯¯¯
S = (A + B +  C) ⋅ (B ⋅ C +  B ⋅ C)

Note que B ⋅ C + ¯
B ⋅ C = 1, pois se B ⋅ C
¯¯¯¯¯¯¯
= Y , temos que B ⋅ C +  ¯¯¯¯¯¯¯¯
B ⋅ C = Y +¯
¯
Y¯ = 1 ,
assim:

¯ +  ¯
S = (A + ¯

¯¯
C) ⋅ 1

Finalmente:

¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A + B + C

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Simplificação de funções booleanas utilizando a álgebra booleana

Para melhor compreender o processo visto, assista ao vídeo a seguir:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Aplicar o mapa de Karnaugh para a simplificação de funções booleanas

No módulo anterior, vimos como simplificar expressões booleanas utilizando a álgebra boolena.
Apesar desse método ser muito prático para expressões simples, pudemos perceber que esse
processo pode ser bastante trabalhoso e complicado dependendo da complexidade da função
booleana.
Além disso, ao realizar a simplificação pela álgebra de boole, nem sempre temos certeza de
que obtivemos a expressão mais simples possível.

 EXEMPLO

Por exemplo, ao simplificar a expressão

¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯
¯¯
¯¯¯¯¯¯¯¯¯
S = A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C ,

seria razoável parar ao obter a expressão

¯ +¯
S = A ⋅ B ⋅ C +  ¯

¯
C
¯
,

acreditando ter obtido a expressão mais simples de S, porém a expressão mais simples de S
nesse caso é

S = A +¯
¯ + C

A utilização do Mapa de Karnaugh permite, a partir da tabela verdade, a obtenção da função


booleana mais simples que representa um circuito de maneira sistemática, rápida e prática.
Estudaremos os mapas de Karnaugh para circuitos com 2, 3 ou 4 entradas.

FORMATO DO MAPA DE KARNAUGH


Primeiro, definimos que cada combinação possível de entradas de uma função Boolena é um
mintermo. Então, para uma função de três variáveis, por exemplo, temos que o mintermo 3 é
¯
¯¯
A ⋅ B ⋅ C

mintermo A B C

0 0 0 0

1 0 0 1

2 0 1 0
3 0 1 1

4 1 0 0

5 1 0 1

6 1 1 0

7 1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

No mapa de Karnaugh, cada quadrado ou célula, corresponderá a um mintermo, ou seja, a


uma possível combinação possível das variáveis de entrada. A seguir, podemos observar o
formato dos mapas de Karnaugh para 2, 3 ou 4 variáveis.

Figura 12 - Mapa de Karnaugh para 2, 3 e 4 variáveis. | Fonte: O autor

Um conceito muito importante no Mapa de Karnaugh é o de vizinhança entre células. Duas


células são vizinhas quando a variação entre seus mintermos é de apenas 1 bit.

 EXEMPLO

No mapa de 4 variáveis, as células 7 e 15 são vizinhas, pois apenas o bit A varia entre elas. As
células 4 e 6 também são vizinhas, com apenas o bit C variando entre elas.

A vizinhança pode ser identificada graficamente. Duas células são vizinhas se fazem fronteira
entre si, ou seja, compartilham uma aresta, sendo que as arestas externas opostas do mapa de
Karnaugh são consideradas a mesma aresta. Na Figura 13, as arestas externas de mesma cor
são consideradas uma só para fins de verificação de vizinhança.

Figura 13 – Mapas de Karnaugh com indicação das arestas externas. | Fonte: O autor

Assim, se uma célula está em uma borda do mapa, ela é vizinha da célula na borda oposta.
Por exemplo, no mapa de 4 variáveis, as vizinhas da célula 0 são as células 1, 2, 4 e 8.

PREENCHIMENTO DO MAPA DE
KARNAUGH
O preenchimento do Mapa de Karnaugh é feito copiando o valor da função para cada célula
correspondente do mapa.

EXEMPLO:

Dada a tabela verdade da função S, abaixo, preencha o mapa de Karnaugh correspondente:

mintermo A B C D S

0 0 0 0 0 1

1 0 0 0 1 0

2 0 0 1 0 0
3 0 0 1 1 1

4 0 1 0 0 1

5 0 1 0 1 0

6 0 1 1 0 0

7 0 1 1 1 1

8 1 0 0 0 1

9 1 0 0 1 1

10 1 0 1 0 1

11 1 0 1 1 0

12 1 1 0 0 1

13 1 1 0 1 1

14 1 1 1 0 0

15 1 1 1 1 1

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

RESPOSTA
RESPOSTA

 ATENÇÃO

Apesar de ser um procedimento muito simples, é preciso tomar muito cuidado nesta etapa, pois
ela é muito suscetível a erros devido à falta de atenção. Note que as células do mapa de
Karnaugh não seguem uma ordem crescente!

MINIMIZAÇÃO UTILIZANDO MAPA DE


KARNAUGH
A minimização baseada no mapa de Karnaugh se baseia em agrupar células vizinhas nas
quais o valor da função é 1. Os agrupamentos podem ser:

Óctuplas, agrupamentos de 8 células.


Quadras, agrupamentos de 4 células.

Duplas, agrupamentos de 2 células.

Ilhas, células isoladas.

Em seguida, devemos identificar a expressão booleana que corresponde a cada agrupamento.


Para tal, observamos quais variáveis booleanas possuem mesmo valor em todas as células do
grupo. A expressão do agrupamento é o mintermo das variáveis que não alteram seu valor.

 DICA

Observe nas figuras dos agrupamentos o termo correspondente a cada um deles.

Ao realizar os agrupamentos, devemos seguir as seguintes regras:

Todos os “1” devem pertencer a pelo menos um agrupamento, podendo se fazer parte de
diversos agrupamentos.

Os “0”s não podem participar de nenhum agrupamento.


Devem ser priorizados agrupamentos com a maior quantidade de células possíveis.

Todos os agrupamentos devem incluir pelo menos um “1” que só pertença a ele, caso
contrário, ele deve ser descartado.

Baseando-se nessas regras, a minimização por mapa de Karnaugh deve seguir o seguinte
passo a passo:

Montar a tabela verdade, caso ela não tenha sido fornecida. Por exemplo, se for dado a
expressão booleana ao invés da tabela verdade.

Montar o mapa de Karnaugh.

Preencher o mapa de Karnaugh.

Agrupar as óctuplas de “1”.

Agrupar as quadras de “1”, em que nem todos os “1” pertençam as óctuplas já formadas.

Agrupar todas as duplas de “1”, em que nem todos os “1” pertençam aos agrupamentos
já formados.

Agrupar os “1” que não participam de nenhum agrupamento em ilhas.

Verificar se todos os agrupamentos incluem pelo menos um “1” único, descartando os


que não.

Seguindo esses passos corretamente, o resultado, em geral, será a soma mais simples de
mintermos que implementa a função pretendida.

EXEMPLO:

Calcule a função booleana que implementa a seguinte tabela verdade:

A B C D S
0 0 0 0 1

0 0 0 1 1

0 0 1 0 1

0 0 1 1 1

0 1 0 0 1

0 1 0 1 1

0 1 1 0 0

0 1 1 1 0

1 0 0 0 1

1 0 0 1 1

1 0 1 0 0

1 0 1 1 0

1 1 0 0 1

1 1 0 1 1

1 1 1 0 1
1 1 1 1 0

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

RESPOSTA

RESPOSTA

Inicialmente, montamos e preenchemos o mapa de Karnaugh:

Note que não é necessário colocar os zeros, podendo deixar seu espaço “em branco”.

Em seguida, buscamos as óctuplas:

Na sequência, buscamos as quadras:


A seguir, verificamos as duplas:

Como não há nenhum “1” sobrando, não precisamos utilizar as ilhas. Verificamos também que
os três grupos incluem pelo menos uma célula de valor “1” que só eles possuem.

Por último, identificamos os mintermos de cada grupo e realizamos sua soma:

¯
¯¯ ¯
¯¯
S  = C + A ⋅ ¯
¯ + A ⋅ B ⋅¯
B̄ ¯

EXEMPLO:
¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯
¯¯
¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Simplifique a expressão: S = A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C

RESPOSTA

RESPOSTA

Inicialmente, montamos a tabela verdade:


Na sequência, montamos e preenchemos o mapa de Karnaugh:

Em seguida, fazemos os agrupamentos:

Por fim, identificamos os mintermos de cada grupo e realizamos a soma deles:

¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A + B + C

Simplificação de funções booleanas utilizando o Mapa de Karnaugh

Entenda melhor a resolução do exemplo acima assistindo à explicação do professor:


CONDIÇÕES IRRELEVANTES (DON’T
CARES)
Condições irrelevantes ("X") são combinações de entradas em que, para o projetista do
circuito, não importa a saída. Essa situação ocorre, principalmente, porque nos sistemas reais,
muitas vezes, há combinações impossíveis de ocorrer.

O passo a passo para a simplificação, utilizando o mapa de Karnaugh, se mantém inalterado,


porém haverá no mapa de Karnaugh, além de “0”s e “1”, “X”s.

 ATENÇÃO

As condições irrelevantes podem ser incluídas nos agrupamentos, mas a sua inclusão não é
obrigatória.

A inclusão ou não deve ser realizada de forma que gere os melhores agrupamentos e, assim, a
expressão mais simplificada possível.

EXEMPLO:

Ache a expressão simplificada do mapa abaixo:

RESPOSTA
RESPOSTA

¯ ⋅¯
S = ¯

¯¯ ¯
¯¯ ¯¯
¯
C +  A ⋅ C + ¯
¯ ⋅¯
B̄ ¯
D¯+ A ⋅ B ⋅ C ⋅ D

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos quatros módulos, apresentamos as ferramentas fundamentais da Eletrônica
Digital que são utilizadas para construir circuitos mais complexos.

Inicialmente, vimos como os números podem ser representados em outras bases que não a
decimal e como transitar entre as diferentes bases. Conferimos especial destaque às bases
binária e hexadecimal, que são muito exploradas na Eletrônica Digital.

No segundo módulo, analisamos as funções lógicas que as portas lógicas executam e como
um circuito lógico pode ser expresso como uma função booleana, além de ser introduzido o
conceito de tabela verdade.
Em seguida, abordamos os fundamentos da álgebra booleana com enfoque em suas
propriedades e teoremas principais, e como aplicar esses conhecimentos na minimização e
circuitos.

Por fim, apreciamos a simplificação utilizando o mapa de Karnaugh, uma ferramenta


incrivelmente poderosa para a obtenção de circuitos lógicos simplificados.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
CAPUANO, F. G. Sistemas digitais circuitos combinacionais e sequenciais. In: Minha
Biblioteca. 1 ed. Érica, 2014. Pág. 11-60.

DACHI, E. P; HAUPT, A. G. Eletrônica digital. In: Minha Biblioteca. 1 ed. Blucher, 2018. Pág.
25-58

IDOETA, I.V.; CAPUANO, F. G. Elementos de Eletrônica Digital. In: Minha Biblioteca. 41.ed.
Érica, 2012. Pág. 18-165.

MENDONÇA, A.; ZELENOVSKY, R. Eletrônica Digital: Curso Prático e Exercícios, 2 ed. MZ


Editora, 2007. Pág. 3-9 e 33-72.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:

O capítulo 9 do livro Elementos de Eletrônica Digital (indicado nas referências) para


mais informações a respeito das famílias lógicas.

CONTEUDISTA
Felipe Gonçalves Serrenho

 CURRÍCULO LATTES

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