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AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA

Sumara Luiz Bento Ferreira

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 06
MÓDULO I- Introdução a Avaliação Psicopedagógica ------------------------- 07

O que é avaliação e intervenção Psicopedagógica------------------------------------07

Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar---------------------------------------09

Como estruturar uma avaliação psicopedagógica ------------------------------------11

Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e Análise da Hipótese

Diagnóstica --------------------------------------------------------------------------------------13

Funções executivas e atenção--------------------------------------------------------------15

Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia, Testes de rastreio do

Autismo e de TDAH ----------------------------------------------------------------------------17

MÓDULO II- Avaliação a Intervenção Psicopedagógica-------------------------- 21

Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do Diagnóstico

Psicopedagógico -------------------------------------------------------------------------------21

Principais Transtornos e síndromes que podem causar desafios/dificuldades de

aprendizagem: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e

TOD------------------------------------------------------------------------------------------------24

Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro Autista- TEA,

Transtornos Desintegrativos e Deficiência Intelectual --------------------------------33

Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas ------------------------------------------ 37

Teoria da Epistemologia Convergente (Jorge Visca)----------------------------------42

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Instrumentos e técnicas Projetivas na avaliação Psicopedagógica -----------------46

Ferramentas: Instrumentos, escalas e técnicas Psicopedagógicas para

Avaliação dos Aspectos Educacionais e Funções Executivas ---------------------48

Instrumentos de Avaliação e intervenção para Consciência Fonológica --------53

Avaliação dos Aspectos Psicomotores, coordenação motora ampla e fina,

coordenação visomotora, lateralidade, esquema corporal, orientação temporal e

espacial e sequência lógica; Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social

e autônoma- AVAS e Aspectos Emocionais, afetivos e comportamentais-------55

O uso do lúdico no processo de avaliação e intervenção psicopedagógica -----59

Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtornos Funcionais

Específicos: TDAH, TPAC e TOD ---------------------------------------------------------61

Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtorno Funcionais

Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia --------------------------67

Avaliação e Intervenção Psicopedagógica em crianças com diagnóstico de

Deficiência Intelectual -------------------------------------------------------------------------69

Avaliação e Intervenção Psicopedagógica no Transtorno do Espectro Autista-

TEA -----------------------------------------------------------------------------------------------71

Intervenção com atividades de Ginástica Cerebral ----------------------------------75

Proposta de Intervenção Psicopedagógica para o Atendimento e orientação da

Família -------------------------------------------------------------------------------------------79
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Elaboração do Parecer/ Informe Psicopedagógico -----------------------------------81

Devolutiva e Encaminhamentos -----------------------------------------------------------85

MÓDULO III: PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS -----------------------------------87


1-Clínica -----------------------------------------------------------------------------------------87

O primeiro contato com o paciente e sua família --------------------------------------87

Anamnese (qual a melhor anamnese para a sua demanda?)-----------------------88

Como elaborar a avaliação Psicopedagógica: Quais ferramentas: testes e

instrumentos utilizar? --------------------------------------------------------------------------89

Como estruturar e realizar a EOCA? ------------------------------------------------------90

As estratégias interventivas para as demandas comportamentais,

desenvolvimento e aprendizagem----------------------------------------------------------92

2-Educacional: ---------------------------------------------------------------------------------94

Avaliação e Intervenção no contexto escolar, observação no contexto escolar e

principais testes no processo de avaliação ----------------------------------------------94

Elaboração do PEI -----------------------------------------------------------------------------96

O trabalho do Atendimento Educacional Especializado- AEE, Adequação

Curricular e Inclusão ---------------------------------------------------------------------------98

Mediação junto a Equipe Escolar e atuação em casos de violência, bullying e

evasão escolar---------------------------------------------------------------------------------103

3-Hospitalar:-----------------------------------------------------------------------------------104

A atuação e papel do Psicopedagogo no contexto hospitalar e humanização da

saúde--------------------------------------------------------------------------------------------104

O processo de aprendizagem no contexto de internação e práticas

psicopedagógicas----------------------------------------------------------------------------105

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4-Empresarial:-------------------------------------------------------------------------------107

Atuação e papel do Psicopedagogo no contexto organizacional e os diversos

setores de trabalho -------------------------------------------------------------------------107

Avaliação e intervenção no comportamento, habilidades sociais, cognitivas,

inteligência emocional e psicopatologias----------------------------------------------109

Programa de Transição---------------------------------------------------------------------110

CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------111

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------------------113

ANEXOS ---------------------------------------------------------------------------------------117

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1. APRESENTAÇÃO

Diante a pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, no qual em


praticamente todos os lugares as aulas presenciais foram suspensas e muitas
crianças e adolescentes ficaram estudando de forma remota por meio de aulas
síncronas e assíncronas, provavelmente teremos um aumento significativo de
crianças e adolescentes que poderão ser encaminhadas para o processo de
avaliação psicopedagógica.
E foi pensando também nessa possibilidade que acreditamos a
importância de promover um curso de avaliação e intervenção psicopedagógica,
observando que muitas crianças e adolescentes não conseguiram acompanhar
as aulas de forma remota e apresentaram dificuldades e defasagem de
aprendizagem ao retornar as aulas presenciais. Importante pensar nessa lacuna
que existe e nas possibilidades de sanar as dificuldades que irão aparecer.
Essa apostila tem como objetivo apresentar a vocês os principais tópicos
relacionados com a avaliação e intervenção psicopedagógica.
O primeiro módulo é uma introdução ao processo, no qual realizei a
definição de avaliação e intervenção psicopedagógica, sobre as dificuldades de
aprendizagem, como estruturar uma avaliação, a primeira consulta, as funções
executivas no processo de aprendizagem, e os principais instrumentos
avaliativos.
O segundo módulo, é apresentado o passo a passo de uma avaliação,
trazendo os principais autores da área. Trouxemos os principais transtornos
funcionais específicos e síndromes, Epistemologia Convergente, Provas
operatórias, principais ferramentas, testes e escalas. Acredito que esse módulo
está muito completo e irá instrumentalizar você a realizar uma avaliação e
intervenção psicopedagógica de qualidade.
O terceiro módulo, trouxemos as práticas psicopedagógicas, na área
clinica que é a mais conhecida, seguida da Educacional/ Escolar, a Hospitalar e
por fim Empresarial/ Organizacional.
Aproveitem esse material que foi preparado com muito planejamento,
esmero, carinho e qualidade. E vamos juntos aperfeiçoar a nossa prática
profissional.
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MÓDULO I- INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

O que é avaliação e intervenção psicopedagógica

A psicopedagogia é um campo de conhecimento em que a psicologia e a


pedagogia interagem, com objetivo de facilitar o processo de ensino-
aprendizagem. Nesse sentido, a psicopedagogia é a ciência que permite
investigar a pessoa e o seu ambiente nas várias etapas de aprendizagem que
abarca a sua vida, seja os desafios e dificuldades apresentadas, e também as
potencialidades.
Sendo a Psicopedagogia uma ciência que visa estudar a aprendizagem
em suas diferentes relações e circunstâncias, ela se ocupa do processo de
aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a superação
do não-aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do
pensamento e da aprendizagem (PICETTI &MARQUES, 2016).
Cabe salientar que a Psicopedagogia visa compreender o ser aprendente
como um todo, entendendo todas as dimensões da pessoa em seus distintos
processos: cognitivos, afetivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos,
psíquicos e pedagógicos.
Dessa forma para conhecer os desafios e dificuldades de aprendizagem
do estudante e suas potencialidades e com isso elaborar estratégias de
intervenção é preciso realizar a avaliação psicopedagógica.
A avaliação psicopedagógica é o processo no qual visa investigar as
relações do estudante com o conhecimento e os seus vínculos com a
aprendizagem, procurando considerar os aspectos emocionais, sociais e
cognitivos. De acordo com Weiss (2012), o diagnóstico psicopedagógico, nada
mais é que um processo de investigação, uma pesquisa, do que não vai bem
com a pessoa em relação ao que se era esperado. É o esclarecimento de uma
queixa, que pode ser do próprio estudante, da família e em sua maioria da
escola.

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Importante destacar que, na avaliação psicopedagógica a intenção é
obter a compreensão global da forma de aprender e dos desvios que pode estar
acontecendo nesse processo.
De acordo com Sampaio (2018), a avaliação psicopedagógica é como
montar um grande quebra-cabeças, pois conforme vai se encaixando as peças,
vai se descobrindo o que tem por trás dos sintomas que a pessoa apresenta. As
peças do quebra cabeça vêm do próprio estudante, da família, da escola, e a
forma de montá-las, depende de quem está conduzindo a avaliação, no caso, o
psicopedagogo, pois precisa levar em consideração todos os aspectos objetivos
e subjetivos observados nos diversos âmbitos: cognitivo, familiar, pedagógico e
social.
Após todo o processo de avaliação, em que o psicopedagogo já tem a
visão global da pessoa, a sua contextualização na família, na escola e no seu
meio social, elabora-se um documento contendo todas as etapas do processo,
com a intenção de apresentar tudo o que foi realizado, investigado e quais os
encaminhamentos a realizar e um desses pode ser a intervenção
psicopedagógica, como pontua Weiss (2012).
A intervenção psicopedagógica tem como objetivo auxiliar o estudante
nos seus desafios e dificuldades de aprendizagem apresentados durante o
processo de avaliação, por isso para cada pessoa é preciso criar plano de
intervenção, baseado no que é preciso intervir.
A intervenção psicopedagógica visa por meio de atividades escolhidas e
direcionadas pelo psicopedagogo contribuir no processo de ensino
aprendizagem da pessoa e mediar a relação do aprendente com a construção
do saber. Durante as intervenções podem realizar atividades tanto pedagógicas
como lúdicas.
Importante salientar que, a avaliação e intervenção psicopedagógica pode
ser realizada por profissionais com especialização na área da psicopedagogia,
seja psicólogo, pedagogo ou de outra formação, mas que tenha a experiência e
o conhecimento para tal.
E muitos perguntam: somente criança e adolescentes que podem ser
avaliados? A reposta é não. Muitos adultos também procuram o profissional de

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psicopedagogia para avaliação e até mesmo intervenção. Adultos esse que
tiveram um histórico de dificuldade de aprendizagem quando criança, ou até
mesmo adultos que procuram conhecer como aprendem e como melhorar seu
desempenho nos estudos.

Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar

Boa parte das famílias que procuram pela avaliação psicopedagógica de


uma criança, de um adolescente e até mesmo de um adulto, percebem que estes
apresentam ou apresentaram alguma dificuldade de aprendizagem escolar.
Geralmente o profissional de psicopedagogia é procurado pois, a escola
observou que a criança ou adolescente apresenta desafios e dificuldades de
aprendizagem que para a sua faixa etária já teriam sido vencidas. Em outros
momentos percebem desafios comportamentais que também estão contribuindo
para a não aprendizagem.
Por vezes, o professor relata que a criança apresenta uma linguagem oral
com trocas de fonemas, ou que ainda não consegue escreve o seu prenome.
Outros percebem uma agitação motora e dificuldade no processo de
alfabetização. Alguns adolescentes apresentam desafios na atenção e
concentração para concluir as atividades. E muitas vezes acontece de os pais
também perceberem esses desafios e confirmar com o professor da criança ou
adolescente. E acontece ainda de alguns médicos perceberem durante uma
consulta que a criança apresenta um olhar fugaz, estereotipias, dificuldades de
socialização e interação com seus pares.
Mas antes de falar sobre o que dificuldade de aprendizagem escolar,
precisamos saber o que é aprendizagem e temos muitos teóricos que trazem o
conceito de aprendizagem diante a perspectiva de sua teoria.
De um modo geral aprendizagem pode ser considerada como o resultado
de uma organização dos esquemas mentais desenvolvidos em diferentes
estágios com influência do ambiente, assimilação dos valores culturais e demais

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aspectos funcionais, conceituada como a capacidade de compreender, conhecer
e observar as informações obtidas (CHIARELLO, 2019).
No entanto a aprendizagem e formas de aprender vem sendo estudadas
ao longo de muitos anos e as teorias clássicas como Comportamentalismo,
Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica são as mais conhecidas
quando estudamos a psicologia da aprendizagem ou do desenvolvimento.
Para os comportamentalistas, aprender implica mudanças no
comportamento, destacando as teorias do reflexo, associacionista, Behaviorismo
de Watson e o Behaviorismo de Skinner (BARBOSA, 2015, p.16).
Já no cognitivismo busca entender a ocorrência dos processos mentais
durante a aprendizagem. Os cognitivistas entendem que se aprende a partir da
construção do conhecimento e a base do cognitivismo está na cognição, dando
ênfase aos processos da mente, percepção e compreensão, como retrata bem
Piaget.
O Humanismo, tendo como representante Carl Rogers, destaca que
aprender leva a autonomia e auto- realização do ser. Tem a atenção voltada para
o ensino centrado no aluno e a sua principal preocupação é o crescimento
pessoal.
E a teoria Sócio-Histórica de Lev Vygotsky, Luria e Leontiev, destacando
a influência das questões culturais, históricas e sociais as quais agem
diretamente na aprendizagem do indivíduo, nesta perspectiva a mediação é uma
atividade indispensável para a aprendizagem do aluno.
Diante das abordagens descritas cada uma procura investigar como a
aprendizagem acontece e também passam a perceber quando ela não ocorre e
então passam a investigar os motivos. Sendo assim as dificuldades de
aprendizagem podem acontecer por vários motivos: por uma desordem ou
disfunção neurológica, causada por lesões cerebrais, desenvolvimento
inadequado do cérebro ou desconformidade química. Ou as dificuldades surgem
a partir de obstáculos encontrados no processo de ensino-aprendizagem
causados pelos fatores externos, metodologias inapropriadas, conflitos pessoais
e diferenças culturais, como pontua Chiarello (2019) em seu artigo.

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E é no ambiente escolar que percebe as dificuldades de aprendizagem de
crianças e de adolescentes. E também é nesse ambiente que os transtornos de
aprendizagem se tornam mais evidentes. Sendo que é nesse momento que
muitas crianças recebem diagnósticos de Transtorno de Hiperatividade e Déficit
de Atenção- TDAH, Dislexia, Discalculia, Disgrafia, Disortografia, Transtorno do
Processo Auditivo Central- TPAC, Transtorno do Espectro Autista- TEA,
Transtorno Opositor Desafiador- TOD e Deficiência Intelectual. Transtornos que
falaremos mais adiante.
Enfim, as dificuldades de aprendizagem escolar são um dos maiores
motivos para os encaminhamentos de avaliação e intervenção psicopedagógica.

Como estruturar uma avaliação psicopedagógica

Para a realização da avaliação psicopedagógica é preciso estruturar e


criar um roteiro para que aconteça da melhor maneira possível a partir da queixa
que foi levada até o psicopedagogo.
Importante destacar que, a forma de realizar a avaliação
psicopedagógica, depende da postura teórica adotada. Aqui vou apresentar
duas teorias mais conhecidas de estruturar e realizar uma avaliação.
De acordo com Weiss (2012) para iniciar o processo de avaliação é
importante que o psicopedagogo tenha claro dois grandes eixos: o eixo
horizontal que se explora o presente, a contextualização da queixa atual,
centrada nas causas que coexistem temporalmente com o sintoma. E o eixo
vertical, que é o histórico, no qual se busca a construção geral da pessoa,
procurando contextualizar em vários momentos.
Nesse sentido, Weiss (2012) inicia a avaliação utilizando os seguintes
instrumentos: Entrevista Familiar Exploratória Situacional (EFES), Entrevista
com toda família, incluindo pais e irmãos, (anamnese), Entrevista Operativa
Centrada na Aprendizagem (EOCA), as sessões lúdicas centradas na
aprendizagem (em crianças), provas e testes diversos, de acordo com a
necessidade, entrevistas com equipe da escola ou outros profissionais

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envolvidos, depois elabora a Síntese Diagnóstica e entrevista de Devolução e
encaminhamentos.
Porém, na linha teórica da Epistemologia Convergente de Jorge Visca, a
avaliação inicia-se por uma consulta inicial de cunho contratual com os pais e ou
responsáveis, para explicar todo o processo, depois segue para a Entrevista
Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), testes e provas diversos de
acordo com a necessidade, Anamnese que visa nesse momento, conhecer toda
a história da pessoa, posteriormente a elaboração do informe e por fim a
devolutiva e encaminhamentos como destaca Sampaio (2018).
Pode ser perceber que a diferença entre as duas propostas está na
escolha de quando será realizada a Anamnese. A Epistemologia Convergente
acredita que ao realizar a Anamnese logo no início do processo avaliativo pode
“contaminar” o psicopedagogo e fica-se preocupado com os indícios já relatados.
Já a outra abordagem não percebe problema em já conhecer tudo sobre a
pessoa que estará em avaliação (SAMPAIO, 2018).
É muito importante destacar, que esta diferença não vai alterar o resultado
da sua avaliação e nem tem pouco irá prejudicar o seu trabalho, o importante é
você seguir a estrutura que escolheu para desempenhar a sua avaliação.
Sobre a quantidade de sessões para o processo de avalição, depende
muito do que precisa ser avaliado, geralmente a avaliação acontece em 10
sessões, sendo a primeira sessão a entrevista com os pais ou responsáveis para
firmar o contrato, a segunda para Anamnese ou a EOCA (conforme sua base
teórica), da terceira até a sétima sessão, a aplicação de provas operatórias,
projetivas e provas pedagógicas, se necessário, oitava sessão (a Anamnese no
caso da Epistemologia Convergente) e nona e décima sessão a devolutiva e
encaminhamentos.
O principal é que você enquanto pessoa que está avaliando a criança, o
adolescente ou até mesmo o adulto, tenha um plano estruturado de avaliação.
Procure sempre fazer um específico para cada paciente e de forma que você
consiga realizar todo processo dentro de um período satisfatório.

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Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e
Análise da Hipótese Diagnóstica

O passo inicial para iniciar o processo de Avaliação Psicopedagógica é a


primeira consulta com que será avaliado, com os pais ou responsáveis. Nessa
primeira consulta o profissional em psicopedagogia ouvirá a queixa inicial, e irá
explicar como será todo o processo.
É na primeira consulta que se estabelece o contrato com a família, o valor
das sessões, caso realizado em uma clínica, a quantidade de sessões, o tempo
determinado de cada sessão, a frequência, se será uma vez por semana ou
mais.
Nesse contato é importante destacar que para a avaliação acontecer da
melhor maneira possível é preciso dedicação também por parte da família, sendo
assim é preciso não faltar, chegar no horário combinado, explicar para a pessoa
que vai passar pela avaliação, principalmente as crianças, sobre a ida dela às
sessões, avisar com antecedência se não puder comparecer.
Caso queira formalizar tudo que foi acordado, é interessante ter um
contrato impresso, com todas as explicações e cláusulas para que sempre possa
ser consultado por ambos.
Lembrando: a primeira consulta é o momento dos pais ou responsáveis
e até mesmo de quem será avaliado tirar todas as dúvidas e entender todo o
processo. Procure explicar da melhor maneira como se fosse para você.
No primeiro encontro além do contrato também será realizada a Entrevista
Familiar Exploratória Situacional (EFES), de acordo com Weis (2012), tem como
objetivo a compreensão da queixa nas dimensões familiar e escolar, captar as
relações e as expectativas familiares centrada na aprendizagem escolar, a
expetativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o comprometimento da
pessoa que será avaliada e também de sua família. Nesse momento procure
criar um clima de confiança, demonstre que a sua intenção é de fazer o melhor
trabalho possível e que você tem conhecimento do que irá ser feito. Nessa
entrevista é importante que estejam os pais ou responsáveis e a criança ou
adolescente.

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Após a primeira consulta com todos os esclarecimentos e dúvidas
sanadas, iniciado o vínculo terapêutico com a criança ou adolescente e a família,
o próximo passo é a Anamnese.
A Anamnese é uma entrevista, com foco mais específico, é considerada
como um dos pontos cruciais para um bom diagnóstico, visando coletar dados
importantes sobre a história da pessoa na família, integrando passado, presente
e projeções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste na sua família e
a influência das gerações passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese,
são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral da pessoa,
história clínica, história da família nuclear, história das famílias materna e paterna
e história escolar (WEISS, 2012). Mais a frente detalharemos sobre a Anamnese.
Em seguida o psicopedagogo dará início ao atendimento individualizado
com a criança ou adolescente em que seguira para a Entrevista Operativa
Centrada na Aprendizagem- EOCA. A EOCA é a primeira entrevista realizada
com a criança ou adolescente no processo de avaliação psicopedagógica, e o
seu objetivo é investigar os vínculos que ela possui com o objetos e conteúdos
da aprendizagem escolar, observando a suas defesas, as condutas evitativas e
como enfrenta novos desafios. Isto é, perceber o que a criança e adolescente
sabe fazer e o que aprendeu a fazer (SAMPAIO, 2018).
A EOCA é uma proposta de Jorge Visca, e tem a intenção de investigar o
modelo de aprendizagem da pessoa. E no qual se deve observar três aspectos
que fornecerão um sistema de hipóteses a serem verificados em outros
momentos do diagnóstico, que são: A temática, a dinâmica e o produto feito pela
pessoa. Vamos explicar melhor sobre a EOCA, mais adiante, aqui é só uma
breve introdução.
É a partir da EOCA que se pode extrair o primeiro sistema de hipóteses,
por meio das observações realizadas, procurando levar em consideração a
dinâmica, a temática e o produto. Depois da análise de Hipóteses Diagnóstica é
possível separar os testes e provas que serão utilizados no processo de
avaliação, de acordo com a sua faixa etária, que veremos mais adiante com
todas as explicações.

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Esses são os primeiros passos da avaliação psicopedagógica, em outra
aula falaremos de forma detalhada sobre todos os processos.

Funções executivas e atenção

No processo de avaliação psicopedagógica é de suma importância ter


conhecimento das funções executivas e atenção, pois faz parte do processo de
aprendizagem do indivíduo. Por isso faz-se necessário a definição das funções
executivas e atenção para melhor compreensão.
Funções executivas constituem um conjunto de habilidades que são
fundamentais para o controle consciente e deliberado sobre ações,
pensamentos e emoções. Elas possibilitam a pessoa gerenciar diferentes
aspectos da vida com autonomia, isto é, tomar decisões com independência e
responsabilidade. É possível considerar três dimensões das funções executivas
que, apesar de distintas, são interligadas. São elas a memória de trabalho, o
controle inibitório e a flexibilidade cognitiva (COSTA, et al, 2016).
A Memória de trabalho, permite armazenar, relacionar e pensar
informações no curto prazo. Sem essa capacidade, por exemplo, o indivíduo não
se lembraria do que estava fazendo após ser interrompido. O Controle
inibitório, possibilita controlar e filtrar pensamentos, ter o domínio sobre atenção
e comportamento. Conseguir ler um texto, mesmo na presença de barulhos
incômodos, é um exemplo de uso dessa habilidade. E a Flexibilidade
cognitiva, permite mudar de perspectiva no momento de pensar e agir, e
considerar diferentes ângulos na tomada de decisão. Por exemplo, essa
capacidade é fundamental para o indivíduo perceber um erro e poder corrigir
(COSTA, et al, 2016).
Considera-se que a partir das três dimensões, ou componentes principais
das funções executivas (memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade
cognitiva), são construídas as funções executivas de ordem superior, que
envolvem a capacidade de raciocínio, solução de problemas e planejamento.
Além disso, as três dimensões, das funções executivas são essenciais para a
construção de diversas habilidades fundamentais para a autonomia individual,

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como criatividade, perseverança, cooperação, respeito mútuo, disciplina e
flexibilidade (COSTA, et al, 2016).
Outra função cognitiva que precisamos avaliar e que é importante no
processo de aprendizagem é a Atenção, que consiste num processo cognitivo
que permite escolhermos um estímulo relevante e, em consequência, dar-lhe
uma resposta. Esta habilidade cognitiva é uma função essencial no nosso dia a
dia. Nesse sentido a atenção não pode ser reduzida a somente um aspecto, pois
deve ser entendida por meio dos seus subsistemas componentes, que por vezes
são evidenciados em função da demanda de uma tarefa (MENEZES et al., 2012).
Existem vários estudos sobre a atenção e a literatura cientifica nos traz a
separação entre a atenção de orientação voluntária e atenção de orientação
involuntária ou automática. Sendo que a atenção voluntária ocorre
intencionalmente, está ligada as motivações e interesses, enquanto que a
involuntária ocorre mediante eventos inesperados no ambiente e o indivíduo não
é o agente de escolha da sua atenção (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005).
Mas também existe outra subdivisão da atenção, baseada na maneira
como ela operacionalizada que são: seletiva, sustentada, alternada e dividida. A
atenção seletiva é a capacidade de o indivíduo privilegiar determinados
estímulos, ignorando os estímulos distratores ou irrelevantes. A atenção
sustentada é a capacidade de o indivíduo manter o foco atencional em
determinado estímulo e sustentar por um período de tempo de modo consistente.
A atenção alternada é a capacidade de alternar o foco atencional entre duas ou
mais tarefas. E a atenção dividida é a capacidade de desenvolver duas tarefas
simultaneamente (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005).
Diante de toda explicação para a avaliação de funções executivas, em
muitos momentos avaliam-se também a atenção. Atualmente existem muitos
testes e baterias para avalição das funções executivas e atenção. Falaremos de
alguns testes que podem ser utilizados, como o Teste de Atenção por
Cancelamento, para crianças e adolescentes de 5 a 14 anos e Teste de Torre
de Londres para crianças e adolescentes de 11 a 14 anos.
No entanto sabe-se que existem vários testes psicológicos que podem ser
utilizados no processo de avaliação psicopedagógica, e também na avalição

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neuropsicológica, porém cabe salientar que estes testes só podem ser aplicados
por psicólogos conforme dispõe o Art. 13 da lei 4.119/62 e amparado pelo Código
de Ética Profissional do Psicólogo.
Alguns testes que podem ser utilizados no processo na avaliação
psicopedagógica como: WISC-IV- Escala de Inteligência Wechsler para
crianças, Figuras Complexas de Rey, Neupsilin, entre outros. Porém nesse curso
não veremos esses testes específicos.

Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia,


Testes de rastreio do Autismo e de TDAH.

Sabe-se que para a avaliação psicopedagógica faz o uso de vários


instrumentos e testes, nesse tópico falaremos de alguns principais que podem
ser utilizados nesse processo.
Importante destacar que as provas e testes devem ser selecionados de
acordo com a necessidade diante as hipóteses formuladas nas entrevistas com
a família e na EOCA.
Segue abaixo os instrumentos, testes e provas utilizados:

INSTRUMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA
Os instrumentos da psicopedagogia auxiliam o psicopedagogo a
identificar dificuldades e desafios de fala, leitura ou escrita, bem como
dificuldades psicomotora e visomotoras. A identificação do que não está bem por
meio dos testes psicopedagógicos permite que profissional elabore o plano de
intervenção mais apropriado para utilizar na clínica, na escola e junto aos pais.

 Provas Operatórias Piagetianas


Consiste em provas que foram desenvolvidas por Jean Piaget para
auxiliar na compreensão do funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo,
permitindo investigar e identificar o nível cognitivo, bem como atrasos em relação
a idade cronológica (ALVES, et al, 2021). De acordo com Sampaio (2018), é por
meio das provas operatórios que enquanto profissionais teremos condições de

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conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas da pessoa.
Pois uma criança com dificuldades de aprendizagem poderá ter uma díade
cognitiva diferente da idade cronológica.
As provas operatórias piagetianas são classificadas em provas de
conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas
operatórias, a saber: Conservação de pequenos conjuntos discretos de
elementos; Conservação de superfície; Conservação dos líquidos; Conservação
de Massa; Conservação de Peso; Conservação de Volume; Conservação de
Comprimento; Mudança de Critério (Dicotomia); Inclusão de Classes;
Intersecção de Classes; Seriação de Palitos; Combinação de Fichas e Predição,
como destaca (ALVES, et al,2021).
O objetivo da utilização das provas piagetianas é identificar o estágio de
desenvolvimento da criança, bem como seu nível de desenvolvimento cognitivo,
não se importando com o erro ou acerto das respostas. O primeiro nível,
expressa que a criança não compreendeu os conceitos avaliados. O segundo
nível refere-se àquelas crianças que apresentam respostas incompletas, que
alcançaram parcialmente êxitos nas respostas. Já o terceiro nível é quando as
respostas foram dadas com êxito e argumentações claras (SAMPAIO, 2018).
Existe no mercado kit prontos para aplicação de provas operatórias,
porém você pode construir o seu de acordo com as suas possibilidades.
Teremos no curso uma aula específica para explicitar melhor sobre as
Provas Operatórias de Piaget.
Outros instrumentos e testes que podem ser utilizados na avaliação
psicopedagógica:

 IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a


alfabetização, que é um instrumento de auxílio para os educadores que
atuam com crianças da faixa pré-escolar (5-6 anos) e do primeiro ano do
Ensino Fundamental.

 CONFIAS – Consciência Fonológica Instrumento de Avaliação


Sequencial é um instrumento que tem como objetivo avaliar a consciência
fonológica de forma abrangente e sequencial.
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 TDE – Teste de Desempenho Escolar: é um instrumento que busca
oferecer de forma objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais
para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética
e leitura.

 Teste de Competência de Leitura: Sampaio (2018) sugere, o Teste de


Competência de Leitura que consiste no teste no qual entrega-se ao
sujeito um texto e observa-se a velocidade da leitura.

 TCLPP - Teste De Competência de Leitura De Palavras e Pseudo: Visa


avaliar a competência de leitura silenciosa de palavras isoladas.

TESTES DE RASTREIO DO AUTISMO

 M-CHAT: teste de rastreio recomendado pela Sociedade Brasileira de


Pediatria, em caso de suspeita de TEA. Para crianças de 16 a 30meses
de idade.
 CARS- Escala de Avaliação de Autismo na Infância: questionário
também utilizado por profissionais da área da saúde, em crianças a partir
de 2 anos.

 ATA – Escala de Avaliação de Traços Autísticos: busca averiguar a


possibilidade de presença de autismo em crianças, a partir e 2 anos de
idade, parecido com o CARS

Ao longo de pesquisas, observa-se que existe vários testes de rastreio


para traços de autismo. Porém vamos nos ater a somente esse três, que
falaremos também na aula referente a Avaliação e Intervenção no Transtorno do
Espectro Autista- TEA.

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TESTE DE RASTREIO DE TDAH:
 SNAP –IV: questionário que pode ser preenchido pela família e também
pelo professor da criança ou adolescente.

 ETDAH- pais - Escala de Avaliação de comportamento infanto-


juvenis no TDAH em ambiente familiar: avalia os comportamentos de
crianças e adolescentes no ambiente familiar.

 ETDAH- CriAd- Escala de Auto avaliação do TDAH: versão para


crianças e adolescentes: a própria criança ou adolescente se auto
avaliam em relação a atenção, hiperatividade/impulsividade.

 ASRS 18: questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o


SNAP-IV e é autoaplicável.

Na aula referente a avaliação e intervenção dos transtornos funcionais


abordarei sobre melhor sobre os instrumentos.

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MÓDULO II - Avaliação a Intervenção Psicopedagógica

Nesse módulo será abordado modelos de avaliações e sugestões de


intervenções Psicopedagógicas que podem ser realizadas em sua prática
clínica, desde avaliação de crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de
aprendizagem, até daqueles que já possuem diagnóstico.

Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do


Diagnóstico Psicopedagógico

O processo de Avaliação psicopedagógica até o seu fim tem um longo


percurso. Na maioria das vezes o momento inicial é a queixa, isto é, o motivo
para que se realize a avaliação psicopedagógica e o término acontece com a
devolução para aqueles que a solicitaram.
Muitas vezes a queixa para avaliação vem da família da criança e
adolescente ou até mesmo da própria pessoa quando já é adulta. Pode vir
também do médico que realiza o acompanhamento. Mas no caso de crianças e
adolescentes também pode vir da escola, seja do professor que tem o contato
direto com o aprendente ou da coordenação pedagógica.
Algumas queixas são bem conhecidas como: “ Meu filho não aprende
nada”, ou “ Em sala de aula parece estar em outro lugar, voando”, ou “ essa
criança não para quieta um segundo”, ou “ não compreendo nada do que ele
fala”, ou “ ele me desafia em sala de aula”, ou ainda “ ela lê, mas não consegue
escrever, as frases dela não têm sentido”. Dentre outra muitas queixas que
aparecem nesse primeiro momento.
A questão é que a queixa é somente uma frase falada no primeiro contato,
por isso precisa ser escutada ao longo da avaliação e procurar refletir com o
olhar diferenciado para o significado que ela traz. Em muitos momentos, a família
repete o mesmo que a escola apontou como queixa, ou a suspeita do médico,
como destaca Weiss (2012).
No processo de avaliação é preciso buscar pela unidade, coerência e
integração com a intenção de evitar que vire uma “colcha de retalhos”. “É
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importante percebe o sintoma, que é o que emerge da personalidade em
interação social em está inserido o sujeito” (WEISS, 2012, p.31).
Por isso na avalição clínica é preciso segundo Weiss (2012), observar
dois eixos o horizontal, que a visão do presente, o aqui e agora e o vertical que
é a visão do passado, da construção do sujeito. No eixo horizontal realiza a
contextualização que permite evidenciar o aqui e agora e nesse eixo utiliza-se
os seguintes instrumentos: Entrevista com a família (exploratória), a EOCA –
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, Sessões Lúdicas, provas,
testes diversos, diagnóstico operatório, entrevista com professores da criança ou
adolescente e até mesmo análise de documentos e materiais produzidos na
escola. Já no eixo vertical, que busca a construção histórica do indivíduo, pode-
se usar, a entrevista de anamnese, com a família, e também com a escola, além
de laudos, relatórios escolares, álbuns de fotografia, entre outros.
Como Weiss (2012) destaca que o objetivo básico da avaliação
psicopedagógica é de identificar os desafios básicos no modelo de
aprendizagem da pessoa que o impedem de crescer na aprendizagem no nível
esperado. O Modelo de aprendizagem é um conjunto dinâmico que estrutura os
conhecimentos que o sujeito já possui, quais estilos utilizados nessa
aprendizagem, a mobilidade e o funcionamento cognitivos, as modalidades de
aprendizagem assimilativa e acomodativa e suas distorções, os hábitos
adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, o vínculo da pessoa com o
conhecimento, o que significa a aprendizagem para o sujeito, a sua família e até
mesmo a escola.
E quando nesse processo de avaliação o profissional consegue perceber,
analisar e compreender o modelo de aprendizagem da pessoa avaliada, e com
isso permite refletir sobre os desafios e dificuldades apresentados com a
integração dos dados é que surge o Prognóstico e também o conteúdo para a
devolução da avaliação.
É importante salientar que o processo de avaliação psicopedagógica já
pode ser considerado também uma intervenção junto a pessoa avaliada, a
família e até mesmo a escola.

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Destaco ainda que muitos preocupam-se com quais instrumentos utilizar,
se precisa utilizar todos os instrumentos oferecidos, mas adianto a vocês que
não precisa aplicar todos os instrumentos disponíveis, por isso é de muita
importância o planejamento da avaliação e das intervenções. Pois o trabalho se
torna fiel quando de fato seguimos o planejamento. Falo isso por experiência
profissional.
E por onde começar a avaliação? Comece recebendo a queixa e seguindo
as sugestões que aqui serão apresentadas.
Como saber que instrumentos eu vou precisar utilizar em cada caso? Ao
longo das aulas a seguir falarei dos instrumentos que poderão ser utilizados em
cada caso.
Aqui vou explicitar uma sugestão de sequência diagnóstica para o seu
planejamento, pois a avaliação é composta de vários momentos, claro que
dependendo de cada caso e claro que no decorrer da avaliação essa sequência
pode ser modificada. Pois a avaliação não é imutável.
 Sequencia diagnóstica proposta por Weiss (2012):
1- Entrevista Inicial para recebimento da queixa principal e contrato com
a família;
2- Entrevista Familiar Exploratória Situacional;
3- Entrevista de Anamnese;
4- Sessões Lúdicas Centrada na aprendizagem (para crianças ou até
mesmo adolescentes);
5- Provas e testes (quando necessário);
6- Síntese Diagnóstica;
7- Entrevista de Devolução e Encaminhamentos

Porém pode acontecer outras modificações ao longo da avaliação,


podendo incluir também a EOCA, conforme proposta de Jorge Visca (1987)
baseado na Epistemologia Convergente, sendo que a EOCA acontece logo após
o contato inicial com a queixa.
No módulo I falei um pouco sobre a primeira consulta, a anamnese, a
EOCA, e de como comumente pode acontecer a avaliação psicopedagógica. E

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vou trazer o passo a passo especifico no módulo III em que falarei da prática da
Psicopedagogia Clínica.

Principais Transtornos Funcionais Específicos: Dislexia,


Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e TOD

O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais


Transtornos Funcionais Específicos que podem levar a desafios e dificuldades
de aprendizagem.
Na maioria das vezes a solicitação de uma avaliação psicopedagógica em
pessoas que tem a suspeita de um Transtorno Funcional Especifico, vem do
médico que acompanha, da escola ou até mesmo da família. Comumente a
queixa da avaliação vem acompanhada de um discurso de que o indivíduo não
aprende, não escreve, não realiza leitura, apresenta erros ortográficos
grosseiros, apresenta-se desafiador, parece não compreender comandos e
vários outros.
Mas antes de definir os transtornos em questão. Tenho certeza que a
pergunta é: Mas o que são Transtornos Funcionais Específicos?
De acordo com o DSM-5, o transtorno específico da aprendizagem é um
transtorno do neurodesenvolvimento com uma origem biológica que é a base
das anormalidades no nível cognitivo as quais são associadas com as
manifestações comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de
fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do
cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com
eficiência e exatidão.
Já o Classificação Internacional de Doenças-CID esclarece que a
etiologia dos Transtornos de Aprendizagem não é conhecida, mas que há "uma
suposição de primazia de fatores biológicos, os quais interagem com fatores não-
biológicos".
Os dois manuais informam que os transtornos não podem ser
consequência de:
 Falta de oportunidade de aprender;

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 Descontinuidades educacionais resultantes de mudanças de escola;
 Traumatismo ou doença cerebral adquirida;
 Comprometimento na inteligência global;
 Comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos.

Enfim, os transtornos funcionais específicos se configuram em um


conjunto de sintomas que provocam uma série de perturbações na
aprendizagem do estudante. Dentre os distúrbios de aprendizagem mais comuns
estão: dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia - e transtornos de atenção e
hiperatividade (CUSTÓDIO & PEREIRA, 2013). Além disso é considerado
também o Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC embora o
Transtorno Opositor Desafiador- TOD, não seja um Transtorno Especifico
Funcional, frequentemente nos deparamos com ele na clínica ou escola, por isso
a proposta de falar um pouco sobre o assunto.

 Dislexia
É uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura,
soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, linguagem corporal e
social. Importante destacar que não é o resultado da má alfabetização,
desatenção, condição sócio- econômica ou baixa Inteligência. É uma condição
hereditária com alterações genéticas neurológicas (ACAMPORA, 2019;
CUSTÓDIO&PEREIRA, 2013).
Os principais sinais da dislexia são: a dificuldade de escrever, inversão de
letras, leitura lenta no qual pronuncia uma sílaba por vez, troca de fonemas
semelhantes como a letra b com a letra p ou até mesmo visualmente parecidos,
como a letra q com a letra p (ACAMPORA, 2019).
Geralmente a pessoa com dislexia tem aprendizagem dentro do esperado
em outras disciplinas, porém pode ter apresentado atraso de fala, dificuldade
com rimas na pré-escola, confusões temporal-espacial, desafios em relação a
consciência fonológica, e dificuldade na relação entre letra (grafema) e som
(fonema) como salienta Acampora (2019).

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 Disgrafia
A Disgrafia é uma alteração da escrita ligada normalmente a problemas
perceptivo-motores. Isto é, para escrever é necessário o desenvolvimento da
coordenação visomotora, para que realize movimentos finos e precisos no
desenho das letras (ACAMPORA, 2019).
Também chamada de letra feia a Disgrafia ocorre devido a criança não
conseguir recordar a grafia correta da letra. Ao tentar recordar a grafia, apresenta
a sua escrita muito lenta e por vezes, ilegível. Essa deficiência em traçar a letra
corretamente não significa que ela tenha algum déficit intelectual ou neurológico.
Embora algumas crianças com disgrafia também possuam disortografia, essas
não estão associadas (SAMPAIO, 2018).

 Disortografia
A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita,
aglutinação ou separação indevida das palavras, confusão com as sílabas,
omissões de letras e inversões, dificuldades em perceber as sinalizações
gráficas, coo parágrafos, acentuação e pontuação. É uma escrita com muitos
erros e fica aparente logo a pessoa adquiriu os mecanismos da leitura e da
escrita (ACAMPORA, 2019).
As causas da Disortografia é as alterações na linguagem, como: um
atraso na aquisição ou no desenvolvimento e a utilização da linguagem, com
pobreza de vocabulário. Ela não compromete o traçado ou a grafia. Destaca-se
que até o terceiro ano do Ensino Fundamental que as crianças façam rocas
ortográficas pois a relação entre o fonema e a grafema ainda não estão sendo
dominados por completo (ACAMPORA, 2019).

 Discalculia
A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com
números. É um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas,
que se manifesta fazendo com que a pessoa confunda em operações
matemáticas, conceitos matemáticos, formulas, sequencias numéricas, ao

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realizar contagens, sinais numéricos e até mesmo na utilização da matemática
no cotidiano (ACAMPORA, 2019).
A pessoa com discalculia apresenta dificuldades em sequenciar números,
compreender os sinais das quatro operações, lembrar os passos para realizar
as operações, contar objetos e aprender a tabuada (CUSTÓDIO & PEREIRA,
2013).
Acampora (2019), destaca que o distúrbio neurológico que provoca a
Discalculia não causa deficiência mentais.

 TDAH- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


O TDAH é um transtorno neurológico. Sua origem é genética. Para a
Associação Brasileira do Déficit de Atenção-ABDA é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas
desatenção, inquietude e impulsividade.
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes
encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças,
em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da
metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora
os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
O DSM-5 destaca que o TDAH com um padrão persistente de desatenção
e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no
desenvolvimento, que pode ser caracterizado pela combinação de Desatenção
e Hiperatividade e Impulsividade.
Para a pessoa que tem o diagnóstico fechado de TDAH, muitas vezes é
preciso fazer uso de medicação. A medicação mais conhecida é a Ritalina, de
curta duração, porém existem outras no mercado de longa duração como a
Concerta, a Venvanse e pode utilizados outras medicações adjuvantes. Porém
precisa se prescrita por um médico e ser acompanhado sistematicamente. No
entanto, outras medidas e intervenções podem ser aliadas a pessoas com
TDAH, veremos mais a frente sugestões de intervenção.

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Pessoas com o diagnóstico de TDAH se não acompanhadas podem
apresentar complicações como: baixo auto estima, comportamento disruptivo,
atraso e dificuldades de aprendizagens, desafios nas habilidades sociais,
comportamento de oposição ou conduta, exclusão escolar, abuso de
substâncias, alterações no comportamento, problemas emocionais e
dificuldades acadêmicas.

 TPAC- Transtorno do Processamento Auditivo Central


O Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC pode ser
descrito como uma dificuldade que o sujeito tem em lidar com as informações
que chegam por meio da audição. É um transtorno funcional da audição, no qual
o indivíduo detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades em interpretá-
los. Também pode ser considerado como uma dificuldade em processar a
informação auditiva da forma correta (PEREIRA, 2018).
O Transtorno do Processamento Auditivo Central costuma produzir
dificuldades diárias no processo de comunicação oral, na leitura e escrita,
incluindo o desempenho escolar e a compreensão da linguagem. Além dos
prejuízos acadêmicos, é comum que esses indivíduos tenham algum tipo de
dificuldade de adaptação social (PEREIRA, 2018).
Segundo Pereira (2018), os sintomas comportamentais do Transtorno do
Processamento Auditivo Central poderão apresentar-se com características
diferentes entre os indivíduos, e esta diferença vai ocorrer dependendo da
habilidade auditiva que esteja em déficit, ou dependendo do subtipo no qual foi
classificado o TPAC.
De acordo com Pereira (2018) existe vários autores que classificam os
tipos de TPAC, os estudiosos Bellis (2002), Ferre (1997) e Sanchez (2013),
classificam o TPAC em três subperfis primários e dois secundários, são eles:
Subperfil primários do TPAC:
 Déficit de Decodificação Auditiva:
 Déficit de Prosódia ou não verbal:
 Déficit de Integração Auditiva:

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Subperfil secundário do TPAC:
 Déficit de Associação Auditivo- Linguístico:
 Déficit de Organização de Saída/Resposta:

Vamos exemplificar cada subtipo para que você entenda da melhor


maneira de acordo com os autores citados por Pereira (2018):

Déficit de Decodificação Auditiva:


Solicitam a repetição da mensagem ou utilizam as expressões: Hã? O quê?
Como? Durante a conversa. Tal fato ocorre porque a análise do sinal acústico
está comprometida prejudicando a compreensão da mensagem recebida, ou
seja, apresentam dificuldades em reconhecer e discriminar os sons,
principalmente os da fala; Ex.: Mãe pergunta: Você viu a cola?
Dificuldade de discriminação auditiva especialmente em ambientes ruidosos,
ou seja, possuem déficit para ouvir na presença de ruído.
Tempo de atenção auditiva reduzido, ou seja, em atividades que necessitam
se manter por muito tempo escutando, sem outros estímulos visuais, por
exemplo, se cansam com mais facilidade. Podendo ter um aprendizado
deficitário pelo tempo da atenção auditiva ser reduzida;

Déficit de Prosódia ou não verbal:


Dificuldades em reconhecer ênfase, entonação, expressões de emoções
e sentimentos daquilo que está sendo falado. Ou seja, tem dificuldade de
compreender o subliminar da comunicação, por não entender o tom de voz do
interlocutor. Desta forma, podem interpretar erroneamente a mensagem, pois
não percebem se aquilo que está sendo falado é brincadeira ou agressão;
Dificuldades de ler silenciosamente;
Dificuldades em compreender piadas ou “a moral da estória”;
Geralmente suas maiores defasagens serão nas aulas de Cálculo,
Geometria, Música e Artes.

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Déficit de Integração Auditiva:
Necessitam de mais tempo para realizarem atividades que exigem a
formulação e a execução de respostas. Por isto, muitas vezes são considerados
mais lentos;
Apresentam o processamento da informação mais lento, podendo
“esquecer” ou não compreender parte da tarefa quando transmitida através de
frases complexas, e em ordens seguidas. Por exemplo, lembrando somente as
duas ou três últimas sentenças ou palavras faladas por outra pessoa;
Podem apresentar dificuldades em acompanhar tarefas multimodais, ou
seja, que utilizam a integração auditiva e visual, como por exemplo, o ditado, a
anotação da explicação do professor, ou acompanhar a correção das tarefas;
Dificuldades no ritmo, como por exemplo, em acompanhar o ritmo da
música ou coreografia;
Apresentam dificuldades em entender a ideia central da mensagem, do
que está ouvindo ou lendo;
Dificuldades para dar início a tarefas complexas, para mudar de uma
tarefa para outra, e/ou para completar ou finalizar uma tarefa, isto quando é
determinado um prazo/tempo;

Déficit de Associação Auditivo- Linguístico:


Dificuldades em compreender o que ouvem. Este sintoma aparece com
mais frequência em sentença complexas e em sentenças que incluem várias
formas temporais (antes, depois, primeiro, então), espaciais (sobre, dentro, fora,
ao lado) e outros conceitos relacionados. Desta forma, podem solicitar a
repetição da mensagem, ou utilizar as expressões: Hã?, O quê?, Não entendi!;
Frequentemente só compreendem instruções simplificadas;
Na escrita é muito comum apresentarem erros gramaticais, de pontuação
e do emprego do tempo verbal;
A grande maioria tem dificuldade em fazer sozinha qualquer tarefa
acadêmica.
Dificuldades na memória auditiva (responsável por toda a informação
auditiva de curto prazo que recebemos do que está ao nosso redor);

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Baixa habilidade em comunicação, apresentando déficit em vocabulário,
semântica (significado) e sintaxe (na estrutura das palavras dentro da frase).

Déficit de Organização de Saída/Resposta:


Apresentar dificuldade para nomear rapidamente e resgatar verbalmente
uma informação. Muitas vezes dizendo, por exemplo: “Como que é mesmo o
nome daquela coisa que coloca no pão e que tem na geladeira” (porque
esqueceu o nome da palavra manteiga);
Alteração nas funções executivas (atenção sustentada e memória
operacional ou de trabalho);
Podem ser considerados bagunceiros ou desorganizados, por
apresentarem dificuldades nas habilidades de organizar, sequencializar, planejar
ou resgatar as informações adequadas para executar tarefas.
Deixar atividades de sala de aula e/ou provas com questões incompletas
ou sem resposta, ou esquecer de realizar alguma tarefa em sala de aula ou em
casa que fora solicitada pelo professor;
Pouca motivação para execução de tarefa e por consequência também
podem comprometer o desempenho das atividades que são solicitadas tanto da
escola, quanto em casa;

Atenção:
Para crianças e adolescentes que foram diagnosticados com TPAC, além
da avaliação psicopedagógica ou neuropsicológica, devem ser acompanhados
pelo profissional da fonoaudiologia e realizar o exame de PAC, no qual detecta
se tem ou não o Transtorno do Processamento Auditivo Central.
Muitas vezes, o indivíduo precisa da terapia de cabine, que se chama
Terapia de PAC, na terapia de Processamento Auditivo Central, o profissional de
Fonoaudiologia irá intermediar esse processo, realizando exercícios verbais e
não verbais, dentro e/ou fora da cabine acústica, capazes de estimular o córtex
cerebral e, utilizando a plasticidade cerebral do indivíduo, minimizar as
dificuldades de compreensão de fala em ambientes gerais ou específicos.

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O profissional que realiza a avaliação psicopedagógica pode auxiliar em
estratégias para lidar com os desafios do TAC, mas é o profissional de
fonoaudiologia que melhor orientará a família da necessidade da realização de
atendimento fonoaudiólogico para a reabilitação das habilidades auditivas que
se apresentam em déficit, bem como encaminhará para outras avaliações ou
acompanhamentos médicos e/ou terapêuticos dependendo de cada caso, como
bem salienta Pereira (2018).

 TOD – Transtorno Opositor Desafiador


O TOD se caracteriza por comportamentos desafiadores, irresponsável,
agressivo, com dificuldades para assumir erros e responsabilidades, apresenta
humor irritável e índole vingativa.
Segundo Jorge, Ribeiro e André (2019), o TOD pode ainda apresentar as
seguintes características: crueldade com animais ou crianças menores,
destruição dos pertences de outra criança, crises de birra e de desobediência,
condutas incendiárias e roubos.
O Transtorno Opositor Desafiador não é considerado um transtorno de
aprendizagem, visto que seus sintomas não afetam diretamente o processo de
ensino aprendizagem, mas seu comportamento e atitudes dificultam o convívio
social entre o aluno e todos ao seu redor, necessitando de regras bem definidas
e respeitadas e da compreensão por parte dos professores que ele possui uma
patologia e que suas especificidades devem ser trabalhadas como destacam os
autores Jorge, Ribeiro e André (2019).
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, pode-se dizer que o
TDO é caracterizado por ser um Transtorno de conduta que se manifesta
habitualmente em crianças jovens, apresenta como características um
comportamento provocador, desobediente ou perturbador e não acompanhado
de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves.
Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o transtorno deve
corresponder aos seguintes critérios gerais citados em F-91 (capítulo da
classificação internacional de doenças que aborda e caracteriza os distúrbios de
conduta), são eles:

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 Manifestações excessivas de agressividade e de tirania;
 Crueldade com relação a outras pessoas ou a animais;
 Destruição dos bens de outrem;
 Condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir
de casa; crises de birra e de desobediência anormalmente frequentes e
graves.
A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta
precedentes é suficiente para o diagnóstico, mas atos dissociais isolados não o
são.
Portanto ainda segundo a Classificação Internacional de Doenças esta
categoria deve ser utilizada com prudência, em particular nas crianças com mais
idade, dado que os transtornos de conduta que apresentam uma significação
clínica se acompanham habitualmente de comportamentos dissociais ou
agressivos que ultrapassam o quadro de um comportamento provocador,
desobediente ou perturbador.
Por isso em algum momento poderá se deparar com uma criança com
suspeita de TOD e precisará realizar uma avalição psicopedagógica.

Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro


Autista- TEA, Transtornos Desintegrativos e Deficiência
Intelectual

O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais


Transtornos, Síndromes e Deficiência que podem levar a desafios e dificuldades
de aprendizagem.

 TEA -Transtorno do Espetro Autista

De acordo com DSM-5 o Transtorno do Espectro Autista é novo nome


para categoria, que inclui transtorno autístico (autismo), Transtorno de Asperger,
Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Global ou Invasivo do
desenvolvimento sem outra especificação.

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Atualmente, os domínios para o TEA incluem deficiências na
comunicação, na interação social, nos interesses restritos e nos
comportamentos repetitivos. A chamada tríade autista (ACAMPORA, 2019).
Agora o DSM-5 são realizadas distinções de acordo com a nível de gravidade à
interação e comunicação: Nível 1- pouco dependente, nível 2- dependência
moderada, nível 3- muito dependente.
De acordo com o DSM-5, são esses os critérios de diagnóstico:
A-Deficiências persistentes na comunicação e interação social:
 Limitação na reciprocidade social e emocional;
 Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal utilizados
para interação social;
 Limitação em iniciar, manter e entender relacionamentos, variando de
dificuldades com adaptação de comportamento para se ajustar as
diversas situações sociais.
B-Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades,
manifestadas pelo menos por dois dos seguintes aspectos observados ou pela
história clínica:
 Movimentos repetitivos e estereotipados no uso de objetos ou fala;
 Insistência nas mesmas coisas, aderência inflexível às rotinas ou padrões
ritualísticos de comportamentos verbais e não verbais;
 Interesses restritos que são anormais na intensidade e foco;
 Hiper ou hiporreativo a estímulos sensoriais do ambiente

C- Os sintomas devem estar presentes nas primeiras etapas do


desenvolvimento. Eles podem não estar totalmente manifestos até que a
demanda social exceder suas capacidades ou podem ficar mascarados por
algumas estratégias de aprendizado ao longo da vida

D- Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo nas áreas social,


ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento atual do paciente.

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E- Esses distúrbios não são melhores explicados por deficiência cognitiva ou
atraso global do desenvolvimento.

Ainda de acordo com o DSM-5 no que se refere ao comprometimento da


interação, enfatizam-se os prejuízos persistentes na comunicação e na interação
social em vários contextos, e no que tange ao comportamento, citam-se padrões
repetitivos e restritos dos comportamentos, interesses ou atividades, há
referências à hipo ou hiper-reatividades a estímulos sensoriais ou a intenso
interesse nos aspectos sensoriais do ambiente.
O TEA pode se manifestar já nos primeiros meses de vida ou se
apresentar após período inicial de desenvolvimento aparentemente normal
seguido por regressão do desenvolvimento (autismo regressivo), o que ocorre
em cerca de 30% dos casos diagnosticados.
Também apresentam dificuldades sociais para compartilhar interesses,
iniciar ou manter interações sociais; possuem dificuldades em compreender
expressões faciais de sentimentos e afetos. Comportamentos estereotipados
são observados (como bater palmas ou flapping – movimentar os braços como
que batendo asas), os interesses são limitados, e há dificuldade em mudar
rotinas, dentre outras alterações.
Por isso é preciso conhecer sobre o TEA, pois provavelmente a criança
com suspeita ou hipótese diagnóstica pode ser encaminhada pelo médico que
acompanha para uma avaliação psicopedagógica.

 Transtornos Desintegrativos

Os Transtornos Desintegrativos implicam na perda de funções e


capacidade previamente adquirida pela criança e que a uma perceptível
regressão. Para a realização do diagnóstico a perda deve ocorrer após dois anos
de idade e antes dos dez anos e antes da regressão precisa ter o
desenvolvimento claro das competências da linguagem, comunicação verbal,
jogo, relações sociais e condutas adaptativas (ACAMPORA, 2019).

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Nesse sentido, o critério para o diagnóstico é que deve haver a perda de
pelo menos em duas destas cinco áreas (COLL, 2004, apud ACAMPORA,2019):

1- Linguagem Expressiva e Receptiva;


2- Competências Sociais e adaptativas;
3- Controle de esfíncteres vesicais e/ou anais;
4- Jogo;
5- Destrezas motoras

Por isso, muitas vezes se faz necessário o processo de avaliação


psicopedagógica.

 Deficiência Intelectual

De acordo com o DSM-5 a Deficiência intelectual é um transtorno com


início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto
intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. O
DSM-5 caracteriza a Deficiência Intelectual em Leve, Moderada, Grave e
Profunda.

Para o diagnóstico é preciso preencher os seguintes critérios:

 Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas,


planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e
aprendizagem pela experiência confirmado tanto pela avaliação clínica
quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados.
 Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir
padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência
pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de
adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias,
como: comunicação, participação social e vida independente, e em
múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na
comunidade.
 Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do
desenvolvimento.

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Importante destacar que a avaliação da deficiência Intelectual não é
somente psicopedagógica, neurológica ou neuropsicológica, precisa ser
biopsicossocial, e realizada por uma equipe multidisciplinar, de acordo com a Lei
nº 13.146/2015, precisa considerar:

I- Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;


II- Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III- A limitação no desempenho de atividades;
IV- A restrição de participação

As causas da Deficiência Intelectual advêm de vários processos


patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central que podem
ser: hereditariedade (mutações genéticas); alterações no desenvolvimento
embrionário; alterações cromossômicas (Síndrome de Down e outras síndromes,
como o X- frágil); dano causado por toxinas durante a gestação (álcool, drogas);
problemas na gravidez (infecção urinária); desnutrição fetal, prematuridade,
hipóxia, traumas encefálicos; influencias ambientais e outros transtornos
mentais, maus tratos quando bebê, falta de estimulação social, linguística e
outras;

Essas são os Transtornos e deficiências que a escola, os pais e até


mesmo médicos podem solicitar avaliação psicopedagógica.

Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas

As provas operatórias são baseadas nas fases de desenvolvimento de


Jean Piaget. A provas piagetianas pode auxiliar na compreensão do
funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo, permitindo investigar e
identificar o nível cognitivo, bem como atrasado em relação a idade cronológica.
Piaget dividiu o desenvolvimento humano em quatro estágios vividos de
acordo com cada pessoa. Que são: sensório motor – até os dois anos de idade,
nesse estágio a criança busca adquirir o controle motor e aprender sobre objetos
físicos que o rodeia; o estágio simbólico ou pré-operatório – de dois a 8 anos de
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idade, nesse estágio a criança busca habilidade verbal; o estágio operatório
concreto- entre 7/8 anos a 11/12 anos de idade, nesse estágio a criança lida com
conceitos abstratos, números e relacionamentos; o estágio operatório formal- de
12/14 anos a 15 anos, no qual a criança começa a ter raciocínio lógico e
sistemático (OLIVEIRA, 2012).
As provas operatórias ou piagetianas são classificadas em provas de
conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas:
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos, Conservação de
superfície, Conservação de líquidos, Conservação de massa, Conservação de
peso, Conservação de massa, Conservação de peso, Conservação de volume,
Conservação de comprimento, Mudança de critério (dicotomia), Inclusão de
classes, Intersecção de classes, Seriação de palitos, Combinação de Fichas e
Predição.
Para aplicação das provas operatórias é preciso de muita atenção, para
quem ainda não se sente seguro para aplicação, sugiro ter um roteiro de
aplicação, você mesmo pode elaborar o seu roteiro, da melhor forma que
convier.
Sampaio (2018) destaca para aplicar as provas, deve-se aplicar várias
provas de conservação em uma mesma sessão, para que não haja uma possível
contaminação das repostas da pessoa. É interessante que alterne entre provas
de conservação, classificação e seriação.
É muito importante anotar as respostas do avaliado, até mesmo as
reações, postura, falar, as reações diante o desconhecido, os seus argumentos
e questionamento, como manipula os objetos, como organiza o material
(SAMPAIO,2018).
Para a avaliação, as respostas são divididas em três níveis, segundo
Sampaio (2018):
 Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse
domínio;
 Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações,
instabilidade ou não são completas. Em um momento, conservam, em
outro não.

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 Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção, sem vacilação.

Atenção: Algumas crianças não obtêm êxito em apenas uma prova e


apresentam acerto operatório nas demais. Porém isso não significa que ela
esteja em defasagem. É preciso analisar o resultado geral das provas.
Sampaio (2018) relaciona quais provas podem ser utilizadas na aplicação
das provas operatórias:
 Seleção das provas operatórias para pensamento operatório
concreto de acordo com a idade: 7 anos (seriação, conservação de
pequenos conjuntos discretos de elementos; conservação de massa;
Conservação de comprimento; Conservação de superfície; Conservação
de líquido; Espaço unidimensional); 8 a 9 anos (todos de 7 anos, mais
quantificação de inclusão de classes, interseção de classe e Espaço
bidimensional); 10 a 11 anos (todos de 8 anos, mais a conservação de
volume)
 Seleção das provas para pensamento formal: acima de 12 anos,
procure iniciar com conservação de volume, caso não consiga, aplique as
provas de pensamento formal, caso ainda tenha dificuldade aplica as
provas anteriores, depois aplique a combinação de fichas; permutação de
fichas, predição espaço tridimensional.

É sempre importante perguntar ao avaliado, após cada resolução de


atividade, como ele sabe, peça para explicar como resolveu, com o objetivo de
observar como o avaliado pensa e que argumentos utiliza. O avaliado pode
conservar, mas também pode apresentar desafios em argumentar e explica
como denota Sampaio (2018).

 Aplicação das Provas operatórias:


De acordo com o que apresentamos, pode-se perceber que a aplicação
das provas operatórias é extensa, por isso é preciso o roteiro, e também é
preciso por dividir em etapas de aplicação. Não é recomendado aplicar tudo no

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mesmo dia, procure dividir em sessões. Aplicar tudo na mesma sessão pode
levar o avaliado a fadiga e a responder de forma aleatória, por já estar cansado.
Vamos então para aplicação na prática, o roteiro de provas operatórias
piagetianas elaborada pelo Professor Jefferson Baptista Macedo (2014) que se
encontra bem didático e que pode ser utilizado incialmente. Depois de você
poderá criar o seu próprio roteiro.
É importante que você já tenha preparado todo o material para a
avaliação, conforme venho enfatizando é preciso planejamento, para que tudo
aconteça da melhor maneira possível.

Segue um exemplo de aplicação de prova de conservação.

Prova de conservação:
 Número: 10 fichas vermelhas e 10 fichas azuis

Disponha sobre a mesa 6 a 8 fichas azuis (para a criança de 4 anos, usar


6 fichas), alinhando-as. Pedir à criança que faça outra fileira igual com as fichas
vermelhas, dizendo: Faça outra fileira com as suas fichas e coloque a mesma
quantidade como eu fiz com as azuis.
Espere a criança realizar e depois faça o seguinte questionamento: você
tem certeza que estas duas fileiras têm a mesma quantidade de fichas?
Como você sabe disso? A preparação é finalizada quando a criança dá uma
resposta positiva para o questionamento. Anote as repostas.
Depois faça uma modificação na disposição das fichas de uma das
fileiras, espaçando-as, de modo que uma fique mais comprida do que a outra, a
faça o seguinte questionamento: E agora? As fileiras ainda têm a mesma
quantidade (tanto) de fichas? Como você sabe disso? Se a resposta for
negativa, pergunte: Onde tem mais? Como você sabe? Independente da
resposta faça a contra argumentação.
Como pode ser realizada a contra argumentação:

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Conservação: Olha como esta fila é mais comprida do que a outras, será que
aqui não tem mais fichas?
Não- Conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha em frente a
outra?
Retorno: Se arrumarmos as fichas como antes, as fileiras ficarão iguais?

Posteriormente faça uma nova preparação:

Faça um círculo com as fichas azuis e peça à criança para ajudar e fazer
a mesma coisa com as fichas vermelhas de modo que fiquem idênticos. Anotar
o que a criança fez e perguntar: Você tem certeza que os círculos têm a mesma
quantidade? Há a mesma quantidade (tanto) de fichas vermelhas e azuis? Como
você sabe? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva
para o questionamento.
Em seguida junte as fichas de um dos círculos e pergunte: E agora? Ainda
há mesma quantidade de fichas azuis e vermelhas? Como você sabe disso?
Agora faça a contra-argumentação:
Conversação: Veja como os círculos são diferentes? Será mesmo que tem a
mesma quantidade?
Não- conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha vermelha em
frente a uma azul?
Retorno: Se arrumamos os círculos como antes, eles serão iguais?

Formação da Hipótese Diagnóstica:


Possui Noção de Conservação de quantidade- afirma a igualdade da
quantidade mesmo quando a correspondência ótica deixa de existir.
Argumentações lógicas:
De identidade: Colocamos a mesma quantidade, você somente espalhou;
De Reversibilidade simples: Se esticar vai ficar igual

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De Reversibilidade por reciprocidade: esta fileira é mais comprida porque as
fichas estão separadas, mas a quantidade é a mesma.
Não possui Noção de Conservação de Quantidade- Quando admite que a
quantidade de um conjunto é maior ou menor, quando a configuração espacial é
modificada;
Transição: Algumas vezes admite e outras nega a conservação

Diante desse exemplo, pode-se ter a avaliação da prova de conservação:


Nível 1- Não conservador
Nível 2- Transição
Nível 3- Conservador
Qual nível encontra-se a criança que avaliou: 1, 2 ou 3.

E dessa forma, você pode proceder em todas as provas operatórias.


Lembrando que é importante sempre anotar todas as observações.
Como destaquei as provas operatórias são extensas e seria
provavelmente um outro curso e como estamos em um curso de avaliação e
intervenção psicopedagógica vamos seguir para outros aspectos importantes
também nesse processo.

Teoria da Epistemologia Convergente (Jorge Visca)

Jorge Visca, é argentino, psicólogo, foi o idealizador da teoria


Epistemologia Convergente. A literatura sobre a teoria elaborada por Visca
destaca que a Epistemologia Convergente constitui-se a partir das contribuições
de outras três grandes linhas de pensamento – a Epistemologia Genética de
Jean Piaget; a Psicanálise de Sigmund Freud; e a Psicologia Social de Pichón
Riviere. Seu objetivo era de propor um modelo que servisse de base clínica para
o processo diagnóstico, o tratamento corretor e por último como processo
preventivo (BUENO & ALMEIDA, 2017).
De acordo com Visca (1987) a aprendizagem depende de uma estrutura
no qual envolva o cognitivo, afetivo e social, no qual estão interligadas. Nesse

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sentido a inteligência se constrói a partir da ação mútua do sujeito e o contexto
social, que para aprender pensar socialmente é indispensável a orientação do
condutor e o contato do aprendente com outros de si por isso a Epistemologia
Convergente.
O processo de ensino e aprendizagem é entendido, portanto, como um
processo global uma vez que envolve a dimensão cognitiva – das estruturas que
possibilitam o conhecimento; a dimensão afetiva – das emoções, motivação e
inclinações para o ato de aprender; e a dimensão social – referente ás
particularidades do meio social e cultural de cada sujeito (BUENO &ALMEIDA,
2017).
A teoria da psicologia genética de Jean Piaget, aborda a construção das
aprendizagens em estruturas cognitivas, na qual os conceitos são construídos
pelo indivíduo para compreender e responder às experiências que decorrem do
meio em que vive. Ao se reportar a teoria de Piaget, Visca compreendeu que
ninguém pode tornar-se capaz de aprender algo acima do nível de estrutura
perceptiva que demonstra (OLIVEIRA, 2012).
Falamos sobre Piaget na aula anterior, e lá apresentamos as fases do
desenvolvimento de Piaget.
No entanto é importante destacar que na Epistemologia Convergente o
desenvolvimento cognitivo não se respalda apenas no aspecto psicogenético.
Os elementos afetivos e sociais também estão presentes no desenvolvimento e
na aprendizagem do ser humano como bem destaca Oliveira (2012).
A teoria psicanalítica também embasa a Epistemologia Convergente. Na
visão da teoria duas pessoas podem ter o mesmo nível cognitivo e distinto em
relação a um objeto, porém aprenderão de forma distintas pois possuem
personalidades diferentes. Cabe relembrar que Freud investigava utilizando o
método interpretativo, buscando significado aquilo que era manifesto. Para Visca
a Psicanálise releva a importância das relações afetivas dos bons e maus
vínculos estabelecidos pelo sujeito quando está diante do seu objeto de
aprendizagem. Assim, para Visca cada contexto oferece diferentes crenças,
conhecimentos, atitudes e habilidades (OLIVEIRA, 2012).

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E a última linha teórica que inspirou Visca foi da psicologia social. Visca
então se fundamenta em Pinchon-Rivière, que considera “o estabelecimento do
vínculo como um principal atributo no processo de aprendizagem, caracterizando
a formação do grupo operativo como uma unidade de funcionamento na
aplicação no campo psicoterapêutico e na educação” (OLIVEIRA, 2012, p.23).
Diante das fundamentações téoricas utilizada por Visca para embasar a
teoria, a epistemologia convergente dentro de uma perspectiva integradora de
três teorias possibilita ao psicopedagogo, psicólogo e educador refletir sobre os
mais diversos causados problemas que aparecem no decorrer do processo de
ensino e aprendizagem, como bem pontua Oliveira (2012).
Partindo desta concepção é que Visca elabora sua proposta de avaliação
diagnóstica, reiterando sempre seu caráter corretor e também preventivo no
sentido de fazer com que o sujeito supere os obstáculos que estejam impedindo-
o de aprender. Assim emergem não só as contribuições para o contexto
psicopedagógico clínico, mas também para o âmbito educacional, de sala de
aula e para as estratégias de ensino e aprendizagem escolar (BUENO
&ALMEIDA, 2017).
Na Epistemologia Convergente todo o processo de avaliação
psicopedagógica, é estruturado para que se possa observar a interação entre o
cognitivo e afetivo e no qual se resulta a aprendizagem. Por isso Visca estrutura
o diagnóstico psicopedagógico da seguinte forma de acordo com (SAMPAIO,
2018).

1- Inicia-se com a primeira sessão com a entrevista contratual, o objetivo


dessa entrevista é de colher os dados pessoais, ouvir a queixa que trazem
sobre o que a criança, ou adolescente vem apresentando, explicar como
é o trabalho do profissional, a quantidade de sessões, frequência, valores
e demais dúvidas referentes ao processo naquele momento;
2- A realização da EOCA- Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem,
que tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem da pessoa.
É primeira sessão realizada com o avaliado, busca investigar os vínculos

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que tem com os objetos e conteúdos de aprendizagem escolar, observar
suas defesas, condutas evitativas e como enfrenta novos desafios;
3- Na terceira e quarta sessão geralmente aplica-se a provas operatórias,
com o objetivo de conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das
funções lógicas da pessoa. A aplicação das provas permite investigar o
nível cognitivo em que o avaliado se encontra e se há defasagem para a
sua faixa etária de idade;
4- A quinta e sexta sessão é aplicação de técnicas projetivas, que tem como
objetivo investigar os vínculos que a pessoa pode estabelecer em três
grandes domínios: a escola, a família e consigo mesmo, por meio das
técnicas projetivas é possível reconhecer três níveis em relação ao grau
de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de
aprendizagem;
5- Na sétima e oitava sessão, pode acontecer a aplicação de outros testes
de acordo com a necessidade que o avaliador percebeu até o presente
momento. E pode ser testes de avaliação de coordenação motora ampla
e fina, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial, temporal,
sequência lógica, consciência fonológica, entre outras;
6- Somente na nona sessão que na Epistemologia Convergente realiza a
Anamnese, que é uma entrevista realizada com os pais ou responsáveis,
com o objetivo de resgatar a história de vida da pessoa, colher dados
importantes que possam esclarecer fatos observados ao longo da
avaliação. A anamnese é peça fundamental para avaliação, pois é por
meio dela que vão ser revelados informações do passado, do presente da
pessoa, e com todo histórico. Irá observar a visão da família sobre a
criança ou adolescente, sobre a expectativa do nascimento, da gestação,
dos primeiros anos de vida, desenvolvimento e crescimento;
7- A última sessão é a devolutiva de toda a avaliação psicopedagógica, essa
acontece por meio de uma comunicação verbal, realizada aos pais ou
responsáveis e o avaliado, dos resultados obtidos por meio da
investigação. É importante também que além da comunicação verbal

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entregue a família um relatório ou parecer, permitindo que os envolvidos
tenham tudo documentado.

Enfim, a Epistemologia Convergente de Visca, o ser humano aprende


sem interrupções desde seu nascimento até a morte. A teoria fundamenta-se na
assimilação recíproca das contribuições das escolas piagetianas, psicanalíticas
e da psicologia social O que se entende a aprendizagem como uma variável
dependente dos aspectos afetivos, cognitivos e escoais que acontecem ao
mesmo tempo (OLIVEIRA, 2012).

Instrumentos e Técnicas Projetivas na avaliação


Psicopedagógica

A aplicação de instrumentos e técnicas projetivas tem por objetivo


procurar investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes
domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo (SAMPAIO, 2018).
Weiss (2012), destaca que o princípio básico das técnicas projetivas é
uma forma do sujeito perceber, interpretar e estruturar o material ou a situação
que reflete os aspectos fundamentais do psiquismo. Assim é possível buscar
relações com a apreensão do conhecimento, como procurar, evitar, distorcer,
omitir esquecer algo que lhe é apresentado. Com o uso de técnicas projetivas
pode-se detectar, obstáculos afetivos existentes nesse processo de
aprendizagem de nível geral e especificamente escolar.
O objetivo das técnicas projetivas é de descobri como o sujeito usa seus
próprios recursos cognitivos a serviço da expressão de sus emoções. O
importante é a leitura psicopedagógica das situações trazidas pelo o indivíduo,
pois muitas vezes o não saber lidar com a emoções impacta no processo de
ensino aprendizagem (WEISS, 2012).
Weiss (2012), destaca que existem três grupos de técnicas projetivas que
podem ser utilizados na avaliação psicopedagógica, que são: Técnica dos
relatos, o grafismo e as provas projetivas Psicopedagógicas.

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A técnica de relatos: os testes mais utilizados são o CAT- Teste de
Apercepção Infantil e o TAT- Teste de Apercepção Temática. Esses dois testes
trabalham com estruturas, forma de aplicação, registro e avaliação semelhantes.
O número de pranchas a ser utilizado depende de cada caso. E o mais
importante é o bom registo dos relatos e atitudes do avaliado durante a aplicação
das pranchas. O TAT, por exemplo é um teste composto de 19 pranchas com
gravuras e uma em branco. Ele se baseia no pressuposto de que o avaliado,
estado muito envolvido na tarefa, esquece-se de se defender e relata coisas
sobre os personagens que se aplicam a própria pessoa. Avalia-se o protagonista,
o aspecto formal que é narrativa, a linguagem, os sentimentos e emoções. Já o
CAT- pode ser aplicado como uma brincadeira, como por exemplo, “conte uma
história dos animais que aparecem na prancha? ” Observe e anote tudo que o
avaliado trouxe.
O uso do grafismo na avaliação psicopedagógica, é de fácil aplicação
somente lápis e papel podem ser utilizados, somo sugestão solicite ao avaliado
que realize um desenho da figura humana, pode ser dele mesmo. E conte uma
história sobre o desenho, o profissional pode realizar perguntas. Existe ainda o
Teste projetivo do HTP- Casa, Arvore e Pessoa, no qual esses três temas são
agrupados numa sequência mobilizadora e analisados em conjunto. É
importante observar a produção dos desenhos por onde a criança começa, se
ela conta uma história do desenho no processo. Importante destacar, não
confundir, ao analisar o desenho, os aspectos evolutivos com aspectos
patológicos, embasar na fase de desenvolvimento da criança, ou adolescente.
Sobre as provas projetivas Psicopedagógicas, existem inúmeras, no
entanto a proposta é ter um olhar psicopedagógico, pois algumas provas são
nitidamente escolares, outras relacionadas ao contexto familiar, ou até da vida
de uma forma geral, mas sempre indo pelo viés do processo de aprendizagem.
Como exemplo de provas projetivas Psicopedagógicas, temos:
 Dupla Educativa: elaborada por Malvina Oris e Pichona Ocampo, que
analisa de acordo com proposta de Jorge Visca, cujo objetivo é pesquisar
o vínculo com a aprendizagem, o professor, os objetos escolares.

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 Eu e meus companheiros: elaborado por Sara Bozzo, no qualo objetivo
é pesquisar vínculos com os colegas de turma e com a escola,
sentimentos vividos em sala de aula e expectativas;
 A planta da sala de aula: no qual visa pesquisar a representação
geográfica da sala de aula e campo psicológico da sala de aula, as
posições dos alunos e a desejada pelo avaliado.
 Família Educativa: prova no qual se desenha uma família realizando
alguma atividade, o objetivo é pesquisa as relações de aprendizagem
dentro da família, o modelo de aprendizagem que os diferentes membros
da família possuem e transmitem.
Como podem visualizar, existem várias técnicas projetivas que podem ser
utilizadas no processo de avaliação psicopedagógica, porém importante
salientar que os teste de TAT, CAT e HTP, são exclusivos do uso do profissional
de psicologia, sendo vetado a aplicação de outros profissionais.
Weiss (2012) destaca que as provas e testes não podem ser utilizados,
apenas, entro dos limites propostas nos seus objetivos, mas, sim, analisados
como dados que permitem diferentes perspectivas na compreensão integrada
do avaliado.

Ferramentas: Instrumentos, testes e escalas Psicopedagógicas


para Avaliação dos Aspectos Educacionais e Funções
Executivas

De acordo com Weiss (2012) o uso de testes e provas não é indispensável


num processo de avaliação psicopedagógica. Ele representa um recurso a mais
a ser explorado pelo profissional em alguns casos.
Importante destacar que os testes e provas são selecionados de acordo
com a necessidade surgida em função de hipóteses expostas na entrevista com
os familiares e nas atividades iniciais realizadas com a criança, adolescente ou
adulto. Weiss (2012) salienta que por ser um meio auxiliar, é fundamental a
observação cuidadosa, a escuta durante o processo de execução e a leitura
psicopedagógica possível de ser feita do produto realizado.
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É sempre bom relembrar que durante a avaliação psicopedagógica
precisamos ver a pessoa como um todo: questões familiares, escolares, sociais,
afetivas, cognitivo.
Existem muitos instrumentos e escalas que podem ser utilizados na
avaliação psicopedagógica, aqui apresentaremos alguns deles:

IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a


alfabetização: Que tem como objetivos: avaliar o repertório comportamental
das crianças no que diz respeito aos pré-requisitos fundamentais para a
aprendizagem da leitura e escrita; possibilitar
informações que indicarão se a criança está em
condições ideais de iniciar a alfabetização
propriamente dita; fornecer aos professores
informações seguras sobre que habilidades ou
conceitos deverão ser treinados para que a criança
possa iniciar a aprendizagem da leitura e escrita.

Fonte: Site Amazon

Teste de Competência de Leitura: Esse teste pode ser usado em


pessoas de todas as faixas etárias, apesar de poder ser aplicado em todas as
faixas etárias, é preciso que a criança já encontre-se alfabetizada (SAMPAIO,
2018).
Enquanto a pessoa realiza a leitura, você como profissional que está
avaliando, vai somar a quantidade de palavras lidas, nos cinco minutos e dividir
o resultado por cinco para saber o número de palavras lidas em um minuto.
Esse teste pode ser usado em casos de suspeita de Dislexia, pois a
pessoa com dislexia costuma ler menos de 50 a 60 palavras por minuto.
Após a leitura do texto pode-se também realizar algumas perguntas sobre
o texto, como quem são os personagens, o que aconteceu, para realizar uma
síntese oral, síntese escrita e pode-se realizar também ditado com palavras do
texto.

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TCLPP - Teste De Competência de Leitura De
Palavras e Pseudo: Visa avaliar a competência de leitura
silenciosa de palavras isoladas. Avaliação da compreensão
Leitora de Textos Expositivos. O teste em questão tem
como objetivo principal auxiliar os psicopedagogos e
fonoaudiólogos na avaliação da compreensão leitora dos
pacientes a eles encaminhados.

Fonte: site amazon

TDE II – Teste de Desempenho Escolar: é um


instrumento que busca oferecer de forma objetiva
uma avaliação das capacidades fundamentais para
o desempenho escolar, mais especificamente da
escrita, aritmética e leitura. Indica de uma maneira
abrangente, quais as áreas da aprendizagem escolar
que estão preservadas ou prejudicadas no
examinando. A faixa etária abrange a avaliação de
escolares de 1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental,
ainda que possa ser utilizado com algumas reservas,
para a 7ª e 8ª séries.
Fonte: site Amazon

Teste de Sondagem de Escrita: o presente teste visa saber em que fase


da escrita a pessoa encontra, principalmente para crianças que estão na fase
alfabetização. Se estão na fase pré-silábica, silábico alfabético ou alfabético.
Entregue para a criança uma folha de papel A4, lápis e borracha, solicite
que a criança escreva o nome dela; dite as palavras uma a uma e peça que
escreva: elefante, formiga, cachorro, tigre e rã. Faça o ditado de uma frase e pela
que escreva: O cachorro pisou na formiga.
Entregue a criança dois cartões escrito em cada um: Boi e no outro cartão
aranha e peça-lhe que aponte onde está escrito a palavra boi e onde está escrito

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a palavra aranha. Pode fazer isso com outras palavras, com isso irá observar a
superação do realismo nominal.
Para observações das questões matemáticas, pode-se fazer o uso de
instrumentos como jogo de pega varetas e dominó como sugere Sampaio (2018),
com pega varetas pode-se observar as operações de adição, subtração,
multiplicação e divisão, bem como também com o dominó. Pode ser propor ainda
situações problemas para observar o raciocínio lógico. Lembrando que precisa
ser de acordo com a faixa etária da pessoa que está em avaliação.
Há ainda os testes de avaliação das Funções Executivas e atenção que
citei no módulo I, que são:
Teste de Atenção por Cancelamento que foi desenvolvido por Montiel
e Seabra (2009, 2012) que consiste em três matrizes impressa com diferentes
tipos de estímulos. A pessoa que está realizando o teste deve assinalar todos os
estímulos iguais ao solicitado, avaliando assim a atenção seletiva. Sendo que o
teste tem um tempo determinado para ser aplicado (GODOY, 2012).
Na primeira parte do instrumento avalia a atenção seletiva e consiste
numa prova de cancelamento de figura numa triz impressa com seis tipos de
estímulos (círculo, quadrado, triangulo, cruz, estrela, retângulo), elas são
expostas de forma aleatória, sendo que a figura-alvo fica indicada na parte
superior da folha (GODOY, 2012).
A segunda parte do teste também avalia a atenção seletiva, porém com
grau de dificuldade maior, sendo que a tarefa é semelhante a da primeira parte,
porém a figura-alvo é composto por figuras duplas. Assim deverá procurar um
par de figuras geométricas (GODOY, 2012).
Na terceira parte do teste, atenção seletiva também é avaliada, porém
demanda a avaliação de alternância, pois é preciso mudar de foco em cada linha.
Nessa parte o estímulo-alvo muda a cada linha (GODOY, 2012).
Para realização do teste em cada parte é de 1 minuto. Para correção são
computados o número de acertos, erros, alvos cancelados indevidamente, alvos
não cancelados.

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Fonte: Livro: Avaliação neuropsicológica cognitiva: atenção e funções executiva

Teste da Torre de Londres: busca avaliar a capacidade de


planejamento, decisão estratégica e de resolução de problemas em crianças e
adolescentes. O objetivo do Torre de Londres é oferecer um teste com níveis
progressivos de dificuldade.
O teste baseia-se na utilização de um instrumento que é constituído por
três hastes verticais de comprimentos diferentes, três esferas coloridas (uma
vermelha, uma verde e azul): a pessoa deve transpor estas esferas em um
determinado número de movimentos de modo a obter a configuração indicada
pelo profissional.
Para todos os itens do teste, há sempre uma mesma posição inicial das
esferas encaixadas nas hastes, cabendo ao sujeito reorganizá-las, de acordo
com aposição-alvo apresentada em um caderno de aplicação. Nesse sentido, a
medida que a pessoa evolui de um item para outro teste, o nível de dificuldade
aumenta proporcionalmente ao número de movimentos necessários para
solucionar cada uma das tarefas. Por isso é fundamental inicialmente planejar
ouse já, pensar antes, representar mentalmente cada passo, para executar
(MENEZES, DIAS & SEABRA, 2012).
Na correção do teste, serão consideradas
respostas corretas quando a solução fora alcançada com
número mínimo de movimentos. São oferecidas três
tentativas para cada posição apresentada, se naquele item
não conseguir realizar a pontuação é zero. O tempo de
aplicação do teste é de cerca 15 a 20 minutos (MENEZES,
DIAS & SEABRA, 2012).

Fonte: Site Amazon


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Saliento que para avaliação psicopedagógica não é necessário fazer uso
de todas ferramentas aqui apresentadas, porém é preciso conhecer, pois cada
uma pode ser utilizada de acordo com a queixa e hipótese do avaliado.

Instrumentos de Avaliação e intervenção para Consciência


Fonológica

É muito importante a realização da Consciência Fonológica,


principalmente de crianças pequenas e que estão iniciando a alfabetização. Até
mesmo das crianças com suspeita de Dislexia ou TPAC.
Segundo Sampaio (2018), alguns estudos mostram que pessoas com
dislexia pode ter prejuízo na identificação de rima, manipulação de fonemas, que
caracteriza-se em um desafio na consciência fonológica, é por isso, a dificuldade
da leitura, apesar de ter um nível dentro do esperado em relação a inteligência.
Cabe destacar que muitas vezes também ocorre com os TPAC.
Mas como avaliar a consciência fonológica? Existem algumas maneiras
que vou exemplificar para vocês.
Separe figuras que terminam com o mesmo som, por exemplo: sapo-
mato-gato-pato; leão-pião-balão-mamão; pode utilizar com outras terminações e
mostre a criança as figuras e peça para que fale o nome de cada uma. Peça para
criança colocar as figuras juntas que tem o mesmo som.
Outra forma, é apresentar figuras diversas que as palavras comecem com
o mesmo som, por exemplo: macaco-maçã-mala; panela- paçoca-palhaço;
caneta-cachorro-cabelo. Peça para colocar as figuras juntas que tem o mesmo
som inicial.
Outra atividade que pode ser utilizada são as Rimas, fale para criança três
palavras, no qual somente uma irá rimar com a outra, por exemplo: caneta- livro,
gaveta e geladeira; papel- lápis, borracha e pastel.
Pode também solicitar que durante a avaliação escreva palavras que
rimem.

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Pode ainda, fazer a troca de letras, por exemplo: Se a palavra é SOL e eu
trocar a letra O pela letra A, que palavra forma? Se a palavra é PATO e eu troco
a letra P pela letra G, que palavra forma?
Sampaio (2018) ainda sugere observar a escrita de palavras que
começam com sons semelhantes. Em uma folha de papel, separe em duas
colunas e coloque letra F e letra V. Informe que irá realizar o ditado de palavras
que começam com essas letras e peça para escrever na coluna correspondente
aquela letra. Pode fazer também com a letra p e b, d e t, pois são letras com
sons semelhantes e que confundem muito quem está no processo de
alfabetização.
Existe ainda outro teste específicos para avaliação da Consciência
Fonológica, como o CONFIAS – Consciência Fonológica
Instrumento de Avaliação Sequencial. A utilização deste
instrumento possibilita a investigação das capacidades
fonológicas, considerando a relação com a hipótese da
escrita (Ferreiro & Teberosky, 1991). Além disso, contribui
para a prática na alfabetização e instrumentaliza
profissionais de diferentes áreas tais como fonoaudiólogos,
psicopedagogos, psicólogos e educadores, podendo
também, subsidiar pesquisas acadêmicas na área da
linguagem, da psicologia cognitiva e da educação. Faixa
Fonte: Site Amazon
etária: a partir de 4 anos de idade.

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Avaliação dos Aspectos Psicomotores, coordenação motora
ampla e fina, coordenação visomotora, lateralidade, esquema
corporal, orientação temporal e espacial e sequência lógica;
Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social e
autônoma- AVAS e Avaliação dos Aspectos emocionais,
afetivos e comportamentais

Na avaliação psicopedagógica é muito importante, avaliar também os


aspectos psicomotores, bem como as habilidades adaptativas e de vida social e
autônoma, principalmente de crianças pequenas e de crianças que estão
ingressando no processo de alfabetização.
Para essa avaliação é preciso de alguns materiais, mas faça de acordo
com o que você pode utilizar, aproveite esse momento no qual trabalhamos mais
o movimento e crie. O importante é observar se os parâmetros avaliados estão
de acordo com a idade de desenvolvimento do avaliado.

 Avaliação da Coordenação Motora Ampla:


Na avaliação da coordenação motora ampla, procuramos avaliar o
momento da criança, por exemplo, como ela corre, pula, salta, dança, sobe de
desce escadas. Sugiro que faça um pequeno circuito com alguns obstáculos
para que possa observar os movimentos da criança.

 Avaliação da Coordenação Motora fina:


Na avaliação da coordenação motora fina, observamos por meio de
movimentos se a criança consegue alinhavar, fazer o movimento de pinça
correto, realizar traço em cima de uma linha. Nesse momento poderá oferecer
pedacinhos de canudos e fio de barbante e solicitar que passe o barbante por
dentro do pedacinho de canudo, pode fazer uso de pregador de roupa e pedir
para abri-lo e fechar em algum papel, pode pedir para separar alguns grãos de
um por um. Pode ainda fazer uso de peças de lego para observar o encaixe e
desencaixe, a força.

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 Avaliação da Coordenação Viso motora:
Na avaliação da coordenação viso motora, no qual observa-se se tem
capacidade de observar, reconhecer e usar as informações visuais em relação
as forma, figuras e objetos. Para essa avaliação pode entregar figuras
geométrica e solicitar que reproduza numa folha de papel. Alguns psicólogos
fazem uso do teste Gestáltico Viso-motor de Bender (B-SPG), que visa observar
as questões psicomotoras e espaciais.
Também pode fazer utilizar outras atividades para avaliar como:
realização de transposição de objetos de um recipiente para outro, montagem
de quebra-cabeça com peças adequadas para a idade, realizar pareamento de
figuras iguais e diferentes.

 Lateralidade:
Na avaliação da lateralidade, no qual observa-se qual é mão dominante,
chuta a bola com qual perna, qual o olho dominante. Nesse momento pode
sugerir um jogo com bola, observando com qual perna chuta, durante a
realização de um desenho observar com qual mão usa para desenhar, para
observa o olho dominante, pode fazer um buraco no papel entregar e pedir para
olhar pelo buraco no papel, geralmente leva o buraco para o olho dominante.
Segundo Sampaio (2018), para suspeita de dislexia é muito importante
fazer a avaliação da lateralidade, pois alguns estudos mostram a dificuldade que
muitos têm em relação a esse aspecto. Crianças com dificuldade na lateralidade,
pode apresentar dificuldade de identificar posição de letra, confundindo como
p,q,b,d; ler da direita pra esquerda, escrever espelhado, confundir números
como por exemplo o 6 9.

 Esquema Corporal:
Na avaliação do esquema corporal, no qual observa-se se tem o
conhecimento do seu próprio corpo e se reconhece o outro. Pode ser realizado
por meio do desenho da figura humana, e observar se desenhou toda a figura

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com cabeça, tronco, pernas, braços e etc. Pode também fazer em forma de
brincadeira, como a brincadeira do Mestre Mandou.

 Orientação Temporal:
Na avaliação de Orientação Temporal, visa observar se tem
conhecimento de turnos do dia como: está de manhã, de noite? Dias da semana,
Meses do ano, em que ano estamos, que horas tomamos o café da manhã,
almoçamos e jantamos, quando é hora de dormir, se já sabe olhar as horas em
relógio de ponteiros. Lembrando que precisamos observar de acordo com a
idade de cada um.

 Orientação Espacial:
Na avaliação de Orientação Espacial, que vis observar se tem
conhecimento de situar-se e orienta-se em relação aos objetos, as pessoas e o
seu próprio corpo num espaço. Pode-se fazer uso de quebra-cabeças, adequado
para a idade, pedir para desenhar a sala de aula, ou a casa. Com um objeto pode
colocá-lo em várias posições e perguntar em posição se encontra. Como colocar
o objeto em cima da mesa, embaixo da mesa, atrás da cadeira, a frente da
cadeira, ao lado. E assim percebendo se responde de forma assertiva ou não. A
dificuldade de organização espacial pode refletir no posicionamento de letras,
em ordenar letras e palavras, bem como antecessores e sucessores (SAMPAIO,
2018).

 Sequência lógica:
Avaliar a sequência lógica é muito importante, pois observa-se se
consegue organizar os acontecimentos de acordo como estes acontecem.
Observa-se também o pensamento, a atenção e memória. Para avaliação pode
oferecer cartões com figuras que juntos formas uma história sequenciada. Pode
também cantar uma música, iniciar a música e pedir para continuar.

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 Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social e autônoma-
AVAS
A avaliação das Habilidade Adaptativas e Atividades de Vida Social e
Autônoma, muitas vezes realizadas com crianças no qual encontra-se com
suspeita do Transtorno do Espectro Autista ou Deficiência Intelectual.
As Habilidade Adaptativas e Atividades de Vida Social e Autônoma, são
habilidades que temos em nos adaptar ao ambiente e que conseguimos realizar
de maneira autônoma, como a Comunicação, como a pessoa se comunica,
Cuidados pessoais: vestir-se, limpar-se, higienizar-se, tomar banho sozinho,
calçar sapatos ou sandálias. Habilidade sociais: como é a socialização; Saúde
e segurança, se tem noção de perigo, se avisa que não está se sentindo bem,
Desempenho escolar: diferencia a hora de brincar e de fazer atividades, cuidado
com objetos escolares, guarda e organiza os objetos e materiais;
Essas informações podem ser observadas ao longo do processo e
avaliação, ou até mesmo na anamnese realizada com os pais ou responsáveis.

 Avaliação dos Aspectos emocionais, afetivos e comportamentais


A avaliação dos aspectos emocionais afetivos e comportamentais é muito
importante para observamos como o avaliado lida com as emoções, com a
mudança de ambientes, como é seu comportamento mediante a situações.
Esses aspectos podem ser observados durante toda avaliação, como reage
quando chega ao consultório, como lida com contrariedades ou não fazemos o
que deseja, como lida com frustrações. Demonstra ser uma pessoa, afetuosa,
carinhosa, arredia, impulsiva. Para crianças em avaliação para o TEA,
demonstra alguma reação. Como é seu comportamento quando chega em
alguns lugares específicos. Apresenta episódios de birra, como eles são.
Nesse contexto tudo isso pode ser observado e também perguntado aos
pais ou responsáveis na Anamnese.

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O uso do lúdico no processo de avaliação e intervenção
psicopedagógica

O brincar é uma das melhores maneiras de estabelecer um vínculo,


principalmente no processo de avaliação psicopedagógica com crianças. E é no
brincar que também conseguimos avaliar muitos aspectos. Analisamos a forma
do brincar, se é funcional ou não, o jogo simbólico. Aspectos esses fundamentais
em crianças que estão em investigação para o TEA.
Weiss (2012, p.75) destaca “é no espaço do brincar transicional, da
criança-outro, individuo-meio, dá-se a aprendizagem”. E por isso, o processo
lúdico é fundamental na avaliação psicopedagógica com crianças.
No ambiente clinico e até mesmo escolar, é interessante, observar a idade
das crianças para preparar a brincadeira, isso mesmo, é preciso também
planejar com o que brincar, porque em momentos direcionar para obter os
resultados. Depois pode deixar a criança brincar livremente também para
observar esse momento. Por exemplo com crianças pequenas, é interessante
levar brinquedos que geralmente as crianças adoram, como dinossauros.
Nesse momento explore, os sons dos dinossauros, o que os dinossauros,
fazem, onde eles vivem, o que eles comem, qual o dinossauro mais bravo, o
mais legal. E assim vai observando a linguagem da criança, o foco atencional, a
organização de ideias, entre outros. Aqui também pode trabalhar jogos de
imitação, estatua, e jogos musicais. Crianças pequenas gostam muito de música.
Com crianças maiores que já estão no processo de alfabetização pode
utilizar jogos alfabéticos, com silabas, palavra, jogos da memória, quebra-
cabeças, e até mesmo propor um jogo em que a criança coloque regras, uma
corrida de carros, brincadeira de bonecas, por exemplo. Para observar atenção
concentração e resolução de problemas tem o a Hora do Rush, que muitos
adoram, como também o dominó.
Com adolescentes também pode usar brincadeiras, jogos que utilizem
raciocínio lógico, resolução de problemas, planejamento geralmente utiliza,
jogos de tabuleiro ou com regras já definidas, temos tantos jogos no mercado,
como Imagem & Ação, Jogo de detetive, Dama, Monopoly, entre tanto outros.

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Como salienta Weiss (2012), ao abrir espaço de brincar durante a
avaliação psicopedagógica, estamos possibilitando um movimento de direção a
saúde, pois o brincar é saudável. Rompe-se assim a fronteira ente o diagnóstico
e tratamento. Acrescento mais, ao realizar a avaliação de maneira lúdica, já
estamos também intervindo junto a criança e adolescente.
Em sua experiência pratica Weiss (2012), observou que a sessão lúdica
centrada na aprendizagem, fornece dados também sobre aspectos afetivos
gerais da aprendizagem, ao adotar o uso do lúdico, começou a obter resultado
satisfatório na avaliação, conseguindo diminuir o tempo do diagnóstico e o
número de instrumentos.
Na sessão Lúdica Centrada na Aprendizagem, Weiss (2012) propõe: o
enquadramento específico que é onde acontecerá a sessão, a sala, o tempo, o
material, o papel do profissional (observação); O modo do brincar, o que
acontece nessa brincadeira, como a criança uso o material disponível, a relação
com os objetos, se permanece centrada na brincadeira, resolve situações
problemas, convida o profissional para brincar, ou brinca sozinha.
Enfim, como já foi dito, muito pode ser observado nesse momento lúdico
e de brincadeiras. O importante é observar a aprendizagem e investigar o que
está envolvido nesse processo e a sua relação com a queixa. Observar, o que
faz, como faz, como organiza esse fazer e também as múltiplas facetas
cognitivas, afetivos, sociais e corporais. E assim, realizar interligações com os
testes já realizados e as entrevistas realizadas com os pais ou responsáveis.

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Avaliação e proposta de intervenção para Transtornos
Funcionais Específicos: TDAH, TPAC e TOD

Nas aulas anteriores vimos claramente as ferramentas que podem ser


utilizadas no processo de avaliação de forma em geral. Nesse tópico
apresentarei os instrumentos, escalas para avaliação dos Transtorno Funcionais
Específicos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade- TDAH,
Transtorno do Processamento Aditivo Central e Transtorno Desafiador opositor-
TOD.
Na avaliação psicopedagógica para pessoas com suspeita de TDAH
pode-se fazer o uso de escalas:

 SNAP –IV
É um questionário muito utilizado para rastrear o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade, foi construído a partir dos sintomas do Manual de
Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de
Psiquiátrica. O professor da criança também pode preencher o questionário. Em
anexo pode-se encontrar a tradução validada pelo GEDA – Grupo de Estudos
do Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e
Adolescência da UFRGS.
O questionário é composto de 18 questões no qual responde-se as
escalas, nem um pouco, só um pouco, bastante e demais.

Como avaliar:
1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de
1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou
adolescente.
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de
10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o
esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério
A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.

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IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério
A! Existem outros critérios, que veremos em breve.

 ETDAH- pais - Escala de Avaliação de comportamento infanto-

juvenis no TDAH em ambiente familiar


A escala em questão foi desenvolvida para avaliar os
comportamentos infanto-juvenis (em crianças e adolescentes
com idades entre 2 e 17 anos) em ambiente familiar, tendo os
pais como fonte de informação no entendimento dos
possíveis prejuízos de atenção hiperatividade e
impulsividade, dificuldades emocionais e comportamentais,
bem como a intensidade do prejuízo existente (moderado e
Fonte: site Amazon
grave).

 ETDAH- CriAd- Escala de Auto avaliação do TDAH: versão para


crianças e adolescentes
A escala em questão foi desenvolvida para trazer o entendimento da própria
criança e do adolescente (com idades entre 6 e 15 anos) a
respeito dos possíveis prejuízos de atenção, hiperatividade /
impulsividade, bem como a intensidade do prejuízo (moderado
ou grave). Os resultados observados com a aplicação da
ETDAH-CriAd permitem a elaboração de um plano de
intervenção psicológica, neuropsicológica, médica, escolar,
social, psicopedagógica e psicoeducativa, e servem como
medida de acompanhamento, ou seja, de monitoramento dos
benefícios alcançados após intervenção e da necessidade de
Fonte: site amazon
redirecionamento do plano interventivo.

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 ASRS 18
É um questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o SNAP-
IV, aplicação segue o mesmo formato. É um questionário autoaplicável, que foi
traduzido para a língua portuguesa, composto de 18 questões no qual responde-
se as escalas, nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente, muito
frequentemente.

Como avaliar:

Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) e/ou os itens de


hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas
como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de
ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes).
O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios
(critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.

IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com os


sintomas descritos na tabela.

Acampora (2019) destaca que de acordo com o DSM-5 o diagnóstico só


e feito quando a criança atinge 6 anos de idade, pois é nesta época que ela
começa a vivenciar situações específicas de aprendizagem onde um padrão de
comportamento estruturado é necessário.
Para a desatenção seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar
presentes de uma forma desadaptativa por um período de seis meses:
 Deixar de prestar atenção com frequência na escola, gerando muitos
erros por descuido;
 Tem dificuldade persistente em manter a atenção em tarefas ou
atividades lúdicas;
 Parece não escutar quando falam com ele, com frequência;
 Com frequência, não segue instruções e não termina uma atividade que
começou;
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 Dificuldade de organizar tarefas e atividades frequentemente;
 Com frequência, evita ou antipatiza com as atividades que exijam esforço
mental constante;
 Perde coisas com frequência;
 É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa;
 Frequentemente apresenta esquecimentos com atividades diárias.

Para Hiperatividade ou Impulsividade, seis ou mais dos seguintes sintomas


devem estar presentes de uma maneira desadaptativa por um período de no
mínimo seis meses:
 Remexe mãos ou pés ou se remexe na cadeira com frequência;
 Com frequência, não consegue permanecer sentado em sua cadeira;
 Frequentemente ocorre em demasia onde isso é inadequado;
 Dificuldade em brincar ou se envolver em atividades prazerosas em
silêncio;
 Está frequentemente “ a mil” ou “ todo vapor”;
 Fala demais;
 Com frequência, responde apressadamente antes de a pergunta ter
sido formulada;
 Tem frequente dificuldade em aguardar sua vez;
 Repetidas vezes interrompe ou entra no assunto dos outros.

Em relação ao TDAH, pode ocorrer a presença de apenas desatenção,


apenas hiperatividade ou impulsividade, ou de ambos. Geralmente, o transtorno
deve começar antes dos sete anos de idade e manifestar e vários contextos
como na escola, em casa, em outras atividades sociais. Porém é importante
salientar que preencher a maioria das características não significa que tenha o
TDAH, por isso necessária avaliação psicopedagógica e por vez
neuropsicológica.
Na avaliação psicopedagógica para o TDAH, além das escalas
supracitadas, também pode realizar atividades lúdicas e demais atividades já
citadas anteriormente.
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Em relação o Transtorno do Processamento Auditivo Central, conforme
vimos na aula sobre a definição do Transtornos Funcionais Específicos,
geralmente o diagnóstico é realizado pelo profissional de fonoaudiologia e com
o otorrinolaringologista. Profissionais responsáveis pelo laudo e relatório médico.
Nesse sentido, a avaliação psicopedagógica para crianças ou
adolescentes com suspeita de TPAC podem ser realizadas por meio de provas
e testes, bem como sessões lúdicas e jogos pedagógicos.
Já para crianças com suspeita de TOD- Transtorno Opositor Desafiador,
além das atividades já propostas para os outros, também é um diagnóstico mais
clinico e que devem observar:
 Como é comportamento da criança em vários ambientes como escola,
casa e com pessoas de um modo em geral. Além disso observar que tipo
de prejuízo essa criança tem, se é social, afetivo, de aprendizagem.
 Geralmente não são crianças bem quistas na escola, tem a fama de
caudadores de problemas e as pessoas acabam evitando a criança.
 Os sintomas já podem ser percebidos a partir dos 4-5 anos. Por volta de
6-8 anos a situação começa a complicar, e é aí que se pode fechar o
diagnóstico.

Para avaliação do TOD existe também escala de avaliação na qual avalia


o comportamento da criança, que se chama Escala de Avaliação e Transtornos
de Comportamento Disruptivo para Pais e Professores, criada por William E.
Pelham Jr. A escala é comportas por 45 afirmações no qual os pais e professores
irã responder sobre o comportamento da criança. A escala vai de Nada, Pouco,
Muito e Demais.
Para correção é preciso observar os itens 3, 13,15, 17,24,26,28,39.
Nestes itens se 4 ou mais deles estiverem “muito” ou “demais”, tanto descrito
pelos pais quanto pelos professores é positivo para o TOD. Vocês podem
encontrar a escala de forma fácil na internet.

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Sugestões de intervenção: TDAH, TPAC e TOD
Depois do processo de avaliação psicopedagógica, e ao perceber que as
crianças, adolescentes precisam de intervenção. É necessário criar um
planejamento interventivo que abarque os desafios e dificuldades. Por isso
muitas vezes o plano precisa ser individualizado, porém irei sugerir algumas
intervenções que encontramos na literatura.
Para os três tipos de Transtorno, pode-se utilizar
atividades que trabalhem a autorregulação e as funções
executivas, temos como exemplo o PIAFEX - que é um programa
de intervenção em autorregulação e Funções Executivas, que
tem o objetivo de estimular o engajamento e o desenvolvimento
das funções executivas em crianças. No Piafex existe 43
atividades estruturadas, dividas em módulos básicos e que pode
utilizar de acordo com os desafios e dificuldades apresentados Fonte: Site Amazon
pela criança ou adolescente.
Por exemplo: o primeiro módulo é de organização de materiais/ rotina e
manejo do tempo: na etapa 1- faça a rotina do dia, com todas atividades que
serão utilizadas, na etapa 1- é execução da atividade e o check quando terminar,
na etapa 3- é verificar se todo o planejamento foi executado.
Demonstrei esse exemplo pois sabe-se que muitas pessoas com TDAH,
TPAC ou TOD apresentam desafios em concluir atividades é essa é boa
estratégia para trabalhar com eles.
Além disso, pode-se trabalhar também com a ginastica cerebral que
contribui no desenvolvimento da atenção, memória. Teremos uma aula sobre
Ginástica Cerebral como auxílio nas intervenções.
Segue ainda sugestões:
 Sempre que der instruções a criança ou adolescente peça-o para
repetir;
 Dê comandos de cada vez e simples;
 Procure não criticar ou apontar a falha da criança, é importante
também elogiar quando fizerem tudo correto;
 Procure utilizar atividades mais visuais;

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 Realizar intervenções orais com a criança ou adolescente;
 Dê exemplos de como realizar a atividade proposta.
 Defina metas e objetivos claros, pois assim é de melhor
entendimento;
 Ofereça também atividade motoras.

Existem uma infinidade de modelos de intervenção e de sugestões para


trabalhar com TDAH, TPAC e TOD, se desejam ser profissionais especialistas
na área não deixem de estudar e pesquisar para se manterem atualizados.

Avaliação e proposta de intervenção para Transtornos


Funcionais Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia,
Discalculia

A avaliação dos Transtorno Funcionais- Dislexia, Disortografia, Disgrafia


e Discalculia que são transtornos relacionados a desafios e dificuldades na
leitura, escrita e números, são muito parecidas. Para avaliação de leitura temos
teste e escala como: IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para
a alfabetização; Teste de Competência de Leitura; TCLPP - Teste De
Competência de Leitura De Palavras e Pseudo; TDE – Teste de Desempenho
Escolar; Teste de Sondagem de Escrita, entre vários outros que podem subsidiar
nesse processo de avaliação psicopedagógica.
Todos os testes acima já fiz um apanhando de como podem ser aplicados,
muitos podem ser adquiridos também pela internet.
No entanto é importante destacar que além dos testes, é preciso ainda
fazer uso de atividades lúdicas com as crianças e adolescentes pois contribuem
muito na avaliação, assim como também observação do material escolar que
pode ser solicitado a família ou a escola.
Para crianças com Dislexia, Disortografia, Disgrafia e Discalculia, também
pode fazer uso do programa do Piafex com atividades que pode ser aplicada de
acordo com a dificuldade de cada um. Assim também como a Ginástica Cerebral.

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Segue algumas estratégias para trabalhar com crianças e adolescentes
com:
 Dislexia:
 Inicie a intervenção com a leitura de uma história conhecida pela
criança ou adolescente, pode utilizar até gibis, leia apontando as
palavras, pode pedir também para ler uma palavra o outra.
 Após a leitura peça para que fale um pouco sobre a história e o
quais palavras chamou mais atenção;
 Pode escrever a palavra e pedir para a criança repetir e depois
solicitar que ela escreva;
 Pode ainda escrever palavras em cartões e pedir para que leia;
 Além disso pode usar jogos, as crianças adoram.
 Elogie sempre que a criança acertar isso as motiva.
Os exemplos acima também podem ser usados para crianças com
Disgrafia e Disortografia, mas ainda pode trabalhar com exercícios
grafomotores, com pinturas com dedo, pincel, até mesmo caligrafia, para
crianças com Disgrafia. Para a Disortografia trabalhar atividades de percepção
visual-espacial, trabalhar também com processamento fonológico.

 Discalculia:
 Trabalhe com papel quadriculado para aprender a organizar as ideias no
papel, no qual cada número estará dentro de um quadradinho;
 Leia para ele problemas matemáticos e solicite a leitura dele também;
 Incentive a criança a desenhar figuras que representem os problemas que
ele está resolvendo;
 Tente apresentar os problemas de maneira prática e até mesmo concreta
para que possa manipular;
 Pratique estimar (tentar adivinhar) como uma forma de começar a resolver
problemas de matemática;
 Ofereça outras ferramentas para utilizar, como calculadora, tabuadas,
formulas;
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 Principalmente procure não tratar a matemática como uma matéria ruim
ou muito difícil, muito é questão de explicação e entendimento.

Existem várias outras formas de trabalhar com a dislexia, disgrafia,


Disortografia e Discalculia. Mas o principal é que no processo de intervenção
procure sempre incentivar a criança e o adolescente, e tentar trabalhar
desmitificando a questão do “eu não consigo aprender”, explique que é um
processo e que se realizar todas as atividades propostas irá avançar.

Avaliação e Intervenção Psicopedagógica para Deficiência


Intelectual

A avaliação psicopedagógica em crianças e adolescentes com suspeita


ou até mesmo com diagnóstico de Deficiência Intelectual, acontece de acordo
com a demanda e queixa que o profissional recebe. Podem ser realizadas as
provas operatórias, bem como testes projetivos e Testes psicológicos de
avaliação da inteligência, que só podem ser aplicadas por psicólogos.
Os testes psicológicos devem ser de acordo com a faixa etária da criança
e adolescente e alguns também são de acordo com a escolaridade. Existem
muitos testes para avaliação da Inteligência, como o WISC- IV, que avalia
instrumento para capacidade intelectual de crianças e adolescentes (de 6 a 16
anos). É composto de vários subtestes, cada um medindo um aspecto diferente
da inteligência. O desempenho nestes subtestes é resumido em 3 medidas
compostas: QIs Verbal, de Execução e Total que oferecem estimativas das
capacidades intelectuais dos indivíduos.
O teste TIG-NV- Teste de inteligência geral não verbal, com o objetivo
avaliar desempenhos característicos dos testes de inteligência não verbais e
possibilita uma análise neuropsicológica, a qual permite identificar os tipos de
raciocínios errados e os processamentos envolvidos na sua execução, além das
classificações habituais do potencial intelectual possibilita uma classificação dos
sujeitos em termos de Percentil ou QI, além da classificação da inteligência de
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acordo com o grau de escolaridade (Fundamental, Médio e Superior), nas idades
de 10 a 79 anos.
Para crianças pequenas tem a Escala de Maturidade Mental Colúmbia-
(CMMS 3), tem como objetivo avaliar a capacidade de raciocínio geral de
crianças de 3 anos e 0 meses a 9 anos e 11 meses de idade. Devido a sua
praticidade para aplicação, correção e interpretação, o teste é indicado para
compor protocolos de avaliação multidimensional de crianças com suspeitas de
déficits cognitivos.
Existem outros testes e escalas que podem ser utilizados na avaliação de
crianças e adolescentes com suspeita ou diagnóstico de Deficiência Intelectual.
Sabe-se que a Deficiência Intelectual envolve diversos desafios em
relação a aprendizagem, como também dificuldades em adaptação social, nas
questões do autocuidado, nas questões relacionadas a linguagem, por isso a
avaliação precisa envolver outros instrumentos como citamos acima, e caso
necessário também avaliação neuropsicológica.
Como sempre fora dito, além da avaliação precisa-se pensar na
intervenção, como as crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual
também apresentam desafios nas questões de autorregulação e funções
executivas, também pode ser utilizado o Piafex, exemplo esse já sinalizado na
aula de Transtornos Funcionais.
A avaliação psicopedagógica proporcionou que você enquanto
profissional conheça a criança e o adolescente que avaliou, por isso saberá quais
as potencialidades e desafios que possuem para realizar a intervenção mais
adequada.
Explique com clareza como deseja que a criança e o adolescentes se
comporte durante a intervenção, procure fazer isso antes de iniciar, faça
combinados e rotina com eles.
Importante destacar que as atividades de intervenção propostas para
Deficiência intelectual precisam ser planejadas e as informações/instruções
precisam ser claras e curtas. Além disso, em muitos momentos, é preciso
apresentar como se realiza para que o outro tente fazer igual.

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Procure utilizar itens concretos para explicar os conceitos e assim crie
oportunidades para que a criança ou adolescente pratique o conceito novo que
aprendeu.
Utilize jogos pedagógicos que trabalham memória, atenção,
concentração, tomada de decisões e planejamento, esses jogos podem ser tanto
presenciais, como também em plataformas na internet.
Enquanto profissional utilize sua criatividade e planejamento para
alcançar os objetivos da intervenção psicopedagógica, algumas atividades darão
super certo, outras não. Mas o importante é o desenvolvimento da criança e
adolescente que está sendo acompanhado por você.

Avaliação e Intervenção Psicopedagógica no Transtorno do


Espectro Autista-TEA

Para o diagnóstico do TEA, atualmente, os domínios incluem deficiências


na comunicação, na interação social, nos interesses restritos e nos
comportamentos repetitivos. A chamada tríade autista (ACAMPORA, 2019).
O processo de avaliação psicopedagógica do Transtorno do Espectro
Autista, quando há a suspeita ou já o diagnóstico partirá da tríade citada acima,
no qual o profissional irá observar e analisar criteriosamente.
Pode-se fazer na avaliação a aplicação de provas operatórias, testes
psicológicos já citados, bem como o uso de escalas de avaliação para contribuir,
que são:

 M-Chat:
Um dos testes de rastreio utilizado para o Transtorno do Espectro Autista
é o M-CHAT, recomendado pela Sociedade Brasileira de pediatria e que deve
ser utilizado em consultas pediátricas, até mesmo no Sistema Único de Saude-
SUS segundo a lei 13.438/17, caso suspeita de TEA.
O formulário de M-CHAT possui 23 questões do tipo sim/não, que devem
ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade. Ao final

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soma-se todas as pontuações e se for superior a 8 é preciso uma avaliação
cautelosa da criança.

 CARS- Escala de Avaliação de Autismo na Infância


Outro teste de rastreio comumente usado é o CARS (Escala de Avaliação
de Autismo na Infância) é um questionário frequentemente utilizado por
profissionais da área da saúde para averiguar a possibilidade da presença de
autismo em crianças. Costuma ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de
idade e é considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável.
Dentre todas as escalas de avaliação do autismo, a CARS é a de maior validação
e preferência.

 ATA – Escala de Avaliação de Traços Autísticos


A escala é um questionário utilizado por profissionais da área da saúde
para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças, assim como
a escala CARS. Pode ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é
considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Sua utilização
é fácil, de modo que possa ser preenchida também pelos próprios pais.
As escalas aqui apresentadas, são facilmente encontradas na internet,
porém devem ser aplicadas com cautela. Existem outros testes de rastreio,
porém esses são os mais utilizados.
Em sua maioria, é importante que as crianças e adolescentes
diagnosticados com TEA e que já realizaram avaliação psicopedagógica, sejam
atendidos por equipe multidisciplinares, de acordo com as demandas que foram
observadas durante a avaliação.
Os profissionais geralmente envolvidos são psicólogos, psicopedagogos,
neuropediatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros.
Existem vários métodos de trabalhos interventivos com o TEA, no Brasil
os mais conhecidos são o ABA- Analise do comportamento Aplicada; TEACCH-
Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à
Comunicação, Terapia de Integração Sensorial. Ainda tem-se outros métodos de
intervenção, porém nesse momento vamos nos ater as esses.

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 Método ABA e método TEACCH:

De acordo com Acampora (2019), os métodos ABA e TEACCH se


baseiam em uma proposta terapêutica comportamentalista, isto é, entendem que
os comportamentos são operantes, ou seja, quando um indivíduo se comporta,
esse comportamento opera sobre o ambiente, promovendo uma resposta do
ambiente que funciona como reforçador positivo ou negativo para esse
comportamento.
Os objetivos programáticos desses métodos são:
 Promover um desenvolvimento normal dos aspectos cognitivo, linguístico
e social;
 Promover aprendizagem;
 A redução da rigidez e estereotipia;
 Eliminar os comportamentos desadaptativos;
 Alivio do sofrimento familiar
 Educação e conscientização da comunidade para aceitação do indivíduo.

O método ABA, é uma metodologia estritamente comportamental que


trabalha com uso de reforçadores, concretos ou sociais, na modelagem do
comportamento autista. É uma Instrução Programada, uma maneira de ensinar
que possuem princípios, como por exemplo: os comportamentos dever ser
reforçados positivamente, o feedback deve ser imediato; a criança deve ser
comparada com ela mesma; os conteúdos devem ser apresentados em uma
ordem de complexidade crescente; expor a criança somente ao material
preparado, entre outros princípios (ACAMPORA, 2019).
O método TEACCH, é uma composição entre o cognitivismo e o
condicionamento operante, sendo uma adaptação da terapia cognitivo
comportamental ao autismo e também a crianças com dificuldades na área da
comunicação. O método utiliza princípios e técnicas de análise do
comportamento, mas também alguns aspectos que auxiliam nas dificuldades
especificas encontradas no autismo. Nesse método os pais também auxiliam na
elaboração e aplicação (ACAMPORA, 2019).

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O TEACCH, parte do pressuposto que no tratamento com autistas, toda
e qualquer situação dever ser estruturada, com material disponível, sequência e
tempo de duração preestabelecidos, fazendo uso do recurso visual, no qual são
introduzidas a linguagem gestual ou a de cartões (ACAMPORA, 2019).

 Método de Terapia de Integração social:


Segundo Acampora (2019), na Terapia de integração Sensorial, são
usadas brincadeiras, jogos e atividades lúdicas para organizas a estimulação
sensorial. O ambiente precisa conter equipamentos e recursos que promovam
sensações e informações sensoriais variadas e desafiadoras.
Importante destacar que depende das necessidades de cada criança.
Nesse método auxilia na consciência corporal por meio da coadunação dos
estímulos percebidos pelo sistema tátil, vestibular e proprioceptivo, pois uma vez
a ausência de consciência corporal no autismo se daria por déficit nessa área
sensorial, o incentivo ao desenvolvimento de seu esquema corporal, com a
avaliação e a instauração dos níveis adequados de estimulação sensorial é
considerado um ótimo recurso como afirma Acampora (2019).
Brito (2017) destaca que é importante lembrar sempre, que ao selecionar
e utilizar estratégias com TEA deve-se levar em consideração que: crianças e
adultos com TEA apresentam dificuldades e habilidades com graus variáveis em
relação ao seu desenvolvimento social, linguístico, cognitivo, motor e emocional.
Para intervir é preciso entender e conhecer o indivíduo, por isso a
importância da avaliação psicopedagógica, por isso é preciso analisar cada caso
e escolher a melhor maneira de intervir, Brito (2017), sugere as seguintes
intervenções:
A criança que apresenta desafios na comunicação por exemplo, pode
usar recursos comunicativos como empregar frases objetivas e curtas, evitar uso
de muitas metáforas, palavras e expressões de duplo sentido. Aproveitar para
conversar com a criança usando palavras simples e curtas, incentive a chamar
as pessoas pelo nome.

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Faça uso de quadros de rotina diária em casa, na terapia e na escola,
passo a passo de algumas situações do cotidiano, por exemplo, de como usar o
banheiro ou tomar banho.
Busque oportunidades para elogiar a criança. Ensine e elogie formas
adequadas de se comunicar, compartilhar, esperar, etc.
Faça pedidos que você sabe que a criança ensine e elogie formas
adequadas de se comunicar, compartilhar, esperar, etc.
Divida as tarefas e atribuições em partes e passos menores, ou peça para
a criança fazer somente uma parte da tarefa, como por exemplo: guardar uma
peça de cada vez do jogo ao invés de pedir que guarde todas as peças de uma
só vez. Busque elogiar quando a criança atender as solicitações.
Use interesses específicos e preferências da criança para incentivar
habilidades e talentos.
Brincadeiras simples com bolinhas de sabão e cócegas podem
proporcionar situações muito importantes em relação ao contato visual, atenção
compartilhada e habilidades sociais, por exemplo.
Faça atividades motoras que também incentivem o compartilhamento das
situações como jogo de boliche, basquete, futebol, jogar bola um para o outro ou
jogar para o alto e pegar, sempre mostrando como essas situações podem ser
prazerosas.
Entre outras tantas atividades que podem ser realizadas. Existem uma
gama de intervenções, como já orientei, seja criativo e também planeje seus
atendimentos.

Intervenção com atividades de Ginástica Cerebral

Já deixei aqui várias sugestões de intervenções, porém trarei uma que


acredito ser muito interessante de se trabalhar com todas as crianças,
adolescentes e até mesmo adultos e idosos. Principalmente com pessoas com
o diagnóstico de Transtornos Funcionais Específicos, que é a Ginástica
Cerebral.

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A ginástica cerebral surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no meio
dos anos 70. Seu precursor foi o Dr. Paul Dennison, pioneiro da pesquisa
cerebral aplicada e criador da educação cinestésica. As descobertas de
Dennison se basearam na compreensão da interdependência do
desenvolvimento acadêmico, do desenvolvimento físico e da aquisição da
linguagem. Em outras palavras, o especialista descobriu que todas essas áreas
estavam ligados entre si. Consequentemente, a estimulação de uma contribuiria
para o desenvolvimento das outras. Somente no ano de 1990 a ginástica
cerebral foi aceita como uma das técnicas de ponta específicas para educação
pela National Learning Foundation (SOUZA, 2019).
A ginástica cerebral é baseada na neurociência, tendo conceito de
neuroplasticidade cerebral. Assim, é a capacidade do cérebro em se modificar
conforme os estímulos que ele recebe. Isto é, o cérebro humano consegue se
adequar de acordo com os estímulos, podendo melhorar suas atividades.
Dessa forma, quanto maior e mais ativa for a conexão entre os neurônios,
mais fortalecida será suas reservas cognitiva e, com isso, melhor será sua
longevidade.
O nosso cérebro é composto por dois hemisférios. O direito geralmente
está associado ao pensamento linear, aos números, ao raciocínio lógico e ao
uso da linguagem. Já o hemisfério direito é considerado o lado criativo, ligado às
artes, às emoções, às sensações e à imaginação (SOUZA, 2019).
A ginástica cerebral é um método de ativação simultânea desses dois
hemisférios. Ela está baseada na educação cinestésica e pode ser usada para
melhorar a capacidade de aprendizado e, consequentemente, provocar um
aumento de desempenho nas mais diversas atividades e funções. Inclusive, no
trabalho (SOUZA, 2019).
Para isso, a ginástica cerebral usa uma série de atividades e movimentos
mecânicos simples. Esses exercícios são responsáveis por ativar partes do
cérebro que normalmente não costumam ser utilizadas, aprimorando o
funcionamento do órgão. Com isso, é possível aumentar a concentração, a
criatividade, a leitura e a escrita, além da capacidade de raciocínio (SOUZA,
2019).

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De acordo com Souza (2019) os benefícios da Ginástica Cerebral são:
melhora do equilíbrio, percepção e coordenação motora, autoconhecimento,
disposição para novas experiência e aprendizados, maior facilidade para muar
hábitos, clareza de pensamentos e melhora da organização, cooperação,
aumento da consciência maior capacidade para fazer novas escolhas, aumento
da autoestima e autoconfiança, desenvolvimento da criatividade e resolução de
problemas, redução do estresse, e vários outros.
Para que exista uma melhora definitiva de funções como a concentração,
raciocínio e memória, é necessário que você estimule e condicione sempre o seu
cérebro.

Algumas atitudes simples já podem ajudar nesse processo, como:

 Aprender coisas novas constantemente, pois isso ajuda a eliminar falhas e


estimular o surgimento de neurônios;
 Estudar um outro idioma ou viver experiências culturais. E quanto maior for a
diferença, melhor. Por exemplo, é preferível aprender japonês do que francês;
 Estimular áreas pouco usadas do cérebro. Por exemplo, se você é engenheiro,
pode aprender a tocar um instrumento musical;
 Meditar e fazer atividades relaxantes ou prazerosas, pois isso favorece a
atividade cerebral.

Atividades que podem ser utilizadas na intervenção:


 Teste das cores
Nesta atividade você deve escrever o nome de várias cores usando um lápis
ou caneta de outra cor (que não seja o nome que você estiver escrevendo).

Por exemplo: Você pega um lápis vermelho e escreve a palavra “verde“.

Depois pega um lápis azul e escreve a palavra “amarelo“. Em seguida, tente ler
em voz alta as cores em que as palavras estão escritas (e não o texto).

O teste faz com forcemos os dois lados do cérebro e que trabalhem juntos, já
que um tenta ler a linguagem enquanto o outro dará prioridade às cores.

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Verde Amarelo Roxo

Preto Azul Laranja

Rosa Branco Vermelho

 Conexões de memória:
Em um papel escreva palavras simples, peça para a pessoa observar a
lista de palavras por 2 minutos e tente memorizar o maior número de
palavras possível. Depois cubra a lista e peça para escrever as palavras
em uma folha em branco, o máximo de palavras que lembrar.

Livro Cama Lama

Azul Mão E

Pato Oi Sim

 Contando Estrelas
Observe as estrelas sobrepostas e responda as perguntas:
- Quantas estrelas você consegue ver?
- Quantos triângulos você pode contar?
- A quantas estrelas a maior delas se sobrepõe?

Importante destacar que existem milhares de atividades que pode realizar


na intervenção com crianças, adolescentes e até mesmo adultos. E as atividades
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de Ginástica cerebral pode ser de memória, atenção, numérica, ritmos musicais
entre tantos outros. Use da sua criatividade para usar nas intervenções.

Proposta de Intervenção Psicopedagógica para o Atendimento


e Orientação da Família

Durante o processo de avaliação e intervenção psicopedagógica, não é


somente a criança ou o adolescente que estão envolvidos. A família também
está e precisa muitas vezes de ser acolhida, de ter um olhar e escuta sensível.
Isso porque, a queixa que a família traz, também interfere com a dinâmica
familiar. Além disso, faz a própria família pensar que tem culpa em relação a
queixa ou a situação em que se encontram.
A participação da família no processo de aprendizagem é de suma
importância e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto
as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem
é evidenciada ao manifestarem falta de conhecimento, ou insegurança em como
fazê-lo (COSTA et al, 2018).
Por esse motivo é importante deixar a família a par de todo o processo de
avaliação e intervenção psicopedagógica e explicar de forma clara e objetiva
todas as etapas da avaliação.
Sabe-se que a família exerce um papel crucial no desenvolvimento da
criança e adolescente, pois é na família que se realizam as aprendizagens
básicas com linguagem, sistema de valores e o controle da impulsividade,
aspectos esses que fazem parte da avaliação e também na intervenção (COSTA
et al, 2018).
Diante do momento delicado que a família está passando, segue algumas
sugestões de como atender e orientá-la:
 Peça a família para orientar a criança ou adolescente sobre o processo
de avaliação e intervenção psicopedagógica, principalmente se forem
pequenas e se tiverem suspeita de TEA;
 Oriente a família quanto a importância de uma rotina familiar adequada;
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 Desenvolva junto a família e as crianças um quando de combinados
(regras e rotinas) e até mesmo recompensas semanais, caso necessário;
 Lembre a família que cada pessoa é singular, para que esta evite
comparações do seu filho ou filha com um irmão ou irmã, ou com outras
crianças;
 Importante a família entender que não é bom ofensas para com a criança
ou adolescente e até mesmo brigas e discussões sobre de quem a culpa
da criança “ser” ou “estar” assim;
 Oriente a família a ficar mais próximo do filho ou filha, dos gostos dele e
de procurar estabelecer vínculos sadios;
 A família precisa também fortalecer o vínculo com a escola da criança ou
adolescente;
 Ofereça aos pais dicas de brincadeiras e jogos que podem realizar junto
com os filhos para aproximá-los e também como processo de intervenção
fora do consultório ou ambiente escolar;
 Destaque aos pais as potencialidades dos filhos e filhas, muitas vezes,
eles ficam tão preocupado com o “problema” que percebe outros aspectos
positivos;
 Oriente a família que a criança e adolescente estão em desenvolvimento
constante e que é necessário para que eles aprendam dar certa
autonomia, não fazer tudo pelos filhos;

Essas são algumas orientações que podem ser realizadas com a família
de uma maneira em geral, assim como as crianças e adolescentes não são
iguais, as famílias também não são e como profissionais precisamos ter isso bem
claro.
Para isso o trabalho interventivo do profissional deve estar pleno do seu
saber, da sua criatividade, da sua perspicácia, para que tenha condições de
adaptar o trabalho em conjunto com a família frente às ocorrências provenientes
das dificuldades no processo do aprender (COSTA et al, 2018).
Portanto é importante enquanto profissional auxiliar nesse elo de pais/
responsáveis e filhos, durante todo o processo irá ouvir muito e também poderá

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auxiliar da melhor maneira cada um. Pois lembre-se que tanto o processo de
avaliação quanto de intervenção psicopedagógica gera expectativa em todos e
precisamos ser cautelosos e também ter um olhar diferenciado para cada um
que passar por nós.

Elaboração do Parecer/ Informe Psicopedagógico

Após a realização de toda a avaliação psicopedagógica, faz-se


necessário a escrita de um documento informando tudo o que foi observado,
avaliado e analisado. Alguns profissionais denominam de parecer
psicopedagógico, outros de informe psicopedagógico.
Nesse tópico vamos abordar os aspectos principais que precisam estar
nesse documento, pois é com ele que apresentaremos os dados da nossa
avaliação, de como ela foi realizada, quais ferramentas utilizamos, e os
encaminhamentos.
O parecer ou informe psicopedagógico precisa se escrito
cuidadosamente, porque por vezes irá ser entregue ao médico que acompanha
a criança ou adolescente, será levado a escola e também demais profissionais
para o qual poderá ser encaminhado.
Tenha muito cuidado com a redação, com o que será escrito e relatado e
com o uso de uma linguagem acessível a todos. Sabemos que muitos testes, em
seus manuais exemplificam a escrita do resultado, mas que em momentos a
família pode não compreender, por isso explicar no próprio relatório como a
criança ou adolescente fez.
Acampora (2019) destaca que jamais se deve redigir a mesma coisa para
a tesouraria de uma empresa, para uma escola. O nível de profundidade do
assunto, o resguardo ético da vida do avaliado e sua família devem ser
preocupações nesse momento.
Nesse sentido o parecer ou informe tem como objetivo central resumir as
conclusões que se chegou na busca às perguntas iniciais a queixa e que levaram
a avaliação psicopedagógica.

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É interessante ter um roteiro para escrita do parecer ou informe, por isso
segue abaixo um roteiro proposto por Weiss (2012) complementado pelo de
Acampora (2019):
Roteiro:
1- Dados Pessoais:
 Nome completo;
 Data de nascimento;
 Idade em anos e meses;
 Nome dos pais/responsáveis;
 Endereço;
 Telefone;
 Nome da escola que estuda;
 Série, ano e turno de estudo;

2- Motivo da Avaliação:
 Nesse espaço é preciso relatar a queixa na visão da família, e da
escola, caso houver. Caracterizar o encaminhamento feito para um
diagnóstico psicopedagógico pela escola, médico, fonoaudiólogo
entre outros

3- Período da avaliação e número de sessões:


 Descreve em que momento avaliação acontece, data de início e
término, o número de sessões, se houve alguma interrupção, se
houve faltas e as justificativas.

4- Instrumentos Utilizados:
 Relate os instrumentos utilizados no processo de avaliação, quais
entrevistas foram utilizadas (Entrevista familiar, Anamnese, EOCA),
quais foram as atividades lúdicas, os diferentes testes e escalas.
Pode colocar até por ordem de aplicação.

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5- Análise dos resultados nas diferentes áreas:
 Faz-se um relato descritivo de cada área ou domínio (aspectos
cognitivos, pedagógico, psicomotor, comportamental, afetivo-social),
pode escrever até mesmo em tópicos.
Na área pedagógica procure dar uma visão do nível pedagógico de forma
global e da especificidade nos diferentes campos, como leitura, escrita e cálculo.
Nos aspectos cognitivos procure situar o nível da estrutura do
pensamento, memória, percepção, atenção, funcionamento cognitivo e seus
possíveis desafios. Acrescente nesse espaço o observado sobe sua capacidade
de antecipação, sequência lógica entre outros.
Na área psicomotora: situe o uso do corpo em diversas situações,
aspectos de normalidade. Como está o esquema corporal, autoimagem e
aspectos psicomotores.
Nas questões afetivas social: além de colocar sobre a dinâmica familiar,
da estrutura da família, pode colocar também como ele se mostra durante a
avaliação.
Por exemplo:
Nas questões cognitivas foi possível avaliar que a criança fornece
seus dados de identificação, relatando sua idade e seu nome, o nome
de seus pais, fazendo assim uso da linguagem oral. Em relação a
atenção..., nas atividades de memória observou-se...
Em relação a questão pedagógica percebe que reconhece cores,
formas geométricas, realiza a escrita do seu nome encontrando-se no
nível alfabético. Realiza problemas matemáticos simples e operações
matemáticas de adição subtração e multiplicação, porém apresenta
desafios na divisão.
No aspecto psicomotor, faz uso da pega do lápis de forma
adequada, apresenta desenvolvimento adequado para sua idade.
Reconhece parte do corpo em si e no outro. Salta, pula, corre.
Na questão comportamental nota-se agitação motora, ou por vezes
recusa-se realizar a atividade proposta.

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No que concerne o aspecto afetivo social apresenta ser carinhoso,
responde a tudo que lhe é perguntado. A família é composta de 4
pessoas, sendo pai, mãe, a criança e mais um irmão.

6-Síntese dos resultados- Hipótese Diagnóstica:


 Nesse tópico faz-se uma síntese do que foi analisado,
estabelecendo-se a relação entre as diferentes áreas em função do
motivo da avaliação. É uma reelaboração dos dados e suas
interligações, de modo a se ter uma visão global do avaliado em
relação a questão da aprendizagem e assim formular hipótese
diagnóstica final.

7-Prognóstico:
 Relata-se a hipótese final sobre o possível estado futuro do avaliado
em relação ao momento do diagnóstico. É uma visão condicional,
baseada no que poderá acontecer ou não a partir das
recomendações e indicações. Pode-se fazer referência aos
indicadores dos testes, como: bom nível intelectual, atitude
colaborativa.

8- Recomendações e indicações:
 Orientações a pais e escola: sugestão de posição se sentar na sala,
troca de turma, como lidar com a criança e adolescente em casa,
sugestões quanto rotina de estudo e em casa.
 Indicações para demais profissionais: fonoaudiologia,
psicopedagogia, terapia família, psicoterapia, neurologista, pediatra,
entre outros.

9- Observações:
 Caso necessário acrescentar aqui alguns dados específicos, por
exemplo: recorte de sessões ou testagem; interferência durante o
processo, análise da visita a escola.

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10- Data final da elaboração do parecer ou informe, com local e estado e por
fim assinatura do profissional que realizou a avaliação.

Devolutiva e Encaminhamentos

De acordo com Sampaio (2018) a devolução da avaliação


psicopedagógica é uma comunicação verbal, realizada junto aos
pais/responsáveis e ou ao avaliado, dos resultados obtidos por meio de uma
investigação que utilizou do processo de diagnóstico para obter resultados.
É um momento que gera muita expectativa e ansiedade nos envolvidos,
seja da família, e até mesmo do profissional que conduziu todo o processo. Da
família que não sabe ainda do resultado e do profissional que ainda não sabe
como o resultado será recebido.
Sampaio (2018), orienta que a devolutiva seja realizada também a criança
e adolescente, pois ele é o ator principal, claro que utilizando uma linguagem
adequada para idade.
É importante agendar o momento da devolutiva, pois ela também é
computada como parte do processo de avaliação.
Sugiro como experiência realizar a leitura do parecer ou informe, por isso,
para esse dia já esteja com ele redigido e em mãos e tenha também duas ou
três cópias para que os pais ou responsáveis o acompanhe na leitura.
Leia os Dados pessoais, confira se os dados estão corretos. Depois
prossiga a leitura sempre explicando cada tópico, isso é importante para que os
pais ou responsáveis compreendam o processo.
Quando chegar na parte da avaliação em si, pode oferecer até exemplos
aos pais de forma oral, para que assim eles compreendam melhor. Se for uma
criança ou adolescente com suspeita de TDAH, ou Dislexia por exemplo, pode
aproveitar o momento posterior a leitura do parecer, para explicar sobre o
transtorno e o tratamento.

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Sampaio (2018), sugeres que se for um diagnóstico de defasagem
cognitiva, é interessante explicar as fases do desenvolvimento da criança e em
que nível a criança se encontra em relação a sua idade cronológica.
Se observou durante a avaliação aspectos relacionados ao Transtorno do
Espectro Autista, sugira a família o acompanhamento do neuropediatra,
explicando os desafios apresentados pela criança.
Saliento que por mais que você tenha conhecimento, experiência por
vezes é importante ter cautela junto a família, por isso sempre deixe claro que a
avaliação é daquele momento. E que com intervenções pode mudar.
Muitas vezes após a leitura do parecer ou informe, os pais ficam com
dúvidas, ou não acredita no que está escrito, procure explicar da melhor forma
possível, pois alguns mostram resistência, não concorda com o que foi
observado.
Se os pais resistem muito a questão do tratamento ou intervenção, pode
usar exemplos de outros casos, para motivar, mas nunca como comparação.
Explique que em alguns casos, quanto mais cedo a intervenção, mais o
prognóstico é favorável.
Sampaio (2018) ainda orienta que é importante apresentar os aspectos
positivos do avaliado, para que o mesmo se sinta valorizado. Pois algumas
crianças e adolescentes já se encontram tão desmotivados e com auto estima
tão baixa que revelar suas potencialidades é uma forma de motivar e mostrar
que são capazes de superar os desafios com as intervenções adequadas.
Após a leitura abra um espaço de tira-dúvidas sobre a avaliação e também
de conversa. Apresente as orientações a família pertinentes ao que foi visto na
avaliação e também os encaminhamentos necessários para profissionais de
outras áreas de acordo com as dificuldades apresentadas na avaliação,
neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, psiquiatria, terapia ocupacional, entre
outros.
Por fim, faça a devolutiva como um momento também de acolhida e
escuta sensível, pois é fundamental.

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MÓDULO III: PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS

O presente módulo tem como objetivo apresentar as práticas do


profissional de psicopedagogia, na área clínica e institucionais como:
educacional, hospitalar e empresarial/organizacional, procuramos apresentar
como pode ser o trabalho do profissional em cada área em questão.

1- Clínica
Sabe-se que a psicopedagogia clinica é a mais conhecida e a quem mais
os profissionais trabalham. Nesse sentido, a intenção é apresentar de forma
geral como é o trabalho e como pode ser realizado.

 O primeiro contato com o paciente e sua família


No módulo II fizemos um apanhado bem interessante sobre a avaliação e
intervenção psicopedagógica.
O primeiro contato com o paciente, em sua maioria vem da família da
criança ou adolescente. A família entra em contato com o profissional,
agendando um dia e horário para conversarem sobre a avaliação.
É no primeiro encontro que o profissional recebe a queixa, como já fora
dito, pode ser da família, da escola e do médico e até mesmo do próprio paciente.
Após esse contato é estabelecido o contrato com o número de sessões, que
variam entre 8 e 10 sessões. Claro que depende da queixa e de contexto.
Após esse primeiro encontro inicia-se a avalição psicopedagógica
propriamente dita. É pertinente reforçar nesse momento que o planejamento da
avaliação é muito importante. Uma avaliação preparada faz com que tenhamos
o melhor retorno de quem está sendo avaliado.
Se o profissional seguir a linha da Epistemologia Convergente, fará a
Anamnese no final da avaliação, como já vimos na aula em que falamos do
criador Jorge Visca. Se seguir a linha de Weiss, inicia o processo com a
Anamnese. Em seguida a esse momento, tem-se a entrevista com a criança e
segue para avaliação com testes, provas, entre outros.

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Muitos profissionais procuram a escola da criança e adolescente para
entrevista o professor, coordenador pedagógico e observar o avaliado no
ambiente escolar, é muito importante esse momento, pois é nele que
observamos como pode ser a relação da criança ou adolescente com o
professor, com os colegas de sala. No entanto, é preciso que essa observação
seja permitida pelos pais, escola e até mesmo pelo avaliado em questão.
Portanto, é nesse primeiro contato que enquanto profissional temos todos
os subsídios para realizar a melhor avaliação e consequentemente intervenção.

 Anamnese (qual a melhor anamnese para a sua demanda?)


De acordo com vários autores e profissionais que trabalham com
avaliação e intervenção psicopedagógica, o momento da anamnese é um dos
mais importantes, pois é com ela que vamos adentrar a história da criança, do
adolescente e até mesmo do adulto, se este for o avaliado.
É na anamnese, que vamos descobrir a história antes de nascer, da
concepção, gestação, do nascimento e do seu desenvolvimento. Recolhemos
também informações da família toda, dos pais, e de outros familiares.
Levantamos ainda dados de como é relação da família com a aprendizagem,
como é a dinâmica familiar, dentre outros.
Cabe destacar, que a melhor anamnese é aquela que você realiza como
se fosse uma conversa, é importante ter um roteiro semiestruturado, mas que
esse roteiro não seja somente um questionário, como salienta Weiss (2012, p.
67) “não me parece proveitoso transformar a anamnese num simples
questionário”. É interessante que a entrevista de anamnese transcorra de forma
que o relato espontâneo da família já seja em si um dado.
É também na anamnese que investigamos o desenvolvimento cognitivo,
motor, social e emocional da criança e do adolescente. Observa-se como
processou o seu desenvolvimento, os controles, aquisição de hábitos, a
interiorização de normas, a aquisição da fala, o sono, a sexualidade (WEISS,
2012).
Cabe destacar que na anamnese observa-se se os padrões do
desenvolvimento encontram-se dentro da faixa de normalidade, se houve

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alguma defasagem significativa ou se ocorreram problemas neurológicos ou
algum acidente de percurso (WEISS, 2012).
É importante contextualizar a história da família da criança e do
adolescente que está sendo avaliado, na perspectiva socioeconômica e cultural.
Durante a anamnese também é fundamental conhecer o histórico escolar, se
houver troca constantes de escola, de professor, como foi o processo de
alfabetização, ou se ainda está em processo (WEISS, 2012).
Weiss (2012) ainda destaca que por vezes, solicita que a família leve
álbuns de fotografia, relatórios da escola. E acrescento até mesmo o cartão da
criança.
Enfim, a anamnese é o momento de maior informação que teremos de
quem será avaliado. Por isso, faça com calma e deixe em aberto ao final sempre
se existe algo que a família queria falar e que não foi perguntado, por vezes é
nesse momento que surge outros pontos importantes que ainda não foram
mencionados.

 Como elaborar a avaliação Psicopedagógica: Quais ferramentas:


testes e instrumentos utilizar?
Considero essa parte uma das mais importantes no processo de
avaliação, o planejamento. Para realizar a avaliação é preciso planejar e é nesse
planejamento e que separamos quais testes iremos utilizar, os roteiros e as
escalas.
Costuma-se realizar o planejamento depois do primeiro contato com
família, no qual recebe-se a formalização da queixa, nesse momento escolha as
ferramentas que irá utilizar.
Por exemplo a família chegou com a queixa de que a criança com 7 anos
de idade, não para quieta, tem dificuldades para prestar atenção, gosta muito de
conversar, mas não gosta de estudar, é muito impulsivo e na escola não para
sentado, é o tempo todo atrapalhando a aula, por isso, está com dificuldade de
alfabetização.
Diante a queixa apresentada, quais ferramentas utilizaria? Acredito que
perante o que foi dito podemos começar com a anamnese, posteriormente fazer

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uso de atividades lúdicas, com materiais para a sua idade (jogos, desenhos),
pode também aplicar a EOCA, depois realizar a avaliação do nível pedagógico
de leitura e escrita (leitura de texto, solicitação de leitura da criança, ditado), o
Snap IV para os pais e professor, avaliação com testes do HTP (somente
psicólogos pode aplicar), alguma outra prova projetiva: dupla educativa, família
educativa. Avaliar Consciência Fonológica, coordenação motora, visomotora,
lateralidade, esquema corporal, orientação temporal, espacial, sequência lógica.
Poderia dar outros exemplos, mas a intenção é que perante todo as
ferramentas apresentadas no módulo II, você consiga realizar o planejamento de
acordo com as queixas. Saliento ainda que durante a avaliação pode acrescentar
outro teste, de acordo com o que for percebido.
O exemplo que coloquei geralmente é para crianças com suspeita de
TDAH, mas também muitas das atividades pode ser utilizada em outras queixas.

 Como estruturar e realizar a EOCA?


Na aula que trouxe sobre a história da Epistemologia Convergente de
Jorge Visca (1987, p.73), falou-se sobre a EOCA, que é a Entrevista Operativa
Centrada na Aprendizagem, é um instrumento rico, porém de simples aplicação.
Pois o que é interessante se observar é os conhecimentos, atitudes, destrezas,
mecanismo d de defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis de
operatividade, mobilidade horizontal e vertical, dentre outros.
Sampaio (2018) destaca que na EOCA deve-se observar três aspectos
que fornecerão um sistema de hipóteses as serem verificados:
 A temática- que é tudo aquilo que o sujeito diz (tem-se sempre um
aspecto manifesto e outro latente);
 A dinâmica- é tudo aquilo que o sujeito faz, isto é, gestos, tons de voz,
postura entre outros;
 O produto- é tudo aquilo que o sujeito deixa no papel.

Mas, e como podemos estruturar e realizar a EOCA?


Para realização da EOCA, é necessário separar o material que será
utilizado: folhas de papel A4, folhas com pauta, lápis, borracha, caneta, régua,

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compasso, esquadro, lápis de cor, canetinha, tesoura, cola, um texto, livro,
revistas, gibis e pode ainda incluir jogos como quebra cabeça, dama ou outros.
Com crianças pequenas, pode utilizar ainda massinha de modelar, legos, e livros
para faixa etária. E com adolescentes e adultos, pode utilizar outras atividades e
jogos.
Conforme Sampaio (2018) é a primeira sessão do avaliado. Por isso é
importante se apresentar e perguntar o motivo de estarem ali, o que vai ser feito.
Mostre a criança onde sentar e apresente os materiais, peça para nomear os
objetos.
Depois oriente o que precisa realizar: gostaria que me mostrasse o que
você sabe fazer, o que já lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer. E pode
usar o que quiser. Observe e registre a postura do avaliado, como se senta, que
materiais utiliza, se conclui a atividade, quanto tempo permanece realizando-a.
Posteriormente, converse com o avaliado, o que foi que ele produziu, peça
para mostrar. Se concluiu a atividade, convide para realizar outra.
Atenção:
 A EOCA precisa ser realizada em uma só sessão;
 O material deve estar todo distribuído a mesa;
 Diga principalmente se for criança, que naquele momento utilizará
somente o material a mesa;
 Anote todo o comportamento, principalmente os de fuga da atividade;
 A recusa por escrever, ou ler pode ser indicativo de dificuldades na área;
 Se ficar paralisado, convide a fazer o que já sabe;
 Importante que o material seja de acordo com a idade;
 Deixe os materiais em sua embalagem para que observe a autonomia do
avaliado;
Segundo Sampaio (2018), na EOCA, já podemos observar a modalidade
de aprendizagem- hipoassimilativa, hiperassimilativa, hipoacomadativa,
hipoassimilativa.
 Hipoassimilativa: bastante tímido, quase não fala, não explora os objetos
na mesa, fica numa mesma atividade.

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 Hiperassimilativa: vários assuntos enquanto realiza a atividades,
conversa, pergunta, questiona, no entanto, não costuma ouvir porque já
está formulando outra pergunta. Prende-se a detalhes e não observa o
todo.
 Hipoacomadativa: dificuldade de estabelecer vínculos emocionais e
cognitivos. Pode também não explorar muito objetos, normalmente
permanece em uma mesma atividade.
 Hipoassimilativa: apresenta dificuldade de criar, prefere copiar, repete o
que aprende sem questionar, é muito obediente, aceita tudo.

Depois da aplicação da EOCA, pode-se realizar o primeiro sistema de


hipóteses que são: nível cognitivo, nível de leitura, se rejeita leitura e escrita,
vínculo negativo ou positivo com aprendizagem sistemática, desafios para
planejar e organizar, modalidade da aprendizagem, problemas de fala, de visão,
suspeita de algum transtorno como TDAH, Dislexia, entre outras hipóteses.
Como já fora dito, a EOCA é uma ferramenta simples, mas no qual
podemos observar muito do avaliado.

 As estratégias interventivas para as demandas comportamentais,


desenvolvimento e aprendizagem
Após a avaliação psicopedagógica, com a formulação de hipóteses, com
a observação das potencialidades e dificuldades, após a realização da devolutiva
para os pais, pode sugerir a intervenção psicopedagógica. Sabemos que durante
a avaliação já estamos também intervindo, porém é preciso após esse processo
criar o planejamento de intervenção.
Existe uma quantidade enorme de atividades que pode ser utilizada na
intervenção, porém tem que ser de acordo com as dificuldades apresentadas.
No caso de uma criança com desafios comportamentais, pode-se utilizar
atividades que trabalhe o controle inibitório, um dos métodos interessante de
utilizar é o Piafex, que traz atividades para trabalhar autoregulação e funções
executivas, como por exemplo a atividade, aprendendo a lidar com objetivos de
médio e longo prazo, no qual estimula crianças a cumprir rotina no dia a dia

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escolar ou até mesmo de tarefas específicas. Trazendo para clínica no momento
de intervenção combine como será realizada as atividades e determine tempo
para cumpri-las.
As intervenções relacionadas ao desenvolvimento e aprendizagem
depende da avaliação psicopedagógica, se na avaliação por exemplo você
percebeu que a criança apresenta dificuldade na consciência corporal, como
atividade pode apresentar um boneco e fazer com que a criança explore o objeto
e pergunte onde está a cabeça do boneco, joelho, ombro, pode ir dificultando
com membros e locais que não costumamos perguntar. Outro exemplo é solicitar
que imite os movimentos que você faz.
Se a criança apresenta desafios em relação a conhecimento de cores, a
cada sessão pode apresentar uma cor nova e sempre procurar que todos os
materiais trabalhados tenham a mesma cor da qual irá aprender. Se apresenta
dificuldade com coordenação motora fina, trabalhar com uso de pinça,
transposição, alinhavos.
Se for um adolescente com dificuldade de orientação quanto aos meses
do ano, apresentar a ele cada mês e relacionar com alguma figura. E depois
solicitar que ele diga a que mês cada figura corresponde.
Crianças que apresenta impulsividade, pode utilizar jogos com prêmios e
consequências caso não realize. Durante a intervenção elogie o comportamento
positivo e tente ignorar os comportamentos inapropriados.
Se tem desafios em relação a consciência fonológica, apresente
atividades como: imitar onomatopeias de objetos conhecidos como por exemplo,
tic-tac do relógio, vrum de um carro, o alarme de um carro, entre outros.
Como falei anteriormente, existe muitas atividades para se trabalhar com
os desafios e dificuldades que observarmos na avaliação psicopedagógica. Faça
com que o momento da intervenção seja diferente da sala de aula, procure
despertar na criança e adolescente que aprender é muito bom e que todos têm
a capacidade de aprender no seu momento.

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2-Educacional:

Atualmente existem muitos profissionais de psicopedagogia que atuam no


contexto escolar e educacional, pode ser o pedagogo com especialização em
psicopedagogia, ou psicólogo escolar com especialização em psicopedagogia.

 Avaliação e Intervenção no contexto escolar, observação e


principais testes no processo de avaliação.
Atualmente muitas escolas em seu quadro de colaboradores tem o
profissional psicopedagogo ou especialista em psicopedagogia, sendo
pedagogo ou psicólogo escolar. E geralmente são eles responsáveis pela
avaliação e intervenção psicopedagógica no contexto educacional.
Normalmente o contexto de avaliação é o próprio ambiente escolar. E
como profissional que trabalho nesse ambiente.
Quando o profissional está inserido no contexto da criança ou adolescente
que será avaliado, acredito ter um ponto positivo, pois estamos onde na maioria
das vezes percebe as dificuldades de aprendizagem. Pois é no contexto
educacional que temos a presença de inúmeros estudantes que não
acompanham o ritmo acadêmico da turma e por isso são encaminhados para
avaliação psicopedagógica.
E como acontece o processo de avaliação psicopedagógica no contexto
educacional? Geralmente a queixa vem do professor da criança ou adolescente.
Os motivos são variados: dificuldade na aprendizagem da leitura, da escrita, em
cálculos matemáticos, baixo rendimento escolar, multirrepetência,
hiperatividade, problemas emocionais, comportamentais, cognitivos, como:
memória, atenção, compreensão, entre tantos outros motivos.
No entanto, por estar no ambiente escolar, é preciso ter cautela, para que
a criança ou adolescente que está em avaliação, não seja rotulado como uma
pessoa com dificuldades de aprendizagem, e muito menos diagnosticado
antecipadamente, sem o relatório médico.
A avaliação psicopedagógica precisa ser norteador para o médico e
também para a intervenção que poderá ser realizada.

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Mas como pode ser a avaliação no ambiente escolar? Para o processo de
avaliação, quase sempre fazemos o uso das ferramentas que utiliza-se na
prática clínica, claro que de forma adaptada para a área educacional.
Aqui vou apresentar um modelo que costumo realizar na escola em que
atuo há muitos anos:
 Após receber a queixa do professor, que formalizamos por meio de
uma ficha de encaminhamento, no qual o professor preenche
falando sobre os desafios apresentados pela criança ou
adolescente, como é em sala de aula, o que já aprendeu, entre
outros;
 Segundo passo é entrar em contato com a família, para conhecer
a relação familiar, o que a família acha do encaminhamento do
professor, e se autoriza a avaliação. Geralmente a avaliação
acontece no contra turno, para não atrapalhar o momento de aula.
Nessa conversa com os pais, já realizamos a anamnese e
explicamos todo o processo;
 Terceiro passo, é o planejamento da avaliação de acordo com a
queixa do professor e com os dados colhidos pela família;
 Quarto passo é o início da avaliação em si. Nesse primeiro
momento com a criança, explicamos como será, apresentamos
nossa sala, e realizamos os testes de leitura, escrita e outros;
 Nos próximos 3 encontros continuamos a avaliação realizando
provas, testes e outros. Em alguns casos, ainda fazemos uso de
testes psicológicos (claro se na equipe tiver psicólogo).
 Depois da avaliação escrevemos o relatório ou parecer
psicopedagógico;
 O documento produzido é entregue a família em formato de
devolutiva, bem como também ao professor que encaminhou.

Após todo esse processo, a criança ou adolescente pode ser atendido na


escola pela equipe psicopedagógica semanalmente, para intervenção. E então

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elaboramos um plano interventivo. Assim, como também assessoramos o
professor da criança ou adolescente de como pode intervir em sala de aula.
Importante salientar que, já existem escolas com modelos diferentes de
atendimentos, algumas possuem uma equipe especializada composta por
pedagogo e psicólogo escolar, para trabalhar com crianças e adolescentes com
Transtornos Funcionais Específicos e outro profissional na mesma escola que
trabalham com crianças com diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista-
TEA e deficiências: física, intelectual, auditiva e visual. Isso já acontece em
escolas públicas do Distrito Federal-DF.
Mas em outras escolas, e estados brasileiros existe o profissional ou
equipe multidisciplinar que realiza a avaliação e intervenção psicopedagógica.

 Elaboração do PEI
O Plano Educacional Individualizado, mais conhecido pela sigla PEI, é um
documento elaborado pelo professor a partir de uma avaliação de uma criança
ou adolescente com necessidade educacional específica.
Como já fora dito o plano é elaborado a partir da avaliação
psicopedagógica de acordo com as necessidades, potencialidades e desafios de
crianças ou adolescentes com deficiências, transtornos globais de
desenvolvimento, até mesmo altas habilidades/Superdotação ou com outras
dificuldades de aprendizagem.
Importante salientar que o PEI é único para cada aluno, o PEI visa
registrar esse caráter individual de cada aluno para que, usando estratégias
adequadas, ele possa aprender, assim como os outros estudantes, no ensino
regular.
O PEI precisa ser aprovado pelo responsável quando criança ou
adolescente e deve ser revisado periodicamente, a fim de que o professor possa
acompanhar o desenvolvimento do aluno e mudar as estratégias conforme
observação em sala de aula e no convívio desse aluno com a comunidade
escolar.

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Conforme a Instrução normativa PRE/IFSP nº 001, de 20 de março de
2017, o PEI é composto de informações gerais sobre o estudante, de sugestões
de encaminhamentos e de um programa pedagógico.
Mas como elaborar um PEI? A construção do PEI consiste em quatro
etapas:
 Conhecer o Aluno: Traçar um perfil com suas habilidade e necessidades.
Conhecer sua história, seus gostos, seus conhecimentos já adquiridos e
o que ele precisa aprender;
 Estabelecer Metas: Nesta etapa, você deve definir as metas de curto,
médio e longo prazo. Avaliar o que a criança deve aprender em cada
espaço de tempo a partir do seu perfil;
 Elaboração do Cronograma: Com as metas traçadas, você precisa
definir como e quando elas serão executadas;
 Avaliação: Você precisa realizar o Registro Avaliativo do aluno
organizando os procedimentos e avaliando as metas alcançadas.

Para a construção do Plano Educacional Individualizado por meio de


estratégias de ensino específicas pauta-se no plano educacional da turma. Por
isso utiliza as estratégias gerais para atingir metas específicas como também
auxiliar na produção de materiais de modo a colaborar com a aprendizagem da
criança ou adolescente.
Sendo assim, todos os conteúdos delimitados para serem trabalhados
com a turma devem ser inclusos no PEI, como também foram elencados os
mesmos objetivos. Pois é partir dos objetivos gerais que alguns serão
selecionados para focar na intervenção.
O que deve ter no PEI (BARBOSA & CARVALHO, 2019):
 Identificação da criança ou adolescente: precisa conter todos os
dados que identificam o aluno, além dos nomes e assinaturas dos
pais e/ou responsáveis, data de ingresso na escola, data da
elaboração do plano, entre outros;
 Relato básico da criança ou adolescente: retrata a história de vida
da criança ou adolescente, o seu percurso escolar, e etc;

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 Necessidades Educacionais Especiais: são as necessidades
educacionais próprias do estudante em decorrência da sua
deficiência ou dificuldade;
 Habilidades, potencialidades, afinidades, interesses e dificuldades:
tudo isso encontra-se no relatório de avaliação psicopedagógica;
 Objetivos e metas: aquilo que deve ser alcançado e em quanto
tempo;
 Metodologias e materiais de apoio: quais metodologias serão
usadas, e quais materiais serão utilizados;
 Critérios e métodos de avaliação: avaliação do processo,
lembrando de comparar a criança e o adolescente com ele mesmo;
 Revisão e reformulação do PEI: o documento precisa ser revisado
e reescrito, se necessário.

Lembrando: O PEI é um documento dinâmico e flexível e pode ser


revisitado e reelaborado sempre que preciso. É preciso que quando elaborado
tenha a data para avaliar, podendo ser a cada bimestre, semestre, conforme com
quem elaborou.
Ao realizar pesquisas na internet encontramos vários modelos, e até
mesmo como preencher. Faça sempre com atenção e pensando no melhor
desenvolvimento e aprendizagem da criança e adolescente.

 O trabalho do Atendimento Educacional Especializado- AEE,


Adequação Curricular e Inclusão.

No tópico anterior falamos sobre o documento PEI, que pode também ser
elaborado pelo professor do Atendimento Educacional Especializado, em
conjunto com o professor regente.
O Atendimento Educacional Especializado- AEE é compreendido como
um conjunto de atividades, serviços e recursos de acessibilidade e pedagógicos
organizados institucional e continuamente, para complementar ou suplementar
à formação dos estudantes com deficiências, transtorno do espectro autista e

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altas habilidades/superdotação no ensino comum, com vistas à autonomia e
independência. As atividades desenvolvidas pelo AEE diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização
(BRASIL, 2015a).
Para desenvolver as atividades propostas no AEE os professores devem
ter como base de sua formação, inicial e continuada, conhecimentos que os
habilitem para o exercício da docência e formação específica para na área da
Educação Especial. A oferta do AEE deve acontecer nas salas de recursos
multifuncionais (SRM), que são ambientes dotados de mobiliário, equipamentos
e materiais didáticos (BRASIL, 2010).
Os encontros das crianças com o professor do AEE acontecem em
períodos específicos por semana, no contraturno. Em outros momentos, o
profissional também deve realizar um diálogo constante com professores e
estudantes. Esse trabalho deve estar previsto no Projeto Político Pedagógico de
cada escola e organizado pelo conjunto de profissionais: gestores escolares,
secretaria de Educação e educadores.
Importante destacar que o trabalho do professor do AEE tem como função
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora
dela.
Consideram-se serviços e recursos da educação especial àqueles que
asseguram condições de acesso ao currículo por meio da promoção da
acessibilidade aos materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos
sistemas de comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares.

São atribuições do professor do atendimento educacional especializado,


(BRASIL, 2010):

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 Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos,
de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades
específicas dos alunos público-alvo da educação especial;
 Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado,
avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e
de acessibilidade;
 Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de
recursos multifuncional;
 Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino
regular, bem como em outros ambientes da escola;
 Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de
estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
 Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de
acessibilidade utilizados pelo aluno;
 Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias
da informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa,
a informática acessível, o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os
softwares específicos, os códigos e linguagens, as atividades de
orientação e mobilidade entre outros; de forma a ampliar habilidades
funcionais dos alunos, promovendo autonomia, atividade e participação.
 Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum,
visando a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos
nas atividades escolares.
 Promover atividades e espaços de participação da família e a interface
com os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros.

Nesse sentido o professor do AEE, juntamente com o professor regente


da criança ou adolescente elaboram adequações curriculares que são
compreendidas como medidas pedagógicas que se destinam ao atendimento

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dos estudantes com necessidades educacionais especiais de modo a favorecer
a sua escolarização.
As adequações curriculares correspondem ao conjunto de modificações
nos elementos físicos e materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais
do professor e ao seu preparo para trabalhar com os estudantes. Essas
adequações são definidas como alterações ou recursos especiais, materiais ou
de comunicação voltados a facilitar a aplicação do currículo escolar de forma
mais compatível com as características específicas do estudante (DISTRITO
FEDERAL, 2010).
Essas medidas focalizam a diversidade da população escolar e
pressupõem o tratamento diferenciado como ação estratégica na propagação da
igualdade de oportunidades educacionais. Por isso em relação às
especificidades das adequações curriculares, é necessário atentar-se às
habilidades adaptativas e à funcionalidade do estudante, a fim de definir quais
aspectos necessitam sofrer alterações, de quais formas e com qual intensidade
devem ser estabelecidas.
É importante salientar que as adequações curriculares não dizem respeito
em qual turma onde o estudante está inserido (classe inclusiva, classe especial
ou instituição educacional especializada), mas à necessidade educacional
especial apresentada por ele. Independentemente da intensidade, toda e
qualquer adequação que se fizer necessária, torna-se relevante. Isso porque
essas adequações são imprescindíveis para o processo de ensino e de
aprendizagem (DISTRITO FEDERAL, 2010).
Para elaboração da adequação curricular é imprescindível conhecer o
estudante deve-se observá-lo a fim de que possa saber como ele pensa, sente,
se relaciona, deseja, cria, recria e constrói sua própria história. Portanto, nas
instituições educacionais, deve ser oferecido um currículo que respeite as
necessidades dos estudantes, pois, somente assim, ele conseguirá desenvolvê-
lo com eficiência e interesse (DISTRITO FEDERAL, 2010).
No processo de elaboração da adequação é preciso seguir alguns
elementos como: organizativa (organização da sala, e de materiais didáticos);
Objetivos e conteúdos (prioridade de áreas e conteúdo de acordo com a

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funcionalidade; Avaliativas (instrumentos e técnicas para avaliação);
Procedimentos Didáticos e Atividades de Ensino-Aprendizagem (adaptação aos
métodos, duração das atividades propostas) (DISTRITO FEDERAL, 2010).
Mediante ao que foi apresentado sobre o professor do AEE e das
atividades em que precisa atuar, importante destacar que todo seu trabalho
contribui para o processo de inclusão escolar, que tem como objetivo garantir o
direito de todos a educação. Oportunizando e valorizando as diferenças,
contemplando as diversidades, com a intenção de garantir a participação de
todos, sem exceção.
A luta pela inclusão escolar é histórica, fazendo um breve resgate ao
longo da década de 90, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) e movimentos sociais em defesa dos direitos das
pessoas com deficiência se mobilizaram em torno desse tema, resultando
na publicação de importantes documentos. Desde a Declaração de
Salamanca (1994) até a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 e
incorporada à Constituição federal, na forma da Lei Brasileira de Inclusão (LBI),
em 2015, um amplo cobertor legal se formou para amparar o combate
à segregação e ao capacitismo.
A LBI é uma grande conquista, definindo a deficiência como atributo que
não pode ser descolado do contexto, uma vez que se dá na interação de uma
pessoa que possui uma ou mais características que divergem do padrão com
barreiras. Em outras palavras, a deficiência – seja ela de que ordem for – só
existe na relação com um mundo repleto de impedimentos para a plena inclusão
da pessoa que a possui.
A inclusão garante direitos e promove a aprendizagem, estimulando a
autonomia e a independência das pessoas com deficiência em todas as fases
da vida. Dessa forma, o Brasil estabeleceu na Meta 4 do Plano Nacional de
Educação o objetivo de universalizar para a população de 4 a 17 anos com
deficiência o acesso à educação de acordo com o modelo de inclusão. A
abordagem prioriza o direito de todos os estudantes frequentarem as salas
regulares, combatendo qualquer discriminação

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O professor do Atendimento Educacional Especializado é um dos atores
para que a inclusão escolar aconteça, mas toda a escola, precisa estar envolvida
nesse projeto. Por isso inclusão escolar precisa sempre ser pauta na escola em
que atua e precisa constar nos documentos escolares, na formação continuada
dos professores e na prática do dia a dia.

 Mediação junto a Equipe Escolar, atuação em casos de violência,


bullying e evasão escolar

O profissional ou especialista em psicopedagogia pode atuar no contexto


educacional, não somente na avaliação e intervenção psicopedagógica. De
forma institucional o profissional pode atuar na colaboração junto a equipe
escolar, com elaboração de estratégias pedagógicas para escola, no
assessoramento aos professores, no auxílio na construção de documentos
pedagógicos da escola, entre outras atividades que pode ser exercida pelo
profissional de psicopedagogia.
O profissional também pode atuar em casos de violência, bullying e
evasão na escola, com projeto voltados a prevenção. Sabemos que a violência
permeia o ambiente escolar, e por vezes é nele que se manifesta, por isso o
profissional em psicopedagoga pode atuar por meio de projetos que possam
prevenir.
Assim como também em casos de bullying e cyberbullying que vem
aumentando consideravelmente no ambiente escolar. Trabalhar com projetos,
utilizando exemplos, as consequências e propor uma campanha juntos as
crianças e adolescentes.
Além disso, o psicopedagogo pode atuar com a evasão escolar,
principalmente, nesse momento, em que voltamos as aulas semi presencias e
presencias. Realizando busca ativa e enfatizando a importância da escola.
No ambiente escolar o psicopedagogo tem uma gama de projetos,
trabalhos para realizar, aproveite a sua criatividade e faça a diferença no
processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.

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3-Hospitalar:
 A atuação e papel do Psicopedagogo no contexto hospitalar e
humanização da saúde
O profissional de psicopedagogia, como já fora dito pode atuar além da
psicopedagogia clínica e escolar, que são as áreas mais comuns. Além delas
existe a atuação do psicopedagogo na área hospitalar e também empresarial
(que falaremos na próxima aula).
Diante o processo de ensino aprendizagem, que acontece em todos os
lugares, o ambiente hospitalar muitas vezes também de aprendizagem, muitas
crianças ou até mesmo adultos permanecem muito tempo hospitalizado e por
vezes precisa de avaliação psicopedagógica e intervenção.
Por isso o psicopedagogo no ambiente hospitalar tem como foco principal
auxiliar os processos de aprendizagens e também o desenvolvimento cognitivo,
emocional e educacional, favorecendo a recuperação da pessoa.
A oferta do trabalho psicopedagógico no ambiente hospitalar deve ser
pensada com cautela, pois não pode ser reduzido à mera transferência das
práticas do ensino regular ao ensino hospitalar, considerando as diferentes
demandas dos diversos alunos-pacientes. Assim como a área hospitalar que
atuando diretamente no desenvolvimento cognitivo, afetivo e educacional
favorece a recuperação do indivíduo que se encontra enfermo e distante da
escola, evitando um futuro fracasso escolar, e intervindo nas dificuldades de
aprendizagem encontradas durante as sessões feitas no decorrer do período de
internamento, como salienta Pereira (2015).
Para tanto, precisamos falar também sobre a humanização no contexto
da saúde. Importante destacar que humanizar é proporcionar uma condição
humana, isto é, tornar um ambiente mais agradável, que possa desenvolver uma
escuta sensível, como traz Pereira (2015), humanizar a forma de ver as coisas
com carinho, compaixão e domínio emocional, isso não quer dizer que devemos
olhar para essas crianças, adolescentes, ou adultos com pena, mas ter a
sensibilidade e a compreensão para ajudá-las de forma que ele supere suas
dificuldades e obstáculos.

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De acordo com Porto (2008) o ambiente hospitalar exclui atividades da
rotina de qualquer pessoa seja ela criança, adolescente, adulto ou idoso. A
singularidade de cada sujeito fica restrito a um número de prontuário, número da
enfermaria e leito.
Por isso, Psicopedagogia no contexto hospitalar visa promover o
desenvolvimento não apenas na área cognitiva por meio de atividades
psicopedagógicas, como por exemplo, a ciências, história, matemática, escrita e
leitura, como também trabalham a criança ou o adolescente com o aspecto
afetivo, gerando uma interação com o meio e com o próximo, por intermédio de
jogos psicopedagógicos e brincadeiras lúdicas.
Mas no ambiente hospitalar, pode realizar avaliação e intervenção? Sim,
pode! Pode-se criar todo um planejamento de avaliação de acordo com a
demanda e pode utilizar as ferramentas e instrumentos já apresentado aqui no
nosso curso. E na intervenção o psicopedagogo precisa estar atento a detalhes
pequenos, mas que se tornam riquíssimos na hora da tomada de decisão e
principalmente quando se trata de um âmbito hospitalar, como ficou bem claro,
que não se tem muito tempo para agir em uma intervenção com crianças em
espaço hospitalar. Um outo fator é que um profissional só terá êxito em suas
intervenções se tiver um olhar humanizado isso leva a um trabalho eficaz com
qualidade e profissionalismo como já destacou Pereira (2015) em seu trabalho.

 O processo de aprendizagem no contexto de internação e práticas


psicopedagógicas

Sabemos que o ambiente hospitalar não é um ambiente mais promissor


para promovermos a aprendizagem, porém apesar de ser um contexto em que
se lembra o tempo inteiro de adoecimento, sofrimento. O trabalho do
psicopedagogo pode ser um “oásis” nesse ambiente.
A Psicopedagogia hospitalar é um ramo da educação que proporciona a
criança e ou adolescente hospitalizado uma recuperação mais aliviada através
de atividades lúdicas, pedagógicas e recreativas, ou seja, uma forma de
humanizar, de tornando mais prazeroso aquele ambiente pesado que na maioria

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das vezes traz infelicidade para as crianças. Sabemos que a felicidade não é
sempre as vinte e quatro horas do dia, mais em contrapartida a importância de
levar alguns momentos de felicidade para os mesmos é grandiosa. Por isso a
necessidade do pedagogo e do psicopedagogo é de suma importância dentro
dos parâmetros educacionais e sociais, no entanto o trabalho destes
profissionais ainda tem muito a ser estudado na unidade de saúde
(PEREIRA,2015).
Importante salientar que o profissional que buscar atuar na área, tenha
qualificação, formação e habilidades e além disso, tenha o prazer de trabalhar
no ambiente de hospital, no qual lidará com boas e más notícias.
Para que exista um processo educativo no ambiente hospitalar é preciso
uma elaboração cuidadosa atendendo-se para as circunstancias educacional do
desenvolvimento no aluno paciente (PEREIRA,2015).
Diante um cenário humanizador se faz necessário a intervenção
psicopedagógica, para um melhor rendimento de crianças e adolescentes em
um ambiente hospitalar, logo a intervenção de um psicopedagogo é relevante
para transformar sofrimento de angústia e solidão em possibilidades de
melhorias e incentivo para um desempenho educacional (DAVI, 2019).
Nesse sentido as práticas psicopedagógicas no ambiente hospitalar visa
reduzir todo ócio que envolve as crianças e adolescentes enfermos, já que o uso
do lúdico estimula a criatividade e proporciona a socialização, outras alternativas
também são consideradas no processo de aprendizagem de crianças, como o
uso de brinquedotecas, musicas, teatros, demonstrando uma pedagogia
transformadora em prol da saúde e bem-estar dessas crianças (PORTO, 2008)
Porto (2008) ainda salienta que no processo de hospitalização é
importante a atuação do psicopedagogo que, por ser um profissional
interdisciplinar está apto a executar atividades diversas, bem como, promover a
autoestima e direcionar caminhos para que o hospitalizado consiga conviver com
suas limitações e dificuldades devido a enfermidade. Existe a necessidade de
uma equipe para acompanhar, direta ou indiretamente, todo o processo de
internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo
hospitalizado.

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Logo nota-se que psicopedagogos podem contribuir consideravelmente
com indivíduos hospitalizados, promovendo o autoconhecimento,
desenvolvimento da autonomia e responsabilidade no tratamento promovendo a
saúde e bem-estar do enfermo, proporcionando aprendizado sobre si,
estimulando melhorias em sua qualidade de vida (DAVI, 2019).
Importante salientar que a proposta de um atendimento pedagógico
dentro de um hospital necessita de um ambiente adequado para este
atendimento. Uma vez que necessita de um ambiente adaptado para que a
criança hospitalizada possa explorá-lo e interagir da melhor maneira possível,
conforme suas demandas internas. E assim sendo um paciente com essa
assistência de um psicopedagogo poderá ter uma melhora significativa da
experiência de uma internação (DAVI, 2019).
Lembrando que o processo de hospitalização é bastante complicado e
doloroso esse torna ainda mais difícil para uma criança, por ser um ambiente de
corredores obscuro, com processos cirúrgicos, exames laboratoriais, com
aplicação de soro, este se torna um ambiente informal, embora a sala hospitalar
tente transmitir um ensino formal de educação não se pode fugir da realidade,
mas amenizar esta situação traz uma diferença tamanha e a aprendizagem
acontece sem que o aluno paciente se dê conta (PEREIRA, 2015).
Portanto, se desejam trabalhar na área de psicopedagogia hospitalar,
procurem se especializar, pois é fundamental, é um ambiente desafiador, porém
como muitos trazem em sua fala, é também um trabalho gratificante.

4-Empresarial:
 Atuação e papel do Psicopedagogo no contexto organizacional e os
diversos setores de trabalho.
Sabemos que as organizações e empresas estão passando por muitas
transformações, principalmente nesse momento, em que estamos enfrentando
a pandemia do Coronavírus. No qual tivemos que nos reinventar, aprender uma
nova forma de trabalhar e também de nos relacionar, já que muitos começaram

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a trabalhar em home-office, outros continuaram a trabalhar presencial, e ainda
aqueles que estão no trabalho híbrido.
Diante de tudo o que está acontecendo, o que pode vir a acontecer e de
como as organizações são dinâmicas, venho nesse tópico falar sobre o trabalho
da psicopedagogia empresarial ou organizacional. No entanto, nota-se o quanto
a empresarial no Brasil é pouco disseminada e estudada. São poucas
organizações que tem a presença de profissionais da psicopedagogia em seu
quadro de colaboradores. Ressalta-se que o profissional psicopedagogo nas
organizações tem condições de atuar em pelo menos dois setores, ressalvada a
peculiaridade de cada empresa: o departamento de Recursos Humanos e o
departamento de Educação Corporativa ou de Treinamento e Desenvolvimento,
como ressalta Miranda e Garcia (2015).
Você deve estar se perguntando, como pode ser o trabalho do profissional
em psicopedagogia no contexto empresarial/organizacional? Em que ele atua?
Qual é o público –alvo?
A função do psicopedagogo empresarial/organizacional é promover o
desenvolvimento e avaliar ações quanto à aprendizagem do indivíduo no
contexto grupal, facilitando a construção e o compartilhamento do conhecimento
coletivo, incentivando novas formas de relacionamentos, criando harmonia entre
gestores e colaboradores, podendo atuar junto ao profissional de RH, assumindo
um papel importante, avaliando e controlando a aprendizagem, favorecendo a
qualidade nos processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal,
bem como levantando o diagnostico organizacional, dando subsídios
significativos e perfis específicos e estabelecendo princípios didáticos aos
treinamentos. É utilizar possibilidades criativas e eficazes através da reflexão
grupal, conseguir uma real transformação do indivíduo, e isso é aprendizagem
(GERVASIO; RODRIGUES,2014).
De acordo com Bossa (2011, p.48) o psicopedagogo pode “realizar
processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma
individual quanto em grupo”. Sua atuação reside na análise dos fatores em que
ocorre o aprendizado, bem como dos que podem dificultá-lo, para poder construir
seu modelo de intervenção, seja ele individual ou grupal.

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O psicopedagogo na empresa poderá intervir também em problemas de
concentração, como por exemplo: organizar tarefas do dia a dia, arquivos,
eventos, e tarefas que requeiram atenção concentrada, nos erros que advêm da
incorreta compreensão de uma orientação -intervir tanto com o colaborador que
orienta como com o orientado, apresentações em grupo pertinentes à rotina do
trabalho, dentre outras, conforme a dinâmica de ações que fazem parte da
cultura organizacional da empresa (MIRANDA;GARCIA, 2015).
O profissional em psicopedagogia, pode ainda trabalhar em outras áreas
da empresa além das já citadas, pode atuar no setor de prevenção e promoção
de saúde, em campanhas no ambiente organizacional, oferecendo palestras,
workshops dentre outros. Além disso pode atuar ainda com projeto de
acolhimento com os colaborados portadores de deficiência, colaborando no
processo de ensino e aprendizagem.
Alguns estudiosos destacam que o psicopedagogo empresarial pode
atuar em duas linhas no contexto das organizações: preventiva e terapêutica,
sendo que a preventiva desempenha uma prática docente, envolvendo a
preparação de vários profissionais da empresa ou atuar dentro da própria
empresa. Na linha terapêutica, o psicopedagogo empresarial trata das
dificuldades de aprendizagem diagnosticando, desenvolvendo técnicas
remediativas, orientando líderes e gerentes, estabelecendo contato com
profissionais das áreas, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e,
muitas vezes no seu tratamento.

 Avaliação e intervenção no comportamento, habilidades sociais,


cognitivas, inteligência emocional e psicopatologias
O profissional em psicopedagogia pode atuar ainda no processo de
avaliação e intervenção nos comportamentos, nas habilidades sociais e
cognitivas. A avaliação pode voltar-se para a apreciação de aspectos
psicomotor-perceptivo, linguísticos cognitivos do indivíduo, tendo em vista as
dificuldades que se apresentam e buscam a compreensão do significado dos
sintomas de aprendizagem na organização da personalidade do indivíduo e seu
contexto social.

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No processo de intervenção o psicopedagogo pode adequar as
estratégias a serem utilizadas, diante ao que foi avaliado e observado. Por vezes
envolve em situações complexas, por isso é preciso que o psicopedagogo tenha
conhecimentos sobre funcionamento de grupos, o histórico e cultura de
organização, como também, o desenvolvimento administrativo, bem como o
equilíbrio emocional e um código de ética profissional muito bem elaborado e
dirigido, pois trabalhar com grupos e estar permanentemente administrando
conflitos (GERVASIO; RODRIGUES,2014).
Outro aspecto que o psicopedagogo pode trabalhar e até
interdisciplinarmente é com a Inteligência Emocional, em muitos momentos
dentro de uma organização, colaboradores passam por situações em que
interferem na sua produção e aprendizagem, pois somos sujeitos dotados se
emoções e sentimentos, e por vezes a não resolução de problemas ou conflitos
entre colegas de trabalho, ou questões pessoas podem ser afetar. E e aí que
entra o trabalho do psicopedagogo, procurar compreender o que está
acontecendo e elaborar estratégias para que o colaborador ou relações não
sejam afetadas.
Além das áreas de atuação já citadas, o profissional de psicopedagogia
pode atuar junto a colaboradores que apresentam diagnóstico de alguma
psicopatologia e que realiza acompanhamento. De forma ética e com estratégias
especificas para cada colaborador. Também pode atuar com grupos, palestras,
informes sobre e principalmente no processo de acolhimento. Já que o ambiente
organizacional, por vezes pode ter sido o gatilho adoecedor. Por isso é preciso
também ter conhecimento das psicopatologias.

 Programa de Transição
Outra área de atuação do profissional de psicopedagogia, são os
programas de transição que podem ser oferecidos pelas empresas. No qual o
psicopedagogo, pode atuar com outros profissionais. O programa de transição
pode depender de cada organização, algumas realizam para pessoas que estão
próximas a se aposentar, outros para transição de carreira (troca de cargo).

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O trabalho do psicopedagogo costuma ser bem pontual, no processo de
escuta, acolhimento e de estratégias para se trabalhar de acordo com a
demanda.
Por fim, o psicopedagogo empresarial/organizacional em como finalidade
estimular o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de
vínculos, a utilização de métodos de compatíveis com as mais recentes
concepções a respeito desse processo. Procura envolver equipes de
colaboradores, ajudando-os a ampliar o olhar em torno da empresa e
circunstancias de produção do conhecimento, ajudando o empregado a superar
os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias
à leitura do mundo. Nesse sentido, o psicopedagogo empresarial/organizacional
não só contribuirá com o desenvolvimento dos colaboradores, como também
contribuirá com a evolução da empresa.

CONCLUSÃO

E chegamos ao final do nosso curso, e quanto material e aprendizagens


aconteceram por aqui, não é? Espero que tenham gostado do curso de avaliação
e intervenção psicopedagógica.
O objetivo do curso era de proporcionar e instrumentalizar você para atuar
na área de forma, clara e prática. Que você possa planejar a sua avaliação da
melhor maneira possível e que a intervenção seja bem pensada de acordo com
os resultados colhidos na avaliação.
Iniciamos o curso falando sobre a definição, passando pelas dificuldades
de aprendizagem, seguindo para como elaborar uma avaliação. Trouxe ainda os
principais teóricos e exemplos de avaliação. Falamos sobre os principais
Transtornos Funcionais Específicos e sobre Transtorno do Espectro Autista e
outras deficiências. Em relação a sugestões de intervenção trouxemos várias
sugestões, estratégias, instrumentos de intervenção como o Piafex e a ginástica
cerebral.

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Ainda trouxemos as principais práticas psicopedagógicas nas áreas:
clínica, educacional, hospitalar e empresarial. Áreas de atuação da
psicopedagogia.
Agora é com vocês, coloquem o conhecimento aprendido em prática e
desejo uma ótima atuação e trabalho. Um abraço afetuoso e até breve.

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Anexos

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Modelo de Anamnese

Entrevista de Anamnese

Data: ____/____/______

1.Dados de Identificação:
Nome: _________________________________________________________
Data de nascimento: ________/_________/ ________.
Idade: ___________
Naturalidade: ___________________
Nome da mãe: ___________________________________________________
Nome do pai: ____________________________________________________
Responsável: ____________________________________________________
Endereço Residencial: _____________________________________________
Telefones: ______________________________________________________

2.Motivo da queixa para avaliação psicopedagógica:


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

3.Indicativos de algum diagnóstico, qual?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4.Realiza atendimento complementares, onde?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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5.Concepção:

Idades do pais na época:

Mãe:______ Pai:_______

Número de gestações anteriores: _________________________


Algum aborto: ______________

6. Gestação e parto:
Realizou o pré natal?: ( ) Sim ( ) Não
Apresentou alguma intercorrência: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Fez algum tipo de cirurgia: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Alguma doença durante a gestação: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Fez uso de alguma medicação: ( ) Sim ( ) Não
Se sim qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Relate como se sentiu ao longo da gestação:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

120

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Fale sobre o parto, de quantas semanas, como foi o parto, passou por alguma
intercorrência?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Como estava a condição da criança ao nascer?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7.Alimentação:
Amamentou: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, por quanto tempo:__________________________________________
Com quantos meses iniciou a alimentação pastosa:______________________
E alimentos sólidos: _______________________________________________
Faz uso do copo: ( ) Sim ( ) Não
Como está alimentação atual:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Preferência alimentar, por:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Alergia de algum alimento: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

8.Histórico da Infância:
Alguma doença: ( ) Sim ( ) Não

121

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Se sim quais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Precisou de internação: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, por qual motivo e quanto tempo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Já apresentou convulsões? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quando e como foi?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Alguma cirurgia: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

9.Sono
Como é o sono?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

10.Desenvolvimento psicomotor

Com qual idade sustentou a cabeça, sentou, engatinhou e andou?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Com qual mão costuma pegar os objetos: _____________________________
Apresenta alguma dificuldade motora, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

122

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11. Controle de esfíncteres:
Faz uso de fralda? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, em que momentos:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Se não, em que momento deixou de usar a fralda:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

12. Linguagem e Comunicação:


Iniciou os Balbucios: ______________________________________________
As primeiras palavras: _____________________________________________
Demorou a falar: ( ) Sim ( ) Não: _________________________________
Apresentou ou apresenta algum desafio na fala:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Faz uso de outro para se comunicar. ( ) Sim ( ) Não
Se sim, como isso acontece:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Comunica-se por choro: ( ) Sim ( ) Não
Fala compreensível: ( ) Sim ( ) Não
Compreende comandos simples: ( ) Sim ( ) Não
Apresenta sialorréia: ( ) Sim ( ) Não
Apresenta alguma mania, ou esteriotipia: ( )Sim ( ) Não
Se sim, qual: ____________________________________________________
Tem birras com frequência: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, como é a birra: ____________________________________________

13. Escolaridade:
Com qual idade ingressou a escola: __________________________________

123

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Como foi a adaptação:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Já encontra-se alfabetizado:
_______________________________________________________________
Já mudou de escola? Quais? Em que séries e com qual idade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Em qual escola estuda atualmente:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Local: __________________________________________________________
Série e turno: ____________________________________________________
Nome do professor atual:___________________________________________
Coordenador: ____________________________________________________
Realiza tarefas sozinho (a)?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Que ajuda a criança nas tarefas quando e preciso: ______________________
_______________________________________________________________
Já foi reprovado? Se sim, qual série e quando? _________________________
_______________________________________________________________
Relate algum fato importante que aconteceu na vida escolar do seu filho ou
filha: ___________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Quais são as queixas mais frequentes: ________________________________
_______________________________________________________________
Apresenta dificuldades na leitura: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ____________________________________________________
_______________________________________________________________

124

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Dificuldade na escrita: ( ) Sim ( ) Não
Se sim,qual? ____________________________________________________
_______________________________________________________________
Coordenação motora: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Em matemática: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ___________________________________________________
_______________________________________________________________
Esquece o que aprende: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ____________________________________________________
_______________________________________________________________
Como é a letra?__________________________________________________
_______________________________________________________________
Apresenta atenção para realizar as atividades? _________________________
_______________________________________________________________
O que reconhece:
( ) Cores, quais: ______________________________________________
( ) Números, quais: ____________________________________________
( ) Dinheiro, quais notas: _________________________________________
( ) Letras do alfabeto, quais: ______________________________________
( ) Meses do ano, quais: _________________________________________
_______________________________________________________________
( )Dias da semana, quais: _________________________________________
_______________________________________________________________
Faz uso da tesoura de forma funcional: _______________________________

14. Comportamento:
Como é humor habitual: ____________________________________________
_______________________________________________________________
Prefere brincar sozinho ou em grupos? ________________________________

125

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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Estranha mudanças de ambiente? ___________________________________
_______________________________________________________________
Adapta-se facilmente ao meio? ______________________________________
_______________________________________________________________
Aceita regras: ____________________________________________________
_______________________________________________________________
Apresenta apatia, teimosia ou agressividade: ___________________________
_______________________________________________________________
Apresenta algum medo? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ____________________________________________________
Quais as brincadeiras e brinquedos preferidos: _________________________
_______________________________________________________________
Como se comporta quando está sozinha:
_______________________________________________________________
E quando está em família:
_______________________________________________________________
Com pessoas desconhecidas:
_______________________________________________________________
Com quem mais gosta de ficar e por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
A criança já presenciou algum conflito familiar:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Tem amigo: _____________________________________________________

15. Autonomia:
A criança:
( ) veste-se sozinho
( ) tira a roupa sozinho

126

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( ) Toma banho sozinho
( ) Higieniza-se sozinho
( ) Calça sapato ou sandália sozinho
( ) Escova os dentes
( ) Alimenta-se sozinho
( ) Guarda os objetos sozinho
Obs.: Se for adolescente ou adulto coloque a idade com quem realizou.

16. Visão, Audição:


Apresenta algum problema de visão:
_______________________________________________________________
Faz uso de óculos: _______________________________________________
Já realizou alguma cirurgia: _________________________________________
Apresenta algum problema de audição: _______________________________
Parece não ouvir quando é chamado: _________________________________
Já realizou exame de audiometria: ___________________________________

17.Relacionamento:
Como é o relacionamento com outras crianças: _________________________
_______________________________________________________________
Como é a relação como professores e colegas de sala de aula: ____________
_______________________________________________________________
Como é relação com os pais: _______________________________________
_______________________________________________________________
Com os irmãos: __________________________________________________
_______________________________________________________________
Quais são os hábitos de lazer da família: ______________________________
_______________________________________________________________
Fazem as refeições juntos:__________________________________________
_______________________________________________________________
Faz uso de alguma medicação: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ____________________________________________________

127

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18. Outros:
Algo que não perguntei e que gostariam de falar: ________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Assinatura de um dos responsáveis: __________________________________

128

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SCALA SNAP-IV
(Versão em português: (MATOS, P et al. Revista de Psiquiatria RS, v. 3, n.
28, p. 290-297, set./dez. 2006)

Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento da


criança ou adolescente.
Nem Só um Bastante Demais
um pouco
pouco
1. Não consegue prestar muita
atenção a detalhes, ou comete
erros por descuido nos
trabalhos da escola ou tarefas
2. Tem dificuldade de manter a
atenção em tarefas ou atividades
de lazer.
3. Parece não estar ouvindo
quando se fala diretamente com
ele.
4. Não segue instruções até o
fim e não termina deveres de
escola, tarefas ou obrigações.
5. Tem dificuldade para
organizar tarefas e atividades
6. Evita, não gosta ou se envolve
contra a vontade, em tarefas
que exigem esforço mental
prolongado.
7. Perde coisas necessárias para
atividades (brinquedos, deveres
da escola, lápis ou livros)
8. Distrai-se com estímulos
externos.
9. É esquecido em atividades do
dia a dia.
10. Mexe com as mãos ou os pés
ou se remexe na cadeira
11. Sai do lugar na sala de aula
ou em outras situações em que
se espera que fique sentado.
12. Corre de um lado para o
outro ou sobe demais nas coisas
em situações em que isto é
inapropriado.
13. Tem dificuldade em brincar
ou envolver-se em atividades de
lazer de forma calma.

129

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14. Não para ou frequentemente
está a “mil por hora”.
15. Fala em excesso.

16. Responde perguntas de


forma precipitada antes que elas
tenham sido terminadas.
17. Tem dificuldade em esperar
sua vez.
18. Interrompe os outros ou se
intromete (nas conversas, jogos,
etc.)

130

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Escala para adultos de TDAH- ASRS-18

Mattos P, Segenreich D, Saboya E, Louzã M, Dias G, Romano M. Adaptação Transcultural


para o Português da Escala Adult Self-Report Scale (ASRS-18, versão1.1) para avaliação
de sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) em adultos.
Revista Brasileira de Psiquiatria.

Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento da


criança ou adolescente.

Nunca Raramente Algumas Frequen Muito


Vezes temente Frequen
temente
Parte A
1. Com que frequência você comete erros por
falta de atenção quando tem de trabalhar num
projeto chato ou difícil?
2. Com que frequência você tem dificuldade
para manter a atenção quando está fazendo
um trabalho chato ou repetitivo?
3. Com que frequência você tem dificuldade
para se concentrar no que as pessoas dizem,
mesmo quando elas estão falando
diretamente com você?
4. Com que frequência você deixa um projeto
pela metade depois de já ter feito as partes
mais difíceis?
5. Com que frequência você tem dificuldade
para fazer um trabalho que exige
organização?
6. Quando você precisa fazer algo que exige
muita concentração, com que frequência você
evita ou adia o início?
7. Com que frequência você coloca as coisas
fora do lugar ou tem de dificuldade de
encontrar as coisas em casa ou no trabalho?
8. Com que frequência você se distrai com
atividades ou barulho a sua volta?
9. Com que frequência você tem dificuldade
para lembrar de compromissos ou
obrigações?
Parte B

1. Com que frequência você fica se mexendo


na cadeira ou balançando as mãos ou os pés
quando precisa ficar sentado (a) por muito
tempo?

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2. Com que frequência você se levanta da
cadeira em reuniões ou em outras situações
onde deveria ficar sentado (a)?
3.Com que frequência você se sente inquieto
(a) ou agitado (a)?
4. Com que frequência você tem dificuldade
para sossegar e relaxar quando tem tempo
livre para você?
5. Com que frequência você se sente ativo (a)
demais e necessitando fazer coisas, como se
estivesse “com um motor ligado”?
6. Com que frequência você se pega falando
demais em situações sociais?
7. Quando você está conversando, com que
frequência você se pega terminando as frases
das pessoas antes delas?
8. Com que frequência você tem dificuldade
para esperar nas situações onde cada um tem
a sua vez?
9. Com que frequência você interrompe os
outros quando eles estão ocupados?

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Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento
Disruptivo para Pais e Professores.
Criada por William E. Pelham Jr.

Assinale nos quadros de acordo com o comportamento da criança

Assertivas Nada= 0 Pouco=1 Muito =2 Demais=3


1. Frequentemente interrompe
ou se intromete nas atividades
dos outros (em geral as
conversas ou atividades lúdicas
e jogos)
2.Tem fugido de sua casa ou
escola pelo menos 2 vezes
quando ainda vive com seus
pais ou cuidadores (ou uma vez
sem retornar por um longo
período)
3. Frequentemente argumenta
desnecessariamente com
adultos
4. Frequentemente para obter
vantagens ou favores ou evitar
obrigações.
5. Frequentemente inicia luta
corporal ou brigas com seus
parentes de casa.
6. Tem sido fisicamente cruel
com as pessoas.
7. Fala excessivamente
8. Tem roubado itens ou coisas
9.Distrai-se facilmente por
estímulos.
10. Frequentemente se engaja
em atividades físicas perigosas
sem considerar os riscos e sem
noção de perigo.
11. Frequentemente mata aulas
(antes dos 13 anos)
12. Inquietude excessiva com as
mãos e os pés e durante
postura sentada.
13. É rancorosamente vingativo.
14. Frequentemente usa
linguagem obscena.

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15.F requente responsabiliza os
outros pelos seus erros ou
comportamentos inadequados
16. Tem deliberadamente
destruído as propriedades dos
outros.
17. Frequentemente desafia ou
se recusa concordar com
opiniões ou regras de adultos.
18. Parece frequentemente não
atender quando se fala
diretamente com ele(a).
19. Frequentemente responde
precocemente antes das
perguntas serem completadas.
20. Frequentemente inicia lutas
físicas e brigas com pessoas
que não conhece ou que vivem
na sua escola ou vizinhança.
21. Frequentemente pula de
uma atividade para outra.
22. Tem frequentemente
dificuldade de participar uma
atividade em silêncio.
23. Frequentemente falha em
cumprir atividades que exigem
observação de detalhes e
comete erros na escola, em
casa e/ou com os trabalhos.
24. Frequentemente emburra e
aborrece por pouca coisa.
25. Frequentemente levanta ou
anda em momentos em que se
espera que fique sentado e
tranquilo.
26. Frequentemente e sensível e
facilmente se aborrece com os
outros.
27. Frequentemente não segue
instruções e fracassam em
tarefas escolares, trabalhos da
escola ou pesquisas no
ambiente onde se faz estas
atividades (mas não por
comportamento opositivo ou
porque não entendeu as
instruções).

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28. Temperamento explosivo
facilmente.
29. Tem frequente dificuldade
em sustentar a atenção em
tarefas ou atividades lúdicas.
30.Tem dificuldade em esperar
a sua vez.
31. Forçou ou força alguém a
manter elações sexuais.
32. Aplica bullying, intimida ou
ameaça as pessoas.
33. Frequentemente quer
sempre chegar logo na frente e
faz as coisas correndo.
34. Frequentemente perde
coisas objetos necessários
para tarefas e atividades
(brinquedos, materiais
escolares, lápis, livros ou
instrumentos quaisquer).
35. Frequentemente se agita e
corre excessivamente em
situações nas quais não se
recomenda ou não se é
esperado (em adolescentes e
adultos, pode ser em situações
onde se esteja o descanso ou
subjetivamente se espera que
sossegue).
36. Aplica atos cruéis com
animais.
37. Frequentemente evita, não
gosta ou fica relutante para se
engajar em atividades.
38. Fica fora de casa com
frequência mesmo com a
proibição dos pais, começando
antes dos 13 anos.
39. Deliberadamente aborrece
as pessoas.
40. Tem roubado de forma a
confrontar com a vítima
(assalto, puxa objetos,
extorsão, e roubo à mão
armada).
41. Estraga deliberadamente
coisa, patrimônios, causando
sérios danos.
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42. Tem evidente dificuldade e
organizar tarefas e atividades
sequenciais.
43. Tem quebrado e devastado
muitas coisas da casa, do carro
ou da escola
44. Frequentemente é
esquecido para atividades
rotineiras de vida
45. Tem usado instrumentos ou
armas que tem causado sérios
danos físicos às pessoas ou
instituições.

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ESCALA (CARS)- CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE

Schopler,E; Reichler,RJ; Renner,BR

Escala para avaliação complementar ao diagnóstico de Autismo e


gravidade (Leve, moderado e Grave)

Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12936/000634977.pdf

1 - Relacionamento inter-pessoal
Pontos Sintomas
1 Sem evidencia de dificuldade ou anormalidade: o comportamento
da criança é apropriado para a idade. Alguma timidez, inquietação ou
prejuízo pode ser observado, mas não a um nível diferente (atípico)
quando comparado com outra de mesma idade.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança evita olhar o adulto nos olhos;
evita o adulto; demonstra dificuldade quando é forçado a tal; é
extremamente tímido; não é tão sociável com um adulto quanto uma
criança normal de mesma idade; fica agarrada aos familiares de
forma mais intensa que outras de mesma idade.
2,5
3 Grau moderado: A criança as vezes demonstra isolamento. Há
necessidade de esforço persistente para obter sua atenção. Há um
contato mínimo por iniciativa da criança (o contato pode ser
impessoal).
3,5
4 Grau severo: A criança é isolada realmente, não se dando conta
do que o adulto está fazendo; nunca responde as iniciativas do
adulto ou inicia contato. Somente as tentativas muito intensas
para obter sua atenção tem algum efeito positivo.

2 - Imitação
Pontos sintomas
1 Apropriada: A criança imita sons, palavras e movimentos que são
apropriados para seu nível de desenvolvimento.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança imita comportamentos
simples como bater palmas ou palavras isoladas na maior parte do
tempo. As vezes reproduz uma imitação atrasada (após tempo de
latência)
137

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2,5
3 Grau moderado: A criança só imita as vezes e mesmo assim precisa
de considerável persistência e auxílio do adulto. Frequentemente
reproduz uma imitação atrasada.
3,5
4 Grau severo: A criança raramente ou mesmo nunca imita sons,
palavras, ou movimentos mesmo com auxílio de adultos ou após
período de latência.

3 - Resposta emocional
Pontos sintomas
1 Resposta apropriada para a idade e situação: A resposta
emocional (forma e quantidade) demonstra sintonia com a expressão
facial, postura corporal e modos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança ocasionalmente demonstra
alguma inadequação na forma e quantidade das reações
emocionais. Às vezes as reações são não relacionadas a objetos ou
acontecimentos do “entorno”.
2,5
3 Grau moderado: Há presença definitiva de sinais inapropriados na
forma e quantidade das respostas emocionais. As reações podem ser
inibidas ou exageradas, mas também podem não estar relacionadas
com a situação. A criança pode fazer caretas, rir ou ficar estática
apesar de não estarem presentes fatos que possam estar causando
tais reações.
3,5
4 Grau severo: As respostas são raramente apropriadas as situações:
quando há determinado tipo de humor é muito difícil modificá-lo
mesmo que se mude a atividade. O contrário também é verdadeiro
podendo haver enorme variedade de diferentes reações emocionais
durante um curto espaço de tempo mesmo que não tenha sido
acompanhado por nenhuma mudança no meio ambiente.

4 - Expressão corporal
Pontos Sintomas
1 Apropriada: A criança se move com a mesma facilidade, agilidade e
coordenação que outra da mesma idade.
1,5

138

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2 Grau leve de anormalidade: Algumas peculiaridades “menores”
podem estar presentes como movimentos desajeitados, repetitivos,
coordenação motora pobre, ou presença rara de movimentos não
usuais descritos no próximo item.
2,5
3 Grau moderado: Comportamentos que são claramente estranhos ou
não usuais para outras crianças de mesma idade. Podem estar
presente: peculiar postura de dedos e corpo, auto-agressão, balançar-
se, rodar e contorcer-se, movimentos serpentiformes de dedos ou
andar na ponta dos pés.
3,5
4 Grau severo: Movimentos frequentes ou intensos (descritos acima)
são sinais de comprometimento severo do uso do corpo. Estes
comportamentos podem estar presentes apesar de um persistente
trabalho de modificação comportamental assim como se manterem
quando a criança está envolvida em atividades.

5 - Uso do objeto
Pontos Sintomas
1 Uso e interesse apropriado: A criança demonstra interesse
adequado em brinquedos e outros objetos relativos a seu nível de
desenvolvimento. Há uso funcional dos brinquedos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança apresenta menos interesse
pelo brinquedo que a criança normal ou há um uso inapropriado para
a idade (bater o brinquedo no chão ou colocá-lo na boca).
2,5
3 Grau moderado: Há muito pouco interesse por brinquedos e objetos
ou o uso é disfuncional. Pode haver um foco de interesse em uma
parte insignificante do brinquedo, ficar fascinado com o reflexo de luz
do objeto, ou eleger um excluindo todos os outros. Este
comportamento pode ao menos ser parcialmente ou temporariamente
modificável.
3,5
4 Grau severo: A criança pode apresentar os sintomas descritos acima
porém com uma intensidade e frequência maior. Há significativa
dificuldade em distrair a criança quando está “ocupada” com estas
atividades inadequadas e é extremamente difícil modificar o uso
inadequado do uso dos objetos.

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6 - Adaptação a mudanças
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: Apesar da criança notar e comentar
sobre as mudanças de rotina, há uma aceitação sem grandes
distúrbios.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Quando o adulto tenta modificar
algumas rotinas a criança continua com a mesma atividade ou no uso
dos mesmos materiais, porém pode ficar facilmente “confusa” assim
com aceitar a mudança. Ex: fica muito agitada quando é levada numa
padaria diferente / o caminho para a escola é mudado, mas é
acalmada facilmente.
2,5
3 Grau moderado: Há resistência as mudanças da rotina. Há uma
tentativa de persistir na atividade costumeira e é difícil acalmá-la;
ficam raivosos ou tristes quando há modificação.
3,5
4 Grau severo: Quando ocorrem mudanças a criança apresenta
reações graves que são difíceis de serem eliminadas. Se são
forçadas a modificarem a rotina podem ficar extremamente
irritados/raivosos ou não cooperativos e talvez respondam com birras.

7 - Uso do olhar
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: O uso do olhar é normal para a
idade. A visão é usada junto com os outros sentidos como a audição e
tato, como forma de explorar os objetos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança precisa ser lembrada de vez
em quando para olhar para os objetos. A criança pode estar mais
interessada em olhar para espelhos e luzes que outras crianças da
mesma idade, ou ficar olhando para o espaço de forma vaga. Pode
haver evitação do olhar.
2,5
3 Grau moderado: A criança precisa ser lembrada a olhar o que está
fazendo. Podem ficar olhando para o espaço de forma vaga; evitação
do olhar; olhar para objetos de modo peculiar; colocar objetos muito
próximos aos olhos apesar de não terem déficit visual.
3,5
4 Grau severo: Há uma persistência recusa em olhar para pessoas ou
certos objetos e podem apresentar outras peculiaridades no uso do
olhar em graus extremos como os descritos acima.
140

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8 - Uso da audição
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: O uso da audição é normal para a
idade. A audição é usada junto com os outros sentidos como a visão e
tato.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Pode haver falta de resposta a certos
sons, assim como uma hiper-reação. As vezes a reação é atrasada,
as vezes é necessário a repetição de um determinado som para
“ativar” a atenção da criança. A criança pode apresentar uma resposta
catastrófica a sons estranhos a ela.
2,5
3 Grau moderado: A resposta aos sons podem variar: ignorá-lo das
primeiras vezes, ficar assustado com sons de seu cotidiano, tampar
os ouvidos.
3,5
4 Grau severo: Há uma sub ou hiper-reatividade aos sons, de uma
forma extremada, independentemente do tipo do som.

9 - Uso do paladar, olfato e do tato


Pontos Sintomas
1 Normal: A criança explora novos objetos de acordo com a idade
geralmente através dos sentidos. O paladar e olfato são usados
apropriadamente quando o objeto é percebido como comível. Quando
há dor resultante de batida, queda, ou pequenos machucados a
criança expressa seu desconforto, porém sem uma reação
desmedida.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança persiste no levar e manter
objetos na boca, em discrepância de outras da mesma idade. Pode
cheirar ou colocar na boca, de vez em quando, objetos não
comestíveis. A criança pode ignorar ou reagir de forma exacerbada a
um beliscão ou alguma dor leve que numa criança normal seria
expressada de forma adequada (leve).
2,5
3 Grau moderado: Pode haver um comportamento de grau moderado
de tocar, cheirar, lamber objetos ou pessoas. Pode haver uma reação
não usual a dor de grau moderado, assim como sub ou hiper-reação.
3,5

141

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4 Grau severo: Há um comportamento de cheirar, colocar na boca, ou
pegar objetos - pela sensação em si - sem o objetivo de exploração
do objeto. Pode haver uma completa falta de resposta a dor assim
como uma hiper-reação a algo que é só levemente desconfortável.

10 - Medo e nervosismo
Pontos Sintomas
1 Normal: O comportamento é apropriado a situação e a idade da
criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: De vez em quando a criança demonstra
medo e nervosismo que é levemente inapropriado (para mais ou
menos) quando comparado a outras de mesma idade.
2,5
3 Grau moderado: A criança apresenta um pouco mais ou um pouco
menos de medo que uma criança normal mesmo quando comparado
a outra de menor idade colocada em situação idêntica. Pode ser difícil
entender o que está causando o comportamento de medo
apresentado, assim como é difícil confortá-la nessa situação.
3,5
4 Grau severo: Há manutenção de medo mesmo após repetidas
experiências de esperado bem-estar. Na consulta de avaliação a
criança pode estar amedrontada sem razão aparente. É
extremamente difícil acalmá-la. Pode também não apresentar
medo/sentido de auto-conservação a cachorros não conhecidos, a
riscos da rua e trânsito, como outras que as da mesma idade evitam.

11 - Comunicação verbal
Pontos Sintomas
1 Normal: A comunicação verbal é apropriada a situação e a idade da
criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A fala apresenta um atraso global. A
maior parte da fala é significativa, porém pode estar presente ecolalia
ou inversão pronominal em idade onde já não é normal sua presença.
Algumas palavras peculiares e jargões podem estar presentes
ocasionalmente.
2,5
3 Grau moderado: A fala pode estar ausente. Quando presente a
comunicação verbal pode ser uma mistura de fala significativa + fala
142

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peculiar como jargões; comerciais de TV; jogo de futebol; reportagem
sobre o tempo + ecolalia + inversão pronominal. Quando há fala
significativa podem estar presentes um excessivo questionamento e
preocupação com tópicos específicos.
3,5
4 Grau severo: Não há fala significativa; há grunhidos, gritos, sons que
lembram animais ou até sons mais complexos que se aproximam da
fala humana. A criança pode mostrar persistente e bizarro uso de
conhecimento de algumas palavras ou frases.

12 - Comunicação não-verbal
Pontos Sintomas
1 Normal: A comunicação não-verbal é apropriada a situação e a idade
da criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: O uso da comunicação não-verbal é
imaturo, p.ex: a criança somente aponta/mostra sem precisão o que
quer numa situação em que a criança normal de mesma idade aponta
ou demonstra por gestos de forma mais significativa o que quer.
2,5
3 Grau moderado: A criança é incapaz, geralmente, de expressar
necessidades e desejos através de meios não-verbais, assim como é,
geralmente, incapaz de compreender a comunicação não-verbal dos
outros. Pegam na mão do adulto o levando ao objeto desejado, mas
são incapazes de mostrar através de gestos o objeto desejado.
3,5
4 Grau severo: Há somente uso de gestos bizarros e peculiares que
não aparentam significado. Demonstram não terem conhecimento do
significado de gestos ou expressões faciais de terceiros.

13 - Atividade
Pontos Sintomas
1 Normal: A atividade é apropriada a situação e a idade da criança,
quando comparada a outras.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Pode haver uma leve inquietação ou
alguma lentidão de movimentos. O grau de atividade interfere
somente de forma leve na performance da criança. Geralmente é
possível encorajar a manter um nível adequado de atividade.
2,5
143

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3 Grau moderado: A criança pode ser inquieta e ter dificuldade de ficar
quietar. Pode aparentar ter uma quantidade infinita de energia e não
querer/ter vontade de dormir a noite. Pode também ser letárgica e
exigir grande esforço para modificação deste comportamento. Podem
não gostar de jogos que requeiram atividade física e assim “passar”
por preguiçosos.
3,5
4 Grau severo: Há demonstração de níveis de atividade em seus
extremos: hiper ou hipo, podendo também passar de uma para outra.
É difícil o manejo desta criança. Quando há hiper-atividade ela está
presente em todos os níveis do cotidiano, sendo necessário quase
que um constante acompanhamento por parte de um adulto. Se a
criança é letárgica é muito difícil motivá-la a alguma atividade.

14 - Grau e consistência das respostas da inteligência


Pontos Sintomas
1 Normal: A criança é inteligente como uma criança normal de sua
idade não havendo nenhuma habilidade não-usual ou problema.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança não é tão inteligente quanto
uma criança de mesma idade e suas habilidades apresentam um
atraso global em todas as áreas, de forma equitativa.
2,5
3 Grau moderado: Em geral a criança não é tão inteligente quanto
outra de mesma idade, entretanto há algumas áreas intelectivas que o
funcionamento beira o normal.
3,5
4 Grau severo: Mesmo em uma criança que geralmente não é tão
inteligente quanto uma normal de mesma idade, pode haver um
funcionamento até melhor em uma ou mais áreas. Podem estar
presentes certas habilidades não-usuais como p.ex: talento para
música, ou facilidade com números.

15 - Impressão geral
Pontos Sintomas
1 Não há autismo: A criança não apresentou nenhum sintoma
característico de autismo.
1,5
2 Autismo de grau leve: A criança apresentou somente alguns poucos
sintomas ou grau leve de autismo.
144

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2,5
3 Autismo de grau moderado: A criança apresentou um número de
sintomas ou um moderado grau de autismo.
3,5
4 Autismo de grau severo: A criança apresentou muitos sintomas ou
um grau severo de autismo.

Pontuação

o A contagem total do teste será feita no final,


o Durante a coleta das informações deve-se ter em mente que o
comportamento da criança deve ser balizado com outra (normal) de mesma
idade.
o As “notas” variam de 1 a 4.
o A “nota” 1 significa que o comportamento está dentro dos limites da
normalidade para outra criança de mesma idade.
o A “nota” 2 é “dada” para quando houver pequena anormalidade, quando
comparada a outra criança de mesma idade.
o A 3 indica que a criança examinada apresenta um grau moderado de
comprometimento no assunto pesquisado.
o A 4 é para aquela cujo comportamento é severamente anormal para a idade.
o Os meios pontos são para serem usados quando o comportamento situar-
se entre os dois itens,

Resultado final:

o Normal: 15 – 29,5,
o Autismo leve/moderado: 30 – 36,5,
o Autismo grave: acima 37.

M-CHAT em Português

Fonte: LOSAPIO & PONDÉ, Rev Psiquiatr RS. 2008;30(3) – 221-229.

Por favor, preencha as questões abaixo sobre como seu filho geralmente é. Por favor,
tente responder todas as questões. Caso o comportamento na questão seja raro (ex.
você só observou uma ou duas vezes), por favor, responda como se seu filho não
fizesse o comportamento.

1.Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc.? Sim Não

145

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2. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não
3. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não
4. Seu filho gosta de brincar de esconder e mostrar o rosto ou de Sim Não
esconde-esconde?
5. Seu filho já brincou de faz-de-conta, como, por exemplo, fazer de Sim Não
conta que está falando no telefone ou que está cuidando da boneca,
ou qualquer outra brincadeira de faz-de-conta?
6. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir Sim Não
alguma coisa?
7. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar Sim Não
interesse em algo?
8. Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos Sim Não
pequenos (ex. carros ou blocos) sem apenas colocar na boca,
remexer no brinquedo ou deixar o brinquedo cair?
9. O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe Sim Não
mostrar este objeto?
10. O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou Sim Não
dois?
11. O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (ex. tapando os Sim Não
ouvidos)?
12. O seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? Sim Não
13. seu filho imita você? (ex. você faz expressões/caretas e seu filho Sim Não
imita?)
14. O seu filho responde quando você chama ele pelo nome? Sim Não
15. Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu Sim Não
filho olha para ele?
16. Seu filho já sabe andar? Sim Não
17. O seu filho olha para coisas que você está olhando? Sim Não
18. O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do Sim Não
rosto dele?
19. O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? Sim Não
20. Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? Sim Não
21. O seu filho entende o que as pessoas dizem? Sim Não
22. O seu filho às vezes fica aéreo, “olhando para o nada” ou Sim Não
caminhando sem direção definida?
23. seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando Sim Não
vê algo estranho?

ATA – Autistic Traits Assessment (Avaliação de Traços


Autistas)
Nome da criança: ________________________________________
Idade: _________
Data da aplicação: ____/____/____

146

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Responda as questões de acordo com sua percepção sobre a criança. Marque
um X sobre os comportamentos que você observa na criança.

I. INTERAÇÃO SOCIAL
1. Não sorri
2. Ausência de aproximações espontâneas
3. Não busca companhia
4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo)
5. Evita pessoas
6. É incapaz de manter um intercâmbio social (conversa com trocas, pergunta e
resposta)
7. Isolamento intenso

II. AMBIENTE
1. Não responde às solicitações
2. Mudança repentina de humor
3. Mantém-se indiferente, sem expressão
4. Risos compulsivos
5. Birra e raiva frequente
6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar)

III. PESSOAS AO SEU REDOR


1. Utiliza-se do adulto como um objeto (por exemplo, levando a mão do adulto
até o interruptor, para acender a luz)
2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo,
faz a perna do adulto de ponte para o carrinho passar)
3. O adulto é essencialmente um meio para suprir uma necessidade (por
exemplo, a aproximação tem o objetivo principal de pedir coisas)
4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta
desse adulto (por exemplo, desliga a TV que o adulto esteja assistindo,
ameaça quebrar algo, joga coisas no adulto, toma coisas da mão do adulto
como pirraça)

IV. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS


1. Insistente em manter a rotina (por exemplo, prefere fazer sempre o mesmo
passeio ou comer sempre a mesma coisa)
2. Grande relutância em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como
mudanças de atividade, horário ou mobília
3. Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou
atividade (por exemplo, brincar sempre do mesmo jeito)

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V. BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA
1. Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-estabelecidos
2. Prende-se a uma ordenação espacial (cada coisa tem um lugar próprio rígido
para ficar)
3. Prende-se a uma sequência temporal (por exemplo, só pode por a meia
depois da blusa)
4. Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (por exemplo, a mesma
pessoa precisa sentar sempre no mesmo lugar)

VI. CONTATO VISUAL


1. Desvia o olhar, não olhando nos olhos ou olhando sempre rapidamente
2. Olha para outra direção quando é chamado
3. Expressão do olhar vazio e sem vida (sem expressão de emoções,
indiferente)
4. Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira
intermitente (não contínua, ou seja, com pausas)
5. Fixa os objetos com um olhar periférico, não central (olhar de lado, com a
cabeça um pouco virada e não de frente)
6. Dá a sensação de que não olha

VII. MÍMICA INEXPRESSIVA


1. Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a frequência
esperada
2. Não mostra uma reação antecipatória (como um ‘suspense’ pelo que vai
acontecer)
3. Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente
4. Imobilidade facial

VIII. DISTÚRBIOS DE SONO


1. Não quer ir dormir (relutância frequente, choro, birra, resistência intensa e
prolongada)
2. Levanta-se muito cedo
3. Sono irregular (em intervalos)
4. Troca o dia pela noite
5. Dorme poucas horas

IX. ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO


1. Seletividade alimentar rígida (ex.: come o mesmo tipo de alimento sempre)
2. Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos)
3. Quando pequeno, não mastigava
4. Apresenta uma atividade ruminante (fica um tempo longo com a comida na
boca, de um lado para o outro, antes de engolir)
5. Vômitos
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6. Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira
7. Rituais (por exemplo, esfarelar alimentos antes da ingestão)
8. Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa)

X. CONTROLE DOS ESFÍNCTERES


1. Medo de sentar-se no vaso sanitário
2. Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto (por exemplo, ameaça fazer
xixi no local errado de propósito)
3. Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de prazer
4. Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente

XI. EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR)


1. Morde e engole objetos não alimentares
2. Chupa e coloca as coisas na boca
3. Cheira tudo
4. Apalpa tudo, examina as superfícies com os dedos de forma minuciosa

XII. USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS


1. Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo
2. Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão
3. Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou gira)
4. Carrega insistentemente consigo determinado objeto
5. Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo
6. Coleciona objetos estranhos
7. Utiliza os objetos de forma particular (pouco usual) e inadequada

XIII. ATENÇÃO
1. Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo ou
é incapaz de fixá-la
2. Age como se fosse surdo
3. Tempo de latência de resposta aumentado, entende as instruções com
dificuldade.
4. Resposta retardada
5. Muitas vezes dá a sensação de ausência

XIV. AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM


1. Não quer aprender
2. Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste
3. Esquece rapidamente
4. Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer
5. Insiste constantemente em mudar de atividade

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XV. FALTA DE INICIATIVA
1. É incapaz de ter iniciativa própria
2. Busca a comodidade
3. Passividade, falta de interesse
4. Lentidão
5. Prefere que outro faça o trabalho para ele

XVI. ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO


1. Mutismo
2. Estereotipias vocais (fazer sempre os mesmos sons)
3. Entonação incorreta
4. Ecolalia imediata e/ou retardada (repetir palavras ou falas que acabou de
ouvir, imediatamente ou algum tempo depois)
5. Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor comunicativo
6. Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões, sem
nenhuma razão aparente
7. Não se comunica por gestos
8. As interações com o adulto nunca são um diálogo

XVII. NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS


1. Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza porque não quer, mesmo que
solicitado
2. Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um
interesse específico
3. Aprende coisas, porém somente as demonstra em determinados lugares e
com determinadas pessoas
4. Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas

XVIII. REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO


1. Reações de desagrado intenso caso seja esquecida alguma coisa
2. Reações de desagrado intenso caso seja interrompida alguma atividade que
goste
3. Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem
4. Reações de birra

XIX. RESPONSABILIDADES
1. Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja
2. Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou elevar
o tom de voz

XX. HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE

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A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e
incontrolada, até grande passividade, com ausência total de resposta. Estes
comportamentos não têm nenhuma finalidade.

1. A criança está constantemente em movimento


2. Mesmo estimulada, não se move
3. Barulhento, a maioria das coisas que faz geram ruído/barulho
4. Vai de um lugar a outro, sem parar
5. Fica pulando (saltando) no mesmo lugar
6. Não se move nunca do lugar onde está sentado

XXI. MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS


Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino.

1. Balança-se
2. Olha e brinca com as mãos e os dedos
3. Tapa os olhos e as orelhas
4. Dá pontapés
5. Faz caretas e movimentos estranhos com a face
6. Fica rodopiando ou rodando objetos
7. Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo
movimentos estranhos
8. Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, posições estranhas,
pernas dobradas, cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo

XXII. IGNORA O PERIGO


1. Não se dá conta do perigo
2. Sobe em todos os lugares
3. Parece insensível à dor

XXIII. APARECIMENTO DOS SINTOMAS ANTES DOS 36 MESES (DSM-IV)*


O último item da escala (XXIII) não possui subescalas/subitens e refere-se à
visão geral dos sintomas assinalados no decorrer da escala. Se os sintomas
assinalados nos itens anteriores já estavam presentes antes dos 3 anos (36
meses) de idade, marque 2 pontos para o item XXIII. Se apareceram depois
dessa idade, não pontuar este item.

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