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Pró-Reitoria de Graduação
Organização
Ivone Félix de Sousa
Juliany G. Guimarães Aguiar
Marli Bueno de Castro
EBOOK
2018
SUMÁRIO
PREFÁCIO 05
REFERÊNCIAS 89
5
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Esta questão trata de um tema central na Psicologia, que têm pautado a discussão
de natureza histórica e epistemológica ao longo da consolidação da Psicologia como
ciência autônoma. A partir deste contexto, o importante é o estudante compreender que
baliza a discussão não é a busca de superioridade de uma vertente sobre a outra, e sim,
uma reflexão e avaliação crítica sobre tais conhecimentos, por meio da discussão do
significado da concepção de objetividade e subjetividade que norteiam as investigações
empreendidas pela Psicologia na produção do conhecimento. A construção desta
questão foi baseada em uma interpretação mal fundamentada das epistemologias da
(2)
REFERÊNCIA(S):
Figueiredo, L. C. M. (2014). Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis, RJ:
Vozes.
Molon, S. I. (2010). Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Petrópolis,
RJ: Vozes.
Skinner, B. F. (1953). Science and human behavior. New York: Free Press.
Skinner, B. F. (2006). Sobre o Behaviorismo (M. P. Villalobos, Trad.). Cultrix: São
Paulo.
Vigotski, L. S. (1996). Teoria e método em psicologia. Tradução de: Berliner, C. São
Paulo: Martins Fontes.
Watson, J. B. (1913). Psychology as the Behaviorist Views it. Retirado em 13/07/00 de
http://psychclassics.yorku.ca
Watson, J. B. (1913a). Image and Affection in Behaviorism. Journal of Philosophy,
Psychology and Scientific Method. (10) 421-428.
Watson, J. B. (1920). Is thinking merely the action of language mechanisms? Retirado
em 22/04/02 de http://psychclassics. yorku.ca
Watson, J. B. (1970). Behaviorism. New York: Norton Library. (Trabalho original
publicado em 1924).
Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
REFERÊNCIA(S):
Angerami-Camon, V. A. A. (2006). Psicologia da Saúde: Um Novo Significado para a
Prática Clínica. São Paulo: Thomson Learning.
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o
que se alterou na últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A.
V. B., & Gondim, S. M. G. (Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um
exame à luz das categorias da psicologia organizacional e do trabalho. Porto Alegre:
Artmed
Jacó-Vilela, A. M., Ferreira, A. A. L., & Portugal, F. T. (2015). História da Psicologia:
Rumos e Percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora. Marinho, A. L., & Caballo, V. E.
(2001). Psicologia Clínica e da Saúde. Londrina: Editora UEL; Granada: APISCA.
Straub, R. O. (2007). Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artmed.
Vala, J, & Monteiro, A. B. (2004). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkina.
I.O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser
humano e a possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do
comportamento humano.
15
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: A.
COMENTÁRIOS:
I. O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser humano e a
possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do comportamento humano. ‘
II. A Fenomenologia buscava alcançar a compreensão do ser, partindo da intuição das essências como
possibilidade da consciência e recorrendo à noção fundamental de intencionalidade.
III.A Psicologia Funcional, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os elementos
constitutivos da consciência, decompor as experiências complexas em elementos mais simples e definir,
com precisão, a sua natureza.
17
A ênfase da Psicologia Funcional não foi nas estruturas mentais, e sim na função
adaptativa das faculdades mentais. A análise de William James acerca da consciência é
exemplar nessa nova tendência da psicologia americana. Para ele a consciência
possibilita a adaptação psicológica, na qual o propósito é antecipado pelo organismo e
os meios mais adequados para a sua realização são selecionados. Portanto, o enunciado
III está errado.
IV.A Psicologia Estrutural fundamentava-se na noção de pulsão e seu arcabouço conceitual dependia da
existência efetiva e da função desse pressuposto.
V.A Psicanálise não pretendia ser uma teoria sistemática, mas uma atitude ou modo de observar os
fenômenos psicológicos.
REFERÊNCIA(S):
Barreto, C. L. B. T.; Morato, H. T. R (2015). A dispersão do pensamento psicológico.
Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 2/06/2018.
James, W. (1890). Principles of Psychology. Retirado em 22/02/2005.
http://psychlassics. yorku.ca.
Skinner, B. F.. (2007). Seleção por conseqüências. Revista Brasileira de Terapia
Comportamental e Cognitiva, 9(1), 129-137.
Titchener, E. B. (1899). The Postulates of a Structural Psychology. Retirado em
22/02/2005. http://psychlassics. yorku.ca.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
REFERÊNCIA(S):
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DA QUESTÃO
COMENTÁRIOS:
REFERÊNCIA(S):
Dancey, C. P., Reidy, J. (2006). Estatística sem Matemática para Psicologia. 6 ed. Porto
Alegre: Artmed.
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed. São Paulo: Atlas.
Venturi, G. e Torini, D. (2014). Transições do mercado de trabalho de mulheres e
homens jovens no Brasil. Genebra: OIT (Work Youth Series).
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
REFERÊNCIA(S):
Alchieri, J.C e Cruz, R. M. (2003). Avaliação psicológica: conceitos, métodos e instrumentos.
São Paulo: Casa do Psicólogo.
Ambiel, A. M. R; Rabelo, I. S; Pacanaro, S. V; Alves, G. A. S & Leme, I. F. A. S. (2011).
Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. São
Paulo: Casa do Psicólogo.
Anastasi, A. e Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
Cronbach, J.L. (1996). Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes
Médicas.
26
ANÁLISE DA QUESTÃO
COMENTÁRIOS:
IV. Crianças mais jovens aprendem mais rápido que crianças mais velhas.
Esta questão estaria errada. Não se pode dizer que repertórios comportamentais
são obtidos em função da idade da criança. Existem inúmeras variáveis que são
responsáveis por este desenvolvimento.
REFERÊNCIA(S):
Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura.
Porto Alegre: Artmed.
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto
Alegre: Artes Médicas.
Mussen, R, Concer, J. &, Kagan, J. (1977). Desenvolvimento e personalidade da
criança.
São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1977 (adaptado).
Skinner, B. F. (1981). Ciência e comportamento Humano. São Paulo, SP: Martins
Fontes.
Vigotski, L.S. (1998). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. (6ªed.). Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto,
Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes.
Questão 14 –
Pesquisa 1: A pesquisa objetivou investigar representações sociais do espaço prisional
entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Optou-se pela entrevista semi-
estruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas dez detentas,
utilizando um roteiro focalizando: dados sócio demográficos; momento do crime;
funções da pena; relação familiar antes e depois do encarceramento; vida antes do
encarceramento; dia a dia na penitenciária; visão do tratamento recebido; maiores
dificuldades da prisão e projetos futuros.
FRINHANI, E M. D.; SOUZA, L. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de
representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado).
Estão resumidas, acima, duas pesquisas no campo das representações sociais. A respeito
dos instrumentos usados para a coleta de dados nessas pesquisas, avalie as afirmações a
seguir.
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista
aberta, tem como grande vantagem a possibilidade de se obterem dados já
categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de
instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na
Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior
profundidade.
III. Os questionários auto aplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas
pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A primeira afirmação está claramente errada, pois a entrevista semiestruturada
não fornece dados já categorizados, mas apenas indica os tópicos (principais) a serem
focalizados. A categorização demanda esforço analítico por parte do pesquisador, sendo
um dos processos mais importantes. A segunda afirmativa está correta, pois as amostras
em pesquisas qualitativas, quando empregamos “instrumentos abertos que captam o
fenômeno em maior profundidade”, são caracterizadas por serem pequenas e,
geralmente, intencionais. A terceira afirmação está correta, sendo interessante observar
que a coleta de dados qualitativos não implica, necessariamente, que se trata de pesquisa
qualitativa, onde são coletados dados abertos. A informação de profissão, por exemplo,
é uma informação qualitativa adequada ao tratamento estatístico, que caracteriza a
pesquisa quantitativa. A rigor, questionários permitem até a coleta de dados abertos,
mas tal procedimento não é recomendado em grandes amostras.
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os procedimentos
para coleta de dados foram assimilados pelos alunos, considerando os conceitos teóricos
da Psicologia e Metodologia Científica. O objetivo maior da questão é verificar se o
estudante sabe selecionar o tipo de instrumento de coleta de dados, assim como qual é
tipo de pesquisa que será desenvolvido.
REFERÊNCIA(S):
Bertoldo, R. B. &, Barbara, A. (2006). Representação social do namoro: a intimidade na
visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Frinhani, E M. D. &, Souza, L. (2005). Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma
análise de representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado).
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed.. São Paulo: Atlas.
31
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: E
amostra e apenas das crianças portuguesas. Não está estabelecida a amostra brasileira e
nem foram determinadas as variáveis de emparelhamento das duas amostras, se fosse
intenção da pesquisa fazer comparações entre os dois países.
(PORQUE)
Asserção II. Trata-se de um estudo longitudinal que permite generalizar os dados
em função das similaridades culturais entre Brasil e Portugal.
COMENTÁRIOS:
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando tanto os conceitos teóricos
da Psicologia, Metodologia Científica e da Estatística. O objetivo maior da questão é
verificar se o estudante sabe selecionar avaliar a metodologia adequada ao objeto de
estudo que é o foco da pesquisa.
33
Além dos fatos da pesquisa ter sido publicada numa revista brasileira
(conhecimento não exigido do aluno) e de Portugal e Brasil compartilharem o mesmo
idioma, não há ligação explícita com a realidade brasileira. Até mesmo a respeito de
Portugal, nada garante que se trata de uma amostra representativa da realidade
portuguesa. O fato de selecionar, 83 crianças portuguesas de um total de 340, não basta
para assegurar a representatividade neste limitado contexto. Se buscarmos significância
(e generalização) estatística, essa amostra deveria ser aleatória, inclusive. Essas
considerações são suficientes para mostrar a falsidade das asserções I e II.
REFERÊNCIA(S):
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Coolican, H. (2004). Research Methods and Statistics in Psychology. Fourth Edition.
London:
Hodder & Stoughton.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica.
6° ed.. São Paulo: Atlas.
Pinto, A. et al. (2015). Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-
escolares. Psicologia: reflexão e crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado).
A partir dos dados descritos pela OMS, um pesquisador conduziu um estudo para
compreender o motivo pelo qual a incidência de quadros depressivos tem aumentado
significativamente no Brasil nos últimos anos. Para a coleta de dados, ele usou escalas
de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e entrevistas semiestruturadas,
com o intuito de avaliar dois grupos de trabalhadores com diferentes perfis
profissionais. O primeiro grupo foi avaliado em 2013, e o segundo, em 2015. Cada
grupo foi composto por uma amostra de 200 sujeitos. O investigador relacionou os
escores brutos das escalas de autorrelato com categorias de respostas definidas a partir
dos dados obtidos com as entrevistas. Ao interpretar os resultados, constatou que havia
uma relação entre os escores de depressão e a quantidade de tempo que os profissionais
ficavam distantes de seus familiares, o que ocorria em virtude do aumento da carga de
trabalho. Tal relação foi observada em ambas as amostras.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
REFERÊNCIA(S):
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica.
6° ed.. São Paulo: Atlas.
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6
ed.. São Paulo: Atlas.
Organização Mundial da Saúde. (2001). Ministerial Round Tables (2001). S4th World
Health Assembly. World Health Organization, Genebra, 2001 (adaptado).
Pinto, A. et al. (2015). Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-
escolares. Psicologia: reflexão e crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado). Dancey, C. P. &,
Reidy, J. (2006). Estatística sem Matemática para Psicologia. 6 ed. Porto Alegre:
Artmed.
36
I. O comportamento observado após a exposição aos filmes pode ser explicado, a partir
da abordagem behaviorista radical, por meio do processo de aprendizagem vicariante.
PORQUE
II. No processo de aprendizagem vicariante, a modelagem se dá a partir da observação
do comportamento em função das consequências observadas, estabelecendo uma
explicação unidirecional e assumindo a mente como reativa e não generativa.
ANÁLISE DA QUESTÃO
COMENTÁRIOS:
Esta questão está errada em suas duas asserções, além disso, a questão está mal
elaborada. A primeira asserção coloca que a Aprendizagem Vicariante ou
Observacional foi proposta pelo Behaviorismo Radical e na realidade ela foi levantada
por Albert Bandura (1961) em Psicologia da Aprendizagem Social com uma explicação
do ponto de vista Cognitivista. Apesar do Albert Bandura ter utilizado algumas
explicações do Behaviorismo Radical, sua proposta de causalidade era Cognitivista. A
questão 1 está ERRADA e não justifica a outra.
A segunda asserção faz uma confusão de termos, uma vez que a Análise do
Comportamento não utiliza termos fictícios ou ficções explanatórias (Mente) para falar
de comportamento ou dos princípios da Análise do Comportamento. Apresentar na
mesma frase ou contexto explicações envolvendo Modelagem e Mente não condiz com
a filosofia do Behaviorismo Radical. Outro erro está no fato de que a Modelagem não
explica o comportamento vicariante da maneira como Bandura sugere em seus
experimentos. A questão 2 está ERRADA.
REFERÊNCIA(S):
Bandura, A. (1963). The role of imitation in personality. The Journal of Nursery
Education, 18(3).
Bandura, A. (1969). Social learning of moral judgments. Journal of Personality and
Social
Psychology, 11, 275-279.
Bandura, Albert, (1987) “Teoría del Aprendizaje Social”, Espasa Libros (Verificar
sobre Aprendizagem Vicariante ou Observacioanl).
Baum,W.(2006). Compreendendo o Behaviorismo. Comportamento, Cultura e
Evolução. Ed. Porto Alegre: Artmed.
Gomide, R. I. C. (2015). A influência de filmes violentos em comportamento agressivo
de crianças e adolescentes. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 13, n. 1.
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 23 jul. 2015 (adaptado).
Martin, G. &, Pear, J. Modificação de Comportamento: O que é e como fazer. 8ed. São
Paulo: Roca, 2009. (Verificar o que é modelagem)
Whaley, L, D. &, Malott, W. R. (1981). Princípios Elementares do Comportamento 1.
São Paulo: EPU. (Verificar o que é modelagem).
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CAPÍTULO 3
FENÔMENOS PSICOLÓGICOS
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
39
COMENTÁRIOS:
A questão aborda o conhecimento de psicopatologia no que se refere às
hipóteses diagnósticas e alterações de funções psíquicas, exigindo uma compreensão
dos sinais e sintomas manifestos em alguns transtornos psiquiátricos. As afirmativas II e
V estão incorretas. A afirmativa II está incorreta porque as alucinações e ilusões são
alterações qualitativas da sensopercepção, e não quantitativas. E a afirmativa V está
incorreta porque conhecer as alterações no funcionamento e na integridade dos
processos psicológicos básicos é útil tanto para se compreender os processos
psicopatológicos e estados mentais alterados, quanto para a seleção das estratégias
clínicas de entrevista, psicodiagnóstico ou psicoterapia.
As ilusões e alucinações são consideradas alterações qualitativas da
sensopercepção. A ilusão é a percepção deformada, ou alterada, de um objeto real e
presente. As ilusões mais comuns são as visuais e auditivas. Diferente da ilusão, a
alucinação é a percepção de um objeto, sem que ele esteja presente, sem o estímulo
sensorial respectivo.
40
REFERÊNCIA(S):
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Artmed. 2ª Ed.
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre,
2000. Editora Artes Médicas do Sul.
Kaplan, H. I. &, Sadock, B. J. (2007). Compêndio de Psiquiatria - Ciências do
Comportamento e Psiquiatria Clínica. Editora: Artes Médicas, Porto Alegre.
Organização Mundial de Saúde (OMS). Classificação Internacional de Doenças Décima
Revisão - CID – 10.
Em uma escola, um psicólogo, cujo trabalho inclui observar, planejar e agir para a
promoção do desenvolvimento infantil, decidiu utilizar modelo de motivações
intrínsecas como base para sustentar suas decisões. Nesse sentido, avalie as seguintes
estratégias que ele planeja implementar.
a. IV.
b. II e III.
c. I, II e III.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.
ANÁLISE DA QUESTÃO
AUTOR: Janille Ribeiro, Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon, e Lila Spadoni
GABARITO: E
I. Aumentar a frequência de atividades que permitam ativar na criança comportamentos
direcionados a restabelecer o equilíbrio, como colar uma etiqueta com uma estrela no
caderno ao final de uma tarefa concluída corretamente. (Esta motivação teria origem
externa: o professor)
COMENTÁRIOS:
Normalmente ensina-se motivação nas disciplinas de Psicologia Organizacional
e do Trabalho. Nessa questão, no entanto, aplica-se esse conteúdo ao ambiente escolar.
A questão traz uma articulação interessante entre teoria e prática.
REFERÊNCIA(S):
Lordelo, El. &, Carvalho, A.M.A. (2003). Educação infantil e psicologia: para que
brincar? Psicologia: Ciência e Profissão. v. 2, n. 23, 2003 (adaptado).
Papalia, D. E., Olds, S. W. &, Feldman, R. D. Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.
Shaffer, D. R. &, Kipp, K. (2012). Psicologia do desenvolvimento. Infância e
Adolescência. (2ªed.). Trad. Marta Reyes Gil Passos. São Paulo: Cengage Learning,
2012.
Zanelli, J.C., Borges-Andrade, J. E. &, Bastos, A. V. B. (Orgs.). Psicologia,
organizações e trabalho no Brasil (pp. 466-491). Porto Alegre: Artmed.
ANÁLISE DA QUESTÃO
AUTOR: Adalgisa Regina Teixeira, Janille Ribeiro, Júlia da Paixão Oliveira Mello e
Pargeon, e Analice Arruda.
GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
A resposta correta é a letra (a), pois as questões I e III estão corretas. As demais
afirmam conceitos de forma errônea. Visto que, lifes-pan é uma perspectiva de marco
teórico no estudo do envelhecimento, uma vez que colaborou para mudar a concepção
de que o idoso é um ser passivo e doente, ressaltando a possibilidade de
desenvolvimento durante todo curso da vida. A lifes-pan no âmbito da Psicologia do
Desenvolvimento discute a importância da educação para velhice saudável, a oferta de
atividades educacionais para idosos no Brasil e elucida a amplitude de termos
encontrado na literatura para designar o processo de aprendizagem ao longo do curso da
vida. As sequências normativas já estão estabelecidas no calendário biológico com
algumas definições sociais enquanto que as não normativas vai depender da vida
individual de cada um.
Assim, as frases II e IV são falsas. Pois os processos, maturidade e
envelhecimento, não são fixos, mas flexíveis justamente por razões culturais que
modificam o sujeito e este modifica o ambiente cultural e social. E a viuvez, doenças e
morte de filho não são normativas, porque nem todos os(as) idosos(as) passam por essas
experiências.
Questão bem elaborada e com nível de dificuldade fácil e requer conhecimentos
de um conteúdo clássico da psicologia do desenvolvimento humano. Ela aborda
conteúdo do ciclo vital atualizado: enfatiza maturidade, envelhecimento, aposentadoria
e relações familiares.
REFERÊNCIA(S):
Baltes, P. B. (1987). Theoretical Propositions of life-span developmental psychology:on
the dynamics between growth and decline. Developmantal Psycho;ogy, 32 (5), 611-626.
45
I. Quando a coletividade é vista como uma entidade que molda, por meio da
socialização, os indivíduos, evidencia-se uma postura reducionista do indivíduo em
relação à sociedade.
II. Quando a coletividade é vista como o somatório das ações individuais, identifica-se
uma postura reducionista da sociedade em relação ao indivíduo.
III. Quando os fenômenos coletivos são tratados como entidades ou coisas
independentes das atividades das pessoas que os integram, rompe-se o dualismo
indivíduo-coletividade.
IV. Quando se considera que o indivíduo, constituído socialmente, é um ator com o
poder de transformar estruturas ou ordens sociais, torna-se clara uma postura
reducionista da sociedade em relação ao indivíduo.
46
ANÁLISE DA QUESTÃO
AUTOR: Ana Cândida Cardoso Cantarelli, Lila Spadoni e Rosana Carneiro Tavares
GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Tema amplamente discutido nas disciplinas de Psicologia Social I e III. A
questão toma como referência uma postura epistemológica crítica, contrária ao
positivismo. A questão traz uma discussão importante sobre as diversas compreensões
da relação indivíduo e sociedade, a depender dos fundamentos teóricos e
epistemológicos que as sustentam.
A afirmativa III está incorreta porque na análise da relação indivíduo e
sociedade quando trata os fenômenos coletivos como entidades ou coisas independentes
das atividades das pessoas que os integram, reproduz-se a ideia reducionista e
dicotômica da relação indivíduo-coletividade e não rompe com o dualismo. A
afirmativa IV também está incorreta porque quando se considera que o indivíduo,
constituído socialmente, é um ator com o poder de transformar estruturas ou ordens
sociais, evidencia-se uma postura não reducionista da sociedade, pois reconhece a
coexistência dos opostos e legitima a importância da relação entre ambos. Sílvia Lane
ainda expande essa análise ao argumentar que essa relação não é dual, mas sempre
dialética.
REFERÊNCIA(S):
Bock, A. M. B. &, Gonçalves, M. G. M. (2003). Indivíduo-sociedade: uma relação
importante na Psicologia Social. In Bock (org.), A Perspectiva Sócio-Histórica na
Formação em Psicologia, pp. 41-99. Petrópolis, RJ: Vozes.
Bock, A. M. B. (org.) (2008). A Multideterminação do Humano: uma visão em
psicologia.
Kahhale, E. M. P. &, Sanches, S. G. (2003). História da Psicologia: a exigência de uma
leitura crítica. In Bock (org.), A Perspectiva Sócio-Histórica na Formação em
Psicologia, pp.11-40. Petrópolis, RJ: Vozes.
Lane, S. T. M. (1984). A Psicologia social e uma nova concepção de homem para a
"Psicologia". In S. T. M. Lane, &, W. Codo (Orgs.), Psicologia social: o homem em
movimento (pp. 10-19). São Paulo: Brasiliense.
48
Questão 22–
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: B
a. Denomina-se etapa de formação a fase de ajuste e negociação em que se pode instalar
a disputa pelo poder no interior da equipe. É Falsa porque esse é o processo
denominado de conflito.
b. A etapa de desintegração decorre do atingimento de objetivos pelas equipes,
sobretudo naquelas constituídas para realizar tarefas com prazos definidos. É
Verdadeira.
c. A etapa de conflito é caracterizada pela incerteza, momento em que o próprio
objetivo da equipe é melhor definido, assim como as regras do jogo. É Falsa porque
esse é o processo de formação.
d. Na etapa de normatização, a equipe está focada no atingimento de metas e objetivos e
sua energia está voltada para a realização das tarefas. É Falsa porque esse é o processo
de desempenho.
e. A etapa de desempenho caracteriza-se pela coesão e identificação dos membros da
equipe, que resulta de relações mais próximas e maior compartilhamento de percepções
e sentimentos. É Falsa porque esse é o processo de normatização.
49
Aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura crítica
frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos humanos e
da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.
Psicologia social, organizacional e do trabalho.
COMENTÁRIOS:
Questão fácil bem conteudista, sobre a teoria discutida no livro do Zanelli (2014,
p. 404). A questão aponta a necessidade de conhecer os processos de formação de
grupos e equipes no contexto organizacional, e o objetivo que se tem em cada uma das
fases.
A fim de ficar mais claro os conteúdos apresentados nesta questão, são
transcritos aqui, alguns trechos acerca dos “Estágios de Desenvolvimento das Equipes
de Trabalho”.
As equipes de trabalho, após seu nascimento ou sua formação, passam por
diferentes fases até atingir o estágio em que o desempenho das tarefas é favorecido.
Cabe destacar que, nem todas dessas etapas são sequenciais, pode ocorrer de voltar de
uma etapa para a anterior, antes de ir para a seguinte. Isso pode ser consequência de
mudanças ou pressões vindas do meio externo. Ainda assim, algumas fases do
desenvolvimento das equipes são claramente apontadas por diversos autores (Buchanan
e Huczynski, 1985; Greenbeg e Baron, 1995; Ivancevich e Matteson, 1999; Tosi, Rizzo
e Carrol, 1994) fases estas que serão brevemente descritas a seguir.
FORMAÇÃO: Quando os membros da equipe iniciam os contatos com vistas à
realização do trabalho, começa um processo de descobrimentos do outro, mesmo que
esse “outro” seja um colega de trabalho já conhecido.
CONFLITO: Uma vez identificados os membros, dá-se o início a um processo
de ajuste ou negociação. Ajuste no sentido de estabelecer o que será realizado por quem
e de qual maneira.
NORMATIZAÇÃO: Se o conflito é característica da fase anterior, a coesão e a
identificação dos membros da equipe são características desta.
DESEMPENHO: O quarto estágio no desenvolvimento da equipe constitui a
execução das atividades. É o trem andando a todo vapor. Uma vez tendo sido aceitas as
normas de comportamento e desempenho, as metas a serem atingidas e o comando das
lideranças, toda a energia do grupo estará voltada para a realização das tarefas.
DESINTEGRAÇÃO: A última fase do processo de desenvolvimento dos grupos,
portanto das equipes de trabalho, é a desintegração. Essa fase ocorre quando os
objetivos que levaram à criação da equipe são atingidos e não há mais sentido, ela
continuar existir. Assim, essa fase está presente apenas na vida de um tipo específico de
equipes de trabalho; as temporárias.
Dos trechos acimas o que mais coaduna com o GABARITO é o da
DESINTEGRAÇÃO.
A prioridade de quem construiu esta questão para o ENAD-2015, não foi
verificar conhecimentos acerca do tema. Da forma com que foi construída favorece
àqueles que a acertaria após experimentar um lastro de dúvidas.
REFERÊNCIA(S):
Questão 25 – O acidente vascular cerebral (AVC) pode ser tratado, porém o tratamento
depende do tipo de AVC que acomete o indivíduo. O AVC isquêmico (AVCI)
corresponde a 80% dos casos, sendo caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo
para o cérebro por um coágulo (trombo), o que leva a uma região de neurônios mortos e
a outra em que há interrupção de atividade elétrica — área de penumbra isquêmica —,
sem que haja morte neuronal.
O AVC pode acarretar graves consequências físicas e sociais, inclusive prejuízos
motores, comprometimento da fala, distúrbios psiquiátricos, problemas sexuais,
complicações emocionais, além de dificuldades familiares e laborativas.
Disponível em: <http://www.comciencia.br>. Acesso em: 28 jun. 2015 (adaptada).
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A questão aborda conhecimentos relacionados à psicofarmacologia e à
psicopatologia, exigindo da psicologia um conhecimento interdisciplinar, para
possibilitar a melhor construção de estratégias de intervenção da psicologia em casos de
Acidente Vascular Cerebral, ou de transtornos semelhantes que possam afetar as
capacidades cognitivas dos sujeitos.
A afirmativa II está incorreta porque embora o AVC deixe sequelas importantes
e, algumas vezes, irreversíveis, o trabalho do psicólogo no sentido de auxiliar o
desenvolvimento e recuperação de habilidades cognitivas perdidas ou diminuídas é
fundamental, uma vez que estudos confirmam a grande plasticidade do cérebro e a
importância do treino para o desenvolvimento e manutenção da cognição. Além disso,
como destacam as afirmativas I e III, o conhecimento do psicólogo a respeito da
psicofarmacologia é fundamental para o seu trabalho, uma vez que existem diversas
alterações que se associam, não ao quadro patológico em si, mas sim ao uso da
medicação. Assim, a questão evidencia a importância do trabalho do psicólogo e da
interdisciplinaridade na atuação.
REFERÊNCIA(S):
Castro, E. K. & Bornhold, T. E. (2004). Psicologia da saúde x psicologia hospitalar:
definições e possibilidades de inserção profissional. Psicologia Ciência Profissão, 24
(3), 48-57.
Vieira Filho, N. G. (org.). (2012). Psicologia da Saúde: do “controle” à promoção dos
cuidados na saúde. Manaus: EDUA.
I.O cérebro apresenta estratégias para preservar funções, ou algum tipo de configuração
na qual determinadas lesões não afetam o funcionamento psíquico.
PORQUE
II.Apesar de haver, no cérebro humano, regiões neuroanatômicas associadas a
funções fisiológicas e motoras específicas, este órgão apresenta expressiva plasticidade
em relação ao funcionamento psíquico, sem funções psicológicas localizadas.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A neuropsicologia cognitiva parte de um pressuposto chamado modularidade
(Capovilla & Capovilla, 2007), que se refere à independência funcional existente entre
diferentes processamentos, ou seja, o desenvolvimento ou o prejuízo de determinados
componentes cognitivos não afeta a totalidade do sistema cognitivo. Desta forma, os
diferentes módulos cognitivos apresentam especificidade de domínio, isto é, processam
informações específicas. Portanto, uma lesão ou disfunção cerebral determinada pode
levar a uma alteração específica, e não genérica, do funcionamento cognitivo
(Fernandes, 2003).
REFERÊNCIA(S):
Capovilla, A. G. S. &, Capovilla, F. C. (2007). Avaliação e intervenção em dislexia do
desenvolvimento. Em E. C. Miotto, M. C. S. Lucia &, M. Scaff (Orgs.),
Neuropsicologia e as interfaces com as neurociências (pp. 241-248). São Paulo, SP:
Casa do Psicólogo.
Conzenza, R. M. &, Guerra L. B. (2011). Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre: Artmed
Fernandes, S. (2003). Educação bilíngüe para surdos: identidades, diferenças,
contradições e mistérios. Tese (Doutorado) – UFPR. Curitiba.
Fuentes, D., Malloy-Diniz, L. F., Camargo, C. H. P. &, Cosenza, A, R. M. (2014).
Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed.
Luria, A. R. (1984). Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
De acordo com Abreu e Paulo (2010, citando Helene e Xavier, 2003) a memória
uma das mais complexas funções neuropsicológicas, o que possibilita à cada pessoa
remeter-se a experiências subjetivas, em que há a comparação de experiências atuais e
projeções futuras. Desta forma, a memória, a partir das experiências passadas, levam à
alteração de comportamento. Moscovitch (2004, citado por Abreu e Paulo, 2010) afirma
que a memória parece repousar na complexidade dos seus processos e que consiste em
diferentes componentes que são mediados por processos conduzidos por circuitarias
neuronais diferentes.
Ávila, Gauer e Pires Filho (2012) apresentam a memória enquanto processo de
aquisição, formação, conservação e evocação de informações. A aquisição é chamada
de aprendizagem e só se ‘grava’ aquilo que foi aprendido. A evocação é a recordação, a
lembrança, a recuperação. Só lembra daquilo que se grava e que foi aprendido. Dentre
milhões de neurônios que compõem o cérebro humano e que fazem sinapse com
milhares de outros, boa parte deles é capaz de formar, armazenar e evocar memórias.
Porém, nem todos os neurônios memorizam, muitos deles, como os do hipocampo,
56
assim como, de várias regiões corticais (pré-frontal, frontal, temporal, parietal) podem
até inibir a formação ou evocação de memórias, ou seja, estão constantemente
submetidos aos efeitos moduladores de vias nervosas vinculadas com o nível de alerta,
com as emoções, os sentimentos e os estados de ânimo (Izquierdo, 2002, 2004, citado
por Ávila, Gauer e Pires Filho, 2012), que podem levar as falsas memórias.
No caso citado na questão, fica claro a formação de falsa memórias que
conforme Ávila, Gauer e Pires Filho (2012) podem ser formadas de maneira natural, por
meio de falha na interpretação de uma informação, ou por uma falsa sugestão externa,
acidental ou deliberada apresentada ao indivíduo. Portanto, a alternativa C ‘é alterada
por novos estímulos do ambiente presente.’ é a correta.
REFERÊNCIA(S):
Abreu, N. &, Mattos, P. (2010). Memória. Em: Malloy-Diniz, Leandro F.; Fuentes,
Daniel; Mattos, Paulo; Abreu, Neander e col. Avaliação Neuropsicológica. Porto
Alegre: Artmed.
Conzenza, R. M. &, Guerra L. B. (2011). Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre: Artmed
Fuentes, D., Malloy-Diniz, L. F., Camargo, C. H. P. &, Cosenza, R. M. (2014).
Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed.
Luria, A. R. (1984). Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP.
Noronha, de Á. G. &, Chittó Gauer, G. J. (2018). “Falsas” Memórias e Processo Penal:
(Re)discutindo o Papel da Testemunha. Acessado em 17/06/2018,
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11300/2/Falsas_Memorias_e_Process
o_Penal_Re_Discutindo_o_Papel_da_Testemunha.pdf.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
A questão aponta para a necessidade de o psicólogo atuar no contexto
organizacional e do trabalho e de conhecer a teoria sobre cultura organizacional, pois
58
sua atuação precisará partir da observação dos elementos culturais de cada contexto
organizacional.
REFERÊNCIA(S):
Schein, E. H. (2001). Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro: José
Olympio. (adaptado).
Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. &, Bastos, A. V. B. (Org.) (2014). Psicologia,
organizações e trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 616 p.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimento científico e teórico sobre os fenômenos
psicológicos ‘emoções, afetos e motivação’, assim como, sobre a neurociência das
emoções, cognição e do comportamento’. Os temas são relevantes para a compreensão
do problema psicológico e atuação profissional.
REFERÊNCIA(S):
Brandão, L. M. (2009). As bases biológicas do comportamento: introdução à
Neurociência. São Paulo: E.P.U.
60
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DA QUESTÃO
COMENTÁRIOS:
A questão compõe-se de duas partes: na primeira, busca avaliar a capacidade do
egresso de analisar fenômenos do contexto comunitário, como aqueles apontados pelo
hipotético estudo, pressupõe um conhecimento geral do egresso dos graves problemas
sociais do nosso país; na segunda parte, busca avaliar a capacidade desse egresso de
elaborar um “plano de intervenção em nível coletivo”.
A apresentação de uma questão discursiva com este nível de exigência no
ENADE deve despertar os responsáveis pelo projeto pedagógico do curso de Psicologia
para a necessidade de se fortalecer a formação dos egressos para o diagnóstico
institucional e elaboração de projetos.
Se há vinte anos, Bock (2003) reputava à Psicologia brasileira um compromisso
com as elites, uma ciência e profissão com as costas para a população economicamente
desfavorecida ou mesmo excluída, atualmente, isto já não pode ser dito. Pelo contrário,
nos dias de hoje, a presença da Psicologia nas “comunidades” (apesar do uso
inapropriado do termo), é cada vez maior e constitui-se em um dos principais campos de
atuação deste profissional.
Uma crítica pode ser feita ao termo “intervenção em nível coletivo”: os textos
clássicos na Psicologia Comunitária, no Brasil, rejeitam a idéia de um profissional que
chega a uma comunidade para “intervir”, pois isso remete à ideologia cultural
dominante, ou seja, a alguém que vem de uma universidade e “sabe das coisas” e chega
para “resolver” os problemas daqueles que não sabem. Nesse caso, seria mais adequado
referir-se a um “plano de atuação psicossocial”, no qual este profissional se insere,
juntamente com outros profissionais, de modo a facilitar o desenvolvimento dos
indivíduos e dos grupos rumo à sua autonomia.
Esta questão é complexa. Exige conhecimento aprofundado e interdisciplinar,
teórico e prático. O profissional precisa conhecer da teoria para conseguir elaborar um
plano de intervenção com investigação anterior apresentada em um diagnóstico da
situação e com base nas experiências vivenciadas na comunidade. Além do
conhecimento teórico e prático, o profissional precisa conhecer das orientações do
Conselho Federal de Psicologia, entidade responsável por orientar sobre a atuação do
psicólogo nesse contexto.
REFERÊNCIA(S):
Bock, A. M. B. (2003). Psicologia e sua ideologia – 40 anos de compromisso com a
elite. Em Bock, A. M. B. (org.), Psicologia e compromisso social (pp. 15-29). São
Paulo: Cortez.
Bressan, S. P. &, Carrelli, E. (2011). O psicólogo e a assistência Social: desafios do
trabalho interdisciplinar na proteção social básica.
63
A partir das informações apresentadas, faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Descreva uma intervenção psicoterapêutica a ser adotada para esse caso,
fundamentando-a em uma abordagem psicológica.
b) Cite cuidados éticos na condução do caso.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO:
a) Para o caso descrito, descreve-se o processo de avaliação e intervenção
terapêutica fundamentado na abordagem comportamental. Para avaliação, adotar-se-á
diversas fontes de informação (pais, professores, própria criança) e observação direta
(na escola). Depois de uma primeira análise dos dados inicialmente coletados, iniciar-
se-á o processo de intervenção que poderá ter como objetivos terapêuticos: (a) aumentar
os comportamentos de interação com outras pessoas (colegas e adultos) e diminuir os
comportamentos de isolamento e (b) reduzir a ansiedade social apresentada em relação
aos contatos interpessoais. Para aumentar comportamentos de interação será adotado
como procedimento o treinamento em habilidades sociais que contempla instrução
verbal, modelação da habilidade a treinar, prática (representação de papeis),
retroalimentação e reforço e tarefas para casa. Para reduzir a ansiedade social será
adotada uma técnica de relaxamento. De modo complementar, a intervenção será
realizada na escola, mais especificamente, pelos professores, podendo ser recomendado:
reforçar positivamente as interações sociais da criança, evitar situações que pudessem
aumentar a ansiedade da criança (por exemplo, todas ficarem esperando que ela
responda), não permitir que os pares a insultem, intimidem ou riam dela, estimular e
64
envolver os colegas para que o ajudem e para que participem nas sessões de
intervenção.
b) Dentre os cuidados éticos na condução do caso destaca-se, no início da
terapia, o estabelecimento de uma relação de confiança entre terapeuta e cliente,
explicação sobre o funcionamento da terapia, definição com a criança do problema a ser
trabalhado. Ao fim da terapia, essencial se torna discutir as metas alcançadas e
programar generalização dos efeitos para o dia a dia.
Outro exemplo:
a) Descreva uma intervenção psicoterapêutica a ser adotada para esse caso,
fundamentando-a em uma abordagem psicológica.
Intervenção fundamentada na abordagem psicológica Psicodrama. De acordo
com Moreno (1946/1992), “o Psicodrama pode ser definido como a ciência que explora
a ‘verdade’ por métodos dramáticos” (p. 17). Nesse sentido, o Psicodrama auxilia seu
cliente na superação de obstáculos no seu desenvolvimento emocional, por meio da
imaginação, nesse caso uma criança. As psicoterapias com crianças são sempre
ludoterapias. A psicoterapia psicodramática conta com uma forma específica de
brincadeira: o teatro de faz-de-conta. Na representação dramática, agindo “como se” ou
“fazendo de conta que”, a criança expressa o que atinge sua sensibilidade, o que lhe dá
prazer ou desprazer e vontade ou medo. Revela o sentido que o mundo tem para ela, ou
o revê, por meio de papéis imaginários que é capaz de reconhecer, imitar e interpretar
(Gonçalves, 1988).
Objetivo da psicoterapia com essa criança é propiciar condições para o
surgimento de novos papéis (filha de pais separados, fazer novas amizades, relacionar
com os colegas da escola, mudança de casa), fortalecer os papéis pouco desenvolvidos
ou mal estruturados (lidar com o medo, com a ansiedade e com a timidez) e identificar o
que provoca as manifestações psicossomáticas (agravadas pela separação dos pais).
Etapas do atendimento: Entrevista com os pais (anamnese), entrevista com a
criança (estabelecer o vínculo), entrevista com a criança e com os pais. Mãe e pai
precisam participar do processo psicoterapêutico da filha. A partir de suas próprias
experiências, filha e pais compreendem melhor o crescimento uns dos outros,
respeitando mais facilmente o sigilo e a privacidade necessários à psicoterapia e a outras
situações.
Princípio do tratamento é representar situações traumáticas. A expressão da
criança ocorrerá por meio de cenas reais, imaginárias ou fantasiosas. Os papéis
psicodramáticos (psicológicos), jogados no “como se” das sessões, propiciam a
manifestação de comportamentos e sentimentos proibidos no contexto social.
Considera-se que o jogo dramático e o desempenho de papéis auxiliam a criança no
enfrentamento de suas dificuldades e limitações, favorecendo o desenvolvimento de
recursos para lidar com essa demanda. Um mesmo tema da dramatização se repete com
pequenas diferenças até que os papéis desempenhados sejam suficientemente jogados e
elaborados. Essa elaboração se confirma por meio de mudanças em seu comportamento
no contexto social e pode ser relatada por seus cuidadores (Filipini, 2014).
As técnicas mais utilizadas com crianças são: entrevista; duplo: o psicoterapeuta
expressa os sentimentos que a criança não está podendo trazer à tona; espelho: amplia a
capacidade de autopercepção da criança; inversão de papéis: propicia que a criança sinta
os efeitos de sua conduta sobre o outro; interpolação de resistência: é a modificação da
cena, por parte do psicoterapeuta, colocando a criança diante de uma situação nova e
solilóquio: reproduzir sentimentos e pensamentos ocultos.
Fases da sessão: 1) Aquecimento: a função principal do brinquedo é de
aquecimento para a dramatização. 2) Dramatização: jogo de papéis de situações reais,
65
COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimento aprofundado sobre os aspectos psicológicos e
sociais, de pesquisa, e de ética profissional. Além disso, requer do aluno conhecimento
e prática em Psicoterapia, pois exige descrição de uma intervenção psicoterapêutica
fundamentada em uma abordagem psicológica, de escolha do aluno. Bem como,
conhecimento do Código de Ética Profissional do Psicólogo para que a atuação
profissional esteja pautada nos aspectos éticos.
A proposta a esse caso se fundamenta em pesquisas prévias sobre o tema que
assinalam que os comportamentos, de timidez e de inibição podem ser modificados com
estratégias de treinamento em habilidades sociais. Além disso, técnicas de exposição e
relaxamento utilizadas em problemas de ansiedade mostraram-se satisfatórias.
67
REFERÊNCIA(S):
Caballo, V. E. (2016). Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento.
São Paulo: Santos. (Trabalho original publicado em 1996).
Conselho Federal de Psicologia, (2005). Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Brasília.
Filipini, R. (2014). Psicoterapia psicodramática com crianças: uma proposta
socionômica. São Paulo: Ágora.
Gonçalves, C. S. (1988). Psicodrama com crianças: uma psicoterapia possível. São
Paulo: Ágora.
Lipp, M. (1995). Ética e psicologia comportamental. Em Rangé, B. (Org.), Psicoterapia
Comportamental e Cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Editorial Psy.
Moreno, J. L. (1946/1992). Psicodrama. São Paulo, Cultrix.
Silvares, E. F. M. (2000). Estudos de caso em psicologia clínica comportamental
infantil. Campinas: Papirus.
Questão 17 – Uma criança de seis anos de idade foi encaminhada para avaliação
psicológica com queixas de dificuldades escolares. Ela tem tido dificuldade de prestar
atenção, é bastante agitada, fala muito com os colegas durante as aulas, se distrai com
facilidade e tem dificuldade de atender os limites estabelecidos pela professora. A
criança teve um desenvolvimento motor e da linguagem típico das crianças da sua
idade. Não há queixas anteriores de aspectos ligados ao desenvolvimento.
Diante desse quadro, analise os resultados de avaliações ou observações do cotidiano da
criança apresentados nas situações a seguir.
I.Em uma avaliação aplicada por meio de uma bateria de testes cognitivos, a criança
obteve um resultado global equivalente a percentil 14 comparado com outras crianças
de sua idade, caracterizando um déficit cognitivo acentuado.
II.Em avaliação aplicada por meio de uma bateria de testes neuropsicológicos, a criança
obteve os seguintes resultados em percentis: memória de trabalho — P22, velocidade de
processamento — P12, controle inibitório — P14 e teste de vocabulário por imagens
(nomeação de figuras) — P48.
III.Com a recente mudança de escola, cuja rotina é bastante diferente da anterior, com
regras mais rígidas do que aquelas às quais ela estava acostumada, a criança reclama
não ter gostado dos métodos da nova professora.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
i) Psicofarmacologia e comportamento
j) Bases biológicas e evolutivas do comportamento
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento
COMENTÁRIOS:
A questão fortalece a importância do olhar clínico e metodológico para trabalhar
avaliações psicológicas, psicodiagnósticos e/ou neuropsicológicas. É preciso
compreender de forma teórica as habilidades práticas na conduta avaliativa para que a
avaliação seja realizada com base em evidências científicas e resguardadas quando os
encaminhamentos forem necessários. Ressalta-se também a importância do olhar global
no paciente e não somente nas queixas.
REFERÊNCIA(S):
Enricone, J. R. B. &, Salles, J. F. de. (2011). Relação entre variáveis psicossociais
familiares e desempenho em leitura/escrita em crianças. Psicologia Escolar e
Educacional, 15(2), 199-210. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572011000200002.
Jiménez-Jiménez, S. &, Marques, D. F. (2018). Impacto de la intervención
neuropsicológica infantil en el desarrollo del sistema ejecutivo. Análisis de un caso.
Avances en Psicología Latinoamericana, 36(1), 11-28.
https://dx.doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.4150.
A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
ANÁLISE DA QUESTÃO
AUTOR: Marli Bueno de Castro, Ivone Félix de Sousa e Katya Alexandrina Matos
Barreto Motta
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Ao considerar o contexto escolar e as condições concretas da comunidade e as
multideterminações que as perpassam, o psicólogo pode direcionar sua prática de forma
a favorecer a autonomia dos sujeitos e a melhoria das práticas pedagógicas, a partir de
um diálogo com os diferentes agentes da escola. Assim, o psicólogo escolar em sua
prática necessita pautar-se em uma perspectiva emancipadora, fomentando a
consciência crítica das pessoas, a fim de que elas possam intervir na realidade,
contribuir para a melhoria de condições de vida. Os princípios teóricos da
conscientização e da libertação podem resultar em um modelo que subsidie as
intervenções do psicólogo na busca de transformação do espaço educativo. De acordo
com Montero (2003, citado por Sant’Ana &, Guzzo, 2015, p. 4),
(....) o processo de fortalecimento necessariamente supõe as seguintes fases: o
desenvolvimento de um forte sentido da pessoa em sua relação com o mundo; a
construção de uma concepção crítica sobre as forças sociais e políticas que
compõem a realidade e que influenciam o contexto de vida dos indivíduos e das
comunidades; o desenvolvimento da capacidade de relacionar reflexão e ação; e,
por último, a criação e a aplicação de estratégias e recursos visando fortalecer os
grupos e produzir intervenções que beneficiem a coletividade. Para isso,
entendemos que o psicólogo necessita estar junto a esses profissionais,
participando da rotina escolar e de encontros de trabalho docente com o objetivo
de favorecer a discussão e a reflexão acerca das práticas e dos conflitos
verificados no cotidiano da escola. Tais momentos são essenciais, pois há troca
de experiências entre os participantes e podem configurar-se como espaços nos
quais o professor fale de suas percepções, emoções, dificuldades e
potencialidades em sua atuação (p.4).
Portanto, a asserção descrita no item I é uma proposição falsa, pois o papel do
psicólogo assenta em quatro eixos estruturais: a prevenção, a avaliação, a intervenção
e a investigação. As intervenções direcionadas a alunos com dificuldades no processo
de escolarização corresponde a uma ação interventiva do psicólogo e não é classificada
como eixo principal nas ações de intervenção. A asserção descrita no item II é uma
proposição verdadeira, pois a atuação do psicólogo em conjunto com a equipe escolar,
colabora com o corpo discente, docente e técnico na elaboração, implantação, avaliação
e reformulação de currículos, projetos pedagógicos, de políticas educacionais e outros.
proporcionando um ambiente de reflexão crítica e transformadora (RESOLUÇÃO
13/2007-CRP).
REFERÊNCIA(S):
Guzzo, R. &, Marinho-Araújo, C. (2011). Psicologia escolar: identificando e superando
barreiras. Campinas, SP: Alínea
Guzzo, R. S. (2005). Escola amordaçada: compromisso do psicólogo com esse contexto.
In A. Martínez (Org.), Psicologia escolar e compromisso social (pp. 17-29). Campinas,
SP: Alínea.
72
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A questão exige conhecimentos sobre a doença do trabalhador, exige que o
profissional tenha conhecimentos teóricos para criar formas de intervir e evitar o
adoecimento no âmbito do trabalho.
REFERÊNCIA(S):
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Dor relacionada ao trabalho:
lesões por esforços repetitivos (LER): distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (Dort) / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2012. 68 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Saúde do
Trabalhador; 10. Protocolos de Complexidade Diferenciada) ISBN 978-85-334-1728-1.
74
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A questão aborda a avaliação psicológica e sua importância na prática do
psicólogo nos diferentes campos de atuação, seja educacional, clínica, organizacional,
saúde e outros. Ela tem como propósito avaliar o quanto a avaliação psicológica é
percebida pelos estudantes como relevante para a prática profissional como ferramenta
diagnóstica.
O processo de avaliação psicológica é complexo e exige do psicólogo
habilidades e conhecimentos para identificar o construto a ser avaliado, selecionar a
melhor forma de medí-lo e os instrumentos mais adequados ao contexto específico que
pretende avaliar, reunir as informações obtidas e integrá-las de forma a contribuir para a
compreensão do funcionamento do indivíduo e sua relação com a sociedade. Desta
forma, a avaliação psicológica não é simplesmente uma área técnica produtora de
ferramentas profissionais, mas uma área da psicologia responsável pela
operacionalização das teorias psicológicas em eventos observáveis (Primi, 2010), com
vistas a produzir hipóteses ou diagnóstico sobre uma pessoa ou um grupo (Hutz,
Bandeira & Trentini, 2015).
Quando na pergunta se diz “Com base na definição de avaliação
psicológica”, Esta é uma questão bastante conturbada. Há uma discussão grande de que o
CFP não define, apenas orienta. Então seria melhor reescrever a frase para “com base no texto
acima .....”
REFERÊNCIA(S):
Conselho Federal de Psicologia. Cartilha sobre Avaliação Psicológica. ago. 2007
76
Hutz, C. S., Bandeira, D. R., &, Trentini, C. M. (Ed.). (2015). Psicometria. Porto
Alegre: Artmed.
Noronha, A. P. P. &, Reppold, C. T. (2010).Considerações sobre a Avaliação
Psicológica no Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão, 30, 192-201.
Pasquali, L. (2010). Instrumentação Psicológica: Fundamentos e Práticas. Porto Alegre:
Artmed.
Primi, R. (Org.) (2002).Temas em Avaliação Psicológica. Campinas: Impressão Digital
do Brasil Gráficas e Editora Ltda.
Primi, R. (2010). Avaliação psicológica no Brasil: fundamentos, situação atual e
direções para o futuro. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(spe), 25-35.
https://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000500003.
Wechsler, S. M. &, Guzzo, R. S. L. (Eds.) (2005). Avaliação psicológica: perspectiva
internacional. São Paulo: Casa do Psicólogo.
a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
As contribuições da psicologia situam-se na possibilidade de criar espaços e
dispositivos de diálogo aos usuários e equipe fortalecendo o autocuidado e autonomia, atuando
como facilitador dos modos de vida e de grupos e pessoas inseridas no mesmo contexto
territorial da PSF colaborando na transformação do desenvolvimento humano e da realidade
social desses sujeitos. Dentro dessa perspectiva, além da diversidade de saberes voltados ao
atendimento do usuário é importante o desenvolvimento da prática interdisciplinar entre os
profissionais.
O atendimento no contexto de saúde demanda do profissional uma atuação em
equipe interdisciplinar, de modo a contemplar a integralidade de atenção, desde o nível
primário de intervenção até o nível quartenário, perpassando a promoção e a prevenção
em saúde nos seus mais diversos níveis. Para isso, a intervenção demanda um
atendimento breve e focal, sem setting ou tempo cronológico de sessão previamente
definido, para que se consiga acolher a demanda de intervenção emergencial da tríade
de intervenção: paciente, família e equipe de saúde. Nesse contexto, a articulação da
rede em saúde é fundamental, compreendendo os conceitos de matriciamento,
descentralização, hierarquização e regionalização enquanto princípios do SUS e
instâncias norteadoras e possibilitadoras da implantação das políticas públicas em
saúde. Assim, é necessário um olhar ampliado biopsicossocial do binômio saúde-doença
para que se atenda às demandas específicas deste contexto, sem simplesmente
transportar a clínica para o atendimento institucional.
79
REFERÊNCIA(S):
Angerami Camon, V. A. (1986). E a psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira.
Cardoso, C. L. (2002). A inserção do psicólogo no Programa Saúde da Família.
Psicologia Ciência e Profissão, 22(1), 2-9.
Chiaverini, D. H. (Org.) (2011). Guia prático de matriciamento em saúde mental.
Brasília, DF: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva.
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Disponível em: <http:Jjwww.scielo.br>. Acesso em: 26ju1. 2015 (adaptado).
Ogden, J. E. (2004). Psicologia da Saúde. Lisboa, Portugal: Climepsi.
Simonetti, A. (2008). Manual de Psicologia Hospitalar: o Mapa da Doença. São Paulo:
Casa do Psicólogo.
Straub, R. O. (2005). Psicologia da saúde (R. C. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artmed
(trabalho publicado originalmente em 2002).
ANÁLISE DA QUESTÃO
AUTOR: Marina de Moraes e Prado Morabi, Gina Nolêto Bueno, Lenise Santana
Borges e Daniela Sacramento Zanini
GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
No contexto de saúde, as intervenções grupais, assim como as individuais
possuem características diferenciadas, dependendo da demanda institucional e da tríade
de intervenção: paciente, família e equipe de saúde para a elaboração do plano
terapêutico singular em cada caso específico, compreendendo se a demanda é para
atendimento individual, grupal ou ambos, assim não há uma forma de intervenção que
seja mais ou menos eficaz, mas sim, mais adequada para cada caso clínico subjetivo. No
contexto educacional há a necessidade de adequação da intervenção às características e
demandas institucionais e dos atores envolvidos no processo, demandando processos
grupais de intervenção, já que não é adequada a simples transposição do atendimento
clínico clássico individual para o contexto escolar.
O enunciado apresenta a prática clínica de grupo, aplicada tanto pela Psicologia
Social quanto pela Psicologia Clínica, de práticas de grupo, como uma ferramenta de
relevância à construção de resultados para a promoção da qualidade de vida das pessoas
em contexto coletivo. Destaca que a terapêutica psicológica de grupo pode ser aplicada
em diferentes ambientes sociais Adverte que o conhecimento e a prática de sua
tecnologia favorece, ao profissional da psicologia, o planejamento apropriado de
programas de intervenção para o alcance de resultados vigorosos.
Em relação às alternativas apresentadas na questão, salienta-se que, as
afirmações apresentadas nas alternativas I e II estão incorretas. Na alternativas I, a
psicoeducação pode ser considerada como uma técnica aplicada no contexto da saúde.
No entanto, não há como afirmar que essa técnica seja mais ou menos eficaz do que as
práticas individuais. Assim como não há elementos no texto que explicitem qual o
contexto no qual a técnica está inserida. Em relação à alternativa II, o contexto de
aprendizagem pode ser entendido como um lugar no qual múltiplas estratégias de
ensino são aplicadas, não se resumindo a práticas individuais. As alternativas III e IV
são corretas. Quanto à alternativa III, é correto dizer que a estratégia de trabalho grupal
pode ser utilizada como uma das formas para o desenvolvimento de competências e
melhoria da qualidade do desempenho. E, em relação à alternativa IV, considera-se que
para uma maior eficácia das práticas grupais, a constituição e a manutenção de redes
sociais produzem efeitos muito produtivos para a adesão às tarefas, assim como para o
fortalecimento dos vínculos e da consecução dos objetivos e propósitos estabelecidos ao
grupo.
Existem diferentes estudos que demonstram a eficácia das intervenções em
grupo em diferentes contextos inclusive o educacional. Além disso, no contexto
organizacional as intervenções grupais são utilizadas para além do desenvolvimento de
competências individuais. Estas buscam a integração entre equipes, desenvolvimento de
habilidades de liderança, colaboração e etc.
REFERÊNCIA(S):
Abreu, C. N. & Guilhardi, H. J. (2004), Terapia Comportamental e Cognitivo-
comportamental: práticas clínicas. São Paulo: ROCA.
Barbosa, R. M., &, Marinho-Araújo, C. M. (2010). Psicologia escolar no Brasil:
considerações e reflexões históricas. Estudos de Psicologia, 27(3), 393-402.
82
CAPÍTULO 5
Neste capítulo são apresentadas as análises das questões de conteúdo geral que
fazem interface com as Políticas Públicas, disciplina obrigatória contida no currículo
dos alunos de psicologia da PUC Goiás. Três das oito questões de conteúdo geral
apresentaram esta interface (questões 2, 4 e 6). Assim, a professora da disciplina
Políticas Públicas trouxe a avaliação das questões, por achar pertinente e indispensável
esta avaliação.
QUESTÃO 2 - A ideia segundo a qual todo ser humano, sem distinção, merece
tratamento digno corresponde a um valor moral. O pluralismo político, por exemplo,
pressupõe um valor moral: os seres humanos têm o direito de ter suas opiniões,
expressá-las e organizar-se em torno delas. Não se deve, portanto, obrigá-los a silenciar
ou a esconder seus pontos de vista; vale dizer, são livres. Na sociedade brasileira, não é
permitido agir de forma preconceituosa, presumindo a inferioridade de alguns (em razão
de etnia, raça, sexo ou cor), sustentando e promovendo a desigualdade. Trata-se de um
consenso mínimo, de um conjunto central de valores, indispensável à sociedade
democrática: sem esse conjunto central, cai-se na anomia, entendida como ausência de
regras ou como total relativização delas.
Brasil. Ética e Cidadania. Brasília: MEC/SEB, 2007 (adaptado).
Com base nesse fragmento de texto, infere-se que a sociedade moderna e democrática:
A - Promove a anomia ao garantir os direitos de minorias étnicas, de raça, de sexo ou de
cor.
B - Admite o pluralismo político, que pressupõe a promoção de algumas identidades
étnicas em detrimento de outras.
C - Sustenta-se em um conjunto de valores pautados pela isonomia no tratamento dos
cidadãos.
D - Apoia-se em preceitos éticos e morais que fundamentam a completa relativização de
valores.
E – Adota preceitos éticos e morais incompatíveis com o pluralismo político.
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A base de uma sociedade democrática está em um conjunto de valores
pautados pela isonomia no tratamento dos cidadãos, não havendo relativização de
valores, nem promoção de algumas identidades étnicas em detrimento de outras.
REFERÊNCIA(S):
Dias, R. &, Matos, F. (2012). Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São
Paulo.
Rodrigues, M. M. A. (2010). Políticas Públicas. São Paulo: Publifolha.
Tendo este texto como referência e considerando a relação entre políticas públicas de
segurança e a realidade social nas metrópoles brasileiras, avalie as seguintes asserções e
a relação proposta entre elas
I - A presença de policiais nas ruas das grandes cidades brasileiras atende, em geral, à
solicitação de lojistas, que constantemente se queixam da presença de moradores de rua
dependentes de crack.
PORQUE
II - O encarceramento de moradores de rua viciados em crack que praticam, pequenos
delitos não resolve os problemas que afetam a população, como os de segurança,
violência, saúde, educação e moradia.
85
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Crack, população em situação de rua, políticas de segurança, sistema prisional
brasileiro e sua relação com a realidade social são temas que devem fazer parte da
formação do psicólogo.
REFERÊNCIA(S):
https://www.obid.senad.gov.br/pessoas-sujeitos-drogas-e-sociedade/politicas-e-
legislacoes
Diante do cenário high tech (de alta tecnologia), a inclusão digital faz-se necessária para
todos. As situações rotineiras geradas pelo avanço tecnológico produzem fascínio,
admiração, euforia e curiosidade em alguns, mas, em outros, provocam sentimento de
impotência, ansiedade, medo e insegurança. Algumas pessoas ainda olham para a
tecnologia como um mundo complicado e desconhecido. No entanto, conhecer as
características da tecnologia e sua linguagem digital é importante para a inclusão na
sociedade globalizada.
Nesse contexto, políticas públicas de inclusão digital devem ser norteadas por objetivos
que incluam
ANÁLISE DA QUESTÃO
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Na sociedade atual, dominada pela alta tecnologia, o indivíduo para se sentir
incluído socialmente tem que estar incluído de forma digital. Entender o processo
87
REFERÊNCIA(S):
http://www2.faac.unesp.br/blog/obsmidia/files/Maria-Thereza-Pillon-Ribeiro.pdf
http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A1500586020
1501F69C07E6B0A&inline=1
88
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Whaley, L, D. &, Malott, W. R. (1981). Princípios Elementares do Comportamento 1.
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Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre RS: Artmed.