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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Pró-Reitoria de Graduação

Organização
Ivone Félix de Sousa
Juliany G. Guimarães Aguiar
Marli Bueno de Castro

EBOOK

A AVALIAÇÃO DAS QUESTÕES DO ENADE 2015


2

2018
SUMÁRIO

PREFÁCIO 05

CAPÍTULO 1 FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E HISTÓRICOS 08

Questão 9 Cláudio Ivan de Oliveira 08


Divino de Jesus da Silva Rodrigues
Questão 10 Nagi Hanna Salm Costa 12

Questão 11 Cláudio Ivan de Oliveira 14


Mara Rúbia Venâncio
Marta Carmo
Questão 23 Mara Rúbia Venâncio Vieira 17
Marta Carmo
CAPÍTULO 2 FUNDAMENTOS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE 20
DADOS PARA INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS

Questão 3 Suely Vieira Lopes 20


discursiva Margareth Regina Veríssimo
Weber Martins
Questão 12 Camila Alves 23
Tahiná Khan
Ivone Félix de Sousa
Questão 13 Lorena Simonassi 26
Janille Ribeiro
Questão 14 Weber Martins 28
Suely Vieira Lopes
Questão 15 Suely Vieira Lopes 31
Weber Martins
Dwain Phillip Santee
Questão 16 Suely Vieira Lopes 33
Weber Martins
Ivone Félix de Sousa
Questão 24 Lorena Simonassi 36
Lorismario Ernesto Simonassi
CAPÍTULO 3 FENÔMENOS PSICOLÓGICOS 38

Questão 18 Carolina Cardoso de Souza 38


Rosana Carneiro Tavares
3

Questão 19 Janille Ribeiro 40


Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon
Lila Spadoni45
Questão 20 Adalgisa Regin48a Teixeira 42
Janille Ribeiro36
Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon
Analice Arruda
Questão 21 Ana Cândida Cardoso Cantarelli 45
Lila Spadoni
Rosana Carneiro Tavares
Questão 22 Alberto de Oliveira 48
Daniela Cristina Campos
Lila Spadoni
Ronaldo Gomes Souza
Questão 25 Rosana Carneiro Tavares 51
Questão 26 Otília Aída Monteiro Loth 52
Margareth Regina Veríssimo
Ivone Félix de Sousa
Questão 27 Otília Aída Monteiro Loth 54
Ivone Félix de Sousa
Questão 29 Daniela Cristina Campos 56
Questão 34 Margareth Regina Veríssimo 58

CAPÍTULO 4 PRINCIPAIS DOMÍNIOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO 60

Questão 4 Rosival B. Lagares 60


discursiva Margareth Regina Veríssimo
Questão 5 Roberta Maia Marcon de Moura 63
discursiva Silvamir Alves
Margareth Regina Veríssimo
Questão 17 Andréa Batista Magalhães 67
Questão 28 Marli Bueno de Castro 69
Ivone Félix de Sousa
Katya Alexandrina Matos Barreto Motta
Questão 30 Margareth Regina Veríssimo 72
Questão 31 Daniela Sacramento Zanini 74
Helenides Mendonça
Marta Carmo
Questão 32 Daniela Sacramento Zanini 76
Filomena Guterres Costa
4

Marina de Moraes e Prado Morabi

Questão 35 Marina de Moraes e Prado Morabi 79


Gina Nolêto Bueno
Lenise Santana Borges
Daniela Sacramento Zanini
CAPÍTULO 5 QUESTÕES GERAIS DO ENADE COM INTERSECÇÃO COM A 83
PSICOLOGIA – POLÍTICAS PÚBLICAS

Questão 2 Vera Lucia Morselli 83

Questão 4 Vera Lucia Morselli 84

Questão 6 Vera Lucia Morselli 85


CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 88

REFERÊNCIAS 89
5

PREFÁCIO

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE/2015) possui em


duas partes, uma contendo os Componentes de Conhecimento Específico da Área de
Psicologia e outra com os Componentes de Formação Geral. Assim, o Enade/2015, foi
composto por trinta questões (três discursivas e vinte e sete de múltipla escolha),
envolvendo situações-problema e estudos de casos contemplando os componentes
específicos de psicologia e onze questões de Componente de Formação Geral, em que
três delas apresentam conteúdos interdisciplinares com a psicologia.
Neste EBOOK estão apresentadas as análises das questões do ENADE/2015,
relativas aos Componentes de Conhecimento Específico da Área de Psicologia e aos de
Formação Geral que abordam conteúdos interdisciplinares com as disciplinas
ministradas neste curso. Destaca-se que mais de 50% dos alunos que compareceram
para realizar este ENADE são da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Ficando os
outros 49,68% distribuídos entre as diversas universidades e faculdades de Goiânia.
Este fato motivou os professores a produzirem este documento de análises das questões,
a fim de apresentar os conteúdos que foram contemplados nesta avaliação,
demonstrando assim, como o curso de Psicologia da PUC Goiás abrange os conteúdos
que foram examinados nesta prova.
Para realizar esta análise, seguiu-se os critérios que foram propostos nas
diretrizes para a elaboração do ENADE/2015, em relação aos Componente de
Conhecimento Específico da Área de Psicologia voltados para: as competências e
habilidades que os alunos desenvolveram; o perfil profissional expresso nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia, Resolução
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011; e os conteúdos curriculares ministrados no
curso.
Em relação às competências e habilidades que o estudante desenvolve, no
processo de formação, analisou-se quais dos critérios abaixo foram avaliados nas
questões:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em
evidências científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas,
apoiado em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar
projetos, planejar e agir de forma coerente com os referenciais teóricos e as
características da população-alvo;
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras
comunicações profissionais, inclusive materiais de divulgação;
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a
análise e apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em
Psicologia;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes
contextos;
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas
organizações e instituições;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da
saúde, em nível individual e coletivo;
6

IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio


psicossocial a grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade
individual e social;
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a
questões e demandas individuais e coletivas;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos,
considerando as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas
em diferentes contextos.
A fim de levantar o perfil profissional expresso nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia, Resolução CNE/CES nº 5, de 15
de março de 2011, que foram contemplados nas questões foram analisados os critérios
abaixo:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento
científico em Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e
dos múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade
e a multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos
sociais e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com
postura crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos
direitos humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e
comunidades;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos
e fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
Em seguida, avaliou-se quais componentes específicos da área de Psicologia que
foram tomados como referencial examinando os conteúdos curriculares abaixo:
I - Fundamentos epistemológicos e históricos:
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais
sistemas psicológicos
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação
científica.
III – Fenômenos psicológicos:
a) Processos psicológicos de atenção, memória, percepção, linguagem,
pensamento, consciência e inteligência
7

b) Emoção, afetos e motivação


c) Desenvolvimento humana
d) Personalidade e subjetividade
e) Processos psicopatológicos
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
h) Princípios e processos de aprendizagem
i) Psicofarmacologia e comportamento
j) Bases biológicas e evolutivas do comportamento
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
a) Intervenções em processos educativos
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária)
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades
g) Psicoterapias
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional.
Assim, dividiu-se as questões conforme os conteúdos avaliados que
sobressaíram em cada uma delas. No entanto, várias questões tiveram como referencial
examinado, conteúdos curriculares apresentados em mais de um dos critérios acima
citados.
As questões foram avaliadas por 39 professores, entre mestres e doutores, que
ministram aulas na graduação do Curso de Psicologia da PUC Goiás, de diferentes áreas
de conhecimentos e abordagens. A análise de cada questão apresenta a autoria, o
gabarito, o tipo de questão, os componentes e habilidades (MEC-Psicólogo), os
componentes específicos da área de psicologia (Diretrizes Curriculares Nacionais para
os cursos de graduação em psicologia), os conteúdos curriculares avaliados,
comentários e referências.
8

CAPÍTULO 1

FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E HISTÓRICOS

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) aprovadas pelo Ministério da


Educação (MEC), em 2011, relativas aos cursos de graduação em Psicologia, estão
inclusos os conteúdos ‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ como um dos eixos
estruturantes para a formação em psicologia. Este conteúdo deve estar apresentado de
forma vertical em todo o currículo e permite ao formando o conhecimento das bases
epistemológicas presentes na construção do saber psicológico, desenvolvendo a
capacidade para avaliar criticamente as linhas de pensamento em Psicologia. Estas
DCN’s foram elaboradas com a contribuição de diversos órgãos, instituições e entidades
representativas da psicologia e devem ser observadas pelas instituições de ensino
superior (IES) do país, entendendo a Psicologia enquanto ciência e profissão (Resolução
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011).
Neste capítulo estão as avaliações de questões que contemplam os conteúdos
‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ como foco principal, embora outros eixos
são considerados em algumas questões. As questões do ENADE/2015 que destacaram
os conteúdos ‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ foram as de número ‘9, 10,
11 e 23’. Segue-se portanto, as análises de cada questão.

Questão 9 – A psicologia constitui-se como ciência autônoma no final do século XIX e,


desde então, caracteriza-se por diversas tensões entre a natureza subjetiva dos
fenômenos psicológicos e a imposição de uma abordagem objetiva, típica da ciência.
Tal tensão se expressa diferentemente nas principais matrizes que estruturam o
pensamento psicológico nas suas origens. Isso culminou em definições diferenciadas
sobre a forma científica de produzir conhecimento e a própria definição do objeto da
Psicologia. Assim, caracterizam-se duas grandes vertentes, uma mais objetivista e outra
mais subjetivista. Ao longo do tempo, várias tentativas foram feitas na direção de
articular esses dois modelos explicativos.

Considerando esse contexto, avalie as afirmações a seguir.

I. Atualmente, é consenso na Psicologia a meta de conhecer para dominar os meandros


da subjetividade.
II. O objetivismo valoriza a experimentação e toma o comportamento manifesto como
objeto de estudo, embasando-se na ideia de que todo conhecimento provém da
experiência.
III. O subjetivismo apoia-se na ideia da autonomia do ser humano, sustentando a tese de
que o conhecimento é anterior à experiência.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II apenas.
d. II e III apenas.
e. I, II e III.
9

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Cláudio Ivan de Oliveira e Divino de Jesus da Silva Rodrigues


(1) (2)

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações
profissionais, inclusive materiais de divulgação.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


I – Fundamentos epistemológicos e históricos:
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento.
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil.
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas
psicológicos.
10

COMENTÁRIOS:

Esta questão trata de um tema central na Psicologia, que têm pautado a discussão
de natureza histórica e epistemológica ao longo da consolidação da Psicologia como
ciência autônoma. A partir deste contexto, o importante é o estudante compreender que
baliza a discussão não é a busca de superioridade de uma vertente sobre a outra, e sim,
uma reflexão e avaliação crítica sobre tais conhecimentos, por meio da discussão do
significado da concepção de objetividade e subjetividade que norteiam as investigações
empreendidas pela Psicologia na produção do conhecimento. A construção desta
questão foi baseada em uma interpretação mal fundamentada das epistemologias da
(2)

psicologia. A polaridade objetivismo versus subjetivismo, e suas respectivas definições,


não contemplam as peculiaridades epistemológicas das diferentes matrizes do
pensamento psicológico . (1)

O enunciado II define os sistemas objetivistas da seguinte forma:


O objetivismo valoriza a experimentação e toma o comportamento manifesto
como objeto de estudo, embasando-se na ideia de que todo conhecimento provém da
experiência.
É evidente que esta classificação pretende incluir os sistemas behavioristas. No
entanto, tal classificação está equivocada porque não contempla a história do
behaviorismo e suas diferentes considerações epistemológicas sobre o comportamento
como objeto de estudo.
O behaviorismo de John Broadus Watson tomou como objeto de estudo da
psicologia o comportamento (observável) (Watson, 1913). Sob influência do
positivismo, observável significou para Watson passível de consenso entre os
observadores. Assim sendo, foi excluída a experiência consciente acessível
introspectivamente apenas a quem a experimenta e descreve (Watson, 1924).
Cabe então concluir que esta primeira proposta behaviorista se encaixa na
classificação objetivista proposta na questão analisada? A resposta é sim, mas com uma
ratificação à linguagem usada na questão. É correto afirmar que Watson restringiu a
ciência do comportamento ao referido critério positivista de consenso entre
observadores. Porém, o conceito “comportamento manifesto”, usado na definição de
objetivismo na Questão 9, não é a melhor escolha para o caso.
Isto porque Watson (1913a) fez a diferença entre comportamentos explícitos e
comportamentos implícitos. Os primeiros são observáveis diretamente a outras pessoas
(além daquela que os emite) sem a necessidade do uso de instrumentos fisiológicos. A
fala em voz alta é um exemplo de comportamento explícito. Já as emoções foram
definidas por Watson (1913a) como reações viscerais, em grande parte não manifestas,
isto é, não diretamente observáveis para outras pessoas. São acessíveis
intersubjetivamente apenas com o auxílio de instrumentos fisiológicos.
O verbo manifestar é definido como “tornar(-se) manifesto ou público;
declarar(-se), divulgar”. Assim sendo, adéqua-se ao conceito de comportamento
explícito. Já o comportamento implícito não é “público, divulgado”.
Conclui-se que falta à linguagem usada na questão 9 uma compreensão mais
refinada da teoria watsoniana. Este não é um detalhe insignificante, visto que a questão
trata das epistemologias da psicologia e, portanto, exige precisão conceitual na área.
O problema fica mais grave quando se considera o behaviorismo radical de
Burrhus Frederic Skinner. Seria este um sistema objetivista conforme a classificação em
questão? A resposta é rigorosamente não. Isto porque o behaviorismo radical incluiu os
comportamentos públicos e privados como objeto de estudo (Skinner, 2006). Os
primeiros são aqueles observáveis por outros (como os comportamentos explícitos de
11

Watson). Os segundos são eventos observáveis apenas para quem os experimenta. Um


exemplo é o pensamento como um operante encoberto.
Eles (os eventos privados) ocorrem dentro da pele, possuem as mesmas
dimensões físicas que aqueles que ocorrem fora dela, e são explicados a partir dos
mesmos princípios comportamentais.
Diferentemente do behaviorismo watsoniano, Skinner considerou desnecessário
e prejudicial para a análise funcional do comportamento o esforço para observar as
ocorrências fisiológicas relacionadas aos eventos privados (Skinner, 1953). Esta tarefa
foi atribuída a outro nível de análise (hoje as neurociências).
Portanto, o behaviorismo radical não pode ser considerado um sistema que
estuda apenas o “comportamento manifesto”. Mais uma vez a classificação
epistemológica proposta na Questão 9 mostra-se mal fundamentada.
Passa-se agora à análise da classificação epistemológica denominada na Questão
9 de subjetivismo. Está é definida no enunciado II como segue:
O subjetivismo apoia-se na ideia da autonomia do ser humano, sustentando a
tese de que o conhecimento é anterior à experiência.
É fácil demonstrar a fragilidade desta polarização subjetivismo-objetivismo
porque importantes matrizes do pensamento psicológico não podem ser absorvidas por
ela.
O paradigma tradicional da psicologia evolucionista não pode ser identificado
como objetivista. Isto porque ele não estuda comportamentos manifestos, e sim os
mecanismos adaptativos (módulos) internos (a mente) que foram selecionados ao longo
da evolução. Os comportamentos manifestos ocorrem em função do processamento de
informação realizado no aparato mental. Também não faz sentido classificar a
psicologia evolucionista como subjetivista. A razão é que ela não “apóia-se na idéia da
autonomia do ser humano”.
O ideal da autonomia do indivíduo foi proposto no Iluminismo. Segundo
Immanuel Kant autônomo é o indivíduo que governa a si mesmo, que atingiu a
maioridade e se emancipou da tutela da tradição. A heteronomia é o pólo oposto à
autonomia, caracteriza um indivíduo que não decide por si mesmo, mas antes se
submete aos ditames da tradição que o coage (no sentido durkheimiano).
O ideal iluminista de autonomia foi, portanto, de um ser humano racional. Era
isso o que preconizava a moral formalista kantiana. Para ela se impõe o governo da
razão. O ser humano decide moralmente de forma consciente e por isso é livre para a
recusa à satisfação instintual.
A antropologia kantiana, que preconiza a existência de uma decisão moral
racional e, portanto, consciente, não é aceitável para o paradigma tradicional da
psicologia evolucionista. Isto porque para esta o comportamento humano é
predominantemente o resultado de mecanismos que operam inconscientemente (não no
sentido freudiano). Assim, mais um importante paradigma da psicologia não encontra
lugar na restrita categorização epistemológica proposta na Questão 9.
A psicanálise de Sigmund Freud também não pode ser absorvida na
categorização objetivismo-subjetivismo. Isto porque ela não estuda comportamentos
manifestos (não é objetivista) e não tem como ideal o homem autônomo-racional do
iluminismo (não é subjetivista). Pelo contrário, a psicanálise desenvolveu uma
antropologia que concedeu às pulsões a primazia sobre a vida psíquica humana.
Portanto, neste aspecto Freud foi um anti-iluminista.
Essas considerações são suficientes para demonstrar a inconsistência da
interpretação epistemológica na qual se fundamenta a Questão 9. Portanto, é grave que
uma prova do ENADE apresente uma questão passível de tantas críticas . (1)
12

REFERÊNCIA(S):
Figueiredo, L. C. M. (2014). Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis, RJ:
Vozes.
Molon, S. I. (2010). Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Petrópolis,
RJ: Vozes.
Skinner, B. F. (1953). Science and human behavior. New York: Free Press.
Skinner, B. F. (2006). Sobre o Behaviorismo (M. P. Villalobos, Trad.). Cultrix: São
Paulo.
Vigotski, L. S. (1996). Teoria e método em psicologia. Tradução de: Berliner, C. São
Paulo: Martins Fontes.
Watson, J. B. (1913). Psychology as the Behaviorist Views it. Retirado em 13/07/00 de
http://psychclassics.yorku.ca
Watson, J. B. (1913a). Image and Affection in Behaviorism. Journal of Philosophy,
Psychology and Scientific Method. (10) 421-428.
Watson, J. B. (1920). Is thinking merely the action of language mechanisms? Retirado
em 22/04/02 de http://psychclassics. yorku.ca
Watson, J. B. (1970). Behaviorism. New York: Norton Library. (Trabalho original
publicado em 1924).

Questão 10 – A Psicologia se reconhece e é socialmente reconhecida como um campo


multifacetado e dividido em várias áreas de atuação. Tais áreas configuram temáticas,
problemas, conhecimentos, tecnologias, modos de pensar e de atuar sobre as demandas
oriundas de diferentes segmentos e contextos sociais.
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o que se alterou na
últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A. V. B., & Gondim, S. M. G.
(Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um exame à luz das categorias da psicologia
organizacional e do trabalho. Porto Alegre: Artmed.
Em agosto de 2015, comemoram-se 53 anos de regulamentação da Psicologia como
profissão no Brasil. As mudanças contemporâneas, o avanço do conhecimento e as
transformações na realidade nacional propiciaram alternativas significativas nessa área
no decorrer desse período.

Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. A clÍnica tradicional, centrada no atendimento individual, tem sido substituída por


modalidades de atendimento grupal e familiar, ocasionando a perda de identidade
profissional do psicólogo.
PORQUE
II. O surgimento de novas áreas de atuação, como as de saúde e de assistência social,
tem representado possibilidades de inserção do psicólogo em contextos além da clÍnica.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da correta I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da
correta I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
13

d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.


e. As asserções I e II são proposições falsas.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Nagi Hanna Salm Costa

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Asserção-Razão

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social;
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões
e demandas individuais e coletivas;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


I - Fundamentos epistemológicos e históricos:
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil

IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:


d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária)
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades
g) Psicoterapias
14

COMENTÁRIOS:

A Psicologia na contemporaneidade tem se inserido nos mais diversos contextos


de atuação, não se restringindo ao atendimento individual clínico. As propostas de
intervenção do psicólogo podem ser dirigidas tanto a um único indivíduo, quanto a
grupos de indivíduos. O psicólogo pode atuar na área Hospitalar e da Saúde, Trabalho e
Organizações, Esporte e Exercício, Escolar e Educacional, na Neuropsicologia, na área
Jurídica, Social, Comunitária, dentre outras. A pluralidade no que tange às áreas de
atuação não fazem com que o psicólogo perca sua identidade profissional, pelo
contrário, tal identidade se consolida ainda mais a medida em que se identifica espaços
onde a inserção do psicólogo se faz relevante, necessária, essencial.

REFERÊNCIA(S):
Angerami-Camon, V. A. A. (2006). Psicologia da Saúde: Um Novo Significado para a
Prática Clínica. São Paulo: Thomson Learning.
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o
que se alterou na últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A.
V. B., & Gondim, S. M. G. (Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um
exame à luz das categorias da psicologia organizacional e do trabalho. Porto Alegre:
Artmed
Jacó-Vilela, A. M., Ferreira, A. A. L., & Portugal, F. T. (2015). História da Psicologia:
Rumos e Percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora. Marinho, A. L., & Caballo, V. E.
(2001). Psicologia Clínica e da Saúde. Londrina: Editora UEL; Granada: APISCA.
Straub, R. O. (2007). Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artmed.
Vala, J, & Monteiro, A. B. (2004). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkina.

Questão 11 – As teorias em Psicologia constituíram-se de diversas raízes filosóficas e


epistemológicas, que deram origem a sistemas complexos de conceitos, histórica e
culturalmente determinados. Tais sistemas conceituais, por sua vez, possibilitaram a
emergência de abordagens, escolas, teorias e práticas diferenciadas de Psicologia. Essa
situação configura um campo de dispersão da Psicologia, que se formou com a
utilização de diversas perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais. A
manifestação desse processo ocorreu por meio da produção de diferentes teorias e
sistemas que marcaram a primeira metade do século XX.
BARRETO, C. L. B. T.; MORATO, H. T. R A dispersão do pensamento psicológico. Boletim de
Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em:
2Gjul. 2015.

Considerando os fundamentos epistemológicos da Psicologia na primeira metade do


século XX, avalie as afirmações a seguir.

I.O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser
humano e a possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do
comportamento humano.
15

II.A Fenomenologia buscava alcançar a compreensão do ser, partindo da intuição das


essências como possibilidade da consciência e recorrendo à noção fundamental de
intencionalidade.
III.A Psicologia Funcional, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os
elementos constitutivos da consciência, decompor as experiências complexas em
elementos mais simples e definir, com precisão, a sua natureza.
IV.A Psicologia Estrutural fundamentava-se na noção de pulsão e seu arcabouço
conceitual dependia da existência efetiva e da função desse pressuposto.
V.A Psicanálise não pretendia ser uma teoria sistemática, mas uma atitude ou modo de
observar os fenômenos psicológicos.

É correto apenas o que se afirma em


a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. III e V.
e. IV e V.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Cláudio Ivan de Oliveira, Mara Rúbia e Marta Carmo

GABARITO: A.

TIPO DE QUESTÃO: múltipla escolha com única alternativa

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
16

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


I – Fundamentos epistemológicos e históricos:
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento.
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil.
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas
psicológicos.

COMENTÁRIOS:

Cada um dos enunciados é comentado abaixo.

I. O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser humano e a
possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do comportamento humano. ‘

A expressão “natureza objetiva e natural do ser humano” exige alguma crítica.


O ser humano possui uma “natureza natural” no behaviorismo? Se a expressão é
usada para falar do “potencial da dotação genética do homem” ela é correta. Isto porque
John Broadus Watson admitiu uma natureza humana no sentido de que esta espécie é
portadora de mecanismos adaptativos universais: reflexos incondicionados e
condicionados.
Burrhus Frederic Skinner também admite a existência de uma natureza humana
biológica filogeneticamente constituída. O homo sapiens sapiens é dotado, por exemplo,
de uma mecanismo de aprendizagem denominado de condicionamento operante
(Skinner, 2007). Este é produto da seleção natural, portanto trata-se da biologia humana.
Por outro lado, se por “natureza natural” se quer afirmar que o behaviorismo
radical desconsiderou a cultura, o enunciado I está errado. Do ponto de vista da teoria
skinneriana sobre a evolução da cultura como resultado de uma seleção por
consequências (Skinner, 2007), não existe uma homogeneidade cultural biologicamente
determinada. Cada cultura é o resultado único e singular de um processo de seleção de
práticas culturais.
Quanto ao indivíduo, seu comportamento é o resultado da influência interativa
da filogênese, ontogênese e cultura. A última é caracterizada como o conjunto de
contingências estabelecidas e mantidas pelo ambiente social.
Visto que o gabarito da Questão 11 considera correto enunciado I, deve-se
considerar como assumido o primeiro sentido dado acima à expressão “natureza
natural”.
A segunda parte do enunciado I diz que o behaviorismo afirma “a possibilidade
de construção de uma sociedade embasada em princípios do comportamento humano”.
Isto é verdade tanto para o behaviorismo watsoniano quanto skinneriano (radical). No
caso do segundo autor basta citar obras como Walden II e Para Além da Liberdade e da
Dignidade.

II. A Fenomenologia buscava alcançar a compreensão do ser, partindo da intuição das essências como
possibilidade da consciência e recorrendo à noção fundamental de intencionalidade.

Não há problema nesta afirmação.

III.A Psicologia Funcional, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os elementos
constitutivos da consciência, decompor as experiências complexas em elementos mais simples e definir,
com precisão, a sua natureza.
17

A ênfase da Psicologia Funcional não foi nas estruturas mentais, e sim na função
adaptativa das faculdades mentais. A análise de William James acerca da consciência é
exemplar nessa nova tendência da psicologia americana. Para ele a consciência
possibilita a adaptação psicológica, na qual o propósito é antecipado pelo organismo e
os meios mais adequados para a sua realização são selecionados. Portanto, o enunciado
III está errado.

IV.A Psicologia Estrutural fundamentava-se na noção de pulsão e seu arcabouço conceitual dependia da
existência efetiva e da função desse pressuposto.

A Psicologia Estrutural de Edward Bradford Titchener não trabalhou com o


conceito de pulsão. Seu objetivo prioritário era a identificação dos elementos
componentes da consciência: “saber o que está lá e em que quantidade” (Titchener,
1898). Por isso o enunciado IV está errado.

V.A Psicanálise não pretendia ser uma teoria sistemática, mas uma atitude ou modo de observar os
fenômenos psicológicos.

A pretensão de Sigmund Freud a uma teoria sistemática é facilmente


demonstrável a partir de sua obra clássica Compêndio de Psicanálise. Nela o autor
desenvolve uma sistematização sintética da teoria psicanalítica. Assim, sendo, o
enunciado V está errado.

REFERÊNCIA(S):
Barreto, C. L. B. T.; Morato, H. T. R (2015). A dispersão do pensamento psicológico.
Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 2/06/2018.
James, W. (1890). Principles of Psychology. Retirado em 22/02/2005.
http://psychlassics. yorku.ca.
Skinner, B. F.. (2007). Seleção por conseqüências. Revista Brasileira de Terapia
Comportamental e Cognitiva, 9(1), 129-137.
Titchener, E. B. (1899). The Postulates of a Structural Psychology. Retirado em
22/02/2005. http://psychlassics. yorku.ca.

Questão 23 – A respeito das teorias acerca da estrutura de personalidade, avalie as


afirmações a seguir.

I.Os conceitos de self na abordagem junguiana e na perspectiva centrada no cliente se


aproximam, na medida em que ambas o consideram uma totalidade, mas divergem em
relação ao fato de sua disponibilidade à consciência.
II.As teorias do aparelho psíquico (topográfico e estrutural) desenvolvidas por Freud se
integram da seguinte forma: o ego e o superego estão localizados no consciente e no
pré-consciente e o id, no inconsciente.
III.A noção de inconsciente na abordagem cognitiva refere-se ao processamento de
informação acessível à consciência no seu resultado final, diferentemente da concepção
adotada pela abordagem psicanalítica.
18

IV.As abordagens comportamentais de aprendizagem tendem a enfatizar


comportamentos específicos em suas relações com o contexto, em vez de elementos da
personalidade.

É correto apenas o que se afirma em


a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Mara Rúbia Venâncio Vieira e Marta Carmo

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Alternativa única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


I - Fundamentos epistemológicos e históricos:
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas
psicológicos

COMENTÁRIOS:

A questão foca aspectos da formação da personalidade em diferentes teorias.


19

REFERÊNCIA(S):

Cloninger, S. (1999). Teorias da Personalidade. 1° ed. São Paulo: Martins Fontes.


Schultz, D. P. & Shultz, S. E. (2002). Teorias da Personalidade. 1° ed. São Paulo:
Thomson Pioneira.
20

CAPÍTULO 2

FUNDAMENTOS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS PARA


INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS

Dois outros eixos estruturantes da matriz dos cursos de graduação em psicologia


são neste capítulo contemplados. O dos ‘Fundamentos teórico-metodológicos’ e o dos
‘Procedimentos para a investigação científica e a prática profissional’. O primeiro que
garante a apropriação crítica do conhecimento disponível, assegurando uma visão
abrangente dos diferentes métodos e estratégias de produção do conhecimento científico
em Psicologia. Os ‘Procedimentos para a investigação científica e a prática
profissional’, garante tanto o domínio de instrumentos e estratégias de avaliação e de
intervenção quanto a competência para selecioná-los, avaliá-los e adequá-los a
problemas e contextos específicos de investigação e ação profissional (Resolução
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011). Portanto, nestes dois eixos são requeridos
conhecimentos que tornam a psicologia reconhecida como ciência.
Neste capítulo estão as avaliações de questões que contemplam os conteúdos
‘Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para investigações
científicas’ como foco principal, embora outros eixos são considerados em algumas
questões. As questões do ENADE/2015 que destacaram os conteúdos ‘Fundamentos,
métodos e técnicas de coleta e análise de dados para investigações científicas’ foram a
discursiva de número ‘3’ e as objetivas de número ‘12, 13, 14, 15 e 16’. Segue-se
portanto, as análises de cada questão.

Questão discursiva 3 – A crise de emprego, presente em diferentes países, inclusive no


Brasil, agravou a vulnerabilidade dos jovens em termos de: a) aumento do desemprego,
subemprego e condições precárias de inserção no mercado de trabalho; b) empregos de
menor qualidade para aqueles que encontram trabalho; c) maior desigualdade no
mercado de trabalho entre diferentes grupos de jovens; d) transições da escola para o
trabalho mais longas e inseguras; e e) afastamentos prolongados do mercado de
trabalho.
Venturi, G. e Torini, D. 2014. Transições do mercado de trabalho de mulheres e homens jovens no Brasil.
Genebra: OIT (Work Youth Series).

Considerando o contexto apresentado, faça o que pede nos itens a seguir.

a)Elabore um problema de pesquisa que esteja relacionado ao assunto tratado no texto.


b)Descreva as etapas essenciais de sua pesquisa, incluindo: o desenho de pesquisa, os
instrumentos, os procedimentos, as técnicas de análise de resultados e apresente uma
consideração ética relevante sobre a pesquisa.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Suely Vieira Lopes, Margareth Regina Veríssimo e Weber Martins

GABARITO: Exemplo de Gabarito para esta questão


21

a)Elabore um problema de pesquisa que esteja relacionado ao assunto tratado no


texto.
Quais as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no mercado
de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego?

b)Descreva as etapas essenciais de sua pesquisa, incluindo: o desenho de


pesquisa, os instrumentos, os procedimentos, as técnicas de análise de resultados e
apresente uma consideração ética relevante sobre a pesquisa.
Problema:
Quais as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no mercado
de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego?
Justificativa:
Considerando que a crise de emprego afeta a população de um país e em
especial as pessoas que estão em idade de inserção no mercado de trabalho,
considerando ainda a crise de emprego tem atingido os jovens em momentos de sua
afirmação profissional, tornando precárias as condições para o acesso a uma vida
econômica sustentável, faz-se necessário o estudo dos impactos sociais dessa situação
na vida desses jovens.
Relevância ética da pesquisa: A pesquisa apresenta-se como uma possibilidade
significativa para não apenas diagnóstico, mas como perspectiva de melhorar a vida dos
jovens, para prevenção aos problemas sociais que podem ser originados a partir do não
acesso ao emprego.
Objetivos:
- Levantar o perfil sócio demográfico dos jovens que buscaram a
empregabilidade no último ano;
- Compreender o contexto social dos jovens em idade de inserção no mercado de
trabalho;
- Avaliar o mercado de trabalho acessível aos jovens em idade de inserção no
mundo de trabalho;
- Conhecer as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no
mercado de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego.
- Metodologia: Pesquisa empírica por meio de levantamento, utilizando revisão
bibliográfica e documental para sustentação teórica.
- Instrumentos: Questionário
- Procedimentos:
Levantamento documental sobre o número previsto de sujeitos na condição de
desemprego no último ano;
Cálculo do tamanho da amostra utilizando fórmula estatística, com margem de
erro de até no máximo 5%;
Tipo de amostra: Não aleatória acidental;
Elaboração do Projeto de Pesquisa;
Estudo bibliográfico e documental sobre o tema;
Elaboração do instrumento de coleta de dados;
Pesquisa piloto para validação do instrumento de coleta de dados;
Reavaliação do instrumento de coleta de dados;
Coleta de dados que ocorrerá nos ambientes de empresas que oferecem vagas de
trabalho e também na rua, com aplicação do Termo de Livre Consentimento;
Criação de banco de dados no programa SPSS para organização dos dados;
Digitação para alimentar o banco de dados com os questionários;
22

Procedimento de análise dos dados: Análise quantitativa com uso de modelos


estatísticos descritivos e inferenciais.
Elaboração do relatório de pesquisa.

TIPO DE QUESTÃO: Discursiva

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em Psicologia;
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.
III – Fenômenos psicológicos:
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
23

f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades


c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador

COMENTÁRIOS:

A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade


necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando tanto os conceitos teóricos
da Psicologia, Metodologia Científica, quanto da Estatística. Portanto, esta questão
exige conhecimento teórico e prático; exige conhecimento para construção de
intervenções e resolução de problemas da realidade social. Além do conhecimento
técnico sobre a área do trabalho, área social e de pesquisa; exige conhecimento sobre
pesquisa e investigação. Desta forma, o estudante deve:
a) apresentar objetivamente um problema de pesquisa relacionado ao assunto
apresentado, por exemplo: as mudanças no mundo do trabalho. as políticas públicas na
área, como as de enfrentamento do desemprego, da discriminação entre outros;
b) descrever, em linhas gerais, as etapas de sua pesquisa, incluindo o desenho da
pesquisa, instrumentos e procedimentos. O plano deve conter as informações
metodológicas essenciais, de modo coerente com o problema de pesquisa proposto.

REFERÊNCIA(S):
Dancey, C. P., Reidy, J. (2006). Estatística sem Matemática para Psicologia. 6 ed. Porto
Alegre: Artmed.
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed. São Paulo: Atlas.
Venturi, G. e Torini, D. (2014). Transições do mercado de trabalho de mulheres e
homens jovens no Brasil. Genebra: OIT (Work Youth Series).

Questão 12 – A psicometria fundamenta-se na teoria da medida em ciências, buscando


explicar o sentido que têm as respostas dadas pelos sujeitos a um conjunto de tarefas e
propor estratégias e técnicas de medida dos processos psicológicos.
PASQUALI, L. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USR Disponível em:
<http://www.revistas.usp. br>. Acesso em: 17 jul. 2015 (adaptado).

Acerca da psicometria e de sua base para consolidação da ciência psicológica em geral,


avalie as afirmações a seguir.

I. Os instrumentos psicológicos representam a expressão científica de um procedimento


sistemático para avaliar fenômenos psicológicos.
II. Os requisitos básicos dos testes psicológicos são validade, precisão, padronização e
normalização.
III. A psicometria clássica, também conhecida como Teoria de Resposta ao Item (TRI),
fundamenta-se na noção teórica dos traços latentes.
24

IV. A técnica estatística da análise fatorial é um dos procedimentos centrais no


desenvolvimento de teorias psicológicas, como, por exemplo, o modelo dos cinco
grandes fatores de personalidade.
V. A psicometria é um campo de conhecimento próprio da Psicologia, portanto o uso
desse conhecimento por outros profissionais é fato cabível de processo disciplinar pelo
Ministério Público.

É correto apenas o que se afirma em


a. I, II e IV.
b. I, II e V.
c. I, III e V.
d. II, III e IV.
e. III, IV e V.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTORES: Camila Alves, Tahiná Khan e Ivone Félix de Sousa

GABARITO: A

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:

I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais com base em evidências


científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
V - Utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em psicologia.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
25

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para


investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia (construção de instrumentos psicológicos)
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados (questões básicas de mensuração)
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional (questões éticas na
avaliação psicológica).

COMENTÁRIOS:

Em relação a afirmação III de que ‘A psicometria clássica, também conhecida


como Teoria de Resposta ao Item (TRI), fundamenta-se na noção teórica dos traços
latentes.’ o erro da questão está quando nela é afirmado que a psicometria clássica é
conhecida como Teoria de Resposta ao Item. No entanto, a Teoria de Resposta ao Item
(TRI) surgiu da necessidade de solucionar algumas limitações da Teoria Clássica dos
Testes (TCT), a fim de melhorar a qualidade da avaliação da estrutura dos testes e
portanto, a TRI veio substituir parte da TCT. Assim, ambas as teorias são vertentes da
psicometria moderna (Pasquali, 2003; Pasquali, 2007). De um modo geral, a
psicometria procura explicar o sentido que têm as respostas dadas pelos sujeitos a uma
série de tarefas, tipicamente chamadas de itens. TCT tem interesse em produzir testes de
qualidade, enquanto a TRI se interessa por produzir tarefas (itens) de qualidade. No
final, então, temos ou testes válidos (TCT) ou itens válidos (TRI), itens com os quais se
poderão construir tantos testes válidos quantos se quiser ou o número de itens permitir.
Assim, com a TRI é possível construir bancos de itens válidos para avaliar os traços
latentes (Pasquali, 2015).
Em relação a afirmação V, de que ‘A psicometria é um campo de conhecimento
próprio da Psicologia, portanto o uso desse conhecimento por outros profissionais é fato
cabível de processo disciplinar pelo Ministério Público.’ pode-se dizer que a
psicometria fundamenta-se na teoria da medida em ciências sociais em geral e que é
especialmente aplicada nas áreas da psicologia e da educação. Assim, ela não poderia
ser de conhecimento próprio da psicologia, cabendo processo disciplinar pelo Ministério
Público a outros profissionais ao utilizá-la. Portanto, a Teoria de Resposta ao Item (TRI)
é uma vertente da psicometria moderna e a psicometria é um campo de conhecimentos
em ciências, não especificamente da psicologia (Pasquali, 2015).

REFERÊNCIA(S):
Alchieri, J.C e Cruz, R. M. (2003). Avaliação psicológica: conceitos, métodos e instrumentos.
São Paulo: Casa do Psicólogo.
Ambiel, A. M. R; Rabelo, I. S; Pacanaro, S. V; Alves, G. A. S & Leme, I. F. A. S. (2011).
Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. São
Paulo: Casa do Psicólogo.
Anastasi, A. e Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
Cronbach, J.L. (1996). Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes
Médicas.
26

Pasquali, L. (1996). Teoria e métodos de medida em ciência do comportamento. Brasília, DF:


INEP.
Pasquali, L. (1997). Psicometria: teoria e aplicações. Brasília, DF: UnB.
Pasquali, L. (1999). Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília, DF:
LabPAM/IBAPP.
Pasquali, L. (2001). Técnicas de exame psicológico: Fundamentos de Técnicas Psicológicas.
São Paulo: Casa do Psicólogo.
Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis, RJ:
Vozes.
Pasquali, L. (2007). Teoria de Resposta ao Item - TRI. Brasília, DF: LabPAM/IBAPP.
Pasquali, L. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USR. Disponível em:
<http://www.revistas.usp. br>. Acesso em: 17 jul. 2015 (adaptado).

Questão 13 – Em determinado estudo, crianças observavam figuras de asas de


borboleta e eram instruídas a emparelhá-las com outras parecidas, em uma amostra
maior. O pareamento devia ser feito com base nos padrões das asas. A princípio, as
crianças acharam esta tarefa muito difícil e intrigante porque tiveram dificuldade em
separar o padrão e as cores das asas. Em seguida, rótulos (palavras para pontos e listas)
descrevendo os diferentes padrões foram fornecidos a um grupo experimental, enquanto
um grupo-controle não recebeu quaisquer rótulos descritivos. Com a aprendizagem dos
rótulos, as crianças do grupo experimental melhoraram consideravelmente seu
desempenho no pareamento. Até mesmo os membros mais jovens do grupo
experimental se saíram melhor do que as crianças mais velhas do grupo controle.
MUSSEN, R; CONCER, J.; KAGAN, J. Desenvolvimento e personalidade da criança. São Paulo: Harper
& Row do Brasil, 1977 (adaptado).

A situação apresentada descreve um experimento sobre o processo da linguagem. Com


base na situação exposta e nos fundamentos teóricos da Psicologia sobre o processo da
linguagem e funções mentais, avalie as afirmações a seguir.

I. A linguagem é necessária à memória e à solução de problemas.


II. A formulação de regras verbais ajuda a orientar o desempenho no raciocínio e na
solução de problemas.
III. A mediação verbal (atribuição de rótulos) aprimora a habilidade para lembrar de
objetos e eventos.
IV. Crianças mais jovens aprendem mais rápido que crianças mais velhas.

É correto apenas o que se afirma em


a. I e II
b. I e IV
c. II e III
d. I, III e IV
e. II, III e IV

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Lorena Simonassi e Janille Ribeiro


27

GABARITO: C (questões II e III seriam corretas)

TIPO DE QUESTÃO: Asserção Única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações
profissionais, inclusive materiais de divulgação;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para


investigações científicas
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.
Conceitos de Linguagem, Pensamento e Desenvolvimento Humano conforme Vigotski.

COMENTÁRIOS:

I. A linguagem é necessária à memória e à solução de problemas.


A questão I estaria errada em função das terminologias utilizadas (Linguagem) e
Memória. Para a Análise do Comportamento linguagem é um termo geral que não
consegue explicar as especificidades do ser humano, por tanto, deveria se fazer menção
a Comportamento Verbal e Memória deveria especificar Comportamento de Lembrar.
Se o termo fosse Comportamento Verbal e comportamento de lembrar esta asserção
estaria correta.

II. A formulação de regras verbais ajuda a orientar o desempenho no raciocínio e


na solução de problemas.
Esta questão estaria correta, mas com a ressalva de que raciocínio e solução de
problemas poderia ser definida como sinônimos ou raciocínio como uma forma de
comportamento privado, que não ficou claro na questão.

III. A mediação verbal (atribuição de rótulos) aprimora a habilidade para


lembrar de objetos e eventos.
28

Esta questão está correta.

IV. Crianças mais jovens aprendem mais rápido que crianças mais velhas.
Esta questão estaria errada. Não se pode dizer que repertórios comportamentais
são obtidos em função da idade da criança. Existem inúmeras variáveis que são
responsáveis por este desenvolvimento.

A alternativa I está incorreta, pois a memória e algumas soluções de problemas


podem ser efetivados sem a linguagem, como ocorre com os primatas e crianças bem
pequenas de um ano de idade. A IV não possui fundamento teórico, pois o aprendizado
ocorre em qualquer idade e depende não do fator cronológico, mas de aspectos
biológicos, sociais, intelectuais e culturais.

REFERÊNCIA(S):
Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura.
Porto Alegre: Artmed.
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto
Alegre: Artes Médicas.
Mussen, R, Concer, J. &, Kagan, J. (1977). Desenvolvimento e personalidade da
criança.
São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1977 (adaptado).
Skinner, B. F. (1981). Ciência e comportamento Humano. São Paulo, SP: Martins
Fontes.
Vigotski, L.S. (1998). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. (6ªed.). Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto,
Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes.

Questão 14 –
Pesquisa 1: A pesquisa objetivou investigar representações sociais do espaço prisional
entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Optou-se pela entrevista semi-
estruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas dez detentas,
utilizando um roteiro focalizando: dados sócio demográficos; momento do crime;
funções da pena; relação familiar antes e depois do encarceramento; vida antes do
encarceramento; dia a dia na penitenciária; visão do tratamento recebido; maiores
dificuldades da prisão e projetos futuros.
FRINHANI, E M. D.; SOUZA, L. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de
representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado).

Pesquisa 2: Os relacionamentos íntimos, dentre eles o namoro, pressupõem a existência


de identidades e representações sociais, que são compartilhadas através de
comportamentos, normas e valores sociais. Objetivou-se identificar a representação
social e a particularização em função da identidade sexual e experiência com o namoro.
Para tal, a amostra foi composta por 183 estudantes universitários, com média de idade
de 22 anos. Foi utilizado um questionário auto aplicado em situação coletiva.
BERTOLDO, R. B.; BARBARA, A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos jovens.
PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
29

Estão resumidas, acima, duas pesquisas no campo das representações sociais. A respeito
dos instrumentos usados para a coleta de dados nessas pesquisas, avalie as afirmações a
seguir.
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista
aberta, tem como grande vantagem a possibilidade de se obterem dados já
categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de
instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na
Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior
profundidade.
III. Os questionários auto aplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas
pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Weber Martins e Suely Vieira Lopes

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Objetiva

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento
científico em Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e
dos múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade
e a multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com
fenômenos sociais e biológicos.
30

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.

COMENTÁRIOS:
A primeira afirmação está claramente errada, pois a entrevista semiestruturada
não fornece dados já categorizados, mas apenas indica os tópicos (principais) a serem
focalizados. A categorização demanda esforço analítico por parte do pesquisador, sendo
um dos processos mais importantes. A segunda afirmativa está correta, pois as amostras
em pesquisas qualitativas, quando empregamos “instrumentos abertos que captam o
fenômeno em maior profundidade”, são caracterizadas por serem pequenas e,
geralmente, intencionais. A terceira afirmação está correta, sendo interessante observar
que a coleta de dados qualitativos não implica, necessariamente, que se trata de pesquisa
qualitativa, onde são coletados dados abertos. A informação de profissão, por exemplo,
é uma informação qualitativa adequada ao tratamento estatístico, que caracteriza a
pesquisa quantitativa. A rigor, questionários permitem até a coleta de dados abertos,
mas tal procedimento não é recomendado em grandes amostras.
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os procedimentos
para coleta de dados foram assimilados pelos alunos, considerando os conceitos teóricos
da Psicologia e Metodologia Científica. O objetivo maior da questão é verificar se o
estudante sabe selecionar o tipo de instrumento de coleta de dados, assim como qual é
tipo de pesquisa que será desenvolvido.

REFERÊNCIA(S):
Bertoldo, R. B. &, Barbara, A. (2006). Representação social do namoro: a intimidade na
visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Frinhani, E M. D. &, Souza, L. (2005). Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma
análise de representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado).
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed.. São Paulo: Atlas.
31

Questão 15 – Um estudo foi desenvolvido para investigar os efeitos de idade e sexo no


autoconceito de crianças pré-escolares. Segundo os pesquisadores, poucas são as
investigações sobre o autoconceito realizadas com crianças de idade pré-escolar. Nesse
estudo, procuramos contribuir para melhor compreensão do desenvolvimento normativo
do autoconceito, no período pré-escolar, nomeadamente, por meio da análise dos efeitos
que o sexo e a idade nele exercem. Tratando-se de um estudo longitudinal, a amostra foi
composta por 83 crianças portuguesas, de um total de 340, avaliadas no seu
autoconceito aos quatro e aos cinco anos de idade, através da Pictorial Scale of
Perceived Competence and Social Acceptance for Young Children — PSPCSA. As
crianças apresentaram resultados muito elevados em todos os domínios do autoconceito,
em ambas as idades. Os dados parecem indicar que os elevados valores do autoconceito
começam a declinar já no fim do período pré-escolar, pelo menos em alguns domínios,
sugerindo, dessa forma, um desenvolvimento diferenciado do autoconceito, consoante
os diferentes domínios avaliados. Finalmente, parecem existir diferenças no
autoconceito relacionadas com o sexo das crianças, favorecendo os rapazes. Os nossos
resultados contribuem para melhor compreensão do processo de desenvolvimento do
autoconceito.
PINTO, A. et al. Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-escolares. Psicologia: reflexão e
crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado).

Considerando o relato de pesquisa apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação


proposta entre elas.

I. A amostra utilizada no estudo é representativa e permite compreender tanto a


realidade portuguesa como a brasileira.
PORQUE
II. Trata-se de um estudo longitudinal que permite generalizar os dados em função das
similaridades culturais entre Brasil e Portugal.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c. A asserção I é proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Suely Vieira Lopes, Weber Martins e Dwain

GABARITO: E

Asserção I. A amostra utilizada no estudo é representativa e permite


compreender tanto a realidade portuguesa como a brasileira.

Afirmação falsa. Para se determinar a significância da amostra seria necessário


se estabelecer o universo amostral. Ou seja, o número de crianças com as idades
desejadas no Brasil e em Portugal. A amostra não permite concluir nem sobre a amostra
brasileira e nem sobre a amostra portuguesa. Só se pode concluir sobre a própria
32

amostra e apenas das crianças portuguesas. Não está estabelecida a amostra brasileira e
nem foram determinadas as variáveis de emparelhamento das duas amostras, se fosse
intenção da pesquisa fazer comparações entre os dois países.
(PORQUE)
Asserção II. Trata-se de um estudo longitudinal que permite generalizar os dados
em função das similaridades culturais entre Brasil e Portugal.

Afirmação falsa. Primeiro, podemos argumentar que o estudo não é longitudinal,


porque só aplica a medida em dois momentos do tempo, podendo ser simplesmente um
desenho antes/depois. Geralmente estudos longitudinais abarcam vários anos ou
décadas. Segundo, a amostra não permite formular comparações entre entre Brasil e
Portugal porque as similaridades culturais são pressupostos que podem ser falsos.
Ademais, essas comparações não são objetivos da pesquisa.

TIPO DE QUESTÃO: Objetiva de asserção e razão

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.
Em síntese, esta questão aborda conteúdos sobre “Metodologia de Pesquisa e Desenho
de pesquisa”.

COMENTÁRIOS:
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando tanto os conceitos teóricos
da Psicologia, Metodologia Científica e da Estatística. O objetivo maior da questão é
verificar se o estudante sabe selecionar avaliar a metodologia adequada ao objeto de
estudo que é o foco da pesquisa.
33

Além dos fatos da pesquisa ter sido publicada numa revista brasileira
(conhecimento não exigido do aluno) e de Portugal e Brasil compartilharem o mesmo
idioma, não há ligação explícita com a realidade brasileira. Até mesmo a respeito de
Portugal, nada garante que se trata de uma amostra representativa da realidade
portuguesa. O fato de selecionar, 83 crianças portuguesas de um total de 340, não basta
para assegurar a representatividade neste limitado contexto. Se buscarmos significância
(e generalização) estatística, essa amostra deveria ser aleatória, inclusive. Essas
considerações são suficientes para mostrar a falsidade das asserções I e II.

REFERÊNCIA(S):
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Coolican, H. (2004). Research Methods and Statistics in Psychology. Fourth Edition.
London:
Hodder & Stoughton.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica.
6° ed.. São Paulo: Atlas.
Pinto, A. et al. (2015). Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-
escolares. Psicologia: reflexão e crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado).

Questão 16 – De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos países


ainda discriminam ou simplesmente não reconhecem a existência ou o efeito prejudicial
das doenças mentais em sua população. A OMS afirmou, em 2001, que, até 2020, as
condições clínicas associadas a alterações mentais e neurológicas incapacitarão quase
15% da população em algum momento. A depressão responderá pela maior parte deste
percentual, acometendo quase o dobro de mulheres em relação ao número de homens.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Ministerial Round Tables 2001. S4th World Health
Assembly. World Health Organization, Genebra, 2001 (adaptado).

A partir dos dados descritos pela OMS, um pesquisador conduziu um estudo para
compreender o motivo pelo qual a incidência de quadros depressivos tem aumentado
significativamente no Brasil nos últimos anos. Para a coleta de dados, ele usou escalas
de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e entrevistas semiestruturadas,
com o intuito de avaliar dois grupos de trabalhadores com diferentes perfis
profissionais. O primeiro grupo foi avaliado em 2013, e o segundo, em 2015. Cada
grupo foi composto por uma amostra de 200 sujeitos. O investigador relacionou os
escores brutos das escalas de autorrelato com categorias de respostas definidas a partir
dos dados obtidos com as entrevistas. Ao interpretar os resultados, constatou que havia
uma relação entre os escores de depressão e a quantidade de tempo que os profissionais
ficavam distantes de seus familiares, o que ocorria em virtude do aumento da carga de
trabalho. Tal relação foi observada em ambas as amostras.

Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo hipotético,


conclui-se que se trata de uma pesquisa
34

a. experimental e quantitativa, sequencial, com diferentes coortes, cuja variável


independente é a depressão.
b. descritiva e correlacional, transversal, com diferentes coortes, cuja variável
independente é a distância dos familiares.
c. explicativa e quantitativa, longitudinal prospectiva, com mesma coorte, cuja variável
dependente é a distância dos familiares.
d. descritiva e qualitativa, longitudinal retrospectiva, com diferentes coortes, na qual a
distância dos familiares é uma variável independente.
e. descritiva e explicativa, transversal, com duas coortes, na qual tanto a depressão
quanto a distância dos familiares são variáveis dependentes.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Suely Vieira Lopes, Weber Martins e Ivone Félix de Sousa

GABARITO: B

TIPO DE QUESTÃO: Objetiva

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em Psicologia.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:

I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em


Psicologia.
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
35

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.

COMENTÁRIOS:

A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade


necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando, tanto os conceitos teóricos
da Psicologia, quanto da Metodologia Científica e da Estatística. O objetivo maior da
questão é verificar se o estudante tem conhecimento sobre estudos longitudinais e
transversais de ‘coortes’ e sobre relação entre variáveis.
Da alternativa A, a única informação coerente com a descrição da pesquisa é a
existência de diferentes coortes. Aliás, a presença do termo ‘coortes’ em todas as
alternativas poderia indicar estudos longitudinais, mas essa informação não está clara no
enunciado, onde são mencionados apenas os anos de 2013 e 2015… Podemos concluir,
portanto, que o termo ‘coorte’ foi usado em sentido amplo, como conjuntos de pessoas
com característica em comum, evidenciado em “dois grupos de trabalhadores com
diferentes perfis profissionais”. A alternativa B está correta, pois o uso de entrevista
semiestruturada fortalece o caráter descritivo qualitativo da pesquisa e o uso de escalas
de autorrelato fortalece o caráter descritivo quantitativo. O aspecto correlacional é
evidenciado pelo trecho “constatou que havia uma relação entre os escores de depressão
e a quantidade de tempo que os profissionais ficavam distantes de seus familiares”...
Apesar do termo ‘coorte’, o estudo é transversal, pois nada indica acompanhamento dos
grupos no tempo, mas apenas uma única aplicação dos instrumentos. Por fim, o termo
“variável independente” também foi usado em sentido amplo, para indicar a busca de
aspectos relacionados à depressão (mesmo estando distante do contexto da pesquisa
experimental), encontrando a distância dos familiares a desempenhar tal papel.

REFERÊNCIA(S):
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica.
6° ed.. São Paulo: Atlas.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed.. São Paulo: Atlas.
Organização Mundial da Saúde. (2001). Ministerial Round Tables (2001). S4th World
Health Assembly. World Health Organization, Genebra, 2001 (adaptado).
Pinto, A. et al. (2015). Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-
escolares. Psicologia: reflexão e crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado). Dancey, C. P. &,
Reidy, J. (2006). Estatística sem Matemática para Psicologia. 6 ed. Porto Alegre:
Artmed.
36

Questão 24 – Pesquisadores têm demonstrado que a observação de vídeo erótico, não


violento, não gera comportamento violento subsequente, mas cenas que envolvem
estupro foram associadas positivamente com aumento de respostas agressivas (liberação
de choques em vítima feminina, por exemplo). Isso era verdade mesmo quando os
participantes não tinham motivo para terem raiva da vítima. As cenas pornográficas
agressivas também eliciaram mais agressão contra mulheres do que contra homens.
Homens, após assistirem filmes com estupro, mostraram maior tendência a estuprarem
mulheres do que aqueles que não assistiram a esse tipo de filme.
GOMIDE, RI. C. A influência de filmes violentos em comportamento agressivo de crianças e
adolescentes. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 13, n. 1. Disponível em:
<http://www.scielo.br>. Acesso em: 23 jul. 2015 (adaptado).
Com base no excerto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre
elas.

I. O comportamento observado após a exposição aos filmes pode ser explicado, a partir
da abordagem behaviorista radical, por meio do processo de aprendizagem vicariante.
PORQUE
II. No processo de aprendizagem vicariante, a modelagem se dá a partir da observação
do comportamento em função das consequências observadas, estabelecendo uma
explicação unidirecional e assumindo a mente como reativa e não generativa.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c. A asserção I é proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Lorena Simonassi e Lorismario Ernesto Simonassi

GABARITO: E (todas erradas)

TIPO DE QUESTÃO: Asserção Única ou Resposta Única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia
37

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para


investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.

COMENTÁRIOS:
Esta questão está errada em suas duas asserções, além disso, a questão está mal
elaborada. A primeira asserção coloca que a Aprendizagem Vicariante ou
Observacional foi proposta pelo Behaviorismo Radical e na realidade ela foi levantada
por Albert Bandura (1961) em Psicologia da Aprendizagem Social com uma explicação
do ponto de vista Cognitivista. Apesar do Albert Bandura ter utilizado algumas
explicações do Behaviorismo Radical, sua proposta de causalidade era Cognitivista. A
questão 1 está ERRADA e não justifica a outra.
A segunda asserção faz uma confusão de termos, uma vez que a Análise do
Comportamento não utiliza termos fictícios ou ficções explanatórias (Mente) para falar
de comportamento ou dos princípios da Análise do Comportamento. Apresentar na
mesma frase ou contexto explicações envolvendo Modelagem e Mente não condiz com
a filosofia do Behaviorismo Radical. Outro erro está no fato de que a Modelagem não
explica o comportamento vicariante da maneira como Bandura sugere em seus
experimentos. A questão 2 está ERRADA.

REFERÊNCIA(S):
Bandura, A. (1963). The role of imitation in personality. The Journal of Nursery
Education, 18(3).
Bandura, A. (1969). Social learning of moral judgments. Journal of Personality and
Social
Psychology, 11, 275-279.
Bandura, Albert, (1987) “Teoría del Aprendizaje Social”, Espasa Libros (Verificar
sobre Aprendizagem Vicariante ou Observacioanl).
Baum,W.(2006). Compreendendo o Behaviorismo. Comportamento, Cultura e
Evolução. Ed. Porto Alegre: Artmed.
Gomide, R. I. C. (2015). A influência de filmes violentos em comportamento agressivo
de crianças e adolescentes. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 13, n. 1.
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 23 jul. 2015 (adaptado).
Martin, G. &, Pear, J. Modificação de Comportamento: O que é e como fazer. 8ed. São
Paulo: Roca, 2009. (Verificar o que é modelagem)
Whaley, L, D. &, Malott, W. R. (1981). Princípios Elementares do Comportamento 1.
São Paulo: EPU. (Verificar o que é modelagem).
38

CAPÍTULO 3

FENÔMENOS PSICOLÓGICOS

Neste capítulo são avaliadas as questões que priorizam os conteúdos avaliados


referentes ao eixo das DCN’s do curso de psicologia ‘Fenômenos e processos
psicológicos’ dos quais constituem classicamente objeto de investigação e atuação no
domínio da Psicologia, de forma a propiciar amplo conhecimento de suas
características, questões conceituais e modelos explicativos construídos no campo,
assim como seu desenvolvimento recente (Resolução CNE/CES nº 5, de 15 de março de
2011). Neste capítulo estão as análises das questões objetivas ‘18, 19, 20, 21, 22, 24, 25,
26, 27, 29 e 34’.

Questão 18 – A respeito das funções psíquicas e alterações psicopatológicas, avalie as


afirmações a seguir.

I. As alterações da atenção podem ocorrer em distúrbios neurológicos e


neuropsicológicos e em transtornos mentais, como, por exemplo, demências ou
transtornos de humor.
II. As ilusões e alucinações são consideradas aIterações quantitativas da senso
percepção, caracterizadas pela intensidade anormal das imagens percebidas e indicativas
da presença de transtornos mentais graves.
III. A linguagem pode sofrer alterações muito peculiares na esquizofrenia, indicativas
de como o processo de pensar, a formação e a utilização de conceitos, os julgamentos e
os raciocínios estão afetados pela desestruturação da personalidade. IV. Os indivíduos
com transtornos do espectro obsessivo-com pulsivo podem apresentar alterações de
memória em forma de lembranças fixas que permanecem na consciência e não podem
ser repelidas voluntariamente, embora sejam reconhecidas como absurdas e
indesejáveis.
V. O conhecimento das alterações no funcionamento e na integridade dos processos
psicológicos básicos é útil para se compreender os processos psicopatológicos e estados
mentais alterados, embora não interfira na seleção das estratégias clínicas de entrevista,
psicodiagnóstico ou psicoterapia.

É correto apenas o que se afirma em


a. I, II e III.
b. I, II e V.
c. I, III e IV.
d. II, IV e V.
e. III, IV e V.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Carolina Cardoso de Souza e Rosana Carneiro Tavares

GABARITO: C
39

TIPO DE QUESTÃO: complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo.
Além das competências e Habilidades propostas pelo MEC, para o curso de
Psicologia, esta questão também proporciona ao desenvolvimento das competências:
- Avaliar problemas humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em
diferentes contextos.
- Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e
comportamentais.
- Analisar, descrever e interpretar manifestações verbais e corporais como fontes
primárias de acesso a estados subjetivos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - Interlocução com o campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
a) Processos psicológicos de atenção, memória, percepção, linguagem, pensamento,
consciência e inteligência;
e) Processos psicopatológicos.

COMENTÁRIOS:
A questão aborda o conhecimento de psicopatologia no que se refere às
hipóteses diagnósticas e alterações de funções psíquicas, exigindo uma compreensão
dos sinais e sintomas manifestos em alguns transtornos psiquiátricos. As afirmativas II e
V estão incorretas. A afirmativa II está incorreta porque as alucinações e ilusões são
alterações qualitativas da sensopercepção, e não quantitativas. E a afirmativa V está
incorreta porque conhecer as alterações no funcionamento e na integridade dos
processos psicológicos básicos é útil tanto para se compreender os processos
psicopatológicos e estados mentais alterados, quanto para a seleção das estratégias
clínicas de entrevista, psicodiagnóstico ou psicoterapia.
As ilusões e alucinações são consideradas alterações qualitativas da
sensopercepção. A ilusão é a percepção deformada, ou alterada, de um objeto real e
presente. As ilusões mais comuns são as visuais e auditivas. Diferente da ilusão, a
alucinação é a percepção de um objeto, sem que ele esteja presente, sem o estímulo
sensorial respectivo.
40

O conhecimento das alterações no funcionamento e na integridade dos processos


psicológicos básicos é fundamental na seleção das estratégias clínicas de entrevista,
psicodiagnóstico ou psicoterapia.

REFERÊNCIA(S):
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Artmed. 2ª Ed.
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre,
2000. Editora Artes Médicas do Sul.
Kaplan, H. I. &, Sadock, B. J. (2007). Compêndio de Psiquiatria - Ciências do
Comportamento e Psiquiatria Clínica. Editora: Artes Médicas, Porto Alegre.
Organização Mundial de Saúde (OMS). Classificação Internacional de Doenças Décima
Revisão - CID – 10.

Questão 19 – As bases motivacionais do comportamento podem ser sintetizadas em


dois modelos distintos, fundamentados em dois enfoques epistemológicos
diferenciados: o mecanicista e o organísmico. O enfoque mecanicista pressupõe um
organismo passivo que só é ativado a partir da estimulação externa, ao passo que o
enfoque organísmico pressupõe um organismo ativo e autodeterminado.
Desses enfoques resultam dois modelos motivacionais distintos: as teorias de impulso,
que só admitem motivações determinadas por déficit ou distúrbios do equilíbrio
orgânico; e o modelo de motivações intrínsecas, que pressupõe um sistema nervoso
dotado de atividade própria, capaz de gerar energia para ações não motivadas por déficit
ou distúrbio de equilíbrio, ações que não cessam a partir de saciação ou reequilíbrio.
LORDELO, EL.; CARVALHO, A.M.A. Educação infantil e psicologia: para que brincar? Psicologia:
Ciência e Profissão. v. 2, n. 23, 2003 (adaptado).

Em uma escola, um psicólogo, cujo trabalho inclui observar, planejar e agir para a
promoção do desenvolvimento infantil, decidiu utilizar modelo de motivações
intrínsecas como base para sustentar suas decisões. Nesse sentido, avalie as seguintes
estratégias que ele planeja implementar.

I.Aumentar a frequência de atividades que permitam ativar na criança comportamentos


direcionados a restabelecer o equilíbrio, como colar uma etiqueta com uma estrela no
caderno ao final de uma tarefa concluída corretamente.
II.Promover atividades que iniciem o comportamento sem desorganizá-lo, que facilitem
manipulação de objetos e interações sociais e que preparem a criança para a novidade, a
complexidade e o desafio, como brincar em grupo.
III.Organizar o ambiente de modo a estimular comportamentos exploratórios, interações
livres e efetivas com o ambiente, levando a criança a experimentar sentimentos de
prazer e interesse ao realizar tarefas relativamente simples, como empilhar cubos.
IV. Proporcionar situações que levem a criança a obter satisfação inerente à própria
atividade, sem que recorrer a recompensas externas, tal como solucionar um quebra-
cabeça após várias tentativas.

Está de acordo com o modelo de motivações intrínsecas apenas o que se afirma em


41

a. IV.
b. II e III.
c. I, II e III.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Janille Ribeiro, Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon, e Lila Spadoni

GABARITO: E
I. Aumentar a frequência de atividades que permitam ativar na criança comportamentos
direcionados a restabelecer o equilíbrio, como colar uma etiqueta com uma estrela no
caderno ao final de uma tarefa concluída corretamente. (Esta motivação teria origem
externa: o professor)

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos.
Além das competências que são apresentadas para a construção do
ENADE/2015, também são avaliadas as competências:
-Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e
comportamentais.
-Saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação profissional, assim
como gerar conhecimento a partir da prática profissional.
-Avaliar problemas humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
b) Emoção, afetos e motivação
c) Desenvolvimento humano
42

IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:


a) Intervenções em processos educativos
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas

COMENTÁRIOS:
Normalmente ensina-se motivação nas disciplinas de Psicologia Organizacional
e do Trabalho. Nessa questão, no entanto, aplica-se esse conteúdo ao ambiente escolar.
A questão traz uma articulação interessante entre teoria e prática.

REFERÊNCIA(S):
Lordelo, El. &, Carvalho, A.M.A. (2003). Educação infantil e psicologia: para que
brincar? Psicologia: Ciência e Profissão. v. 2, n. 23, 2003 (adaptado).
Papalia, D. E., Olds, S. W. &, Feldman, R. D. Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.
Shaffer, D. R. &, Kipp, K. (2012). Psicologia do desenvolvimento. Infância e
Adolescência. (2ªed.). Trad. Marta Reyes Gil Passos. São Paulo: Cengage Learning,
2012.
Zanelli, J.C., Borges-Andrade, J. E. &, Bastos, A. V. B. (Orgs.). Psicologia,
organizações e trabalho no Brasil (pp. 466-491). Porto Alegre: Artmed.

Questão 20 – O paradigma lifespan é pluralista, uma vez que considera múltiplos


níveis, temporalidades e dimensões do desenvolvimento. É transacional, dinâmico e
contextualista. Compreende o desenvolvimento como processo contínuo,
multidimensional e multidirecional de mudanças, modulado por influências biológicas e
socioculturais, de natureza normativa e não normativa, marcado por ganhos e perdas
concorrentes e por interações constantes entre indivíduo e cultura. Assim, as influências
normativas compreendem uma sequência de mudanças previsíveis, de natureza genética
e biológica, que ocorrem ao longo das idades e que são chamadas de mudanças
graduadas por idade; uma sequência previsível de mudanças psicossociais determinadas
pelos processos culturais de socialização, chamadas de influências graduadas por
história. Já sequências não previsíveis de alterações pela influência de fatores biológicos
e sociais são chamadas de influências não normativas.
NERI, A.L. O legado de Paul B. Baltes à psicologia do desenvolvimento e do envelhecimento. Temas em
Psicologia. v. 14, n. 1. Ribeirâo Preto,jun. 2006. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em:
4 ago. 2015 (adaptado).
Considerando esse contexto, avalie as afirmações a seguir.
I. Na abordagem do ciclo vital, o desenvolvimento é concebido como fenômeno que
ocorre ao longo de toda a vida, envolve também a maturidade e o envelhecimento.
II. No processo de maturidade e envelhecimento, observam-se transformações
resultantes da interação entre fatores biológicos e culturais, os quais ativam os padrões
de enfrentamento e recursos pessoais e sociais que são fixos ao longo da vida.
III. O climatério é um exemplo de mudança normativa de natureza genético-biológica; a
aposentadoria por idade é um exemplo de mudança normativa de natureza histórica e
cultural — ambas afetam as mulheres de um grupo etário em épocas próximas.
IV. A viuvez na idade adulta, doenças e morte de um filho são exemplos de influências
normativas no desenvolvimento.
43

É correto apenas o que se afirma em


a. I e III.
b. II e III.
c. II e IV.
d. I, II e IV.
e. I, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Adalgisa Regina Teixeira, Janille Ribeiro, Júlia da Paixão Oliveira Mello e
Pargeon, e Analice Arruda.
GABARITO: A

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
III - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
IV - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
V - psicossocial a grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade
individual e social.
V I- realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões
e demandas individuais e coletivas;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
44

III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a


multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
a)Desenvolvimento humano
b)Indivíduo, Sociedade e Cultura
c)Princípios e processos de aprendizagem.
d)Bases biológicas e evolutivas do comportamento
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
a)Intervenções em processos educativos
b)Atenção e promoção da saúde (básica secundária e terciária)
c)Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
d)Intervenções em grupos, instituições e comunidades.
e)Psicoterapias

COMENTÁRIOS:
A resposta correta é a letra (a), pois as questões I e III estão corretas. As demais
afirmam conceitos de forma errônea. Visto que, lifes-pan é uma perspectiva de marco
teórico no estudo do envelhecimento, uma vez que colaborou para mudar a concepção
de que o idoso é um ser passivo e doente, ressaltando a possibilidade de
desenvolvimento durante todo curso da vida. A lifes-pan no âmbito da Psicologia do
Desenvolvimento discute a importância da educação para velhice saudável, a oferta de
atividades educacionais para idosos no Brasil e elucida a amplitude de termos
encontrado na literatura para designar o processo de aprendizagem ao longo do curso da
vida. As sequências normativas já estão estabelecidas no calendário biológico com
algumas definições sociais enquanto que as não normativas vai depender da vida
individual de cada um.
Assim, as frases II e IV são falsas. Pois os processos, maturidade e
envelhecimento, não são fixos, mas flexíveis justamente por razões culturais que
modificam o sujeito e este modifica o ambiente cultural e social. E a viuvez, doenças e
morte de filho não são normativas, porque nem todos os(as) idosos(as) passam por essas
experiências.
Questão bem elaborada e com nível de dificuldade fácil e requer conhecimentos
de um conteúdo clássico da psicologia do desenvolvimento humano. Ela aborda
conteúdo do ciclo vital atualizado: enfatiza maturidade, envelhecimento, aposentadoria
e relações familiares.

REFERÊNCIA(S):
Baltes, P. B. (1987). Theoretical Propositions of life-span developmental psychology:on
the dynamics between growth and decline. Developmantal Psycho;ogy, 32 (5), 611-626.
45

Carter, B. &, Mcgoldrick, M. (1995). As mudanças do ciclo de vida familiar. Porto


Alegre: Artes Médicas.
Ceverny, C. M. O., Berthood, C. M. E. et al. (1997). A família e o ciclo vital: nossa
realidade em pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Neri, A. L. (2006). O legado de Paul B. Baltes à psicologia do desenvolvimento e do
envelhecimento. Temas em Psicologia. v. 14, n. 1. Ribeirão Preto, jun. 2006. Disponível
em: <http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 4 ago. 2015 (adaptado).
Neri, A.L. O legado de Paul B. Baltes à psicologia do desenvolvimento e do
envelhecimento. Temas em Psicologia. v. 14, n. 1. Ribeirão Preto,jun. 2006. Disponível
em: <http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 4 ago. 2015 (adaptado).
Papalia, D. E., Olds, S. W. &, Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano. 12ª
ed. Porto Alegre: AMGH.
Scoralick-Lempke, N. N. &, Barbosa, A. J. G. (2012). Educação e Envelhecimento:
contribuições da perspectiva Life-Span. Estudos de Psicologia I Campinas I 29 (supl)
647s-655s. Outubro-dezembro 2012. www.reasearchgate.net/profile/Alter. Retirado em
13/05/2018.
Shaffer, D. R.; Kipp, K. (2012). Psicologia do desenvolvimento. Infância e
Adolescência. (2ªed.). Trad. Marta Reyes Gil Passos. São Paulo: Cengage Learning,
2012.

Questão 21 – O pensamento psicológico move-se entre polaridades, tensões e


paradoxos decorrentes das características ontológicas desse campo de conhecimento.
Em geral, duas grandes alternativas se colocam com mais frequência diante das
polaridades: 1) reducionismo e 2) conciliação. A alternativa reducionista indica a opção
por um dos lados, relegando o polo oposto a um status ontológico frágil, como mera
expressão ou resultado de processos que acontecem no polo escolhido. A alternativa de
conciliação ou de coexistência de opostos reconhece que ambos os lados da polaridade
são legítimos e que eles trazem perspectivas importantes para serem examinadas.
BASTOS,A.V. B.;GOMES,W. B. Polaridades conceituais e tensões teóricas no campo da Psicologia: o
falso paradoxo Indivíduo/Coletividade. In: Psicologia: ciência e profissão, 2012 (adaptado).

Em face do assunto tratado no texto acima, avalie as afirmações a seguir, acerca da


relação entre indivíduo e coletividade (sociedade, grupos, instituições, família).

I. Quando a coletividade é vista como uma entidade que molda, por meio da
socialização, os indivíduos, evidencia-se uma postura reducionista do indivíduo em
relação à sociedade.
II. Quando a coletividade é vista como o somatório das ações individuais, identifica-se
uma postura reducionista da sociedade em relação ao indivíduo.
III. Quando os fenômenos coletivos são tratados como entidades ou coisas
independentes das atividades das pessoas que os integram, rompe-se o dualismo
indivíduo-coletividade.
IV. Quando se considera que o indivíduo, constituído socialmente, é um ator com o
poder de transformar estruturas ou ordens sociais, torna-se clara uma postura
reducionista da sociedade em relação ao indivíduo.
46

É correto apenas o que se afirma em


a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Ana Cândida Cardoso Cantarelli, Lila Spadoni e Rosana Carneiro Tavares

GABARITO: A

TIPO DE QUESTÃO: COMPLEMENTAÇÃO MÚLTIPLA

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social.
Além das competências descritas pelo MEC-Psicólogo, também são trabalhadas as
competências:
- Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e
comportamentais.
- Problematizar o conhecimento científico disponível em um domínio da Psicologia,
como fonte para avaliar e delimitar questões significativas de investigação.
- Planejar estratégias para encaminhamento das questões de investigação
coerentes com pressupostos teóricos e epistemológicos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.
Como componente específico da Psicologia, a questão aborda a seguinte
característica: Compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos
e dos múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos.
47

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

I – Fundamentos epistemológicos e históricos:


a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento
III – Fenômenos psicológicos:
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
Psicologia Social, Relação indivíduo e coletividade.

COMENTÁRIOS:
Tema amplamente discutido nas disciplinas de Psicologia Social I e III. A
questão toma como referência uma postura epistemológica crítica, contrária ao
positivismo. A questão traz uma discussão importante sobre as diversas compreensões
da relação indivíduo e sociedade, a depender dos fundamentos teóricos e
epistemológicos que as sustentam.
A afirmativa III está incorreta porque na análise da relação indivíduo e
sociedade quando trata os fenômenos coletivos como entidades ou coisas independentes
das atividades das pessoas que os integram, reproduz-se a ideia reducionista e
dicotômica da relação indivíduo-coletividade e não rompe com o dualismo. A
afirmativa IV também está incorreta porque quando se considera que o indivíduo,
constituído socialmente, é um ator com o poder de transformar estruturas ou ordens
sociais, evidencia-se uma postura não reducionista da sociedade, pois reconhece a
coexistência dos opostos e legitima a importância da relação entre ambos. Sílvia Lane
ainda expande essa análise ao argumentar que essa relação não é dual, mas sempre
dialética.

REFERÊNCIA(S):
Bock, A. M. B. &, Gonçalves, M. G. M. (2003). Indivíduo-sociedade: uma relação
importante na Psicologia Social. In Bock (org.), A Perspectiva Sócio-Histórica na
Formação em Psicologia, pp. 41-99. Petrópolis, RJ: Vozes.
Bock, A. M. B. (org.) (2008). A Multideterminação do Humano: uma visão em
psicologia.
Kahhale, E. M. P. &, Sanches, S. G. (2003). História da Psicologia: a exigência de uma
leitura crítica. In Bock (org.), A Perspectiva Sócio-Histórica na Formação em
Psicologia, pp.11-40. Petrópolis, RJ: Vozes.
Lane, S. T. M. (1984). A Psicologia social e uma nova concepção de homem para a
"Psicologia". In S. T. M. Lane, &, W. Codo (Orgs.), Psicologia social: o homem em
movimento (pp. 10-19). São Paulo: Brasiliense.
48

Questão 22–

ZANELLI, J.C.; BORGES-ANDRADE, J.E.; BASTOS, A.V.B. Psicologia, Organizações e Trabalho no


Brasil. Porto Alegre: Artmed. 2004 (adaptado).

Considerando as características das etapas do desenvolvimento dos grupos e das equipes


de trabalho, ilustradas na figura, assinale a opção correta.

a. Denomina-se etapa de formação a fase de ajuste e negociação em que se pode instalar


a disputa pelo poder no interior da equipe.
b. A etapa de desintegração decorre do atingimento de objetivos pelas equipes,
sobretudo naquelas constituídas para realizar tarefas com prazos definidos.
c. A etapa de conflito é caracterizada pela incerteza, momento em que o próprio
objetivo da equipe é melhor definido, assim como as regras do jogo.
d. Na etapa de normatização, a equipe está focada no atingimento de metas e objetivos e
sua energia está voltada para a realização das tarefas.
e. A etapa de desempenho caracteriza-se pela coesão e identificação dos membros da
equipe, que resulta de relações mais próximas e maior compartilhamento de percepções
e sentimentos.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: ALBERTO DE OLIVEIRA, Daniela Cristina Campos, Lila Spadoni e


Ronaldo Gomes Souza

GABARITO: B
a. Denomina-se etapa de formação a fase de ajuste e negociação em que se pode instalar
a disputa pelo poder no interior da equipe. É Falsa porque esse é o processo
denominado de conflito.
b. A etapa de desintegração decorre do atingimento de objetivos pelas equipes,
sobretudo naquelas constituídas para realizar tarefas com prazos definidos. É
Verdadeira.
c. A etapa de conflito é caracterizada pela incerteza, momento em que o próprio
objetivo da equipe é melhor definido, assim como as regras do jogo. É Falsa porque
esse é o processo de formação.
d. Na etapa de normatização, a equipe está focada no atingimento de metas e objetivos e
sua energia está voltada para a realização das tarefas. É Falsa porque esse é o processo
de desempenho.
e. A etapa de desempenho caracteriza-se pela coesão e identificação dos membros da
equipe, que resulta de relações mais próximas e maior compartilhamento de percepções
e sentimentos. É Falsa porque esse é o processo de normatização.
49

TIPO DE QUESTÃO: Multipla escolha/ Interpretação

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
= “Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil”.
= Psicologia Social, Psicologia das Organizações, Migrações da Inteligência
Individual para Inteligência Coletiva etc.
Artigo 3º; V - atuação em diferentes contextos, considerando as necessidades
sociais e os direitos humanos, tendo em vista a promoção da qualidade de vida dos
indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
Artigo 8º; VII - realizar diagnóstico e avaliação de processos psicológicos de
indivíduos, de grupos e de organizações;
Artigo 12º; § 1º; b) Psicologia e processos educativos, que compreende a
concentração nas competências para diagnosticar necessidades, planejar condições e
realizar procedimentos que envolvam o processo de educação e de ensino-aprendizagem
através do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores de
indivíduos e grupos em distintos contextos institucionais em que tais necessidades
sejam detectadas; d) Psicologia e processos de prevenção e promoção da saúde, que
consiste na concentração em competências que garantam ações de caráter preventivo,
em nível individual e coletivo, voltadas à capacitação de indivíduos, grupos, instituições
e comunidades para protegerem e promoverem a saúde e a qualidade de vida, em
diferentes contextos em que tais ações possam ser demandadas; e) Psicologia e
processos clínicos, que envolve a concentração em competências para atuar, de forma
ética e coerente com referenciais teóricos, valendo-se de processos psicodiagnósticos,
de aconselhamento, psicoterapia e outras estratégias clínicas, frente a questões e
demandas de ordem psicológica apresentadas por indivíduos ou grupos em distintos
contextos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

III – Fenômenos psicológicos:


f) Processos grupais, organizacionais e institucionais
50

Aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura crítica
frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos humanos e
da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.
Psicologia social, organizacional e do trabalho.

COMENTÁRIOS:
Questão fácil bem conteudista, sobre a teoria discutida no livro do Zanelli (2014,
p. 404). A questão aponta a necessidade de conhecer os processos de formação de
grupos e equipes no contexto organizacional, e o objetivo que se tem em cada uma das
fases.
A fim de ficar mais claro os conteúdos apresentados nesta questão, são
transcritos aqui, alguns trechos acerca dos “Estágios de Desenvolvimento das Equipes
de Trabalho”.
As equipes de trabalho, após seu nascimento ou sua formação, passam por
diferentes fases até atingir o estágio em que o desempenho das tarefas é favorecido.
Cabe destacar que, nem todas dessas etapas são sequenciais, pode ocorrer de voltar de
uma etapa para a anterior, antes de ir para a seguinte. Isso pode ser consequência de
mudanças ou pressões vindas do meio externo. Ainda assim, algumas fases do
desenvolvimento das equipes são claramente apontadas por diversos autores (Buchanan
e Huczynski, 1985; Greenbeg e Baron, 1995; Ivancevich e Matteson, 1999; Tosi, Rizzo
e Carrol, 1994) fases estas que serão brevemente descritas a seguir.
FORMAÇÃO: Quando os membros da equipe iniciam os contatos com vistas à
realização do trabalho, começa um processo de descobrimentos do outro, mesmo que
esse “outro” seja um colega de trabalho já conhecido.
CONFLITO: Uma vez identificados os membros, dá-se o início a um processo
de ajuste ou negociação. Ajuste no sentido de estabelecer o que será realizado por quem
e de qual maneira.
NORMATIZAÇÃO: Se o conflito é característica da fase anterior, a coesão e a
identificação dos membros da equipe são características desta.
DESEMPENHO: O quarto estágio no desenvolvimento da equipe constitui a
execução das atividades. É o trem andando a todo vapor. Uma vez tendo sido aceitas as
normas de comportamento e desempenho, as metas a serem atingidas e o comando das
lideranças, toda a energia do grupo estará voltada para a realização das tarefas.
DESINTEGRAÇÃO: A última fase do processo de desenvolvimento dos grupos,
portanto das equipes de trabalho, é a desintegração. Essa fase ocorre quando os
objetivos que levaram à criação da equipe são atingidos e não há mais sentido, ela
continuar existir. Assim, essa fase está presente apenas na vida de um tipo específico de
equipes de trabalho; as temporárias.
Dos trechos acimas o que mais coaduna com o GABARITO é o da
DESINTEGRAÇÃO.
A prioridade de quem construiu esta questão para o ENAD-2015, não foi
verificar conhecimentos acerca do tema. Da forma com que foi construída favorece
àqueles que a acertaria após experimentar um lastro de dúvidas.

REFERÊNCIA(S):

Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. &, Bastos, A. V. B. (2004). Psicologia,


Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre RS: Artmed.
51

Questão 25 – O acidente vascular cerebral (AVC) pode ser tratado, porém o tratamento
depende do tipo de AVC que acomete o indivíduo. O AVC isquêmico (AVCI)
corresponde a 80% dos casos, sendo caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo
para o cérebro por um coágulo (trombo), o que leva a uma região de neurônios mortos e
a outra em que há interrupção de atividade elétrica — área de penumbra isquêmica —,
sem que haja morte neuronal.
O AVC pode acarretar graves consequências físicas e sociais, inclusive prejuízos
motores, comprometimento da fala, distúrbios psiquiátricos, problemas sexuais,
complicações emocionais, além de dificuldades familiares e laborativas.
Disponível em: <http://www.comciencia.br>. Acesso em: 28 jun. 2015 (adaptada).

Com base nas informações apresentadas e considerando uma situação na qual um


psicólogo receba um paciente com quadro de AVC que esteja fazendo uso de
Benzodiazepínico (BDZ), avalie as afirmações a seguir.

I.Os BDZ são substâncias com propriedades ansiolíticas, hipnóticas, anticonvulsivantes,


miorrelaxantes, também utilizadas como pré-anestésicos.
II.O AVC é um processo degenerativo, razão pela qual não cabe ao psicólogo realizar
intervenção para a melhoria do quadro cognitivo.
III.O psicólogo deve, ao avaliar o paciente, atentar para a possibilidade de
comprometimento cognitivo e comportamental em razão do uso de BDZ.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Rosana Carneiro Tavares (análise da questão)

GABARITO: C

TIPO DE QUESTÃO: Complementação Múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos;
A questão contempla também, as seguintes competências e habilidades:
- Avaliar problemas humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em
diferentes contextos.
- Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e
comportamentais.
- Analisar, descrever e interpretar manifestações verbais e corporais como fontes
primárias de acesso a estados subjetivos.
52

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
Como componente específico da Psicologia, a questão aborda a seguinte
característica:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
e) Processos psicopatológicos
i) Psicofarmacologia e comportamento
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária)
Ou seja, são avaliados os conteúdos de Psicopatologia e psicofarmacologia e Psicologia
da Saúde

COMENTÁRIOS:
A questão aborda conhecimentos relacionados à psicofarmacologia e à
psicopatologia, exigindo da psicologia um conhecimento interdisciplinar, para
possibilitar a melhor construção de estratégias de intervenção da psicologia em casos de
Acidente Vascular Cerebral, ou de transtornos semelhantes que possam afetar as
capacidades cognitivas dos sujeitos.
A afirmativa II está incorreta porque embora o AVC deixe sequelas importantes
e, algumas vezes, irreversíveis, o trabalho do psicólogo no sentido de auxiliar o
desenvolvimento e recuperação de habilidades cognitivas perdidas ou diminuídas é
fundamental, uma vez que estudos confirmam a grande plasticidade do cérebro e a
importância do treino para o desenvolvimento e manutenção da cognição. Além disso,
como destacam as afirmativas I e III, o conhecimento do psicólogo a respeito da
psicofarmacologia é fundamental para o seu trabalho, uma vez que existem diversas
alterações que se associam, não ao quadro patológico em si, mas sim ao uso da
medicação. Assim, a questão evidencia a importância do trabalho do psicólogo e da
interdisciplinaridade na atuação.

REFERÊNCIA(S):
Castro, E. K. & Bornhold, T. E. (2004). Psicologia da saúde x psicologia hospitalar:
definições e possibilidades de inserção profissional. Psicologia Ciência Profissão, 24
(3), 48-57.
Vieira Filho, N. G. (org.). (2012). Psicologia da Saúde: do “controle” à promoção dos
cuidados na saúde. Manaus: EDUA.

Questão 26 – Na manhã do dia 16 de agosto de 2012, ocorreu um evento marcante na


cidade do Rio de Janeiro. Um operário da construção civil, de 24 anos de idade, sofreu
um terrível acidente: um vergalhão de ferro penetrou seu crânio, perfurando o seu
cérebro e transpassando a região entre os olhos. Antes e depois da cirurgia para a
remoção da barra, mostrou-se consciente e lúcido, sem aparente mudança
53

comportamental, a não ser a presença de quadros convulsivos controlados por


medicação.
Disponível em: <http://uenfciencia.blogspot.com.br>. Acesso em: 26ju1. 2015 (adaptado).

Com base na notícia acima e em conhecimentos relativos às neurociências, avalie as


asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I.O cérebro apresenta estratégias para preservar funções, ou algum tipo de configuração
na qual determinadas lesões não afetam o funcionamento psíquico.
PORQUE
II.Apesar de haver, no cérebro humano, regiões neuroanatômicas associadas a
funções fisiológicas e motoras específicas, este órgão apresenta expressiva plasticidade
em relação ao funcionamento psíquico, sem funções psicológicas localizadas.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Otília A. M. Loth, Margareth Regina Veríssimo e Ivone Félix de Sousa

GABARITO: C

TIPO DE QUESTÃO: Asserção-Razão

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões
e demandas individuais e coletivas.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
54

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

III – Fenômenos psicológicos:


k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento

COMENTÁRIOS:
A neuropsicologia cognitiva parte de um pressuposto chamado modularidade
(Capovilla & Capovilla, 2007), que se refere à independência funcional existente entre
diferentes processamentos, ou seja, o desenvolvimento ou o prejuízo de determinados
componentes cognitivos não afeta a totalidade do sistema cognitivo. Desta forma, os
diferentes módulos cognitivos apresentam especificidade de domínio, isto é, processam
informações específicas. Portanto, uma lesão ou disfunção cerebral determinada pode
levar a uma alteração específica, e não genérica, do funcionamento cognitivo
(Fernandes, 2003).

REFERÊNCIA(S):
Capovilla, A. G. S. &, Capovilla, F. C. (2007). Avaliação e intervenção em dislexia do
desenvolvimento. Em E. C. Miotto, M. C. S. Lucia &, M. Scaff (Orgs.),
Neuropsicologia e as interfaces com as neurociências (pp. 241-248). São Paulo, SP:
Casa do Psicólogo.
Conzenza, R. M. &, Guerra L. B. (2011). Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre: Artmed
Fernandes, S. (2003). Educação bilíngüe para surdos: identidades, diferenças,
contradições e mistérios. Tese (Doutorado) – UFPR. Curitiba.
Fuentes, D., Malloy-Diniz, L. F., Camargo, C. H. P. &, Cosenza, A, R. M. (2014).
Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed.
Luria, A. R. (1984). Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP

Questão 27 – Izquierdo cita a situação apresentada por Elizabeth Loftus, na década


de 70, em que as fotografias de um acidente automobilístico foram apresentadas a
vários indivíduos, e após alguns dias, eles foram divididos em quatro grupos: ao
primeiro, questionou-se a velocidade dos veículos quando “se encontraram”; ao
segundo, quando eles “toparam”; ao terceiro, quando “bateram”; e ao quarto, quando
“estraçalharam” — e a todos foi perguntado se havia vidros quebrados e sangue na
cena. Para o primeiro grupo, os veículos trafegavam a 35 km por hora, e não havia
vidros quebrados e sangue. O segundo apontou velocidades superiores e vidros
quebrados, mas não sangue. Os do terceiro grupo afirmaram que a velocidade era de
65 a 80 km por hora, e que perceberam vidros quebrados e algum sangue. Finalmente,
o quarto grupo ressaltou que as velocidades eram altíssimas e que havia muitos vidros
quebrados e mortos na rua.
NORONHA DE ÁVILA, G.; CHITTÓ GAUER, G. J. “Falsas” Memórias e Processo Penal:
(Re)discutindo o Papel da Testemunha. Disponível em: <http://www.uniritter.edu.br>. Acesso em: 10 jul.
2015 (adaptado).

Com base nas características da memória apresentadas pelos fundamentos teóricos da


Psicologia, a situação exposta acima é um exemplo de que a memória
55

a. é alterada pelo processo de raciocínio lógico.


b. tem como processo básico a defesa perceptiva.
c. é alterada por novos estímulos do ambiente presente.
d. é a capacidade de reconhecer com exatidão os fatos ocorridos.
e. é formada por um componente de curto prazo, que independe da familiaridade da
pessoa com o material informacional.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Otília Aída Monteiro Loth e Ivone Félix de Sousa

GABARITO: C

TIPO DE QUESTÃO: múltipla escolha

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

III – Fenômenos psicológicos:


k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento

COMENTÁRIOS:
De acordo com Abreu e Paulo (2010, citando Helene e Xavier, 2003) a memória
uma das mais complexas funções neuropsicológicas, o que possibilita à cada pessoa
remeter-se a experiências subjetivas, em que há a comparação de experiências atuais e
projeções futuras. Desta forma, a memória, a partir das experiências passadas, levam à
alteração de comportamento. Moscovitch (2004, citado por Abreu e Paulo, 2010) afirma
que a memória parece repousar na complexidade dos seus processos e que consiste em
diferentes componentes que são mediados por processos conduzidos por circuitarias
neuronais diferentes.
Ávila, Gauer e Pires Filho (2012) apresentam a memória enquanto processo de
aquisição, formação, conservação e evocação de informações. A aquisição é chamada
de aprendizagem e só se ‘grava’ aquilo que foi aprendido. A evocação é a recordação, a
lembrança, a recuperação. Só lembra daquilo que se grava e que foi aprendido. Dentre
milhões de neurônios que compõem o cérebro humano e que fazem sinapse com
milhares de outros, boa parte deles é capaz de formar, armazenar e evocar memórias.
Porém, nem todos os neurônios memorizam, muitos deles, como os do hipocampo,
56

assim como, de várias regiões corticais (pré-frontal, frontal, temporal, parietal) podem
até inibir a formação ou evocação de memórias, ou seja, estão constantemente
submetidos aos efeitos moduladores de vias nervosas vinculadas com o nível de alerta,
com as emoções, os sentimentos e os estados de ânimo (Izquierdo, 2002, 2004, citado
por Ávila, Gauer e Pires Filho, 2012), que podem levar as falsas memórias.
No caso citado na questão, fica claro a formação de falsa memórias que
conforme Ávila, Gauer e Pires Filho (2012) podem ser formadas de maneira natural, por
meio de falha na interpretação de uma informação, ou por uma falsa sugestão externa,
acidental ou deliberada apresentada ao indivíduo. Portanto, a alternativa C ‘é alterada
por novos estímulos do ambiente presente.’ é a correta.

REFERÊNCIA(S):
Abreu, N. &, Mattos, P. (2010). Memória. Em: Malloy-Diniz, Leandro F.; Fuentes,
Daniel; Mattos, Paulo; Abreu, Neander e col. Avaliação Neuropsicológica. Porto
Alegre: Artmed.
Conzenza, R. M. &, Guerra L. B. (2011). Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre: Artmed
Fuentes, D., Malloy-Diniz, L. F., Camargo, C. H. P. &, Cosenza, R. M. (2014).
Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed.
Luria, A. R. (1984). Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP.
Noronha, de Á. G. &, Chittó Gauer, G. J. (2018). “Falsas” Memórias e Processo Penal:
(Re)discutindo o Papel da Testemunha. Acessado em 17/06/2018,
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11300/2/Falsas_Memorias_e_Process
o_Penal_Re_Discutindo_o_Papel_da_Testemunha.pdf.

Questão 29 – A cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que


determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de
aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e adaptação interna.
Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem
considerados válidos, eles são ensinados aos demais membros como a maneira correta
de se perceber, se pensar e se sentir em relação àqueles problemas.
SCHEIN, E. H. Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001
(adaptado).

Com relação ao tema abordado no texto apresentado, avalie as afirmações a seguir.

I.Cultura é um conceito que ajuda a entender a estabilidade do sistema organizacional já


que se refere a características que são gerenciadas e alteradas sem grandes dificuldades
na vida da organização.
II.A cultura organizacional pode ser vista como um sistema de símbolos e significados
que atua como poderosa ferramenta de controle dos indivíduos, diminuindo a
necessidade de normas explícitas e formalização.
III.Quanto mais uma cultura é forte ou densa, maior é o compartilhamento de crenças e
valores entre os membros organizacionais, o que dificulta as mudanças organizacionais.
57

IV.Os artefatos visíveis, tais como os ritos de integração e de renovação, são


importantes para a compreensão da cultura, pois sinalizam seus valores profundos.
V.Subculturas, ao contrário de contraculturas, significam rupturas com a cultura e o
poder dominantes.

É correto apenas o que se afirma em


a. II e III.
b. I, II e IV.
c. I, III e V.
d. I, IV e V.
e. II, III, IV e V.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Daniela Cristina Campos

GABARITO: A

TIPO DE QUESTÃO: Múltipla escolha/ Interpretação


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA
QUESTÃO:
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições.
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos.
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura.
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais.
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas

COMENTÁRIOS:
A questão aponta para a necessidade de o psicólogo atuar no contexto
organizacional e do trabalho e de conhecer a teoria sobre cultura organizacional, pois
58

sua atuação precisará partir da observação dos elementos culturais de cada contexto
organizacional.

REFERÊNCIA(S):
Schein, E. H. (2001). Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro: José
Olympio. (adaptado).
Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. &, Bastos, A. V. B. (Org.) (2014). Psicologia,
organizações e trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 616 p.

Questão 34 – A emoção é um tema muito estudado pelos neurocientistas. A experiência


emocional não é um fenômeno único, varia de indivíduo para indivíduo, sendo o
resultado de diferentes eventos. De forma simplista, a emoção se expressa por um ato
motor, em decorrência de sensações provocadas por estímulos sensoriais do meio onde
está inserida a pessoa.
BRANDÃO, L. M. As bases biológicas do comportamento: introdução à Neurociência. São Paulo:
E.P.U., 2009 (adaptado).
Considerando a neurociência das emoções, avalie as afirmações a seguir.

I. A emoção pode abarcar um conjunto de pensamentos e planos sobre um evento que


aconteceu, está acontecendo ou que vai acontecer, e uma das formas de se manifestar é
por expressões faciais específicas.
II.As emoções podem desencadear mudanças endócrinas e autonômicas significativas,
como, por exemplo, sudorese, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração, rubor
facial, incontinência urinária e intestinal e espasmos.
III.A emoção tem base ambiental, umas das razões pelas quais não se cogita a existência
de componente genético na manifestação de expressões faciais.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Margareth Veríssimo

GABARITO: C

TIPO DE QUESTÃO: resposta única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
59

X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões


e demandas individuais e coletivas.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


III – Fenômenos psicológicos:
b) Emoção, afetos e motivação
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento

COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimento científico e teórico sobre os fenômenos
psicológicos ‘emoções, afetos e motivação’, assim como, sobre a neurociência das
emoções, cognição e do comportamento’. Os temas são relevantes para a compreensão
do problema psicológico e atuação profissional.

REFERÊNCIA(S):
Brandão, L. M. (2009). As bases biológicas do comportamento: introdução à
Neurociência. São Paulo: E.P.U.
60

CAPÍTULO 4

PRINCIPAIS DOMÍNIOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO E PRINCÍPIOS ÉTICOS E


DEONTOLÓGICOS NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Neste capítulo são avaliadas as questões que priorizam os conteúdos contidos


nas DCN’s que requerem as ‘Interfaces com campos afins do conhecimento’ e as
‘Práticas profissionais’, além de conteúdos sobre ‘Ética e deontologia no exercício
profissional’. Nas Interfaces com campos afins do conhecimento deve-se demarcar a
natureza e a especificidade do fenômeno psicológico e percebê-lo em sua interação com
fenômenos biológicos, humanos e sociais, assegurando uma compreensão integral e
contextualizada dos fenômenos e processos psicológicos. As Práticas profissionais
devem ser voltadas para assegurar um núcleo básico de competências que permitam a
atuação profissional e a inserção do graduado em diferentes contextos institucionais e
sociais, de forma articulada com profissionais de áreas afins (Resolução CNE/CES nº 5,
de 15 de março de 2011). E os conhecimentos sobre a ética profissional refere-se às
resoluções do Conselho Federal de Psicologia que voltam-se para os princípios éticos
para a atuação profissional (RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05). Neste capítulo estão as
análises das questões discursivas ‘4 e 5’ e objetivas ‘17, 28, 30, 31, 32 e 35’.

Questão discursiva 4 – A presença do psicólogo nos serviços de Assistência Social é


anterior ao estabelecimento da Política Nacional de Assistência Social. No entanto, com
a implantação da política e a definição de suas normas e diretrizes, o psicólogo aparece
como integrante efetivo da equipe de referência dos Centros de Referência da
Assistência Social – CRAS, como um dos técnicos de nível superior.
BRESSAN, S. P.; CARRELLI, E. O psicólogo e a assistência Social: desafios do trabalho interdisciplinar
na proteção social básica.
Considerando a atuação do psicólogo no CRAS, analise a seguinte hipótese.
Um diagnóstico realizado pelo CRAS de um município de pequeno porte (com até 2500
famílias referenciadas) apontou como principais problemas dessa comunidade a falta de
qualificação profissional, o desemprego estrutural, o uso abusivo de drogas e a violência
familiar. Para enfrentar essas dificuldades, a equipe que compõe esse CRAS, formada
por um assistente social, um psicólogo e dois técnicos de nível médio, deve desenvolver
ações junto à comunidade.

Em relação à situação descrita, escolha um dos problemas levantados e elabore um


plano de intervenção no nível coletivo, que contemple os seguintes aspectos:

a) Análise de dois determinantes do problema;


b) Planejamento de uma ação específica do psicólogo que inclua a interface com outros
profissionais, embasada em teorias psicológicas que permita apoiar a ação.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Rosival B.Lagares e Margareth Regina Veríssimo

TIPO DE QUESTÃO: discursiva


61

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


I - Fundamentos epistemológicos e históricos:
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil
III – Fenômenos psicológicos:
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
62

IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:


a) Intervenções em processos educativos
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária)
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional.

COMENTÁRIOS:
A questão compõe-se de duas partes: na primeira, busca avaliar a capacidade do
egresso de analisar fenômenos do contexto comunitário, como aqueles apontados pelo
hipotético estudo, pressupõe um conhecimento geral do egresso dos graves problemas
sociais do nosso país; na segunda parte, busca avaliar a capacidade desse egresso de
elaborar um “plano de intervenção em nível coletivo”.
A apresentação de uma questão discursiva com este nível de exigência no
ENADE deve despertar os responsáveis pelo projeto pedagógico do curso de Psicologia
para a necessidade de se fortalecer a formação dos egressos para o diagnóstico
institucional e elaboração de projetos.
Se há vinte anos, Bock (2003) reputava à Psicologia brasileira um compromisso
com as elites, uma ciência e profissão com as costas para a população economicamente
desfavorecida ou mesmo excluída, atualmente, isto já não pode ser dito. Pelo contrário,
nos dias de hoje, a presença da Psicologia nas “comunidades” (apesar do uso
inapropriado do termo), é cada vez maior e constitui-se em um dos principais campos de
atuação deste profissional.
Uma crítica pode ser feita ao termo “intervenção em nível coletivo”: os textos
clássicos na Psicologia Comunitária, no Brasil, rejeitam a idéia de um profissional que
chega a uma comunidade para “intervir”, pois isso remete à ideologia cultural
dominante, ou seja, a alguém que vem de uma universidade e “sabe das coisas” e chega
para “resolver” os problemas daqueles que não sabem. Nesse caso, seria mais adequado
referir-se a um “plano de atuação psicossocial”, no qual este profissional se insere,
juntamente com outros profissionais, de modo a facilitar o desenvolvimento dos
indivíduos e dos grupos rumo à sua autonomia.
Esta questão é complexa. Exige conhecimento aprofundado e interdisciplinar,
teórico e prático. O profissional precisa conhecer da teoria para conseguir elaborar um
plano de intervenção com investigação anterior apresentada em um diagnóstico da
situação e com base nas experiências vivenciadas na comunidade. Além do
conhecimento teórico e prático, o profissional precisa conhecer das orientações do
Conselho Federal de Psicologia, entidade responsável por orientar sobre a atuação do
psicólogo nesse contexto.

REFERÊNCIA(S):
Bock, A. M. B. (2003). Psicologia e sua ideologia – 40 anos de compromisso com a
elite. Em Bock, A. M. B. (org.), Psicologia e compromisso social (pp. 15-29). São
Paulo: Cortez.
Bressan, S. P. &, Carrelli, E. (2011). O psicólogo e a assistência Social: desafios do
trabalho interdisciplinar na proteção social básica.
63

Lane, S. T. M. (2008). Histórico e fundamentos da psicologia comunitária no Brasil. Em


Campos, R.H.F (org). Psicologia Social Comunitária da solidariedade à autonomia (pp.
17-34). Petrópolis: Editora Vozes.
Sawaia, B. B. (2008) Comunidade: a apropriação científica de um conceito tão antigo
quanto a humanidade. Em Campos, R. H. F (org). Psicologia Social Comunitária da
solidariedade à autonomia (pp. 35-53). Petrópolis: Editora Vozes.

Questão discursiva 5 – Uma menina de 10 anos de idade, filha única, veio


encaminhada pelo médico psiquiatra ao Serviço-Escola de Psicologia, com solicitação
de acompanhamento psicológico. Sua mãe relatou que a filha tem medo excessivo em
diversas situações, como dormir sozinha, ficar doente ou fazer novas amizades. A mãe
descreveu que a menina é muito quieta e tímida, queixa-se constantemente de dor no
peito, cefaléia, náuseas, que tem pesadelos e chora constantemente. Ela relatou que,
depois que se separou do marido, há dois anos, ficou com a guarda da filha e ambas
foram morar na casa da avó materna. Desde essa época, percebeu que esses
comportamentos se acentuaram. A mãe foi chamada pela escola porque a menina está
com dificuldades de realizar atividades em grupo, fica apreensiva quando tem que
apresentar um trabalho e não brinca com os colegas durante o intervalo, ficando sozinha
no pátio da escola. A orientadora da escola e a professora relatam que o rendimento da
menina nas tarefas escolares é muito bom e que não há prejuízo na sua capacidade
cognitiva.

A partir das informações apresentadas, faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Descreva uma intervenção psicoterapêutica a ser adotada para esse caso,
fundamentando-a em uma abordagem psicológica.
b) Cite cuidados éticos na condução do caso.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Roberta Maia Marcon de Moura, Silvamir Alves e Margareth Regina


Veríssimo

GABARITO:
a) Para o caso descrito, descreve-se o processo de avaliação e intervenção
terapêutica fundamentado na abordagem comportamental. Para avaliação, adotar-se-á
diversas fontes de informação (pais, professores, própria criança) e observação direta
(na escola). Depois de uma primeira análise dos dados inicialmente coletados, iniciar-
se-á o processo de intervenção que poderá ter como objetivos terapêuticos: (a) aumentar
os comportamentos de interação com outras pessoas (colegas e adultos) e diminuir os
comportamentos de isolamento e (b) reduzir a ansiedade social apresentada em relação
aos contatos interpessoais. Para aumentar comportamentos de interação será adotado
como procedimento o treinamento em habilidades sociais que contempla instrução
verbal, modelação da habilidade a treinar, prática (representação de papeis),
retroalimentação e reforço e tarefas para casa. Para reduzir a ansiedade social será
adotada uma técnica de relaxamento. De modo complementar, a intervenção será
realizada na escola, mais especificamente, pelos professores, podendo ser recomendado:
reforçar positivamente as interações sociais da criança, evitar situações que pudessem
aumentar a ansiedade da criança (por exemplo, todas ficarem esperando que ela
responda), não permitir que os pares a insultem, intimidem ou riam dela, estimular e
64

envolver os colegas para que o ajudem e para que participem nas sessões de
intervenção.
b) Dentre os cuidados éticos na condução do caso destaca-se, no início da
terapia, o estabelecimento de uma relação de confiança entre terapeuta e cliente,
explicação sobre o funcionamento da terapia, definição com a criança do problema a ser
trabalhado. Ao fim da terapia, essencial se torna discutir as metas alcançadas e
programar generalização dos efeitos para o dia a dia.
Outro exemplo:
a) Descreva uma intervenção psicoterapêutica a ser adotada para esse caso,
fundamentando-a em uma abordagem psicológica.
Intervenção fundamentada na abordagem psicológica Psicodrama. De acordo
com Moreno (1946/1992), “o Psicodrama pode ser definido como a ciência que explora
a ‘verdade’ por métodos dramáticos” (p. 17). Nesse sentido, o Psicodrama auxilia seu
cliente na superação de obstáculos no seu desenvolvimento emocional, por meio da
imaginação, nesse caso uma criança. As psicoterapias com crianças são sempre
ludoterapias. A psicoterapia psicodramática conta com uma forma específica de
brincadeira: o teatro de faz-de-conta. Na representação dramática, agindo “como se” ou
“fazendo de conta que”, a criança expressa o que atinge sua sensibilidade, o que lhe dá
prazer ou desprazer e vontade ou medo. Revela o sentido que o mundo tem para ela, ou
o revê, por meio de papéis imaginários que é capaz de reconhecer, imitar e interpretar
(Gonçalves, 1988).
Objetivo da psicoterapia com essa criança é propiciar condições para o
surgimento de novos papéis (filha de pais separados, fazer novas amizades, relacionar
com os colegas da escola, mudança de casa), fortalecer os papéis pouco desenvolvidos
ou mal estruturados (lidar com o medo, com a ansiedade e com a timidez) e identificar o
que provoca as manifestações psicossomáticas (agravadas pela separação dos pais).
Etapas do atendimento: Entrevista com os pais (anamnese), entrevista com a
criança (estabelecer o vínculo), entrevista com a criança e com os pais. Mãe e pai
precisam participar do processo psicoterapêutico da filha. A partir de suas próprias
experiências, filha e pais compreendem melhor o crescimento uns dos outros,
respeitando mais facilmente o sigilo e a privacidade necessários à psicoterapia e a outras
situações.
Princípio do tratamento é representar situações traumáticas. A expressão da
criança ocorrerá por meio de cenas reais, imaginárias ou fantasiosas. Os papéis
psicodramáticos (psicológicos), jogados no “como se” das sessões, propiciam a
manifestação de comportamentos e sentimentos proibidos no contexto social.
Considera-se que o jogo dramático e o desempenho de papéis auxiliam a criança no
enfrentamento de suas dificuldades e limitações, favorecendo o desenvolvimento de
recursos para lidar com essa demanda. Um mesmo tema da dramatização se repete com
pequenas diferenças até que os papéis desempenhados sejam suficientemente jogados e
elaborados. Essa elaboração se confirma por meio de mudanças em seu comportamento
no contexto social e pode ser relatada por seus cuidadores (Filipini, 2014).
As técnicas mais utilizadas com crianças são: entrevista; duplo: o psicoterapeuta
expressa os sentimentos que a criança não está podendo trazer à tona; espelho: amplia a
capacidade de autopercepção da criança; inversão de papéis: propicia que a criança sinta
os efeitos de sua conduta sobre o outro; interpolação de resistência: é a modificação da
cena, por parte do psicoterapeuta, colocando a criança diante de uma situação nova e
solilóquio: reproduzir sentimentos e pensamentos ocultos.
Fases da sessão: 1) Aquecimento: a função principal do brinquedo é de
aquecimento para a dramatização. 2) Dramatização: jogo de papéis de situações reais,
65

sonhos ou histórias inventadas. 3) Comentários: Acontece após a dramatização ou


durante a sessão. O psicoterapeuta faz uma associação da história ou aspectos dela com
situações da vida real da criança, proporciona uma reflexão e elaboração desses
conteúdos.
Considera-se que a ação dramática, onde os personagens surgem como papéis e
contrapapéis, favorece que a criança experimente e reorganize novas possibilidades de
relação em função da espontaneidade-criatividade.

b) Cite cuidados éticos na condução do caso.


Na condução desse caso clínico, o aluno deve ter, de acordo com o Código de
Ética Profissional do Psicólogo, os seguintes cuidados éticos:
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que
tenha acesso no exercício profissional.
Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser
comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em
seu benefício.

TIPO DE QUESTÃO: Discursiva.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas.
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo.
VI - descrever, analisar e interpretar manifestações verbais e não verbais como fontes
primárias de acesso a estados subjetivos.
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo.
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social.
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões
e demandas individuais e coletivas.
XI - atuar, profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo ou
terapêutico, considerando as características das situações e dos problemas específicos
com os quais se depara.
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia.
66

II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos


múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos.
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia.
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional.
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
g) Psicoterapias.
III – Fenômenos psicológicos:
a) Processos psicológicos de atenção, memória, percepção, linguagem, pensamento,
consciência e inteligência
b) Emoção, afetos e motivação
c) Desenvolvimento humana
d) Personalidade e subjetividade
e) Processos psicopatológicos
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
h) Princípios e processos de aprendizagem
i) Psicofarmacologia e comportamento
j) Bases biológicas e evolutivas do comportamento
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional.

COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimento aprofundado sobre os aspectos psicológicos e
sociais, de pesquisa, e de ética profissional. Além disso, requer do aluno conhecimento
e prática em Psicoterapia, pois exige descrição de uma intervenção psicoterapêutica
fundamentada em uma abordagem psicológica, de escolha do aluno. Bem como,
conhecimento do Código de Ética Profissional do Psicólogo para que a atuação
profissional esteja pautada nos aspectos éticos.
A proposta a esse caso se fundamenta em pesquisas prévias sobre o tema que
assinalam que os comportamentos, de timidez e de inibição podem ser modificados com
estratégias de treinamento em habilidades sociais. Além disso, técnicas de exposição e
relaxamento utilizadas em problemas de ansiedade mostraram-se satisfatórias.
67

REFERÊNCIA(S):
Caballo, V. E. (2016). Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento.
São Paulo: Santos. (Trabalho original publicado em 1996).
Conselho Federal de Psicologia, (2005). Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Brasília.
Filipini, R. (2014). Psicoterapia psicodramática com crianças: uma proposta
socionômica. São Paulo: Ágora.
Gonçalves, C. S. (1988). Psicodrama com crianças: uma psicoterapia possível. São
Paulo: Ágora.
Lipp, M. (1995). Ética e psicologia comportamental. Em Rangé, B. (Org.), Psicoterapia
Comportamental e Cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Editorial Psy.
Moreno, J. L. (1946/1992). Psicodrama. São Paulo, Cultrix.
Silvares, E. F. M. (2000). Estudos de caso em psicologia clínica comportamental
infantil. Campinas: Papirus.

Questão 17 – Uma criança de seis anos de idade foi encaminhada para avaliação
psicológica com queixas de dificuldades escolares. Ela tem tido dificuldade de prestar
atenção, é bastante agitada, fala muito com os colegas durante as aulas, se distrai com
facilidade e tem dificuldade de atender os limites estabelecidos pela professora. A
criança teve um desenvolvimento motor e da linguagem típico das crianças da sua
idade. Não há queixas anteriores de aspectos ligados ao desenvolvimento.
Diante desse quadro, analise os resultados de avaliações ou observações do cotidiano da
criança apresentados nas situações a seguir.

I.Em uma avaliação aplicada por meio de uma bateria de testes cognitivos, a criança
obteve um resultado global equivalente a percentil 14 comparado com outras crianças
de sua idade, caracterizando um déficit cognitivo acentuado.
II.Em avaliação aplicada por meio de uma bateria de testes neuropsicológicos, a criança
obteve os seguintes resultados em percentis: memória de trabalho — P22, velocidade de
processamento — P12, controle inibitório — P14 e teste de vocabulário por imagens
(nomeação de figuras) — P48.
III.Com a recente mudança de escola, cuja rotina é bastante diferente da anterior, com
regras mais rígidas do que aquelas às quais ela estava acostumada, a criança reclama
não ter gostado dos métodos da nova professora.

As dificuldades apresentadas pela criança podem ser justificadas pela(s) situação(ões)


descrita(s) em
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
68

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Andréa Batista Magalhães

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações
profissionais, inclusive materiais de divulgação;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões
e demandas individuais e coletivas.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
a) Intervenções em processos educativos
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
III – Fenômenos psicológicos:
a) Processos psicológicos de atenção, memória, percepção, linguagem, pensamento,
consciência e inteligência
b) Emoção, afetos e motivação
c) Desenvolvimento humana
d) Personalidade e subjetividade
e) Processos psicopatológicos
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais
h) Princípios e processos de aprendizagem
69

i) Psicofarmacologia e comportamento
j) Bases biológicas e evolutivas do comportamento
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento

COMENTÁRIOS:
A questão fortalece a importância do olhar clínico e metodológico para trabalhar
avaliações psicológicas, psicodiagnósticos e/ou neuropsicológicas. É preciso
compreender de forma teórica as habilidades práticas na conduta avaliativa para que a
avaliação seja realizada com base em evidências científicas e resguardadas quando os
encaminhamentos forem necessários. Ressalta-se também a importância do olhar global
no paciente e não somente nas queixas.

REFERÊNCIA(S):
Enricone, J. R. B. &, Salles, J. F. de. (2011). Relação entre variáveis psicossociais
familiares e desempenho em leitura/escrita em crianças. Psicologia Escolar e
Educacional, 15(2), 199-210. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572011000200002.
Jiménez-Jiménez, S. &, Marques, D. F. (2018). Impacto de la intervención
neuropsicológica infantil en el desarrollo del sistema ejecutivo. Análisis de un caso.
Avances en Psicología Latinoamericana, 36(1), 11-28.
https://dx.doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.4150.

Questão 28 – No ano de 2008, considerado pelo Conselho Federal de Psicologia como


o Ano da Educação para os Psicólogos, criou-se a oportunidade de um debate nacional
em torno das questões educacionais. Foram definidos quatro eixos temáticos como
norteadores das discussões. No que se refere ao eixo “Psicologia e Instituições
Escolares e Educacionais” os psicólogos apontaram, entre outros aspectos, que existe
desconhecimento da comunidade escolar a respeito do papel do psicólogo escolar.
Desse modo, indicaram a necessidade de desenvolvimento de estudos e divulgação do
papel e da atuação desse profissional.
GUZZO, R. S. L.; MEZZALIRA, A. S. C. 2008—Ano da Educação para os Psicólogos:
encaminhamentos e próximos passos. In: GUZZO, R. 5. L.; MARINHO-ARAÚJO, C. M. (Org).
Psicologia Escolar: identificando e superando barreiras. Campinas: Alínea, 2011 (adaptado).

A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No contexto escolar, o eixo principal de intervenção do psicólogo é direcionado a


alunos que demonstrem dificuldades no processo de escolarização ou que apresentem
comportamentos inadequados.
PORQUE
II. A atuação do psicólogo escolar deve concentrar-se na promoção de espaços de
reflexão, possibilitando a transformação de concepções centradas no fracasso e na
doença em concepções de sucesso e de saúde.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b. O As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
70

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Marli Bueno de Castro, Ivone Félix de Sousa e Katya Alexandrina Matos
Barreto Motta

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: asserção/razão

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e
informações da área da Psicologia;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional;
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.
71

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
a) Intervenções em processos educativos

COMENTÁRIOS:
Ao considerar o contexto escolar e as condições concretas da comunidade e as
multideterminações que as perpassam, o psicólogo pode direcionar sua prática de forma
a favorecer a autonomia dos sujeitos e a melhoria das práticas pedagógicas, a partir de
um diálogo com os diferentes agentes da escola. Assim, o psicólogo escolar em sua
prática necessita pautar-se em uma perspectiva emancipadora, fomentando a
consciência crítica das pessoas, a fim de que elas possam intervir na realidade,
contribuir para a melhoria de condições de vida. Os princípios teóricos da
conscientização e da libertação podem resultar em um modelo que subsidie as
intervenções do psicólogo na busca de transformação do espaço educativo. De acordo
com Montero (2003, citado por Sant’Ana &, Guzzo, 2015, p. 4),
(....) o processo de fortalecimento necessariamente supõe as seguintes fases: o
desenvolvimento de um forte sentido da pessoa em sua relação com o mundo; a
construção de uma concepção crítica sobre as forças sociais e políticas que
compõem a realidade e que influenciam o contexto de vida dos indivíduos e das
comunidades; o desenvolvimento da capacidade de relacionar reflexão e ação; e,
por último, a criação e a aplicação de estratégias e recursos visando fortalecer os
grupos e produzir intervenções que beneficiem a coletividade. Para isso,
entendemos que o psicólogo necessita estar junto a esses profissionais,
participando da rotina escolar e de encontros de trabalho docente com o objetivo
de favorecer a discussão e a reflexão acerca das práticas e dos conflitos
verificados no cotidiano da escola. Tais momentos são essenciais, pois há troca
de experiências entre os participantes e podem configurar-se como espaços nos
quais o professor fale de suas percepções, emoções, dificuldades e
potencialidades em sua atuação (p.4).
Portanto, a asserção descrita no item I é uma proposição falsa, pois o papel do
psicólogo assenta em quatro eixos estruturais: a prevenção, a avaliação, a intervenção
e a investigação. As intervenções direcionadas a alunos com dificuldades no processo
de escolarização corresponde a uma ação interventiva do psicólogo e não é classificada
como eixo principal nas ações de intervenção. A asserção descrita no item II é uma
proposição verdadeira, pois a atuação do psicólogo em conjunto com a equipe escolar,
colabora com o corpo discente, docente e técnico na elaboração, implantação, avaliação
e reformulação de currículos, projetos pedagógicos, de políticas educacionais e outros.
proporcionando um ambiente de reflexão crítica e transformadora (RESOLUÇÃO
13/2007-CRP).

REFERÊNCIA(S):
Guzzo, R. &, Marinho-Araújo, C. (2011). Psicologia escolar: identificando e superando
barreiras. Campinas, SP: Alínea
Guzzo, R. S. (2005). Escola amordaçada: compromisso do psicólogo com esse contexto.
In A. Martínez (Org.), Psicologia escolar e compromisso social (pp. 17-29). Campinas,
SP: Alínea.
72

Guzzo, R. S. L. &, Mezzalira, A. S. C. (2008). Ano da Educação para os Psicólogos:


encaminhamentos e próximos passos. In: Guzzo, R. S. L. &, Marinho-Araújo, C. M.
(Org). Psicologia Escolar: identificando e superando barreiras. Campinas: Alínea, 2011
(adaptado).
Montero, M. (Org.). (2003). Teoría y práctica de la psicología comunitaria: la tensión
entre comunidad y sociedad. Buenos Aires: Paidós.
Resolução n° 13/2007. Conselho Federal de Psicologia. Disponível:
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-2007.pdf
Sant’Ana, I. M. &, Guzzo, R. S. L. (2015). Psicologia escolar e projeto político-
pedagógico: análise de uma experiência. Psicologia & Sociedade, ahead of print.
http://www.scielo.br/pdf/psoc/2015nahead/1807-0310-psoc-2015aop004.pdf.
Wechsler, S. M. (2004). Psicologia Escolar. Pesquisa, Formação e Prática. São Paulo:
Alínea.

Questão 30 – As doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo têm


assumido grandes proporções, implicando custos elevados para a Previdência Social.
Em 2008, foram gastos, no Brasil, cerca de 90 milhões de reais com 108.844 auxílios-
doença (Previdência Social do Brasil – DATAPREV). Nos EUA, os custos com
LER/DORT estão em torno de 50 bilhões de dólares por ano. Há, todavia, custos
organizacionais (pelos impactos da doença na produtividade, absenteísmo, perda de
qualidade) e, especialmente, custos individuais (intenso sofrimento psíquico, estresse e
insatisfação com o trabalho, que afetam a qualidade de vida do trabalhador).
Com relação à síndrome LER/DORT, avalie as afirmações a seguir.

I.As pesquisas sobre os fatores determinantes da LER/DORT concentram-se em três


grandes categorias: fatores biomecânicos, fatores da organização do trabalho e fatores
psicossociais.
II.O paradigma biomecânico busca correlacionar as lesões a quatro fatores: carga de
trabalho, esforço repetitivo, posturas inadequadas e vibração. Quanto mais fatores
estiverem presentes na tarefa desempenhada, mais riscos existem de desenvolver a
doença.
III.As pesquisas não revelam evidências de que a autonomia na definição do ritmo do
trabalho e o estilo de gestão que caracterizam a forma como o trabalho é organizado e
gerenciado tenham papel significativo no desencadeamento, desenvolvimento e
reabilitação da LER/DORI.
V.Os estudos sobre os programas de intervenção ou reabilitação mostram que as
intervenções individuais são mais efetivas a curto prazo, porém é maior a eficácia
quando as medidas individuais se aliam a intervenções organizacionais.

É correto apenas o que se afirma em


a.II.
b. III.
c. I e II.
d. I e IV.
e. III e IV.
73

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Margareth Regina Veríssimo

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: resposta única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador

COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimentos sobre a doença do trabalhador, exige que o
profissional tenha conhecimentos teóricos para criar formas de intervir e evitar o
adoecimento no âmbito do trabalho.

REFERÊNCIA(S):
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Dor relacionada ao trabalho:
lesões por esforços repetitivos (LER): distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (Dort) / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2012. 68 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Saúde do
Trabalhador; 10. Protocolos de Complexidade Diferenciada) ISBN 978-85-334-1728-1.
74

Questão 31 – A avaliação psicológica é um processo técnico e científico realizado com


pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento, requer
metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se fonte de informações de caráter
explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos
nos diferentes campos de atuação do psicólogo, tais como, saúde, educação, trabalho e
outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um
planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins aos quais a
avaliação se destina.
Conselho Federal de Psicologia. Cartilha sobre Avaliação Psicológica. ago. 2007 (adaptado).

Com base na definição de avaliação psicológica proposta pelo Conselho Federal de


Psicologia, avalie as afirmações a seguir.

I.A avaliação psicológica permite entender e considerar nuances do comportamento


humano, além de subsidiar a elaboração de parecer cientificamente fundamentado.
II.A recomendação para o uso específico dos testes deve ser buscada nos estudos que
foram feitos com esse instrumento, principalmente nos estudos de validade e nos de
precisão e de padronização.
III.O processo de avaliação psicológica é capaz de prover, aos psicólogos, informações
importantes para o desenvolvimento de hipóteses que levem à compreensão das
características psicológicas da pessoa ou de um grupo.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Daniela Sacramento Zanini, Helenides Mendonça e Marta Carmo

GABARITO: E

TIPO DE QUESTÃO: complementação

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações
profissionais, inclusive materiais de divulgação;
75

X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões


e demandas individuais e coletivas.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em
Psicologia;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para
investigações científicas:
a) Fundamentos das medidas em Psicologia
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica.

COMENTÁRIOS:
A questão aborda a avaliação psicológica e sua importância na prática do
psicólogo nos diferentes campos de atuação, seja educacional, clínica, organizacional,
saúde e outros. Ela tem como propósito avaliar o quanto a avaliação psicológica é
percebida pelos estudantes como relevante para a prática profissional como ferramenta
diagnóstica.
O processo de avaliação psicológica é complexo e exige do psicólogo
habilidades e conhecimentos para identificar o construto a ser avaliado, selecionar a
melhor forma de medí-lo e os instrumentos mais adequados ao contexto específico que
pretende avaliar, reunir as informações obtidas e integrá-las de forma a contribuir para a
compreensão do funcionamento do indivíduo e sua relação com a sociedade. Desta
forma, a avaliação psicológica não é simplesmente uma área técnica produtora de
ferramentas profissionais, mas uma área da psicologia responsável pela
operacionalização das teorias psicológicas em eventos observáveis (Primi, 2010), com
vistas a produzir hipóteses ou diagnóstico sobre uma pessoa ou um grupo (Hutz,
Bandeira & Trentini, 2015).
Quando na pergunta se diz “Com base na definição de avaliação
psicológica”, Esta é uma questão bastante conturbada. Há uma discussão grande de que o
CFP não define, apenas orienta. Então seria melhor reescrever a frase para “com base no texto
acima .....”

REFERÊNCIA(S):
Conselho Federal de Psicologia. Cartilha sobre Avaliação Psicológica. ago. 2007
76

Hutz, C. S., Bandeira, D. R., &, Trentini, C. M. (Ed.). (2015). Psicometria. Porto
Alegre: Artmed.
Noronha, A. P. P. &, Reppold, C. T. (2010).Considerações sobre a Avaliação
Psicológica no Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão, 30, 192-201.
Pasquali, L. (2010). Instrumentação Psicológica: Fundamentos e Práticas. Porto Alegre:
Artmed.
Primi, R. (Org.) (2002).Temas em Avaliação Psicológica. Campinas: Impressão Digital
do Brasil Gráficas e Editora Ltda.
Primi, R. (2010). Avaliação psicológica no Brasil: fundamentos, situação atual e
direções para o futuro. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(spe), 25-35.
https://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000500003.
Wechsler, S. M. &, Guzzo, R. S. L. (Eds.) (2005). Avaliação psicológica: perspectiva
internacional. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Questão 32 – Para promover a atenção integral à saúde, é essencial reconhecer a


multiplicidade e a complexidade dos fatores implicados no processo saúde-doença-
cuidado. Por isso, o trabalho interdisciplinar é fundamental ao sistema de saúde. É
dentro desse contexto que se debate a ampliação da inserção da Psicologia na Estratégia
de Saúde da Família (ESF), tema que se torna relevante e atual diante do progressivo
avanço das práticas de Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde
(SUS) do Brasil. Como reflexo do avanço das políticas públicas de saúde, os saberes e
as práticas da Psicologia passam a ser cada vez mais requisitados, bem como os de
outras categorias profissionais da saúde.
NEPOMUCENO, L. B.; BRANDÃO, 1. R. Psicólogos na estratégia saúde da família: caminhos
percorridos e desafios a superar. Psicol. Cienc. Prof. Brasília ,v. 31, n. 4,2011. Disponível em:
<http:Jjwww.scielo.br>. Acesso em: 26ju1. 2015 (adaptado).

De acordo com as concepções e possibilidades de atuação do psicólogo da Atenção


Primária ou Básica de Saúde, avalie as afirmações a seguir.

I.A intervenção do psicólogo realiza-se por meio de atividades como a escuta de


necessidades e a estruturação de planos terapêuticos individuais e coletivos, em equipe,
nos diversos níveis de atenção.
II.A atuação centra-se no atendimento individual a pessoas com sofrimento psíquico,
em consultas agendadas, e em uma visão clínica das demandas trazidas pelos sujeitos
encaminhados.
III.A concepção matricial como metodologia de atuação pressupõe uma organização de
trabalho que valoriza a integração e a descentralização; nesse sentido, o psicólogo visa
assegurar retaguarda a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de
saúde, que inclui a saúde mental.
IV.O papel do psicólogo está mais voltado à promoção e à manutenção da saúde física e
emocional, tendo como um dos principais objetivos buscar a minimização do
sofrimento do paciente e de sua família, que decorre do binômio doença-internação.

É correto apenas o que se afirma em


77

a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Daniela Sacramento Zanini, Filomena Guterres Costa e Marina de Moraes e


Prado Morabi

GABARITO: B

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
78

propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação


profissional;
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação
profissional.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:
a) Intervenções em processos educativos
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária)
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades
g) Psicoterapias

COMENTÁRIOS:
As contribuições da psicologia situam-se na possibilidade de criar espaços e
dispositivos de diálogo aos usuários e equipe fortalecendo o autocuidado e autonomia, atuando
como facilitador dos modos de vida e de grupos e pessoas inseridas no mesmo contexto
territorial da PSF colaborando na transformação do desenvolvimento humano e da realidade
social desses sujeitos. Dentro dessa perspectiva, além da diversidade de saberes voltados ao
atendimento do usuário é importante o desenvolvimento da prática interdisciplinar entre os
profissionais.
O atendimento no contexto de saúde demanda do profissional uma atuação em
equipe interdisciplinar, de modo a contemplar a integralidade de atenção, desde o nível
primário de intervenção até o nível quartenário, perpassando a promoção e a prevenção
em saúde nos seus mais diversos níveis. Para isso, a intervenção demanda um
atendimento breve e focal, sem setting ou tempo cronológico de sessão previamente
definido, para que se consiga acolher a demanda de intervenção emergencial da tríade
de intervenção: paciente, família e equipe de saúde. Nesse contexto, a articulação da
rede em saúde é fundamental, compreendendo os conceitos de matriciamento,
descentralização, hierarquização e regionalização enquanto princípios do SUS e
instâncias norteadoras e possibilitadoras da implantação das políticas públicas em
saúde. Assim, é necessário um olhar ampliado biopsicossocial do binômio saúde-doença
para que se atenda às demandas específicas deste contexto, sem simplesmente
transportar a clínica para o atendimento institucional.
79

REFERÊNCIA(S):
Angerami Camon, V. A. (1986). E a psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira.
Cardoso, C. L. (2002). A inserção do psicólogo no Programa Saúde da Família.
Psicologia Ciência e Profissão, 22(1), 2-9.
Chiaverini, D. H. (Org.) (2011). Guia prático de matriciamento em saúde mental.
Brasília, DF: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva.
Giacomozzi, A. (2012). A Inserção do psicólogo na Estratégia de Saúde da Família e a
transição de paradigma em saúde. Psico, 43(3), 298-308.
Nepomuceno, L. B. &, Brandão, I. R. (2011). Psicólogos na estratégia saúde da família:
Caminhos percorridos e desafios a superar. Psicologia Ciência e Profissão, 31(4), 762-
777.
Nepomuceno, L. B. &, Brandão, L. R. (2011). Psicólogos na estratégia saúde da família:
caminhos percorridos e desafios a superar. Psicol. Cienc. Prof. Brasília ,v. 31, n. 4,2011.
Disponível em: <http:Jjwww.scielo.br>. Acesso em: 26ju1. 2015 (adaptado).
Ogden, J. E. (2004). Psicologia da Saúde. Lisboa, Portugal: Climepsi.
Simonetti, A. (2008). Manual de Psicologia Hospitalar: o Mapa da Doença. São Paulo:
Casa do Psicólogo.
Straub, R. O. (2005). Psicologia da saúde (R. C. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artmed
(trabalho publicado originalmente em 2002).

Questão 35 – Na Psicologia, há algum tempo deixou-se de atuar exclusivamente por


meio das intervenções individuais, dando-se espaço para as intervenções grupais. Há
várias possibilidades de práticas grupais e de formas de intervenção em cada uma delas,
mesmo que em diferentes referenciais teóricos. Conhecer as intervenções e as
possibilidades de práticas psicológicas relacionadas a grupos em contextos diversos é
importante para que o psicólogo possa organizar intervenções efetivas e eficazes.
OSÓRIO, L. C. Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: Artmed,
2003 (adaptado).
A respeito desse tema, avalie as afirmações a seguir.
I. No contexto da saúde, as intervenções em grupo com foco na psicoeducação têm
maior eficácia do que as práticas individualizadas.
II. No contexto educacional, privilegiam-se práticas individuais com os alunos, já que
lida com o processo de aprendizagem.
III. No contexto organizacional, empregam-se práticas grupais para desenvolver
competências e melhorar a qualidade do desempenho.
IV. No contexto comunitário, para a eficácia das práticas grupais, deve-se considerar as
redes de relações nela existentes.

É correto apenas o que se afirma em


a. I.
b. II.
c. I e IV.
d. II e III.
e. III e IV.
80

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Marina de Moraes e Prado Morabi, Gina Nolêto Bueno, Lenise Santana
Borges e Daniela Sacramento Zanini

GABARITO: E

TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas;
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos,
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da
população-alvo;
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos;
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações
e instituições;
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde,
em nível individual e coletivo;
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social;
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros;
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em
diferentes contextos.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos;
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais
e biológicos;
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):

Psicologia Social, sobretudo os temas relacionados à intervenções em grupos,


instituições e comunidades, assim como conteúdos da Psicologia Clínica Individual e de
Grupo.
81

IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo:


f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades

COMENTÁRIOS:
No contexto de saúde, as intervenções grupais, assim como as individuais
possuem características diferenciadas, dependendo da demanda institucional e da tríade
de intervenção: paciente, família e equipe de saúde para a elaboração do plano
terapêutico singular em cada caso específico, compreendendo se a demanda é para
atendimento individual, grupal ou ambos, assim não há uma forma de intervenção que
seja mais ou menos eficaz, mas sim, mais adequada para cada caso clínico subjetivo. No
contexto educacional há a necessidade de adequação da intervenção às características e
demandas institucionais e dos atores envolvidos no processo, demandando processos
grupais de intervenção, já que não é adequada a simples transposição do atendimento
clínico clássico individual para o contexto escolar.
O enunciado apresenta a prática clínica de grupo, aplicada tanto pela Psicologia
Social quanto pela Psicologia Clínica, de práticas de grupo, como uma ferramenta de
relevância à construção de resultados para a promoção da qualidade de vida das pessoas
em contexto coletivo. Destaca que a terapêutica psicológica de grupo pode ser aplicada
em diferentes ambientes sociais Adverte que o conhecimento e a prática de sua
tecnologia favorece, ao profissional da psicologia, o planejamento apropriado de
programas de intervenção para o alcance de resultados vigorosos.
Em relação às alternativas apresentadas na questão, salienta-se que, as
afirmações apresentadas nas alternativas I e II estão incorretas. Na alternativas I, a
psicoeducação pode ser considerada como uma técnica aplicada no contexto da saúde.
No entanto, não há como afirmar que essa técnica seja mais ou menos eficaz do que as
práticas individuais. Assim como não há elementos no texto que explicitem qual o
contexto no qual a técnica está inserida. Em relação à alternativa II, o contexto de
aprendizagem pode ser entendido como um lugar no qual múltiplas estratégias de
ensino são aplicadas, não se resumindo a práticas individuais. As alternativas III e IV
são corretas. Quanto à alternativa III, é correto dizer que a estratégia de trabalho grupal
pode ser utilizada como uma das formas para o desenvolvimento de competências e
melhoria da qualidade do desempenho. E, em relação à alternativa IV, considera-se que
para uma maior eficácia das práticas grupais, a constituição e a manutenção de redes
sociais produzem efeitos muito produtivos para a adesão às tarefas, assim como para o
fortalecimento dos vínculos e da consecução dos objetivos e propósitos estabelecidos ao
grupo.
Existem diferentes estudos que demonstram a eficácia das intervenções em
grupo em diferentes contextos inclusive o educacional. Além disso, no contexto
organizacional as intervenções grupais são utilizadas para além do desenvolvimento de
competências individuais. Estas buscam a integração entre equipes, desenvolvimento de
habilidades de liderança, colaboração e etc.

REFERÊNCIA(S):
Abreu, C. N. & Guilhardi, H. J. (2004), Terapia Comportamental e Cognitivo-
comportamental: práticas clínicas. São Paulo: ROCA.
Barbosa, R. M., &, Marinho-Araújo, C. M. (2010). Psicologia escolar no Brasil:
considerações e reflexões históricas. Estudos de Psicologia, 27(3), 393-402.
82

Castro, E. K. D., &, Bornholdt, E. (2004). Psicologia da saúde x psicologia hospitalar:


definições e possibilidades de inserção profissional. Psicologia: ciência e profissão,
24(3), 48-57.
Del Prette, A., &, Del Prette, Z. A. P. (2011). Habilidades socias: intervenções efetivas
em grupos. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Del Prette, Z. A. P., &, Del Prette, A. (2001). Psicologia das relações interpessoais:
vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis: Editora Vozes.
Martinez, A. M. (2009). Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a
educação brasileira. Psicologia Escolar e Educacional, 13(1), 169-177.
Osório, L. C. (2003). Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma
era. Porto Alegre: Artmed.
83

CAPÍTULO 5

QUESTÕES DE CONTEÚDO GERAL DO ENADE COM INTERSECÇÃO COM


A PSICOLOGIA – POLÍTICAS PÚBLICAS

Neste capítulo são apresentadas as análises das questões de conteúdo geral que
fazem interface com as Políticas Públicas, disciplina obrigatória contida no currículo
dos alunos de psicologia da PUC Goiás. Três das oito questões de conteúdo geral
apresentaram esta interface (questões 2, 4 e 6). Assim, a professora da disciplina
Políticas Públicas trouxe a avaliação das questões, por achar pertinente e indispensável
esta avaliação.

QUESTÃO 2 - A ideia segundo a qual todo ser humano, sem distinção, merece
tratamento digno corresponde a um valor moral. O pluralismo político, por exemplo,
pressupõe um valor moral: os seres humanos têm o direito de ter suas opiniões,
expressá-las e organizar-se em torno delas. Não se deve, portanto, obrigá-los a silenciar
ou a esconder seus pontos de vista; vale dizer, são livres. Na sociedade brasileira, não é
permitido agir de forma preconceituosa, presumindo a inferioridade de alguns (em razão
de etnia, raça, sexo ou cor), sustentando e promovendo a desigualdade. Trata-se de um
consenso mínimo, de um conjunto central de valores, indispensável à sociedade
democrática: sem esse conjunto central, cai-se na anomia, entendida como ausência de
regras ou como total relativização delas.
Brasil. Ética e Cidadania. Brasília: MEC/SEB, 2007 (adaptado).

Com base nesse fragmento de texto, infere-se que a sociedade moderna e democrática:
A - Promove a anomia ao garantir os direitos de minorias étnicas, de raça, de sexo ou de
cor.
B - Admite o pluralismo político, que pressupõe a promoção de algumas identidades
étnicas em detrimento de outras.
C - Sustenta-se em um conjunto de valores pautados pela isonomia no tratamento dos
cidadãos.
D - Apoia-se em preceitos éticos e morais que fundamentam a completa relativização de
valores.
E – Adota preceitos éticos e morais incompatíveis com o pluralismo político.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Vera Lucia Morselli

GABARITO: C

TIPO DE QUESTÃO: Resposta única

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
84

Coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando


as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
Aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


Democracia e cidadania.

COMENTÁRIOS:
A base de uma sociedade democrática está em um conjunto de valores
pautados pela isonomia no tratamento dos cidadãos, não havendo relativização de
valores, nem promoção de algumas identidades étnicas em detrimento de outras.

REFERÊNCIA(S):
Dias, R. &, Matos, F. (2012). Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São
Paulo.
Rodrigues, M. M. A. (2010). Políticas Públicas. São Paulo: Publifolha.

QUESTÃO 4 – Mais de um quarto de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP),


de Pinheiros I, na zona oeste da capital paulista, havia morado nas ruas. Há alguns anos,
percebe-se progressiva mudança da população carcerária dos CDPs de São Paulo: além
da tradicional parcela de acusados e condenados por crimes patrimoniais com emprego
de violência ou por tráfico de drogas, passou a integrar o quadro prisional uma parcela
da população sem histórico de violência, habitante, majoritariamente, das ruas do centro
da cidade. Nos últimos três anos, o número de presos provenientes das ruas da região
central da capital paulista aumentou significativamente; a maioria deles é presa pela
prática de pequenos furtos e/ou porte de drogas. Os casos são, em geral, similares:
pessoas dependentes de crack que vivem nas ruas e são flagradas furtando lojas ou
tentando roubar transeuntes, sem o uso de armas. Como são crimes leves, os acusados
poderiam aguardar a conclusão do inquérito em liberdade.
Disponível em: <http://ibccrim.jusbrasil.com.br>. Acesso em: 25 jul. 2015 (adaptado).

Tendo este texto como referência e considerando a relação entre políticas públicas de
segurança e a realidade social nas metrópoles brasileiras, avalie as seguintes asserções e
a relação proposta entre elas

I - A presença de policiais nas ruas das grandes cidades brasileiras atende, em geral, à
solicitação de lojistas, que constantemente se queixam da presença de moradores de rua
dependentes de crack.
PORQUE
II - O encarceramento de moradores de rua viciados em crack que praticam, pequenos
delitos não resolve os problemas que afetam a população, como os de segurança,
violência, saúde, educação e moradia.
85

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


A – As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta de
I.
B - As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta de I.
C - A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D - A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E – As asserções I e II são proposições falsas.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Vera Lucia Morselli

GABARITO: B

TIPO DE QUESTÃO: Asserção – Razão.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
Diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial
a grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
Aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


Políticas públicas sobre álcool e outras drogas e de segurança.

COMENTÁRIOS:
Crack, população em situação de rua, políticas de segurança, sistema prisional
brasileiro e sua relação com a realidade social são temas que devem fazer parte da
formação do psicólogo.

REFERÊNCIA(S):
https://www.obid.senad.gov.br/pessoas-sujeitos-drogas-e-sociedade/politicas-e-
legislacoes

QUESTÃO 6 - Hoje, o conceito de inclusão digital está intimamente ligado ao de


inclusão social. Nesse sentido, o computador é uma ferramenta de construção e
aprimoramento de conhecimento que permite acesso à educação e ao trabalho,
desenvolvimento pessoal e melhor qualidade de vida.
FERREIRA, J. R. et al. Inclusão Digital. In: Brasil. O Futuro da Indústria de
Software: a perspectiva do Brasil. Brasília: MDIC/STI, 2004 (adaptado).
86

Diante do cenário high tech (de alta tecnologia), a inclusão digital faz-se necessária para
todos. As situações rotineiras geradas pelo avanço tecnológico produzem fascínio,
admiração, euforia e curiosidade em alguns, mas, em outros, provocam sentimento de
impotência, ansiedade, medo e insegurança. Algumas pessoas ainda olham para a
tecnologia como um mundo complicado e desconhecido. No entanto, conhecer as
características da tecnologia e sua linguagem digital é importante para a inclusão na
sociedade globalizada.

Nesse contexto, políticas públicas de inclusão digital devem ser norteadas por objetivos
que incluam

I – A inserção no mercado de trabalho e a geração de renda.


II – O domínio de ferramentas de robótica e de automação.
III – A melhoria e a facilitação de tarefas cotidianas das pessoas.
IV – A difusão do conhecimento tecnológico.

É correto apenas o que se afirma em:


A – I e II.
B – I e IV.
C – II e III
D – I, II e IV.
E – II, III e IV.

ANÁLISE DA QUESTÃO

AUTOR: Vera Lucia Morselli

GABARITO: D

TIPO DE QUESTÃO: Complementação Múltipla.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA


QUESTÃO:
Avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências
científicas.

COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA:
Compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.

CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S):


Políticas Públicas e inclusão digital/social.

COMENTÁRIOS:
Na sociedade atual, dominada pela alta tecnologia, o indivíduo para se sentir
incluído socialmente tem que estar incluído de forma digital. Entender o processo
87

inclusão/exclusão é fundamental para a formação do profissional de psicologia e sua


atuação, seja no campo individual ou social.

REFERÊNCIA(S):
http://www2.faac.unesp.br/blog/obsmidia/files/Maria-Thereza-Pillon-Ribeiro.pdf
http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A1500586020
1501F69C07E6B0A&inline=1
88

CAPÍTULO 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se nestas análises que as questões propostas no ENADE-2015 conseguiram


abarcar o objetivo proposto de apresentar um exame com conteúdos curriculares, competências
e habilidades e componentes específicos da área da psicologia de acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais (Resolução CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011).
De acordo com as propostas avaliativas do ENADE para os componentes
específicos da área de Psicologia, tomando como referencial os conteúdos curriculares
observou-se que 13,34% das questões abordaram principalmente os conteúdos
referentes aos Fundamentos epistemológicos e históricos; 20% aos conteúdos
Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para investigações
científicas; 36,67% referentes aos conteúdos Fenômenos psicológicos; e 26,266%
referentes aos conteúdos Principais domínios de atuação do Psicólogo e Princípios
éticos e deontológicos no exercício profissional. Em relação aos conteúdos gerais,
observa-se que 37% das questões apresentaram a interdisciplinaridade com a psicologia
em relação às políticas públicas.
Espera-se que este material contribua ampliar os conhecimentos de acadêmicos
de psicologia que buscam por estas informações sobre o Sistema Nacional de Avaliação
(ENADE).
A todos boa prova em 2018!!!!
89

REFERÊNCIAS

Abreu, C. N. &, Guilhardi, H. J. (2004), Terapia Comportamental e Cognitivo-


comportamental: práticas clínicas. São Paulo: ROCA.
Abreu, N. &, Mattos, P. (2010). Memória. Em: Malloy-Diniz, Leandro F.; Fuentes,
Daniel; Mattos, Paulo; Abreu, Neander e col. Avaliação Neuropsicológica. Porto
Alegre: Artmed.
Alchieri, J. C. &, Cruz, R. M. (2003). Avaliação psicológica: conceitos, métodos e
instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Ambiel, A. M. R. Rabelo, I. S, Pacanaro, S. V; Alves, G. A. S &, Leme, I. F. A. S.
(2011). Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de
psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Anastasi, A. &, Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes
Médicas.
Angerami Camon, V. A. (1986). E a psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira.
Angerami-Camon, V. A. A. (2006). Psicologia da Saúde: Um Novo Significado para a
Prática Clínica. São Paulo: Thomson Learning.
Baltes, P. B. (1987). Theoretical Propositions of life-span developmental psychology:on
the dynamics between growth and decline. Developmantal Psycho;ogy, 32 (5), 611-626.
Bandura, A. (1963). The role of imitation in personality. The Journal of Nursery
Education, 18(3).
Bandura, A. (1969). Social learning of moral judgments. Journal of Personality and
Social Psychology, 11, 275-279.
Bandura, Albert, (1987) “Teoría del Aprendizaje Social”, Espasa Libros (Verificar
sobre Aprendizagem Vicariante ou Observacioanl)
Barbosa, R. M., &, Marinho-Araújo, C. M. (2010). Psicologia escolar no Brasil:
considerações e reflexões históricas. Estudos de Psicologia, 27(3), 393-402.
Barreto, C. L. B. T.; Morato, H. T. R (2015). A dispersão do pensamento psicológico.
Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 2/06/2018.
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o
que se alterou na últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A.
V. B., & Gondim, S. M. G. (Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um
exame à luz das categorias da psicologia organizacional e do trabalho. Porto Alegre:
Artmed
Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura.
Porto Alegre: Artmed.
Baum,W.(2006). Compreendendo o Behaviorismo. Comportamento, Cultura e
Evolução. Ed. Porto Alegre: Artmed.
90

Bertoldo, R. B. &, Barbara, A. (2006). Representação social do namoro: a intimidade na


visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
Bock, A. M. B. &, Gonçalves, M. G. M. (2003). Indivíduo-sociedade: uma relação
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Formação em Psicologia, pp. 41-99. Petrópolis, RJ: Vozes.
Bock, A. M. B. (2003). Psicologia e sua ideologia – 40 anos de compromisso com a
elite. Em Bock, A. M. B. (org.), Psicologia e compromisso social (pp. 15-29). São
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Bock, A. M. B. (org.) (2008). A Multideterminação do Humano: uma visão em
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Brandão, L. M. (2009). As bases biológicas do comportamento: introdução à
Neurociência. São Paulo: E.P.U.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Dor relacionada ao trabalho:
lesões por esforços repetitivos (LER): distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (Dort) / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
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