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Aula 01

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IV
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APRESENTAÇÃO DO CURSO E DO CONCURSO ----------------------------------------------------------------3


ÚLTIMAS PROVAS DA FGV -----------------------------------------------------------------------------------------4
O ESTILO DE QUESTÃO DA FGV -----------------------------------------------------------------------------------5
DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO: CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS; AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA;---------5
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO JUDICIÁRIO ---------------------------------------------------------------------7
PERÍCIA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO JUDICIAL----------------------------------------------------------------------------7
DANO PSÍQUICO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22
DEFINIÇÃO DE GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. ---------------------------------------------------------------- 26
O BENDITO DO RORSCHACH ---------------------------------------------------------------------------------------------- 29
AINDA SOBRE A PERÍCIA --------------------------------------------------------------------------------------------------- 30
CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JURÍDICO ------------------------------------------------------------------------- 30
AVALIAÇÃO PSICODINÂMICA (QUE PODE ESTAR NA FGV) ---------------------------------------------------------------- 40
FUNDAMENTOS E ETAPAS DA MEDIDA PSICOLÓGICA. --------------------------------------------------------------------- 43
PLANO DE AVALIAÇÃO E BATERIA DE TESTES ------------------------------------------------------------------------------ 43
SATEPSI ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 43
ADMINISTRAÇÃO DOS TESTES NA APLICAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 44
FASES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA -------------------------------------------------------------------------------------- 47
DEFINIÇÃO DE TESTE PSICOLÓGICO -------------------------------------------------------------------------------------- 48
TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS ----------------------------------------------------------------------------------------- 48
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: CRITÉRIOS DE SELEÇÃO, AVALIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS. ---------- 54

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PADRONIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 55

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FIDEDIGNIDADE ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 57
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VALIDADE ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 57
TIPOS DE TESTES ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58
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ESTUDO DE ALGUNS DOS TESTES PSICOLÓGICOS ------------------------------------------------------------------------ 60


ENTREVISTA E TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA. --------------------------------------------- 80
NS

BREVES CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS ----------------------------------------------------------------------------------- 83


TIPOS DE ENTREVISTAS PSICOLÓGICAS ---------------------------------------------------------------------------------- 83
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OBJETIVOS DA ENTREVISTA ----------------------------------------------------------------------------------------------- 88


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ENTREVISTA DIAGNÓSTICA E DE PSICODIAGNÓSTICO -------------------------------------------------------------------- 91


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ETAPAS DAS ENTREVISTAS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ---------------------------------------------------------------- 92


RAPPORT, TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA ------------------------------------------------------------------ 93
TÉCNICAS DE ENTREVISTA ------------------------------------------------------------------------------------------------ 94
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ABORDAGENS E PERSPECTIVAS TEÓRICAS ------------------------------------------------------------------------------- 96


COMPETÊNCIAS DO AVALIADOR, QUALIDADE DA RELAÇÃO, ROGERS E A ENTREVISTA DIALÓGICA (EXTRA) ------------- 98
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ARZENO E A ENTREVISTA INICIAL (FICHAMENTO - PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO: NOVAS CONTRIBUIÇÕES) (EXTRA) 100
BLEGER E A ENTREVISTA PSICOLÓGICA --------------------------------------------------------------------------------- 107
RECOMENDAÇÕES DE ERIKSON ----------------------------------------------------------------------------------------- 114
PSICODIAGNÓSTICO – V (FICHAMENTO)-------------------------------------------------------------------------------- 115
ENTREVISTA FAMILIAR ESTRUTURADA (EXTRA) ------------------------------------------------------------------------- 121
ENTREVISTA COGNITIVA ------------------------------------------------------------------------------------------------- 127
ELABORAÇÃO DE INFORMES PSICOLÓGICOS (DE ACORDO COM LEGISLAÇÃO EM VIGOR NO
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA). -------------------------------------------------------------------- 135
INFORME PSICOLÓGICO ------------------------------------------------------------------------------------------------- 135
ESTUDO DE CASO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 136
A RESOLUÇÃO CFP Nº 007/2003-------------------------------------------------------------------------------------- 137
DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ------------------------------------------------------------ 146
A POLÊMICA DE CUNHA -------------------------------------------------------------------------------------------------- 147
CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO --------------------------------------------------------------------------- 147
UM ÚLTIMO CAROÇO DE INFORMAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 157
RESOLUÇÕES DO CFP (RESOLUÇÃO CFP Nº 13/2018, CFP Nº 09/2018, CFP Nº 001/2018). ----- 160
RESOLUÇÃO CFP Nº 13/2018 ----------------------------------------------------------------------------------------- 160
RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL DE 2018 -------------------------------------------------------------------- 161
QUESTÕES -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 171
QUESTÕES COMENTADAS E GABARITADAS ---------------------------------------------------------------- 190
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Apresentação do curso e do concurso


Meus queridos colegas, amigos e alunos, sejam bem vindos ao nosso curso
para a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro! É com muuuuita felicidade
que estou aqui novamente com vocês. Assim, já vou explicar alguns pontos. A
vaga será nossa!
Eis os principais dados do concurso até o presente momento:

Inscrições: de 10 de janeiro até dia 06 de março de 2019


Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Vagas: 1+CR
Remuneração inicial: R$ 3.949,47
Data da Prova:14 de Abril de 2019.
Conteúdos da prova: Para Técnico Superior Especializado haverá

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questões de Língua Portuguesa (30), Noções de Direito (10), e

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Conhecimentos Específicos (40). AT
O nosso curso do Psicologia Nova irá preparar você para a parte de
Conhecimentos Específicos!
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7 Motivos para você fazer esse concurso:


1. Poucas matérias (psicologia, português e noções de direito)
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2. Não tem prova discursiva


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3. Não tem prova de títulos


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4. A banca é muito boa (FGV)


5. É no dia da prova da SEDEST
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6. A concorrência tende a ser baixa


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7. Temos curso no Psicologia Nova!!!

Sobre o nosso curso:


Professor: Alyson Barros
Carga Horária Total do Curso: 15 horas/aula (30 blocos de 25 minutos
cada)
Certificado ao final do curso: Sim (após 80% de visualização do
conteúdo).
Preço do certificado: Gratuito.

A disponibilização do curso ocorrerá conforme os calendários abaixo:


Aula Conteúdo Data provável
de liberação
1 Diagnóstico Psicológico: conceituação e objetivos; 07/01
avaliação psicológica; entrevista e técnicas de
intervenção psicológica. Elaboração de informes
psicológicos (de acordo com legislação em vigor no
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Conselho Federal de Psicologia). Código de Ética do


Psicólogo e Resoluções do CFP (Resolução CFP nº
13/2018, CFP nº 09/2018, CFP nº 001/2018).
2 Psicopatologia: natureza e causa dos distúrbios (DSM V 17/01
e CID X), psicopatologia e justiça; drogas e álcool:
dependência química.
3 Saúde mental e os princípios da luta antimanicomial. 24/01
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. A criança e o
adolescente: desenvolvimento emocional e social;
clínica do idoso; Grupo social e familiar: o indivíduo e o
grupo; as transformações da família.
4 Temas em Psicologia jurídica: adoção, infância e 31/01
juventude, idoso, família, adolescente em conflito com
a lei, violência doméstica familiar e contra a mulher,
área criminal, abuso sexual e suas interfaces.
5 Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente 07/02

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e suas alterações; Adolescentes em conflito com a lei e

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as medidas socioeducativas. Lei nº 12.594/12 - SINASE.
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O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º outubro de 21/02
2003). Lei nº 13.146/15 - Lei Brasileira de Inclusão da
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Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com


Deficiência);
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Lei nº 13.431/ 2017.


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7 Psicologia Social. Norma, disciplina e poder. 07/03


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Psicologia, Direitos Humanos e Democracia. Sociedade


DE

e processos de exclusão e segregação. Criminalização


e produção de subjetividades. Drogas, assistência e
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cidadania. Sexualidade, gênero e identidade.


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Tem muito assunto? Tem. Temos competência para isso, fique tranquilo.
Quero apenas que abaixe a cabeça e que venha conosco!

Costumo lançar a aula no final do dia viu. Sem ansiedade.


Podemos ter atrasos? Claaaaro que sim. Se isso acontecer, avisarei em
nosso grupo do WhatsApp e mudarei o calendário da descrição do curso em nossa
página: www.psicologianova.com.br.

Últimas provas da FGV


Durante os anos de 2014 e 2015 a FGV praticamente reinou no mundo dos
concursos. Porém, acredito de depois de vários escândalos envolvendo a empresa,
em 2016, 2017 e 2018 a FGV praticamente desapareceu do mercado.
Além disso, no final de 2018 ela foi condenada por improbidade
administrativa, decisão que ainda pode ser recorrida. Tudo indica que, caso tudo

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permaneça como está, o nosso concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio


de Janeiro será um dos raros que ela irá fazer em 2019/2020 para a nossa área.
Mas Professor, há algum risco para mim?
Pela experiência que temos e pelas informações disponíveis, por
tranquilizar-se. Não há risco de cancelarem o concurso nem de termos mutreta em
nossa área.
Eis uma pequena lista de provas que gostaria que você resolvesse:
2017 - MPE – Bahia
2018 – MP – Alagoas
Vou coloca-las em nossa área do aluno. São duas provas relativamente
fáceis (principalmente para quem estudou).
Analisando somente essas duas provas nós podemos prever pelo menos
70% das questões de nossa prova. Acredite!
DICA: Na verdade, até questões “repetidas” temos na FGV, e isso não é de hoje!
Irei “prever” essas questões nas aulas seguintes. =]

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O estilo de questão da FGV AT
Podemos esperar pelo menos 1/3 das questões de psicologia aplicadas.
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Especialmente nos últimos tópicos de nosso edital, os mais “polêmicos”:


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Psicologia Social. Norma, disciplina e poder. Psicologia, Direitos Humanos e


Democracia. Sociedade e processos de exclusão e segregação. Criminalização e
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produção de subjetividades. Drogas, assistência e cidadania. Sexualidade, gênero


M

e identidade.
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O que são questões aplicadas? São questões que versam sobre a realidade
da DPE-RJ, provavelmente com autores utilizados pelos profissionais e a partir das
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publicações da área social da própria defensoria.


Vamos começar?
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Diagnóstico Psicológico: conceituação e objetivos;


avaliação psicológica;
O que é uma questão “aplicada” para a FGV? Vejamos algumas questões do
MPE-Bahia (2018):
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Apesar das formalidades exigidas do psicólogo para a realização de
avaliação psicológica no âmbito jurídico, é possível a intercessão
com a psicanálise, inclusive, de orientação lacaniana.
Assinale a opção que indica uma contribuição desta última para o
trabalho de avaliação.
(A) Atentar para a demanda judicial e revelar a verdade
desconhecida ao próprio sujeito para informá-la ao juiz.
(B) Desestabilizar a versão imaginária da situação conflituosa e das
motivações do sujeito para que este se implique em seus atos.
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(C) Auxiliar na adaptação do 'Eu' ao ambiente e às pressões


pulsionais, sobretudo, aquelas provenientes do 'Isso'.
(D) Preservar a neutralidade e utilizar testes projetivos como meio
de desviar da posição defensiva do sujeito.
(E) Conduzir a avaliação para que o sujeito atravesse o fantasma e
aja em conformidade com a experiência trágica de seu desejo.
Gabarito: B
Comentários: A questão começa com uma fumaça ninja e assusta o
candidato ao citar Lacan. Na verdade, a questão nem trata de
avaliação psicológica em sim, mas da postura do psicólogo em
casos de avaliação no âmbito jurídico. A própria psicologia NÃO tem
como objetivo revelar a verdade desconhecida ao próprio sujeito
para informá-la ao juiz – pois o foco no campo jurídico é com a
prova pericial, que partir de dados conhecidos ou não. Nesse campo
jurídico também NÃO cabe a adaptação do Eu ao ambiente – não
estamos tratando da pessoa avaliada, mas levantando informações.
Outra ação que NÃO adotamos é a de utilizar obrigatoriamente

A
IV
testes projetivos – eles até que ajudam a aumentar a ansiedade por
não serem oportunizarem respostas fechadas ao avaliando. Por fim,
AT
novamente, NÃO cabe ao psicólogo adaptar o sujeito.
TR

O foco da avaliação no contexto judiciário é o levantamento


de informações para subsidiar a decisão do juiz. Nesse caminho é
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necessário desestabilizar e reconstruir a imagem que os avaliados


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têm sobre o litígio para reduzir suas defesas e aumentas sua


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cooperação no processo.
DE

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Jefferson, 16 anos, foi apreendido após denúncia de agressão e


ameaça à sua própria mãe. Na audiência de apresentação, o Juiz
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requereu, entre outras providências, a realização do estudo


psicológico, a ser juntado aos autos para a segunda audiência. O
processo de avaliação psicológica de Jefferson deverá
(A) privilegiar as questões de ordem emocional, reservando as
determinações históricas e sociais do caso ao estudo social,
respeitando os limites da atuação multidisciplinar.
(B) estar circunscrito a testes projetivos de personalidade que
revelem a dinâmica do funcionamento emocional e o estágio de
desenvolvimento cognitivo do adolescente.
(C) incluir instrumentais técnicos escolhidos pelo psicólogo, como
testes, visitas domiciliares e institucionais e entrevistas individuais e
familiares.
(D) indicar o nexo causal na conduta delituosa do adolescente e
determinar as medidas socioeducativas cabíveis.

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(E) atender às determinações do Ministério Público e/ou da


autoridade judiciária quanto à escolha dos instrumentos e métodos
para a coleta de dados.
Gabarito: C
Comentários: Mais uma questão de conhecimentos aplicados da
FGV. A avaliação psicológica de Jefferson busca entender o
comportamento do mesmo e deve considerar as determinações
históricas e sociais do caso. Não pode, portanto, relegar tais
aspectos somente ao estudo social (realizado conjuntamente com
outros profissionais). Sua avaliação não está limitada somente à
aplicação de testes projetivos, outros tipos de testes podem ser
utilizados. Também não cabe ao psicólogo indicar o nexo causal na
conduta delituosa do adolescente nem determinar as medidas
socioeducativas cabíveis, quem faz isso é o juiz. Por fim, quem
escolhe os testes é o psicólogo e não o Ministério Público ou a
Autoridade Judiciária!
Portanto, no caso apresentado, e em qualquer caso

A
IV
semelhante, o psicólogo deve incluir instrumentais técnicos
escolhidos pelo psicólogo, como testes, visitas domiciliares e
AT
institucionais e entrevistas individuais e familiares.
TR
NS

Esse é o clássico tópico de avaliação psicológica, porém, com o toque de


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Midas da FGV. Ou seja: não vamos estudar pelos clássicos das outras bancas, mas
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no que pode, realmente, cair em sua prova.


DE

Avaliação Psicológica no Contexto Judiciário


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Sim, a avaliação psicológica no contexto judiciário é bem mais ampla que a


realizada no contexto clínico. Essa amplitude se dá pela quantidade de atores
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envolvidos e de legislação que deve ser obedecida. O psicólogo que atua nessa
área (em tribunais, ministérios públicos ou defensorias) deve estar atento as
jurisdições e instâncias relacionadas, assim como a legislação vigente e as
Resoluções específicas do Conselho Federal de Psicologia.

Perícia Psicológica no contexto Judicial


Em todos os casos deste tópico o psicólogo irá trabalhar com a avaliação
psicológica. Tanto para avaliarmos o dano psíquico, quanto para aferirmos a
capacidade civil, a definição de guarda e a regulamentação de visitas
precisaremos entender o campo, seus conceitos e as consequências da ação
profissional.
Vamos diferenciar três conceitos inicialmente:

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Psicologia Forense1 Psicologia Jurídica Psicologia Judiciária


atua nos processos atua nos processos civis, especificação do
criminais, nas Varas dentro (como peritos) ou psicólogo jurídico que
Criminais e nas Varas fora (como assistentes atua eminentemente
Especiais da Infância e da técnicos) da instituição dentro do sistema
Juventude, utilizando judiciária, analisando a judiciário.
métodos e dinâmica familiar das
procedimentos para pessoas envolvidas nos
avaliar aspectos da litígios nas Varas da
personalidade e o grau de Família e da Infância.
periculosidade de
agentes de condutas
tipificadas por lei como
criminosas.

Mais três pontos convencionados que devem ser diferenciados:


Estudo Diagnóstico Laudo

A
IV
coleta de dados, testes, análise dos dados obtidos exposição formal do
visitas domiciliares, e reflexão diagnóstica. estudo diagnóstico da
AT
exames e outros situação e do parecer
TR

procedimentos. técnico do perito.


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Voltando, o que é perícia? Brandimiller define a perícia como o exame de


O

situações ou fatos, realizado por um especialista ou uma pessoa entendida da


M

matéria que lhe é submetida, denominada perito, com o objetivo de determinar


DE

aspectos técnicos ou científicos. Assim, já podemos fazer a primeira anotação


desse tópico: quem realiza a perícia é o perito.
LA

Toda perícia tem como objetivo fornecer ao juiz informações que escapam
ao conhecimento jurídico ou ao senso comum. Assim, o perito não decide
AU

absolutamente nada, apenas levanta informações para ajudar a subsidiar as


decisões dos magistrados.
No campo jurídico temos perícias realizadas pelos mais variados campos
relevantes. Temos perícias isoladas de assistentes sociais, psicólogos, equipe de
investigação, pedagogos, etc. Mas, como é mais comum e mais indicado para a
sua prova, o ideal é falarmos sempre de um trabalho multidisciplinar. Assim,
geralmente falamos da perícia psicológica associada a outras perícias. O relatório
psicossocial, por exemplo, é consequência do trabalho conjunto entre psicólogos
e assistentes sociais.

1
a Psicologia Forense vem sendo entendida como “aquela que utiliza as áreas de saber
da psicologia para fazer frente aos questionamentos formulados pela justiça,
cooperando, a todo momento, com a administração da mesma, atuando no Foro
(Tribunal), qualificando o exercício do Direito, sendo seus limites estabelecidos pelos
requerimentos da lei e pelo vasto campo de conhecimento da psicologia”. (Rovinski, 2013,
p.17). Em outras palavras, a psicologia forense se ocupa da avaliação e do tratamento dos
indivíduos dentro do contexto legal e inclui conceitos como psicopatia, inimputabilidade,
avaliação de risco, danos pessoais e responsabilidade civil.
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ATENÇÃO: Segundo o Código do Processo Civil, o juiz pode utilizar-se dos serviços
do perito (psiquiatra, psicólogo, pedagogo, serviço social etc.) para esclarecer
questões acerca da tutela, adoção, curatela, casamento, incapacidade para os
atos na vida civil, pedidos de guarda de crianças ou adolescentes, entre outras.

No caso da perícia psicológica, um dos tipos possíveis de perícia, cabe ao


psicólogo documentar nos autos o conhecimento especializado, inclusive com o
grau de recurso. Nesse caso, é possível que o psicólogo faça breves sugestões,
coerentes com a conclusão de seu estudo psicológica. Porém, o juiz não é
obrigado a seguir as orientações do perito psicólogo.
Mas Alyson, o que viria a ser esse grau de recurso? Seria a crítica de outro
profissional, da área da psicologia, sobre o material produzido pelo perito. Nesse
caso, chamamos o assistente técnico. Vamos diferenciar:

Perito Profissional nomeado pelo juiz segundo critérios de confiança e

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capacitação.

IV
Assistente Profissional indicado, opcionalmente, pelas partes, na função de AT
Técnico consultor para reforçar a argumentação apresentada nos autos.
TR

Mas, por qual motivo o perito é chamado? Simples! Admitimos que o juiz
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quase sempre terá uma verdade parcial e incompleta da realidade, em função da


sua posição e da sua formação. Assim, os peritos ajudam na busca da verdade
O

através da produção da prova pericial. Podemos dizer que o direito possui um


M

discurso racional e objetivo, enquanto a psicologia possui um discurso afetivo e


DE

subjetivo. É fácil perceber, portanto, que a psicologia 2 busca contribuir para


humanizar o Judiciário na busca da construção do ideal de justiça.
LA

Perceba que a psicologia não busca prova (sentido jurídico), mas


indicadores da situação familiar que nortearão a atuação do psicólogo, do
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advogado, do promotor e do juiz.


Temos diferenças em relação a avaliação psicológica tradicional? Sim!
Na avaliação forense há um maior distanciamento emocional entre
o sujeito a ser periciado e o Psicólogo, uma vez que este profissional
não é visto pelo sujeito como alguém que vai ajudá-lo.
A avaliação Psicológica forense dirige-se a um foco específico
geralmente determinado pela autoridade Judicial.
Torna-se necessária a busca de informações precisas e exatas,
inclusive em outras fontes como escolas, local de trabalho,
clínicas etc.
O sujeito poderá não ser colaborativo e apresentar resistência
consciente à avaliação, pois a procura do mesmo para a avaliação


2
A função do psicólogo jurídico (Perito) é diminuir os conflitos ocorridos na dinâmica
familiar trazidos às Varas da Infância e Juventude ou às de Família e Sucessões, ou aos
Tribunais de Justiça dos Estados.
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No Brasil usamos 6 folhas de aplicação.


A própria Vetor Editora nos apresenta o nome de cada folha.
A Coleção do Teste PMK é composta por [...] Teste PMK -
Lineogramas, [...]Teste PMK - Zigue-Zague, [...] Teste PMK -
Escadas/Círculos, [...] Teste PMK - Cadeias, [...] Teste PMK -
Paralelas Egocípetas, [...] Teste PMK - Paralelas Egocífugas, [...]
Quais as instruções para cada folha? Vejamos:
Folha 1: “Lineogramas” (agressividade; tônus vital, tensão e emotividade)
Inicia-se pela mão dominante (horizontal de dentro para fora e sagital de
baixo para cim a) três ciclos com a pessoa vendo e mais dez c om os olhos tapados
primeiramente com mesa deitada (na sagital). Depois de terminar as quatro
primeiras linhas coloca -se a mesa na vertical e inicia-se as linhas verticais pela
mão dominante, da mesma maneira três ciclos vistos e dez com os olhos tapados.
Folha 2: “Zigue-e-zague” (agressividade e estrutura da personalidade)
Os movimentos são feitos com as duas mãos simultaneamente, primeiro
com o zigue -e-zague egocífugo (de baixo para cima), após o egocípeto (de cima
para baixo), sempre com a mesa na sagital. O testando vê os três primeiros “

A
IV
zigues” se tudo estiver certo tampa -lhe os olhos e somente para quando o mesmo
atingir a segunda linha com as duas mãos. AT
Folha 3: “Escadas” (Tônus Vital e estrutura da personalidade)
TR

O teste é feito com a mesa na vertical. Primeiramente com a mão


dominante, o testando deve fazer primeiramente como no exemplo, quando
NS

conseguir completar três escadas vendo tampa-lhe a visão para que continue. Ao
O

chegar ao topo da folha o psicólogo diz desce e o mesmo começa a fazer o


M

movimento de descida na outra metade da folha, tendo que chegar ao meio da


DE

folha (mesmo nível do início). Inverte-se a folha para que inicie com a mão
dominada.
LA

Folha 4: “Cadeias” (agressividade, tensão, estrutura da personalidade e contato


com o meio)
AU

A folha é usada na sagital. Inicia-se com a mão dominante (cadeias


egocífugas e egocípetas respectivamente). O testando, com m ão direita deve fazer
os círculos no sentido horário, com a mão esquerda o sentido anti-horário. O
testando deve conseguir chegar até o início da cadeia adjacente (fazendo ego
cífuga terminar no começo do desenho da egocípeta e vice-e-versa).
Folha 5: “paralelas egocífugas e Us verticais” (agressividade, tensão, contato
com o meio, tônus vital e emotividade)
As paralelas são feitas com a mesa na sagital e o s Us na vertical. Inicia-se
com a paralela da mão dominante, os traço são feitos de dentro para fora . O
testando vê os primeiros três riscos depois lhe é tampada a visão, terminando com
os traços chegarem até o fim da coluna. Os Us são contados a partir do terceiro
ciclo (olhos abertos) terminando no décimo terceiro (olhos fechados) traços
começando de dentro para fora.
Folha 6: “paralelas egocípetas e Us sagitais” (agressividade, tensão, contato
com o meio)

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Toda a folha é feita com a mesa na sagital. Iniciam-se com a paralela da


mão dominante, traços de dentro para fora. O testando vê os primeiros três riscos ,
depois lhe é tampada a visão, terminando com os traços chegarem até o fim da
coluna. Os Us são contados a partir do terceiro ciclo (olhos abertos) terminando
no décimo terceiro (olhos fechados) traços começando de dentro para fora.

Entrevista e técnicas de intervenção psicológica.


Como a FGV cobra o tópico entrevista? Vejamos o que caiu no MPE-Bahia
(2018):
56
Os fundamentos da entrevista cognitiva, usada para a
entrevista de testemunhas no âmbito jurídico, estão
enraizados nas técnicas de recuperação da memória do

A
acontecimento testemunhado. Sobre os fatores envolvidos

IV
na capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações,
AT
assinale a afirmativa correta.
(A) A atenção é focada em todos os estímulos ambientais.
TR

(B) A percepção é subjetiva, particular e individual.


NS

(C) As memórias antigas são evocadas graças ao fenômeno


do déjà vu.
O

(D) As lacunas da memória devem ser preenchidas com


M

mentiras.
DE

(E) A lembrança de eventos emocionalmente marcantes


desvanece com o tempo.
LA

Gabarito: B
Comentários: Se a entrevista é cognitiva, o foco qual deve
AU

ser? SEMPRE na construção de sentido da realidade.

Não vejo melhor maneira de começar esse conteúdo do que citar uma das
mais brilhantes e claras passagens que me deparei na organização dos conteúdos
de hoje:
A entrevista é a técnica que permite o acesso às representações mais
pessoais dos sujeitos: história, conflitos, representações, crenças, sonhos, fantasmas,
acontecimentos vividos, etc. É um instrumento insubstituível no domínio das ciências
humanas e ainda no domínio da Psicologia, em que há que tentar compreender a
origem de diferentes psicopatologias. Com efeito, só o paciente nos pode dizer
“onde” e “como” sofre; há portanto, que escutá-lo. Descrevemos a entrevista
segundo os vários modelos teóricos vigentes, e é unânime entre todas as correntes,
que a entrevista é uma “conversa” profunda entre duas pessoas num contexto
especifico. A eficácia de qualquer tratamento ou procedimento psicológico está
diretamente relacionada com a qualidade da entrevista. Sugerimos um modelo de
entrevista e na última parte do presente estudo, enfatizamos os fenómenos do

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campo relacional que se processam durante qualquer tipo de entrevista. A entrevista


é uma técnica sui generis, que nos permite aceder ao mundo privado de outro ser
humano. A entrevista é o meio pela qual o entrevistador tenta perceber e sentir o
Outro.
Fonte: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0031.PDF

Como você percebeu, conceituar entrevista psicológica é um processo


fácil. A entrevista psicológica é um processo bidirecional (interação entre duas ou
mais pessoas), com o propósito previamente fixado no qual uma delas procura
saber o que acontece com a outra, o entrevistado.
Entrevista à Processo bidirecional de comunicação, com propósito definido,
onde o entrevistador levanta dados acerca do entrevistado.

Desse modo, a entrevista é uma técnica de investigação científica em


psicologia, sendo um instrumento fundamental do método clínico, mas que não se
restringe a esse. Podemos dizer que a entrevista é um método de avaliação
psicológica que se assemelha ao método científico, aonde o entrevistador vai

A
IV
formulando uma série de hipóteses com o desenrolar da entrevista. Os objetivos
da entrevista podem ser: 1) reconstituir a história do sujeito (anamnese); 2) sondar
AT
seus conhecimentos (argüição oral); 3) avaliar suas aptidões para uma
TR

aprendizagem (orientação) ou um emprego (seleção); 4) contribuir para o


psicodiagnóstico e indicação do tratamento de pessoas com distúrbios
NS

psicológicos (entrevista inicial ou preliminar).


O

E o que falam os outros autores? Fundamentalmente, a entrevista é


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definida como uma técnica de levantamento de dados que pode ser aplicada nas
DE

mais diferentes áreas da psicologia. Em algumas raras exceções, seu objetivo


maior é a condução de um caso, como na perspectiva rogeriana por exemplo. Sua
LA

aplicabilidade ultrapassa o campo clínico, e atinge tanto a psicologia


organizacional, quanto a psicologia forense, escolar, dos esportes, infantil, social,
AU

neuropsicologia, psicopedagogia, etc. Dependendo da área, teremos


características próprias.
Mas, o que é realmente a entrevista psicológica? Vejamos brevemente
quatro grandes definições do que é a entrevista psicológica.
Para Bleger (1998) "[A Entrevista psicológica] consiste em uma relação humana na
qual um dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar
segundo esse conhecimento".
No livro Psicodiagnóstico V (Cunha, 2003) temos que a entrevista
psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas
com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura
saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando agir conforme esse
conhecimento.
Para o Manual de Avaliação Psicológica, editado pelo Conselho Federal de
Psicologia 813, a entrevista é uma técnica de investigação científica em psicologia,
sendo um instrumento fundamental do método clínico. (...) Compreende o

13
Disponível em: http://crppr.org.br/download/165.pdf
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Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca


atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela
existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada
profissional com seus pares e com a sociedade como um todo.
Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados
quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela
sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exigida de cada indivíduo acerca da
sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas
conseqüências no exercício profissional. A missão primordial de um código de
ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de
assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas
desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social
daquela categoria.
O código de ética prevê todas as situações em que deverá ser
aplicado? Não. Por isso constitui-se como princípios que
fundamentarão a conduta profissional.
Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de

A
IV
sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se
em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e
AT
seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais
TR

como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; sócio-


culturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma
NS

profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas
O

e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso


M

exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos
DE

orienta.
Dois pontos importantes: todo código de ética é determinado
LA

historicamente e o nosso foi influenciado pela Declaração


Universal dos Direitos Humanos.
AU

A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo


no Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país
e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia enquanto campo científico e
profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, sentida
pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do
contexto institucional-legal do país, marcadamente a partir da promulgação da
denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela decorrentes.
Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi
construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão,
suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O
processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta
dos psicólogos e aberto à sociedade.
Ô drama do CFP, essa é dispensável.
Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais
de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem
seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se:

|148



Eis a lista dos pressupostos que nortearam a construção do nosso


código de ética que todo candidato deve saber.
a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem
orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades
profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas
demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional.
b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções
relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que
estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários
dos seus serviços.
c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a
crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes
multiprofissionais.
d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não
em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se
restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação.
Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a

A
IV
expectativa é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade
as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua
AT
formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o
TR

fortalecimento e ampliação do significado social da profissão.


Vou destacar as utopias os objetivos:
NS

a) delinear para a sociedade as responsabilidades e


O

deveres do psicólogo
M

b) oferecer diretrizes para a sua formação


DE

c) balizar os julgamentos das suas ações


d) contribuir para o fortalecimento e ampliação do
LA

significado social da profissão


AU

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Atente para a expressão “contribuirá para a eliminação”.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo
aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia
como campo científico de conhecimento e de prática.
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da
população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e
aos padrões éticos da profissão.

|149



VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com
dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.
Aqui não tem escolha, em situações que o psicólogo presencie a
degradação da psicologia, deve agir obrigatoriamente.
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os
impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se
de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código.
Uma dica: decore o VII. Cai na literalidade na maioria das bancas
em que trabalhei,

DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO


Agora começa a parte boa!
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código;
b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as
quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho

A
IV
dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios,
conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência
AT
psicológica, na ética e na legislação profissional;
TR

A legislação profissional inclui não só a elaborada para os


profissionais de psicologia como a existente para o contexto de
NS

trabalho do psicólogo (Exemplo, Código de Ética do Poder


O

Executivo para psicólogos servidores do poder executivo).


M

d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de


DE

emergência, sem visar benefício pessoal;


O que isso realmente significa na prática? Significa que o
LA

psicólogo deve se apresentar para o trabalho em situações de


calamidade pública ou de emergência, mesmo que seja sem
AU

remuneração. Esse preceito está de acordo com o humanismo da


Declaração Universal dos Direitos Humanos.
e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos
do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;
Nada de preços ou condições exorbitantes.
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos,
informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo
profissional;
Esse “a quem de direito” é o usuário do serviço e/ou seu
responsável.
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de
serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a
tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário;
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a
partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que
solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;

|150



i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda


e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam feitas
conforme os princípios deste Código;
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais,
respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar
com estes, salvo impedimento por motivo relevante;
k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos
justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os
assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações
necessárias à continuidade do trabalho;
l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou
irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código
ou da legislação profissional.

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:


O Artigo 1° e o 2° devem ser relidos até a exaustão. Apesar de
parecerem longos, são de “bom senso” da prática profissional e

A
IV
fáceis de serem identificados em qualquer prova.
a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem
AT
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;
TR

b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas,


de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do
NS

exercício de suas funções profissionais;


O

c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas


M

psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de


DE

violência;
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam
LA

o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade


profissional;
AU

e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou


contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços
profissionais;
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de
atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não
estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica;
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas
psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;
i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços;
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha
vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos
objetivos do serviço prestado;
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos
pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade
do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação;

|151



l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício


próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual
mantenha qualquer tipo de vínculo profissional;
m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que
possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de
informações privilegiadas;
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais;
o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens
outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como
intermediar transações financeiras;
p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de
serviços;
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados
de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor
pessoas, grupos ou organizações.
Mas Alyson, não podemos realizar diagnóstico? Isso é culpa do tal
do Ato Médico? Não. Veja bem, não podemos realizar diagnóstico

A
IV
que exponha pessoas, grupos ou organizações.
AT
Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma
TR

organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas


nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código.
NS

Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a


O

prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente.


M
DE

Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:


a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as
LA

condições do usuário ou beneficiário;


b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o
AU

comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser


realizado;
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do
valor acordado.

Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que:


a) As atividades de emergência não sejam interrompidas;
b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários
dos serviços atingidos pela mesma.

Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:


a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados
demandas que extrapolem seu campo de atuação;
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço
prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações,
assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo.

|152



Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que


estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações:
Olho no lance! Essas 4 condições são vitais para o seu concurso!
a) A pedido do profissional responsável pelo serviço;
Não é a pedido do paciente se o serviço ainda estiver em curso.
b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço,
quando dará imediata ciência ao profissional;
Ocorre a intervenção, mas o psicólogo que intervir deve dar
imediata ciência ao profissional anterior de sua atuação. Sendo
assim, ele não pede autorização, mas comunica a atuação.
c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da
interrupção voluntária e definitiva do serviço;
Quando informado pelo paciente ou por psicólogo anterior que o
vínculo de atendimento não existe mais.
d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte
da metodologia adotada.

A
IV
Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou
AT
interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus
TR

responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente:


Ao menos um dos responsáveis deverá autorizar o atendimento
NS

de criança, adolescente ou interdito. Isso não significa que seja


O

necessariamente um dos pais. Pode ser a avó ou, como expresso


M

no parágrafo seguinte, o Juiz da Infância e Adolescência, por


DE

exemplo.
§1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá
LA

ser efetuado e comunicado às autoridades competentes;


§2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem
AU

necessários para garantir a proteção integral do atendido.

Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por


meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a
que tenha acesso no exercício profissional.

Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências


decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais
deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir
pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o
psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias.

Art. 11 – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar


informações, considerando o previsto neste Código.
E comunicará apenas o necessário.

|153



Art. 24 – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de


Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais
de Psicologia.

Leu todo o nosso código de ética? Leia de novo. O que tenho para te falar
não é animador: decore o código de ética. Você precisa saber das definições aqui
utilizadas. O código é pequeno, mesmo assim, devo fazer algumas considerações
esquematizadas para você não mais esquecer.
Pontos Principais

Deveres Fundamentais
• Atuar naquilo que é capacitado, com qualidade e seguindo princípios
fundamentais;
• Atuar em situações de calamidade pública
• Fornecer informações (transmitindo somente o que for necessário para a

A
tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário);

IV
• Encaminhar quando necessário AT
• Representar contra exercício ilegal ou irregular da profissão, transgressões
a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional.
TR
NS

Vedações
• Praticar atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração,
O

violência, crueldade ou opressão;


M

• Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de


DE

orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício


de suas funções profissionais; Induzir qualquer pessoa ou organização a
LA

recorrer a seus serviços;


• Ser cúmplice do exercício ilegal da profissão e de psicólogos com práticas
AU

não reconhecidas;
• Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica ou
interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas
psicológicas;
• Estabelecer vínculos que prejudiquem a qualidade do trabalho (seja no
atendimento ou na avaliação) ou visar benefício próprio.

“Visar benefício próprio”. Quando a questão vier referindo-se ao nosso


código, observe se a situação apresentada sustenta algum caso que vise benefício
próprio (prolongamento das sessões, empréstimos pessoais, estipular o preço
após o início dos trabalhos, porcentagem recebida por encaminhamento, etc.).
Caso isso ocorra, ficará fácil identificar o erro inferido.
Para garantir que o psicólogo vá seguir os preceitos éticos explicitados, a
garantia que o próprio Código Oferece é a capacidade que nós temos de recusar-
nos a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente.

|156



Além disso, podemos intervir no trabalho de outros profissionais nas


seguintes situações:
a) A pedido do outro profissional responsável pelo serviço;
b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário;
c) Quando o trabalho do outro profissional estiver encerrado;
d) Quando for a metodologia adotada.
Outro ponto importante é que, no atendimento de crianças, adolescentes
ou interditos, ao menos um dos responsáveis deverá autorizar o atendimento. De
que forma ocorre essa autorização? Bom, a legislação vigente não fala nada
específico sobre isso, e, como você deve saber, a autorização verbal acaba sendo
suficiente.
O psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo apenas na situação em
que busque o menor prejuízo. E, mesmo assim, deverá apenas prestar as
informações estritamente necessárias (isso vale para a quase totalidade dos
processos de comunicação oficiais do psicólogo).
O que fazer com os arquivos confidenciais? Essa é fácil, atente para os
dois casos: em caso de demissão ou exoneração do psicólogo, seu material deve

A
IV
ser passado para quem o vier a substituir ou deve lacrar o material para posterior
utilização; em caso de extinção do serviço de psicologia, o psicólogo informará a
AT
extinção ao Conselho Regional de Psicologia, que ficará responsável pela
TR

destinação do material.
Na hora de fazer propaganda, o psicólogo deve informar seu nome
NS

completo, número de registro e CRP. Além disso:


O

a) Poderá divulgar qualificação profissional e qualificações,


M

atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam


DE

reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;


b) Não poderá divulgar o preço, divulgar expectativa de resultados
LA

(de forma taxativa), se promover em detrimento de outros


profissionais e nem fará sensacionalismo sobre sua atividade
AU

profissional.
E, por fim, a lista das penalidades aplicadas:
a) Advertência;
b) Multa;
c) Censura pública;
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad
referendum do Conselho Federal de Psicologia;
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho
Federal de Psicologia.
Observe que o código de ética não estipula os casos em que as
penalidades são aplicáveis. Isso ocorre por meio de outras legislações, julgados,
posicionamentos e pelo julgamento através de comissão de ética para cada caso
apresentado.

Um último caroço de informação

|157



trabalhadas e aplicadas, aos poucos foi cedendo lugar à compreensão subjetiva


do sujeito, considerando também o contexto em que vive. Pois além do
conhecimento técnico específico da Psicologia é necessário compromisso com o
bem estar comum, assim como olhar atento às transformações que a sociedade
passa, na qual o sujeito está inserido. “Na Crítica a explicações positivistas no
âmbito do Direito Criminal, estudiosos como Taylor, Thompson e Cirino dos
Santos propõem a determinada criminologia crítica ou radical, baseada na
dialética. Concebem que o estudo da criminologia deve privilegiar a questão da
natureza humana não como dado natural acabado, mas como produto histórico
em formação.” (Brito, 1992, p.35)
“O trabalho da Psicologia Jurídica não busca provas (no sentido jurídico do
termo), mas, sim, indicadores da situação familiar que nortearão a atuação do
Psicólogo, do Advogado, do Promotor e do Juiz. Todos esses profissionais
reconhecem a necessidade de uma união conjunta na construção de um saber
único, pois o objeto de estudo é o ser humano que participa de um conflito de
relações (Silva, Vasconcelos e Magalhães, 2001, apud, Silva, 2003, p. 7/8). O
Tribunal de Justiça de Minas Gerais implantou as Centrais de Conciliação para

A
IV
atendimento às situações processuais que se referem a Direito de Família. As
Centrais de Conciliação promovem audiências de conciliação nas quais as pessoas
AT
(partes) são chamadas a conversarem sobre o que pretendem decidir, buscando
TR

acordos que possam atender positivamente aos interesses dos ainda integrantes
de uma família, embora muitas das vezes vivam alguns tipos de separações e
NS

rupturas. As audiências acontecem com as partes acompanhadas por Advogados,


O

são dirigidas por Conciliadores – Estudantes de Direito ou Psicologia e têm a


M

presença de Psicólogos ou Assistentes Sociais, que atuam com objetivo de


DE

favorecer a que as pessoas transitem melhor pelos conflitos, buscando soluções às


dificuldades enfrentadas. Tem os Juízes Coordenadores que também podem ser
LA

solicitados a comparecerem nas audiências. Além de todo conhecimento técnico


necessário é de fundamental importância a ética entre os profissionais que se
AU

dispõem a trabalharem nas Centrais de Conciliação.


Fonte: MUFFATO, Cleonice Mara Gomes. Ética em Psicologia Jurídica. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, XII, n. 64, maio 2009. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6108>.
Acesso em dez 2014.

RECOMENDAÇÕES DE LEITURA:
I. Demandas legais e referenciais ético-normativos da prática do psicólogo
jurídico (Dayse Cesar Franco Bernardi). Disponível em:
http://www.aasptjsp.org.br/artigo/demandas-legais-e-referenciais-%C3%A9tico-
normativos-da-pr%C3%A1tica-do-psic%C3%B3logo-jur%C3%ADdico

II. A Ética do Psicólogo Jurídico em Acusações de Abuso

|159



Sexual (Denise Maria Perissini Da Silva). Disponível Em:


http://www.projusticiafamiliar.org/wp-content/uploads/2012/03/PonenciaI-
TercerCibercongreso.pdf

Resoluções do CFP (Resolução CFP nº 13/2018, CFP nº


09/2018, CFP nº 001/2018).

Resolução CFP nº 13/2018


Essa resolução altera o funcionamento e composição da Comissão
Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS) no âmbito do Conselho
Federal de Psicologia.
Vejamos os pontos principais:

A
Art. 1º – A Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), terá́

IV
seus membros nomeados/as por meio de portaria expedida pelo CFP, respeitados
os critérios definidos neste ar go.
AT
§ 1º – O número de membros da comissão poderá variar entre 5 (cinco), no
TR

mínimo, e 8 (oito), no máximo.


§ 2º – É atribuição da Plenária do CFP definir a composição da comissão,
NS

indicando novos membros ou subs tuindo os atuais.


O

Art. 2º – A CONPAS é cons tuída para contribuir com a atuação profissional da


M

Psicologia no SUAS, visando à qualidade éti ca e técnica no exercício profissional,


DE

à defesa dos direitos socioassistenciais e à melhoria das condições e relações do


trabalho como estratégia para consolidação da Polí tica Nacional de Assistência
LA

Social (PNAS/2004).
Art. 3º – São atribuições da CONPAS:
AU

I – Ar ticular, no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia, as ações que


incidam no tema dos direitos socioassistenciais;
II – Incen tivar e promover reflexões sobre os direitos socioassistenciais e as
polí ticas públicas que os garantam, considerando aspectos afetos à formação, à
prá tica profissional e à pesquisa, de forma ar ticulada com as en tidades da
Psicologia;
III – Promover o diálogo com a totalidade de profissionais que atuam no SUAS,
considerando as deliberações do Congresso Nacional de Psicologia, do Centro de
Referências Técnicas em Psicologia e Polí tica Públicas (CREPOP) e das demais
comissões e grupos de trabalho do CFP e dos Conselhos Regionais de Psicologia
(CRPs) e também as demandas advindas dos CRPs e do CFP, com base no debate
das instâncias da polí ca pública de assistência social (controle social) e dos
Fóruns de Trabalhadoras e Trabalhadores do SUAS, nas instâncias nacional,
estaduais, regionais e municipais.

|160



Art. 4º – A comissão realizará, anualmente, 2 (duas) reuniões presenciais, que


deverá contar com a par cipação 1 (um) representante de cada CRP, assim
definidas:
I. A primeira reunião será a de Planejamento Geral e deverá garanti r a
ar ticulação e a pactuação das ações e assuntos da Assistência Social no âmbito
do Sistema Conselhos de Psicologia.
II. A segunda reunião será definida e convocada pela comissão.
III. O custeio das despesas rela tivas à par cipação nessas reuniões ocorrerá do
seguinte modo:
a) A par cipação da comissão é de responsabilidade do CFP.
b) A par cipação de representantes dos CRPs será em conformidade com os
critérios de custeio da Assembleia de Polí ticas, da Administração e das Finanças
(APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia.
Parágrafo Único – A comissão poderá convidar pessoas externas para discu r os
temas da pauta.
Art. 5º – Compete ao Plenário do Conselho Federal de Psicologia:
I. Estabelecer anualmente a dotação orçamentária específica para a comissão. II.

A
IV
Aprovar o planejamento geral.
AT
TR

RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL DE 2018


NS
O

RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL DE 2018


M

Qual o objetivo dessa resolução? Essa resolução estabelece diretrizes para


DE

a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do


psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI e
LA

revoga as Resoluções nº 002/2003, nº 006/2004 e nº 005/2012 e Notas Técnicas nº


01/2017 e 02/2017.
AU

Os principais pontos são os seguintes:

DAS DIRETRIZES BÁSICAS PARA A REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO


EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA PSICÓLOGA E DO PSICÓLOGO
Art. 1º Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de
investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e
instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no
âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e
finalidades específicas. [Decore essa definição]
§ 1º Os testes psicológicos abarcam também os seguintes instrumentos: escalas,
inventários, questionários e métodos projetivos/expressivos, para fins de
padronização desta Resolução e do SATEPSI. [Os métodos projetivos são
considerados testes psicológicos]
§ 2º A psicóloga e o psicólogo têm a prerrogativa de decidir quais são os métodos,
técnicas e instrumentos empregados na Avaliação Psicológica, desde que
devidamente fundamentados na literatura científica psicológica e nas normativas

|161



vigentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP). [Não cabe ao Ministério Público,


Defensoria ou juiz decidir quais serão os testes utilizados, mas ao psicólogo]
Art. 2º Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem
basear sua decisão, obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou
instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática
profissional da psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação),
podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares
(fontes complementares de informação). [Se ligue ai na diferença entre fontes
fundamentais e fontes complementares]
Consideram-se fontes de informação:
I - Fontes fundamentais:
a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso
profissional da psicóloga e do psicólogo e/ou;
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou;
c) Protocolos ou registros de observação de
comportamentos obtidos individualmente ou por meio de
processo grupal e/ou técnicas de grupo.

A
IV
II - Fontes complementares:
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam
AT
respaldo da literatura científica da área e que respeitem o
TR

Código de Ética e as garantias da legislação da profissão;


b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios
NS

de equipes multiprofissionais.
O

§ 1º Será considerada falta ética, conforme disposto na alínea c do Art. 1º e na


M

alínea f do Art. 2º do Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo, a


DE

utilização de testes psicológicos com parecer desfavorável ou que constem na lista


de Testes Psicológicos Não Avaliados no site do SATEPSI, salvo para os casos de
LA

pesquisa na forma da legislação vigente e de ensino com objetivo formativo e


histórico na Psicologia. [Se não estiver utilizando o teste desfavorável em pesquisa
AU

ou ensino, está cometendo falta ética]


§ 2º Na hipótese de dúvida acerca da classificação do instrumento (teste
psicológico ou instrumento não psicológico), ficam legitimados os Conselhos
Regionais de Psicologia (CRPs) a submeter o respectivo instrumento à Comissão
Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP para apreciação.
§ 3º A profissional psicóloga e o profissional psicólogo poderão requerer ao CRP a
submissão do instrumento à apreciação da CCAP nos termos do parágrafo § 2.
Art. 3º Documentos decorrentes do processo de Avaliação Psicológica deverão ser
elaborados em conformidade com a(s) resolução(ões) vigente(s) do CFP. É
obrigatória a manutenção de todos os registros dos atendimentos do processo de
avaliação psicológica, conforme preconiza a resolução CFP nº 01/2009.

DA SUBMISSÃO E AVALIAÇÃO DE TESTES AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TESTES


PSICOLÓGICOS (SATEPSI)
Art. 4º Um teste psicológico tem por objetivo identificar, descrever, qualificar e
mensurar características psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de

|162



observação e descrição do comportamento humano, nas suas diversas formas de


expressão, acordados pela comunidade científica. [Decore essa definição, ela é
ruim e confunde-se com a de avaliação psicológica, mas é o que está escrito que
vale]
Art. 5º Os documentos a seguir são referências para a definição dos conceitos,
princípios e procedimentos de avaliação de instrumentos psicológicos, bem como
o detalhamento dos requisitos estabelecidos nesta Resolução:
I - American Educational Research Association, American Psychological
Association & National Council on Measurement in Education (2014).
Standards for Educational and Psychological Testing. New York: American
Educational Research Association;
II - International Testing Comission (2005). Diretrizes para o Uso de Testes:
International Test Commission. (https://www.intestcom.org);
III - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines for Translating
and Adaptating Tests. (https://www.intestcom.org);
IV - International Testing Comission (2014). The ITC Guidelines on the
Security of Tests, Examinations, and Other Assessments.

A
IV
(https://www.intestcom.org);
V - International Testing Comission (2013). ITC Guidelines on Quality
AT
Control in Scoring, Test Analysis, and Reporting of Test Scores.
TR

(https://www.intestcom.org);
VI - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines on Computer-
NS

Based and Internet Delivered Testing. (https://www.intestcom.org);


O

VII - CFP (2013). Cartilha de Avaliação Psicológica.


M

(https://site.cfp.org.br/publicacao/cartilha-avaliacao-psicologica-2013/).
DE

[Não precisa decorar essa lista]


Art. 6º Os testes psicológicos, para serem reconhecidos para uso profissional de
LA

psicólogas e psicólogos, devem possuir consistência técnico-científica e atender os


requisitos mínimos obrigatórios, listados a seguir: [essa lista tem de ser decorada]
AU

I - apresentação de fundamentação teórica, com especial ênfase na


definição do(s) construto(s), descrevendo seus aspectos constitutivo e
operacional;
II - definição dos objetivos do teste e contexto de aplicação, detalhando a
população-alvo;
III - pertinência teórica e qualidade técnica dos estímulos utilizados nos
testes;
IV - apresentação de evidências empíricas sobre as características técnicas
dos itens do teste, exceto para os métodos projetivos/expressivos;
V - apresentação de evidências empíricas de validade e estimativas de
precisão das interpretações para os resultados do teste, caracterizando os
procedimentos e os critérios adotados na investigação;
VI - apresentação do sistema de correção e interpretação dos escores,
explicitando a lógica que fundamenta o procedimento, em função do
sistema de interpretação adotado, que pode ser:

|163



a) Referenciada à norma, devendo, nesse caso, relatar as


características da amostra de normatização de maneira explícita e
exaustiva, preferencialmente comparando com estimativas
nacionais, possibilitando o julgamento do nível de
representatividade do grupo de referência usado para a
transformação dos escores.
b) Diferente da interpretação referenciada à norma, devendo, nesse
caso, explicar o embasamento teórico e justificar a lógica do
procedimento de interpretação utilizado.
VII - apresentação explícita da aplicação e correção para que haja a
garantia da uniformidade dos procedimentos.
Parágrafo único. Testes psicológicos estrangeiros adaptados para o Brasil
devem atender aos incisos supracitados.
VIII - Atenção aos requisitos explicitados nos artigos 30, 31, 32 e 33. [Ainda
tem mais coisa!]

Art. 7º O manual do teste psicológico deve atender a todos os incisos do Art. 6º e

A
IV
incluir a ficha síntese do teste (com objetivo, público-alvo, material, aplicação e
correção) e exemplo(s) de utilização, contemplando a administração, aferição,
AT
análise e interpretação dos resultados.
TR

Art. 8º Os requisitos mínimos obrigatórios são aqueles contidos no Anexo I desta


NS

Resolução, denominado Formulário de Avaliação da Qualidade de Testes


O

Psicológicos.
M

Parágrafo único. O Anexo que trata o caput deste Artigo é parte integrante desta
DE

Resolução. [Óbvio!]
Art. 9º A submissão do teste psicológico para avaliação deverá ser realizada por
LA

meio do SATEPSI. [Para que meu teste “X” seja avaliado pelo Conselho Federal de
Psicologia, devo ter um responsável com um CRP ativo e proceder a submissão pelo
AU

SATEPSI]
Parágrafo único. A submissão de teste psicológico ao SATEPSI está condicionada
à indicação de responsável técnico com CRP ativo.
Art. 10 Os testes psicológicos submetidos ao SATEPSI serão avaliados pela CCAP,
cuja constituição e funcionamento seguirá o estabelecido pela Resolução CFP nº
003/2017, ou resoluções que venham a substituí-la ou alterá-la.
Art. 11 A tramitação dos testes psicológicos submetidos ao SATEPSI obedecerá às
seguintes etapas: [Etapas]
I - Submissão on-line ao SATEPSI;
II - Designação de 2 (dois) pareceristas ad hoc para análise do teste
psicológico;
III - Avaliação do teste psicológico por pareceristas;
IV - Análise dos pareceres emitidos e elaboração de relatório conclusivo por
membro da CCAP;
V - Apreciação do relatório conclusivo pelo colegiado da CCAP;
VI - Apreciação e decisão pelo Plenário do CFP do relatório da CCAP;

|164



VII - Envio do parecer final do CFP aos requerentes;


VIII - Prazo para interposição de recurso;
IX - Análise do recurso pela CCAP;
X - Apreciação da análise do recurso pelo Plenário do CFP;
XI - Envio do parecer final sobre o recurso aos requerentes.
§ 1º A designação de pareceristas será feita pela CCAP, considerando a lista de
pareceristas ad hoc vigente à época.
§ 2º Quando da análise dos pareceres pelo colegiado da CCAP, esclarecimentos ou
informações complementares poderão ser solicitadas ao responsável técnico do
teste psicológico.
§ 3º O CFP encaminhará o resultado da avaliação ao requerente, e quando este for
desfavorável, o requerente poderá apresentar recurso por meio do SATEPSI no
prazo de até 30 dias, a contar da data de envio da comunicação do resultado.
§ 4º A análise do recurso será realizada pela CCAP na reunião subsequente ao
recebimento do mesmo.
§ 5º A avaliação final desfavorável prevalecerá quando, mediante análise do
recurso, a avaliação da CCAP se mantiver, ou quando o recurso não for

A
IV
apresentado no prazo estabelecido.
Art. 12 Os prazos para cada etapa descrita no Art. 11 desta Resolução são de até:
AT
I - 30 (trinta) dias, a partir da data de recebimento do teste psicológico
TR

completo por meio da plataforma on-line do SATEPSI, e, se for o caso, do


envio de materiais não digitalizáveis, para a designação de 2 (dois)
NS

pareceristas ad hoc;
O

II - 20 (vinte) dias, a partir da data de aceitação da atribuição pelos


M

pareceristas para a emissão dos pareceres, podendo esse prazo ser


DE

prorrogado por igual período, mediante solicitação realizada pelo


parecerista no próprio SATEPSI.
LA

III - 30 (trinta) dias, a partir do recebimento dos pareceres para elaboração


de relatório e emissão de parecer pela CCAP. Nos casos em que houver
AU

necessidade de esclarecimentos ou acréscimo de informações a pedido da


CCAP, o prazo de 30 dias será contado a partir do fornecimento destas
informações pelo responsável técnico;
IV - 30 (trinta) dias para emissão e decisão do Plenário do CFP, a partir do
relatório final da CCAP.
V - 30 (trinta) dias, a partir da comunicação da decisão do Plenário do CFP
para interposição de recurso pelo requerente;
VI - 30 (trinta) dias a partir do recebimento do recurso, para análise e
parecer pela CCAP, quando houver prazo hábil para análise.
VII - 30 (trinta) dias para emissão e decisão do Plenário do CFP, a partir do
relatório final do recurso pela CCAP.
Parágrafo único. Os prazos previstos no caput deste artigo serão calculados em
dias úteis e seguirão o calendário de Reuniões da CCAP e da Plenária do CFP.
Art. 13 Os testes psicológicos com parecer final desfavorável do CFP poderão ser
reapresentados a qualquer tempo e seguirão o trâmite previsto no Artigo 12 desta
Resolução. [Muita atenção aqui, A QUALQUER TEMPO]

|165



(A) Após a entrevista de triagem, é permitido ao psicólogo sugerir o


encaminhamento de paciente para outra instituição em que trabalhe,
desde que de comum acordo com o paciente. [Art. 2˚ - Ao Psicólogo é
vedado: i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus
serviços; l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando
benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a
qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional;]
(B) Um psicólogo iniciou o trabalho, acertando um valor que considerou
justo e que acordou com o paciente. Ao ter mais detalhes sobre a situação
financeira do paciente, decidiu cobrar mais pelas sessões de que o
previamente acordado. [Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho,
o psicólogo: b) Estipulará o valor de acordo com as características da
atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do
trabalho a ser realizado]
(C) Durante uma grave dos funcionários, profissionais de psicologia
decidiram manter atendimentos emergenciais e avisar aos outros pacientes
da interrupção do atendimento por um determinado período. [assertiva

A
IV
correta: Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações,
garantirá que: a) As atividades de emergência não sejam interrompidas; b)
AT
Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos
TR

serviços atingidos pela mesma.]


(D) Numa situação emergencial, os psicólogos convocados para ajudar os
NS

moradores que perdem suas casas, se recusaram a trabalhar ou disseram


O

que só trabalhariam se fosse pago um adicional pelos serviços prestados.


M

[Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: d) Prestar serviços


DE

profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem


visar benefício pessoal;]
LA

(E) Um psicólogo foi solicitado pelo gerente de uma empresa a administrar


um curso de capacitação para funcionários administrativos que iriam
AU

aplicar testes em um processo seletivo. [Art. 18 – O psicólogo não


divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e
técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da
profissão.]

29. FGV – Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo - 2010


Na inundação que ocorreu no Estado do Rio de Janeiro em abril de 2010, vários
psicólogos foram acionados no sentido de atuar com as populações atingidas
pelas perdas. Muitos profissionais atenderam a esse convite, enquanto outros
declinaram sob a alegação de que não sabiam atuar em situações de desastre e
emergências.
Com relação a esse texto, analise as afirmativas a seguir..
I. a argumentação de que não estariam preparados para trabalhar
com situações de desastre e emergência é improcedente, uma vez
que não há diferenças teórico-técnicas nessa modalidade de
atuação;

|207



II. os psicólogos que atenderam a esses convites mostraram uma


grande capacidade de empatia e preocupação social;
III. os psicólogos que atenderam esses convites cumpriram
orientação do Código de Ética Profissional;
IV. os psicólogos que não atenderam a esse convite, por não estar
devidamente preparados para o atendimento em situações
similares, atenderam o Código de Ética Profissional.
Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

(C) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas;
(D) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas;
(E) se apenas a afirmativa II estiver correta.
Gabarito: D
Comentários: A argumentação de que não estão preparados para lidar com
situações de desastre é totalmente procedente (o que não exclui a sua
responsabilidade como psicólogo), pois de nada serve recrutar um grande

A
IV
contingente de psicólogos que não têm experiência ou competência técnica para
lidar com tais situações. Além disso, as diferenças metodológicas entre as
AT
abordagens na forma de lidar com calamidades e catástrofes é imensa. Isso para
TR

não falar das diferença entre as áreas de atuação. O CFP não regulamentou qual o
perfil dos psicólogos que devem se apresentar em tais situações, mas, em minha
NS

modesta opinião, só à clínicos e os da área social seria pertinente tal atuação.


O

Sobre isso, nossa Resolução n˚ 10 de 2005 fala: Art. 1º – São deveres


M

fundamentais dos psicólogos: d) Prestar serviços profissionais em situações de


DE

calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal.


LA

30. FGV – Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo - 2010


Uma psicóloga recém-formada atendia uma paciente numa clínica social.
AU

Considerando que o atendimento nesse local não satisfazia da melhor maneira o


bem-estar de seu paciente, em função dos horários e do deslocamento necessário,
consultou a paciente sobre a possibilidade de ser atendida em seu consultório
particular, que teria uma melhor localização e onde poderiam dispor de mais
horários. Combinada a mudança, e de comum acordo com a paciente, fez um
aumento mínimo no preço que era cobrado na clínica. Como não avisou a
instituição, o horário foi mantido durante 2 meses, sendo cobrado o montante das
sessões à paciente, que só então explicou que não estava mais sendo atendida na
clínica.
Considere as alternativas a seguir:
I. não houve nenhuma falha grave, uma vez a psicóloga evidenciou
interesse pelo bem-estar de seu paciente, que era limitado por horários e
deslocamento;
II. o aumento mínimo sobre o preço reduzido anteriormente cobrado,
realizado de comum acordo com a paciente, evidenciou que não houve
tentativa de obter benefícios com a derivação para seu consultório

|208



particular;
III. qualquer modificação no procedimento deveria ser previamente
autorizada pela coordenação da clínica e comunicada à secretaria da
instituição;
IV. a psicóloga poderia estar cometendo abuso de poder;
V. a psicóloga feriu o Código de Ética Profissional;
Assinale:

(A) se apenas as alternativas I e III estiverem corretas.
(B) se apenas as alternativas I, II e III estiverem corretas.
(C) se apenas a alternativa IV estiver correta.

(D) se apenas a alternativa V estiver correta.

(E) se apenas as alternativas IV e V estiverem corretas.
Gabarito: E
Comentários: Vejamos cada uma à luz da Resolução n˚ 10 de 2005 (nosso Código
de Ética).
I. não houve nenhuma falha grave, uma vez a psicóloga evidenciou
interesse pelo bem-estar de seu paciente, que era limitado por horários e

A
IV
deslocamento; [a psicóloga encaminhou a paciente da clínica social para
sua clínica particular. Além disso, não comunicou à clínica social o
AT
desligamento da paciente. Temos, portanto, duas falhas graves.]
TR

II. o aumento mínimo sobre o preço reduzido anteriormente cobrado,


realizado de comum acordo com a paciente, evidenciou que não houve
NS

tentativa de obter benefícios com a derivação para seu consultório


O

particular; [esse encaminhamento para clínica própria caracteriza a


M

tentativa de benefício próprio.]


DE

III. qualquer modificação no procedimento deveria ser previamente


autorizada pela coordenação da clínica e comunicada à secretaria da
LA

instituição; [é de bom tom que apenas as modificações que tratem da


relação da paciente com a instituição da clínica social sejam comunicadas
AU

à coordenação da clínica. No entanto, não há uma lista de procedimentos


regulamentados de notificação compulsória à clínicas quanto a mudanças
de procedimentos. Por outro lado, também é de bom tom que,
dependendo da mudança de procedimento, o paciente seja consultado
antes mesmo da instituição.]
IV. a psicóloga poderia estar cometendo abuso de poder; [Assertiva correta.
O fato de ter tomado tal decisão unilateralmente em relação à clínica social
pode caracterizar abuso de poder.]
V. a psicóloga feriu o Código de Ética Profissional; [Art. 2˚ - Ao Psicólogo é
vedado: l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando
benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a
qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional;]

31. FGV – Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo - 2010


Uma psicóloga foi procurada por uma mãe evangélica, solicitando
atendimento para seu filho de 8 anos, que estaria apresentando problemas na

|209



orientação sexual. Segundo informações da mãe, o menino gostava de se vestir


como menina e se pintar, o que estaria causando problemas na família e na
comunidade, o que o retraia nas brincadeiras com as outras crianças e levava a
crises de choro. Levado o problema ao pastor da igreja que freqüentava, foi
sugerido que buscasse atendimento psicológico.
Avalie as alternativas abaixo e marque a correta:
(A) em vista da condição de evangélica da mãe, a psicóloga aceitou o caso,
prometendo trabalhar a questão da orientação sexual com a criança.
(B) a psicóloga não aceitou o caso, uma vez que o pedido fere o Código de Ética
Profissional.
(C) a psicóloga aceitou o caso, explicando à mãe que a questão a ser trabalhada
não seria a orientação de gênero, mas o sofrimento da criança, oriundo da
estigmatização que ela vinha sofrendo.
(D) a psicóloga sugeriu que a mãe procurasse um serviço de Endocrinologia, uma
vez que a criança poderia sofrer de um distúrbio hormonal.
(E) a psicóloga sugeriu que a mãe procurasse um terapeuta de orientação
evangélica, os quais costumam trabalhar essas questões.

A
IV
Gabarito: C
Comentários: Vejamos cada assertiva: AT
(A) em vista da condição de evangélica da mãe, a psicóloga aceitou o
TR

caso, prometendo trabalhar a questão da orientação sexual com a


criança. [A questão da orientação sexual está presente na nossa
NS

Resolução n˚ 10 de 2005: Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: b) Induzir a


O

convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de


M

orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício


DE

de suas funções profissionais]


(B) a psicóloga não aceitou o caso, uma vez que o pedido fere o Código de
LA

Ética Profissional. [Observe que a descrição do caso não induz à


conclusão de que a demanda da mãe é de mudança da opção sexual. Por
AU

isso, não podemos considerar que o pedido apresentado fere o Código de


Ética]
(C) a psicóloga aceitou o caso, explicando à mãe que a questão a ser
trabalhada não seria a orientação de gênero, mas o sofrimento da criança,
oriundo da estigmatização que ela vinha sofrendo. [Assertiva correta e
coerente com o momento atual das atribuições éticas e profissionais da
psicologia no Brasil]
(D) a psicóloga sugeriu que a mãe procurasse um serviço de
Endocrinologia, uma vez que a criança poderia sofrer de um distúrbio
hormonal. [WTF?]
(E) a psicóloga sugeriu que a mãe procurasse um terapeuta de orientação
evangélica, os quais costumam trabalhar essas questões. [Não há
terapeutas de orientação evangélica, cristãos, budistas ou de qualquer
outra religião. Psicologia e religião não se misturam.]

32. FGV – ALBA - 2014

|210



A respeito do teste das Matrizes Progressivas de Raven, aplicado em diferentes


situações inclusive as de processos seletivos, analise as afirmativas a seguir.

I. O teste de Raven busca avaliar o fator g.
II. O teste de Raven é um teste verbal.

III. O teste de Raven tem base no referencial teórico de Spearman.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: D
Comentários: O teste de Raven avalia, de fato o Fator G. O Fator G é um fator
quantitativo, comum e presente em todas as funções cognitivas do homem. Raven
chama o Fator G como capacidade de eduzir relações (extrair significado de uma
situação confusa, desenvolver novas compreensões, ir além do que é dado para

A
perceber o que não é imediatamente óbvio, estabelecer constructos). Nos testes

IV
que medem o Fator G estão envolvidas a percepção, o raciocínio analógico, ou
AT
seja, a edução de relações e a edução de correlatos. Sim, eu falei edução. Vejamos:
O conceito de fator baseia-se no pressuposto lógico de que, se duas capacidades
TR

estão correlacionadas em alguma medida, ambas devem estar na dependência de


NS

um fator comum (que determina a correlação entre elas) e de um fator específico


de cada uma (que determina a diferenciação entre elas). Segundo explica
O

Bernstein (1961), a correlação entre as capacidades só prova uma relação


M

recíproca e não necessariamente uma relação causal.


DE

Raven, J., Raven, J. C. e Court (1993) consideram que o fator G é composto da


atividade mental edutiva e da reprodutiva:
LA

A atividade mental edutiva envolve a capacidade de extrair um significado de uma


situação confusa; desenvolver novas compreensões, ir além do que é dado para
AU

perceber o que não é imediatamente óbvio; estabelecer constructos (em grande


parte não verbais), que facilitam a manipulação de problemas complexos,
envolvendo muitas variáveis mutuamente dependentes. (...) A atividade mental
reprodutiva envolve o domínio, a lembrança e a reprodução de materiais (em
grande parte verbal) que formam uma fonte cultural de conhecimentos explícitos,
verbalizados. (p. G 3).
Spearman concluiu que os testes que medem melhor o fator G são os testes
homogêneos "de raciocínio matemático ou gramatical (de sinônimos, de
oposição), ou de percepção de relações complexas com material visual e, em
especial, os de material não verbal, com base em problemas de edução de
relações" (Bernstein, 1961, p. 17). A partir dessas idéias, Raven construiu o seu
teste, que é uma prova não-verbal, perceptiva e de edução de correlatos.
Fonte: ROSA, Helena Rinaldi. R-2: Teste não-verbal de inteligência para crianças -
Pesquisa Piloto com crianças da cidade de São Paulo. Psic [online]. 2003, vol.4, n.2
[citado 2015-02-07], pp. 18-25 . Disponível em:

|211



(B) testes projetivos e os encaminhamentos para outros profissionais da equipe.


(C) parecer e o psicodiagnóstico.
(D) matriciamento em saúde e o acionamento da rede de 
proteção social.
(E) encaminhamentos no modelo referência e contra- referência.
Gabarito: A
Comentários: Aqui devemos selecionar as estratégias que são pertinentes ao
campo da avaliação psicológica e que, ao mesmo tempo, são fundamentais. Uma
das formas de resolver essa questão é riscando as erradas. Encaminhamento,
parecer e matriciamento (pffff) não são estratégias de avaliação psicológica. A
entrevista, observação e aplicação de escalas e inventários, por sua vez, fazem
parte do processo de avaliação psicológica.

50. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


Quanto à administração de testes e técnicas psicológicas, assinale a alternativa
correta.
(A) Ainda que o psicólogo tenha estabelecido seu plano de avaliação com cuidado,

A
é importante revisar certas particularidades referentes aos instrumentos a serem

IV
utilizados e às características do paciente. AT
(B) Uma vez que as instruções dos testes costumam ser claras, basta ao psicólogo
conhecer as instruções para aplicá-los não necessitando ter “intimidade” com o
TR

material do teste, com a maneira de conduzir o inquérito ou mesmo com a forma


NS

adequada de registro das respostas.


(C) Por questões éticas referentes ao processo psicodiagnóstico, o psicólogo deve
O

iniciar a administração de testes e técnicas sem o estabelecimento de um rapport.


M

(D) Diferentemente da terapia psicológica, a contratransferência jamais pode


DE

acontecer na situação de testagem.


(E) O foco da testagem deve estar nos testes com suas peculiaridades, e não no
LA

sujeito que reage de forma personalizada.


AU

Gabarito: A
Comentários: É fundamental que o psicólogo tenha intimidade (conhecimento
técnico e prático de aplicação) do material que irá utilizar. O rapport (confiança no
processo) é fundamental para uma boa aplicação. A falta de confiança no
processo pode provocar problemas de aplicação ou até distorções nas respostas
(ex. Sujeito não leva a sério a aplicação). Nesse processo, a contratransferência
pode ocorrer. E, por fim, o foco da testagem é o conjunto de informações do
sujeito levantado a partir da testagem. Essa informações são individuais e são o
foco da testagem.

51. IADES - EBSERH/SEDE – Psicólogo – 2012


Considerando os recursos básicos de um psicodiagnóstico, assinale a alternativa
incorreta.
(A) A história clínica do paciente pretende caracterizar a emergência de sintomas
ou de mudanças comportamentais, numa determinada época, e a sua evolução,
até o momento atual.
|221



(B) Determinado o início da história clínica e sua evolução, ainda é necessário um


levantamento da sintomatologia e das condições de vida do paciente, no
momento atual, em várias áreas.
(C) A anamnese pressupõe uma reconstrução global da vida do paciente, como
um marco referencial, em que a problemática atual se enquadra e ganha
significação.
(D) Na anamnese, é possível coletar dados completos sobre a vida do paciente,
uma vez que ela é delineada de forma sistemática e formal, possuindo um enfoque
puramente normativo.
(E) O exame subjetivo se baseia em informações, dadas pelo paciente e em
observações de seu comportamento e, eventualmente, deve ser complementado
por um exame objetivo.
Gabarito: D
Comentários: A anamnese jamais conseguirá dados completos sobre qualquer
coisa. E menos ainda estará sempre estruturada. Essa não é a função da
anamnese. Ela é um processo inicial de detalhamento e investigação da vida do
sujeito para direcionar a abordagem utilizada e já traçar hipóteses. Pode ou não

A
IV
ser feita com auxílio de um roteiro.
AT
52. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013
TR

Quanto à avaliação psicológica, assinale a alternativa correta.


(A) Os problemas graves e frequentes no uso dos testes psicológicos estão sempre
NS

relacionados a problemas do próprio instrumento, que comumente possuem


O

limitações se comparados à questão da subjetividade humana.


M

(B) A avaliação psicológica não pode se constituir em uma estratégia de prevenção


DE

de mortes e acidentalidade no trânsito, uma vez que considerável porcentagem


das mortes está relacionada ao uso de álcool.
LA

(C) É possível fazer uma previsão segura de comportamento violento no futuro em


se tratando de avaliação psicológica para porte de arma de fogo.

AU

(D) O melhor instrumento que o psicólogo tem à sua disposição é ele mesmo com
todo o respectivo conhecimento da área e da profissão, mesmo se tendo à
disposição técnicas e testes psicológicos viáveis e válidos no que se refere a suas
propriedades psicométricas.
(E) A avaliação psicológica é uma técnica de trabalho exclusiva do psicólogo, que
não requer treino ou habilidade e pode ser utilizada em diversas áreas de atuação.
Gabarito: D
Comentários: Os problemas no uso dos testes psicológicos podem decorrer da
imperícia do aplicador, da indisponibilidade do avaliado, da imperícia do teste
utilizado, etc. A limitação na avaliação da subjetividade humana não justifica
qualquer problema na utilização dos testes psicológicos. A avaliação psicológica
pode ajudar, mesmo que minimamente, a reduzir as mortes no trânsito, pois parte
considerável dessas mortes é causada pela imprudência e a violência na condução
dos veículos. Ainda que a causa seja a combinação com da direção com o álcool, a
avaliação psicológica consegue detectar os casos mais graves e susceptíveis a
acidentes. Por outro lado, não é possível fazer uma previsão segura de

|222

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