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PROPÓSITO
Compreender a representação dos números em diferentes bases, sobretudo na base binária e
hexadecimal. Identificar as portas lógicas e a sua utilização para obtenção de circuitos
complexos. Representar circuitos lógicos por funções booleanas e simplificá-las empregando o
mapa de Karnaugh.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Os primeiros dispositivos eletrônicos eram integralmente analógicos, mas com o passar dos
anos surgiram os digitais. Atualmente, a Eletrônica Digital está presente em praticamente todos
os dispositivos que utilizamos: celulares, carros, TVs, computadores, aviões etc. Entre as
vantagens dos circuitos digitais em relação aos eletrônicos que explicam essa substituição,
destacam-se:
Possibilidade de fazer dispositivos que podem ser programados para diversas tarefas.
Por exemplo, seu computador pode desempenhar diversas funções apenas alterando os
programas instalados, sem modificações no hardware (parte física do dispositivo).
MÓDULO 1
BASES NUMÉRICAS
O sistema numérico, que utilizamos rotineiramente, utiliza 10 símbolos (também chamados de
algarismos) para representar os números: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Combinando esses
símbolos, podemos representar qualquer valor.
VOCÊ SABIA
A utilização da base 10, ou decimal, é uma herança de nossos antepassados, que costumavam
usar os dedos das mãos para contar objetos.
Base 10 Base 8
0 08
Base 10 Base 8
1 18
2 28
3 38
4 48
5 58
6 68
7 78
8 108
9 118
10 128
11 138
12 148
Note que a identificação da base é realizada com o número da base subscrito à direita do
número, por exemplo, 108.
ATENÇÃO
Perceba que essa notação não é utilizada para base 10, isso porque é convencionado que todo
número esteja na base 10, a menos que seja explícito o contrário.
Também podemos utilizar bases de ordem superior a dez. Nesse caso, usamos as letras do
alfabeto para representar os algarismos com valor superior a 9.
ATENÇÃO
A base 2, ou binária, e a base hexadecimal são muito utilizadas em eletrônica digital e, por
isso, recebem uma identificação simplificada.
DICA
Os números binários são identificados utilizando a letra “b” em seu final e os hexadecimais a
letra “h”.
0 0b 04 07 08 0h
1 1b 14 17 18 1h
2 10b 24 27 28 2h
3 11b 34 37 38 3h
Base 10 Base 2 Base 4 Base 7 Base 8 Base 16
4 100b 104 47 48 4h
5 101b 114 57 58 5h
6 110b 124 67 68 6h
Repare que quando os números são representados na base 2, normalmente, haverá muitos
algarismos, aumentando a probabilidade de cometermos erros ao transcrever ou operar com
esses valores.
DICA
EXEMPLO
1528 = 8 x 100 + 2 x 101 + 5 x 102 + 1 x 103
Dizemos que o algarismo mais à esquerda é o mais significativo (MSB – Most Significant Bit),
pois está na posição de maior valor. Igualmente, dizemos que o dígito mais à direita é o menos
significativo (LSB – xLeast Significant Bit), pois ocupa a posição de menor valor. No caso do
1528 “1” é o algarismo mais significativo e “8” é o algarismo menos significativo.
A formação dos números na base decimal é apenas um caso particular. O caso geral, que vale
para qualquer base, pode ser usado para converter os números de suas bases de origem para
a decimal.
Para converter um número de qualquer base para a decimal, devemos calcular o somatório de
cada algarismo multiplicado pelo valor da base elevado ao valor correspondente à posição do
algarismo, iniciando pelo menos significativo, cuja posição corresponde ao expoente 0.
Apesar de a descrição parecer complicada, o processo é bem simples, veja nos exemplos
abaixo:
EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
1101b = 1 x 20 + 0 x 21 + 1 x 22 + 1 x 23 = 19 + 0 + 4 + 8 = 13
Pode parecer um processo complicado, mas no passo a passo, a seguir, veremos que é bem
simples.
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
Como o quociente do passo anterior é menor que o valor da base, paramos a divisão e
formamos o número na base hexadecimal:
Último quociente Segundo resto Primeiro resto
1 A 4
Para agilizar o processo manual, podemos compactar a notação, como realizado nos exemplos
abaixo:
EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
1) Converta 21582 para a base hexadecimal:
21852 = 544Eh
VOCÊ SABIA
Dessa forma, o dígito binário, também chamado de bit, é a menor quantidade de informação
capaz de ser representada nos sistemas digitais. É comum na área de computação trabalhar
com agrupamentos de bits, o conjunto de 4 bits é chamado de nibble e o de 8 bits é chamado
de byte.
Veja como deve ser feita a conversão entre as bases binária e hexadecimal no vídeo a seguir:
A operação de soma com binários e hexadecimais pode ser realizada da mesma forma com
decimais. Sempre que a soma de dois algarismos excede a capacidade de representação da
base com apenas um algarismo, aparece o carry, como pode ser visto abaixo.
Exemplo:
RESPOSTA
Já em hexadecimal:
Note que o sistema hexadecimal pode representar, com apenas 1 algarismo, até o número 15,
que corresponde ao dígito hexadecimal “F”. No exemplo acima, F + A corresponde à seguinte
soma no sistema decimal, 15 + 10 = 25. Convertendo 25 para hexadecimal obtém-se 19h, o “1”
aparece na operação de soma como carry.
SUBTRAÇÃO
RELEMBRANDO
É preciso lembrar que uma unidade do algarismo, à esquerda, equivale ao valor da base para o
algarismo que está à direta.
Exemplo:
Para poder realizar a operação no 3° algarismo menos significativo precisamos “pedir um”
emprestado ao 4°:
Nesse ponto da subtração, o 4° algarismo precisa “pedir um” emprestado, mas o 5° vale
zero. Então, primeiro o 5° dígito deverá “pedir um” para o sexto algarismo:
Repare que quando o digito 9h “pede um” ele se transforma em 19h, ou seja, é somado 16 ao
seu valor inicial.
ATENÇÃO
É fortemente recomendado fazer a subtração dos dígitos hexadecimais utilizando o sistema
decimal, conforme mostrado no exemplo, para evitar erros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
PORTAS LÓGICAS
As portas lógicas são circuitos digitais capazes de implementar funções simples de variáveis
binárias, também conhecidas por variáveis booleanas. As portas lógicas são os elementos
básicos de construção dos circuitos lógicos mais complexos.
Nível lógico 1 (um)
ATENÇÃO
O importante é que cada variável booleana pode assumir somente um valor por vez, e que o
nível lógico 0 e o 1 devem sempre ser opostos.
A nomenclatura das portas lógicas é bastante indicativa da função que executam, facilitando a
memorização.
Saber identificar uma porta lógica pela sua nomenclatura, em português ou inglês, ou por
quaisquer de seus símbolos e reconhecer suas funções lógicas é fundamental para avançar
nos estudos de Eletrônica Digital.
A porta NÃO é uma porta com apenas uma entrada, cuja saída é o estado oposto ao da
entrada.
DICA
Para mostrar o funcionamento das portas lógicas, utilizamos a tabela verdade, a qual é um
mapa que possui todas as possíveis combinações das entradas com os seus respectivos
resultados.
A S
0 1
1 0
PORTA E (AND)
A porta E necessita que todas as entradas sejam verdade (estado lógico 1) para que a saída
seja verdade. Caso contrário, a saída é falsa (estado lógico 0). Essa porta realiza o que
chamamos de produto lógico das variáveis booleanas.
A B S
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
ATENÇÃO
Note que a porta lógica E pode ter tantas entradas quanto se queira.
A B C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1
PORTA OU (OR)
A porta OU realiza a soma lógica das variáveis booleanas. Sua saída é verdade (1) desde que
pelo menos umas das entradas seja verdade (1). Assim como a porta E, a OU pode ter tantas
entradas quanto se queira. A simbologia e a tabela verdade de uma porta OU de duas entradas
são apresentadas a seguir:
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
É importante diferenciar a operação lógica OU que realiza a soma lógica, da soma aritmética
vista no Módulo 1. Perceba que, por exemplo, na função lógica não existe o carry.
A simbologia e a tabela verdade para uma função OU de quatro variáveis de entrada são:
A B C D S
0 0 0 0 0
0 0 0 1 1
0 0 1 0 1
0 0 1 1 1
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 1
1 0 1 1 1
1 1 0 0 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 1
1 1 1 1 1
S = A + B + C + D
Note que a função lógica OU, com mais do que duas entradas, é totalmente diferente do que
seria a soma aritmética dos mesmos bits.
Perceba também que como cada entrada pode assumir 2 valores (0 ou 1), a quantidade de
combinações possíveis para as entradas é 2^N, com N sendo a quantidade de entradas.
Então, no caso da porta OU com 4 entradas, há 2^4=16 combinações possíveis de entrada,
como pode ser visto na sua tabela verdade.
Como sugerido pelo nome, essa porta é a negação da porta E. Ou seja, ela pode ser composta
por uma porta E seguida pela porta NÃO.
A porta NÃO E opera como uma porta E seguida pela porta NÃO:
Figura 7 - Esquema da porta lógica NÃO E | Fonte: Capuano, Francisco Gabriel - adaptada.
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Assim, como as portas E e OU, a porta NAND pode possuir múltiplas entradas.
A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
S = A + B
A porta OU EXCLUSIVO, assim como as outras portas, pode ter mais do que duas entradas,
porém esse caso é incomum e seu funcionamento é ligeiramente diferente. Estudaremos
apenas a porta OU EXCLUSIVO de duas entradas.
Como o seu nome sugere, a saída da porta OU EXCLUSIVO é verdade (1), se, e somente se,
uma entrada for verdade (1) e a outra for falsa (0). Ou seja, se as entradas forem diferentes.
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Figura 10 - Implementação da porta XOR utilizando portas E, OU e NÃO | Fonte: Dachi, Édison
Pereira - adaptada.
É a negação da porta OU EXCLUSIVO. Dessa forma, a porta XNOR possui saída verdade (1)
se, e somente se, as entradas forem iguais.
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯¯¯¯¯¯¯¯
S = A ⊕ B = A ⋅ B + A ⋅ B lê-se A não ou exclusivo B, ou A XNOR B.
A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Veja como obter a função booleana a partir dos circuitos lógicos no vídeo a seguir:
OBTENÇÃO DOS CIRCUITOS LÓGICOS A
PARTIR DA FUNÇÃO BOOLEANA
Para obter o circuito lógico a partir da expressão booleana, basta identificar as funções lógicas
e as desenhar de acordo com a precedência das operações.
Exemplo:
RESPOSTA
RESPOSTA
Criar colunas para os produtos intermediários e as preencher de acordo (repetir este passo
tantas vezes quanto o necessário).
Criar a coluna da saída e a preencher de acordo.
EXEMPLO:
¯
¯¯
Montar a tabela verdade da expressão: S = A ⋅ (B + C) + C
1° PASSO
2° PASSO
3° PASSO
4° PASSO
1° PASSO
A B C
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1
2° PASSO
A B C B+C C
0 0 0 0 1
A B C B+C C
0 0 1 1 0
0 1 0 1 1
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 1 1 0
1 1 0 1 1
1 1 1 1 0
3° PASSO
A B C B+C C A.(B+C)
0 0 0 0 1 0
0 0 1 1 0 0
0 1 0 1 1 0
0 1 1 1 0 0
1 0 0 0 1 0
A B C B+C C A.(B+C)
1 0 1 1 0 1
1 1 0 1 1 1
1 1 1 1 0 1
4° PASSO
A B C B+C C A.(B+C) S
0 0 0 0 1 0 1
0 0 1 1 0 0 0
0 1 0 1 1 0 1
0 1 1 1 0 0 0
1 0 0 0 1 0 1
1 0 1 1 0 1 1
1 1 0 1 1 1 1
1 1 1 1 0 1 1
OBTENÇÃO DA FUNÇÃO BOOLEANA A
PARTIR DA TABELA VERDADE
Obter uma função booleana a partir da tabela verdade é simples, basta seguir dois passos:
Identificar as combinações de entrada que geram saída “1” e as reproduzir usando as funções
lógicas E e NÃO.
Utilizar a função lógica OU para combinar as expressões obtidas no passo anterior.
No exemplo, a seguir, está ilustrado o método junto à explicação de como ele funciona.
EXEMPLO:
A B C S
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
A B C S
1 1 0 0
1 1 1 1
Primeiro, suponha uma porta OU com entradas X e Y. Note que pela tabela verdade da porta
OU se X = 1 então S = 1, como pode ser visto nas linhas em destaque da tabela verdade
abaixo:
X Y S=X+Y
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
A B C A ⋅ B ⋅ C
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 0
A B C A ⋅ B ⋅ C
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 0
A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C
0 0 0 1 0 0
0 0 1 0 0 0
0 1 0 0 0 0
0 1 1 0 1 0
1 0 0 0 0 0
1 0 1 0 0 0
A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C
1 1 0 0 0 0
1 1 1 0 0 1
Fazendo S = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C :
A B C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C A ⋅ B ⋅ C S
0 0 0 1 0 0 1
0 0 1 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0
0 1 1 0 1 0 1
1 0 0 0 0 0 0
1 0 1 0 0 0 0
1 1 0 0 0 0 0
1 1 1 0 0 1 1
DICA
Analisando o exemplo anterior, fica claro que qualquer tabela verdade pode ser expressa como
uma soma de produtos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
TEOREMAS ELEMENTARES
Os primeiros 9 teoremas são bastante simples de se verificar.
=
1) A = A
=
⎧ ¯
¯¯ ¯
¯¯ =
A = 1 → A = 0 e dado que A = 0 → A = 1
Se ⎨ , logo A = A
⎩ =
¯
¯¯ ¯
¯¯
A = 0 → A = 1 e dado que A = 1 → A = 1
2) A + 0 = A
3) A + 1 = 1
5) A ⋅ 0 = 0
6) A + A = A
7) A + ¯
¯¯
A = 1
Para verificar os teoremas 6) e 7), será analisado a tabela verdade da porta OU, com uma
mudança conveniente na ordem em que as combinações das entradas aparecem:
8) A ⋅ A = A
9) A ⋅ ¯
¯¯
A = 0
Para verificar os teoremas 8) e 9), será analisado a tabela verdade da porta E, com uma
mudança conveniente na ordem em que as combinações das entradas aparecem:
PROPRIEDADES
As propriedades da álgebra booleana são muito fáceis de se lembrar, pois seguem as mesmas
regras da álgebra matemática usual.
PROPRIEDADE
COMUTATIVA
A propriedade comutativa é válida para a adição e para a multiplicação:
A+B=B+A
A.B=B.A
PROPRIEDADE
ASSOCIATIVA
Assim como a propriedade comutativa, a propriedade associativa é válida para a adição e para
a multiplicação:
(A + B) + C = A + (B + C)
(A. B) . C = A . (B . C)
PROPRIEDADE
DISTRIBUTIVA
A propriedade distributiva é mais abrangente na álgebra booleana do que na álgebra usual,
pois além de ser aplicada ao produto:
A . (B + C) = A . B + A . C
A + (B . C) = (A + B) . (A + C)
A B C A.(B+C) A.B+A.C
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
A B C A.(B+C) A.B+A.C
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1
A B C A.(B+C) (A+B).(A+C)
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1
Para demonstrar como as propriedades e teoremas vistos até agora podem ser utilizados na
simplificação das expressões booleanas, faremos uma série de exemplos com expressões
simples.
EXEMPLOS
Prove as simplificações:
1) A + A ⋅ B = A
A + A ⋅ B = A ⋅ 1 + A ⋅ B = A ⋅ (1 + B) = A ⋅ 1 = A
2) A ⋅ (A + B) = A
A ⋅ (A + B) = A ⋅ A + A ⋅ B = A + A ⋅ B = A ⋅ (1 + B) = A ⋅ 1 = A
3) A + ¯
¯¯
A ⋅ B = A + B
A + ¯
¯¯
A ⋅ B
¯
¯¯
= (A + A) ⋅ (A + B) = 1 ⋅ (A + B) = A + B
4) A ⋅ (¯
¯¯
A + B) = A ⋅ B
A ⋅ (¯
¯¯
A + B)
¯
¯¯
= A ⋅ A + A ⋅ B = 0 + A ⋅ B = A ⋅ B
5) A ⋅ B + A ⋅ ¯
¯
B̄ = A
A ⋅ B + A ⋅ ¯
¯
B̄ = A ⋅ (B + ¯
¯
B̄) = A ⋅ 1 = A
6) (A + B) ⋅ (A + ¯
¯
B̄) = A
(A + B) ⋅ (A + ¯
¯
B̄) = A ⋅ A + A ⋅¯
¯ + B ⋅ A + B ⋅¯
B̄ ¯ = A + A . ¯
B̄ ¯ + A ⋅ B + 0 =
B̄
= ¯
¯¯
A + A ⋅ (B + B) = A + A ⋅ 1 = A ⋅ A = A
7) (A + B) ⋅ (A + C) = A + B ⋅ C
(A + B) ⋅ (A + C) = A ⋅ A + A ⋅ C + B ⋅ A + B ⋅ C = A + A ⋅ C + A ⋅ B + B ⋅ C =
= A ⋅ (1 + C + B) + B ⋅ C = A ⋅ 1 + B ⋅ C = A + B ⋅ C
TEOREMAS DE DE MORGAN
Os teoremas de De Morgan são de grande importância para a simplificação de expressões
booleanas. São eles:
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯ ¯ ⋅¯
¯¯
A + B + C + D = A ⋅¯ B̄ C ⋅¯
¯
D¯
DICA
Note que os teoremas de De Morgan se aplicam para uma quantidade arbitrária de variáveis. E
foram utilizadas 4 variáveis apenas para garantir a clareza da notação utilizada.
EXEMPLO:
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Simplifique a expressão S ¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯
= A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C
RESPOSTA
RESPOSTA
¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Aplicando De Morgan nos termos ¯
B ⋅ C e A + C:
¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯¯
¯
¯¯ ¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A ⋅ B ⋅ C + B + C + A ⋅ C
Colocando ¯
C em evidência:
¯¯
¯ + ¯
S = A ⋅ B ⋅ C + ¯
B̄
¯¯ ¯ +¯
C ⋅ (A + 1) = A ⋅ B ⋅ C + ¯
B̄
¯
C
¯
¯
¯¯
Renomeando ¯
¯¯
B + C = X , podemos escrever:
S = A ⋅ B ⋅ C + X
S = (A + X) ⋅ (B ⋅ C + X)
Fazendo a substituição X ¯ +¯
= ¯
B̄
¯
C
¯
:
¯ +¯
S = (A + ¯
B̄
¯¯ ¯ +¯
C) ⋅ (B ⋅ C + ¯
B̄
¯¯
C)
¯
¯¯ ¯
¯¯ ¯¯¯¯¯¯¯¯
S = (A + B + C) ⋅ (B ⋅ C + B ⋅ C)
Note que B ⋅ C + ¯
B ⋅ C = 1, pois se B ⋅ C
¯¯¯¯¯¯¯
= Y , temos que B ⋅ C + ¯¯¯¯¯¯¯¯
B ⋅ C = Y +¯
¯
Y¯ = 1 ,
assim:
¯ + ¯
S = (A + ¯
B̄
¯¯
C) ⋅ 1
Finalmente:
¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A + B + C
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
No módulo anterior, vimos como simplificar expressões booleanas utilizando a álgebra boolena.
Apesar desse método ser muito prático para expressões simples, pudemos perceber que esse
processo pode ser bastante trabalhoso e complicado dependendo da complexidade da função
booleana.
Além disso, ao realizar a simplificação pela álgebra de boole, nem sempre temos certeza de
que obtivemos a expressão mais simples possível.
EXEMPLO
¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯
¯¯
¯¯¯¯¯¯¯¯¯
S = A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C ,
¯ +¯
S = A ⋅ B ⋅ C + ¯
B̄
¯
C
¯
,
acreditando ter obtido a expressão mais simples de S, porém a expressão mais simples de S
nesse caso é
S = A +¯
¯ + C
B̄
mintermo A B C
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1
6 1 1 0
7 1 1 1
EXEMPLO
No mapa de 4 variáveis, as células 7 e 15 são vizinhas, pois apenas o bit A varia entre elas. As
células 4 e 6 também são vizinhas, com apenas o bit C variando entre elas.
A vizinhança pode ser identificada graficamente. Duas células são vizinhas se fazem fronteira
entre si, ou seja, compartilham uma aresta, sendo que as arestas externas opostas do mapa de
Karnaugh são consideradas a mesma aresta. Na Figura 13, as arestas externas de mesma cor
são consideradas uma só para fins de verificação de vizinhança.
Figura 13 – Mapas de Karnaugh com indicação das arestas externas. | Fonte: O autor
Assim, se uma célula está em uma borda do mapa, ela é vizinha da célula na borda oposta.
Por exemplo, no mapa de 4 variáveis, as vizinhas da célula 0 são as células 1, 2, 4 e 8.
PREENCHIMENTO DO MAPA DE
KARNAUGH
O preenchimento do Mapa de Karnaugh é feito copiando o valor da função para cada célula
correspondente do mapa.
EXEMPLO:
mintermo A B C D S
0 0 0 0 0 1
1 0 0 0 1 0
2 0 0 1 0 0
3 0 0 1 1 1
4 0 1 0 0 1
5 0 1 0 1 0
6 0 1 1 0 0
7 0 1 1 1 1
8 1 0 0 0 1
9 1 0 0 1 1
10 1 0 1 0 1
11 1 0 1 1 0
12 1 1 0 0 1
13 1 1 0 1 1
14 1 1 1 0 0
15 1 1 1 1 1
RESPOSTA
RESPOSTA
ATENÇÃO
Apesar de ser um procedimento muito simples, é preciso tomar muito cuidado nesta etapa, pois
ela é muito suscetível a erros devido à falta de atenção. Note que as células do mapa de
Karnaugh não seguem uma ordem crescente!
DICA
Todos os “1” devem pertencer a pelo menos um agrupamento, podendo se fazer parte de
diversos agrupamentos.
Todos os agrupamentos devem incluir pelo menos um “1” que só pertença a ele, caso
contrário, ele deve ser descartado.
Baseando-se nessas regras, a minimização por mapa de Karnaugh deve seguir o seguinte
passo a passo:
Montar a tabela verdade, caso ela não tenha sido fornecida. Por exemplo, se for dado a
expressão booleana ao invés da tabela verdade.
Agrupar as quadras de “1”, em que nem todos os “1” pertençam as óctuplas já formadas.
Agrupar todas as duplas de “1”, em que nem todos os “1” pertençam aos agrupamentos
já formados.
Seguindo esses passos corretamente, o resultado, em geral, será a soma mais simples de
mintermos que implementa a função pretendida.
EXEMPLO:
A B C D S
0 0 0 0 1
0 0 0 1 1
0 0 1 0 1
0 0 1 1 1
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 1
1 1 1 1 0
RESPOSTA
RESPOSTA
Note que não é necessário colocar os zeros, podendo deixar seu espaço “em branco”.
Como não há nenhum “1” sobrando, não precisamos utilizar as ilhas. Verificamos também que
os três grupos incluem pelo menos uma célula de valor “1” que só eles possuem.
¯
¯¯ ¯
¯¯
S = C + A ⋅ ¯
¯ + A ⋅ B ⋅¯
B̄ ¯
D¯
EXEMPLO:
¯¯¯¯¯¯¯¯ ¯
¯
¯¯
¯¯¯¯¯¯¯¯¯
Simplifique a expressão: S = A ⋅ B ⋅ C + B ⋅ C + A + C
RESPOSTA
RESPOSTA
¯
¯¯ ¯
¯¯
S = A + B + C
ATENÇÃO
As condições irrelevantes podem ser incluídas nos agrupamentos, mas a sua inclusão não é
obrigatória.
A inclusão ou não deve ser realizada de forma que gere os melhores agrupamentos e, assim, a
expressão mais simplificada possível.
EXEMPLO:
RESPOSTA
RESPOSTA
¯ ⋅¯
S = ¯
B̄
¯¯ ¯
¯¯ ¯¯
¯
C + A ⋅ C + ¯
¯ ⋅¯
B̄ ¯
D¯+ A ⋅ B ⋅ C ⋅ D
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos quatros módulos, apresentamos as ferramentas fundamentais da Eletrônica
Digital que são utilizadas para construir circuitos mais complexos.
Inicialmente, vimos como os números podem ser representados em outras bases que não a
decimal e como transitar entre as diferentes bases. Conferimos especial destaque às bases
binária e hexadecimal, que são muito exploradas na Eletrônica Digital.
No segundo módulo, analisamos as funções lógicas que as portas lógicas executam e como
um circuito lógico pode ser expresso como uma função booleana, além de ser introduzido o
conceito de tabela verdade.
Em seguida, abordamos os fundamentos da álgebra booleana com enfoque em suas
propriedades e teoremas principais, e como aplicar esses conhecimentos na minimização e
circuitos.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CAPUANO, F. G. Sistemas digitais circuitos combinacionais e sequenciais. In: Minha
Biblioteca. 1 ed. Érica, 2014. Pág. 11-60.
DACHI, E. P; HAUPT, A. G. Eletrônica digital. In: Minha Biblioteca. 1 ed. Blucher, 2018. Pág.
25-58
IDOETA, I.V.; CAPUANO, F. G. Elementos de Eletrônica Digital. In: Minha Biblioteca. 41.ed.
Érica, 2012. Pág. 18-165.
CONTEUDISTA
Felipe Gonçalves Serrenho
CURRÍCULO LATTES