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II SIMPÓSIO NACIONAL
PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL
1ª EDIÇÃO
SÃO PAULO
2018
C733s Comissão Organizadora do Simpósio Nacional Psicologia e
Compromisso Social
Ficha Catalográfica elaborada: Vera Lucia Ribeiro dos Santos CRB 6198
SÍNTESE DO II SIMPÓSIO
Os debates nos grupos foram muito bem avaliados pelos participantes e coordenadores,
tanto pela qualidade dos trabalhos apresentados, como pelo empenho em aproveitar todas as
experiências para uma troca efetiva e alimentadora de novas reflexões e produções. Nestes anais,
é possível vislumbrar essas possibilidades a partir dos resumos dos trabalhos apresentados a seguir.
Consideramos que o II Simpósio Nacional Psicologia e Compromisso Social atingiu seus
objetivos, principalmente por deixar tarefas de pesquisa, investigação, organização e mobilização
que nos animam a seguir enfrentando a conjuntura adversa com a certeza de que outra realidade
social pode ser produzida a partir da crítica consequente.
Agradecemos a todos que estiveram conosco neste evento, reconhecendo que essa
presença aumenta nossa responsabilidade de continuar colocando o Instituto Silvia Lane a serviço
desse propósito.
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excluídono plano intra e intersubjetivo e o que custa a exclusão a longo prazo em termos desofrimento”
(SAWAIA, 1999, p. 113).
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Assistência Social na percepção das usuárias do Programa. Realizou pesquisa de campo, de caráter
qualitativo, exploratório e descritivo, retrospectivo com corte transversal. A amostra foi composta por 14
beneficiárias acompanhadas pelo Serviço de Proteção e Atenção Integral a Famílias (PAIF) em Montes
Claros-MG. Os dados foram interpretados através da análise do conteúdo de Bardim e teoria do
reconhecimento Social de Axel Honneth. Os resultados demonstraram que a transferência de renda é
compreendida como uma ajuda aos mais necessitados e não como um direito por motivos de uma
sociedade desigual e injusta, as condicionalidades foram acrescidas da necessidade de se estar
trabalhando para ser beneficiária e a luta por direitos e justiça social restritas ao mérito individual sem os
deveres do Estado. Conclui-se que o PAIF, responsável pelo acompanhamento dessas beneficiárias,
necessita exercer a critica para a execução da política, considerando a dimensão subjetiva da realidade
social e instigando a reflexão sobre a identidade de estar beneficiaria como fruto das incapacidades
individuais. Consideramos, portanto, que tais percepções podem ser caracterizadas como uma violência
simbólica produzida nas relações dialéticas entre o mundo subjetivo e material, que merecem intervenção
para a desnaturalização desses sentidos, através das categorias: de afetos e de autoconfiança; das leis e
direitos, do auto-respeito; da solidariedade social e da autoestima. já que os significado se portam
naturalizados nesta sociedade.
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subjetividades e tipos de cidadania são engendrados em tal contexto. Abordam-se os modos de gestão
do trabalho num campo em que transparência, promoção de autonomia, participação ativa e
descentralização são princípios, diretrizes e objetivos presentes nos textos oficiais do sistema único de
assistência social (suas) e continuamente enunciados pela gestão.
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Grupo 2 - ASSISTÊNCIA.SOCIAL 3
A IMPLICAÇÃO DA PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO SOCIAL DESENVOLVIDA NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E
FORTALECIMENTOS DE VÍNCULOS: O TRABALHO COM VULNERABILIDADES SOCIAIS QUE ATRAVESSAM A
VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Sérgio Kazuyoshi Fuji, Mariela Nicodemos Bailosa, Priscila Sales do Nascimento, Bruna Tibolla, Eduardo de
Abreu Gregório e Pedro Braga Carneiro
A atuação em Psicologia nas políticas públicas é recente, ainda mais se tratando da Política de Assistência
Social, no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), atreladoà Proteção Social Básica.
A proposta de atuação deste serviço visa atender uma parcela da população que se encontra em situação
de vulnerabilidade social, cuja desigualdade é marcada principalmente pela questão da pobreza; e tem
como principais focos de trabalho a educação social, a promoção e garantia dos direitos de crianças e
adolescentes. O trabalho das/ospsicólogas/os neste lugar tem sido construir espaços de resistência e
ressignificação de sua prática propondo alternativas criativas frente a diferentes demandas oriundas do
contexto em que está inserido. Contudo, fazem-se necessários referenciais e produções científicas nessa
área pela psicologia para interlocução das práticas realizadas pelas/os profissionais neste espaço. O
objetivo deste trabalho é refletir criticamente sobre este campo de atuação, bem como apontar caminhos
possíveis para construção do papel da psicologia no desenvolvimento do SCFV e no diálogo com a
educação social para enfrentamento das vulnerabilidades sociais. Para isso, levamos em consideração: o
trabalho realizado pela Rede Marista de Solidariedade (RMS) em diferentes Centros de Convivências no
Brasil; as 13 Categorias de Vulnerabilidade levantadas pelo Grupo de Estudo e Trabalho Psicossocial da
RMS; e o processo de formação da/oprofissional psicóloga/o para as demandas sociais emergentes deste
serviço.
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dificuldade que tinham para encontrar empregos e uma das razões é a ausência de currículos em
português. Então, foi criada uma equipe de voluntários para escrever/traduzir junto a elas(es) estes
currículos. Foram cinco visitas e cerca de 50 currículos até o presente. Como fundamentação da
intervenção, foram utilizadas noções de intervenção psicossocial em psicologia social comunitária, bem
como conceitos em psicologia social em geral. Apesar de não estar vinculada diretamente ao curso de
psicologia e à instituição, a ação está informalmente conectada com a rede Acolher, que é um movimento
coletivo de acolhimento que parte da Universidade Federal de Roraima, mas que hoje assume proporções
para além da instituição.
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do conhecimento seja instrumento de libertação e autonomia para todos os atores da cena, pois, como
já disse o Freire (2015), ninguém é sujeito da autonomia de ninguém, a autonomia é processo, é vir a ser.
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sexual, desde dados sobre os índices, as denúncias, quais os procedimentos realizados, o suporte
disponibilizado para as vítimas de violência sexual. Para análise dos dados utilizou-se o Iramutec e
também o SPSS. Conclui-se que muitos dos profissionais entrevistados não identificam sua instituição
como parte da Rede, há um desconhecimento da legislação que protege esses sujeitos. Vários órgão são
identificados como responsável por receber e acompanhar casos de violência sexual, no entanto não há
uma atuação em rede na cidade. As escolas não possuem procedimentos específicos de notificação em
casos de violência sexual contra crianças e adolescentes
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documental. Foram buscadas as palavras-chaves "Marielle Franco" no site do jornal online G1, utilizando
como filtro “notícias” “mais recentes”. Foram selecionadas 50 reportagens, descartadas 42 por não conter
comentários, totalizando 510 comentários analisados. Observou-se que em grande parte dos comentários
esteve presente a banalização e desprezo pelo fato e pela vítima, e responsabilização por sua morte,
principalmente por suspeita de envolvimento com criminosos e por atuação em movimento de esquerda
política, defendendo direitos humanos, como se a morte de Marielle representasse a extinção de uma
defensora e parte das “classes perigosas” (WACQUANT, 2003), há presente a necessidade de destituir
essas pessoas do poder (BAUMAN, 2000, apud BATISTA, 2003). Conclui-se que existe uma visão deturpada
dos direitos humanos, contribuindo para legitimação do discurso de ódio. Considera-se necessária a
educação em direitos para ressignificação da compreensão popular acerca da conquista de direitos diante
dos atuais retrocessos.
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condições de vida. Nas estatísticas, o número já alcança 40 mil imigrantes que atravessam a fronteira e as
poucas oportunidades de emprego e a falta de apoio financeiro e estatal leva grande parte dessa
população a residir em abrigos e praças públicas. Defendendo a necessidade de discussões teóricas a
respeito das questões macrossociais que perpassam o movimento migratório Venezuela-Brasil, este
ensaio também destaca ações emergenciais de acolhimento, proteção e inserção de migrantes em
Roraima que vem sendo desenvolvidas sobretudo pela sociedade civil em paralelo a omissão
governamental, não desconsiderando um olhar que aproxime e distancie os processos de mobilidade e
transformação política a nível de Brasil e América Latina.
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Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
RELAÇÕES AFETIVAS DE PROFESSORAS NO CONTEXTO DO ATENDIEMENTO EDUCACIONAL HOSPITALAR
Hemause Emanuele da Silva, Gislayne Cinara da Silva, Bruna Jucilene Carlos Gonzaga e Júlio Ribeiro Soares
O presente artigo tem como objetivo discutir a dimensão subjetiva das relações afetivas de professoras
no contexto do atendimento educacional hospitalar. O pressuposto teórico metodológico que alicerça a
pesquisa é a Psicologia Sócio-Histórica. Compreendemos que a nossa relação com o mundo é sempre
mediada por afetos, sem, com isso, haver prejuízo cognitivo. Pelo contrário, é a dialética afeto/cognição
que nos permite avaliar as diversas situações vividas como positivas ou negativas. Isso posto, a categoria
da dimensão subjetiva nos possibilita a superar concepções naturalizantes e dicotômicas sobre a relação
subjetividade-objetividade. É a compreensão da dialética entre afeto/cognição que nos proporciona uma
atuação critica sobre o atendimento educacional hospitalar. A metodologia adotada na produção dos
dados é a dinâmica de conversação com professoras que exercem a sua atividade pedagógica em classes
hospitalares com crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Na análise dos dados utilizamos os
núcleos de significações. O hospital não é um ambiente materno a prática do professor, no entanto, esse
sujeito exerce um papel fundamental para a organização das ações educacionais. E a todo o momento o
professor está vivenciando situações afetivas, que são elementos que impulsionam o seu fazer
pedagógico.
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Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
A HABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DENTRO DA TEORIA SÓCIO HISTÓRICA
Carla Anauate
A habilitação neuropsicológica desenvolve as funções motoras, cognitivas e afetivas utilizando uma
técnica que consiste em aproveitar os componentes avaliados como preservados para habilitar funções
mentais superiores deficitárias. Baseia-se na teoria sistêmica e dinâmica de Alexander Luria e os princípios
vygotskianos de mediação, zona do desenvolvimento proximal e a relação enfatizando o vínculo
fundamental criado entre terapeuta e cliente. O objetivo deste trabalho é desenvolver, principalmente,
as funções: atenção e memória, bem como: psicomotricidade, percepção, linguagem e funções executivas
utilizando exercícios físicos e cognitivos que permitam que a criança desenvolva a possibilidade de
desenvolver a aprendizagem autônoma futura. Acreditamos que a habilitação neuropsicológica não pode
ser entendida como uma correção, mas como uma criação, dentro de um espaço potencialmente
constituído, para o desenvolvimento das funções mentais superiores dentro dos preceitos da abordagem
Sócio Histórica.
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Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO
INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO REGULAR:
POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA INCLUSÃO
Ártemis Marques Alvarenga, Alice Êmile Rosa Reis, Amanda Aparecida Gonçalves, Deivid Alexandre de
Amorim, Elena Costa Vicente e Mariana Pereira Caliesto
A inclusão escolar das crianças que com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) está
amparada pela Política Nacional de Inclusão, que possui leis que preconizam e difundem um ensino
inclusivo. Porém, a concretização das diretrizes inclusivas enfrenta diversos empecilhos em sua
implementação e muitos dos alunos com TEA não concluem o processo de escolarização e poucos chegam
ao ensino médio (LIMA, LAPLANE, 2016). Dessa forma, essa pesquisa descreve o desenvolvimento do
processo de interação do aluno com Transtorno do Espectro Autista em uma escola regular. Trata-se de
uma pesquisa de levantamento, com delineamento qualitativo. Foi indicado pela supervisora de uma
escola municipal do município de Varginha/MH, 4 alunos do 1° ao 3° ano do ensino fundamental, com
idades entre 7 e 8 anos, sendo todos do sexo masculino. Os instrumentos utilizados nessa pesquisa foram
a Observação, em dias e horários diferentes em sala de aula; e o Diário de Campo, para o registro dos
acontecimentos e das percepções da observadora sobre as crianças autistas e sua sala de aula. Percebe-
se que o processo de inclusão na escola acontece parcialmente, pois não a professora de apoio não
estimula efetivamente os alunos para uma participação mínima junto à turma regular. Um exemplo disso
é o fato das atividades do aluno com TEA serem totalmente diferentes que não primam pela interação
com os demais colegas. O diálogo e a interação com a criança com TEA acontece somente com a
professora de apoio e a mesma fica alheia ao que acontece entre a professora e os outros alunos. A
disponibilidade de professores de apoio para as crianças com diagnóstico de TEA não é insuficiente, pois
há professores de apoio apenas para as crianças com graus mais severos de autismo. Falta, ainda,
capacitação e formação continuada para a equipe pedagógica lidar de forma mais efetiva com as crianças
com TEA. Portanto, na escola em que foram feitas as observações notou-se que a Lei 12.764/12, que
garante a inclusão do aluno autista no ensino regular, é cumprida, porém com algumas falhas.
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educacionais. O presente trabalho busca apreender os sentidos e significados constituídos por
professores de uma escola pública de São Paulo sobre a inclusão de alunos com deficiência. Parte dos
resultados da pesquisa são apontados no Núcleo “Inclusão e acessibilidade: até demais essa escola
acolhe!” e indicam a necessária compreensão das diferentes necessidades educacionais existentes em
sala de aula, sobre as formas de individualização no atendimento dos alunos, a importância da superação
de um temeroso discurso sobre o que é socialização e a urgente necessidade de formar uma rede
colaborativa com e para a comunidade escolar.
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Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA
AUTORIDADE PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR: UM OLHAR SÓCIO-HISTÓRICO SOBRE SUA
CONSTITUIÇÃO
Bruna Jucilene Carlos Gonzaga, Júlio Ribeiro Soares, Hemause Emanuele da Silva e Gislayne Cinara da Silva
O cenário educacional é constituído por um contexto que é político, econômico e social, que passa por
constantes transformações. Dentre essas transformações se encontram aquelas ligadas à autoridade
pedagógica do professor no exercício docente. Diante de uma visão em que o homem se constitui no
movimento dialético de transformação dessa realidade em que está inserido, nos propusemos, nesse
estudo, a apreender os sentidos e significados constituídos por um professor do ensino superior acerca
de sua autoridade pedagógica em sala de aula. Para isso, o trabalho foi norteado pela Psicologia Sócio
Histórica, partindo de uma visão de homem ativo, histórico e social. Para nortear as análises e o olhar aos
sentidos e significados que constituem a autoridade pedagógica no ensino superior, foram usadas as
seguintes categorias: Historicidade, atividade, pensamento e linguagem e sentidos e significados. Para a
obtenção do material a ser analisado utilizamos a entrevista reflexiva e para a análise dos dados, a
proposta dos Núcleos de Significação. O material construído e a apreensão dos sentidos e significados do
professor permitiram a construção de um olhar crítico e reflexivo sobre os constituintes da autoridade
pedagógica e vivência docente no Brasil, nos possibilitando chegar a elementos dessa realidade e
ultrapassar visões naturalizantes e dicotômicas da constituição do sujeito.
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de entrevista narrativa, conforme Bruner (1991) e Bauer e Jovchelovich (2010). A análise foi desenvolvida
a partir dos Núcleos de Significação, procedimento metodológico proposto por Aguiar e Ozella (2006;
2013). Evidencia-se que a identidade docente se constitui a partir de processos que se desenvolvem no
decorrer da vida do professor, não somente no período de exercício profissional. Dentre os determinantes
histórico-sociais da profissão, destaca-se como constituintes da identidade docente, as contradições que
se revelaram no processo de escolha profissional; no processo de formação inicial; no exercício inicial da
profissão e, ainda, nos processos de desvalorização do professor e na sobrecarga de novas
responsabilidades relacionadas a valores básicos essenciais ao processo formativo dos seres humanos.
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objetiva, assim como seus aspectos subjetivos em suas diversas determinações. Considerando a
especificidade do trabalho que versou sobre as significações constitutivas do sujeito sobre a sua
constituição docente, utilizamos como procedimento para produção das informações a entrevista
reflexiva, por nos proporcionar condições de horizontalidade entre pesquisador e sujeito pesquisado,
além da possibilidade da recorrência para aprofundamento das informações. A análise e interpretação
das informações foram possíveis através da proposta dos Núcleos de Significação (Aguiar e Ozella, 2006;
2013 e Aguiar, Soares e Machado (2015). Neste trabalho nos propomos a discutir um dos três núcleos de
significação trabalhados na pesquisa, a saber; o que trata da Satisfação em ser professor e unir a docência
à área da construção civil. Este núcleo está organizado a partir da articulação de indicadores, que
revelaram as motivações do sujeito no que se refere à descoberta de si na profissão docente, bem como
a necessidade de associar a atividade de ensino à sua atividade como engenheiro. As significações
produzidas revelaram as mediações e o modo como o professor pensa, sente e age diante da realidade
do processo de ensino, além de fornecer caminhos para pensar a atividade docente mediada pela sua
experiência como engenheiro. Essa constatação permitiu inferir que o professor significa a profissão
docente em função da sua atuação como engenheiro.
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se que as racionalidades que constituem o projeto Escola sem Partido teriam por base um racismo de
Estado. Por isso, considera-se importante realizar pesquisa que problematize o movimento Escola “sem”
Partido como um analisador das racionalidades impostas à escola pública nos dias atuais.
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textuais sobre as temáticas debatidas e a leitura de literatura que aborde os assuntos discutidos. Com tal
trabalho levamos os alunos a refletirem sobre a realidade e aprenderem a dialogar com as diversas
opiniões de seus colegas, além da produção de conhecimento e superação de preconceitos.
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Grupo 10 - EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO
DIMENSÃO SUBJETIVA DA MASCULINIDADE: SIGNIFICAÇÕES DE HOMENS GAYS SOBRE O PAPEL DA ESCOLA
NO PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA MASCULINIDADE
Marcos Martins do Amaral e Ana Mercês Bahia Bock
A escola é um espaço contraditório, em que os meninos se defrontam com a homofobia ao mesmo tempo
em que aparecem as possiblidades de experimentarem práticas homossexuais. A educação no Brasil,
historicamente e contraditoriamente, tem se preocupado com sexo/gênero e sexualidades, abordagens
que preveem o controle dos corpos, biologizantes e heterossexistas são predominantes. Há intensa
vigilância à heterossexualidade na escola, que é tida como inata e natural, alvo de cuidado, atenção e
investimento. Compreendemos que a configuração da masculinidade no homem é um processo
multideterminado, e a escola, em geral primeiro espaço de socialização das pessoas depois da família,
tem um papel importante nesse processo que é atravessado pela desigualdade social. Nosso objetivo é
compreender a dimensão subjetiva da masculinidade, as significações de homens gays sobre o papel da
escola no processo de constituição de sua masculinidade. Pretendemos compreender como se dá a
constituição da masculinidade gay na escola, numa sociedade marcada pelo heterossexismo e pela
desigualdade; como se configura a masculinidade não hegemônica na escola. O presente trabalho
apresentará resultados parciais de dissertação em andamento. Este trabalho se apoia no referencial
teórico metodológico da Psicologia Sócio-Histórica. Apoiando-nos neste referencial, realizaremos
conversações com dois grupos de adolescentes homens autodeclarados gays do Ensino Médio da cidade
de São Paulo, pobres e ricos separadamente que serão compreendidas e analisadas a partir dos Núcleos
de Significação.
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que parece se alastrar por todo o país. A crítica a essas pautas é centrada na concepção de educação e de
pseudoformação de Theodor W. Adorno, que aponta a exigência política da formação de indivíduos
emancipados para a efetivação de uma sociedade verdadeiramente democrática.
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discurso em comum entre diversos usuários do núcleo: o acionamento a grupos armados na resolução de
conflitos cotidianos. No decorrer da pesquisa os relatos dos usuários foram usados como excertos, ou
seja, fragmentos dos casos permitiram discussões para além daquelas apontadas enquanto centrais nos
casos em si. Dessa forma, investigamos a intervenção dos grupos armados como mediadores e
promotores de justiça nas relações sociais da Maré. Na argumentação dessa ideia, elencamos, como eixo
central, a produção da favela enquanto território de exceção, o que ocorre, majoritariamente, a partir da
guerra às drogas. Tal fato legitima, nesse território, as mais diversas atrocidades e negligências estatais,
reforçando, assim, a negação de direitos à população pelos meios formais, geralmente morosos,
“classistas” e racistas. Pauta-se também a compreensão de como a ideia de Direito, seja nos espaços
formais ou não, está carregada por vezes de aspectos como vingança e violência. Aposta-se nessa
discussão, pelo entendimento de que é primordial para o campo de saber da Psicologia, pesquisas
pertinentes às nuances das desigualdades brasileiras e às subjetivações elaboradas nesse contexto. Dessa
forma, caminhamos na contramão de uma ideia conservadora sobre a prática psicológica individualizante
e mesmo sobre as noções de justiça, que cientificizam criminalizações de territórios e pessoas.
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erro, mas antes seu funcionamento normal desde o seu nascimento enquanto justiça burguesa por
excelência, o que indica a necessidade de uma crítica radical da prisão visando a sua abolição.
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semanais no CAPS desde o final do ano de 2016 em dois períodos. De manhã, para acompanhar o grupo
de culinária (aproximadamente 12 pessoas com transtornos mentais), na produção de bolos, doces,
salgados e outras confecções alimentícias. A tarde, há espaço para discussão, resolução de conflitos e
tomadas de decisão. Os resultados da incubação estão sendo: a) processos de socialização em constante
desenvolvimento; b) o grupo agora gera renda e eles decidiram o quanto vai ser reinvestido no
empreendimento; c) o levantamento de verba veio por meio de rifas, venda no próprio local e pela
participação de eventos na universidade; d) o grupo agora tem bens próprios, como panelas, estoque de
embalagens, uma geladeira e um armário; e) discussões sobre financias; f) têm compromisso social,
fazendo o bolo para o café da tarde do CAPS. A compreensão que eles têm da oficina de culinária como
sendo de geração de trabalho e renda, vem reinventando as possibilidades antes não vistas. Um dos
maiores desafios é ampliar esta inclusão não-perversa para além do CAPS, rompendo com a lógica
capitalista excludente que massacra estas subjetividades tão potentes.
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Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA
(RE)SIGNIFICANDO O TRABALHO NO BRASIL: PROCESSOS DICOTÔMICOS DE UMA SAÚDE MENTAL FRENTE
O EMENDO DA LEGALIDADE PRECARIZADA
Alfredo Assunção Matos
Abordamos as reverberações do capitalismo flexível na precarização do trabalho, com ênfase para a
flexibilização e a precarização dos direitos dos trabalhadores, que têm nos processos de terceirização uma
das suas formas mais significativas e promover uma reflexão crítica acerca do processo de terceirização
no contexto contemporâneo brasileiro a partir de dois de seus embaraços: a historicidade das
transformações jurídicas referentes a este processo e os possíveis efeitos da reforma trabalhista na saúde
mental dos trabalhadores nele envolvidos. Acredita-se que recentes decisões políticas abrem caminho
para a reprodução de práticas de dominação laboral e catalisam processos de sofrimento e perda de
direitos conquistados. Neste contexto, movimentos coletivos de resistência apresentam-se como
potentes dispositivos para obstruir o fluxo deste cenário que parece apontar para um horizonte de
retrocessos já anunciado.
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Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1
CIGANOS CALONS: RELAÇÕES SOCIAIS E RACISMO
Iranildo da Silva Marques
Propor, formular e executar ações e políticas públicas voltados para populações ciganas é ingressar num
mundo de significações que nos remete a historicidade para compreender a “ciganidade” ou que
podemos chamar de Cultura Cigana. Entrar nesse universo através da pratica profissional como Assistente
Social,nos faz deparar com o distanciamento das produções científicas nas áreas do Serviço Social e da
Psicologia Social e nos instigar a problematizar essa realidade e pesquisar as vertentes e as consequências
dessa realidade sobre esses povos historicamente discriminados. Durante séculos as adjetivações
negativas em relação aos ciganos aparecem em leis, decretos, matérias jornalísticas, processos criminais
e também nas artes. Esses processos de exclusão fizeram e fazem parte da dinâmica do Estado Brasileiro
que veem os grupos ciganos como perigosos e desnecessários e de forma velada, estrutura o racismo
institucional no campo ideológico e concreto ao não reconhecimento em suas políticas publicas.
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compreender como explicam o conjunto de sensações provenientes da existência no mundo e os possíveis
processos de produção de subjetividade, em seus elementos específicos e relações com o contexto social,
cultural e histórico.
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caso que acompanho, pretendo trazer em discussão reflexões sobre a questão da luta pela emancipação
e respeito à dignidade das mulheres, campo de interesse fundamentalmente ético e político, e que a
Psicologia Social tem muito a dizer e fazer.
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Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1
“VAGABUNDA, PUTA E BISCATE”: AS OFENSAS VERBAIS COMO MANIFESTAÇÕES DA VIOLÊNCIA
PSICOLÓGICA DIRIGIDA ÀS MULHERES SOB ENFOQUE DOS ESTUDOS DE GÊNERO
Iara Oliveira Meireles, Gabriel Luís Pereira Nolasco e Zaira de Andrade Lopes
O ato de xingar uma pessoa está relacionado a desqualificação e ao comportamento ofensivo, nos
relacionamentos abusivos, por exemplo, o xingamento é considerado uma das formas em que o agressor
se reporta à vítima com intuito de humilhá-la. A Psicologia Histórico-Cultural destaca que por meio da
linguagem é possível identificar elementos da cultura, valores e condutas que constituem o sujeito e que
se reproduzem na sociedade, uma vez que são utilizadas palavras diferentes para xingar homens e
mulheres. Este trabalho tem como objeto de investigação a violência psicológica, com foco nas ações que
caracterizam as ofensas verbais e desqualificação. Faz parte de uma pesquisa maior cujo objetivo é
investigar a violência psicológica dirigida à mulher. Tem como base teórica os estudos de gênero e as
manifestações da violência de gênero. A coleta de dados foi realizada em instituição de acolhimento para
mulheres vítimas de violência por meio de entrevistas semiestruturadas. A organização dos dados deu-se
pela a Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Nos resultados foi possível identificar a
categoria humilhações e xingamentos que discute os principais xingamentos utilizados pelos agressores e
que foram descritos pelas mulheres. Este estudo destina-se a enfatizar como o ato de xingar pode estar
associado as desigualdades de gênero, tendo como objeto a violência psicológica no contexto das relações
afetivas. Os resultados apontam que as ofensas mais frequentes relatadas pelas participantes estão
associadas ao comportamento sexual da mulher ou aos cuidados do lar, expressos pelas desigualdades
de gênero.
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conta tal dimensão analítica, e suas possibilidades para a produção crítica em psicologia; por fim, 3) os
feminismos como movimentos com potencial transformador de múltiplas dimensões da sociedade e,
portanto, da própria psicologia. Nesse sentido, o presente trabalho aponta a necessidade da crítica às
noções universais, unívocas e normativas de feminilidade e gênero, assim como às dinâmicas de relações
de poder que envolvem as relações de gênero e de colonização de múltiplas experiências na constituição
dos saberes e práticas em psicologia. Assim, aposta-se que a relação entre práticas libertadoras em
psicologia, feminismos e perspectivas descoloniais só será possível no engajamento e no trabalho em
composição com movimentos sociais feministas.
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e/ou discriminação e a construção de ambientes profissionais nos quais os professores gays também
permaneçam nas escolas sem que sofram violências.
Grupo 16 - SAÚDE 1
PSICÓLOGOS DO MUNICÍPIO DA CIDADE DO RECIFE FACE À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERCEPÇÕES
E DESAFIOS
Claudia Santana de Assis e Maria das Graças Victor Silva
O estudo investigou a percepção e desafios do Psicólogo em sua atuação na Estratégia de Saúde da Família
(ESF), da prefeitura da Cidade do Recife. Foi utilizado o método de pesquisa qualitativa, a partir da análise
de conteúdo, numa amostra de 11 (onze) psicólogos vinculados aos Núcleos de Apoio a Saúde da Família
(NASF), referente à política pública e aos dispositivos da Secretaria de Saúde do referido município. Como
instrumento de coleta de dados foi aplicado uma entrevista semiestruturada, cuja análise demandou os
recortes das narrativas com foco nas seguintes categorias analíticas: processos de adaptação ao trabalho
e posicionamento relacionados aos desafios da atuação. Os resultados revelaram: inadequação da
formação acadêmica para uma atuação como psicólogo social da saúde nos serviços públicos; cultura e
identidade profissionais atrelados ao atendimento clínico, favorecendo uma postura tecnicista nas
intervenções deste serviço. Por fim, a avaliação revelou sentimentos de angústia e medo destes
profissionais ao iniciarem suas atividades, bem como dificuldades em lidar com a diversidade de
demandas dos usuários atendidos. Conclui-se que a psicologia ainda enfrenta desafios no trabalho dos
psicólogos nas diversas áreas das políticas públicas, inclusive a saúde em relação às práticas e tecnologias
adotadas no enfrentamento da substituição do paradigma do modelo clínico liberal para um novo modelo
que abarque uma crítica antológica, sociológica e epistemológica sobre as práticas clínicas tradicionais
para uma clínica ampliada.
Grupo 16 - SAÚDE 1
DES(EMBARAÇOS) DA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Monica Lima de Jesus e Fernanda Rebouças
A atuação de psicólogas na saúde pública/coletiva tem sido criticada em relação à reprodução da clínica
clássica no âmbito da atenção básica à saúde. Esta crítica, ainda que pertinente, fundamenta um
conhecimento arrigado historicamente, que impõe uma constante revisita, uma vez que pode sustentar
a tese reducionista de que a presença de psicólogas na saúde pública/coletiva e o investimento da
categoria nas últimas duas décadas não geraram avanços na formação que, consequentemente, tem
gestado práticas psicológicas qualificadas, que incluem a abordagem clínica, mas que não se restringem
a ela. Podemos identificar na literatura e na experiência pessoal-profissional, investimentos acadêmicos
e profissionais que nos impulsionaram a propor disciplinas, estágios básicos e específicos no SUS, somados
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a indução de muitos programas do Ministério da Saúde, a exemplo, do Programa de Educação pelo
Trabalho na Saúde (PET-Saúde) e, que, nos incentiva a relativizar esta tese, considerando o contexto
histórico mais contemporâaneo. Dentre outras iniciativas, implantamos um estágio no núcleo de
apoio/ampliado à saúde da família, adotando a supervisão compartilhada, como balizadora do
acompanhamento da formação como uma das estratégias para garantir a diversificação do repertório
profissional das estagiárias. Nesta comunição, buscamos apresentar alguns des(embaraços) da formação
em psicologia na atenção básica à saúde. Partimos das reflexões sobre as ações desenvolvidas em
encontros semanais de orientação, leitura dos relatórios finais de estágio e de um grupo de discussão
sobre a prática desenvolvida. Estas estão fundamentadas na psicologia social construcionista. Os
des(embaraços) são discutidos em quatro dimensões: técnico-assistencial, político-formativa, afetivo-
acolhedora e da educação permanente.
Grupo 16 - SAÚDE 1
DES(EMBARAÇOS) DAS APRENDIZAGENS PROFISSIONAIS EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Clara Magalhães Chamusca, Caio Araújo, Elder Reis, João Batista, Louise Lago, Mônica Lima, Tamires Milena
Magalhães, Tatyane de Paula, Thaís Catarine, Thais Ornelas e Fernanda Rebouças
Estudos criticam o repertório profissional de psicólogas empregado inadequadamente na atenção básica
à saúde. Partimos da noção de que falta clareza do que é apropriado desenvolver no NASF, mas que há
uma tendência em franco desenvolvimento do compromisso social da Psicologia com a saúde
pública/coletiva. Por um lado, a crítica sobre este descompasso recai para o processo de formação na
graduação, por outro, é justo nestes ambientes que também podemos encontrar relatos de experiência
de estágios que buscam superar a relação entre a atuação clínica (clássica/ampliada) e a saúde
pública/coletiva.Nesta experiência de extensão, vinculada ao Programa Permanecer/UFBA, eixo
aprendizagens profissionais, elaboramos, executamos e avaliamos em conjunto com as trabalhadoras
uma ferramenta para o trabalho no NASF: oficinas em saúde. Vinculamos-nos ao Programa Saúde nas
Escolas-PSE, uma das frentes de trabalho para prevenção de doenças/agravos e de promoção da saúde,
nas temáticas:Direitos Humanos, Promoção da Paz (saúde da população negra), IST’s e Sexualidade
(gênero e saúde) e Redução de Danos relacionada ao Abuso de Álcool e outras Drogas.Utilizamos as
contribuições do movimento construcionista da psicologia social. Realizamos 10 oficinas em quatro
escolas diferentes, com aproximadamente 170 estudantes de faixas etárias diversas. A vivência na
extensão possibilitou entrar em contato com metodologias de intervenção grupal, alternativas a modelos
individualistas, potência de intervenção em espaços comunitários. Firmamos uma relação de
confiabilidade com as equipes do NASF, evidenciando o benefício duplo da presença da universidade no
cotidiano dos serviços: aprendizagem prática das estudantes e abertura de espaços para problematização
do fazer psicológico.
Grupo 16 - SAÚDE 1
UMA EXPERIÊNCIA DE ESTAGIO EM PSICOLOGIA: GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇAO (GAM) E O
PARADIGMA BIOMÉDICO NA ATENÇÃO BÁSICA
Rafael Mendonça Dias
A comunicação oral busca discutir os efeitos da intervenção no estágio de psicologia em um serviço da
Atenção Básica da cidade de Volta Redonda. A pesquisa GAM nos fornece ferramentas de intervenção
(Guia GAM) e uma tecnologia de intervenção em grupo nos dispositivos de saúde mental visando a
ampliação do coeficiente de autonomia dos usuários de psicofármacos. Essa ferramenta foi adaptada para
colocar em análise os processos de medicalização percebidos na Atenção Básica a partir de um grupo de
desmedicalização com os usuários e trabalhadores da unidade do bairro de Água Limpa (Volta Redonda).
A gestão autônoma da medicação envolve práticas de cogestão que visa a contração da grupalidade e
fornece pistas para a intervenção com os usuários dos serviços. A estratégia GAM no contexto brasileiro
surge vinculada ao campo da saúde mental, pode ser utilizada como uma ferramenta de Redução de
Danos diante do processo de medicalização nos dispositivos da atenção básica ao promover uma crítica à
lógica biomédica que atravessa o cotidiano dos serviços de saúde pública. Essa experiência de estágio teve
início em outubro de 2016 e nos deparamos com os embaraços da criação e adaptação para o contexto
da UBSF Agua Limpa de uma ferramenta grupal inicialmente desenvolvida nos dispositivos da saúde
mental. Como pensar o processo de medicalização na atenção básica? Quais são as principais diferenças
32
entre a saúde mental e atenção básica quando discutimos a autonomia e a promoção da integralidade de
cuidado? Essas são algumas questões que nos deparamos no cotidiano do estágio.
Grupo 16 - SAÚDE 1
A TRANSFORMAÇÃO DO PAPEL E DA GESTÃO A MEDICAÇÃO NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL:
IMPLEMENTANDO GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Gabriela Flora Costa, Giovana Mucari Borges, Elisa Zaneratto Rosa, Fábio Alencar dos Santos, Evaldo Neves
Vieira Junior, Cintia da Silva Santos e Rosana Aparecida Alves
Avanços resultantes da Reforma Psiquiátrica no cuidado em saúde mental no SUS implicam num desafio
significativo na centralidade da medicação e ofertas de cuidado da rede de serviços da Atenção Básica.
Para os usuários atendidos nestes serviços, a gestão da medicação fica resumida à troca de receitas à
prescrição médica. Uma preocupação das equipes seria a excessiva medicalização da população de muitos
territórios num processo no qual o protagonismo e a autonomia dos usuários na construção de seus
projetos terapêuticos são muito frágeis. Assim, aposta-se que a Gestão Autônoma da Medicação, busca
incluir usuário e trabalhador numa perspectiva de autonomia, dinâmica e cogestão, que amplia o olhar
daqueles que entram em contato com essa ferramenta. A presente pesquisa adota a metodologia ação
participante atuando, numa parceria Universidade-serviços, processo de capacitação da rede de apoio à
formação de grupos para a GAM num território do município de São Paulo. Analisando o papel e gestão
da medicação nas estratégias de cuidado ofertadas e desenvolvidas no contexto da Atenção Básica,
identifica-se dificuldades e potencialidades para a ampliação dos itinerários terapêuticos através da
ferramenta GAM. Além disso, os desafios para a constituição de grupos na Atenção Básica e processos de
aproximação de trabalhadores e usuários com uma proposta nova de atuação e cuidado, trouxe à tona
reflexões sobre a relação usuários-trabalhadores e o manejo de cuidado em saúde mental. Assim, vê-se
um processo com dificuldades, mas observa-se potencialidades da inserção dessa ferramenta
proporcionando avanços de uma perspectiva antimanicomial de cuidado em saúde mental.
Grupo 16 - SAÚDE 1
CONSTRUINDO O RACIOCÍNIO CLÍNICO SOB A ÓTICA DA PSICOLOGIA SÓCIO HISTÓRICA
Maria Carolina Soares da Silva e Edna M. S. Peters Kahhale
O presente projeto tem por objetivo desenvolver o raciocínio e manejo clínico sob a ótica da Psicologia
Sócio Histórica. Será desenvolvido um de estudo de caso clínico com jovem adulto diagnosticado com
HIV+, de maneira gerar informações em profundidade, que possibilite construir um “modelo” de
raciocínio e manejo clínico. A Psicologia Sócio Histórica desenvolveu-se a partir das proposições de
Vygotsky (1896 – 1934). Sua produção tem se centrado nas áreas de atuação de educação e trabalho. A
clínica apresenta poucos trabalhos e diretivas dificultando o trabalho dos psicólogos que se dedicam a
ela. É nesta lacuna que se insere o presente trabalho. Ele estará estruturado sobre conceitos da Psicologia
Sócio-Histórica e estabelecerá diálogos com outras linhas psicológicas, bem como, recortes de diversas
áreas do conhecimento para compormos comparações, análises críticas, somas, cruzamentos e outros
experimentos ético-políticos interessantes. O processo terapêutico será registrado ao longo do processo
e analisado qualitativamente.
33
psicologicamente, e proporcionou um novo olhar sobre si mesmo aos usuários. A psicologia pode agir
mais efetivamente, sendo uma ponte que proporciona vinculação entre indivíduo e sociedade.
34
TRABALHOS APRESENTADOS DIA 23 DE MAIO DE 2018
36
que novas políticas para a população em situação de rua é importante que se faça políticas com a
população em situação de rua; levando em consideração todo o espectro social, as suas fragilidades,
perspectivas e possibilidades.
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inclusão e reinserção social, enfrentamento ao preconceito e resgate da cidadania. Na região norte do
país as iniciativas dessa modalidade de atendimento são raras. A mobilização para implantação do projeto
vem recebendo apoio logístico e práticas que envolvem o curso de Psicologia da Faculdade Católica Dom
Orione em Araguaína-TO com um grupo de estagiárias, por meio de atividades práticas e aproximação
com os organismos municipais e estaduais. O projeto vinha sendo articulado pela comissão intersetorial
de políticas públicas e representantes dos serviços de saúde e assistência social, universidades e conselhos
de direitos, para compor a Rede de Atenção Psicossocial. As acadêmicas percorrem os locais de frequência
dos usuários, enfatizando o papel do psicólogo social na comunidade e visando a expansão de estratégias
de prevenção e tratamento relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas e integrado a outras
políticas públicas. A equipe busca a investigação dos modos de atuação e as características do trabalho
de intervenção com adultos jovens em situação de rua e usuários de substâncias psicoativas, segundo
percepções de profissionais de várias áreas e os relatos obtidos dos entrevistados, bem como as ações
empreendidas evidenciam variados aspectos facilitadores do trabalho, em busca do apoio necessário e as
perspectivas de contato com os usuários para uma mudança de vida na rua.
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fortalecer a identidade dos usuários. Tivemos como resultado um conjunto de discussões sobre
estereótipos que de fato são dadas as pessoas em situação de moradia nas ruas e o quão destrutivo e
opressor são tais máscaras. Ao mesmo tempo foi possível perceber depoimentos libertadores de si
próprios e no eixo da intervenção comunitária o enriquecimento da compreensão dos processos
sociopsicológicos e o caráter orgânico que nos torna aptos à compreensão da produção discursiva da
subjetividade no mapa da desigualdade no Ceará
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conflito com a lei, atendidos pela política pública de Medida Socioeducativa no âmbito do Estado de São
Paulo, com vistas a refletir sobre ações de promoção de melhoria no trabalho e nas relações estabelecidas
no contexto da Medida Socioeducativa de Internação. Para tanto, foram realizadas entrevistas individuais
com quatro participantes, consentidas através de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com apoio
de um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo.
Os resultados revelaram a relação entre trabalhadores e adolescentes permeada por representações
negativas dos trabalhadores em relação aos adolescentes, uma prática essencialmente de segurança e
contenção e uma relação conflituosa com os adolescentes. Condições de trabalho precárias, falta de
capacitação continuada e alienação dos trabalhadores em relação à evolução legislativa apareceram como
entraves ao desenvolvimento das atividades conforme previsto pelo ECA e SINASE, persistindo, ainda,
práticas violadoras de direitos dos adolescentes e a incidência de violência nos centros de internação no
Estado de São Paulo. Compreendeu-se a necessidade de instituir espaços de reflexão e capacitação, bem
como oferecer respaldo psicossocial aos trabalhadores.
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(legislativamente) o paradigma da vigilância punitiva e higienista contra a pobreza, para o da proteção
integral, buscando a garantia máxima dos direitos civis e políticos das crianças e adolescentes e, inclusive,
a garantia do acesso à educação. Para com os adolescentes em situação de conflito com a lei, não foi
diferente, havendo diversos avanços, tanto nas políticas de atendimento, assim como nas normativas e
técnicas de intervenção. Entretanto, para com estes, identifica-se algumas dificuldades na garantia da
permanência nas políticas públicas de educação, principalmente daqueles que cumprem medida
socioeducativa em meio aberto. Determinado problema é promovido por diversos elementos, tanto
aqueles relacionados com as condições concretas de acesso à escola, assim como aspectos dificultadores
promovidos pela própria instituição escolar, a qual a partir de uma visão reducionista e estigmatizada para
com o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, dificulta o seu acesso e garantia de
permanência na escola. Vê-se também que os processos de pauperização da categoria dos professores e
a precarização dos sistemas de ensino também contribuem para este fenômeno, afinal a falta de
investimentos e formação dificulta uma análise mais radical e crítica do problema.
41
escolares, as objetivações produzidas sociais, culturais e historicamente. A imaginação e a criatividade são
processos constituídos de significação da realidade tanto objetiva quanto subjetiva.
42
apontado para conjuntos temáticos (Constelações) que revelam a literatura como um importante
instrumento de educação, vínculo, convívio, ludicidade que possibilita especialmente a ressignificação da
própria história e da história da comunidade, passando pela temática racial, de gênero, do corpo, dentre
outras questões do cotidiano das crianças, adolescentes e educadores da instituição parceira.
43
produto da aprendizagem, propôs-se a utilização de uma rubrica avaliativa, confeccionada previamente
na parceria entre professor e alunos. Dessa forma, percebeu-se que a comunicação dos critérios que
seriam utilizados na avaliação fossem discutidos, tornando horizontal a relação entre avaliador e
avaliados, na medida em que os alunos puderam conhecer o que seria deles exigido e compreender suas
falhas no processo, respeitando as características proposta pela avaliação formativa. A escolha por este
procedimento também contribuiu para a aprendizagem do aluno no tocante ao conhecimento de práticas
pedagógicas emancipatórias, tema gerador da maioria das discussões realizadas no decorrer desta
disciplina, propiciando um saber construído pela experiência. Após a conclusão da avaliação, os alunos
relataram algumas considerações a respeito da vivência proposta, o que nos levou a concluir benefícios
trazidos e melhorias a serem feitas, ao utilizar esta forma de comunicar a avaliação.
44
Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR
DOCENTE DA GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA: PSICÓLOGO OU PROFESSOR?
Cláudia Terra
O trabalho, ainda em desenvolvimento, tem como objetivo principal investigar as representações sociais
circulantes no processo de formação da identidade do docente e psicólogo que atua nos cursos de
graduação em Psicologia. Para tanto, visita os conceitos de identidade, subjetividade e comunidade, além
das diretrizes para a formação de professores para o nível superior, na tentativa de triangular com as
informações contidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB) para os cursos superiores,
as normativas do Ministério da Educação (MEC) para o curso de graduação em Psicologia, além do
discurso de psicólogos que atuam na docência do Ensino Superior e estudantes dos cursos de graduação
em psicologia. Ao adotar a perspectiva psicossocial da teoria das representações sociais, optou-se, para
sistematização das informações, recorrer ao apoio computacional do software MAXQDA para a
categorização temática e análise. Nesse sentido, considera-se as dimensões, os processos de gênese e as
funções das representações sociais, para debater as os elementos que compõem a identidade dos
docentes do curso de psicologia no âmbito de instituições de ensino superior privadas da cidade de São
Paulo. Acredita-se que as representações de professores e estudantes podem trazer elementos para a
reflexão das práticas educativas no contexto das referidas instituições, a identificação de possíveis
comunidades, a fim de se obter informações que contribuam para a proposição de políticas e estratégias
de formação docente, bem como para a formação do psicólogo docente para os cursos de psicologia.
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a escola, as significações que favorecem/desfavorecem a promoção do interesse pelo conhecimento
escolarizado. Para tal, realizamos um encontro com duas turmas de estudantes em uma instituição
pública estadual do interior do Estado de São Paulo, mediado por imagens registradas pelos fotógrafos
Sebastião Salgado, Robert Doisneau e Julian Germain, no qual os alunos foram convidados a
representarem sua escola e a que imaginavam. Resultados preliminares apontam que as representações
sobre a escola se constituem, majoritariamente, por elementos que derivam da relação professor-aluno,
como o respeito, a ética, a empatia e o cuidado. Estes fatores parecem indicar a aproximação e/ou o
distanciamento do processo ensino-aprendizagem, contudo é necessário um aprofundamento na
compreensão da relação dos jovens com a escola bem como pontuar atuação crítica do psicólogo escolar.
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Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO
“NÃO VOU DAR AULA, JÁ FECHEI AS NOTAS”. A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE A
EVASÃO NO ENSINO MÉDIO
Elora Travaini Grecco, Vera Lucia Trevisan de Souza e Lilian Aparecida Cruz Dugnani
O presente trabalho objetiva investigar, a percepção de gestores e professores, sobre os motivos que
contribuem para o processo de evasão dos alunos do 1º ano do Ensino Médio. Sua relevância se justifica
por compreendermos a evasão como um fenômeno multideterminado, configurada na relação dialética
permanente entre sujeito e social, e das significações que dela decorrem. Adota-se o referencial teórico-
metodológico da Psicologia Histórico-cultural, sobretudo os de Vigotski e seus interlocutores. O lócus da
pesquisa é uma escola pública da rede estadual de ensino Fundamental II e Médio, de uma cidade no
interior de São Paulo. As informações foram construídas à partir de entrevistas semiestruturas com 3
professoras (períodos diurno e noturno) do EM, a diretora, a vice-diretora e com dois professores
coordenadores pedagógicos. Com o intuito ampliar nossa compreensão sobre o como essas percepções
se constituem realizou-se ainda três observações; em cada uma das cinco salas dos 1º anos do Ensino
Médio, sendo três delas alocados no período matutino, e duas no período noturno. Resultados
preliminares indicam que, se por um lado, gestores e professores, compreendem que a evasão é um
processo que se constitui gradativamente, por outro, não atribuem à escola qualquer responsabilidade
na constituição desse fenômeno, compreendendo que o próprio aluno, sua condição econômica, ou sua
família são os principais responsáveis pela saída do estudante da escola.
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Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS
A DIMENSÃO SUBJETIVA DA FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA: PROPOSTA DE ANÁLISE DAS SIGNIFICAÇÕES DE
PROFESSORES SOBRE ESSE FENÔMENO
Fábio Alves Gomes, Wanda Maria Junqueira Aguiar e Raquel Antônio Alfredo
A investigação do processo de culpabilização presente na relação família-escola faz-se relevante, pois sua
intensificação tem escamoteado aspectos macrossociais que determinam essa condição, num movimento
contraditório que precisa ser amplamente discutido e enfrentado. A pesquisa em pauta tem como
objetivo geral explicitar e analisar a dimensão subjetiva da função social da família. Mais especificamente,
pretende-se analisar: as significações constituídas pelos docentes acerca da função social da família; as
mediações constitutivas da dimensão subjetiva da função social da família produzidas na escola. Isto,
mediante a problematização de elementos ideologizados sobre a função social da família, presentes em
objetivações do campo da político-científico. Como procedimento teórico-metodológico será realizada
pesquisa de campo e bibliográfica (BAPTISTA, 2014). Quanto aos instrumentos e técnicas de produção de
informações, propõe-se grupos de discussão, entrevistas semiestruturadas e observação participante
(BAUER & GASKELL, 2008). A metodologia de análise e interpretação das informações será fundamentada
na proposta de Aguiar e Ozella (2006, 2013) de análise de núcleos de significação. No campo da psicologia
sócio-histórica, interessa a dialética dos processos de constituição da função social da família, na
subjetividade dos sujeitos da pesquisa e nos processos de apropriação e expressão da sua dimensão
subjetiva no campo social. Estima-se ampliar a compreensão da dimensão subjetiva que constitui a
realidade objetiva deste fenômeno, compreendendo o seu percurso histórico e apreensão desta pelos
docentes. E, assim, contribuir para o avanço do conhecimento científico, no campo da pesquisa
educacional, quiçá, oferecendo discussões fundamentais ao balizamento de políticas públicas de
formação inicial e continuada de professores.
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pesquisa realizada no Instituto Federal – IF, a qual teve início após acompanhamento pedagógico a alunos
em situação de repetência e/ou dependência. A pesquisa está fundamentada na Psicologia Sócio-
Histórica, alicerçada no materialismo histórico-dialético, pressuposto teórico-metodológico utilizado por
Vigotski (2007). Para aprofundamento e produção das informações, utilizou-se a entrevista reflexiva
(Szymanski, 2004), como possibilidade de desvelar as zonas de sentido nas falas dos sujeitos. Para análise
das informações, foi utilizada a proposta de construção dos Núcleos de Significação elaborada por Aguiar
e Ozella (2006, 2013) e Aguiar, Soares e Machado (2015). A pesquisa tomou como parâmetro categorias
como Pensamento-Linguagem, Sentidos-Significados, as quais nos remeterão à dimensão subjetiva para
apreensão do fenômeno investigado, através da dialética entre o objetivo-subjetivo, permitindo conhecer
o movimento aparência/ essência. Dessa forma, constata-se que para compreensão do real em um
processo educacional, o humano é aspecto de relevância, pois, “a subjetividade embora tomada como
individual, é constituída socialmente em um processo objetivo, e a objetividade, a partir da ação humana
agregada a elementos de subjetividade” (Aguiar e Bock, 2016), sem dissociação, constituídos
historicamente. Assim, propõe-se considerar no espaço escolar, a contradição, unidade de contrários,
totalidade e historicidade do indivíduo/aluno, a fim de inviabilizar nas relações, aspectos excludentes que
levem a desconstrução do mesmo.
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Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS
COMO O ESTUDO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E DAS POPULAÇÕES AFRODESCENDENTES APARECE NOS
MATERIAIS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL II EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL
DA PERIFERIA DE SÃO PAULO
Pedro Sérgio Pereira
O estudo de História nas escolas brasileiras sempre privilegiou as informações sobre os Europeus, tanto
em seu continente de origem quanto nos processos colonizatórios, fossem no século XV ou XIX. A História
dos americanos nativos e das populações africanas, bem como de seus descendentes, acabaram
negligenciadas, sendo alvo de interesse apenas quando verificava-se a presença do branco europeu na
América ou na África. No caso do Brasil, que possui a maior população negra fora da África, temos um
quadro no qual boa parte dos descendentes de africanos que vivem neste país pouco ou nada sabem
sobre suas origens africanas. Os que sabem, buscaram por conta própria, pois ao longo de décadas, isso
não era uma preocupação nos currículos escolares. Com a lei 10.639/03, estabeleceu-se a obrigatoriedade
do ensino dessa temática nas escolas e os livros didáticos de História foram obrigados a se adaptar. O
objetivo deste trabalho é verificar como essas mudanças ocorreram e o quanto é possível identificar a
percepção dos alunos e professores nesse processo. No caso, tal análise usou como base duas coleções
didáticas de História voltadas para o Ensino Fundamental II, uma publicada no ano de 1996 e outra em
2016, sendo que ambas são da mesma editora e do mesmo autor.
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Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR
CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SOCIOHISTÓRICA NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS
ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Renã Herbert Ramos da Silva e Miriane da Silva Santos Barboza
Durante muito tempo, os psicólogos escolares assumiram uma postura clínica em sua atuação, segunda
a qual justificavam o fracasso do aluno no processo ensino aprendizagem ora fundamentada pelo
psicologismo, ora na teoria da carência cultural. Contudo, a partir da visão crítica impulsionada por Maria
Helena de Souza Patto, centrada no materialismo histórico dialético, a Psicologia Escolar convidou os
profissionais dessa área a reavaliar suas concepções e posicionamentos frente ao contexto escolar. É
firmado no posicionamento crítico, que é lançado o desafio de formação dos discentes do curso de
Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, matriculados na disciplina Psicologia Escolar Educacional
I. Frente a essa necessidade de rompimento do paradigma clínico, as atividades desenvolvidas em sala de
aula e nos horários de monitoria, buscam a reflexão discente, para uma atuação crítica pautada no recorte
histórico social dos atores escolares e contextualização das queixas oriundas desse âmbito. A metodologia
é sistematizada na discussão de textos compromissados com a perspectiva critica em psicologia escolar,
diálogos e debates acerca de temas específicos, além de estudos de caso. Percebeu-se que essas
atividades facilitadas tanto pela docente, quanto pelos monitores da disciplina, instigaram nos discentes
a circulação de ideias que contrapõem o paradigma clínico que por muito tempo dominou o contexto
escolar. Por fim, compreende-se a necessidade de pautar cada vez mais uma psicologia critica que firme
o seu compromisso social fomentando assim, a emancipação humana.
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com corte transversal, com amostra probabilística de 11 professores. A coleta dos dados foi realizada por
entrevista semiestruturada produzida por uma análise crítica reflexiva dos dados emitidos nas entrevistas.
Como resultados, professores idealizam e reduzem o trabalho do psicólogo, como um profissional
remediativo e imetiativa; Reforçaram a necessidade do psicólogo como responsável por alunos com
famílias desestruturadas; Problemas de aprendizagem relacionadas a traumas; Crianças estressadas e
hiperativas; Déficit de aprendizagem; Alunos com Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e laudos
médicos; Deficiência intelectual e física; autistas; Comprovar os diagnósticos feitos pelos professores; com
pais separados; autoestima baixa; com problemas de identidades e que envolvem com substancias ilícitas.
Averiguamos que não há nenhuma escola na cidade que tenha no seu quadro de colaboradores este
profissional a disposição. Acredita-se que a falta do psicólogo escolar nas escolas pode contribuir para
que o docente não tenha conhecimento sobre o fazer do psicólogo neste campo.
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reconhecimento e emancipação. O que crianças e adolescentes em situação de acolhimento entendem
como lar? Como é morar em um abrigo? Qual o impacto do espaço físico na elaboração do
desacolhimento e no possível retorno à família de origem ou a outra família? É possível preservar a
individualidade em um local onde o coletivo predomina? Tais questões permitiram o desenvolvimento de
um modelo de trabalho no qual as crianças e os adolescentes acolhidos são provocados a pensar no
significado de habitação, lar e ainda, quais desejos e sonhos suscitam dessas representações. Objetivo:
Reformar os espaços de convivência dos abrigos, incluindo as crianças, os adolescentes e jovens adultos
desde a elaboração do projeto até a execução. Entendemos que a construção de uma nova roupagem dos
serviços de acolhimento deve ser feita com base nos desejos daqueles que ali residem, sendo os
profissionais apenas facilitadores dessa vivência. Proporcionar a experiência de pertencimento por meio
da apropriação do espaço coletivo onde seja possível imprimir a individualidade de cada acolhido
(confecção de objetos), além de promover a integração do grupo na execução de uma tarefa comum.
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Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE
CIDADE DE DIREITOS E NÃO DE PRIVILÉGIOS: ANÁLISES A PARTIR DA QUESTÃO DOS RESÍDUOS
PRODUZIDOS POR UMA FAVELA CARIOCA
Fhillipe Antônio Araújo Pereira, Roberta Brasilino Barbosa, Lucas Gabriel de Matos Santos, Bruna Garritano
Ferreira, Elisa Martins, Julia Sant'Anna Gomes de Rezende e Gabriela Salem
O projeto Psicologia e Cidade é atividade de extensão da UFRJ estabelecida por uma parceria entre os
cursos de Psicologia e Arquitetura Urbanismo com o objetivo de fomentar a participação e luta política
de moradoras/es da Comunidade Indiana, localizada no bairro da Tijuca. Entre os anos de 2012 e 2014, a
comunidade foi parcialmente removida pela Prefeitura e, em 2018 volta a sofrer ameaças em função de
um novo parecer do Ministério Público que alega condições de insalubridade e risco ambiental devido sua
proximidade com o Rio Maracanã. Diante desse contexto, nós extensionistas nos aproximamos de
diversos agentes do território, passando a acompanhar as ações de luta por permanência realizadas pelas
lideranças locais em parceria com a Defensoria Pública do Estado. Essa acompanhamento também tem
ocorrido com a proposição de atividades pela cidade e pela Indiana com crianças e jovens residentes no
local. Essas atividades buscam evidenciar as contradições concernentes à cidade, observando como as
questões ambientais e de saneamento básico, mais especificamente de descarte de resíduo, podem ser
dispositivos para discutir alguns privilégios nos espaços da cidade como um todo. Essa experiência tem
nos permitido compreender as imposições de um modelo neoliberal que dita a agenda e a concepção do
planejamento urbano da cidade. Ela também nos permite construir outras narrativas para além da
reprodução do discurso culpabilizante em torno do atual estado de poluição do rio, visto que a
naturalização do estigma de poluidores é mais uma forma de violação que reforça a insegurança de
permanência.
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conteúdo (Bardin, 1977), os enunciados dos entrevistados estão sendo separados em unidades de
conteúdo, classificados em categorias e interpretados. Os resultados parciais indicam: a) nota-se um
estreitamento de relações sociais entre os imigrantes radicados no país e o engajamento deles na busca
pela reinserção psicossocial, em terra estrangeira, com o intuito de regressarem ao país natal; b) o
processo de aculturação expõe essa população a vulnerabilidades psicossociais causadas pela segregação,
a perda da identidade e da autonomia financeira/intelectuais relacionadas à condição de refugiado.
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Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS
MULHERES, MATERNIDADE E MILITÂNCIA POLÍTICA NOS MOVIMENTOS POPULARES
Flávia Roberta Eugênio e Camilla Veras Pessoa da Silva
O presente estudo pretendeu conhecer a trajetória de mulheres militantes de movimentos populares e
os sentidos e significados atribuídos à sua experiência de ser mãe. Buscando compreender de que forma
a vivência da maternidade se relaciona com as atividades da esfera política, no que tange a execução de
tarefas nos espaços públicos e coletivos. Além de investigar se os movimentos oferecem alternativas de
socialização do cuidado com as crianças, garantindo a participação nas atividades formativas,
organizativas, de direção e luta dos movimentos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com
mulheres integrantes de organizações políticas de caráter popular. O referencial teórico-metodológico
deste trabalho está ancorado no pressuposto filosófico do materialismo histórico e dialético adotado
principalmente pela Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e pela Psicologia Sócio-Histórica brasileira.
Através dos dados coletados nas entrevistas foram conformadas categorias que permitiram acessar o
sistema dinâmico das significações, em que a dimensão intelectual e afetiva localizam o fenômeno na
historicidade e na sua permanente transformação.
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fim de assegurar a sobrevivência pessoal e familiar e a violência policial como um marcador limitante das
suas possibilidades de ir e vir.
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discutiam racismo e relações raciais. Para tanto, foram estudadas 1085 seções, as quais foram divididas
em quatro categorias: citar, descrever, analisar e título. Não só li todos os títulos e palavras-chave, como
também pesquisei palavras como "negro", "branco", “racismo” ao longo de todas as seções, para verificar
se esta discussão estava presente (e como estava presente), mesmo não tendo as relações raciais como
assunto principal das pesquisas. Com os dados obtidos a partir dessa busca, analiso criticamente as
produções da psicologia bem como a academia em geral. Meu enfoque e crítica principal se dá nas revistas
que discutem trabalho e saúde do trabalhador: estas, invariavelmente, tratam da opressão de classe em
todos os seus artigos, entretanto, vem sistematicamente silenciando a discussão sobre racismo estrutural
e relações raciais.
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Grupo 30 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2
CULTURA DO ESTUPRO, PORNOGRAFIA E CONSTRUÇÃO REITERATIVA DA DEMANDA PROSTITUINTE
Cinthya Bastos Ferreira
O presente trabalho se ancora em uma metodologia bibliográfica e possui natureza exploratória. As
elaborações aqui tecidas têm como intuito situar a discussão acerca do denominado mercado do sexo e
suas relações com a estrutura social mais ampla em que se insere. Sendo assim, aborda, através de uma
análise feminista-materialista, a questão da prostituição e da pornografia, visando a desnaturalizar tais
práticas, dotando-as, ao contrário, de história – e, portanto, de atravessamentos sociopolíticos. O recorte
aqui adotado frisa, também e especialmente, as vinculações da prostituição e de produções pornográficas
às relações sociais de sexo, à noção de patriarcalismo e cultura do estupro. Desse modo, questiona-se o
que legitima que os corpos das mulheres sejam vendidos em um mercado capitalista, ao mesmo tempo
em que se discute a construção social da demanda pela prostituição/mulheres prostituídas.
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continuam acontecendo, sendo difícil acabar com o seu ciclo, pois geralmente ocorrem em ambiente
doméstico com atuais companheiros.
60
mostram que 90% têm dificuldades e impedimento na inserção no mercado de trabalho e por esta razão
se prostituem, visto que são constantemente marginalizadas pelo meio social, desde da falta de apoio
familiar à evasão escolar. A partir destas informações o presente projeto de pesquisa propõe a
identificação dos fatores que dificultam a empregabilidade de transexuais e travestis. Para o estudo
proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão sistemática de literatura sem metanálise
em modalidade de bibliometria. A viabilização da pesquisa se deu por meio de buscas nas bases
eletrônicas de dados Scielo e Google Acadêmico, com a inserção dos descritores “gênero transgênero
trabalho”, considerando o período de 2012 a 2018. Foram estabelecidas categorias para análise do
conteúdo e feitas inferências sobre os mesmos com base no marco teórico da Psicologia Social, no que se
refere aos estudos de gênero. Conclui-se que a qualificação profissional é um dos elos que precisa de
maior visibilidade para real inserção das minorias de gênero no mercado de trabalho.
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Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2
O SER ATRAVÉS DO OLHAR DO OUTRO: QUESTIONAMENTOS SOBRE PASSABILIDADE E BINARISMO DE
GÊNERO NO CUIDADO TRANSESPECÍFICO
Caroline Narjara Rodrigues Fernandes, Thaís Cardoso Beggo, José Lucas Nunes de Assis, Junia Araújo e
Mariana Hasse
Para grande parte das pessoas, quando falamos em gênero, ainda nos referimos a apenas dois papeis,
reconhecidos a partir de normas, condutas e estereótipos pré-estabelecidos com base no sexo biológico:
mulheres e homens. Exatamente por isso, pessoas transgêneras não têm reconhecimento e nem
legitimação social. Nesse contexto, o combate sistemático ao binarismo de gênero é fundamental para
garantir a visibilidade social de transgêneros. Porém, o que encontramos ao atender no Centro de
Referência em Atenção Integral à Saúde Transespecífica (CRAIST) é o desejo pela chamada
passabilidade,entendida como a tentativa ser visto socialmente como uma pessoa cisgênera, demanda
oposta à da visibilidade. Assim, ao invés de ser questionada, a passabilidade acabou naturalizada e, por
isso, as pessoas que não desejam uma transição completa ou não são “passáveis”, ou seja, que não
passam facilmente por pessoas cis, são questionadas ou consideradas “em transição”.O desejo com o qual
nos deparamos cotidianamente no CRAIST é de não ser mais reconhecido como transgênero, mas sim
como homem ou mulher, deixando de atrair olhares de julgamento de uma sociedade ainda
extremamente violenta e preconceituosa.Nesse cenário, em que o questionamento sobre o binarismo de
gênero ainda encontra pouco espaço, é urgente pensar em como produzir um cuidado que garanta às
pessoas que chegam ao CRAIST - carregadas de dúvidas e receios -, acolhimento aos desejos de
passabilidade, mas também encorajamento suficiente para a construção de reflexões sobre os sujeitos
que são/querem ser, sejam eles cis ou trans, e os desafios de estarem nesse lugar.
Grupo 32 - SAÚDE 2
EMBARAÇOS SOBRE ACONSELHAMENTO NA TESTAGEM RÁPIDA PARA HIV, NO CARNAVAL DE SALVADOR
Manuela Brito dos Santos e Monica Lima
O estudo de tese, em andamento, define como objeto de estudo o aconselhamento natestagem rápida
para HIV no carnaval de Salvador-Bahia. Trata-se do programa “Fique Sabendo”, implantado desde 2015.
Em Salvador, ele é organizado em dois pontos geográficos estratégicos do circuito do carnaval. Os
embaraços que discutiremos vemda participação como aconselhadora no carnaval de 2018. Utilizamos o
diário de campo para registrar o cotidiano do TR- HIV. Nestas ocasiões, os/as foliões/usuários fazem um
cadastro inicial, depois aguardam na sala de espera. É colhido o sangue e realizado a testagem rápida.
Pronto o resultado, o/a usuário/a é atendido/a por um/a aconselhador/a para o pós-teste. Os embaraços
observados foram a ênfase dada pelos profissionais sobre o quantitativo de testes realizados e de casos
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positivos. O grupo de aconselhadores só se reunia em torno desse tema. Também percebemos que no
carnaval, por ser uma remuneração extra, os profissionais selecionados não são os que trabalham no
rotineiramente no aconselhamento. Há uma saturação das informações dadas e recebidas no fim dia,
devido ao grande número de atendimentos.Nestes espaços, podemos atender pessoas que no cotidiano
não acessariam o serviço de testagem devido pouca informação de onde se realiza e por conta da rotina
de trabalho. São, em sua maioria, homens, negros e adultos. A riqueza do aconselhamento permite que
se acolham outras demandas: informações sobre acesso a serviços de saúde e reflexões sobre violência
contra a mulher. A “desburocratização” do atendimento não pode afirmar-se desconsiderando as
reflexões sobre os embaraços do aconselhamento TR-HIV.
Grupo 32 - SAÚDE 2
"DEFORMAS" NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E SAÚDE DO TRABALHADOR: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA
SOCIAL DO TRABALHO
Rômulo Lopes da Silva, Matheus Henrique da Silva Rocha, Carlos Henrique Ferreira da Silva e Heloísa
Aparecida de Souza
O objetivo deste ensaio é refletir sobre a prática do/a psicólogo/a perante as mudanças na legislação
trabalhista brasileira e seus possíveis impactos na vida e saúde dos/as trabalhadores/as. Para tal, adota-
se os pressupostos da Psicologia Social do Trabalho, que procura compreender de forma crítica os
múltiplos aspectos sociais e subjetivos presentes no mundo laboral. As recentes alterações na legislação
trabalhista, evidenciam as estratégias do capitalismo contemporâneo para a manutenção da hegemonia
neoliberal. Com o discurso de modernizar as relações de trabalho, percebe-se a promoção dos interesses
dos empregadores, limitando a autonomia dos/as trabalhadores/as sobre sua atividade, intensificando as
exigências e elevando a precarização do trabalho. Direitos conquistados historicamente estão ameaçados
por meio da regulamentação de contratações mais precárias e atípicas, flexibilização da jornada, alteração
das normas de saúde e segurança do trabalho e a fragilização do movimento sindical. Deste modo, as
reformas podem ser consideradas “deformações” na legislação trabalhista e revelam novos desafios para
a práxis do/a psicólogo/a, ao qual é necessário manter seu compromisso ético-político voltado aos
trabalhadores/as, problematizando e repensando os múltiplos aspectos sociais e políticos que compõem
o mundo do trabalho e afetam diretamente o modo de ser, pensar e agir da classe trabalhadora.
Grupo 32 - SAÚDE 2
PROJETO ACOLHIMENTO COMO APOSTA DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO HEMODIALÍTICO
Janaina Maria Vidal Sampaio
O presente estudo se dedica a atuação do psicólogo com pacientes renais crônicos em três clínicas de
hemodiálise no Rio de Janeiro, Brasil. O trabalho objetiva apontar reflexões sobre o “projeto
acolhimento”, com o intuito de promover o diálogo e a proximidade entre a equipe multiprofissional,
pacientes em admissão para tratamento e seus familiares, proporcionando um ambiente acolhedor e
oferecendo uma escuta ampliada. O interesse por desenvolver este projeto surge quando o setor de
psicologia observa que no processo de admissão os pacientes são caracterizados por falta de informações
quanto ao tratamento, apresentando ansiedade diante dos procedimentos e preocupações com as
mudanças de rotina que poderão comprometer seu convívio social e econômico O projeto vem sendo
balizado pelos referenciais da psicologia da saúde e sendo desenvolvido desde junho de 2016, alcançando
cinqüenta e quatro pacientes em admissão, e vinte e quatro familiares. Até o momento foi possível
observar como resultados, um maior estreitamento nas relações entre pacientes e profissionais,
conscientização do paciente em relação ao tratamento, a importância do suporte familiar durante o
tratamento e o desenvolvimento de empatia na equipe multiprofissional. Com os resultados obtidos até
o momento, nos possibilita também uma reflexão crítica sobre a atuação do psicólogo no contexto da
hemodiálise, um espaço até então pouco explorado pelo mesmo, e visto tanto pelo psicólogo quanto pela
equipe multiprofissional como uma atuação meramente tecnicista, fazendo-se necessário o psicólogo se
apropriar desse cenário e intervir nas práticas instituídas e engessadas pela rotina de trabalho
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Grupo 32 - SAÚDE 2
CLÍNICA AMPLIADA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA VIVÊNCIA NA EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE
Jady Soares Alves e Marísia Oliveira da Silva
O currículo acadêmico do estudante de psicologia da UFPB apresenta deficiências em relação a uma
formação crítica contextualizada com as questões sociais e suas problemáticas, fazendo com que não
disponham de domínio crítico em sua atuação acerca da realidade que os cercam. O presente relato de
experiência tem como objetivo descrever uma vivência de um projeto de extensão que relaciona as
práticas da Educação Popular de Paulo Freire com a Psicologia Clínica, desenvolvida por Carl Rogers com
o intuito de promover saúde na comunidade contribuindo para a inserção do estudante a novas formas
de atuação enquanto profissional em contextos de vulnerabilidade social. Consiste em visitas domiciliares
semanais às famílias de uma comunidade e rodas de conversa acerca de questões trazidas pelos próprios
moradores, atuando estudantes de graduação de diversos cursos tendo caráter multi/interdisciplinar,
além de um grupo com crianças. Segundo os estudantes, a vivência grupal e comunitária proporciona
crescimento tanto profissional como pessoal assim como percebe-se um avanço na autonomia e
empoderamento dos moradores desde a chegada do Projeto. Nota-se um maior envolvimento com as
questões sociais e subjetivas que perpassam os sujeitos para além da concepção clássica da Psicologia,
contribuindo para uma formação responsável, crítica e ampla dos estudantes.
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substâncias psicoativas abrigados em equipamentos de alta complexidade, expandimos suas
possibilidades de viverem e conviverem fora dos espaços e modelos institucionais totalitários que
restringiram sua autonomia por tantos séculos.
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Perinatal do Núcleo Integrado de Psicologia Clínica e Hospitalar-NIPCH da SCMRJ se propõe a ser um
espaço de cuidado àquela que protagoniza a vida, oferecendo atendimentos terapêuticos individuais e
em grupo. Lugar de fortalecimento do coletivo, de trocas, para a compreensão e exploração dos conflitos
que acompanham essa etapa. Porque nenhuma família está sempre em equilíbrio. Uma oferta de escuta
psicológica como refúgio à subjetividade do experienciar ser mãe. Facilitando a integração dela aos seus
próprios sentimentos, possibilitando que a mudança aconteça a partir da aceitação: Teoria Paradoxal da
mudança. Acolhendo, confirmando e ampliando a consciência dos entraves paralisantes para restabelecer
o fluxo de possibilidades de ser mulher-e-mãe apoiadas no que são e não naquilo que deveriam ser. As
mudanças vividas repercutem intensamente na constituição da maternidade e na relação mãe-bebê daí,
refletir sobre o modo de ser e de perceber da mulher, frente às condições de ser mãe contemporânea, é
investir na prevenção de instalação de sofrimento psíquico.
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Grupo 34 - JUVENTUDE E MÍDIA
ATUAÇÃO PROFISSIONAL E MILITÂNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
Mailson Santos Pereira
O presente trabalho busca relatar a experiência de atuação profissional do psicólogo social no âmbito das
políticas públicas de juventude e a inserção militante do autor nos espaços de participação social
(conferências e conselhos de direito) da referida temática no contexto baiano, indicando desafios para a
efetivação dos direitos juvenis. Aponta-se como desafio para a prática da/o psicóloga/o nas políticas
públicas de juventude as contribuições da psicologia social crítica latino americana e o compromisso social
da profissão na busca de compreender a juventude no cenário social mais abrangente, enquanto “espelho
retrovisor” da sociedade, ou seja, a singularidade desses sujeitos sociais vivenciarem de forma mais
acentuada as potencialidades e as contradições da estrutura social vigente; na tomada de referencial
teórico e prático que compreenda a juventude como uma categoria social construída na modernidade,
quer dizer, fruto da natureza do capitalismo, em meio a qual, há disputas constantes dos sujeitos sociais
individuais e coletivos quanto às concepções que nucleiam essa categoria; e no desenvolvimento de
práticas sociais que façam valer a especificidade da participação das/os próprias/os jovens na construção
de plataformas de políticas públicas a elas/es destinadas/os, potencializando o protagonismo juvenil e a
efetiva atuação e controle social das políticas públicas de juventude pelas próprias juventudes que dela
se beneficiem, assim como, dos demais atores que compõem o campo das políticas públicas de juventude.
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relação ao ano anterior. No ano de 2015, quando os grupos abordaram outras temáticas que não
englobavam a sexualidade, houve 1 caso de gravidez para cada 12 jovens de ambos os sexos dentre os 62
participantes. Ao fim de 2016, mesmo seis meses depois do término do Projeto, houve apenas uma
gravidez dente os mais de 80 jovens participantes, sendo que neste caso, a jovem em questão ficou
gestante logo no início do Projeto, tendo sido ausente em mais de 50 % dos encontros.Cada encontro foi
registrado através de fotos e relatórios, além de conterem listas de presença.
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