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Introdução à computação

1. Conteúdo do e-book

No e-book “Introdução a computação” iremos apresentar uma breve


história da computação, ensinaremos conceitos de bases numéricas, cálculos e
preparamos o leitor para usar aplicativos básicos no Windows.

2. A história da computação

A informática como um todo parece ser algo recente, uma coisa que
nasceu no Século XX e se popularizou ao final dela. Engana-se, porém, quem
acredita nisso. A Tecnologia da Informação (TI) é algo que remete à
antiguidade, às eras antes de Cristo, à invenção da matemática. Se por um
lado os egípcios eram experts nos conceitos de cálculo, os gregos eram
excelentes em lógica.

Apesar disso, a primeira “máquina” que pode ser considerada o marco


inicial é o ábaco. Arcaico nos dias de hoje, sem essa calculadora
provavelmente esse e-book não estaria aqui. Não assim, não dessa forma. A
partir do ábaco originaram-se muitas máquinas de cálculo, chegando até a
Pascalina, considerada de fato uma máquina de fazer cálculos (mesmo que
somente subtrações e somas, foi uma revolução à época).

Então, chegamos ao “primeiro computador”, uma máquina que usava


cartões perfurados para realizar cálculos, inclusive armazená-los e imprimi-los.
Apesar da brilhante ideia, a máquina nunca chegou a ser posta em prática.
Charles Babbage, o idealista, era um homem a frente de seu tempo.

Algumas outras máquinas e/ou conceitos chegaram a ser constituídas e


até usadas (como a Teoria da Informação de Claude Shannon e o processador
de dados do censo criado por Herman Hollerith – o homem por trás da
fundação da IBM).

Mas foi Konrad Zuse o responsável pelo primeiro computador


eletromecânico da história, o Z1, em 1936, constituído por relés e usando fitas
perfuradas para programar. A Segunda Guerra Mundial foi o berço dos grandes
computadores, com o intuito de ajudar os combatentes, cifrando e decifrando
mensagens, calculando rotas. Foi nessa época que Alan Turing conseguiu
quebrar a Enigma, máquina de comunicação altamente criptografada
considerada pelos alemães impossível de ser desvendada. Surgiu também a
arquitetura que vimos nos dias de hoje, definida por John Von Neumann, no
qual os computadores passaram a armazenar os dados antes de serem
calculados.

Por algumas décadas, era muito comum o uso dos mainframes,


computadores gigantes usados basicamente por grandes corporações, pelo
governo, por militares e por instituições estudantis. Foi então que surgiu o
Altair, um computador que usava um processador Intel de 8 bits sem monitor
ou qualquer periférico conhecido nos dias atuais (e obrigatórios). Sua
comunicação se dava por luzes no painel, inclusive tendo sua linguagem
desenvolvida por Bill Gates e seu amigo Paul Allen.

Chegamos então à era moderna. Steve Jobs, com o seu Apple I,


popularizou o gênero de computadores pessoais. A IBM, se vendo ameaçada,
investiu na Microsoft e lançou o IBM-PC rodado o sistema operacional de Bill
Gates, o MS-DOS (Microsoft Disk Operating System), chamado de PC-DOS
nos primórdios. A Apple então investiu forte e criou uma interface interativa
usando um dispositivo curioso para tal: o mouse. Assim nascia o Macintosh.
Mas Bill Gates não se deu por vencido e em algum tempo nascia o Windows,
no início apenas um programa de interface gráfica que rodava sobre seu MS-
DOS (até o surgimento do Windows 95).

A partir disso, os computadores pessoais se modernizaram. Ganharam


armazenamentos internos, memórias e processadores mais robustos, os
métodos de entrada de dados evoluíram e os usos se diversificaram. Nesse
tempo surgiu a internet, novas linguagens de programação e dispositivos com
diferentes funções. Até chegar o que é hoje, a computação teve um longo
caminho. E a evolução não para. Hoje em dia os tablets e smartphones já
estão se tornando mais populares que os PCs, obrigando as empresas a se
reinventarem (já vemos dispositivos híbridos e aparelhos móveis com poder de
processamento de invejar alguns computadores). O que o futuro nos reserva
pode ser inimaginável. Mas o que não se pode negar é que o TI é essencial
para o mundo. E é com o intuito de qualificar mais pessoas e as torna-las aptas
as exigências do mundo moderno que esse e-book se propõe.
Uma boa leitura!

Rafael Ramos.

3. Binários, Decimais, Octais e Hexadecimais

Os números que usamos no dia a dia, conhecidos como numerais


arábicos no formato usual (ou romanos no formato de letras, apesar de não
haver representação do numeral zero), surgiram devido a necessidade de se
contar as coisas. E por muito tempo foi a única forma existente. Esses números
são chamados de decimais pelo fato de terem dez numerais (do zero ao nove).
Mas porque 10? Porque não 11 ou 12? Ou 9? Bom, quantos dedos temos?
Exatamente, prático, não é?

Com a necessidade e outros usos surgiram novas formas de se


representar a contagem. O, talvez, mais conhecido, após o decimal, seja o
binário: a linguagem que os computadores trabalham. Esse sistema só possui
dois números: o 0 (ligado) e o 1 (desligado). E, sim, tudo na informática é
representado pela união de vários zeros e uns.

Outra base (forma correta de chamar esses sistemas) numeral comum na


informática é o hexadecimal, usado em muitos protocolos para facilitar a
representação (até mesmo instruções de memória são apresentadas usando
números de base 16).

Ainda há o octal, que apesar de tímido, também tem sua importância.


Como pode-se deduzir, são 8 numerais.

Vejamos a tabela abaixo e a representação de alguns numerais e suas


correspondências nas respectivas bases.

Base 10 Base 2 Base 8 Base 16


(decimal) (binário) (octal) (hexadecimal)
0 0000 0 0
1 0001 1 1
2 0010 2 2
3 0011 3 3
4 0100 4 4
5 0101 5 5
6 0110 6 6
7 0111 7 7
8 1000 10 8
9 1001 11 9
10 1010 12 A
11 1011 13 B
12 1100 14 C
13 1101 15 D
14 1110 16 E
15 1111 17 F

Agora que conhecemos um pouco das diferentes bases e suas


representações numéricas, podemos aprender a trabalhar com elas mais a
fundo.

3.1 Conversões entre bases

3.1.1 Binário para Decimal

Tendo a representação binária 0010 1110, por exemplo, e desejamos


saber qual valor em decimal ela representa, usamos a regra mais simples
conhecida como “régua”. Nessa regra, cada “casa” representa um valor que
dobra a medida que vai para a esquerda. Os valores então são somados, caso
o respectivo binário for 1. Veja:

Valores das casas em 128 64 32 1 8 4 2 1


decimal 6
Casas binárias 0 0 1 0 1 1 1 0

Assim, somando os valores 2, 4, 8 e 32 totaliza 46. Logo, 0010 1110 na


base 2 representa 46 na base 10, ou:

001011102 = 4610

3.1.2 Binário para Octal

A conversão de binário para octal se dá de uma maneira um pouco


diferente. O numeral binário deve ser agrupado de três em três (8 é igual a 23).
Cada grupo de 3 irá representar um numeral octal. Usando o mesmo exemplo,
teremos:

000 101 110


Como pode-se perceber, acrescentamos um zero extra para que se
complete os três dígitos (sempre à esquerda). Após feito isso, poderemos
aplicar a regra da régua individualmente, ou usar a conversão direta com a
tabela. Após, é feita a soma e junta-se o resultado para formar o numeral octal.
Vejamos:

Valores das casas em 4 2 1 4 2 1 4 2 1


decimal
Casas binárias 0 0 0 1 0 1 1 1 0

Com a soma, teremos os valores: 0, 5, 6. Logo, 000 101 110 na base 2


equivale a 56 na base 8, ou:

001011102 = 568

3.1.3 Binário para Hexadecimal

Essa conversão é muito semelhante a de binário para octal com a


diferença de que os dígitos binários são agrupados de quatro em quatro (pois
16 é igual a 24). Assim, usando o mesmo exemplo, teríamos:

0010 1110

Cada grupo de 4 irá representar um dígito hexadecimal, que pode ser


convertido usando a regra da régua ou convertendo diretamente com a tabela.
Vejamos:

Valores das casas em 8 4 2 1 8 4 2 1


decimal
Casas binárias 0 0 1 0 1 1 1 0

Com a soma teremos 2, 14. Agora, chegamos a diferença. 14 em decimal


não equivale a 14 na base hexadecimal. Nesse caso teríamos que fazer a
conversão de decimal para hexadecimal, mas isso será abordado mais adiante.
Nesse caso usaremos a tabela, que nos diz que 1410 é igual a E16. Então,
00101110 na base 2 equivale a 2E na base 16, ou seja:

001011102 = 2E16

3.1.4 Decimal para Binário


Agora entramos num patamar diferente das conversões. Quando
desejamos saber o valor correspondente em binário de valores de outras bases
teremos de fazer um cálculo um pouco mais complexo.

No caso de decimal para o sistema binário, usando como exemplo o valor


78, iremos fazer sucessivas divisões por 2 até atingirmos o valor mínimo 1. O
resto dessas divisões, lidos do último para o primeiro, será o resultado.
Vejamos o exemplo prático:

7 2
8
7 39 2
8
0 38 19 2
1 18 9 2
1 8 4 2
1 2 2 2
0 2 1
0

Algumas literaturas ainda fazem a divisão do último número (o 1)


colocando como resto o próprio, mas isso não se torna necessário. Veja, os
números em negrito são o nosso binário. Os lendo do último ao primeiro (ou da
esquerda para a direita) teremos o valor 1001110. Será que está correto?

Valores das casas em 64 32 16 8 4 2 1


decimal
Casas binárias 1 0 0 1 1 1 0

Correto! A soma dos valores na régua equivale ao decimal. Logo:

7810 = 10011102

3.1.5 Decimal para Octal


A fórmula é muito semelhante, porém fazendo divisões por 8. Usaremos o
mesmo número decimal do exemplo anterior. Vejamos:
78 8
72 9 8
6 8 1
1
Logo, teremos o valor 118. Recomendo pular para o tópico que trata da
conversão de octal para decimal de modo a conferir o nosso cálculo. Porém, já
sabemos que o valor 78 na base 10 equivale a 116 na base 8, ou:

7810 = 1168

3.1.6 Decimal para Hexadecimal

Seguindo o mesmo padrão das demais conversões de decimal para


outras bases, quando desejamos saber o valor correspondente de um número
na base 10 em hexadecimal fazemos as divisões por 16. Quando há um valor
superior a 9 como resto, buscamos na tabela o seu correspondente. Usaremos
o mesmo valor que foi empregado nos exemplos anteriores. Veja:

78 16
64 4
14

Temos então os valores 4 e 14. Como já foi mencionado, valores acima


de 9 devem ter conversão feita pela tabela, que nos diz que 14 equivale a E.
Ou seja:

7810 = 4E16

3.1.7 Octal para Binário

3.1.8 Octal para Decimal

3.1.9 Octal para Hexadecimal

3.1.10 Hexadecimal para Binário

3.1.11 Hexadecimal para Decimal

3.1.12 Hexadecimal para Octal

3.2 Matemática binária

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