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INSTITUTO SILVIA LANE

II SIMPÓSIO NACIONAL
PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL

1ª EDIÇÃO

SÃO PAULO
2018
C733s Comissão Organizadora do Simpósio Nacional Psicologia e
Compromisso Social

II Simpósio Nacional Psicologia e Compromisso Social: A Psicologia e


a Construção da Crítica: Novos Embaraços no Percurso 21 a 23 de
maio de 2018 /coord. Ana Mercês Bahia Bock; org. Instituto Silvia
Lane – recurso eletrônico. – São Paulo: ISL, 2018.

Modo de Acesso: http://www.compromissosocial.org.br/ii-simposio


Isbn: 978-85-94288-00-4

1. Simpósio Nacional 2. Psicologia 3. Instituto Silvia Lane e


Compromisso Social. I. Título II. Bock, Ana Mercês Bahia.

Ficha Catalográfica elaborada: Vera Lucia Ribeiro dos Santos CRB 6198
SÍNTESE DO II SIMPÓSIO

O II Simpósio Nacional Psicologia e Compromisso Social teve como tema A psicologia e a


construção da crítica: novos embaraços no percurso. Como na sua primeira edição, o simpósio
procurou favorecer espaços de debate para o exercício da crítica. E, atentos à importância de dar
consequência à crítica, no sentido de implementar ações dela decorrentes e a ela associadas,
incluímos desta vez a realização de Atos Políticos frente ao desmonte do SUS, do SUAS, das políticas
públicas sociais em geral e em defesa da universidade pública.
Nossa avaliação é de que foi uma escolha acertada. Não há crítica, de fato, se ela se resume
a discursos teóricos apartados do posicionamento e da ação concreta. Evidentemente, tratava-se,
aqui, apenas de uma ação pontual, mas que se tornou emblemática quando consideramos que foi
apoiada nos debates proporcionados pela apresentação de trabalhos diversos, estes, sim,
reveladores de compromissos profissionais e de pesquisa críticos e realizados, cotidianamente, em
inúmeros contextos.
Também temos a mesma avaliação quando consideramos o conjunto de conferências que
desenvolveram reflexões sobre os novos embaraços permitiu acessar um conjunto grande de
questões presentes nesta conjuntura que demanda, com urgência, a defesa intransigente de
direitos. Ou seja, foram conferências que, diante dos novos embaraços proposto para o debate – a
concepção de sujeito; o cenário de desigualdade no Brasil; e as condições subjetivas na realidade
social – trouxeram elementos valiosos para subsidiar e fundamentar a crítica e articulá-la com a
prática.
Isso pôde ser feito em um diálogo importante entre áreas e abordagens da psicologia; entre
a psicologia e outras áreas; entre campos diversos de atuação, ratificando outro propósito do II
Simpósio: favorecer o encontro e a formação de coletivos que se fortaleçam na defesa da igualdade,
da justiça, dos direitos. Na construção e na defesa de uma Psicologia com esse compromisso social.
O II Simpósio teve a apresentação de 180 trabalhos, distribuídos em 34 grupos temáticos. A
atividade dos grupos priorizou o debate, que se seguiu a uma breve apresentação dos trabalhos,
tendo como referência questões mobilizadoras da reflexão e da crítica sobre o fazer da Psicologia.
As questões que nortearam a apresentação de trabalhos e o debate dos grupos foram as
seguintes:
a. O que se destaca, nos trabalhos apresentados, como elementos que revelam um
exercício crítico? Ou, em outras palavras, que exercícios de crítica se destacam nos
trabalhos?
b. O que caracteriza um exercício crítico na Psicologia? Como esse exercício garante o
Compromisso Social da Psicologia?
c. Quais tarefas podem ser apontadas, para todos os envolvidos com a produção da
Psicologia, na direção de avançar com esse exercício crítico e com o esclarecimento
e aprofundamento do Compromisso Social da Psicologia?

Os debates nos grupos foram muito bem avaliados pelos participantes e coordenadores,
tanto pela qualidade dos trabalhos apresentados, como pelo empenho em aproveitar todas as
experiências para uma troca efetiva e alimentadora de novas reflexões e produções. Nestes anais,
é possível vislumbrar essas possibilidades a partir dos resumos dos trabalhos apresentados a seguir.
Consideramos que o II Simpósio Nacional Psicologia e Compromisso Social atingiu seus
objetivos, principalmente por deixar tarefas de pesquisa, investigação, organização e mobilização
que nos animam a seguir enfrentando a conjuntura adversa com a certeza de que outra realidade
social pode ser produzida a partir da crítica consequente.
Agradecemos a todos que estiveram conosco neste evento, reconhecendo que essa
presença aumenta nossa responsabilidade de continuar colocando o Instituto Silvia Lane a serviço
desse propósito.

MEMBROS DO INSTITUTO SILVIA LANE

Ana Mercês Bahia Bock


André Isnard Leonardi
Beatriz Borges Brambilla
Cristina Silva
Edna Maria Severino Peters Kahhale
Elisa Zaneratto Rosa
Francisco José Machado Viana
Luane Neves dos Santos
Lumena Almeida Castro Furtado
Marcos Ribeiro Ferreira
Marcus Vinícius de Oliveira Silva (In memoriam)
Maria da Graça M. Gonçalves
Maria das Graças Victor
Maria Christina Barbosa Veras
Marta Elizabeth de Souza
Odair Furtado
Odette de Godoy Pinheiro
Silvio Duarte Bock
Wanda Maria Junqueira Aguiar
SUMÁRIO
TRABALHOS APRESENTADOS EM 22 DE MAIO DE 2018

GRUPO 1 ASSISTÊNCIA SOCIAL 1 _____________________________________________________ 01


 A PSICOLOGIA NO CRAS, DESAFIOS ATUAIS: REFLEXÕES CRÍTICAS A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA
 TRANSFORMAÇÕES PARA ALÉM DAS FORMAS INSTITUÍDAS
 EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO CRAS RURAL
 ECONOMIA SOLIDÁRIA E AS PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS DOS CRAS: UMA EXPERIÊNCIA DE VÁRZEA PAULISTA
 DIÁLOGOS ENTRE PSICOLOGIA E A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO CAMPO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: TESSITURAS
EM REDE
 RECONHECIMENTO SOCIAL: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA BOLSA FAMILIA

GRUPO 2 ASSISTÊNCIA SOCIAL 3______________________________________________________ 03


 CONSELHO TUTELAR: REPRESENTAÇÃO DE UMA PARCELA DA POPULAÇÃO DE POÇOS DE CALDAS SOBRE A
SUA ATUAÇÃO
 TAREFAS PARA A PSICOLOGIA NAS POLÍTICAS SOCIAIS EM BELO HORIZONTE: MODOS DE GESTÃO E
PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES
 A FRAGILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS DIANTE DO
DESMONTE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
 DE LESTE A OESTE: VIVÊNCIAS/ REFLEXÕES DE ALUNOS-ESTAGIÁRIOS-CURRICULAR-OBRIGATÓRIO
(DE)FORMATIVO
 A IMPLICAÇÃO DA PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO SOCIAL DESENVOLVIDA NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E
FORTALECIMENTOS DE VÍNCULOS: O TRABALHO COM VULNERABILIDADES SOCIAIS QUE ATRAVESSAM A
VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

GRUPO 3 DESIGUALDADE SOCIAL 1 ___________________________________________________ 05


 MIGRAÇÕES E DESENRAIZAMENTO: SOBRE A ÓPTICA DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
 FRONTEIRA, TRABALHO E A MIGRAÇÃO VENEZUELANA NO BRASIL: INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL EM UMA
PRAÇA PÚBLICA EM BOA VISTA – RORAIMA
 CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS E COMUNIDADES TRADICIONAIS: UMA ANÁLISE PSICOSSOCIAL
 NOS CAMINHOS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO GRUPO COMUCIDADE
 AS INTERAÇÕES GRUPAIS COMO FERRAMENTAS DE CUIDADO DAS REDES SOCIAIS DE EMPODERAMENTO
DOS SUJEITOS

GRUPO 4 DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 1 ____________________________________ 07


 REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A ESCOLA FAZ PARTE?
 ATUAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO FRENTE AO FENÔMENO DA VIOLÊNCIA SEXUAL NO MUNICÍPIO DE
MIRACEMA DO TOCANTINS
 JUVENTUDE PELO BAIRRO: PROPOSTAS DE MOBILIZAÇÃO COM ADOLESCENTES

GRUPO 5 DIREITOS HUMANOS _______________________________________________________ 08


 ANÁLISE DE COMENTÁRIOS EM NOTÍCIAS SOBRE A EXECUÇÃO DE UMA ATIVISTA DE DIREITOS HUMANOS
 PROJETO PET-PSICOLOGIA SUBJETIVIDADE E DIREITOS HUMANOS
 DIVERSIDADES: EXERCÍCIO DA CIDADANIA LGBT+ NA PERSPECTIVA DO SUAS
 A FRONTEIRA RESPIRA: O PROCESSO MIGRATÓRIO VENEZUELA-BRASIL, ACOLHIMENTO E UMA QUESTÃO
PARA A PSICOLOGIA

GRUPO 6 EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM ___________________________________ 10


 PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: INTERFACE NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA PARA TODOS/AS
 PRAIA, CAMPO E CIDADE - OUTRAS HISTÓRIAS POSSÍVEIS EM IPOJUCA (PE)
 RELAÇÕES AFETIVAS DE PROFESSORAS NO CONTEXTO DO ATENDIEMENTO EDUCACIONAL HOSPITALAR
 PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM: REFLEXÃO CRÍTICA EM PSICOLOGIA
 A MUDANÇA DO OLHAR SOBRE A CRIANÇA, UMA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTORICA DAS TEORIAS DE
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
 A HABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DENTRO DA TEORIA SÓCIO HISTÓRICA
 FORMAÇÃO PARA O MUNDO DO TRABALHO? PERCEPÇÕES DE FORMANDOS EM PSICOLOGIA
GRUPO 7 EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO ________________________________________ 12
 DO DISCURSO ESCOLAR DA IMPOSSIBILIDADE PARA AS POSSIBILIDADES DE AÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL:
CONVERSANDO COM ARTICULADORES (FORMADORES) SOBRE OS PROCESSOS ESCOLARES INCLUSIVOS
 INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO REGULAR:
POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA INCLUSÃO
 SIGNIFICAÇÕES DE UMA PROFESSORA ACERCA DOS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 “ATÉ DEMAIS ESSA ESCOLA ACOLHE!”: SIGNIFICAÇÕES CONSTITUÍDAS POR PROFESSORES FRENTE AO
PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
 OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE DE APOIO À ESCOLARIZAÇÃO DE UMA ESTUDANTE COM
PARALISIA CEREBRAL: A DIMENSÃO SUBJETIVA DO TRABALHO COLABORATIVO
 SIGNIFICAÇÕES DA PROFESSORA ACERCA DOS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

GRUPO 8 EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA ______________________________________________________ 15


 AUTORIDADE PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR: UM OLHAR SÓCIO-HISTÓRICO SOBRE SUA
CONSTITUIÇÃO
 A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL MEDIADA PELOS CONCEITOS DA DISCIPLINA PSICOLOGIA
DA EDUCAÇÃO: REALIDADE E POSSIBILIDADE
 A RELAÇÃO DAS SIGNIFICAÇÕES PRODUZIDAS SOBRE A PRÁTICA DOCENTE E A CONSTITUIÇÃO DA
IDENTIDADE DE PROFESSORES
 A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DOCÊNCIA: SIGNIFICAÇÕES DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE SER
PROFESSOR, PRODUZIDAS EM UM PROCESSO DE PESQUISA E FORMAÇÃO
 ATIVIDADE DOCENTE E O RECONHECIMENTO DE SI NO PROCESSO EDUCACIONAL: SIGNIFICAÇÕES
PRODUZIDAS NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
 A DIMENSÃO SUBJETIVA NA CONSTITUIÇÃO DO SER PROFESSOR DE UM BACHAREL

GRUPO 9 EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA _________________________________________ 17


 OS LIVROS DE AUTOAJUDA PARA CRIANÇAS: CILADAS DISSONANTES
 ESCOLA “SEM” PARTIDO: QUEREMOS UMA EDUCAÇÃO A SERVIÇO DA GOVERNAMENTALIDADE
NEOLIBERAL?
 DIREÇÃO ESCOLAR E O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE A EQUIPE GESTORA: UMA ANÁLISE NA
PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA
 ENTRE O COTIDIANO E A VIDA NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA DE AFETO E RESISTÊNCIA
 A ESCOLA É A EXTENSÃO DO MUNDO: CONSTRUINDO AS BASES DE UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA
 PESQUISAR É COMPOR: O FAZER PESQUISA NA PERSPECTIVA DA TEORIA ATOR REDE
 TRABALHO E CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE NA JUVENTUDE

GRUPO 10 EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO __________________________________________ 20


 DIMENSÃO SUBJETIVA DA MASCULINIDADE: SIGNIFICAÇÕES DE HOMENS GAYS SOBRE O PAPEL DA ESCOLA
NO PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA MASCULINIDADE
 PRÁTICAS DISCURSIVAS SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES NO COTIDIANO ESCOLAR
 AUTORITARISMO, RETROCESSO E RESISTÊNCIA NAS POLÍTICAS E PRÁTICAS EDUCACIONAIS EM BOA VISTA-
RR
 GÊNERO E DIVERSIDADES NA ESCOLA: VIVÊNCIAS DAS SUBJETIVIDADES NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

GRUPO 11 JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE _______________________________ 21


 OS SENTIDOS DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO PARA OS JOVENS QUE POSSUEM ESTA
VIVÊNCIA
 OUTROS DIREITOS, OUTRAS JUSTIÇAS: A PSICOLOGIA DIANTE DE REGULAÇÕES DE RELAÇÕES SOCIAIS POR
GRUPOS ARMADOS EM FAVELAS
 CONSTRUINDO NOVOS OLHARES: CAMINHOS PERCORRIDOS NO ESTÁGIO DE PSICOLOGIA JURÍDICA NA
VARA DE FAMÍLIA
 CONTRIBUIÇÕES DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA PARA A PRÁTICA DO PSICÓLOGO NO SISTEMA PRISIONAL
 AS PRÁTICAS LEGITIMADORAS DA CRIMINALIZAÇÃO DA LOUCURA E A INEFICÁCIA DA 10.216 AO LOUCO
INFRATOR
 IDEOLOGIA, TERROR E BANALIDADE DO MAL: CONTRIBUIÇÕES DE ARENDT PARA UMA PSICOLOGIA DA
LIBERDADE
GRUPO 12 TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA __________________________________________ 23
 PSICOLOGIA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: VIVENDO E APREDENDO
 INCUBAÇÃO DE UM GRUPO DE CULINÁRIA DO CAPS NO INTERIOR DE SP: PSICOLOGIA SOCIAL, SAÚDE
MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA
 PARA UMA ANÁLISE CARTOGRÁFICA DOS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NO TRABALHO COMO
ORGANIZADOR DA VIDA SOCIAL
 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E GARANTIA DE DIREITOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO
 (RE)SIGNIFICANDO O TRABALHO NO BRASIL: PROCESSOS DICOTÔMICOS DE UMA SAÚDE MENTAL FRENTE
O EMENDO DA LEGALIDADE PRECARIZADA
 ESTUDO DE CASO: TRABALHADORES ADOECIDOS PELO TRABALHO E ASSISTIDOS PELO INSS

GRUPO 13 QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1 _________________________________________________ 25


 FORMANDO PSICÓLOGAS/OS PARA AS RELAÇÕES RACIAIS: AVANÇOS E CONTRADIÇÕES NOS CURSOS DE
PSICOLOGIA DA BAHIA
 CIGANOS CALONS: RELAÇÕES SOCIAIS E RACISMO
 O RACISMO NO BRASIL E OS PARADOXOS DE UMA SOCIEDADE QUE SE DECLARA DEMOCRÁTICA
 OBSERVAÇÕES SOBRE MODOS DE BEBER E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE ENTRE OS KAIOWÁ EM MATO
GROSSO DO SUL
 A PSICOLOGIA E A PRODUÇÃO DE CUIDADO NA INTERCULTURALIDADE GUARANI E KAIOWÁ

GRUPO 14 QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1 __________________________ 27


 “ENQUANTO A MORADIA NÃO VEM”. UMA ANÁLISE DA VIDA AFETIVA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA
 RECORTES SOBRE OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DE MULHERES: FEMINISMOS, MILITÂNCIA E AÇÕES DE
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR
 RESSIGNIFICANDO OS PAPÉIS DA MULHER ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS: RELATO DE UM
GRUPO DE DISCUSSÃO REALIZADO COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO SUL DE MINAS
 REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA DA MULHER NO MEIO ACADÊMICO (1)
 REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA DA MULHER NO MEIO ACADÊMICO (2)

GRUPO 15 QUESTÕES DE GÊNERO 1 ____________________________________________________ 29


 “VAGABUNDA, PUTA E BISCATE”: AS OFENSAS VERBAIS COMO MANIFESTAÇÕES DA VIOLÊNCIA
PSICOLÓGICA DIRIGIDA ÀS MULHERES SOB ENFOQUE DOS ESTUDOS DE GÊNERO
 AÇÕES PSICOEDUCATIVAS NA ESCOLA PÚBLICA SOBRE AS PROBLEMÁTICAS QUE ENVOLVEM QUESTÕES DE
GÊNERO E SEXUALIDADE: CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL
 FEMINISMOS, SABERES E PRÁTICAS EM PSICOLOGIA: CAMINHOS E ENCRUZILHADAS RUMO A PROCESSOS
DE DESCOLONIZAÇÃO
 PERCEPÇÃO DE GESTORAS DA SOEBRAS/FASI SOBRE SER MULHER NA ATUALIDADE – UMA EXPERIÊNCIA DA
DISCIPLINA DE PSICOLOGIA SOCIAL
 HOMOFOBIA E HETEROSSEXISMO NA ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE SIGNIFICAÇÕES DE PROFESSORES GAYS
QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO BÁSICA
 CORPOLATRIA E SUAS VICISSITUDES

GRUPO 16 SAÚDE 1 _________________________________________________________________ 31


 PSICÓLOGOS DO MUNICÍPIO DA CIDADE DO RECIFE FACE À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERCEPÇÕES
E DESAFIOS
 DES(EMBARAÇOS) DA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
 DES(EMBARAÇOS) DAS APRENDIZAGENS PROFISSIONAIS EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
 UMA EXPERIÊNCIA DE ESTAGIO EM PSICOLOGIA: GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇAO (GAM) E O
PARADIGMA BIOMÉDICO NA ATENÇÃO BÁSICA
 A TRANSFORMAÇÃO DO PAPEL E DA GESTÃO A MEDICAÇÃO NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL:
IMPLEMENTANDO GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
 CONSTRUINDO O RACIOCÍNIO CLÍNICO SOB A ÓTICA DA PSICOLOGIA SÓCIO HISTÓRICA

GRUPO 17 SAÚDE MENTAL 1 _________________________________________________________ 33


 A TAREFA GRUPAL: UMA EXPERIÊNCIA COM USUÁRIOS EM CENTRO DE ACOLHIDA
 DIMENSÕES SUBJETIVAS DA PRODUÇÃO DOS SENTIDOS DA LOUCURA: A CONCEPÇÃO DA LOUCURA NA
IMPRENSA PERIÓDICA PAULISTA DO SÉCULO XIX
 MAPEAMENTO DA ATUAÇÃO DAS/OS PSICÓLOGAS/OS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL NA
REGIÃO DE SAÚDE DE VITÓRIA DA CONQUISTA
TRABALHOS APRESENTADOS EM 23 DE MAIO DE 2018
GRUPO 18 ASSISTÊNCIA SOCIAL 2 _____________________________________________________ 35
 DE ONDE PARTEM AS METAS QUE NORTEIAM OS SERVIÇOS NOS CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA
SOCIAL?
 PRIMEIROS LAÇOS
 REFLEXÕES ACERCA DO TRABALHO DO PSICÓLOGO E DO ASSISTENTE SOCIAL EM UM CENTRO DE
REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
 O CRAS COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA
 RECONHECIMENTO SOCIAL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

GRUPO 19 DESIGUALDADE SOCIAL 2 ___________________________________________________ 36


 "SE ESSA RUA FOSSE MINHA": UMA REFLEXÃO ACERCA DOS ATRAVESSAMENTOS SOCIAIS NA VIVÊNCIA
SUBJETIVA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
 SLAM RESISTÊNCIA, A SUSPENSÃO DA ORDEM
 HABITAR A PRAÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÕES COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGRAS
NUMA PRAÇA DE SALVADOR
 CONSULTÓRIO NA RUA: MOBILIZAÇÃO DE ESTUDANTES EM AÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNITÁRIA

GRUPO 20 DESIGUALDADE SOCIAL 3 ___________________________________________________ 38


 A AÇÃO CRÍTICA DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E O USO DE MAPAS AFETIVOS NA REALIDADE DE
CATADORES ESTIGMATIZADOS EM FORTALEZA - CEARÁ
 ARTE-IDENTIDADE COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE MORADIA NAS RUAS: MARCAS DA PRODUÇÃO
SUBJETIVA NO MAPA DA DESIGUALDADE NO CEARÁ
 RELATO DE EXPERIÊNCIA DA LIGA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA SOCIAL
 ATRAVE(R)SSANDO A CIDADE: NOTAS SOBRE UMA EXPLORAÇÃO SÓCIO HISTÓRICA EM ESPAÇOS DE
DESIGUALDADE NA CIDADE DE SOBRAL – CE

GRUPO 21 DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2 ____________________________________ 39


 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHADORES/AS QUE ATUAM EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO SOBRE SUA PRÁTICA E SOBRE OS/AS ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI NESTE
CONTEXTO
 SOCIEDADE DE CONTROLE, DE EXCLUSÃO E DE INVISIBILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 A FOTOGRAFIA COMO LINGUAGEM DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO
 A CONTRADIÇÃO ENTRE A GARANTIA E O (DES) ACESSO A EDUCAÇÃO: UMA REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA
PSICOLÓGICA NO ATENDIMENTO DE ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM
MEIO ABERTO
 VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NUMA PERSPECTIVA DO GÊNERO

GRUPO 22 EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE ___________________________________________ 41


 O FENÔMENO IMAGINATIVO E CRIATIVA NA PRÉ-ESCOLA
 A ARTE COMO PROMOTORA DA RECONFIGURAÇÃO DOS SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR EDUCADORES À
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
 A ATIVIDADE DO BRINCAR PARA A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA: UM DIALOGO COM ELKONIN, LEONTIEV
E VIGOTSKI
 LITERATURA, INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: O LUGAR DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS EM UM CENTRO DA
CRIANÇA E ADOLESCÊNCIA
 A PSICOLOGIA DA ARTE E A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO E DA CONSCIÊNCIA DE
ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO PÚBLICO

GRUPO 23 EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR ______________________________________________ 43


 GRUPO DE APOIO ACADÊMICO AO ESTUDANTE (GAAE): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
 HORIZONTALIDADE NA AVALIAÇÃO: UM RELATO DE PRÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DE RUBRICAS
FORMATIVAS
 O ENSINO DE PSICOLOGIA EM CURSO DE GRADUAÇÃO DE SERVIÇO SOCIAL: NOSSO REENCONTRO COM A
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
 A UNIVERSIDADE COMO FONTE DE VIVÊNCIAS
 DOCENTE DA GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA: PSICÓLOGO OU PROFESSOR?
 O ENSINO DA PSICOLOGIA SOCIAL NAS FACULDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO
GRUPO 24 EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO ________________________________________________ 45
 “SÓ POR DEUS”: A PERCEPÇÃO DA ESCOLA VIVIDA E IMAGINADA DE ALUNOS DE 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
NOTURNO
 DESAFIOS NO ESTUDO CRÍTICO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E EVASÃO
ESCOLAR
 DO ENTRETENIMENTO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: INVESTIGANDO OS SENTIDOS DA ESCOLA PARA
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO PÚBLICO DIURNO
 “NÃO VOU DAR AULA, JÁ FECHEI AS NOTAS”. A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE A EVASÃO
NO ENSINO MÉDIO
 ENSINO TÉCNICO: UMA PEDAGOGIA PARA A AUTONOMIA?
 O LUGAR DA PSICOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: A ARTE COMO MEDIAÇÃO DO TRABALHO COM
ADOLESCENTES

GRUPO 25 EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS ______________________________________ 48


 A DIMENSÃO SUBJETIVA DA FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA: PROPOSTA DE ANÁLISE DAS SIGNIFICAÇÕES DE
PROFESSORES SOBRE ESSE FENÔMENO
 NÚCLEO DE APOIO E ACOMPANHAMENTO PARA APRENDIZAGEM (NAAPA) – UMA ATUAÇÃO QUE
PROPÕEM A RUPTURA DA MEDICALIZAÇÃO E DA PATOLOGIZAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
 A DIMENSÃO SUBJETIVA DA ESTIGMATIZAÇÃO DE ALUNOS EM UMA REALIDADE ESCOLAR: ASPECTOS
EXCLUDENTES QUE LEVAM A DESCONSTRUÇÕES
 SIGNIFICAÇÕES DE FUNCIONÁRIOS DA EDUCAÇÃO SOBRE AS IMPLICAÇÕES DA FORMAÇÃO ATRAVÉS DO
PROGRAMA PROFUNCIONÁRIO
 SENTIDOS E SIGNIFICADOS CONSTITUÍDOS POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL A RESPEITO DO
REFORÇO ESCOLAR
 COMO O ESTUDO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E DAS POPULAÇÕES AFRODESCENDENTES APARECE NOS
MATERIAIS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL II EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL
DA PERIFERIA DE SÃO PAULO

GRUPO 26 EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR ___________________________________________ 50


 INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL COM PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO: REFLEXÕES SOBRE AS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DA PSICOLOGIA NA ESCOLA
 DE QUAL HISTÓRIA SE FALA: UM EMBARAÇO NA FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
 CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SOCIOHISTÓRICA NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS
ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
 RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PLANTÃO PSICOLÓGICO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO: UMA PERSPECTIVA
ARENDTIANA DA PRÁTICA PSICOLÓGICA
 UM ESTUDO CRÍTICO DA RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
 A PSICOLOGIA ESCOLAR NA AMPLIAÇÃO DA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO COM JOVENS DA ESCOLA PÚBLICA

GRUPO 27 MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE __________________________________________ 52


 ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE PÚBLICO: A CRITICIDADE COMO RECURSO DE FORMAÇÃO
 ARQUITETANDO O MUNDO
 UMA EXPERIÊNCIA DE ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO EM OCUPAÇÕES DE MORADIA
 PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE AS AÇÕES UNIVERSITÁRIAS JUNTO À POPULAÇÃO
DO COMPLEXO DA FUNERÁRIA
 CIDADE DE DIREITOS E NÃO DE PRIVILÉGIOS: ANÁLISES A PARTIR DA QUESTÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS
POR UMA FAVELA CARIOCA
 PSICOLOGIA E A CIDADE: REFLEXÕES A PARTIR DOS EFEITOS DOS MEGAEVENTOS NO RIO DE JANEIRO

GRUPO 28 MOVIMENTOS SOCIAIS ____________________________________________________ 54


 LONGE DE CASA: REPRESENTAÇÕES DE IMIGRANTES SÍRIOS NO BRASIL
 PSICOLOGIA BORRADA: ARTE, GÊNERO E MILITÂNCIA
 UMA ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA DAS EXPERIÊNCIAS E MEMÓRIAS DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS
NA LUTA PELA DEMOCRACIA (SÃO PAULO, ABC, NAS DÉCADAS DE 1970 E 1980)
 A DIMENSÃO SUBJETIVA DA REALIDADE: AS EXPERIÊNCIAS DE SUBJETIVAÇÃO PROPICIADAS PELO
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO
 MULHERES, MATERNIDADE E MILITÂNCIA POLÍTICA NOS MOVIMENTOS POPULARES
 ESCOLHAS E SEUS PORQUÊS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM GRUPOS DE JUVENTUDES
POPULARES ENQUANTO DISPOSITIVO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
GRUPO 29 QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2 _________________________________________________ 56
 EMBARAÇOS DE SER JOVEM NEGRO EM CONTEXTO RACISTA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-
CULTURAL
 EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA: A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE RACIAL A PARTIR DOS SARAUS
PERIFÉRICOS
 SENTIDOS E SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS POR PROFESSORES NEGROS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL À
PRÓPRIA IDENTIDADE
 RELAÇÕES RACIAIS E SAÚDE DO TRABALHADOR: ANÁLISE CRÍTICA DAS PRODUÇÕES DA PSICOLOGIA
 O RACISMO COMO DISPOSITIVO DE CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE NEGRA: PISTAS DA PSICOLOGIA PARA
CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO ESCOLAR ANTIRRACISTA
 SIGNIFICAÇÕES CONSTITUÍDAS PELAS EQUIPES GESTORAS QUANTO AS RELAÇÕES DE IGUALDADE RACIAL
NA ESCOLA

GRUPO 30 QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2 __________________________ 59


 CULTURA DO ESTUPRO, PORNOGRAFIA E CONSTRUÇÃO REITERATIVA DA DEMANDA PROSTITUINTE
 VIOLÊNCIA EM PAUTA: ANÁLISE DE COMENTÁRIOS EM NOTÍCIAS DE AGRESSÕES SEXUAIS
 REFLEXÕES ACERCA DO ATENDIMENTO NO SETOR PSICOSSOCIAL DA CASA DA MULHER BRASILEIRA
 ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS NAS POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRAS MULHERES

GRUPO 31 QUESTÕES DE GÊNERO 2 ____________________________________________________ 60


 CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL SOCIOJURÍDICO NOS PROCESSOS DE RETIFICAÇÃO DE NOME E SEXO
JURÍDICO DE TRANSEXUAIS E TRAVESTIS
 TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO MERCADO DE TRABALHO
 GÊNERO E IDENTIDADE: DIÁLOGOS ENTRE PSICANÁLISE E TEORIA QUEER
 A (DES)PATOLOGIZAÇÃO DAS IDENTIDADES TRANS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
 O SER ATRAVÉS DO OLHAR DO OUTRO: QUESTIONAMENTOS SOBRE PASSABILIDADE E BINARISMO DE
GÊNERO NO CUIDADO TRANSESPECÍFICO
 PSICOLOGIA E TRANSIDENTIDADES: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO

GRUPO 32 SAÚDE 2 _________________________________________________________________ 62


 EMBARAÇOS SOBRE ACONSELHAMENTO NA TESTAGEM RÁPIDA PARA HIV, NO CARNAVAL DE SALVADOR
 "DEFORMAS" NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E SAÚDE DO TRABALHADOR: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA
SOCIAL DO TRABALHO
 PROJETO ACOLHIMENTO COMO APOSTA DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO HEMODIALÍTICO
 CLÍNICA AMPLIADA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA VIVÊNCIA NA EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE

GRUPO 33 SAÚDE MENTAL 2 _________________________________________________________ 64


 A EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA NA REDE DE SAÚDE MENTAL DE VOLTA REDONDA: ENTRE A
GARANTIA DE DIREITOS E A CRIMINALIZAÇÃO DOS JOVENS EM CONFLITO COM A LEI
 REDUÇÃO DE DANOS E O CUIDADO DE SI: SOBRE QUAIS CUIDADOS FALAMOS?
 CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS CIRCUITOS DA JUSTIÇA E DA SAÚDE: TENSÕES ENTRE CUIDADO E
SEGURANÇA NO CASO DO USO DE DROGAS
 OS JOVENS AUTORES DE ATO INFRACIONAL E O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: PROBLEMATIZAÇÕES A
PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA
 PORQUE MÃE NÃO É TUDO IGUAL

GRUPO 34 JUVENTUDE E MÍDIA _______________________________________________________ 66


 PENSAMENTO CRÍTICO E RESISTÊNCIAS NO “POETRY SLAM”: AS JUVENTUDES FALAM
 TRAJETÓRIAS AFETIVO-SEXUAIS DE MULHERES JOVENS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
 ATUAÇÃO PROFISSIONAL E MILITÂNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
 BEBÊS AGORA NÃO! TENHO UM PROJETO DE VIDA
 INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
 CAMPANHA DE VACINAÇÃO IDEOLÓGICA: MARKETING, DESEJO E SUBJETIVAÇÃO EM TEMPOS DE
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL
TRABALHOS APRESENTADOS DIA 22 DE MAIO DE 2018

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


A PSICOLOGIA NO CRAS, DESAFIOS ATUAIS: REFLEXÕES CRÍTICAS A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA
José de Carvalho Abreu Neto e Marilda Castelar
O presente estudo se refere à discussão de experiência de estágio supervisionado realizada em um Centro
de Referência de Assistência Social (CRAS). O objetivo da pesquisa foi identificar os desafios e limites do
trabalho realizado por psicólogas inseridos em um CRAS no município de Salvador-ba. Para fundamentar
o relato de experiência foi utilizado a técnica da observação participante, sustentada pelo método
Etnográfico, e para tratamento e análise dos dados o referencial do materialismo histórico dialético. Entre
os principais desafios da atuação foram observados: a fragilidade da formação em Psicologia refletida na
atuação, ocasionando em dificuldades na atuação interdisciplinar e intersetorial; a prevalência da
identidade da profissão associada ao ideário individualista; a precarização do serviço público, regido pela
lógica neoliberal. Todavia, apesar dos obstáculos evidenciados sobressaíram ações e estratégias que
romperam com o ideário tradicional de fazer Psicologia, produzindo assim intervenções sintonizadas com
os princípios da Política Nacional de Assistência Social.

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


TRANSFORMAÇÕES PARA ALÉM DAS FORMAS INSTITUÍDAS
Mônica Valéria Affonso Sampaio
A política de Assistência Social tem na sua organização dois tipos de proteção: a Proteção Social Básica,
destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, quando vínculos ainda não foram rompidos. E, a
Proteção Social Especial destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que
tiveram seus direitos violados. No contexto da Proteção Social Básica encontra-se o Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) que é a porta de entrada da Assistência Social. O CRAS é um local público
localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social em que são oferecidos os serviços
de Assistência Social que tem também por objetivo fortalecer a convivência com a família e com a
comunidade. Embora este equipamento apresente diversas possibilidades existentes como o
empoderamento do indivíduo e o fortalecimento de vínculos, este se reduz apenas ao “local em que se
faz o bolsa família”. Dessa forma foi realizada uma intervenção de modo a construir uma ferramenta
potente, revolucionária e criadora que promovessem múltiplas possibilidades de existência. Foi então
idealizado e implantado o “Bazar da troca” em que os usuários do equipamento traziam seus pertences
que não consideravam estar aptos para uso (entre roupas, calçados e bolsas) e trocavam por outras peças
que lhe suscitavam o desejo. O “Bazar da troca” era alimentado por doações diversas. Através dessa
atividade foi trabalhado modos de existência pela experimentação e criado linhas de fuga capazes de
produzir novas cartografias.

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO CRAS RURAL
Thaisa Maria Fonseca Almeida, Jaciany Soares Serafim e Larissa
É com a vivência que se pode começar a entender o quanto a temática da desigualdade social é central
nos estudos que inserem a Psicologia no compromisso com a sociedade. Desta maneira que, através de
experiência de estágio psicossocial no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS Rural) na cidade
de Montes Claros – MG, por meio de uma visita domiciliar, foi possível pensar sobre o sofrimento ético-
político. Pois, assim como o se afetar com a realidade contribuiu para reflexões mais críticas e sobre o real
fazer da Psicologia, este trabalho se utiliza do conceito da afetividade para analisar a experiência desta
visita domiciliar, com a proposta de recuperação da pessoa dentro desta perspectiva crítica da
desigualdade social, no interior da dialética exclusão/inclusão, como pontuado por Sawaia (1999). A
história do contexto das políticas públicas se torna importante para entender as vulnerabilidades e riscos
sociais encontradas na família em que foi realizada a visita, além dos múltiplos determinantes atuantes
na vida. Além do estigma presente na relação desta família com a comunidade, pôde se observar a
perspectiva dos profissionais que atuam no serviço e como (não) se debruçam sobre os aspectos afetivos
da subjetividade. Logo, conclui-se que a busca de respostas que poderiam orientar as políticas públicas,
estaria no interesse de “saber quais os ingredientes psicossociais que sustentam os discursos dos

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excluídono plano intra e intersubjetivo e o que custa a exclusão a longo prazo em termos desofrimento”
(SAWAIA, 1999, p. 113).

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


ECONOMIA SOLIDÁRIA E AS PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS DOS CRAS: UMA EXPERIÊNCIA DE VÁRZEA PAULISTA
Ingrid Matzembacher Stocker Taffarello e Soraia Ansara
Este trabalho refere-se a um estudo que analisa as possibilidades e os desafios de fortalecimento
comunitário e a participação política nas práticas psicossociais desenvolvidas em um Centro de Referencia
de Assistência Social (CRAS). Objetivando romper com o assistencialismo historicamente enraizado nas
políticas de assistência social, o Município de Várzea Paulista utilizou-se da economia solidária como
estratégia de superação de situações de vulnerabilidades e de inclusão produtiva, a fim de contribuir com
um processo de fortalecimento das famílias. Vale ressaltar, que este trabalho respalda-se em uma
perspectiva teórica crítica, referenciada em conceitos desenvolvidos por Martin-Baró (1998) e Montero
(2004), a fim de evidenciar as tensões e dilemas presentes na construção de fortalecimento comunitário.
Enquanto metodologia, foram realizadas entrevistas exploratórias com a Gestora da Assistência Social,
buscando caracterizar as especificidades da Proteção Social no Município. Além disso, foram realizadas
entrevistas semiestruturadas com os profissionais dos CRAS e um grupo focal com as famílias
participantes das oficinas. O grupo focal abordou temas como: CRAS, participação, autonomia e
fortalecimento comunitário. Para a análise qualitativa dos dados, utilizou-se a análise de discurso.
Enquanto resultados, as participantes destacaram os novos aprendizados técnicos, os aprendizados
referentes à comercialização dos produtos, a ampliação de vivências em grupo, antes restritas ao
ambiente doméstico. Entretanto, seus discursos revelaram também que as estratégias utilizadas pela
economia solidária escamoteiam a precarização das relações de trabalho advindas de um sistema
excludente neoliberal. Nesta perspectiva, identifica-se que estas práticas não proporcionam um
envolvimento comunitário e político capazes de romper com esquemas fatalistas e excludentes.

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


DIÁLOGOS ENTRE PSICOLOGIA E A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO CAMPO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: TESSITURAS
EM REDE
Alexandre Bárbara Soares, Cayke Ferreira, Juliana Sampaio, Kevin Drumond Viana e Mayara Marcato
O trabalho proposto é baseado em uma experiência de estágio curricular desenvolvido no departamento
de psicologia da Universidade Federal Fluminense de Volta Redonda (RJ). Tem como prerrogativa explorar
as redes que se constroem a partir dos equipamentos de Assistência Social da cidade, fortalecendo a ótica
das políticas que regem a Assistência Social, em especial focando nos Centros de Referência da Assistência
Social (CRAS), porta de entrada aos programas, benefícios e políticas assistenciais. Tal processo
exploratório se dá através de diagnósticos socioterritoriais e pelo resgate da memória local das
comunidades assistidas. A cidade de Volta Redonda se caracteriza por ser um município com um número
expressivo em excedente de equipamentos: são mais de trinta unidades distribuídas ao longo da cidade,
estabelecendo uma contradição ao trabalhar com a noção de que a cidade por completo se encontra em
estado de vulnerabilidade social e abarcando bairros onde o sentido prático do equipamento não se
concretiza. Os equipamentos onde se encontra a equipe de estágio estão localizados nos bairros
periféricos ao centro, onde não há um real incentivo à infraestrutura e recursos sociais, culturais e
econômicos, mas extremamente heterogêneos. Na fase inicial, dividiram-se equipes em duplas, afim de
reconhecer as demandas e especificidades de cada território, estabelecendo um processo de aproximação
ao campo e às equipes técnicas, assim como os contatos iniciais com os grupos de convivência oferecidos.
Em um segundo momento, a partir do que fora observado, elaboraram-se propostas de projetos de
intervenção em campo.

Grupo 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 1


RECONHECIMENTO SOCIAL: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA BOLSA FAMILIA
Rosilene Celestina Ribeiro, Jaciany Soares Serafim e Fernanda Gonçalves de Abreu
Reconhecimento social é a decorrência de uma luta moral dos sujeitos em busca por igualdade, dignidade
humana e acesso a direitos. A Política de Assistência oferta serviços e benefícios e o Programa Bolsa
Família (PBF) viabiliza direitos, através da transferência de renda às famílias em situação de pobreza. Este
estudo teve por objetivo conhecer a relação entre reconhecimento social e oferta de Política de

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Assistência Social na percepção das usuárias do Programa. Realizou pesquisa de campo, de caráter
qualitativo, exploratório e descritivo, retrospectivo com corte transversal. A amostra foi composta por 14
beneficiárias acompanhadas pelo Serviço de Proteção e Atenção Integral a Famílias (PAIF) em Montes
Claros-MG. Os dados foram interpretados através da análise do conteúdo de Bardim e teoria do
reconhecimento Social de Axel Honneth. Os resultados demonstraram que a transferência de renda é
compreendida como uma ajuda aos mais necessitados e não como um direito por motivos de uma
sociedade desigual e injusta, as condicionalidades foram acrescidas da necessidade de se estar
trabalhando para ser beneficiária e a luta por direitos e justiça social restritas ao mérito individual sem os
deveres do Estado. Conclui-se que o PAIF, responsável pelo acompanhamento dessas beneficiárias,
necessita exercer a critica para a execução da política, considerando a dimensão subjetiva da realidade
social e instigando a reflexão sobre a identidade de estar beneficiaria como fruto das incapacidades
individuais. Consideramos, portanto, que tais percepções podem ser caracterizadas como uma violência
simbólica produzida nas relações dialéticas entre o mundo subjetivo e material, que merecem intervenção
para a desnaturalização desses sentidos, através das categorias: de afetos e de autoconfiança; das leis e
direitos, do auto-respeito; da solidariedade social e da autoestima. já que os significado se portam
naturalizados nesta sociedade.

Grupo 2 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 3


CONSELHO TUTELAR: REPRESENTAÇÃO DE UMA PARCELA DA POPULAÇÃO DE POÇOS DE CALDAS SOBRE A
SUA ATUAÇÃO
Maria Rita da Silveira Crescêncio, Karina Mello Cruz, Vanessa da Silva Lima, Cristóvão Felipe de Assis
Vasconcelos Vicente e Fernanda Mendes Resende
O trabalho foi desenvolvido a fim de investigar como uma parcela da população Poços Caldense
compreende qual é a função do Conselho Tutelar. Foi aplicado um questionário com 23 perguntas acerca
do que as pessoas entendiam que era dever da Instituição. As perguntas foram desenvolvidas por alunas
da PUC juntamente com alguns conselheiros. A intenção é que com os resultados da pesquisa, a instituição
possa esclarecer quaisquer dúvidas sobre a aplicabilidade e finalidade destas. O desenvolvimento da
pesquisa se deu a partir de uma divisão por áreas que a população tem acesso e são entendidas como
espaços que tem contato direto com Conselho através de possíveis encaminhamentos. São estes, postos
de saúde, hospitais, Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado
da Assistência Social (CREAS) e escolas com ensino médio. Também foi feita a coleta de informações com
pessoas que estavam em espaços públicos e com donos de bares. Os questionários foram aplicados com
os profissionais e usuários desses serviços. O maior contingente populacional as escolas, devido ao maior
público. Através dos resultados, foi possível chegar à conclusão que a maioria das pessoas tem
conhecimento da função do conselho, no entanto, quando os gráficos foram observados por cada área de
conhecimento é notável que algumas funções do conselho são confundidas ou até desconhecidas.
Tornou-se claro com a pesquisa, também, o pouco conhecimento de alguns profissionais a respeito da
incumbência do Conselho. Assim, o trabalho contribuiu para o conhecimento sobre a função do Conselho
Tutelar perante a população.

Grupo 2 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 3


TAREFAS PARA A PSICOLOGIA NAS POLÍTICAS SOCIAIS EM BELO HORIZONTE: MODOS DE GESTÃO E
PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES
Karina Pereira dos Santos
Trata-se de apresentar e discutir à luz das contribuições da análise institucional, da psicologia social e
comunitária, e da psicologia crítica do trabalho os discursos e práticas atuais na política de assistência
social em belo horizonte. Na prefeitura dessa cidade, tem-se instituída uma subsecretaria de assistência
social, a qual, junto às subsecretarias de segurança alimentar e nutricuional, e de direitos e cidadania,
integra a secretaria responsável pelas políticas sociais. Na perspectiva da intersetorialidade, busca-se
analisar as relações entre as três subsecretarias, de modo a identificar possíveis implicações para a
definição de público prioritário e para os processos de trabalho na assistência social. Destaca-se que as
temáticas juventude, mulhre, população lgbt e promoção da igualdade racial, entre outras, compõem as
ações de direito e cidadania. O trabalho elenca tensões concernentes à noção de vulnerabilidade social,
uma vez que ela atravessa as concepções que norteiam práticas de trabalhadoras (es) da política, inclusive
na gestão. Questiona-se a escuta reservada à população-referência das políticas sociais, e quais

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subjetividades e tipos de cidadania são engendrados em tal contexto. Abordam-se os modos de gestão
do trabalho num campo em que transparência, promoção de autonomia, participação ativa e
descentralização são princípios, diretrizes e objetivos presentes nos textos oficiais do sistema único de
assistência social (suas) e continuamente enunciados pela gestão.

Grupo 2 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 3


A FRAGILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS DIANTE DO
DESMONTE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Letícia Maia Amaral, Rosimar Conceição Rodrigues e Reinaldo da Silva Júnior
Esse trabalho refere-se ao estágio desenvolvido em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos, em Divinópolis-MG, que atende em contraturno escolar crianças e adolescentes, pertencentes
a famílias em situação de vulnerabilidade e/ou risco social. A expressão, interação e proteção são
desenvolvidas através das experiências lúdicas e vivências em grupo e familiar. Os objetivos do projeto se
pautaram em realizar um diagnóstico institucional a fim de construir saberes com os funcionários sobre
questões relacionadas às crianças/adolescentes; desenvolver grupos com os usuários que frequentam o
local, no intuito de trabalhar temas referentes ao seu desenvolvimento e demandas emergidas e viabilizar
um espaço de troca entre acadêmicos e pais, promovendo reflexões sobre os conflitos no âmbito familiar.
Os encontros foram realizados semanalmente com os beneficiários do local, trabalhando diferentes
temas, segundo as necessidades do grupo. O trabalho executado com as crianças e os adolescentes foi
bem produtivo. Buscou-se suscitar nos mesmos a autonomia e empoderamento diante das adversidades
da vida e violação de direitos, mantendo relações de empatia e alteridade. Foi possível realizar alguns
encontros com os funcionários, corroborando para a discussão de prioridades e elaboração de estratégias
para melhor efetividade do trabalho. Eventualmente, também foram realizadas reuniões com os pais que
compareciam, a fim de abarcar a criança e o adolescente de forma holística. Através de muita busca,
persistência e presença em encontros referentes à assistência social foi possível atingir – dentro das
possibilidades como estagiárias e notável fragilização do serviço – os objetivos almejados.

Grupo 2 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 3


DE LESTE A OESTE: VIVÊNCIAS/ REFLEXÕES DE ALUNOS-ESTAGIÁRIOS-CURRICULAR-OBRIGATÓRIO
(DE)FORMATIVO
Thiago Vitor de Oliveira, Gabriel Pinheiro Elias e Valéria Barreiros
Aqui vai um relato de duas experiências distintas, mas igualmente singulares de dois alunos de graduação
em psicologia, atravessados pela psicologia social e comunitária . Trata-se de um ano de vivências cada
qual num Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de um município no norte do Paraná: um na
zona leste, outro na oeste. Apesar de cardeais diferentes, partilhamos, nos momentos de supervisão, uma
série de tensões que convergiram a uma noção de atuar como atores ético-políticos, não abstratos a
realidade social que é apreendida como objeto de políticas públicas. Não há um “setting” delineado. Aliás,
é na recepção, na rua, na padaria, no bar – num estar junto cotidiano que fomos nos reconhecendo.
Aprender manuais de categorização de psicopatologias e um modo neutro de se postar começara a soar
pretensioso, pois, nesse contexto, como apreender um sujeito de forma categórica? Para melhor
exemplificar, em ambas nossas experiências, variados relatos pulularam acerca da adolescência e a escola.
Tanto agentes externos que compõem, quanto pais trazem demandas não dos adolescentes, mas aos
adolescentes e com conclusões sobre o que tinham e o que é melhor para eles, como: averiguar se não
se trata de Transtornos e/ou Déficits, efetuar palestras dos malefícios das drogas, de sexualidade e
gravidez na adolescência, entre outros. Antes, talvez. Mas, agora, faz sentido? Estamos juntos com o
protagonista? Propomos diálogos horizontais? Estão incluídos (perversamente)? Estamos incluídos
(perversamente)? Compromissados – com quem? Tomaremos partido? Numa caminhada de leste a oeste,
no embaraço do profissionalismo, desembaraçamos.

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Grupo 2 - ASSISTÊNCIA.SOCIAL 3
A IMPLICAÇÃO DA PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO SOCIAL DESENVOLVIDA NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E
FORTALECIMENTOS DE VÍNCULOS: O TRABALHO COM VULNERABILIDADES SOCIAIS QUE ATRAVESSAM A
VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Sérgio Kazuyoshi Fuji, Mariela Nicodemos Bailosa, Priscila Sales do Nascimento, Bruna Tibolla, Eduardo de
Abreu Gregório e Pedro Braga Carneiro
A atuação em Psicologia nas políticas públicas é recente, ainda mais se tratando da Política de Assistência
Social, no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), atreladoà Proteção Social Básica.
A proposta de atuação deste serviço visa atender uma parcela da população que se encontra em situação
de vulnerabilidade social, cuja desigualdade é marcada principalmente pela questão da pobreza; e tem
como principais focos de trabalho a educação social, a promoção e garantia dos direitos de crianças e
adolescentes. O trabalho das/ospsicólogas/os neste lugar tem sido construir espaços de resistência e
ressignificação de sua prática propondo alternativas criativas frente a diferentes demandas oriundas do
contexto em que está inserido. Contudo, fazem-se necessários referenciais e produções científicas nessa
área pela psicologia para interlocução das práticas realizadas pelas/os profissionais neste espaço. O
objetivo deste trabalho é refletir criticamente sobre este campo de atuação, bem como apontar caminhos
possíveis para construção do papel da psicologia no desenvolvimento do SCFV e no diálogo com a
educação social para enfrentamento das vulnerabilidades sociais. Para isso, levamos em consideração: o
trabalho realizado pela Rede Marista de Solidariedade (RMS) em diferentes Centros de Convivências no
Brasil; as 13 Categorias de Vulnerabilidade levantadas pelo Grupo de Estudo e Trabalho Psicossocial da
RMS; e o processo de formação da/oprofissional psicóloga/o para as demandas sociais emergentes deste
serviço.

Grupo 3 - DESIGUALDADE SOCIAL 1


MIGRAÇÕES E DESENRAIZAMENTO: SOBRE A ÓPTICA DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Ana Carla Risério Pereira, Carolina Barbosa da Silva, Daiane Alexandra da Silva, Jennifer Vieira Silva, Lais
Rebouças Neves Pereira, Maria Vitória da Silva Pereira e Paula da Silva Machado
O presente trabalho tem a intenção de compreender os processos de desenraizamento, sobre a
perspectiva da migração, e como a psicologia social comunitária entende e contribui para esse evento.
Desta forma, abordamos a questão do desenraizamento de um grupo de migrantes nordestinos que
trabalham informalmente na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). A
metodologia utilizada foi entrevistas exploratórias, articuladas às pesquisas bibliográficas. Utilizamos
como auxilio teórico, Éclea Bosi (2003) e Simone Weil (1996) para desenvolver acerca do
desenraizamento, dominação econômica e desigualdade social. Concluímos que o estudo de migrações e
desenraizamento levantam questões que são primordiais à formação do (a) psicólogo (a), pois o encontro
entre culturas nunca foi tão intenso como na globalização. Esse encontro não é negativo em si, porém,
torna-se negativo quando uma cultura se enxerga superior à outra, gerando o desenraizamento que causa
sofrimento psicológico ao migrante, que já perdeu sua terra natal e o modo de viver, bem como a
discriminação, preconceito, exclusão social e a exploração da mão de obra. A psicologia pode auxiliar esse
migrante a encontrar novas formas de enraizamento. A complexidade na qual encobre esse tema mostra
a necessidade que a psicologia tem de pensar e levantar alternativas de intervenções.

Grupo 3 - DESIGUALDADE SOCIAL 1


FRONTEIRA, TRABALHO E A MIGRAÇÃO VENEZUELANA NO BRASIL: INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL EM UMA
PRAÇA PÚBLICA EM BOA VISTA - RORAIMA
Caobe Lucas Rodrigues de Sousa, Juliene Dias Pessoa e Barbara Harianna Brito de Cabral
O presente trabalho trata-se de um relato das intervenções realizadas na praça Capitão Clóvis localizada
no centro da cidade de Boa Vista coordenadas por dois alunos do curso de psicologia e uma aluna do
curso de história da Universidade Federal de Roraima. Nos últimos anos, essa praça, assim como outros
espaços públicos na cidade, tem sido ocupada pela população migrante Venezuelana sem moradia. Diante
da omissão estatal e do intenso processo de vulnerabilização desse grupo, a sociedade civil tem se
organizado para suprir pontualmente algumas das demandas mais emergentes. Em meio a este
movimento, nos envolvemos na organização coletiva de um evento cultural/musical realizado na praça.
Após este contato inicial, revisitamos o local e fizemos uma espécie de mapeamento, de modo que fosse
possível conhecer e conversar com estes migrantes. Uma das demandas percebidas por nós foi a

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dificuldade que tinham para encontrar empregos e uma das razões é a ausência de currículos em
português. Então, foi criada uma equipe de voluntários para escrever/traduzir junto a elas(es) estes
currículos. Foram cinco visitas e cerca de 50 currículos até o presente. Como fundamentação da
intervenção, foram utilizadas noções de intervenção psicossocial em psicologia social comunitária, bem
como conceitos em psicologia social em geral. Apesar de não estar vinculada diretamente ao curso de
psicologia e à instituição, a ação está informalmente conectada com a rede Acolher, que é um movimento
coletivo de acolhimento que parte da Universidade Federal de Roraima, mas que hoje assume proporções
para além da instituição.

Grupo 3 - DESIGUALDADE SOCIAL 1


CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS E COMUNIDADES TRADICIONAIS: UMA ANÁLISE PSICOSSOCIAL
Eugênia Bridget Gadelha Figueiredo
Este estudo intenta ampliar a compreensão dos desdobramentos da desigualdade/injustiça social,
expressos nas dinâmicas dos conflitos socioambientais, que atingem as comunidades tradicionais de
pescadores artesanais afetando as relações comunitárias, relações de trabalho, relações de poder e o
cotidiano que estas configuram. Pretende, principalmente, vislumbrar trilhas de enfrentamento do
sofrimento e da degradação ambiental gerados por essas dinâmicas que desde a década de 90 se
intensificam no nordeste brasileiro com as atividades de exploração turístico-imobiliária, a produção de
energia eólica, exploração de gás e petróleo, a carcinicultura, a pesca industrial, entre outras. Esses
movimentos nos impõem a necessidade de análise das formas de organizações produtivas presentes em
nossa realidade para que possamos apostar em lógicas que respeitem a manutenção e reprodução das
diversas formas de vida. As comunidades de pescadores artesanais, sujeitos dessa pesquisa, nos permitem
observar o movimento atual dessas dinâmicas em uma população que, historicamente, apresenta um
modo (re)produtivo diferenciado daqueles inteiramente vinculados ao sistema de produção capitalista e
as normativas neoliberais. De um lado, uma organização produtiva que ainda se encontra baseada em
laços de pertencimento, cooperação e solidariedade, de outro, uma organização hegemônica e autofágica
que se impõem com toda violência possível sobre a primeira e sobre os ecossistemas necessários a vida
de todos. Optamos, pois, por uma análise psicossocial dessas dinâmicas que traz como categoria central
a afetividade na perspectiva ético-política de Espinosa e o trabalho alienado na concepção marxista.
Nossos objetivos: (a) identificar as principais transformações ocorridas no trabalho da pesca artesanal e
seu impacto sobre o cotidiano desses trabalhadores; (b) investigar os afetos dos(as) pescadores em
relação a estas transformações, e; c) como esses afetos se articulam e são articulados nos/pelos
movimentos de submissão e resistência nas arenas de disputa pelo território pesqueiro.

Grupo 3 - DESIGUALDADE SOCIAL 1


NOS CAMINHOS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO GRUPO COMUCIDADE
Deane Barbosa de Jesus, Yuri Batalha Quaresma, Wilson Alves Senne, Bianca Santos Mota, Lorena Portela
Santos Santana, Camila Pinho de Melo, Matheus Costa, Siomara Sousa Santos, Anne Bittencourt S. Silva e
Verena Guimarães
O presente resumo apresenta relato de experiência do Grupo COMUCIDADE – Práticas em Psicologia
Comunitária Latinoamericana, a partir do projeto de extensão COMUCIDADE: organizações políticas e
práticas comunitárias, vinculado à Universidade Federal da Bahia, que vem acontecendo desde julho de
2015. O projeto tem por objetivos o desenvolvimento de ações que auxiliem e potencializem as diferentes
práticas e organizações coletivas, pautadas no bem comum, na comunidade do Pilar, em Salvador; e,
através da inserção de estudantes e profissionais neste campo, elaborar recursos pedagógicos para a
formação de profissionais da ação social. Tomando o segundo objetivo, as atividades formativas são
organizadas em ciclos que são permeados por encontros pedagógicos teórico—vivenciais, nos quais, a
partir das angústias, desejos e reflexões disparadas no encontro com a comunidade, a equipe é convidada
a re-pensar sua ação, formação e a si. Cada início-fim de ciclo acontece apresentação de portfólios
criativos a fim de alinhavar as discussões teórico-vivenciais. Tem se mostrado necessário constante
exercício da crítica e da criatividade para o delineamento de processos de formação, criação de
tecnologias e saberes verdadeiramente comprometidos com a transformação social. A experiência de até
então tem nos mostrado que, apesar do enrijecimento e esvaziamento da política em nossa sociedade, é
possível, no exercício dialógico constante, na formação universitária perfazer caminhos que a construção

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do conhecimento seja instrumento de libertação e autonomia para todos os atores da cena, pois, como
já disse o Freire (2015), ninguém é sujeito da autonomia de ninguém, a autonomia é processo, é vir a ser.

Grupo 3 - DESIGUALDADE SOCIAL 1


AS INTERAÇÕES GRUPAIS COMO FERRAMENTAS DE CUIDADO DAS REDES SOCIAIS DE EMPODERAMENTO
DOS SUJEITOS
Natani Evlin Lima Dias, Beatriz Vieira Silva e Roque Luiz Argolo Souza
Nas interações grupais, nos encontros e na autêntica horizontalidade da comunição, são (re)constituídas
direções, vínculos, uma vez que as experiências grupais tendem a tocar todas as relações sociais do sujeito
(ROGERS, 2002). Em políticas públicas, a rede de cuidado precisa, em essência, possuir um caráter
emancipatório, enquanto lugar de passagem do usuário e não de dependência. Os grupos, nestes espaços,
são ferramentas potentes das políticas sociais. Autores como Kleba e Wendausen (2009) discutem a
promoção ampliada de saúde a partir da participação social e do empoderamento, pensamento que
corrobora com Muramoto e Mângia (2011), que abordam o impacto positivo das relações na vida das
pessoas, principalmente no que tange a promoção de saúde mental, sendo as interações grupais
considerados fatores de proteção frente aos desafios enfrentados em decorrência das crises e situações
de institucionalização, que empobrecem as redes sociais desses indivíduos. Na atual conjuntura de
desmonte das políticas sociais e da garantia de direitos, o fortalecimento das relações, da autonomia dos
sujeitos enquanto cidadãos de direitos é peça-chave na luta pelo respeito, democracia, pela saúde mental.
O que têm as interações grupais haver com esse momento? Basta pensar: quem é que mais sofre com o
duelo de classes e poder? As minorias, os usuários dos serviços, os serviços, em outras palavras, os grupos,
de pessoas, de direitos. É através do empoderamento das minorias, do resgate da autonomia, que surgem
novas linhas de forças, para enquanto cidadãos de direitos, de (re)existência, lutarem frente aos
dispositivos de poder (LUCAS; HOFF, 2009). Nas interações grupais, nos encontros e na autêntica
horizontalidade da comunição, são (re)constituídas direções, vínculos, uma vez que as experiências
grupais tendem a tocar todas as relações sociais do sujeito (ROGERS, 2002). Em políticas públicas, a rede
de cuidado precisa, em essência, possuir um caráter emancipatório, enquanto lugar de passagem do
usuário e não de dependência. Os grupos, nestes espaços, são ferramentas potentes das políticas sociais.
Autores como Kleba e Wendausen (2009) discutem a promoção ampliada de saúde a partir da
participação social e do empoderamento, pensamento que corrobora com Muramoto e Mângia (2011),
que abordam o impacto positivo das relações na vida das pessoas, principalmente no que tange a
promoção de saúde mental, sendo as interações grupais considerados fatores de proteção frente aos
desafios enfrentados em decorrência das crises e situações de institucionalização, que empobrecem as
redes sociais desses indivíduos. Na atual conjuntura de desmonte das políticas sociais e da garantia de
direitos, o fortalecimento das relações, da autonomia dos sujeitos enquanto cidadãos de direitos é peça-
chave na luta pelo respeito, democracia, pela saúde mental. O que têm as interações grupais haver com
esse momento? Basta pensar: quem é que mais sofre com o duelo de classes e poder? As minorias, os
usuários dos serviços, os serviços, em outras palavras, os grupos, de pessoas, de direitos. É através do
empoderamento das minorias, do resgate da autonomia, que surgem novas linhas de forças, para
enquanto cidadãos de direitos, de (re)existência, lutarem frente aos dispositivos de poder (LUCAS; HOFF,
2009).

Grupo 4 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 1


REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A ESCOLA FAZ PARTE?
Mirian Carvalho Lopes e Ana Cristina Serafim da Silva
Pretendeu-se investigar a violência sexual contra crianças e adolescentes nas escolas e identificar as
características desse fenômeno na cidade de Miracema do Tocantins; Caracterizar os encaminhamentos
e a atuação das escolas públicas no contexto da violência sexual contra crianças e adolescentes;
Caracterizar o suporte organizacional das escolas públicas para viabilizar a promoção dos direitos da
criança e do adolescente com relação violência sexual. Utilizou-se como referencial bibliográfico Ariès
(1978), Del Priori (2002) a fim de resgatar a história da infância em e da criança no mundo e no Brasil
desde a colonização; Faleiros e Faleiros (2007) buscou-se o conceito de Violência e como é classificada.
Em Rizzini (2009) buscou-se o conceito de Rede de proteção, para então verificar como se dá o
funcionamento das escolas na Rede. Para coleta de dados, foi aplicado um questionário junto aos atores
das instituições com questões relacionadas à atuação dessas instituições no que se refere à violência

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sexual, desde dados sobre os índices, as denúncias, quais os procedimentos realizados, o suporte
disponibilizado para as vítimas de violência sexual. Para análise dos dados utilizou-se o Iramutec e
também o SPSS. Conclui-se que muitos dos profissionais entrevistados não identificam sua instituição
como parte da Rede, há um desconhecimento da legislação que protege esses sujeitos. Vários órgão são
identificados como responsável por receber e acompanhar casos de violência sexual, no entanto não há
uma atuação em rede na cidade. As escolas não possuem procedimentos específicos de notificação em
casos de violência sexual contra crianças e adolescentes

Grupo 4 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 1


ATUAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO FRENTE AO FENÔMENO DA VIOLÊNCIA SEXUAL NO MUNICÍPIO DE
MIRACEMA DO TOCANTINS
Kellen Cristiny Araujo Menezes e Ana Cristina Serafim da Silva
O objetivo do trabalho é identificar as características do fenômeno da violência Sexual contra Crianças e
adolescentes da cidade de Miracema do Tocantins a partir da Rede de Proteção. Para o desenvolvimento
desta, foram usados questionários com questões sobre o conhecimento que os atores tinham acerca do
fenômeno da violência, formação destes e incidência de casos, e, para análise faz-se uso do Software
Iramuteq e análise descritiva resultando nas seguintes considerações: apesar da política estar bem
estabelecida visando o desenvolvimento positivo desses sujeitos, a fiscalização e critério para que ocorra
o proposto nos estatutos e órgãos competentes, é precária, resultando em atendimentos negligentes
fazendo com que o trabalho não aconteça no formato de Rede como previsto. Pode-se constatar,
também, que a violência é, em sua grande maioria, identificada como intrafamiliar e o número de vítimas
do sexo feminino é maior. A respeito da idade média das vítimas a partir das denúncias recebidas, têm-se
que varia de 03 a 16 anos, com prevalência de 10 a 15 anos.

Grupo 4 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 1


JUVENTUDE PELO BAIRRO: PROPOSTAS DE MOBILIZAÇÃO COM ADOLESCENTES
Evangelina Sanches Lima, Aline Fernanda Gallardo Silva, Gabriela Soares Castro e Vera Lucia Tieko Suguihiro
O presente trabalho aborda uma iniciativa de caráter inclusivo e preventivo do programa de pesquisa e
extensão “Juventude e violência: da violação à garantia de direitos” da Universidade Estadual de Londrina
(UEL) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) com perspectiva interdisciplinar,
contando atualmente, com a participação das áreas de Psicologia, Serviço social, Direito, Relações
Públicas, Geografia e Arquitetura. O programa se propõe a trabalhar com adolescentes residentes do
bairro Perobinha, no residencial Vista Bela do programa Minha Casa Minha Vida, local selecionado em
pesquisa prévia a partir do levantamento de dados de boletins de ocorrência junto à Delegacia do
Adolescente do município de Londrina. A iniciativa consistiu no planejamento e efetivação de oficinas
educativas com os adolescentes, após um processo anterior de inserção do programa no bairro e
aproximação com os moradores e teve por objetivo trabalhar direitos fundamentais, projeto de vida,
escolha profissional e aspectos subjetivos como autoconhecimento, ao passo que se propôs a desenvolver
a autonomia e realização das vontades, habilidades e competências do grupo. As oficinas foram realizadas
com um grupo de 10 adolescentes no formato de encontros que ocorreram na UEL sendo que o grupo
era trazido até o local por transporte disponibilizado pelo programa. Os encontros ocorreram duas vezes
por semana no período de um mês e foram conduzidos pelas estudantes de Psicologia do programa com
a parceria dos demais integrantes na participação das atividades que foram elaboradas contemplando
dinâmicas de grupo, ferramentas didáticas como confecção de cartazes, jogos e rodas de conversa.

Grupo 5 - DIREITOS HUMANOS


ANÁLISE DE COMENTÁRIOS EM NOTÍCIAS SOBRE A EXECUÇÃO DE UMA ATIVISTA DE DIREITOS HUMANOS
Rangel Jânio Batista e Silva e Victoria Soares Vidal
Mesmo após a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e Constituição Federal
(BRASIL, 1988), verifica-se que muitos direitos são assegurados apenas para poucos brasileiros, motivando
ativistas na luta para efetivação desses direitos, como Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro em
março de 2018. Martin-Baró (1997, p. 22) aponta que cabe ao psicólogo “ajudar a encontrar caminhos
para substituir hábitos violentos por hábitos mais racionais”, portanto, foi objetivo dessa pesquisa analisar
a repercussão da execução de uma ativista de Direitos Humanos a partir de análise de conteúdo (BARDIN,
2011) de comentários em um veículo de comunicação digital, sendo uma pesquisa qualitativa e de tipo

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documental. Foram buscadas as palavras-chaves "Marielle Franco" no site do jornal online G1, utilizando
como filtro “notícias” “mais recentes”. Foram selecionadas 50 reportagens, descartadas 42 por não conter
comentários, totalizando 510 comentários analisados. Observou-se que em grande parte dos comentários
esteve presente a banalização e desprezo pelo fato e pela vítima, e responsabilização por sua morte,
principalmente por suspeita de envolvimento com criminosos e por atuação em movimento de esquerda
política, defendendo direitos humanos, como se a morte de Marielle representasse a extinção de uma
defensora e parte das “classes perigosas” (WACQUANT, 2003), há presente a necessidade de destituir
essas pessoas do poder (BAUMAN, 2000, apud BATISTA, 2003). Conclui-se que existe uma visão deturpada
dos direitos humanos, contribuindo para legitimação do discurso de ódio. Considera-se necessária a
educação em direitos para ressignificação da compreensão popular acerca da conquista de direitos diante
dos atuais retrocessos.

Grupo 5 - DIREITOS HUMANOS


PROJETO PET-PSICOLOGIA SUBJETIVIDADE E DIREITOS HUMANOS
Renata Paparelli, Gabriela Machado Dias, Isabella Rezende Correa de Sá, Isadora Pavesi Arruda, Laura
Santos Silva, Letícia de Oliveira Navarro, Mariana Luiza Zsigovics Alfino e Thaís Mateo Zygmunt
Com base na Resolução CFP nº 011/98, a qual institui a Comissão de Direitos Humanos, o presente projeto
pretende ampliar a discussão entre os conhecimentos da Psicologia e o sofrimento ocasionado pela
violação de direitos humanos e que influem sobre a constituição da subjetividade. Em se tratando de um
tema de alta relevância, entende-se que as diversas abordagens teórico-metodológicas desse campo
permite a abordagem em diversos níveis de complexidade, viabilizando pesquisa, ensino e extensão para
os integrantes do Projeto. Busca a inserção reflexiva e crítica das/os estudantes nos contextos formativos,
ampliando e aprofundando a presença desse tema no curso de Psicologia. Promove a construção coletiva
de temas a serem investigados, com base na chave de leitura da historicidade, a fim de ampliar um olhar
questionador e pesquisador das realidades interventivas no campo da Psicologia e trazer os resultados
para a comunidade.

Grupo 5 - DIREITOS HUMANOS


DIVERSIDADES: EXERCÍCIO DA CIDADANIA LGBT+ NA PERSPECTIVA DO SUAS
Fernando de Oliveira Rosa, Dailza Pineda e Juliana Sol Posto Viana
O SUAS tem como objetivo assistir àqueles que dele necessitem, oferecendo suporte às populações em
situação de vulnerabilidade social por meio de ações executadas em seus equipamentos. Visa o
acompanhamento longitudinal dos sujeitos e suas famílias, estimulando sua autonomia e o exercício da
cidadania através da garantia de acesso aos direitos. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)
é um equipamento público da proteção social básica que desenvolve ações que visam prevenir situações
de vulnerabilidade por meio do fortalecimento de vínculos e ampliação da rede protetiva em um
território. Ao se denominar universal, a política de assistência social homogeneíza os sujeitos, ameniza as
diversidades e apaga as singularidades de alguns grupos. Sendo assim, foi possível notarmos que em nosso
território de atuação a não existência de um espaço de acolhimento para a população LGBT+, bem como
ausência de ações voltadas para esse grupo ainda tão exposto a vulnerabilidades relacionais, sociais,
psicológicas, econômicas, dentre tantas outras. Diante disso, implementamos um grupo no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) que nomeamos “DiVERsidades”. Tem por objetivo
oferecer um espaço de acolhimento, empoderamento e resistência aos preconceitos voltados contra a
população LGBT+, assim como desenvolver uma rede de afetos e suporte no território. Além disso, visa
desenvolver recursos de enfrentamento de forma coletiva por meio da ampliação do conhecimento
acerca dos marcos legais que garantem acesso a direitos, bem como promover uma crítica ético-política
referente aos avanços necessários para um efetivo do exercício da cidadania desse grupo ainda tão
vulnerável.

Grupo 5 - DIREITOS HUMANOS


A FRONTEIRA RESPIRA: O PROCESSO MIGRATÓRIO VENEZUELA-BRASIL, ACOLHIMENTO E UMA QUESTÃO
PARA A PSICOLOGIA
Juliene Dias Pessôa e Caobe Lucas Rodrigues de Sousa
Desde 2015, a cidade de Boa Vista - RR tornou-se principal destino para muitos venezuelanos que fogem
da crise instaurada em seu país e vêm em busca de trabalho, alimentos, remédios, moradia e melhores

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condições de vida. Nas estatísticas, o número já alcança 40 mil imigrantes que atravessam a fronteira e as
poucas oportunidades de emprego e a falta de apoio financeiro e estatal leva grande parte dessa
população a residir em abrigos e praças públicas. Defendendo a necessidade de discussões teóricas a
respeito das questões macrossociais que perpassam o movimento migratório Venezuela-Brasil, este
ensaio também destaca ações emergenciais de acolhimento, proteção e inserção de migrantes em
Roraima que vem sendo desenvolvidas sobretudo pela sociedade civil em paralelo a omissão
governamental, não desconsiderando um olhar que aproxime e distancie os processos de mobilidade e
transformação política a nível de Brasil e América Latina.

Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM


PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: INTERFACE NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA PARA TODOS/AS
Stela Maris Bretas Souza, Ariádna Souza, Celso Francisco Tondin, Evely Najjar Capdeville, Deborah Rosária
Barbosa, Ivanilson Eleutério, Luiz Miranda Sá Monte e Marcus Macedo da Silva
Este trabalho, uma proposta de parceria entre o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, através
de sua Comissão de Psicologia Escolar e Educacional, e a Secretaria de Estado de Educação de Minas
Gerais tem por objetivo ofertar orientação e suporte em relação aos aspectos emocionais, cognitivos e
sociais que intervêm no cotidiano escolar; atuar preventivamente em problemas relacionados às
dificuldades no processo de ensino-aprendizagem; prestar assessoria dentro do campo da Psicologia
Escolar a gestores e educadores no que tange às políticas e programas educacionais; contribuir, no âmbito
do sistema de ensino escolar, para o desenvolvimento de projetos e temas relacionados a preconceitos e
violências, visando fomentar uma cultura de respeito à diversidade humana; atuar preventivamente sobre
os condicionantes dos processos de adoecimento dos profissionais da educação; articular ações para o
fortalecimento da rede de proteção social numa perspectiva intersetorial e de diálogo com as
comunidades e os movimentos sociais. Para tal, sua metodologia fundamenta-se em três eixos que são
independentes entre si e que poderão ser ou não desenvolvidas concomitantemente, a saber: diagnóstico
institucional, formação continuada e projeto piloto em uma escola estadual. Como resultados, espera-se
o redimensionamento dos modos de lidar com as queixas escolares, alcançando uma postura de
implicação de todos os envolvidos no processo educativo visando à melhoria do ambiente escolar e dos
índices de aprendizagem. Pretende-se, também, que esta experiência preceda a implantação do Serviço
de Psicologia Escolar e Educacional na rede estadual de ensino numa perspectiva social-crítica, buscando
garantir a continuidade do processo iniciado.

Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM


PRAIA, CAMPO E CIDADE - OUTRAS HISTÓRIAS POSSÍVEIS EM IPOJUCA (PE)
Renata Tavares da Silva Guimarães
Esta reflexão é fruto da interação de ações pautadas em psicologia social e educação infantil no município
do Ipojuca. O desafio apresentado consistia na elaboração interdisciplinar de planos de ação educacionais,
que contemplassem suas diferenças geográficas, culturais e subjetivas. Para analisar e compreender tais
produções, revisitou-se autores como Arendt (2000), Santos (2006), Foucault (1998), Benjamim (1984),
dentre outros. Tais estudos forneceram algumas ferramentas para olharmos com mais cuidado e ética as
práticas de educação produzidas em cada região do município. Distante 43 km da cidade de Recife, Ipojuca
é reconhecido por suas belezas naturais. De acordo com o IBGE (2010), o município apresenta o 2o maior
PIB e o penúltimo IDH do Estado de Pernambuco. Um dos maiores produtores de açúcar e álcool do Brasil,
com 72 engenhos pertencentes a 02 proprietários. Tais características territoriais dão pistas da
constituição díspar da cidade. Neste contexto, muitos alunos eram facilmente diferenciados, por fatores
que os rotulavam negativamente. O estranhamento e a desconstrução de fluxos educacionais entre
cidade-campo-praia possibilitaram outras histórias. Com a ajuda de diversos alunos do município foi
escrito o livro “Ipojuca, sob o olhar dos estudantes” (2015). Outras intervenções pontuais com
professores, diretores e gestores da educação produziram espaços institucionais onde se reconheceu e
trabalhou-se com preconceitos, estreitar a relação das escolas com os Conselhos Tutelares e com as
famílias dos estudantes. Neste movimento, a SEDUC passou a integrar redes e Fóruns pernambucanos de
educação e de garantia de direitos, contribuindo com a implementação e o monitoramento das políticas
públicas educacionais.

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Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
RELAÇÕES AFETIVAS DE PROFESSORAS NO CONTEXTO DO ATENDIEMENTO EDUCACIONAL HOSPITALAR
Hemause Emanuele da Silva, Gislayne Cinara da Silva, Bruna Jucilene Carlos Gonzaga e Júlio Ribeiro Soares
O presente artigo tem como objetivo discutir a dimensão subjetiva das relações afetivas de professoras
no contexto do atendimento educacional hospitalar. O pressuposto teórico metodológico que alicerça a
pesquisa é a Psicologia Sócio-Histórica. Compreendemos que a nossa relação com o mundo é sempre
mediada por afetos, sem, com isso, haver prejuízo cognitivo. Pelo contrário, é a dialética afeto/cognição
que nos permite avaliar as diversas situações vividas como positivas ou negativas. Isso posto, a categoria
da dimensão subjetiva nos possibilita a superar concepções naturalizantes e dicotômicas sobre a relação
subjetividade-objetividade. É a compreensão da dialética entre afeto/cognição que nos proporciona uma
atuação critica sobre o atendimento educacional hospitalar. A metodologia adotada na produção dos
dados é a dinâmica de conversação com professoras que exercem a sua atividade pedagógica em classes
hospitalares com crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Na análise dos dados utilizamos os
núcleos de significações. O hospital não é um ambiente materno a prática do professor, no entanto, esse
sujeito exerce um papel fundamental para a organização das ações educacionais. E a todo o momento o
professor está vivenciando situações afetivas, que são elementos que impulsionam o seu fazer
pedagógico.

Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM


PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM: REFLEXÃO CRÍTICA EM PSICOLOGIA
Emilly Kelem Sousa Silva, Ladislau Ribeiro do Nascimento e Raimara Pereira Lourenço Duarte
Este trabalho considera o modo pelo qual os chamados problemas de aprendizagem são concebidos no
cotidiano escolar e as prováveis implicações de tais significações no engendramento de práticas escolares.
O estudo foi realizado no âmbito da disciplina Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem e teve
como principal objetivo articular e/ou contrapor à perspectiva crítica em Psicologia Escolar Educacional,
as definições de problemas de aprendizagem expressas em relatos de professoras de uma escola pública,
situada na região metropolitana de Palmas – TO. Realizou-se um estudo de campo através de observação
simples e aplicação de entrevistas abertas e semiestruturadas em um grupo de oito professoras do Ensino
Fundamental. Apoiados em pressupostos do materialismo histórico e dialético, consideramos
determinantes históricos e condicionantes políticos, econômicos, culturais e sociais na produção do
fenômeno em questão. Os resultados apontaram para o predomínio de visões reducionistas sobre a
suposta origem dos problemas de aprendizagem. O discurso médico-patologizante legitimado pelas
abordagens psicológicas pretensamente neutras, acríticas, encontra espaço em meio ao fragilizado
cotidiano de trabalho de professoras expostas ao esvaziamento de sentido da escola enquanto instituição
formadora. Assim, enfatizamos a necessidade de exercitarmos o olhar crítico para analisarmos os
problemas de aprendizagem de modo a considerar elementos históricos, políticos, econômicos, culturais
e sociais envolvidos no cotidiano em que a educação é promovida. Este exercício demanda engajamento
ético e político para a concretização do compromisso social da Psicologia através de práticas capazes de
transformar a realidade social.

Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM


A MUDANÇA DO OLHAR SOBRE A CRIANÇA, UMA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTORICA DAS TEORIAS DE
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Marcos Vinicius Ministro dos Santos e Renata Nicizak Villela
As representações históricas da criança sempre foram influenciadas pelos determinismos político,
econômico e social, que, por sua vez, estão subordinados às transformações históricas de apropriações e
contradições culturais. O presente estudo é um recorte de um projeto de iniciação científica em Psicologia
Social que tem como objetivo retratar as transformações no olhar sobre a criança desde o século XVI até
o século XXI, relacionando a construção do conceito de infância à perspectiva Materialista-
Histórico/Dialética. Para isso, foi realizada uma extensa revisão bibliográfica e documental e delineou-se
um eixo cronológico em que são abarcados os processos de transformação da educação, das teorias da
aprendizagem e do desenvolvimento infantil através das mudanças culturais que, em cadeia, culminaram
no conceito ocidental de infância na contemporaneidade.

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Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
A HABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DENTRO DA TEORIA SÓCIO HISTÓRICA
Carla Anauate
A habilitação neuropsicológica desenvolve as funções motoras, cognitivas e afetivas utilizando uma
técnica que consiste em aproveitar os componentes avaliados como preservados para habilitar funções
mentais superiores deficitárias. Baseia-se na teoria sistêmica e dinâmica de Alexander Luria e os princípios
vygotskianos de mediação, zona do desenvolvimento proximal e a relação enfatizando o vínculo
fundamental criado entre terapeuta e cliente. O objetivo deste trabalho é desenvolver, principalmente,
as funções: atenção e memória, bem como: psicomotricidade, percepção, linguagem e funções executivas
utilizando exercícios físicos e cognitivos que permitam que a criança desenvolva a possibilidade de
desenvolver a aprendizagem autônoma futura. Acreditamos que a habilitação neuropsicológica não pode
ser entendida como uma correção, mas como uma criação, dentro de um espaço potencialmente
constituído, para o desenvolvimento das funções mentais superiores dentro dos preceitos da abordagem
Sócio Histórica.

Grupo 6 - EDUCAÇÃO - AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM


FORMAÇÃO PARA O MUNDO DO TRABALHO? PERCEPÇÕES DE FORMANDOS EM PSICOLOGIA
Mônica Ramos Daltro, Ismara Soarws Cursino Roriz e Nicoleta Mendes de Mattos
Essa pesquisa investigou a percepção dos estudantes de Psicologia sobre as competências desenvolvidas
e seus sentimentos sobre o ingresso no mundo do trabalho como psicólogas (o), tendo em vista um
modelo de formação acadêmica que focaliza a abrangência da Psicologia como profissão que inclua a
promoção dos direitos humanos. Trata-se de um estudo empírico de abordagem qualitativa, realizado
através de um questionário autoaplicável, construído pelas pesquisadoras e aplicado em 16 estudantes
do 10º semestre do curso. Os resultados revelaram que processos de trabalho para atuação profissional
foram apreendidos de forma positiva. A escuta, acolhimento, possibilidade de manejo interpessoal, de
trabalhar em grupo/equipe multidisciplinar são algumas competências reconhecidas como positivamente
desenvolvidas, estas emergem articuladas ao conhecimento teórico obtido e às experiências práticas
vividas. A presença de sentimentos de insegurança enquanto percepção negativa aparece compensada
pela compreensão de que a formação não se interrompe com a conclusão do curso. A concepção de uma
formação generalista está colocada como negativa, o que pode indicar uma fragilidade no
desenvolvimento do senso crítico necessário ao exercício profissional, da mesma forma, que o
compromisso com os direitos humanos não se coloca de maneira espontânea contexto que aponta a
necessidade de discussão sobre a efetivação da proposta curricular.

Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO


DO DISCURSO ESCOLAR DA IMPOSSIBILIDADE PARA AS POSSIBILIDADES DE AÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL:
CONVERSANDO COM ARTICULADORES (FORMADORES) SOBRE OS PROCESSOS ESCOLARES INCLUSIVOS
Iara Susi Maria Silva
Determinações históricas de longa data apartaram pessoas com deficiência do convívio social.
Especificamente na educação, sob o imperativo da busca da homogeneidade nos processos de ensino-
aprendizagem, reproduziam práticas segregadoras. Socialmente, habitou-se olhar a pessoa com
deficiência como incapaz, propiciando a difusão de ideias preconceituosas, colaborando com uma
atmosfera de não investimento no desenvolvimento destas pessoas. Esta condição construiu um modo
de olhar a escolarização da pessoa com deficiência como uma tarefa herculana, onde o professor da sala
se angustia ao deparar-se com a presença da criança com deficiência na sua classe. Políticas públicas e
pesquisas, de forma complementar, tem se debruçado sobre estes aspectos, possibilitando avançar na
discussão e na elaboração de ações que promovam a escolarização sob uma perspectiva inclusiva. A
pesquisa em andamento, pretende compreender a articulação entre os aspectos assegurados na política
da educação especial na perspectiva inclusiva e as demandas apresentas por uma escola frente ao
processo educacional do estudante com deficiência. Para analisar este fenômeno adotamos o referencial
da psicologia sócio histórica e suas categorias de análise, deste modo buscaremos apreender os sentidos
e significados que os profissionais responsáveis pelos processos formativos atribuem ao seu trabalho.

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Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO
INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO REGULAR:
POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA INCLUSÃO
Ártemis Marques Alvarenga, Alice Êmile Rosa Reis, Amanda Aparecida Gonçalves, Deivid Alexandre de
Amorim, Elena Costa Vicente e Mariana Pereira Caliesto
A inclusão escolar das crianças que com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) está
amparada pela Política Nacional de Inclusão, que possui leis que preconizam e difundem um ensino
inclusivo. Porém, a concretização das diretrizes inclusivas enfrenta diversos empecilhos em sua
implementação e muitos dos alunos com TEA não concluem o processo de escolarização e poucos chegam
ao ensino médio (LIMA, LAPLANE, 2016). Dessa forma, essa pesquisa descreve o desenvolvimento do
processo de interação do aluno com Transtorno do Espectro Autista em uma escola regular. Trata-se de
uma pesquisa de levantamento, com delineamento qualitativo. Foi indicado pela supervisora de uma
escola municipal do município de Varginha/MH, 4 alunos do 1° ao 3° ano do ensino fundamental, com
idades entre 7 e 8 anos, sendo todos do sexo masculino. Os instrumentos utilizados nessa pesquisa foram
a Observação, em dias e horários diferentes em sala de aula; e o Diário de Campo, para o registro dos
acontecimentos e das percepções da observadora sobre as crianças autistas e sua sala de aula. Percebe-
se que o processo de inclusão na escola acontece parcialmente, pois não a professora de apoio não
estimula efetivamente os alunos para uma participação mínima junto à turma regular. Um exemplo disso
é o fato das atividades do aluno com TEA serem totalmente diferentes que não primam pela interação
com os demais colegas. O diálogo e a interação com a criança com TEA acontece somente com a
professora de apoio e a mesma fica alheia ao que acontece entre a professora e os outros alunos. A
disponibilidade de professores de apoio para as crianças com diagnóstico de TEA não é insuficiente, pois
há professores de apoio apenas para as crianças com graus mais severos de autismo. Falta, ainda,
capacitação e formação continuada para a equipe pedagógica lidar de forma mais efetiva com as crianças
com TEA. Portanto, na escola em que foram feitas as observações notou-se que a Lei 12.764/12, que
garante a inclusão do aluno autista no ensino regular, é cumprida, porém com algumas falhas.

Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO


SIGNIFICAÇÕES DE UMA PROFESSORA ACERCA DOS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Francisca Verônica Pereira Moreira, Francisca Verônica Pereira Moreira, Edione Monteiro Araújo Gomes,
Lourdes Bernadete Lopes Lima Rocha e Silvia Maria Costa Barbosa
Este trabalho é um recorte de uma pesquisa maior e objetiva apreender as significações de uma
professora acerca dos desafios da inclusão de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na
Educação Infantil. Assim, apreendemos seus sentimentos, concepções e ações mediadas pelas relações
na prática educativa em sala de aula. A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos
da Psicologia Sócio-Histórica na obra Fundamentos da Defectologia de Vigotski (1989) a qual considera a
deficiência dentro da perspectiva de constituição humana. Para produção das informações, utilizamos um
relato de experiência de uma professora da Educação Infantil como possibilidade de desvelar as zonas de
sentido a partir da fala do sujeito. Para análise das informações, utilizamos a proposta da construção dos
Núcleos de Significação elaborada por Aguiar e Ozella (2013), Soares e Machado (2015). Evidenciamos
que os desafios à prática inclusiva não se configuram como empecilhos. A professora está atenta às
possibilidades de inserção da criança ao processo ensino e aprendizagem, pois, a partir do relato,
observamos que a disposição da criança à escuta representa manifestação de interesse e,
consequentemente, possibilidade de inclusão. Constata-se assim, que a professora percebe as diferenças
inerentes ao ser humano, na concepção de diversidade e heterogeneidade comum à sala de aula e que
apesar de encontrar desafios em sua atividade docente age de forma a possibilitar o desenvolvimento das
potencialidades em detrimento das limitações.

Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO


“ATÉ DEMAIS ESSA ESCOLA ACOLHE!”: SIGNIFICAÇÕES CONSTITUÍDAS POR PROFESSORES FRENTE AO
PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
Agda Malheiro Ferraz de Carvalho, Luciana de Oliveira Rocha Magalhães, Marcos Eduardo dos Santos,
Marina Lara Rodrigues e Iara Susi Maria Silva
O grupo “Atividade docente e subjetividade” do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação:
Psicologia da Educação, da PUC-SP tem produzido estudos vinculados à dimensão subjetiva dos processos

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educacionais. O presente trabalho busca apreender os sentidos e significados constituídos por
professores de uma escola pública de São Paulo sobre a inclusão de alunos com deficiência. Parte dos
resultados da pesquisa são apontados no Núcleo “Inclusão e acessibilidade: até demais essa escola
acolhe!” e indicam a necessária compreensão das diferentes necessidades educacionais existentes em
sala de aula, sobre as formas de individualização no atendimento dos alunos, a importância da superação
de um temeroso discurso sobre o que é socialização e a urgente necessidade de formar uma rede
colaborativa com e para a comunidade escolar.

Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO


OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE DE APOIO À ESCOLARIZAÇÃO DE UMA ESTUDANTE COM
PARALISIA CEREBRAL: A DIMENSÃO SUBJETIVA DO TRABALHO COLABORATIVO
Alessandra Bonorandi Dounis e Neiza de Lourdes Frederico Fumes
Este trabalho traz o relato parcial de uma pesquisa de Doutorado em andamento, inserida em um
Programa de Pós-Graduação em Educação e que tem como objetivo central analisar a constituição da
dimensão subjetiva dos envolvidos na construção de uma rede de apoio à inclusão e permanência escolar
de uma estudante com Paralisia Cerebral. Para alcançá-lo, optamos pelo desenvolvimento de uma
pesquisa qualitativa com abordagem Sócio-Histórica, ancorada nos pressupostos epistemológicos de
Vigotski. Iniciamos a aproximação com o campo de pesquisa, uma Escola Municipal de Ensino
Fundamental, no começo do ano letivo de 2016 e permanecemos lá até o momento. Os dados estão sendo
produzidos a partir dos procedimentos da entrevista reflexiva individual e coletiva e da autoconfrontação
simples e cruzada. Até o momento pudemos vivenciar encontros de consultoria colaborativa e formação
com os professores da escola, reuniões de planejamento conjunto com professoras, gestoras, técnica de
educação especial e família, além de algumas observações em sala de aula e demais espaços escolares.
Inicialmente identificamos os entraves para o desenvolvimento das atividades de colaboração e
articulação da rede, além de alguma resistência de alguns de seus membros ao trabalho coletivo. No
entanto, no decorrer das vivências e a partir do envolvimento na resolução coletiva dos problemas
emergentes da inclusão da estudante nas atividades escolares, vimos se destacarem as mediações da
subjetividade dos sujeitos da rede, que vêm colaborando ou não para sua efetivação e que serão
devidamente estudadas na etapa de análise, a partir dos núcleos de significação propostos por Aguiar e
Ozella

Grupo 7 - EDUCAÇÃO - DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO


SIGNIFICAÇÕES DA PROFESSORA ACERCA DOS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Sílvia Maria Costa Barbosa, Mariluze Riane Diniz dos Santos, Edione Monteiro Araújo Gomes, Francisca
Verônica Pereira Moreira e Lourdes Bernadete Lopes Lima Rocha
Este trabalho é um recorte de uma pesquisa maior e objetiva apreender as significações de uma
professora acerca dos desafios da inclusão de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na
Educação Infantil. Assim, refletiremos seus sentimentos, concepções e ações mediadas pelas relações na
prática educativa em sala de aula. A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da
Psicologia Sócio-Histórica na obra Fundamentos da Defectologia de Vigotski (1989) a qual considera a
deficiência dentro da perspectiva de constituição humana. Para produção das informações, utilizamos um
relato de experiência de uma professora da Educação Infantil como possibilidade de desvelar as zonas de
sentido a partir da fala do sujeito. Para análise das informações, utilizamos a proposta da construção dos
Núcleos de Significação elaborada por Aguiar e Ozella (2013), Soares e Machado (2015). Evidenciamos
que os desafios à prática inclusiva não se configuram como empecilhos. A professora está atenta às
possibilidades de inserção da criança ao processo ensino e aprendizagem, pois, a partir do relato,
observamos que a disposição da criança à escuta representa manifestação de interesse e,
consequentemente, possibilidade de inclusão. Constata-se assim, que a professora percebe as diferenças
inerentes ao ser humano, na concepção de diversidade e heterogeneidade comum à sala de aula e que
apesar de encontrar desafios em sua atividade docente age de forma a possibilitar o desenvolvimento das
potencialidades em detrimento das limitações.

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Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA
AUTORIDADE PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR: UM OLHAR SÓCIO-HISTÓRICO SOBRE SUA
CONSTITUIÇÃO
Bruna Jucilene Carlos Gonzaga, Júlio Ribeiro Soares, Hemause Emanuele da Silva e Gislayne Cinara da Silva
O cenário educacional é constituído por um contexto que é político, econômico e social, que passa por
constantes transformações. Dentre essas transformações se encontram aquelas ligadas à autoridade
pedagógica do professor no exercício docente. Diante de uma visão em que o homem se constitui no
movimento dialético de transformação dessa realidade em que está inserido, nos propusemos, nesse
estudo, a apreender os sentidos e significados constituídos por um professor do ensino superior acerca
de sua autoridade pedagógica em sala de aula. Para isso, o trabalho foi norteado pela Psicologia Sócio
Histórica, partindo de uma visão de homem ativo, histórico e social. Para nortear as análises e o olhar aos
sentidos e significados que constituem a autoridade pedagógica no ensino superior, foram usadas as
seguintes categorias: Historicidade, atividade, pensamento e linguagem e sentidos e significados. Para a
obtenção do material a ser analisado utilizamos a entrevista reflexiva e para a análise dos dados, a
proposta dos Núcleos de Significação. O material construído e a apreensão dos sentidos e significados do
professor permitiram a construção de um olhar crítico e reflexivo sobre os constituintes da autoridade
pedagógica e vivência docente no Brasil, nos possibilitando chegar a elementos dessa realidade e
ultrapassar visões naturalizantes e dicotômicas da constituição do sujeito.

Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA


A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL MEDIADA PELOS CONCEITOS DA DISCIPLINA
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: REALIDADE E POSSIBILIDADE
Ana Gabriela Nunes Fernandes e Maria Vilani Cosme de Carvalho
Esta pesquisa aborda a análise sobre a prática pedagógica, destacando a mediação dos conceitos da
disciplina Psicologia da Educação na constituição das referidas práticas. Defende-se a tese de a prática
pedagógica de professoras da Educação Infantil quando mediadas pelo processo de apropriação e
objetivação de conceitos da disciplina de Psicologia da Educação tem possibilidade de se transformar em
práxis. O objetivo geral proposto é: Investigar o processo de apropriação e objetivação de conceitos da
disciplina Psicologia da Educação que medeiam a prática pedagógica de professores da Educação Infantil
e as possibilidades de transformação em práxis. Apresenta-se como aporte teórico a Psicologia Sócio-
Histórica, destacando categorias como consciência e atividade, sentidos e significados e segue as
orientações do método Materialismo Histórico e Dialético, com base nas categorias apropriação e
objetivação, historicidade, mediação, possibilidade e realidade e práxis. A pesquisa foi realizada com duas
professoras que atuam em escolas da rede pública municipal de Teresina na Educação Infantil e utilizou
como instrumentos entrevistas formativas mediadas pela reflexão sobre as vivências, que nos
possibilitaram realizar a síntese dos processos vivenciados pelas professoras em seus movimentos
constitutivos. A análise das entrevistas foi realizada com base nos Núcleos de Significação. A discussão
acerca das zonas de sentido produzidas pelas professoras contribui para a constituição de possibilidades
de discussão crítica sobre a unidade formação docente e prática pedagógica, ao revelarem a apropriação
das teorias psicológicas como caminho orientador de ações que visem a transformação dos sujeitos em
formação e da realidade em que estão inseridos.

Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA


A RELAÇÃO DAS SIGNIFICAÇÕES PRODUZIDAS SOBRE A PRÁTICA DOCENTE E A CONSTITUIÇÃO DA
IDENTIDADE DE PROFESSORES
Luana Lima Fonseca Couto e Raquel Antônio Alfredo
A constituição da identidade tem origem nas múltiplas relações que o indivíduo estabelece com a
realidade, nos grupos dos quais participa, se assemelhando, se diferenciando de seus pares. Nesta
comunicação, apresenta-se uma síntese de pesquisa realizada com o objetivo geral de compreender as
múltiplas determinações que constituem as significações produzidas por uma professora da educação
básica sobre a prática docente e suas relações com a constituição da sua identidade. O referencial teórico-
metodológico está assentando no Materialismo Histórico Dialético e na Psicologia Sócio Histórica,
precisamente nas obras de Marx (1983), Engels (1979), Vygotsky e Luria (1996), Vigotski (2007; 2009),
Leontiev (1978) e, na concepção de identidade como metamorfose, proposta por Ciampa (1985; 2005). A
investigação contou com a participação de uma professora. A produção dos dados foi realizada através

15
de entrevista narrativa, conforme Bruner (1991) e Bauer e Jovchelovich (2010). A análise foi desenvolvida
a partir dos Núcleos de Significação, procedimento metodológico proposto por Aguiar e Ozella (2006;
2013). Evidencia-se que a identidade docente se constitui a partir de processos que se desenvolvem no
decorrer da vida do professor, não somente no período de exercício profissional. Dentre os determinantes
histórico-sociais da profissão, destaca-se como constituintes da identidade docente, as contradições que
se revelaram no processo de escolha profissional; no processo de formação inicial; no exercício inicial da
profissão e, ainda, nos processos de desvalorização do professor e na sobrecarga de novas
responsabilidades relacionadas a valores básicos essenciais ao processo formativo dos seres humanos.

Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA


A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DOCÊNCIA: SIGNIFICAÇÕES DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE SER
PROFESSOR, PRODUZIDAS EM UM PROCESSO DE PESQUISA E FORMAÇÃO
Maria Emiliana Lima Penteado e Wanda Maria Junqueira de Aguiar
O presente trabalho é um recorte da tese intitulada “A dimensão subjetiva da docência: significações de
professores e gestores sobre ser professor, produzidas em um processo de pesquisa e formação”, tendo
como objetivo expor e explicar um de seus capítulos, a saber, “A perspectiva dos professores sobre o
processo de pesquisa e formação do Grupo Atividade Docente e Subjetividade -GADS: uma leitura a partir
da crítica”. A fundamentação teórica centra-se na psicologia sócio-histórica e na pedagogia histórico-
crítica. O campo de pesquisa foram duas escolas públicas de São Paulo e contou com a participação de 40
educadores. Utilizou-se dos Núcleos de Significação, para análise e interpretação dos dados. Os
resultados, especificamente os que concernem ao recorte deste trabalho, apontaram que os encontros
realizados para o desenvolvimento da pesquisa e formação favoreceram a participação colaborativa e
crítica dos professores; constatou-se que estes profissionais, mediados pelos pesquisadores do GADS,
puderam rever suas práticas pedagógicas de modo crítico, em momentos, chamados por nós, de
reflexividade com possíveis reverberações no cotidiano da escola.

Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA


ATIVIDADE DOCENTE E O RECONHECIMENTO DE SI NO PROCESSO EDUCACIONAL: SIGNIFICAÇÕES
PRODUZIDAS NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
Evandro Nogueira de Oliveira e Júlio Ribeiro Soares
Neste trabalho, nosso objetivo maior consistiu em apreender as significações produzidas por uma
professora acerca da sua atividade docente. Para isso, contamos com a colaboração de um sujeito que
atua efetivamente, há dois anos e meio, no sistema público da educação básica. O movimento de
obtenção das informações foi inspirado no modelo metodológico da dinâmica conversacional, Para a
análise das informações utilizamos a proposta dos núcleos de significação. Foi possível constatar que a
partir da sua atividade docente a professora reflete criticamente sobre o seu processo de trabalho,
perspectivando melhorias, as quais estão concretizadas na apropriação dos saberes não-cotidianos,
objetivando-se na transformação do professor em um ser para-si. Isto é, a partir da mobilização dos
saberes não-cotidianos a professora esforça-se para transformar a sua realidade educacional. Assim
sendo, os movimentos analíticos deste estudo dão nitidez a ideia de uma atividade docente
comprometida socialmente com a formação ética, política e cidadã dos sujeitos. A partir destas
constatações, compreendemos que o processo de constituição da professora é mediado e
constantemente modificado via reflexão crítica da sua atividade docente, especialmente, no que se refere
a sua relação com os outros agentes do processo educacional. Com isso, é possível pensar o espaço escolar
como um ambiente de colaboração. A partir destas observações, entendemos que é necessário investir
numa aprendizagem colaborativa, professores iniciantes e veteranos num espaço comum, produzindo e
partilhando conhecimentos e estratégias de ensino, as quais ao mesmo instante deem visibilidade e
consideram a realidade objetiva.

Grupo 8 - EDUCAÇÃO - DOCÊNCIA


A DIMENSÃO SUBJETIVA NA CONSTITUIÇÃO DO SER PROFESSOR DE UM BACHAREL
Maria Marta de Medeiros e Silvia Maria Costa Barbosa
Este trabalho é parte de uma pesquisa cujo objetivo foi apreender as significações do professor bacharel
acerca da sua constituição docente. A pesquisa teve como fundamento os pressupostos teórico-
metodológicos da Psicologia Sócio-Histórica, por nos possibilitar a compreensão, não apenas da realidade

16
objetiva, assim como seus aspectos subjetivos em suas diversas determinações. Considerando a
especificidade do trabalho que versou sobre as significações constitutivas do sujeito sobre a sua
constituição docente, utilizamos como procedimento para produção das informações a entrevista
reflexiva, por nos   proporcionar condições de horizontalidade entre pesquisador e sujeito pesquisado,
além da possibilidade da recorrência para aprofundamento das informações.  A análise e interpretação
das informações foram possíveis  através  da proposta dos Núcleos de Significação (Aguiar e Ozella, 2006;
2013 e Aguiar, Soares e Machado (2015). Neste trabalho nos propomos a discutir um dos três núcleos de
significação trabalhados na pesquisa, a saber; o que trata da Satisfação em ser professor e unir a docência
à área da construção civil. Este núcleo está organizado a partir da articulação de indicadores, que
revelaram as motivações do sujeito no que se refere à descoberta de si na profissão docente, bem como
a necessidade de associar a atividade de ensino à sua atividade como engenheiro. As significações
produzidas revelaram as mediações e o modo como o professor pensa, sente e age diante da realidade
do processo de ensino, além de fornecer caminhos para pensar a atividade docente mediada pela sua
experiência como engenheiro. Essa constatação permitiu inferir que o professor significa a profissão
docente em função da sua atuação como engenheiro.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


OS LIVROS DE AUTOAJUDA PARA CRIANÇAS: CILADAS DISSONANTES
Sheila Daniela Medeiros dos Santos
No Brasil atual, os livros de autoajuda para crianças estão se transformando em um fenômeno de vendas
no mercado editorial, ao mesmo tempo em que são largamente propalados no campo da educação
escolar. Neste contexto, nota-se que diversas instituições educativas recorrem aos livros de autoajuda
infantil no intuito de trabalharem desde questões éticas e morais até problemas pessoais e familiares das
crianças, como: a ansiedade, a sexualidade, a autoestima, a morte, a separação dos pais, a socialização,
entre outros aspectos. Neste ínterim, a presente pesquisa objetiva desvendar os pressupostos ideológicos
contidos nos livros de autoajuda para crianças a partir do referencial teórico de Vigotski (1999), Lajolo
(2001) e Zilberman (2003). Para concretizar este estudo realizou-se uma pesquisa qualitativa, bibliográfica
e documental, e optou-se pelo recorte analítico dos livros de autoajuda para crianças que alcançaram um
significativo volume de vendas no mercado editorial entre os anos de 2014 a 2016 no Brasil. As análises
do material selecionado revelaram que este gênero discursivo, constituído fundamentalmente de textos
prescritivos, dicas de comportamento para obter sucesso e felicidade, conselhos, fórmulas prontas e
sentenças imperativas para apresentar soluções certeiras, se sustenta nos pilares do ideário neoliberal do
mundo globalizado ao abordar de modo leviano temáticas complexas da vida, apagar e dissimular os
aspectos econômicos, sociais e históricos que as constituem e preconizar saídas individuais para
problemas estruturais da sociedade. Neste cenário, ao exaltar a política dos afetos, o que impera,
indubitavelmente, é o silenciamento e a submissão sob o disfarce da emancipação.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


ESCOLA “SEM” PARTIDO: QUEREMOS UMA EDUCAÇÃO A SERVIÇO DA GOVERNAMENTALIDADE
NEOLIBERAL?
Isabel Scrivano Martins Santa Bárbara e Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Analisando as medidas e reformas (ensino médio, terceirização, previdência, Base Nacional Curricular,
privatização de universidades e empresas públicas etc) implementadas ou, pelo menos intencionadas,
pelo Estado brasileiro nos últimos anos, podemos dizer que o Brasil entrou numa escalada neoliberal
extrema. Nesses tempos em que o país vive, identificamos no movimento Escola sem Partido (ESP) uma
intenção de maximizar a disciplinarização escolar. Utilizando-se da ideia de que a escola é lugar de
instrução e não de educação o referido movimento rotula como “professores doutrinadores” aqueles que
se comprometem com uma educação crítica e produtora de subjetividades singularizadas. Na justificativa
do ESP, esses professores estariam contrariando a liberdade de consciência e de crença dada pela
educação familiar e, por isso, precisariam ser contidos, calados e inclusive processados. Mas,
aprofundando a pesquisa, o que se observa é uma intenção perversa de controle dos professores para
não se desviarem da função de apenas instruir, docilizar corpos de estudantes e produzir subjetividades
serializadas, úteis ao mercado neoliberal. Foucault nos ensina que governar é conduzir condutas e ter
como alvo a população. Voltando o olhar para a escola pública que trabalha com o aluno e famílias pobres,
ou seja, aqueles que o governo neoliberal faz viver até onde interessa e pode “deixar morrer”, percebe-

17
se que as racionalidades que constituem o projeto Escola sem Partido teriam por base um racismo de
Estado. Por isso, considera-se importante realizar pesquisa que problematize o movimento Escola “sem”
Partido como um analisador das racionalidades impostas à escola pública nos dias atuais.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


DIREÇÃO ESCOLAR E O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE A EQUIPE GESTORA: UMA ANÁLISE NA
PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA
Ana Lucia Madsen Gomboeff
Nosso objetivo geral foi apreender as significações de uma diretora sobre a atividade da equipe gestora a
fim de compreender que elementos favorecem ou dificultam um trabalho colaborativo entre os membros
dessa equipe. Assumimos os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Sócio-Histórica. Os
resultados da pesquisa apontaram para o fato da equipe gestora não ter clareza do seu papel e nem da
real função do Projeto Político Pedagógico, apesar de ter disposição para trabalhar de forma colaborativa
em prol da gestão democrática. A investigação considerou elementos da totalidade histórica, pois
entendeu que as condições da escola, a forma como ela funciona e as significações da entrevistada só
poderiam ser apreendidas se entendêssemos o processo histórico que as constitui. A realidade foi tomada
como algo que não estático e as significações expressas como algo único porque revelaram a forma como
a diretora subjetiva a realidade. Foi por meio da análise das falas dela que a pesquisa se aproximou das
mediações sociais e históricas que a afetam e constituem. A dissertação contribuiu para evidenciar alguns
pontos frágeis referentes à proposta de pesquisa e formação do GADS. Isso possibilitou discussões e
reformulações por parte dos pesquisadores na direção de como intervir na realidade educacional com
vistas a transformá-la.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


ENTRE O COTIDIANO E A VIDA NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA DE AFETO E RESISTÊNCIA
Mariana Dias Benedetti, Tamiris Lopes Ferreira e Thais Santos Trajano
Sair do discurso acadêmico consiste em ocupar outros espaços para além da universidade, é preciso
ocupar a escola. Se faz necessário modificar a linguagem da academia para um modo de fala acessível a
todos ouvintes, romper com o olhar para o chão da escola visto como “objeto de análise” e promove-lo
enquanto espaço de troca de afetos e fortalecimentos das formas de resistência a um modo medicalizante
da vida, proporcionando uma escuta capaz de mediar os processos de padronização de subjetividade e a
criação de saídas de ciclos de opressão. No atual momento político, econômico e social em que vivemos,
é fundamental resistir para existir. Existir de forma a respeitar as subjetividades, para que a escola seja
um ambiente onde alunos e professores tenham autonomia, possam pensar e refletir sobre o próprio
processo de construção de conhecimento. Neste sentido, a proposta do presente trabalho é expor uma
experiência realizada em uma escola pública de um bairro periférico da cidade de Salvador, que teve como
objetivo a proposição de uma roda de conversa para debate das demandas emergentes do cotidiano do
estudantes e professores. Como principais temas de discussão foram identificadas questões de gênero,
etnia e classes. Cabe ressaltar que durante a atividade proposta, a escola indicou como participantes os
chamados “alunos-problema” que eram o público LGBTT e negros, que sofrem diariamente na escola a
exclusão da hegemonia da classe dominante, mesmo sendo este um espaço composto majoritariamente
pela população negra. Em um momento posterior a potente roda de conversa com os jovens, os mesmos
temas foram problematizados com professores e funcionários. Diante da reflexão e do reconhecimento
dos desafios presentes em tais temáticas, buscou-se a problematização e discussão de estratégias de
enfrentamento do preconceito no cotidiano.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


A ESCOLA É A EXTENSÃO DO MUNDO: CONSTRUINDO AS BASES DE UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA
Yoli Glenda da Silva Serrão
Realização de Palestras e debates sobre temas contemporâneos no ambiente escolar e vivenciado pelos
alunos, contextualizando a realidade experimentada pelo discente com os acontecimentos da atualidade.
São trazidos temas como: a violência e suas causas, o racismo e seus desdobramentos, a emancipação
feminina e o machismo, a escola como espaço democrático ou autoritário, a imigração e formação do
povo brasileiro, a convivência com o diferente e o exercício da tolerância etc. Através do presente trabalho
levamos alunos a pesquisar sobre diversos temas e refletir sobre os mesmos. Incentivamos as produções

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textuais sobre as temáticas debatidas e a leitura de literatura que aborde os assuntos discutidos. Com tal
trabalho levamos os alunos a refletirem sobre a realidade e aprenderem a dialogar com as diversas
opiniões de seus colegas, além da produção de conhecimento e superação de preconceitos.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


PESQUISAR É COMPOR: O FAZER PESQUISA NA PERSPECTIVA DA TEORIA ATOR REDE
Maisa Rocha de Carvalho, Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro, Irme Salete Bonamigo e Jéssica da Silva David
Este estudo busca pensar o pesquisar a partir da cartografia e da teoria ator rede (TAR), que se configuram
como alternativas aos métodos científicos tradicionais, enfatizando o que se dá ao longo do processo de
pesquisa, bem como a composição do pesquisador com o campo. Para a TAR o campo não está dado,
tampouco se encontra estático a espera da ação do pesquisador. Ao contrário, é permanentemente
construído e reconstruído, sendo heterogêneo e atravessado por atores humanos e não-humanos. Assim,
entende-se o processo de pesquisa como uma ferramenta de ação no mundo, onde o sujeito enquanto
pesquisador não é neutro, mas opera sobre o campo e é afetado por ele, produzindo através de seu olhar
novas realidades. A partir desse encontro, os caminhos da pesquisa são construídos. Nosso intuito, então,
é acompanhar os diferentes atores envolvidos nessa construção do real. Pensando nessa composição,
utilizaremos como exemplo a experiência de acompanhamento de uma pesquisa de pós-doutorado, cujo
tema central foi vigilância e videomonitoramento nas cidades. Inicialmente, realizamos entrevistas com
operadores e gestores de videomonitoramento desenvolvidas no Centro Integrado de Segurança Pública
(CISP), localizado na cidade de Niterói. Posteriormente, abordamos os transeuntes, moradores de
diferentes áreas da cidade, esse contato foi fundamental para observarmos como cada grupo
compreende os efeitos do videomonitoramento, assim como a ação dos não-humanos.Com este trabalho
queremos refletir sobre como fazer pesquisa também pode ser uma estratégia de ação e compromisso
social, destacando as contribuições que pesquisar a partir desse prisma traz para a formação em
psicologia.

Grupo 9 - EDUCAÇÃO - DEBATENDO A POLÍTICA


TRABALHO E CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE NA JUVENTUDE
Lucian da Silva Barros
Esta pesquisa/intervenção buscou compreender os significados que os jovens atribuem ao fenômeno
trabalho e como este influencia a construção da subjetividade, levando-se em consideração sua inserção
profissional por meio de uma política pública (Lei da Aprendizagem). Participaram desta proposta 20
jovens, todos trabalhadores, residentes na cidade de São Paulo com idades entre 16 e 20 anos, alunos do
ensino médio em escolas públicas no período noturno. O instrumento utilizado para a coleta inicial dos
dados, constitui-se de uma atividade intitulada Dicionário, na qual os jovens deveriam definir as seguintes
palavras: trabalho, emprego, profissão e carreira. A análise dos dados visou conhecer os significados
compartilhados que são representativos desse grupo social e a partir disto propor ações que visassem
construir novas significações, nas quais o trabalho fosse concebido de modo crítico e contextualizado. Foi
possível compreender que a forma como os jovens percebem o mundo do trabalho está diretamente
ligada a percepção que estes têm do seu emprego atual como jovens aprendizes. Os significados
encontrados aparecerem intimamente vinculados aos padrões estabelecidos pela sociedade atual:
trabalho como uma instância necessária a vida e a sobrevivência em sociedade; emprego enquanto ponte
de acesso, uma vez que é o lugar no qual o jovem vende sua força de trabalho em troca de um salário;
profissão como o único elemento em que é possível uma escolha; enquanto a carreira seria a consolidação
da profissão ao longo do tempo, onde há reconhecimento. A reflexão e a crítica sobre os elementos que
compõe o mundo do trabalho revelaram-se como disparadores para discussões sobre outros aspectos,
tais como: alienação do trabalho, exploração, meritocracia, trabalho autônomo, escolha profissional,
entre outros, que foram abordados por meio de dinâmicas, filmes, discussões e visitas externas,
auxiliando os jovens em suas escolhas de futuro nas quais se reconhecessem como agentes de
transformação social.

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Grupo 10 - EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO
DIMENSÃO SUBJETIVA DA MASCULINIDADE: SIGNIFICAÇÕES DE HOMENS GAYS SOBRE O PAPEL DA ESCOLA
NO PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA MASCULINIDADE
Marcos Martins do Amaral e Ana Mercês Bahia Bock
A escola é um espaço contraditório, em que os meninos se defrontam com a homofobia ao mesmo tempo
em que aparecem as possiblidades de experimentarem práticas homossexuais. A educação no Brasil,
historicamente e contraditoriamente, tem se preocupado com sexo/gênero e sexualidades, abordagens
que preveem o controle dos corpos, biologizantes e heterossexistas são predominantes. Há intensa
vigilância à heterossexualidade na escola, que é tida como inata e natural, alvo de cuidado, atenção e
investimento. Compreendemos que a configuração da masculinidade no homem é um processo
multideterminado, e a escola, em geral primeiro espaço de socialização das pessoas depois da família,
tem um papel importante nesse processo que é atravessado pela desigualdade social. Nosso objetivo é
compreender a dimensão subjetiva da masculinidade, as significações de homens gays sobre o papel da
escola no processo de constituição de sua masculinidade. Pretendemos compreender como se dá a
constituição da masculinidade gay na escola, numa sociedade marcada pelo heterossexismo e pela
desigualdade; como se configura a masculinidade não hegemônica na escola. O presente trabalho
apresentará resultados parciais de dissertação em andamento. Este trabalho se apoia no referencial
teórico metodológico da Psicologia Sócio-Histórica. Apoiando-nos neste referencial, realizaremos
conversações com dois grupos de adolescentes homens autodeclarados gays do Ensino Médio da cidade
de São Paulo, pobres e ricos separadamente que serão compreendidas e analisadas a partir dos Núcleos
de Significação.

Grupo 10 - EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO


PRÁTICAS DISCURSIVAS SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES NO COTIDIANO ESCOLAR
Taffarel Ramires Fernades e César Rota Júnior
A adolescência se configura como categoria, social e historicamente constituída, em que o sujeito se
depara com uma importante etapa de seu desenvolvimento, incluindo a dimensão sexual e de gênero.
Oportunizar a estes espaços de fala e escuta facilitam tal processo de constituir-se sujeito. O presente
trabalho analisa criticamente o contexto contemporâneo quanto Políticas Públicas voltadas para a
inclusão das questões de Gênero e Sexualidades no âmbito escolar e, reflete também, sobre modos de
viabilização da expressão dos saberes e vivências dos jovens da rede pública de educação, como uma
estratégia política de valorização do estudante enquanto sujeito, agenciador legítimo, de modos novos,
criativos e éticos, de produção de subjetividade. Desta forma, analisou-se os relatórios do ano de 2017 do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Governo Federal, e a bibliografia concernente às
questões de Gênero, Sexualidade e Educação. Conclui-se que, a escola, partindo das vivências e saberes
que cada jovem traz consigo, tem papel estratégico para articular, singularmente, orientações político-
pedagógicas, interdisciplinares, que contemplem aspectos significantes à realidade social dos mesmos,
fomentando uma cultura de valorização à diversidade humana e de superação da cultura de violência
sexual e de gênero.

Grupo 10 - EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO


AUTORITARISMO, RETROCESSO E RESISTÊNCIA NAS POLÍTICAS E PRÁTICAS EDUCACIONAIS EM BOA VISTA-
RR
Carlos Eduardo Ramos
Esta comunicação oral é resultado do levantamento de documentos, projetos de lei e notícias veiculadas
na grande mídia acerca de temas como a proibição de discussões de gênero em escolas públicas, leituras
obrigatórias da bíblia em sala de aula, dentre outros. Esses e outros ataques representam o avanço de
uma agenda defendida por movimentos, tais como o Escola Sem Partido, que pautam projetos de lei que
cerceiam docentes na rede pública estadual e municipal, promovem a de exclusão de alunos, entravam a
educação voltada para a diversidade e ameaçam a laicidade do Estado. Mais do que pensar essas políticas,
esta reflexão se estende para as consequências destas ações para a educação da população local. Neste
cenário, preza-se por uma educação técnica e distante dos Direitos Humanos, contrária à formação para
a consciência. Os ataques, contudo, geram resistência por parte da população, movimentos sociais e do
meio acadêmico. Grupos de mulheres e de professores intensificaram ainda mais a luta contra o avanço
do autoritarismo no Estado, gerando embates importantes e frentes que procuram barrar um movimento

20
que parece se alastrar por todo o país. A crítica a essas pautas é centrada na concepção de educação e de
pseudoformação de Theodor W. Adorno, que aponta a exigência política da formação de indivíduos
emancipados para a efetivação de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Grupo 10 - EDUCAÇÃO - QUESTÕES DE GÊNERO


GÊNERO E DIVERSIDADES NA ESCOLA: VIVÊNCIAS DAS SUBJETIVIDADES NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
Maria Deborah Cabral de Sousa
Este trabalho tem como objetivo problematizar as vivências subjetivas em gênero e diversidades nos
espaços educativos na perspectiva das instituições e o papel docente como veículo desse sujeito que
busca seu espaço de pertencimento. Compilou-se o resultado da experiência como docente de ensino
superior, especialmente com a atividade realizada em sala de aula nos últimos dois anos, denominada
memorial da vida escolar, e com três anos de projeto sobre Gênero e Diversidades na Escola (GDE). Tais
atividades tiveram objetivos distintos, mas que se fundiram em seus resultados, os sujeitos buscam
espaços de pertencimento na instituição educacional para falar de si mesmos e vivenciarem suas
subjetividades. O memorial da vida escolar consistiu em descrever as vivências no meio social, dividindo
em três momentos: As influencias que a(o) levaram à escola; As vivências e influências sociais na escola;
e os fatores que influenciaram na decisão pelo curso superior. Do grupo GDE foi feito um recorte nos
resultados sobre a formação do grupo, dos seminários e oficinas, realizadas com estudantes da mesma
universidade. Os resultados apontaram também para a percepção de sujeitos indissociados do contexto
social normativo, perceberam que suas escolhas nem sempre são opções individuais, estão ligadas a
fatores familiares, econômicos, religiosos e culturais. Acredita-se que abrir espaços e estimular a auto-
reflexão contribuem para uma formação crítica e transformadora de sujeitos e subjetividades, além disso,
para a transformação de uma sociedade mais igualitária econômica e socialmente, com respeito às
diferenças e condições do sujeito.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


OS SENTIDOS DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO PARA OS JOVENS QUE POSSUEM ESTA
VIVÊNCIA
Natache Khrystie Costa de Oliveira
A cada ato infracional repercutido nos meios de comunicação, reabre-se com intensidade a discussão a
respeito da responsabilização do adolescente envolvido na situação. Surgem questões sobre a redução
da maioridade penal, duração, tratamento e eficiência das medidas socioeducativas, entre elas a de
internação, e outros debates sobre a condição do adolescente em responsabilizar-se por suas ações,
revelando, na maior parte das vezes, discussões limitadas acerca da responsabilidade da estrutura social
como parte do envolvimento infracional de adolescentes. Diante deste cenário, o objetivo deste estudo
é discutir a respeito da medida socioeducativa de internação, a partir dos sentidos dados pelo adolescente
que possui esta experiência e compreender a intervenção que ela produz naquele para quem é pensada
– o adolescente. Simultaneamente, busca-se refletir sobre a eficácia das intervenções, realizadas neste
contexto, pelo psicólogo e pelos demais profissionais atores da Medida Socioeducativa. O método
utilizado foi de entrevistas semi-dirigidas, analisadas através do referencial da psicologia sócio-histórica,
com o procedimento dos Núcleo de Significações. Foram participantes 04 adolescentes em momentos
diferentes da referida experiência: foram entrevistados 02 adolescentes em cumprimento da internação
e 02 que saíram há mais de três anos e já estão desligados de qualquer medida. As discussões foram
construídas a partir do suporte que a Psicologia Sócio-Histórica oferece enquanto referencial teórico,
possibilitando uma compreensão crítica sobre a estrutura social na qual estão imersas as questões
expostas e o entendimento da condição humana como capaz de transformar e ser transformada pela
realidade que vivencia.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


OUTROS DIREITOS, OUTRAS JUSTIÇAS: A PSICOLOGIA DIANTE DE REGULAÇÕES DE RELAÇÕES SOCIAIS POR
GRUPOS ARMADOS EM FAVELAS
Camila Clipes Garcia, Ellen Neves, João Pedro Simões, Laíza Sardinha e Roberta Brasilino Barbosa
Esta pesquisa surge a partir de um levantamento documental de casos do Núcleo Interdisciplinar de Ações
para a Cidadania, programa de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro que atende,
majoritariamente, moradoras e moradores do Complexo da Maré. Tal levantamento despontou um

21
discurso em comum entre diversos usuários do núcleo: o acionamento a grupos armados na resolução de
conflitos cotidianos. No decorrer da pesquisa os relatos dos usuários foram usados como excertos, ou
seja, fragmentos dos casos permitiram discussões para além daquelas apontadas enquanto centrais nos
casos em si. Dessa forma, investigamos a intervenção dos grupos armados como mediadores e
promotores de justiça nas relações sociais da Maré. Na argumentação dessa ideia, elencamos, como eixo
central, a produção da favela enquanto território de exceção, o que ocorre, majoritariamente, a partir da
guerra às drogas. Tal fato legitima, nesse território, as mais diversas atrocidades e negligências estatais,
reforçando, assim, a negação de direitos à população pelos meios formais, geralmente morosos,
“classistas” e racistas. Pauta-se também a compreensão de como a ideia de Direito, seja nos espaços
formais ou não, está carregada por vezes de aspectos como vingança e violência. Aposta-se nessa
discussão, pelo entendimento de que é primordial para o campo de saber da Psicologia, pesquisas
pertinentes às nuances das desigualdades brasileiras e às subjetivações elaboradas nesse contexto. Dessa
forma, caminhamos na contramão de uma ideia conservadora sobre a prática psicológica individualizante
e mesmo sobre as noções de justiça, que cientificizam criminalizações de territórios e pessoas.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


CONSTRUINDO NOVOS OLHARES: CAMINHOS PERCORRIDOS NO ESTÁGIO DE PSICOLOGIA JURÍDICA NA
VARA DE FAMÍLIA
Danielly dos Santos Silva, Ana Caroline Gonçalves de Oliveira, Juliane Macedo Manzini, Valéria Cristina da
Silva e Sabrina Tainá André Silva
O presente trabalho relata a experiência da atuação do estágio de psicologia jurídica na Vara de Família
na cidade de São José dos Campos/SP. Foram realizadas observações nas audiências de conciliação e
instrução, participação nas Oficinas de Pais e Filhos, além do atendimento na modalidade de plantão
psicológico para os responsáveis. Observou-se nesse percurso uma demanda significativa que necessita
de auxílio e orientação não somente para os pais, mas para os filhos envolvidos nos conflitos familiares.
A oficina de pais e filhos tem servido como espaço de reflexão com famílias em situação de conflito
mediante o divórcio, disputa de guarda dos filhos, enfim, pessoas que, por vezes, precisam refletir sobre
suas atitudes e o quanto elas influenciam na vida dos seus filhos e o modo como a postura dos
responsáveis afeta a relação da criança/adolescente com o outro genitor. Pensando que o
restabelecimento ou a manutenção do diálogo entre os pais é fundamental para o desenvolvimento dos
filhos, o estágio visa auxiliar à demanda emocional emergencial dos pais em situação de conflito
proporcionando um espaço em que a pessoa ao expressar seus sentimentos, se sinta acolhida para que
seja capaz de repensar e rever suas questões. Após o percurso de aproximadamente dois anos de trabalho
temos observado resultados que apontam para um processo de aproximação com os filhos e do próprio
questionamento de modelos idealizados instituídos socialmente, levando a desnaturalização das práticas
psi no campo da justiça.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


CONTRIBUIÇÕES DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA PARA A PRÁTICA DO PSICÓLOGO NO SISTEMA PRISIONAL
Lucas Gonzaga do Nascimento
Este trabalho visa afirmar a necessidade de conhecimento, por parte dos psicólogos que trabalham no
sistema prisional, das contribuições da criminologia crítica, como forma tanto de instrumentalizar a
atuação psicológica quanto de repensar o próprio papel da psicologia no sistema de justiça criminal.
Apesar dos contínuos esforços coletivos da categoria em busca da superação da lógica avaliativa inerente
ao exame criminológico, grande parte dos psicólogos que trabalham neste contexto continuam atrelados
à necessidade de sua realização exaustiva. Muitos profissionais chegam a se questionar se outra forma de
atuação no sistema prisional é possível. Para além da evidente necessidade de atuarmos em defesa da
saúde mental e dos direitos humanos das pessoas privadas de liberdade, afirmamos a urgência de um
maior diálogo com as diferentes escolas da criminologia, em especial a criminologia crítica, como forma
de evitar reducionismos e concepções alienadas sobre os sujeitos criminalizados e a função do cárcere
nos países do capitalismo periférico, como o Brasil. A legislação penal e a organização da justiça criminal
brasileira ainda encontram-se pautados por pressupostos positivistas, os quais foram superados pelo
pensamento sociológico das diferentes escolas da criminologia. Na criminologia crítica, torna-se possível
compreender o caráter estruturalmente seletivo e classista da justiça penal, o qual não representa um

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erro, mas antes seu funcionamento normal desde o seu nascimento enquanto justiça burguesa por
excelência, o que indica a necessidade de uma crítica radical da prisão visando a sua abolição.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


AS PRÁTICAS LEGITIMADORAS DA CRIMINALIZAÇÃO DA LOUCURA E A INEFICÁCIA DA 10.216 AO LOUCO
INFRATOR
Thais Lasevicius e Heloísa Gonçalves Alexandre
Este artigo tem por objetivo contribuir na discussão da prevalência da criminalização da loucura, sendo
justificada pelos laudos psiquiátricos, psicológicos e sociais, endossados ainda pelo conceito de
periculosidade do Código Penal Brasileiro de 1940, acreditando que o encontro entre o direito penal, a
psiquiatria e as outras áreas das ciências sociais e da saúde foram utilizadas como uma forma de legitimar
a normalização de comportamento do sujeito louco. A fim de desmistificar os conceitos de periculosidade
e com a criação de uma legislação de proteção ao sujeito louco, utilizaremos de bibliografias relacionadas
ao direito penal e a psiquiatria forense em contrapartida com os estudos da criminologia crítica e saúde
para a sustentação de uma reflexão de que forma se dá a validação para a punição da loucura.

Grupo 11 - JUSTIÇA E POPULAÇÕES PRIVADAS DE LIBERDADE


IDEOLOGIA, TERROR E BANALIDADE DO MAL: CONTRIBUIÇÕES DE ARENDT PARA UMA PSICOLOGIA DA
LIBERDADE
Marina Fernandes Marasco
Hannah Arendt ao analisar os regimes totalitários observou que eles alcançaram um tipo muito mais
profundo de cerceamento da liberdade que os mecanismos repressivos das ditaduras, tratou-se do
aniquilamento da capacidade de pensar criticamente. Questionamos, nesse ensaio, os elementos
analisados por Arendt e a possível saída que apresenta. Questionamos também a necessidade de uma
compreensão psicológica das observações da autora, escassas na literatura atual. Como, o que e por quê
houve um apoio massivo dos povos aos regimes totalitários? A morte de Hitler e Stalin cessou a ameaça
totalitária? Analisaremos a urgência e o compromisso da Psicologia acerca dessas questões.

Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA


PSICOLOGIA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: VIVENDO E APREDENDO
Naiara Alves da Silva, Jaciany Soares Serafim, Samantha Pereira Aguiar, Rubia Emily Alves Braga, Janine
Silva dos Santos Oliveira e Junior Pimenta Santos
O presente resumo tem por finalidade um relato de experiência de uma atividade de extensão realizada
por meio de visita à comunidade Noiva do Cordeiro, situada à cidade de Belo Vale/Mg. Noiva do cordeiro
é uma comunidade rural liderada por mulheres, que desenvolveu um modo de vida alternativo e
sustentável, num processo de constantes rupturas religiosas, familiares e ideológicas. O objetivo desta
convivência foi possibilitar aos acadêmicos uma formação critica e desnaturalizante da atuação da
psicologia comunitária no âmbito na economia solidária. A visita foi realizada como atividade da disciplina
Psicologia Social Comunitária do curso de Psicologia da faculdade de Saúde Ibituruna e Faculdades
Integradas do Norte de Minas, durante os dias 27, 28 e 29 de outubro de 2017. Foi possível conhecer na
história, as experiências de sofrimentos, rupturas relacionadas economia, à religião, à fome, e à estrutura
familiar patriarcal e a o empoderamento e autonomia conquistados. Atualmente, a comunidade expressa
relações como um dispositivo aberto e heterogêneo como nos apresenta Castilho (2001), e possui
aproximadamente 320 moradores. Esta vivencia fora “das torres de marfim” entre a teoria e a prática
fortalece o compromisso social da psicologia desde a graduação como necessário. Também possibilitou a
compreensão sobre a atuação da psicologia no contexto de economia solidária,

Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA


INCUBAÇÃO DE UM GRUPO DE CULINÁRIA DO CAPS NO INTERIOR DE SP: PSICOLOGIA SOCIAL, SAÚDE
MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA
Ramiz Candeloro Pedroso de Moraes
Este trabalho traz a experiência de um projeto de extensão universitária que envolveu alunos, professor
e atores de um serviço de saúde mental do interior de SP, objetivando promover e analisar o processo de
incubação solidária de um grupo de culinária, formado por pessoas que utilizam o serviço de saúde mental
– CAPS. A equipe da ITES-FIBE (Incubadora de Economia Solidária do UNIFAFIBE) vem realizando visitas

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semanais no CAPS desde o final do ano de 2016 em dois períodos. De manhã, para acompanhar o grupo
de culinária (aproximadamente 12 pessoas com transtornos mentais), na produção de bolos, doces,
salgados e outras confecções alimentícias. A tarde, há espaço para discussão, resolução de conflitos e
tomadas de decisão. Os resultados da incubação estão sendo: a) processos de socialização em constante
desenvolvimento; b) o grupo agora gera renda e eles decidiram o quanto vai ser reinvestido no
empreendimento; c) o levantamento de verba veio por meio de rifas, venda no próprio local e pela
participação de eventos na universidade; d) o grupo agora tem bens próprios, como panelas, estoque de
embalagens, uma geladeira e um armário; e) discussões sobre financias; f) têm compromisso social,
fazendo o bolo para o café da tarde do CAPS. A compreensão que eles têm da oficina de culinária como
sendo de geração de trabalho e renda, vem reinventando as possibilidades antes não vistas. Um dos
maiores desafios é ampliar esta inclusão não-perversa para além do CAPS, rompendo com a lógica
capitalista excludente que massacra estas subjetividades tão potentes.

Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA


PARA UMA ANÁLISE CARTOGRÁFICA DOS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NO TRABALHO COMO
ORGANIZADOR DA VIDA SOCIAL
Carolina dos Santos de Oliveira
Esta pesquisa consiste em uma análise crítica dos processos de subjetivação no campo de trabalho co-
originário às relações que se estabelecem na sociedade. Sob a ótica do método cartográfico, proposto
pelos filósofos franceses Deleuze e Guattari, tomaremos a produção de subjetividade como um processo
coletivo de atravessamentos de forças. Diante disso, apresentamos a proposta de desenredar práticas
institucionalizadas, para, então, fazer disparar a análise. A partir deste caminho, observamos que a
atuação do trabalhador não se restringe a corresponder às forças da hierarquia ou executar tarefas, mas,
antes, diz respeito a um movimento político de enfrentamento. Portanto, sendo este, uma prática de
resistência e criação de estratégias para se manter neste espaço. Neste sentido, com o desafio de afirmar
os processos singulares entre os envolvidos, foi possível pensar em questões relativas ao protagonismo
dos trabalhadores na instituição em questão. Ao realizarem movimentos de resistência (ou desvio) às
forças instituídas, os trabalhadores acabaram por fazer emergir novas forças e novas relações criando,
assim, movimentos instituintes a partir daquilo que se mantinha enquanto uma relação dialética. Para
realizar esta análise, se fez necessário pensar o papel do psicólogo como um papel eminentemente
político e social, neste caso, em ruptura com o papel do especialista/analista e em conformidade com o
propósito de desenvolver um espaço de escuta coletivo. Assim, compreendemos que além de
disponibilizar dispositivos para instrumentalizar as práticas de resistência, este espaço propõe pensar
como os processos de subjetivação no trabalho refletem na organização das relações em sociedade.

Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA


PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E GARANTIA DE DIREITOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO
Gabriel William Lopes, Claudenilde Lopes dos Santos e Rita Eliana Mazaro
O presente trabalho traduz-se como uma experiência de Estágio Básico em Contextos Organizacionais e
do Trabalho, integrando o conjunto de estágios básicos do curso de Psicologia da Universidade Federal de
Mato Grosso. Para a condução das atividades do estágio adotou-se a observação; e o referencial teórico
das reflexões baseou-se em LANE (1981), COLOSIO (2012), JACQUES (1996) e BORGES & MOURÃO (2013).
Nesse sentido, cabe afirmar ainda a centralidade do trabalho na constituição da identidade social humana,
sobretudo nos moldes da atual sociedade capitalista. Tornando-se assim objeto de investigação e
intervenção da Ciência Psicológica. Além disso, o desenvolvimento do estágio ocorreu paralelo a
efervescência das discussões do Projeto de Lei da Reforma Trabalhista Nº 6.787-B de 2016 e da votação
que aprovou a Lei da Terceirização nº 13.429 alterando Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que
propõe uma nova organização, flexibilizando as leis trabalhistas, se assim pode-se chamar, entre
empregados e empregadores. Dessa maneira, diante das discussões e das observações do estágio, foi
possível notar como a inserção da Psicologia na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
instaura uma gama de desafios, impasses mas também muitas possibilidades. Estas, por sua vez, devem
ir de encontro com o novo profissional de psicologia, a necessidade de pensar ao longo da formação no
processo de atuação interdisciplinar e os esforços que devem ser empreendidos dos novos profissionais
visando a garantia de uma ciência e profissão aliada com a política, a história e a sociedade.

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Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA
(RE)SIGNIFICANDO O TRABALHO NO BRASIL: PROCESSOS DICOTÔMICOS DE UMA SAÚDE MENTAL FRENTE
O EMENDO DA LEGALIDADE PRECARIZADA
Alfredo Assunção Matos
Abordamos as reverberações do capitalismo flexível na precarização do trabalho, com ênfase para a
flexibilização e a precarização dos direitos dos trabalhadores, que têm nos processos de terceirização uma
das suas formas mais significativas e promover uma reflexão crítica acerca do processo de terceirização
no contexto contemporâneo brasileiro a partir de dois de seus embaraços: a historicidade das
transformações jurídicas referentes a este processo e os possíveis efeitos da reforma trabalhista na saúde
mental dos trabalhadores nele envolvidos. Acredita-se que recentes decisões políticas abrem caminho
para a reprodução de práticas de dominação laboral e catalisam processos de sofrimento e perda de
direitos conquistados. Neste contexto, movimentos coletivos de resistência apresentam-se como
potentes dispositivos para obstruir o fluxo deste cenário que parece apontar para um horizonte de
retrocessos já anunciado.

Grupo 12 - TRABALHO E ECONOMIA SOLIDÁRIA


ESTUDO DE CASO: TRABALHADORES ADOECIDOS PELO TRABALHO E ASSISTIDOS PELO INSS
Priscila Moreira Santana
O presente trabalho apresenta um estudo de caso de trabalhadores adoecidos, afastados e assistidos pelo
INSS na cidade de Manaus. O objetivo geral deste é apresentar os impactos decorrentes deste
adoecimento e sua subjetividade implicada sobre esta nova realidade. Apresentando sua história e suas
implicações mediante a organização do trabalho, seguido de sua análise sobre o real revelado mediante
o adoecimento, compreendendo assim sua subjetividade envolta por este real. Os sujeitos desta
representam um coletivo de trabalhadores do transporte urbano nesta cidade, que encontram-se em
adoecimento psíquico que os impossibilita de retornarem ao trabalho. O aporte teórico desta segue os
preceitos da psicodinâmica do trabalho, criada por Christophe Dejours nos anos 80, na qual estuda a
centralidade psíquica do trabalhar, a relevância de sua dimensão subjetiva e seus impactos sobre a saúde
do trabalhador. A metodologia utilizada foi a clinica do trabalho - que proporciona o espaço da fala e da
escuta na ressignificação do sentido do trabalho. Os resultados encontrados apresentam singularidades
que envolvem o tempo de duração da escuta clinica; a importância da família diante desta nova realidade;
A organização do trabalho como agente potencializador de adoecimento; O real de ser adoecido e ter de
aprender a conviver com a doença: ser adoecido.

Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1


FORMANDO PSICÓLOGAS/OS PARA AS RELAÇÕES RACIAIS: AVANÇOS E CONTRADIÇÕES NOS CURSOS DE
PSICOLOGIA DA BAHIA
Jamille Georges Reis Khouri
Discutir relações raciais à luz da Psicologia é um desafio que implica em reconhecer como essa ciência e
profissão contribuiu ao longo da sua história para a construção de ideias racistas, que permeiam o
imaginário social e direcionam o lugar que brancos e negros ocupam na sociedade ainda hoje. O fato da
maioria das/os psicólogas/os e estudantes se auto definirem como branca é outro dado fundamental para
se pensar sobre as relações raciais no campo da psicologia, bem como considerar o racismo que marca o
funcionamento das nossas instituições. A formação em Psicologia vem operando a partir de um ideal
liberal e positivista, atravessada pela noção de natureza humana, o que afasta o sujeito da sua realidade
social, favorecendo o apagamento da temática racial. Apesar disso, com as diretrizes curriculares e os
movimentos que pautam o compromisso social dentro da Psicologia já é possível identificar avanços no
que tange a formação, incluindo aí propostas sobre as relações raciais. É no bojo dessas contradições que
se encontra esta dissertação (em andamento). A mesma tem por objetivos descrever de que forma o
debate sobre as relações raciais vem sendo apresentado nos cursos de Psicologia da Bahia; identificar as
práticas inovadoras/exitosas sobre o debate racial na formação de psicólogas; e discutir as contradições
que envolvem a consolidação desse debate na formação. Para tanto, estão sendo realizadas entrevistas
com coordenadores dos cursos de psicologia e com os professores responsáveis pela temática racial de
04 instituições de ensino do estado da Bahia.

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Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1
CIGANOS CALONS: RELAÇÕES SOCIAIS E RACISMO
Iranildo da Silva Marques
Propor, formular e executar ações e políticas públicas voltados para populações ciganas é ingressar num
mundo de significações que nos remete a historicidade para compreender a “ciganidade” ou que
podemos chamar de Cultura Cigana. Entrar nesse universo através da pratica profissional como Assistente
Social,nos faz deparar com o distanciamento das produções científicas nas áreas do Serviço Social e da
Psicologia Social e nos instigar a problematizar essa realidade e pesquisar as vertentes e as consequências
dessa realidade sobre esses povos historicamente discriminados. Durante séculos as adjetivações
negativas em relação aos ciganos aparecem em leis, decretos, matérias jornalísticas, processos criminais
e também nas artes. Esses processos de exclusão fizeram e fazem parte da dinâmica do Estado Brasileiro
que veem os grupos ciganos como perigosos e desnecessários e de forma velada, estrutura o racismo
institucional no campo ideológico e concreto ao não reconhecimento em suas políticas publicas.

Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1


O RACISMO NO BRASIL E OS PARADOXOS DE UMA SOCIEDADE QUE SE DECLARA DEMOCRÁTICA
Alexandre Bonetti Lima
Este trabalho compõe parte de um conjunto de pesquisas e reflexões que vimos realizando, no
departamento de Psicologia Social da Universidade Estadual de Londrina, na perspectiva de uma
Psicologia Social crítica e sociopoliticamente comprometida. Mais do que o desvelamento de verdades
essenciais e generalizáveis, buscamos contribuir e somar forças no sentido de problematizar relações de
opressão existentes, e combater discursos e ideologias que as materializam e justificam. Nesse trabalho
em especial, nosso foco foi a questão do racismo no Brasil. Para seu desenvolvimento, realizamos um
resgate histórico da presença do racismo na sociedade brasileira, desde a abolição da escravidão até dos
dias atuais, problematizando-o mediante pressupostos teóricos e conceituais presentes na literatura.
Conceitos como subcidadania, habitus, classe social, discurso e produção de sentidos foram abordados e
discutidos ao longo do texto como analisadores que contribuem para a construção do mito da democracia
racial, elemento historicamente importante no processo de dissimulação da presença do racismo na
sociedade brasileira, responsável pela naturalização da abissal desigualdade social entre negros e brancos
no país. Com relatos extraídos de entrevistas/conversas realizadas com dois jovens estudantes
universitários de pele negra, e com um casal de sexagenários, também negros, mas com ensino
fundamental incompleto, buscamos conferir corporeidade às reflexões teórico-conceituais produzidas.
Concluímos argumentando que um caminho importante para o enfrentamento do racismo em sociedades
como a brasileira, exige uma revisão crítica histórica além da valorização de saberes, dizeres e fazeres
locais e cotidianos que, embora recorrentemente desqualificados e invisibilizados, lutam por efetuar
transformações na realidade.

Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1


OBSERVAÇÕES SOBRE MODOS DE BEBER E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE ENTRE OS KAIOWÁ EM MATO
GROSSO DO SUL
Leandro Lucato Moretti
Este trabalho tem por objetivo apresentar as principais considerações referentes a construção da
dissertação do acadêmico e os desdobramentos que resultaram no projeto de pesquisa de doutorado. Ao
discutir sobre o uso de bebidas alcoólicas entre os Kaiowá em Mato Grosso do Sul durante o período do
mestrado, foi possível perceber a coexistência de bebidas e modos de beber que produzem diferentes
sentidos. O kagwy, bebida fermentada de milho branco, é característica da cultura e do modo de vida dos
Kaiowá presente nos rituais e outras festividades, além de um uso cotidiano, mais comum antigamente,
como um elemento que compunha a alimentação ideal de um xamã. As bebidas destiladas, como a
cachaça, pinga, corote, entre outras, foram introduzidas mais intensamente nos grupos indígenas da
região com a chegada da Companhia Matte Larangeira, com o objetivo de coopta-los como mão de obra
para o pesado trabalho de extração de erva mate, abundante na região, e tem relação com as violências
históricas contra esses grupos. Então, foi possível considerar que, entre os Kaiowá, as bebidas assumem
potências construtivas, ou não, ligadas a sociabilidade. Nesse sentido, tendo em vista a necessidade de
um maior aprofundamento a respeito destas questões, foi construído o projeto de pesquisa de doutorado
que busca dialogar com conhecimentos e concepções kaiowá, como território, corpo, saúde, para

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compreender como explicam o conjunto de sensações provenientes da existência no mundo e os possíveis
processos de produção de subjetividade, em seus elementos específicos e relações com o contexto social,
cultural e histórico.

Grupo 13 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 1


A PSICOLOGIA E A PRODUÇÃO DE CUIDADO NA INTERCULTURALIDADE GUARANI E KAIOWÁ
Elisa Mariana Carvalho Ribeiro
A complexidade envolvida nas diferentes realidades social e intercultural nos sugere a relevância de
aprofundar o conhecimento da Psicologia frente a etnicidade para se ocupar de questões urgentes, há
séculos, como: de que modo o Estado pode não reificar entre as etnias existentes a manutenção de
relações assimétricas já que “pelo menos uma dessas etnias desfrutaria de um poder emanado de um
Estado, de cuja constituição tal etnia participaria de forma majoritária” (OLIVEIRA, 2000, p. 135)? Qual as
verdades desses povos e o que nós, os karaí, diante de tal encontro, faremos com nossas verdades e
valores historicamente construídos? Tais perguntas só podem ser equacionadas a partir de uma
compreensão do modo de ser Guarani e Kaiowá, e aqui, por meio de uma Psicologia capaz de produzir
cuidado, respeito e conhecimento na interculturalidade assegurada por um saber não etnocentrado.
Evitar a cristalização de perigosas posições etnocêntricas, promover um cuidado que não legitime mais
inclusões perversas (SAWAIA, 2001) e que não pactue com uma cultura de violências institucionais
demandam ter condições de identificar os aspectos sociais e culturais, as tradições e os costumes, para
podermos lidar com as incompatibilidades sem violentar, processo que só se dá por meio de uma imersão
junto às diferenças, de uma desterritorialização do olhar.

Grupo 14 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1


“ENQUANTO A MORADIA NÃO VEM”. UMA ANÁLISE DA VIDA AFETIVA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE
RUA
Lívia Maria Camilo dos Santos
Propusemo-nos a investigar nesta pesquisa qual a potência de afetação sentida por mulheres que
experimentam a vida nas ruas, isso através de três diferentes movimentos da sociedade civil. Um deles
possui um caráter mais voltado para o engajamento com as políticas públicas e está vinculado ao MNPR.
O outro consiste em uma ocupação com identidade anarquista e autogestionária. E fazemos um
contraponto com mulheres que não estão vinculadas a nenhum em específico, sendo essa articulação
possibilitada por meio do trabalho do coletivo SP Invisível que, em termos breves, registra algumas
histórias do povo de rua e as publica no facebook. O referencial teórico da presente pesquisa tem suas
bases epistemológicas ancoradas na psicologia sócio histórica de Vigotski que entende que toda a
complexidade e contradição presente nas relações entre as pessoas no mundo externo reaparecem no
plano interno, subjetivo. A afetividade também se fundamenta no mesmo autor, porém com o
aprofundamento na filosofia ética e política de Espinosa, filósofo que muito inspirou o psicólogo russo
nos seus estudos no que tange às emoções. Pretendemos com a pesquisa compreender como as mulheres
são afetadas na vivência com a rua? Quais estratégias elas encontram no dia a dia para se proteger das
diferentes formas de violência sofridas nesse contexto? E de que maneiras o encontro delas com esses
movimentos sociais afetam as suas potências políticas individual e coletiva?

Grupo 14 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1


RECORTES SOBRE OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DE MULHERES: FEMINISMOS, MILITÂNCIA E AÇÕES DE
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR
Amanda Gaion Pedro
O movimento social de mulheres perpassa a história com suas demandas e lutas frente à conquista de
direitos. A cada transformação deste movimento novos olhares se constroem sobre o mesmo, assim como
novas pautas vão surgindo, passando a exigir soluções para as dificuldades encontradas. Este trabalho
enfocará a história do movimento de Londrina-PR, contextualizado com breve revisão histórica do
movimento feminista no ocidente. Partindo da narrativa da pesquisadora – ativista feminista e psicóloga
social neste movimento de Londrina desde 2012 – serão também apresentados os fatores que
participaram e participam efetivamente da organização e reorganização deste movimento, responsável
pela promoção, junto às participantes do mesmo, de novos sentidos e significados com relação aos graves
índices de violência, opressão e discriminação recorrentes contra as mulheres. Diante disso, através deste

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caso que acompanho, pretendo trazer em discussão reflexões sobre a questão da luta pela emancipação
e respeito à dignidade das mulheres, campo de interesse fundamentalmente ético e político, e que a
Psicologia Social tem muito a dizer e fazer.

Grupo 14 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1


RESSIGNIFICANDO OS PAPÉIS DA MULHER ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS: RELATO DE UM
GRUPO DE DISCUSSÃO REALIZADO COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO SUL DE MINAS
Paula Montenegro Euzébio, Cinthya Bastos Ferreira, Maria Gabriela de Almeida Sampaio Assis e Fernanda
Mendes Resende
O trabalho se configura como um relato-reflexão acerca de uma intervenção psicossocial realizada no 1º
semestre de 2017, com adolescentes do sexo feminino de uma escola pública do Sul de Minas Gerais. O
tema central ao qual a intervenção se volta refere-se às questões da mulher na atualidade e os significados
que permeiam o ser-mulher-em-sociedade, a partir de uma perspectiva da Psicologia Social latino-
americana, compreendendo o papel da constituição histórico-social dos sujeitos. Foram realizados três
encontros que tiveram como base rodas de conversas e a apresentação de músicas e vídeos como
disparadores para o debate. Conclui-se, tendo como respaldo os conteúdos expressos nos encontros, que
a existência de espaços para debate se constitui como uma ferramenta importante para o processo de
conscientização e construção conjunta de estratégias de enfrentamento e resolução de problemas.

Grupo 14 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1


REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA DA MULHER NO MEIO ACADÊMICO
Dominique Nascimento Coelho, Amanda Oliveira dos Anjos, Nathassia Alane de Almeida Macedo e Michele
Conceição de Sousa
As intervenções do grupo EM-PENHA buscaram analisar as produções das mulheres no meio acadêmico
e seus desdobramentos. No sentido de verificar se haviam diferenças no que diz respeito ao lugar de
visibilidade dentro das instituições, cargos hierarquicamente mais baixos e a própria produção acadêmica
em menor ou maior número quando comparada aos homens. Foi apresentado um projeto de intervenção
em formato de grupo de estudo que teve como base criticar a representatividade e visibilidade da mulher
na produção acadêmica da Psicologia. Tendo em vista as ocupações políticas dentro das universidades, se
faz necessário o esclarecimento das nuances que perpassam a visibilidade e, como consequência, a
representatividade da mulher nestes espaços. A partir do questionamento sobre a escassez de contato
com estudos realizados por mulheres no meio científico de modo geral e mais especificamente na grade
do curso de Psicologia, foi criado o EM-PENHA. O EM-PENHA é um grupo de mulheres formado no curso
de Psicologia, que tem como objetivo discutir pautas que tangem o ser mulher na sociedade. Com isso, o
EM-PENHA vem ganhando forma através de diálogos acerca da contextualização da mulher na esfera
sócio histórica e política na academia.

Grupo 14 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 1


REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA DA MULHER NO MEIO ACADÊMICO
Nathássia Alane de Almeida Macedo, Amanda Oliveira dos Anjos, Dominique Nascimento Coelho e Michele
da Conceição Sousa
Essas intervenções buscaram analisar as produções das mulheres no meio acadêmico e seus
desdobramentos. No sentido de verificar se haviam diferenças no que diz respeito ao lugar de visibilidade
dentro das instituições, cargos hierarquicamente mais baixos e a própria produção acadêmica em menor
ou maior número quando comparada aos homens. Foi apresentado um projeto de intervenção em
formato de grupo de estudo que teve como base criticar a representatividade e visibilidade da mulher na
produção acadêmica da Psicologia. Tendo em vista as ocupações políticas dentro das universidades, se
faz necessário o esclarecimento das nuances que perpassam a visibilidade e, como consequência, a
representatividade da mulher nestes espaços. A partir do questionamento sobre a escassez de contato
com estudos realizados por mulheres no meio científico de modo geral e mais especificamente na grade
do curso de Psicologia, foi criado o EM-PENHA. O EM-PENHA é um grupo de mulheres formado no curso
de Psicologia, que tem como objetivo discutir pautas que tangem o ser mulher na sociedade. Com isso, o
EM-PENHA vem ganhando forma através de diálogos acerca da contextualização da mulher na esfera
sócio histórica e política.

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Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1
“VAGABUNDA, PUTA E BISCATE”: AS OFENSAS VERBAIS COMO MANIFESTAÇÕES DA VIOLÊNCIA
PSICOLÓGICA DIRIGIDA ÀS MULHERES SOB ENFOQUE DOS ESTUDOS DE GÊNERO
Iara Oliveira Meireles, Gabriel Luís Pereira Nolasco e Zaira de Andrade Lopes
O ato de xingar uma pessoa está relacionado a desqualificação e ao comportamento ofensivo, nos
relacionamentos abusivos, por exemplo, o xingamento é considerado uma das formas em que o agressor
se reporta à vítima com intuito de humilhá-la. A Psicologia Histórico-Cultural destaca que por meio da
linguagem é possível identificar elementos da cultura, valores e condutas que constituem o sujeito e que
se reproduzem na sociedade, uma vez que são utilizadas palavras diferentes para xingar homens e
mulheres. Este trabalho tem como objeto de investigação a violência psicológica, com foco nas ações que
caracterizam as ofensas verbais e desqualificação. Faz parte de uma pesquisa maior cujo objetivo é
investigar a violência psicológica dirigida à mulher. Tem como base teórica os estudos de gênero e as
manifestações da violência de gênero. A coleta de dados foi realizada em instituição de acolhimento para
mulheres vítimas de violência por meio de entrevistas semiestruturadas. A organização dos dados deu-se
pela a Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Nos resultados foi possível identificar a
categoria humilhações e xingamentos que discute os principais xingamentos utilizados pelos agressores e
que foram descritos pelas mulheres. Este estudo destina-se a enfatizar como o ato de xingar pode estar
associado as desigualdades de gênero, tendo como objeto a violência psicológica no contexto das relações
afetivas. Os resultados apontam que as ofensas mais frequentes relatadas pelas participantes estão
associadas ao comportamento sexual da mulher ou aos cuidados do lar, expressos pelas desigualdades
de gênero.

Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1


AÇÕES PSICOEDUCATIVAS NA ESCOLA PÚBLICA SOBRE AS PROBLEMÁTICAS QUE ENVOLVEM QUESTÕES DE
GÊNERO E SEXUALIDADE: CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL
Felipe Luis Fachim, Ana Luiza Telles, Luciana Szymanski e Andréia Badan
O presente trabalho propôs uma introdução da temática gênero e sexualidade em uma EMEF de São
Paulo, por meio da construção de projetos sobre educação sexual e de gênero para professores, alunos e
funcionários da escola e da análise de seus desdobramentos. Teve como objetivo intervir e investigar (n)os
processos psicoeducacionais relacionados à temática gênero e sexualidade. O pensamento
fenomenológico-existencial aparece como método na pesquisa e também como orientação filosófica que
sustenta a intervenção psicoeducativa, justamente por se tratar da construção de sentidos junto à
comunidade escolar, pautada em uma atitude metodológica que compreende o ser infante/adolescente
situado em um mundo e ‒ para isso ‒ descarta esquemas teóricos anteriores à existência. Tendo em vista
os resultados e compreendendo o papel da escola na manutenção de estereótipos de gênero, a presente
pesquisa possibilitou um desdobramento na EMEF em questão. Ainda em andamento, a pesquisa
subsequente tem como objetivo, a partir da investigação da temática, participar de encontros de
formação com as professoras e equipe gestora, de forma a pensar, refletir e (re)construir práticas
educacionais relacionadas à gênero e sexualidade e sensibilizar a comunidade escolar, em especial as
professoras e equipe gestora, a questões vinculadas a preconceitos de gênero e sexualidade no contexto
escolar.

Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1


FEMINISMOS, SABERES E PRÁTICAS EM PSICOLOGIA: CAMINHOS E ENCRUZILHADAS RUMO A PROCESSOS
DE DESCOLONIZAÇÃO
Maria Luiza Rovaris Cidade e Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
O presente trabalho, baseado em pesquisa de doutorado em curso, tem como objetivo colocar em análise
possíveis articulações entre a psicologia, enquanto campo indissociável de produção de conhecimento e
de práticas profissionais, e os feminismos, espaços heterogêneos de luta política, transformação social e
produção e circulação de múltiplos saberes. A partir da articulação com o trabalho de autoras feministas
históricas, com perspectiva crítica aos processos de colonização de saberes e poderes, o presente trabalho
articula três questões, denominadas como encruzilhadas, para a psicologia e suas práticas no contato com
os feminismos: 1) a dimensão do “feminino” e de “mulheridade” na psicologia, considerando-se
especialmente a psicologia como uma “profissão feminina”; 2) o surgimento do “gênero” como categoria
de análise histórica, a partir das relações de poder e modos de produção de subjetividade que levem em

29
conta tal dimensão analítica, e suas possibilidades para a produção crítica em psicologia; por fim, 3) os
feminismos como movimentos com potencial transformador de múltiplas dimensões da sociedade e,
portanto, da própria psicologia. Nesse sentido, o presente trabalho aponta a necessidade da crítica às
noções universais, unívocas e normativas de feminilidade e gênero, assim como às dinâmicas de relações
de poder que envolvem as relações de gênero e de colonização de múltiplas experiências na constituição
dos saberes e práticas em psicologia. Assim, aposta-se que a relação entre práticas libertadoras em
psicologia, feminismos e perspectivas descoloniais só será possível no engajamento e no trabalho em
composição com movimentos sociais feministas.

Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1


PERCEPÇÃO DE GESTORAS DA SOEBRAS/FASI SOBRE SER MULHER NA ATUALIDADE – UMA EXPERIÊNCIA
DA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA SOCIAL
Ana Paula Soares, Cibelle de Oliveira Pinto, Jeane de Sousa Rocha, Roberta Geovana Gonçalves Oliveira,
Sara Souza Barbosa, Vívian Ferreira Melo e Jaciany Soares Serafim
Ao avaliar o contexto histórico-cultural no que tange as relações de gênero, percebe-se a diferença como
a mulher se percebe e é percebida pela sociedade patriarcal e machista. Neste cenário, surgiu e
permanece a preocupação por saber se a mulher sofre maiores dificuldades do que os homens para se
inserir no mercado de trabalho e se persistem relações de desigualdades em relação ao sexo dentro das
organizações. O objetivo do estudo foi pesquisar a percepção de gestoras da Instituição Faculdade de
Saúde Ibituruna-Fasi a respeito de ser mulher ocupando cargo de gestão. O interesse se constituiu a partir
dos estudos sobre gênero, subordinação e hierarquização, bem como das experiências pessoais de
discriminação vivenciadas pelas acadêmicas. Teve como objetivo conhecer a vivência de mulheres
gestoras da instituição FASI em seu ambiente de trabalho. Esta experiência foi realizada através de uma
atividade da disciplina psicologia social, do curso de psicologia, quando do estudo da unidade “pesquisa
social”. Foi realizada entrevista semi-estruturada composta por 10 questões construídas pelas
acadêmicas. A interpretação dos dados foi feita através da técnica análise de conteúdo. Foram
entrevistadas 04 gestoras correspondentes aos cargos de Foram construídas as seguintes categorias: 1)
Ambiente de trabalho e fatores físico/biológico, 2) Relacionamento com homens subordinados e 3)
Percepção sobre ser mulher. É importante ressaltar que a gestão da instituição em que o presente estudo
foi realizado é constituída, em sua maioria, por mulheres em sua maioria, podendo esse ter sido também
um fator influenciador dos resultados obtidos. A partir da interpretação constatou que as gestoras
entrevistadas percebiam prejudicadas. Entretanto, a observação dos dados após exaustiva análise
evidenciou a vivência de discriminação em função do sexo, apesar de não ter sido exposto no conteúdo
das falas, mas nas experiências cotidianas.

Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1


HOMOFOBIA E HETEROSSEXISMO NA ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE SIGNIFICAÇÕES DE PROFESSORES GAYS
QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Rodrigo Toledo
O estudo teve como objetivo compreender as significações que professores gays construíram sobre as
múltiplas violências e sobre os preconceitos vividos em relação à própria orientação sexual e suas formas
de expressão. Debruçou-se sobre as pesquisas que recontam a trajetória de lutas do movimento LGBTT e
às diversas formas de expressão da homofobia na escola. Problematizou-se como a escola pode ser um
espaço potente para o enfrentamento da homofobia e também pode se tornar um espaço de produção
de violências. Foram realizadas quatro sessões de conversação com professores da educação básica e que
se autodeclaram gays e a seleção dos participantes ocorreu pela estratégia “bola de neve”. A análise foi
feita por Núcleos de Significação que permitiu concluir que o preconceito e a discriminação contra a
população LGBTT, na maioria das vezes, resultam em situações nas quais essas pessoas são humilhadas
e/ou agredidas, inicialmente, por sua expressão de gênero/sexualidade considerada fora dos padrões de
heteronormatividade. Também se discutiu a necessidade da escola combater o conservadorismo, que se
expressa em práticas que acentuam as violências direcionadas à população LGBTT no ambiente escolar.
Sendo assim, os resultados sugerem ser essencial que as escolas desenvolvam projetos, em parceria com
os movimentos sociais, que se dediquem a compreender, discutir e acolher as diferenças de orientação
sexual, de maneira que essas ações impliquem a prevenção da evasão de estudantes LGBTT por medo

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e/ou discriminação e a construção de ambientes profissionais nos quais os professores gays também
permaneçam nas escolas sem que sofram violências.

Grupo 15 - QUESTÕES DE GÊNERO 1


CORPOLATRIA E SUAS VICISSITUDES
Rosimar Conceição Rodrigues, Amanda Paz Amaral, Letícia Maia Amaral e Eloisa Borges
O relato refere-se a um trabalho de campo realizado em 2015 para a disciplina de Psicologia Social II do
curso de Psicologia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) -Divinópolis. Tal disciplina
provocou reflexões sobre a construção da identidade e subjetividade, enfatizando o culto ao corpo e sua
disseminação de forma naturalizada na sociedade. Nesse sentido, o trabalho foi construído através de
discursos obtidos por meio de entrevistas informais com um público de três mulheres – sendo uma de 20
anos (frequentou academia mista por cerca de 2 anos e academia feminina por 5 meses), uma de 27 anos
(modelo) e uma de 56 anos (se submete a procedimentos estéticos com frequência) - e um homem de 20
anos (estudante de Educação física e instrutor em academia), associando às teorias de autores de
antropologia, entre outras áreas. O intuito seria buscar e analisar esses discursos de forma que se pudesse
comprovar ou refutar tais teorias, acoplando os campos teóricos e práticos e suscitando melhor
compreensão do contexto em que se insere a sociedade. Além dos discursos coletados, também foram
observados os espaços em questão que nos remete ao consumo de imagem engendrado nos mesmos,
onde surge a exposição dos próprios corpos como se fosse uma mercadoria a ser vendida. Comparação
plausível essa, tendo em vista como variados âmbitos e relações passam a ter lógica de mercado dentro
do sistema capitalista.É nesse mercado que o corpo movimenta a economia e em detrimento disso, tem
como sintoma a corpolatria.

Grupo 16 - SAÚDE 1
PSICÓLOGOS DO MUNICÍPIO DA CIDADE DO RECIFE FACE À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERCEPÇÕES
E DESAFIOS
Claudia Santana de Assis e Maria das Graças Victor Silva
O estudo investigou a percepção e desafios do Psicólogo em sua atuação na Estratégia de Saúde da Família
(ESF), da prefeitura da Cidade do Recife. Foi utilizado o método de pesquisa qualitativa, a partir da análise
de conteúdo, numa amostra de 11 (onze) psicólogos vinculados aos Núcleos de Apoio a Saúde da Família
(NASF), referente à política pública e aos dispositivos da Secretaria de Saúde do referido município. Como
instrumento de coleta de dados foi aplicado uma entrevista semiestruturada, cuja análise demandou os
recortes das narrativas com foco nas seguintes categorias analíticas: processos de adaptação ao trabalho
e posicionamento relacionados aos desafios da atuação. Os resultados revelaram: inadequação da
formação acadêmica para uma atuação como psicólogo social da saúde nos serviços públicos; cultura e
identidade profissionais atrelados ao atendimento clínico, favorecendo uma postura tecnicista nas
intervenções deste serviço. Por fim, a avaliação revelou sentimentos de angústia e medo destes
profissionais ao iniciarem suas atividades, bem como dificuldades em lidar com a diversidade de
demandas dos usuários atendidos. Conclui-se que a psicologia ainda enfrenta desafios no trabalho dos
psicólogos nas diversas áreas das políticas públicas, inclusive a saúde em relação às práticas e tecnologias
adotadas no enfrentamento da substituição do paradigma do modelo clínico liberal para um novo modelo
que abarque uma crítica antológica, sociológica e epistemológica sobre as práticas clínicas tradicionais
para uma clínica ampliada.

Grupo 16 - SAÚDE 1
DES(EMBARAÇOS) DA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Monica Lima de Jesus e Fernanda Rebouças
A atuação de psicólogas na saúde pública/coletiva tem sido criticada em relação à reprodução da clínica
clássica no âmbito da atenção básica à saúde. Esta crítica, ainda que pertinente, fundamenta um
conhecimento arrigado historicamente, que impõe uma constante revisita, uma vez que pode sustentar
a tese reducionista de que a presença de psicólogas na saúde pública/coletiva e o investimento da
categoria nas últimas duas décadas não geraram avanços na formação que, consequentemente, tem
gestado práticas psicológicas qualificadas, que incluem a abordagem clínica, mas que não se restringem
a ela. Podemos identificar na literatura e na experiência pessoal-profissional, investimentos acadêmicos
e profissionais que nos impulsionaram a propor disciplinas, estágios básicos e específicos no SUS, somados

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a indução de muitos programas do Ministério da Saúde, a exemplo, do Programa de Educação pelo
Trabalho na Saúde (PET-Saúde) e, que, nos incentiva a relativizar esta tese, considerando o contexto
histórico mais contemporâaneo. Dentre outras iniciativas, implantamos um estágio no núcleo de
apoio/ampliado à saúde da família, adotando a supervisão compartilhada, como balizadora do
acompanhamento da formação como uma das estratégias para garantir a diversificação do repertório
profissional das estagiárias. Nesta comunição, buscamos apresentar alguns des(embaraços) da formação
em psicologia na atenção básica à saúde. Partimos das reflexões sobre as ações desenvolvidas em
encontros semanais de orientação, leitura dos relatórios finais de estágio e de um grupo de discussão
sobre a prática desenvolvida. Estas estão fundamentadas na psicologia social construcionista. Os
des(embaraços) são discutidos em quatro dimensões: técnico-assistencial, político-formativa, afetivo-
acolhedora e da educação permanente.

Grupo 16 - SAÚDE 1
DES(EMBARAÇOS) DAS APRENDIZAGENS PROFISSIONAIS EM PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Clara Magalhães Chamusca, Caio Araújo, Elder Reis, João Batista, Louise Lago, Mônica Lima, Tamires Milena
Magalhães, Tatyane de Paula, Thaís Catarine, Thais Ornelas e Fernanda Rebouças
Estudos criticam o repertório profissional de psicólogas empregado inadequadamente na atenção básica
à saúde. Partimos da noção de que falta clareza do que é apropriado desenvolver no NASF, mas que há
uma tendência em franco desenvolvimento do compromisso social da Psicologia com a saúde
pública/coletiva. Por um lado, a crítica sobre este descompasso recai para o processo de formação na
graduação, por outro, é justo nestes ambientes que também podemos encontrar relatos de experiência
de estágios que buscam superar a relação entre a atuação clínica (clássica/ampliada) e a saúde
pública/coletiva.Nesta experiência de extensão, vinculada ao Programa Permanecer/UFBA, eixo
aprendizagens profissionais, elaboramos, executamos e avaliamos em conjunto com as trabalhadoras
uma ferramenta para o trabalho no NASF: oficinas em saúde. Vinculamos-nos ao Programa Saúde nas
Escolas-PSE, uma das frentes de trabalho para prevenção de doenças/agravos e de promoção da saúde,
nas temáticas:Direitos Humanos, Promoção da Paz (saúde da população negra), IST’s e Sexualidade
(gênero e saúde) e Redução de Danos relacionada ao Abuso de Álcool e outras Drogas.Utilizamos as
contribuições do movimento construcionista da psicologia social. Realizamos 10 oficinas em quatro
escolas diferentes, com aproximadamente 170 estudantes de faixas etárias diversas. A vivência na
extensão possibilitou entrar em contato com metodologias de intervenção grupal, alternativas a modelos
individualistas, potência de intervenção em espaços comunitários. Firmamos uma relação de
confiabilidade com as equipes do NASF, evidenciando o benefício duplo da presença da universidade no
cotidiano dos serviços: aprendizagem prática das estudantes e abertura de espaços para problematização
do fazer psicológico.

Grupo 16 - SAÚDE 1
UMA EXPERIÊNCIA DE ESTAGIO EM PSICOLOGIA: GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇAO (GAM) E O
PARADIGMA BIOMÉDICO NA ATENÇÃO BÁSICA
Rafael Mendonça Dias
A comunicação oral busca discutir os efeitos da intervenção no estágio de psicologia em um serviço da
Atenção Básica da cidade de Volta Redonda. A pesquisa GAM nos fornece ferramentas de intervenção
(Guia GAM) e uma tecnologia de intervenção em grupo nos dispositivos de saúde mental visando a
ampliação do coeficiente de autonomia dos usuários de psicofármacos. Essa ferramenta foi adaptada para
colocar em análise os processos de medicalização percebidos na Atenção Básica a partir de um grupo de
desmedicalização com os usuários e trabalhadores da unidade do bairro de Água Limpa (Volta Redonda).
A gestão autônoma da medicação envolve práticas de cogestão que visa a contração da grupalidade e
fornece pistas para a intervenção com os usuários dos serviços. A estratégia GAM no contexto brasileiro
surge vinculada ao campo da saúde mental, pode ser utilizada como uma ferramenta de Redução de
Danos diante do processo de medicalização nos dispositivos da atenção básica ao promover uma crítica à
lógica biomédica que atravessa o cotidiano dos serviços de saúde pública. Essa experiência de estágio teve
início em outubro de 2016 e nos deparamos com os embaraços da criação e adaptação para o contexto
da UBSF Agua Limpa de uma ferramenta grupal inicialmente desenvolvida nos dispositivos da saúde
mental. Como pensar o processo de medicalização na atenção básica? Quais são as principais diferenças

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entre a saúde mental e atenção básica quando discutimos a autonomia e a promoção da integralidade de
cuidado? Essas são algumas questões que nos deparamos no cotidiano do estágio.

Grupo 16 - SAÚDE 1
A TRANSFORMAÇÃO DO PAPEL E DA GESTÃO A MEDICAÇÃO NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL:
IMPLEMENTANDO GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Gabriela Flora Costa, Giovana Mucari Borges, Elisa Zaneratto Rosa, Fábio Alencar dos Santos, Evaldo Neves
Vieira Junior, Cintia da Silva Santos e Rosana Aparecida Alves
Avanços resultantes da Reforma Psiquiátrica no cuidado em saúde mental no SUS implicam num desafio
significativo na centralidade da medicação e ofertas de cuidado da rede de serviços da Atenção Básica.
Para os usuários atendidos nestes serviços, a gestão da medicação fica resumida à troca de receitas à
prescrição médica. Uma preocupação das equipes seria a excessiva medicalização da população de muitos
territórios num processo no qual o protagonismo e a autonomia dos usuários na construção de seus
projetos terapêuticos são muito frágeis. Assim, aposta-se que a Gestão Autônoma da Medicação, busca
incluir usuário e trabalhador numa perspectiva de autonomia, dinâmica e cogestão, que amplia o olhar
daqueles que entram em contato com essa ferramenta. A presente pesquisa adota a metodologia ação
participante atuando, numa parceria Universidade-serviços, processo de capacitação da rede de apoio à
formação de grupos para a GAM num território do município de São Paulo. Analisando o papel e gestão
da medicação nas estratégias de cuidado ofertadas e desenvolvidas no contexto da Atenção Básica,
identifica-se dificuldades e potencialidades para a ampliação dos itinerários terapêuticos através da
ferramenta GAM. Além disso, os desafios para a constituição de grupos na Atenção Básica e processos de
aproximação de trabalhadores e usuários com uma proposta nova de atuação e cuidado, trouxe à tona
reflexões sobre a relação usuários-trabalhadores e o manejo de cuidado em saúde mental. Assim, vê-se
um processo com dificuldades, mas observa-se potencialidades da inserção dessa ferramenta
proporcionando avanços de uma perspectiva antimanicomial de cuidado em saúde mental.

Grupo 16 - SAÚDE 1
CONSTRUINDO O RACIOCÍNIO CLÍNICO SOB A ÓTICA DA PSICOLOGIA SÓCIO HISTÓRICA
Maria Carolina Soares da Silva e Edna M. S. Peters Kahhale
O presente projeto tem por objetivo desenvolver o raciocínio e manejo clínico sob a ótica da Psicologia
Sócio Histórica. Será desenvolvido um de estudo de caso clínico com jovem adulto diagnosticado com
HIV+, de maneira gerar informações em profundidade, que possibilite construir um “modelo” de
raciocínio e manejo clínico. A Psicologia Sócio Histórica desenvolveu-se a partir das proposições de
Vygotsky (1896 – 1934). Sua produção tem se centrado nas áreas de atuação de educação e trabalho. A
clínica apresenta poucos trabalhos e diretivas dificultando o trabalho dos psicólogos que se dedicam a
ela. É nesta lacuna que se insere o presente trabalho. Ele estará estruturado sobre conceitos da Psicologia
Sócio-Histórica e estabelecerá diálogos com outras linhas psicológicas, bem como, recortes de diversas
áreas do conhecimento para compormos comparações, análises críticas, somas, cruzamentos e outros
experimentos ético-políticos interessantes. O processo terapêutico será registrado ao longo do processo
e analisado qualitativamente.

Grupo 17 - SAÚDE MENTAL 1


A TAREFA GRUPAL: UMA EXPERIÊNCIA COM USUÁRIOS EM CENTRO DE ACOLHIDA
Jennifer Vieira Silva, Ana Carla Risério Pereira e Jennifer Vieira Silva
O presente trabalho é resultado da experiência de estágio desenvolvido no Centro de Acolhida Cambuci
com usuários da instituição. O grupo teve duração de três meses, com encontros que duravam duas horas
semanais. Iniciamos o grupo e finalizamos com oito usuários. Utilizamos como metodologia o grupo
verbal, onde a cada semana propiciou a interação e os diálogos de acordo com as necessidades individuais
e coletivas do grupo. A intervenção no processo grupal está relacionada com a promoção de saúde mental
que está voltada para o processo de aprendizagem. Usamos como auxílio teórico, Pichon-Riviere (2009),
Bleger (1998) e Vasco (2014) para compreender o vínculo, papéis, dinâmica e a tarefa grupal, bem como,
situação de exclusão cultural, social e econômica. Verificamos que a população atendida apresenta
aspectos que a literatura descreve como fatalismo, e tem grandes dificuldades de vincular-se. Conclui-se
que o grupo verbal foi de extrema importância, deste modo, contribuiu de forma saudável,

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psicologicamente, e proporcionou um novo olhar sobre si mesmo aos usuários. A psicologia pode agir
mais efetivamente, sendo uma ponte que proporciona vinculação entre indivíduo e sociedade.

Grupo 17 - SAÚDE MENTAL 1


DIMENSÕES SUBJETIVAS DA PRODUÇÃO DOS SENTIDOS DA LOUCURA: A CONCEPÇÃO DA LOUCURA NA
IMPRENSA PERIÓDICA PAULISTA DO SÉCULO XIX
Raquel Saad de Avila Morales e Belinda Mandelbaum
Já é bastante conhecido da literatura especializada como se dá a construção do estigma da loucura como
“doença mental” com o advento do racionalismo e do modo de produção capitalista. É só a partir do início
do século XIX que a loucura começou a ser reconhecida como desordem, perturbação da paz social e
obstáculo ao crescimento econômico, desenvolvendo-se estudos da classe médica para seu tratamento.
Com a transição de um sistema econômico escravocrata e colonial para uma economia moderna e
capitalista, começaram a ser considerados loucos aqueles que não se submetiam ao trabalho ou não
tinham condições de se tornar mão de obra produtiva para o sistema econômico em consolidação. O
Brasil não ficou fora desse processo histórico, mas teve um acesso tardio ao desenvolvimento das formas
de tratamento e controle da loucura. Neste período histórico, os médicos brasileiros estavam se
apropriando do desenvolvimento da visão evolucionista e das teorias eugenistas sobre degenerescência.
Com a chancela das ciências médicas e jurídicas, foi construída uma concepção ideológica sobre os
segmentos mais pobres da população na tentativa de justificar as crises das primeiras décadas do regime
republicano. Diante deste cenário, a presente pesquisa vem investigando as concepções produzidas sobre
a loucura pela imprensa periódica paulistana na transição do Brasil Império para o Brasil República (de
1886 a 1903). Foi escolhida a cidade de São Paulo como cenário de investigação, pois há esparsas
informações sobre suas práticas asilares anteriores à construção do Hospital Psiquiátrico do Juqueri
(século XX). Esta pesquisa vem então se desenvolvendo em três frentes inter-relacionais: i) Histórica: a
formação e o crescimento de São Paulo; ii) Econômico-social: a abolição da escravatura, o êxodo rural e a
imigração europeia; iii) Médica: a concepção de loucura produzida pela psiquiatria paulista e as práticas
defendidas por seus ideólogos. Considerando a definição de Dimensão Subjetiva da Realidade, a análise
sobre a produção do período vem identificando os significados e sentidos presentes no pensamento da
época a fim de delinear a matriz ideológica produtora de conhecimento sobre a loucura que estava sendo
estruturada.

Grupo 17 - SAÚDE MENTAL 1


MAPEAMENTO DA ATUAÇÃO DAS/OS PSICÓLOGAS/OS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE MENTAL NA
REGIÃO DE SAÚDE DE VITÓRIA DA CONQUISTA
Zâmia Aline Barros Ferreira e Marilda Castelar
Esta pesquisa teve por objetivo mapear a presença de psicólogas/os nas políticas públicas de saúde
mental na região de saúde de Vitória da Conquista e levantar as dificuldades, os desafios e as
contribuições das/os psicólogas/os para a saúde mental. Trata-se de uma pesquisa de abordagem
qualitativa exploratória descritiva de frequência. Metodologia: Foi realizado um mapeamento dos
equipamentos de saúde mental, através de questionário, respondido por profissionais que atuam nas
políticas públicas de saúde mental. Para tanto, foram pesquisados 19 municípios da região e saúde de
Vitoria da Conquista. Dos 47 psicólogas/os atuando nas políticas de saúde mental nesses centros, neste
estudo foram entrevistados 30, média de idade 31,19 ±4,56, sendo 27 do sexo feminino, com tempo
médio de formação 5,27 anos. No total 18 participantes atuavam em CAPS e 12 em NASF. No tange a
percepção das/dos psicólogas/os acerca das contribuições da psicologia com relação a saúde mental,
verificou-se uma série contribuições, tais como: a escuta, a psicoeducação, o olhar holístico e humanizado,
prevenção e promoção da saúde, busca da autonomia e trabalhos em grupos com diversos públicos alvos
e objetivos. Com relação as dificuldades, desafios e impasses foi apontada a fragilidade da rede para
atender as demandas, existência de precárias condições de trabalho, demanda excessiva, ausência de
recursos físicos e humanos, a desqualificação dos profissionais, a baixa remuneração e adesão do público,
dificuldade com a equipe, dentre outras. Conclui-se que o mapeamento foi de grande importância para
sinalizar a potencialidade, as deficiências e carências da região de saúde.

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TRABALHOS APRESENTADOS DIA 23 DE MAIO DE 2018

Grupo 18 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 2


DE ONDE PARTEM AS METAS QUE NORTEIAM OS SERVIÇOS NOS CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA
SOCIAL?
Paulo Ricardo de Araújo Miranda, Kátia Maheirie, Marcela de Andrade Gomes e Leandro Almir Aragon
O presente estudo busca investigar práticas que apontam para atos de subjetivação política nos Centro
de Referência de Assistência Social, bem como, para formações de máquinas de guerras, exteriores ao
aparelho de Estado, como parte importante desse serviço público no enfrentamento coletivizador das
condições de vulnerabilidade social e na prevenção à violação de direitos. Para tanto, subsidiados pelos
dados de campo, elencou-se o cumprimento das metas e o fomento das ações coletivas como duas
práticas contemporâneas e relevantes das equipes do serviço de proteção social básica para pensá-las à
luz dos filósofos Jacques Rancière, Félix Guattari e Gilles Deleuze. Foram realizadas entrevistas semi-
estruturadas com as equipes dos CRAS dos municípios de Florianópolis/SC e Pinhais/PR em 2016, as quais,
posteriormente, foram transcritas e categorizadas. O resultado das análises dos discursos apontam para
práticas de reinvenção das metas em âmbito local nas quais se potencializam as ações coletivas a partir
da comunidade, tanto em suas ocupações dos espaços por relações de devir, quanto em seus novos
modos de enunciação que reconfiguram o ordenamento estético do sensível.

Grupo 18 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 2


PRIMEIROS LAÇOS
Juliana Sol Posto Viana, Dailza Pineda e Fernando de Oliveira Rosa
O projeto Primeiros Laços tem sido desenvolvido no CRAS e visa o fortalecimento de vínculo familiar da
primeira infância desde a gestação, potencializando não somente o papel protetivo da família, mas
também estimulando o desenvolvimento do afeto materno-infantil como importante ferramenta de
construção da criança como sujeito. Consideramos que o cuidado materno durante a primeira infância é
primordial para prevenir situações de vulnerabilidades e ruptura de vínculos afetivos e sociais. O grupo
acontece semanalmente com gestantes e mães acompanhadas de seus filhos de até 2 anos. É um espaço
de escuta e construção conjunta, bem como promoção da autonomia, pois acreditamos que não é papel
do estado ditar a forma como cada uma vive sua maternidade, mas sim, favorecer o protagonismo das
mesmas em suas escolhas e possibilidades, proporcionando cuidado efetivo e desta forma, garantindo a
proteção social durante a primeira infância.

Grupo 18 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 2


REFLEXÕES ACERCA DO TRABALHO DO PSICÓLOGO E DO ASSISTENTE SOCIAL EM UM CENTRO DE
REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Nayana Kathrin Tanaka e Loren Pelik Kempe Anhucci
Relato de experiência de trabalho realizado pelas autoras, na cidade de Londrina-Pr, na Secretaria de
Assistência Social - proteção social especial -média complexidade, no Centro de Referência Especializado
de Assistência Social. Este é um serviço centralizado, que no município, está dividido em temáticas,
portanto, acompanhamos famílias de crianças e adolescentes vítimas de violência. A metodologia de
acompanhamento ocorre, em duplas de técnicos, um assistente social e um psicólogo, primordialmente,
que se subdividem entre as regiões do município. O trabalho ocorreu na região Norte A que é extensa,
populosa, periférica, com poucos serviços públicos, em grande parte a população é economicamente
vulnerável, há alto índice de violência urbana, composta de bairros e invasões, e com violências
subnotificadas. Manter modelo de atendimento com uma agenda gradeada, fixa de atendimentos em
sede não supriria a necessidade deste território. Portanto as autoras avaliaram uma alternativa
metodológica. A partir da reunião de rede montamos um grupo para pensarmos o enfrentamento a
violência contra crianças e adolescentes no território norte A. foram realizadas quatro oficinas, com os
trabalhadores de todos os serviços, a partir da área de abrangência das UBS`s, abarcando toda região.
Promovemos discussão sobre a violência, para que ela seja compreendida como fenômeno amplo,
histórico, social. A experiência resultou na aproximação da rede territorial, conseguimos parceria no
acompanhamento às famílias, e mudança positiva no perfil das notificações de violência. Profissionais que
participaram das oficinas, se mostram no acompanhamento às famílias mais conscientes e sensíveis à
questão da violência.
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Grupo 18 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 2
O CRAS COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA
Dailza Pineda, Fernando de Oliveira Rosa e Juliana Sol Posto Viana
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é um equipamento público e territorializado de
proteção social básica que busca prevenir rompimentos de vínculos e outras violações, promover os
direitos dos cidadãos, assim como referenciar a rede protetiva do território em que se insere. Trazemos
à luz uma experiência de exercício (micro)político que temos proposto em um CRAS para as pessoas por
ele referenciadas. A saber, a implantação de um coletivo, denominado "Núcleo Participativo" que tem a
função de promover conversas sobre este equipamento e também sobre o território. A ideia tem sido
construir um encontro para fortalecimento comunitário que tenha a gestão do CRAS como foco, à luz da
política pública de assistência social. O Núcleo tem caráter informal, pois no município ainda não há uma
cultura de conselhos gestores na área, pelo contrário, se trata de uma região onde as políticas públicas se
consolidaram em um processo político centralizador. É justamente neste (ou por este) contexto que se
faz pertinente e possível abrir um momento de diálogo efetivo e participativo nos processos gestores.
Este trabalho busca descrever e refletir sobre tal experiência, não para propor um modelo, mas a fim de
demonstrar que as resistências se fazem no aspecto mais ordinário do dia-a-dia.

Grupo 18 - ASSISTÊNCIA SOCIAL 2


RECONHECIMENTO SOCIAL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Dhianne Carlos Mota, Luana Freitas Santos e Jaciany Soares Serafim
Introdução: O reconhecimento social proporciona o desenvolvimento pleno da personalidade, traz
consciência de igualdade e desenvolve a solidariedade que traz tolerância e interesse afetivo pelas
particularidades do outro. A falta de reconhecimento social produz falta de dignidade humana, de acesso
a bens materiais e simbólicos. A população em situação de rua também se constituiu a partir de políticas
de não reconhecimento. Uma forma de minimizar esse fenômeno são os serviços ofertados a essa
população pelas ações das políticas de assistência social e de saúde. Objetivo: A presente pesquisa tem
como objetivo analisar a percepção de psicólogos das equipes de referência dos serviços Abordagem
Social, PAEFI, Centro-POP, Casa de Passagem, CAPS e Consultório na rua relativo ao desenvolvimento do
reconhecimento social na população em situação de rua do município de Montes Claros – MG.
Metodologia: O estudo apresenta caráter exploratório, descritivo, retrospectivo, com corte transversal e
análise qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de entrevista individual semi-estruturada com
questões abertas nos serviços que ofertam atenção à população em situação de rua. Os dados estão sendo
analisados utilizando-se da interpretação da análise de conteúdo. Resultados e Discussão: a pesquisa
encontra-se em andamento com prazo final na primeira quinzena de maio. Conclusão: Ainda será
construída.

Grupo 19 - DESIGUALDADE SOCIAL 2


"SE ESSA RUA FOSSE MINHA": UMA REFLEXÃO ACERCA DOS ATRAVESSAMENTOS SOCIAIS NA VIVÊNCIA
SUBJETIVA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Juliana Spitzcovsky Duarte de Oliveira
O presente trabalho pretendeu fazer uma discussão acerca da constituição subjetiva da população em
situação de rua, querendo compreender os múltiplos fatores que a levam e a mantém nesse lugar de
existência, inundado por estigmas, humilhação e invisibilidade. Para tal, recorri a alguns autores da
psicologia social crítica para fazer uma análise da subjetividade, tendo em vista os inúmeros
atravessamentos históricos, sociais, culturais e econômicos da trajetória particular de cada indivíduo. Foi
feita também uma retomada histórica das Políticas Públicas destinadas a esse contingente, que
possibilitou a constatação de sua insuficiência e de seu caráter assistencialista, descoladas das
necessidades de seu público alvo. Ao fim, foram apresentadas duas histórias a partir da experiência vivida
no campo-tema que, ao dialogar com o aparato teórico feito ao longo do artigo, permitiram o
apontamento de um abandono social e político, produtor de subjetividades extremamente
despotencializadas. Muito se ouve nos discursos coletivos, de grupos e movimentos que lutam pela
humanização dessas pessoas, a necessidade de dar-lhes voz, mas na verdade, não se deve dar voz a quem
já tem, essas vozes tem é que ser ouvidas. Contatou-se, portanto, a necessidade de criação de espaços
em que elas possam ser ouvidas, para que surjam por fim, olhares preocupados com a humanidade e com
o caráter subjetivo dessa população que há muito passou a ocupar o lugar de paisagem urbana. Mais do

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que novas políticas para a população em situação de rua é importante que se faça políticas com a
população em situação de rua; levando em consideração todo o espectro social, as suas fragilidades,
perspectivas e possibilidades.

Grupo 19 - DESIGUALDADE SOCIAL 2


SLAM RESISTÊNCIA, A SUSPENSÃO DA ORDEM
Karine Leite de Aguiar, Ana Luísa Gonçalves Medina, Letícia Maria Silva Lopes Caixeta, Camila Borges
Mazzanti, Anália de Cerqueira Cesar, Bruno Terrafino Leite Micali, Victoria Santoro, Hellen Vieira Neves,
Luiza Melro Domingues e Fellipi Emannuel da Rocha
Este trabalho é resultado de uma pesquisa para a disciplina de Psicologia do Cotidiano que investigou o
grupo cultural Slam Resistência como dispositivo de tribuna pública, permitindo a quebra do silêncio das
opressões vividas por aqueles que são marginalizados pela lógica do mercado capitalista, racista e
machista na repetição da vida cotidiana. O grupo Slam é uma manifestação artística que pretende ocupar
os espaços públicos com o uso da poesia e das batalhas abertas a todos, promovendo o encontro daqueles
sujeitos dispostos a ocupar e gritar o que passa desapercebido pela cotidianidade da cidade, entre o
transito barulhento dos carros e o silencio da multidão. Buscamos entender o funcionamento da vida
cotidiana com Agnes Heller (1992) em sua obra “O cotidiano e a história” a fim de analisar as estruturas
que aprisionam, alienam e afastam os indivíduos da apropriação de sua própria existência. Nosso
encontro com o Slam Resistência através da pesquisa participante e da produção de um material áudio
visual, nos revelou uma forma de fazer arte que condensa denúncia, afetos e arte se contrapõe a
automaticidade e padronização produzidos com a mimese, pragmatismo e ultra generalizações da vida
cotidiana, onde dessa forma sua atividade constrói uma estética nova a essa estrutura e permite aos
sujeitos envolvidos uma reconstrução de sua identidade e de sua prática enquanto ser social, com o
objetivo de transformar o espaço urbano em cenários políticos de conflito e formulação de esfera pública,
essa manifestação cultural serve como uma suspensão, ou queda, desse cotidiano.

Grupo 19 - DESIGUALDADE SOCIAL 2


HABITAR A PRAÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÕES COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGRAS
NUMA PRAÇA DE SALVADOR
Deane Barbosa de Jesus, Sheila Manuela Alves de Castro, Karina Neville dos Santos Rosas e Wilson Alves
Senne
O presente resumo apresenta relato de experiência do projeto de extensão Valorizando o direito à cidade
e a identidade étnica: oficinas lúdico-pedagógicas de cidadania, vinculado à Universidade Federal da
Bahia. O projeto atuou na Praça Marechal Deodoro, bairro do Comércio em Salvador, durante o período
de janeiro a dezembro de 2017, via o Ponto de Cidadania - serviço de articulação das redes básicas para
a população em situação de rua e usuária de drogas – com público-alvo as crianças e adolescentes que
frequentam a Praça como espaço de socialização, brincadeiras e convívio comunitário. Fez-se objetivos:
promoção de ações que favorecem a apropriação do espaço urbano e a afirmação das identidades quanto
sujeito-cidadãos; resgate e valorização das memórias individuais e comunitárias que atravessam as
histórias individuais e coletivas; articulação com o Ponto de Cidadania para desenho e aprimoramento de
estratégias de acompanhamento psicossocial ao público citado. Com encontros semanais nas sextas-feira
à tarde foram realizadas oficinas com diferentes recursos, como: desenhos, jogos, rodas de conversa,
passeios e visitas a espaços públicos (cinema, Parque da Cidade, Crianças na UFBA), construção de murais,
intervenção urbana com graffiti, aniversário do mês, acompanhamento na rede de saúde e, atendimentos
psicossociais individuais e acompanhamento familiar compartilhado com o Ponto. Durante as atividades
foi possível perceber que, para além da ausência de fluxos de atendimentos e serviços voltados para a
infância e adolescência, tem-se nas políticas públicas o desafio de acolher e incluir em suas estratégias as
infâncias e adolescências não desejantes e desejadas.

Grupo 19 - DESIGUALDADE SOCIAL 2


CONSULTÓRIO NA RUA: MOBILIZAÇÃO DE ESTUDANTES EM AÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL E
COMUNITÁRIA
Sueli Marques Ferraz dos Santos e Kathia Nemeth Perez
Os Consultórios na Rua seguem os princípios do SUS: universalidade, integralidade da atenção à saúde,
equidade, procurando respeitar o modo de vida da população assistida, a promoção de direitos humanos,

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inclusão e reinserção social, enfrentamento ao preconceito e resgate da cidadania. Na região norte do
país as iniciativas dessa modalidade de atendimento são raras. A mobilização para implantação do projeto
vem recebendo apoio logístico e práticas que envolvem o curso de Psicologia da Faculdade Católica Dom
Orione em Araguaína-TO com um grupo de estagiárias, por meio de atividades práticas e aproximação
com os organismos municipais e estaduais. O projeto vinha sendo articulado pela comissão intersetorial
de políticas públicas e representantes dos serviços de saúde e assistência social, universidades e conselhos
de direitos, para compor a Rede de Atenção Psicossocial. As acadêmicas percorrem os locais de frequência
dos usuários, enfatizando o papel do psicólogo social na comunidade e visando a expansão de estratégias
de prevenção e tratamento relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas e integrado a outras
políticas públicas. A equipe busca a investigação dos modos de atuação e as características do trabalho
de intervenção com adultos jovens em situação de rua e usuários de substâncias psicoativas, segundo
percepções de profissionais de várias áreas e os relatos obtidos dos entrevistados, bem como as ações
empreendidas evidenciam variados aspectos facilitadores do trabalho, em busca do apoio necessário e as
perspectivas de contato com os usuários para uma mudança de vida na rua.

Grupo 20 - DESIGUALDADE SOCIAL 3


A AÇÃO CRÍTICA DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E O USO DE MAPAS AFETIVOS NA REALIDADE DE
CATADORES ESTIGMATIZADOS EM FORTALEZA - CEARÁ
Vitória Régia Abrantes Lopes, Ana Claudia Freire Barreto Lima, Aline Maria Barbosa Domício Sousa, Carlos
Victor Leal Aderaldo e Geovana Dara Pereira de Oliveira
Este trabalho faz parte de uma parceria existente desde 2014 entre a Pastoral do Povo da Rua e a
Universidade de Fortaleza para realização de atividades em psicologia comunitária com vistas ao
desenvolvimento dos catadores de materiais recicláveis. Trata-se de uma pesquisa-interventiva em uma
comunidade da cidade de Fortaleza, Ceará, sendo o grupo-alvo, mulheres trabalhadoras da região do
Jangurussu. Para a primeira etapa da pesquisa foi realizada a análise das necessidades e demandas,
através do Método de Vivência e Análise da Atividade Comunitária, tendo a aplicação dos mapas afetivos
e do diálogo problematizador como ferramentas de ação-conscientização sobre os diversos tipos de
opressão e exclusão existentes no lugar. Tais ações proporcionaram a vivência do modo de vida
comunitário, por meio da Investigação Ação-Participantiva. Nos resultados foram identificados que as
situações de miséria extrema e o modo pelo qual as pessoas sobrevivem como subcidadãos estão
imbricadas com a temática da desigualdade social. Observou-se ser necessário a ação mediadora do
psicólogo para o fortalecimento de uma consciência crítica e ético-afetiva dos moradores diante dos seus
locais de vida. Conclui-se que embora houvesse dificuldades na escolha dos instrumentos para inserção
na comunidade no começo, em longo prazo, com estabelecimento de vínculos e conhecimento da
comunidade a ação com mapas afetivos se solidificou pelo uso de imagens e retóricas que sinalizam as
angústias e percepções dos catadores, estigmatizados pelo uso opressivo e massivo da força de trabalho.
A ação crítica da psicologia comunitária foi essencial para os sujeitos envolvidos na ação estabelecida.

Grupo 20 - DESIGUALDADE SOCIAL 3


ARTE-IDENTIDADE COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE MORADIA NAS RUAS: MARCAS DA PRODUÇÃO
SUBJETIVA NO MAPA DA DESIGUALDADE NO CEARÁ
Geovana Dara Pereira de Oliveira, Aline Maria Barbosa Domício Sousa, Vitória Régia Abrantes Lopes,
Nathalie da Silva Baracho, Cristina Maria Rodrigues Costa, Maria Edna Barbosa Ferreira, Lucas Barbosa
Rabelo e Maria Angela Vieira de Albuquerque
Esse trabalho é realizado na Instituição Casa do Povo de Rua, a partir de uma parceira estabelecida com
a Universidade de Fortaleza, desde 2014. A Pastoral presta assistência a pessoas em situação de moradia
nas ruas, e lá, atuamos enquanto estagiários, fazendo um acompanhamento do usuários que passam pela
Instituição. Trata-se de um trabalho de pesquisa-interventiva em psicologia comunitária, na qual dentre
as inúmeras ações realizadas, estão as oficinas de arte-identidade, com início em 2017, envolvendo cerca
de 20 usuários da instituição. Tal estratégia teve início após a realização do levantamento das demandas
e necessidades que teve como objetivo mapear as marcas das produções subjetivas dos usuários da
Pastoral face a temática da desigualdade social em seu caráter orgânico. Nessas oficinas, houve a
fabricação de máscaras de gesso, a sua pintura e enfeite, além da verbalização simbólico-relacional que
enfraquece as ações de mobilização necessárias para a mudança da condição de vida de cada usuário.
Nesses encontros, ocupamos uma praça da cidade e lá realizamos vivências comunitárias como meio de

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fortalecer a identidade dos usuários. Tivemos como resultado um conjunto de discussões sobre
estereótipos que de fato são dadas as pessoas em situação de moradia nas ruas e o quão destrutivo e
opressor são tais máscaras. Ao mesmo tempo foi possível perceber depoimentos libertadores de si
próprios e no eixo da intervenção comunitária o enriquecimento da compreensão dos processos
sociopsicológicos e o caráter orgânico que nos torna aptos à compreensão da produção discursiva da
subjetividade no mapa da desigualdade no Ceará

Grupo 20 - DESIGUALDADE SOCIAL 3


RELATO DE EXPERIÊNCIA DA LIGA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA SOCIAL
Lucas Silva Alencar, Jaciany Soares Serafim, Lara Emanuelle Albuquerque Costa, Ketlei Daiane Gomes de Sá
e Sandrine Laiara Mendes Ferreira
A Liga Acadêmica de Psicologia Social (LAPS) é um projeto de extensão, ensino e pesquisa implantado em
setembro de 2015 por acadêmicas (os) e docente do curso de Psicologia das Faculdades Unidas do Norte
de Minas – FUNORTE. É composta por 08 integrantes acadêmicas (os) que formam o diretório sob tutoria
docente. Seu objetivo é contribuir para a formação crítica na psicologia do corpo discente a partir das
dimensões teórica e prática no fazer da Psicologia Social. São realizados encontros quinzenais com os
integrantes, e, mensal para toda a comunidade acadêmica e sociedade, quando são desenvolvidas
variadas metodologias participativas. São planejadas e/ou revisadas a cada semestre. As categorias de
análise se balizam na relação entre desigualdade social, subjetividade e luta por reconhecimento social.
No ano de 2017, alguns dos resultados realizaram processo implantação Observatório da Violência contra
a Pessoa Idosa, seminários e rodas de conversa sobre a “Cura gay”, violência contra a mulher, violência
simbólica, pobreza, programa bolsa família, violência contra criança e adolescente e pessoa com
deficiência.Conclui-se que a LAPS tem contribuído para a formação da psicologia no norte de Minas e para
o reconhecimento social de grupos oprimidos e violentados por diferentes acessos a direitos.

Grupo 20 - DESIGUALDADE SOCIAL 3


ATRAVE(R)SSANDO A CIDADE: NOTAS SOBRE UMA EXPLORAÇÃO SÓCIO HISTÓRICA EM ESPAÇOS DE
DESIGUALDADE NA CIDADE DE SOBRAL – CE
Bruna Clézia Madeira Neri
Este trabalho é fruto da aplicação de uma metodologia ativa dentro da disciplina de Psicologia Social I,
ministrada pela autora do mesmo. A disciplina é ofertada num curso de graduação de Psicologia, para
alunos que se encontram no segundo semestre letivo. Dentre os temas presentes na ementa da disciplina,
temos: Introdução ao estudo de aspectos históricos relacionados ao surgimento da Psicologia Social;
fundamentos epistemológicos e metodológicos da Psicologia Sócio histórica; Teoria das Representações
Sociais; Abordagens atuais em Psicologia Social; principais categorias da Psicologia Latino-Americana e
Brasileira; O compromisso ético-político do psicólogo social. Neste relato de experiência, analisamos de
maneira breve as expressões de Identidades e Representações Sociais na cidade de Sobral, no Ceará,
observando aspectos sociais, econômicos e culturais de três ambientes diferentes da cidade, sendo eles,
respectivamente: Mercado Público de Sobral; Bairro Dom Expedito ( uma área considerada de alta
vulnerabilidade socioeconômica) e Praça do Teatro São João (um importante ponto de encontro da
cidade). O elemento crítico deste trabalho situa-se na possibilidade de utilizar a cidade, a partir de seus
mais diversos espaços públicos, como um locus de aprendizado das principais categorias conceituais da
Psicologia Social. Para além dos muros da sala de aula, a cidade - através do mercado, das praças, dos
pontos históricos que imprimem memória afetiva, dos variados aglomerados de sujeitos que
cotidianamente coabitam-na – é espaço performativo e educativo, que abre possibilidades para se pensar
novas formas de ensinar e aprender mais sobre a subjetividade dos fenômenos sociais, objetivo primordial
de investigação da Psicologia Social.

Grupo 21 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2


REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHADORES/AS QUE ATUAM EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO SOBRE SUA PRÁTICA E SOBRE OS/AS ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI NESTE
CONTEXTO
Francisca da Conceição e João Eduardo Coin de Carvalho
Esse projeto de pesquisa teve como objetivo investigar as representações sociais dos trabalhadores da
medida socioeducativa de internação sobre seu trabalho, sua prática, e sobre os/as adolescentes em

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conflito com a lei, atendidos pela política pública de Medida Socioeducativa no âmbito do Estado de São
Paulo, com vistas a refletir sobre ações de promoção de melhoria no trabalho e nas relações estabelecidas
no contexto da Medida Socioeducativa de Internação. Para tanto, foram realizadas entrevistas individuais
com quatro participantes, consentidas através de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com apoio
de um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo.
Os resultados revelaram a relação entre trabalhadores e adolescentes permeada por representações
negativas dos trabalhadores em relação aos adolescentes, uma prática essencialmente de segurança e
contenção e uma relação conflituosa com os adolescentes. Condições de trabalho precárias, falta de
capacitação continuada e alienação dos trabalhadores em relação à evolução legislativa apareceram como
entraves ao desenvolvimento das atividades conforme previsto pelo ECA e SINASE, persistindo, ainda,
práticas violadoras de direitos dos adolescentes e a incidência de violência nos centros de internação no
Estado de São Paulo. Compreendeu-se a necessidade de instituir espaços de reflexão e capacitação, bem
como oferecer respaldo psicossocial aos trabalhadores.

Grupo 21 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2


SOCIEDADE DE CONTROLE, DE EXCLUSÃO E DE INVISIBILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Sandra Maria Francisco de Amorim
A partir da experiência em projetos de ensino, pesquisa e extensão (UFMS) relacionados à crianças e
adolescentes, vítimas e/ou autores de violência, temos buscado manter e ampliar reflexões críticas acerca
do papel da Psicologia, como ciência e profissão, no contexto das políticas públicas voltadas à essa
população, visando a garantia dos direitos. As reflexões que trago neste contexto são produto de
inúmeros processos formativos desenvolvidos junto aos profissionais (psicólogos e outros) do Sistema
Socioeducativo, da Assistência Social, da Saúde, do Judiciário, Conselheiros Tutelares, dentre outros.
Entendemos que as práticas profissionais só fazem sentido se forem permeadas por um pensamento
crítico acerca do contexto no qual estão inseridos os sujeitos, acerca da concepção de constituição dos
sujeitos e da implicação dos profissionais, para além das aplicações práticas. Dessa forma, manter a
formação reflexiva de operadores das politicas públicas,, pautada em estudos científicos e aportes legais,
é uma forma de contribuição com a garantia de direitos, com a ampliação da responsabilidade social e
com o enfrentamento dos retrocessos.

Grupo 21 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2


A FOTOGRAFIA COMO LINGUAGEM DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO
Nadejda Magno Francisco dos Santos, Tamiris Bridi Mantovani, Débora Corrêa Lacerda e Luciana Gomes
Almeida de Souza
A situação de acolhimento institucional é bastante comum ao passo que muitas crianças e adolescentes
em nosso país, que enfrentaram violências das mais diversas precisaram ser afastadas de suas famílias
até que a condição fosse superada. No entanto, ao passar a residir em ambiente institucional é comum
que estes indivíduos em formação precisem abrir mão de sua privacidade e individualidade em prol de
rotinas coletivas. A psicologia social busca compreender esta realidade e refletir sobre formas de resgate
da subjetividade desses indivíduos como forma de fortalecimento e enfrentamento das fragilidades e
riscos sociais a que foram expostos. A fotografia pode ser uma forma de expressão e acesso a estas
questões psíquicas resgatando desejos e potencializando interesses dos adolescentes. Esta pesquisa visou
oferecer oficinas de fotografia a adolescentes institucionalizados buscando a recuperação desta
subjetividade essencial, assim como o resgaste de sua história, enquanto ser histórico e social, por meio
da expressão de imagens concretas, construídas por eles.

Grupo 21 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2


A CONTRADIÇÃO ENTRE A GARANTIA E O (DES) ACESSO A EDUCAÇÃO: UMA REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA
PSICOLÓGICA NO ATENDIMENTO DE ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM
MEIO ABERTO
Matheus Vieira Margente e Zaira Fátima de Rezende Gonzalez Leal
As legislações referentes ao trato com a criança e com o adolescente sofreram diversas transformações,
passando do paradigma do menor em situação irregular, característico de todas as edições do Código de
menores, de 1927 até 1979, até a promulgação, em 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente,
documento tendo como base a Declaração Universal dos Direitos da Criança e do Adolescente, alterou

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(legislativamente) o paradigma da vigilância punitiva e higienista contra a pobreza, para o da proteção
integral, buscando a garantia máxima dos direitos civis e políticos das crianças e adolescentes e, inclusive,
a garantia do acesso à educação. Para com os adolescentes em situação de conflito com a lei, não foi
diferente, havendo diversos avanços, tanto nas políticas de atendimento, assim como nas normativas e
técnicas de intervenção. Entretanto, para com estes, identifica-se algumas dificuldades na garantia da
permanência nas políticas públicas de educação, principalmente daqueles que cumprem medida
socioeducativa em meio aberto. Determinado problema é promovido por diversos elementos, tanto
aqueles relacionados com as condições concretas de acesso à escola, assim como aspectos dificultadores
promovidos pela própria instituição escolar, a qual a partir de uma visão reducionista e estigmatizada para
com o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, dificulta o seu acesso e garantia de
permanência na escola. Vê-se também que os processos de pauperização da categoria dos professores e
a precarização dos sistemas de ensino também contribuem para este fenômeno, afinal a falta de
investimentos e formação dificulta uma análise mais radical e crítica do problema.

Grupo 21 - DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2


VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NUMA PERSPECTIVA DO GÊNERO
Jaciany Soares Serafim, Anne Karoline Assunção Versiani, Mayane Assis Nascimento e Willian Douglas Souza
Farias
As divisões etárias e de gênero, tal como os papeis e estereótipos sociais que carregam, são socialmente
construídos (PAPALIA; FELDMAN, 2013; BUTTLER, 2003). Após analisar as 9663 denúncias de violações de
direitos de crianças e adolescentes registradas pelos três Conselhos Tutelares da cidade de Montes Claros
de 2013 a 2016, foi descoberta uma diferença de natureza entre as violações que atingem
majoritariamente os sexos feminino e masculino. Sendo que, 62,87% das evasões escolares, 64,26% das
infrequências, 66,18% das indisciplinas, 66,04% dos usos de entorpecentes e 68,6% dos atos infracionais
denunciados atingiram meninos. Segundo Gallo e Williams (2005) o ato infracional tem relação com as
demais violações supracitadas. Enquanto 92,59% das explorações sexuais, 74,54% das suspeitas de abuso
sexual e 80,81% das violências sexuais denunciadas atingiram meninas. Segundo Ribeiro, Ferriani e Reis
(2004) a desigualdade de gênero possui grande influência sobre as violações de ordem sexual havendo
uma predominância de vítimas do sexo feminino. É visível uma diferença de atitude entre as violações,
sendo as que atingem o sexo feminino, em maioria, passivas, enquanto as que atingem o sexo masculino
são, na maior parte, ativas. Essa diferença, possivelmente, se deve à forma como as crianças são criadas,
pois Segundo Beavouir (1980) os homens são criados para serem ousados (escalando árvores), enquanto
as mulheres são educadas para servir (brincando de casinha). Esta produção evidencia uma necessidade
de se seguir pensando em políticas públicas de caráter combativo e preventivo, mas principalmente de
desnaturalizar essas relações que se encontram na origem dos fenômenos.

Grupo 22 - EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE


O FENÔMENO IMAGINATIVO E CRIATIVA NA PRÉ-ESCOLA
Gislayne Cinara da Silva, Hemaúse Emanuele da Silva, Bruna Jucilene Carlos Gonzaga e Júlio Ribeiro Soares
O trabalho tem o propósito de apreender os sentidos e significados que constituem a imaginação e
criatividade da criança na fase pré-escolar. Tendo como pressuposto teórico-metodológico a psicologia
sócia histórica o fenômeno imaginativo e criativo perpassa a constituição, a historicidade infantil, num
movimento dialético constante. É por meio das atividades na educação infantil que os fenômenos
imaginativos e criativos se constituem. No entanto, estudos tem apontado a fragilidade, em relação a
discussão sobre a temática imaginação e criatividade, pois apresentam em sua maioria, caráter
dicotômico, objetivista ou metafísico, não discutindo a dimensão subjetiva que o constituem. Diante
dessa realidade realizamos uma pesquisa com crianças da educação infantil especificamente na pré-
escola. Para produção dos dados, utilizamos os desenhos criados pelas próprias crianças, assim como suas
falas sobre suas produções. A análise dos dados foi realizada por meio dos núcleos de significações,
conforme Aguiar e Ozella (2013) e Aguiar, Machado e Soares (2015). A pesquisa traz a possibilidade de
pensar a imaginação e a criatividade não como um processo dicotômico, mas como um fenômeno que se
constituem na dialética entre objetividade e subjetividade. Assim, mediados pela perspectiva da
psicologia critica compreendemos que o ato de imaginar e criar carrega em sua materialidade a
subjetividade, a afetividade das crianças constituídas nas vivências e experiências escolares e não

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escolares, as objetivações produzidas sociais, culturais e historicamente. A imaginação e a criatividade são
processos constituídos de significação da realidade tanto objetiva quanto subjetiva.

Grupo 22 - EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE


A ARTE COMO PROMOTORA DA RECONFIGURAÇÃO DOS SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR EDUCADORES À
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
Beatriz Cristina de Oliveira, Vânia Rodrigues de Lima Ramos e Vera Lucia Trevisan de Souza
Apresenta-se o recorte de uma pesquisa, em andamento, com professores que lecionam na rede pública
de ensino nos níveis Fundamental II e Médio. O estudo pauta-se nos pressupostos teórico-metodológicos
da Psicologia Histórico-Cultural, especialmente as ideias de Vigotski, assumindo características de
pesquisa-intervenção. Utiliza-se de diversas formas de linguagens artísticas para o favorecimento da
expressão e elaboração das emoções que emergem das relações no contexto escolar, objetivando ampliar
a reflexão dos educadores sobre suas condições de trabalho e de vida. Os encontros ocorrem
quinzenalmente, nos horários de Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC). Os resultados parciais
indicam a potencialidade da arte como facilitadora da promoção de vínculos entre professores e
psicólogos, visto que viabilizou a compreensão das práticas pedagógicas e psicológicas como fazeres
complementares nos processos educativos. Observou-se que o uso de arte nas intervenções realizadas
com os docentes afetou diretamente a interação professor-psicólogo no ambiente escolar, permitindo o
estabelecimento de parcerias entre estes profissionais, cujas aproximações foram possíveis pela via do
sensível, isto é, pela mobilização das emoções suscitadas pelas materialidades artísticas utilizadas nos
encontros, que abriram espaços para a ressignificação da atuação do psicólogo escolar.

Grupo 22 - EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE


A ATIVIDADE DO BRINCAR PARA A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA: UM DIALOGO COM ELKONIN, LEONTIEV
E VIGOTSKI
Maria de Nazareth Fernandes Martins
A Psicologia do jogo de Elkonin (2009) é nosso marco inicial para uma análise da realidade da Educação
Infantil, especificamente da prática pedagógica dos professores. A ideia é criar as condições, por meio
deste ensaio, para produção teórica da tese de doutorado em Educação, realizada na Universidade
Federal do Piauí. Considerando a Psicologia Sócio-Histórica e o Materialismo Histórico Dialético como base
epistemológica, buscamos o que tem de mais desenvolvido sobre a criança e seu desenvolvimento. Assim,
nos apoiamos em Elkonin (2009), Leontiev (2010) e Vigotski (2008) quando expressam o lugar da
brincadeira, ou, a natureza do jogo no desenvolvimento infantil. Para Vigotski, o brincar é fonte de
desenvolvimento por criar as condições da criança se apropriar da cultura, criar o seu conceito de mundo.
No jogo, a criança penetra no âmbito das relações sociais e as modela de forma peculiar. A brincadeira,
para Leontiev (2010) é uma atividade caracterizada por uma ampla gama de ações que atendem as
necessidades da criança, mas não um resultado, um objetivo. O motivo está no próprio processo. Com
tantas relações de mediação do brincar com o desenvolvimento infantil, nos questionamos: Quais são as
mediações constitutivas da prática pedagógica da Educação Infantil com a atividade do brincar? Essas
mediações nos evidenciarão tendências da prática pedagógica da Educação Infantil que se constitui na
relação entre a formação e o exercício da profissão.

Grupo 22 - EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE


LITERATURA, INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: O LUGAR DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS EM UM CENTRO DA
CRIANÇA E ADOLESCÊNCIA
Luciana Szymanski, Laura Degang, Ana Carolina Murakami de Carvalho, Joyce Kelly, Jozino Rocha, Giovanna
Anjul Elchemer Salvioni, Luciana Tomy Ribeiro, Natasha Duek e Felipe Fachim
O intuito do presente projeto é dar continuidade às intervenções realizadas por nosso grupo em
instituições educacionais da região da Brasilândia, mais especificamente em um Centro da Criança e do
Adolescente (CCA) com crianças de 6 a 14 anos, com vistas à implementação e análise de um espaço de
leitura, contação de história e reflexão sobre temas cotidianos, a partir da demanda local. Com isso,
pretende-se pesquisar as contribuições da literatura para a educação infanto-juvenil e compartilhar
questões que se colocam na implementação de um projeto que explore a literatura e seus
desdobramentos no cotidiano educacional. A pesquisa inscreve-se na abordagem fenomenológica e o
procedimento metodológico foi o da Entrevista Reflexiva. A análise, ainda em desenvolvimento, tem

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apontado para conjuntos temáticos (Constelações) que revelam a literatura como um importante
instrumento de educação, vínculo, convívio, ludicidade que possibilita especialmente a ressignificação da
própria história e da história da comunidade, passando pela temática racial, de gênero, do corpo, dentre
outras questões do cotidiano das crianças, adolescentes e educadores da instituição parceira.

Grupo 22 - EDUCAÇÃO - ARTE E CRIATIVIDADE


A PSICOLOGIA DA ARTE E A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO E DA CONSCIÊNCIA DE
ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO PÚBLICO
Maura Assad Pimenta Neves e Vera Lucia Trevisan de Souza
O presente trabalho é parte de uma pesquisa-intervenção, de uma tese de doutorado em andamento.
Adotam-se os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo conceitos
de Vigostki e seus leitores. Tem-se por objetivo apresentar possibilidades de atuação do psicólogo escolar
no enfretamento da vulnerabilidade de adolescentes do Ensino Médio público, a partir de práticas
mediadas pela arte que favoreçam o desenvolvimento da imaginação, do pensamento por conceitos e da
consciência. A pesquisa é realizada em uma escola da rede pública estadual, localizada na periferia de um
município do interior de São Paulo. Os dados de análise estão sendo construídos com intervenções
realizadas em 2016, 2017 e 2018 com alunos do 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Médio, respectivamente. São
realizados encontros semanais mediados filmes, documentários, fotografias, pinturas e músicas, com o
intuito de promover reflexões e produções artísticas e textuais dos alunos, que favoreçam a ampliação da
visão de mundo e de si mesmos, por meio de discussões acerca das condições de vida atuais e futuras,
investindo-se na agilização da imaginação, no desenvolvimento do pensamento por conceitos e da
consciência. Tais funções psicológicas são fundamentais nos processos de apreensão dos conteúdos
escolarizados, na capacidade de abstração e generalização, na realização de escolhas no presente e no
futuro e na produção de devires. Os resultados têm apontado que a arte é uma potente ferramenta no
trabalho do psicólogo escolar, por tocar o aluno em seus afetos, despertando seu interesse, favorecendo
seu envolvimento, desenvolvimento e, assim, contribuindo no enfrentamento da vulnerabilidade.

Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR


GRUPO DE APOIO ACADÊMICO AO ESTUDANTE (GAAE): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabrielle Capinam da Silva Simões e Rita de Cássia Nascimento Leite
O ingresso do jovem no Ensino Superior é um processo caracterizado por transformações e rupturas que
exigem do estudante o desenvolvimento da autonomia. Essa entrada pode se configurar como um
período de vulnerabilidade psicológica de modo que a construção de uma rede de apoio, o
estabelecimento de vínculos e suporte emocional são aspectos que podem ajudar na afiliação acadêmica.
O presente trabalho visa apresentar a experiência da primeira autora enquanto estagiária do curso de
psicologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no Grupo de Apoio Acadêmico ao
Estudante (GAAE), que tem por objetivo auxiliar os discentes do 1º ao 3º semestres da UFRB no processo
de afiliação e adaptação. O atendimento se deu, em 2017, em encontros grupais e semanais, na
modalidade breve e focal, com duração média de duas horas. O grupo se configurou como um espaço de
acolhimento e escuta, onde os estudantes puderam compartilhar suas inquietações e preocupações
relacionadas à entrada na universidade e construir estratégias para a superação das dificuldades iniciais
da vida acadêmica. É importante que as instituições de ensino superior estejam atentas às demandas dos
ingressantes de modo a acolhê-los, auxiliando em sua integração acadêmica e social. Adotando um
compromisso social e político, a UFRB e seu curso de psicologia, através do GAAE, assume uma prática
implicada com a promoção de saúde e desenvolvimento.

Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR


HORIZONTALIDADE NA AVALIAÇÃO: UM RELATO DE PRÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DE RUBRICAS
FORMATIVAS
Thais Cristina Rades
O presente trabalho propõe apresentar um relato de prática de avaliação da aprendizagem de alunos
graduandos em Psicologia, realizado na disciplina Psicologia da Educação, a fim de discutir a importância
da apropriação do aluno a respeito dos critérios utilizados no desenvolvimento desta. Atualmente,
utilizam-se diferentes instrumentos avaliativos, como: seminários, estudos de casos, entrevistas, entre
outros; o que possibilita aos alunos trabalharem em grupos. Para facilitar a transparência da avaliação do

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produto da aprendizagem, propôs-se a utilização de uma rubrica avaliativa, confeccionada previamente
na parceria entre professor e alunos. Dessa forma, percebeu-se que a comunicação dos critérios que
seriam utilizados na avaliação fossem discutidos, tornando horizontal a relação entre avaliador e
avaliados, na medida em que os alunos puderam conhecer o que seria deles exigido e compreender suas
falhas no processo, respeitando as características proposta pela avaliação formativa. A escolha por este
procedimento também contribuiu para a aprendizagem do aluno no tocante ao conhecimento de práticas
pedagógicas emancipatórias, tema gerador da maioria das discussões realizadas no decorrer desta
disciplina, propiciando um saber construído pela experiência. Após a conclusão da avaliação, os alunos
relataram algumas considerações a respeito da vivência proposta, o que nos levou a concluir benefícios
trazidos e melhorias a serem feitas, ao utilizar esta forma de comunicar a avaliação.

Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR


O ENSINO DE PSICOLOGIA EM CURSO DE GRADUAÇÃO DE SERVIÇO SOCIAL: NOSSO REENCONTRO COM A
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
Ana Cristina Nassif Soares
Depois de vinte e três anos como docente em um curso de graduação em Serviço Social, adotamos a
Psicologia Sócio-Histórica como continente para todo o conteúdo das disciplinas de Psicologia por nós
ministradas. A Psicologia ainda é vista por assistentes sociais como uma ciência positivista, que ajusta o
indivíduo ao meio no qual este se insere. A construção da psicologia crítica, por incrível que pareça, ainda
é desconhecida para parte desta área do conhecimento. Em programas de disciplinas anteriores
mesclávamos aspectos da psicologia crítica com outras vertentes da Psicologia, na tentativa de
ampliarmos o conhecimento das/os estudantes sobre esta área do conhecimento. No entanto, em função
do projeto ético-político do Serviço Social e de nossa reaproximação com a Psicologia Sócio-Histórica
decidimos, então, por torná-la a base sobre a qual analisamos os conteúdos propostos nas disciplinas e
não mais um mero tópico dos programas das disciplinas. Além disso, reafirmamos o conceito de
subjetividade descrito pela Psicologia Sócio-Histórica que vai radicalmente contra quaisquer posturas
positivistas, reducionistas, naturalizadoras e abstratas. Esta decisão também se baseou em pesquisas que
realizamos em programas de disciplinas de Psicologia em outros cursos de graduação em Serviço Social.
Acreditamos que, desta forma, estamos dando visibilidade à esta vertente crítica da Psicologia, bem como
contribuindo para a formação de profissionais voltados à uma prática transformadora, além de
reafirmarmos nossa crença no Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR


A UNIVERSIDADE COMO FONTE DE VIVÊNCIAS
Lucélia Costa Araújo
A categoria vivência em Vigotski é entendida como unidade da relação homem-meio, na qual está
implicada a ideia de situação social de desenvolvimento. Por sua vez, a lei geral do desenvolvimento
humano postulada pelo mesmo teórico defende que tal processo vai do âmbito interpsíquico para o
âmbito intrapsíquico, pois é nas relações sociais que encontramos as condições favoráveis ao surgimento
das funções psíquicas especificamente humanas. Diante disso, a educação deve ser compreendida como
processo por meio do qual organizamos e promovemos tais situações sociais de desenvolvimento. Assim,
o presente trabalho discute a articulação entre ensino, pesquisa e extensão na universidade como
possibilidade de constituir uma prática educativa que seja fonte de vivências na formação dos sujeitos. A
discussão resulta de consulta bibliográfica realizada às obras de autores como Vigotski, Jerebtsov,
Leontiev, entre outros que fazem uma leitura histórico-social do fenômeno psicológico. Verifica-se que a
articulação das ações de ensino, pesquisa e extensão devem constituir situações sociais de
desenvolvimento voltadas não apenas para os discentes da universidade, mas também para os sujeitos
que fazem parte da comunidade de modo geral e que também precisam usufruir dos avanços produzidos
no espaço acadêmico sobre questões de maior relevância sobre suas condições sociais e históricas de
existência.

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Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR
DOCENTE DA GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA: PSICÓLOGO OU PROFESSOR?
Cláudia Terra
O trabalho, ainda em desenvolvimento, tem como objetivo principal investigar as representações sociais
circulantes no processo de formação da identidade do docente e psicólogo que atua nos cursos de
graduação em Psicologia. Para tanto, visita os conceitos de identidade, subjetividade e comunidade, além
das diretrizes para a formação de professores para o nível superior, na tentativa de triangular com as
informações contidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB) para os cursos superiores,
as normativas do Ministério da Educação (MEC) para o curso de graduação em Psicologia, além do
discurso de psicólogos que atuam na docência do Ensino Superior e estudantes dos cursos de graduação
em psicologia. Ao adotar a perspectiva psicossocial da teoria das representações sociais, optou-se, para
sistematização das informações, recorrer ao apoio computacional do software MAXQDA para a
categorização temática e análise. Nesse sentido, considera-se as dimensões, os processos de gênese e as
funções das representações sociais, para debater as os elementos que compõem a identidade dos
docentes do curso de psicologia no âmbito de instituições de ensino superior privadas da cidade de São
Paulo. Acredita-se que as representações de professores e estudantes podem trazer elementos para a
reflexão das práticas educativas no contexto das referidas instituições, a identificação de possíveis
comunidades, a fim de se obter informações que contribuam para a proposição de políticas e estratégias
de formação docente, bem como para a formação do psicólogo docente para os cursos de psicologia.

Grupo 23 - EDUCAÇÃO - ENSINO SUPERIOR


O ENSINO DA PSICOLOGIA SOCIAL NAS FACULDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO
Angélica Cristina Betioli
A educação superior no Brasil, nos últimos anos do século XX teve uma expansão sem precedentes,
atualmente o número de instituições que oferecem o curso de psicologia ultrapassa 600. A proliferação
indiscriminada de novos cursos e qualidade do ensino neles, já foi tema de congressos nacionais de
psicologia (1996) e continua sendo motivo de preocupações. Ao compararmos a quantidade de
professores nas Universidades com as Faculdades contatamos a discrepâncias enormes e indicações de
intensa precarização do trabalho docente principalmente nas faculdades. As universidades que são
apenas 8,23% de todas as instituições acadêmicas do país concentram sozinhas mais da metade dos
professores de ensino superior: 53,29%; são elas que também concentram os professores mais
qualificados: possuem 76,11% dos 134.494 professores doutores do Brasil. A pequena quantidade de
professores pode afetar a qualidade do ensino da seguinte forma: quando apenas poucos professores
precisam dar conta de todas as disciplinas que compõem a grade curricular é comum que cada um deles
ministre várias disciplinas diferentes, incluindo disciplinas para as quais não possuem interesse, afinidades
ou experiências. Muitos desafios estão colocados aos professores da graduação em psicologia no Brasil,
um deles é a lógica da maximização do lucro, que dirige as instituições privadas, outros são teóricos-
metodológicos e pedagógicos. A multiplicidade da Psicologia Social acrescenta complexidade à docência.
O objetivo do projeto é conhecer a orientação teórica; práticas pedagógicas e particularidades vivenciadas
pelos docentes de psicologia social das faculdades do estado de São Paulo, e indicar possibilidades para o
aprimoramento da práxis científica no ensino.

Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO


“SÓ POR DEUS”: A PERCEPÇÃO DA ESCOLA VIVIDA E IMAGINADA DE ALUNOS DE 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
NOTURNO
Aline Cristina Ferreira, Juliana Soares de Jesus e Vera Lucia Trevisan de Souza
A evasão dos alunos do período noturno do Ensino Médio tem sido um debate recorrente e complexo,
ocasionando a implementação de inúmeras ações via políticas educacionais que visam a efetividade do
processo ensino-aprendizagem. Entretanto, no cotidiano escolar percebe-se uma dificuldade na
apropriação e consolidação dos conhecimentos científicos, indicando que a permanência e conclusão
dessa etapa do ensino básico estão permeadas por amarras e complexidades. Ancorados nos
pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural e compreendendo o meio como
fonte de constituição do psiquismo, o presente trabalho objetiva investigar os sentidos e significados
atribuídos pelos jovens do 1º ano do Ensino Médio noturno à escola vivida e a escola imaginada. Trata-se
de uma pesquisa-intervenção em que se busca compreender as relações estabelecidas entre os alunos e

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a escola, as significações que favorecem/desfavorecem a promoção do interesse pelo conhecimento
escolarizado. Para tal, realizamos um encontro com duas turmas de estudantes em uma instituição
pública estadual do interior do Estado de São Paulo, mediado por imagens registradas pelos fotógrafos
Sebastião Salgado, Robert Doisneau e Julian Germain, no qual os alunos foram convidados a
representarem sua escola e a que imaginavam. Resultados preliminares apontam que as representações
sobre a escola se constituem, majoritariamente, por elementos que derivam da relação professor-aluno,
como o respeito, a ética, a empatia e o cuidado. Estes fatores parecem indicar a aproximação e/ou o
distanciamento do processo ensino-aprendizagem, contudo é necessário um aprofundamento na
compreensão da relação dos jovens com a escola bem como pontuar atuação crítica do psicólogo escolar.

Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO


DESAFIOS NO ESTUDO CRÍTICO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E EVASÃO
ESCOLAR
Bruna Kobbaz Bettoni Moreira, Vânia Rodrigues Lima Ramos e Vera Lúcia Trevisan de Souza
Apresenta-se o recorte de um estudo, em andamento, que visa analisar o perfil socioeconômico de 176
alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública e a relação com a evasão escolar.
Aportadas nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, especialmente os de
Vigotski, defendemos a importância da escola na promoção do desenvolvimento humano, uma vez que é
por meio da apropriação do legado cultural e do conhecimento humano, mediada pela linguagem, que o
sujeito desenvolve novas formas de ser, de pensar, de sentir e agir no mundo, tornando-se ator e autor
de sua realidade. No entanto, sabe-se que a apropriação da cultura está condicionada às condições de
existência dos sujeitos, passando pela situação socioeconômica e nos questionamos: de que modo o perfil
socioeconômico do aluno impacta a evasão do ensino médio? Na busca de compreender este fenômeno
nos deparamos com alguns entraves que dificultam um estudo aprofundado e crítico do tema,
relacionado ao próprio conceito de evasão/abandono, que se apresenta de modo dicotômico na literatura
e na visão dos educadores: ora vincula-se simplesmente ao sujeito e a família, ora ao processo de ensino,
porém desvinculado da realidade social, política e econômica brasileira. Outro empecilho é o acesso aos
dados de evasão, os quais, algumas vezes, não são devidamente sistematizados pelas escolas ou redes de
ensino e mesmo por alguns órgãos governamentais.

Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO


DO ENTRETENIMENTO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: INVESTIGANDO OS SENTIDOS DA ESCOLA PARA
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO PÚBLICO DIURNO
Letícia Gonzales Martins, Maura Assad Pimenta Neves e Vera Lucia Trevisan de Souza
Este trabalho tem por objetivo investigar quais são os significados e sentidos atribuídos pelos
adolescentes, do 1º ano do Ensino Médio diurno, à escola que têm e à escola que gostariam de ter, e
analisar de que modo estas significações favorecem/desfavorecem o envolvimento dos alunos com o
conhecimento escolarizado. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica-documental, de caráter
descritivo, por utilizar 86 complementos de frases de questionários preenchidos por estudantes de uma
escola estadual em um município do interior de São Paulo. Partindo dos pressupostos teórico-
metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo de Vigotski, análises preliminares indicam que
o que mais atrai os alunos em suas vivências na escola são os professores, a cantina e o futebol; destacam
que a escola por eles vivida tem aulas desinteressantes e alunos bagunceiros; reivindicam uma escola com
melhor infraestrutura e educação de qualidade. Revelou-se ainda que grande parte dos alunos não cogita
deixar a escola, porém o que os impede de faltar às aulas são, principalmente, atividades para nota,
fazendo-nos questionar se os sentidos e significados que estariam na base da sua relação com o conteúdo
escolarizado não trazem uma visão pragmática do ensino. Intenta-se aprofundar as compreensões acerca
da escola vivida e da escola imaginada pelos alunos e fomentar a discussão sobre a importância do
psicólogo escolar, como profissional que cria espaços de promoção de atribuição de significados e
sentidos ao vivido pelos adolescentes, em suas vidas de modo geral, e à escola em particular.

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Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO
“NÃO VOU DAR AULA, JÁ FECHEI AS NOTAS”. A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE A
EVASÃO NO ENSINO MÉDIO
Elora Travaini Grecco, Vera Lucia Trevisan de Souza e Lilian Aparecida Cruz Dugnani
O presente trabalho objetiva investigar, a percepção de gestores e professores, sobre os motivos que
contribuem para o processo de evasão dos alunos do 1º ano do Ensino Médio. Sua relevância se justifica
por compreendermos a evasão como um fenômeno multideterminado, configurada na relação dialética
permanente entre sujeito e social, e das significações que dela decorrem. Adota-se o referencial teórico-
metodológico da Psicologia Histórico-cultural, sobretudo os de Vigotski e seus interlocutores. O lócus da
pesquisa é uma escola pública da rede estadual de ensino Fundamental II e Médio, de uma cidade no
interior de São Paulo. As informações foram construídas à partir de entrevistas semiestruturas com 3
professoras (períodos diurno e noturno) do EM, a diretora, a vice-diretora e com dois professores
coordenadores pedagógicos. Com o intuito ampliar nossa compreensão sobre o como essas percepções
se constituem realizou-se ainda três observações; em cada uma das cinco salas dos 1º anos do Ensino
Médio, sendo três delas alocados no período matutino, e duas no período noturno. Resultados
preliminares indicam que, se por um lado, gestores e professores, compreendem que a evasão é um
processo que se constitui gradativamente, por outro, não atribuem à escola qualquer responsabilidade
na constituição desse fenômeno, compreendendo que o próprio aluno, sua condição econômica, ou sua
família são os principais responsáveis pela saída do estudante da escola.

Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO


ENSINO TÉCNICO: UMA PEDAGOGIA PARA A AUTONOMIA?
Carla Cristina Kawanami e Henrique Santos do Nascimento
Entre os diversos níveis de formação possíveis no Brasil, o ensino técnico tem sido a opção não só de
jovens buscando qualificação para adentrar no mundo do trabalho, como pessoas de todas as idades por
diversos motivos: certificar o conhecimento já adquirido, uma vez que já atua na área; agregar
conhecimentos para crescer profissionalmente ou mudar de ocupação; frequentar um ensino superior ao
ensino médio, em uma instituição de ensino com práticas que incentivam a autonomia. Porém,
considerando o papel de mediador exercido pelo professor, o momento em sala de aula pode
proporcionar a assimilação de conceitos e princípios que provoquem o questionamento do aluno em
relação à sociedade e às relações sociais de produção, e não simplesmente reproduza a ideologia da classe
dominante. Dessa forma, o ensino técnico pode conter em si possibilidades de intervir de forma a
promover a autonomia do indivíduo e seu pensamento crítico, instrumentando-o a contribuir na
construção de um projeto de sociedade e de concepção de ser humano mais justo e igualitário.

Grupo 24 - EDUCAÇÃO - ENSINO MÉDIO


O LUGAR DA PSICOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: A ARTE COMO MEDIAÇÃO DO TRABALHO COM
ADOLESCENTES
Fernanda Pereira Medeiros, Guilherme Siqueira Arinelli e Vera Lucia Trevisan de Souza
O presente trabalho apresenta um recorte de duas dissertações de mestrado desenvolvidas entre os anos
de 2015-2016 e fundamentadas nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural.
Ambas, localizadas no mesmo grupo de pesquisa – PROSPED - objetivaram investigar a atuação do
psicólogo escolar na promoção de espaços que possibilitassem a resignificação da vivência de
adolescentes do ensino médio frente às possibilidades de futuro e de trabalho. As informações derivaram
de encontros semanais, mediados por expressões artísticas, com estudantes do terceiro ano do ensino
médio diurno de uma escola particular e do 1º ano do ensino médio noturno, de uma escola pública
estadual, localizadas em uma cidade do interior do estado de São Paulo. Os resultados evidenciam a
capacidade do uso da arte, enquanto instrumento do psicólogo escolar, na promoção de novas formas de
pensar e agir dos jovens, fugindo ao campo do pragmatismo e ampliando as possibilidades de reflexão
sobre as suas condições de vida atuais e futuras. A partir do investimento em uma reflexão crítica da
realidade, os adolescentes foram capazes de criar novas possibilidades de escolha, direcionando-se a um
posicionamento de maior autonomia e protagonismo. Conclui-se que a orientação profissional, pautada
na Psicologia Histórico-Cultural, possibilita ao sujeito ampliar a consciência sobre si e ressignificar o papel
do outro em suas escolhas, levando a um modelo de atuação mais crítico e comprometido com a
transformação da realidade.

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Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS
A DIMENSÃO SUBJETIVA DA FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA: PROPOSTA DE ANÁLISE DAS SIGNIFICAÇÕES DE
PROFESSORES SOBRE ESSE FENÔMENO
Fábio Alves Gomes, Wanda Maria Junqueira Aguiar e Raquel Antônio Alfredo
A investigação do processo de culpabilização presente na relação família-escola faz-se relevante, pois sua
intensificação tem escamoteado aspectos macrossociais que determinam essa condição, num movimento
contraditório que precisa ser amplamente discutido e enfrentado. A pesquisa em pauta tem como
objetivo geral explicitar e analisar a dimensão subjetiva da função social da família. Mais especificamente,
pretende-se analisar: as significações constituídas pelos docentes acerca da função social da família; as
mediações constitutivas da dimensão subjetiva da função social da família produzidas na escola. Isto,
mediante a problematização de elementos ideologizados sobre a função social da família, presentes em
objetivações do campo da político-científico. Como procedimento teórico-metodológico será realizada
pesquisa de campo e bibliográfica (BAPTISTA, 2014). Quanto aos instrumentos e técnicas de produção de
informações, propõe-se grupos de discussão, entrevistas semiestruturadas e observação participante
(BAUER & GASKELL, 2008). A metodologia de análise e interpretação das informações será fundamentada
na proposta de Aguiar e Ozella (2006, 2013) de análise de núcleos de significação. No campo da psicologia
sócio-histórica, interessa a dialética dos processos de constituição da função social da família, na
subjetividade dos sujeitos da pesquisa e nos processos de apropriação e expressão da sua dimensão
subjetiva no campo social. Estima-se ampliar a compreensão da dimensão subjetiva que constitui a
realidade objetiva deste fenômeno, compreendendo o seu percurso histórico e apreensão desta pelos
docentes. E, assim, contribuir para o avanço do conhecimento científico, no campo da pesquisa
educacional, quiçá, oferecendo discussões fundamentais ao balizamento de políticas públicas de
formação inicial e continuada de professores.

Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS


NÚCLEO DE APOIO E ACOMPANHAMENTO PARA APRENDIZAGEM (NAAPA) – UMA ATUAÇÃO QUE
PROPÕEM A RUPTURA DA MEDICALIZAÇÃO E DA PATOLOGIZAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Elisandra Felix Vieira, Elisângela Freire de Oliveira Chagas, Adriana Daleffi, Gisele Oliveira Brito e Regina
Lopes de Lima Baldi
O Núcleo de Apoio e Acompanhamento para Aprendizagem (NAAPA) é um serviço criado pela Prefeitura
Municipal de São Paulo a partir do Decreto nº 55.309, de 17/07/2014, e regulamentado pela Secretaria
Municipal de Educação de SP, pela Portaria nº 6.566, de 24/11/2014. A necessidade da implantação do
NAAPA surgiu em consideração à demanda identificada de que mais de 50% dos educandos
encaminhados para avaliação psicológica com hipótese diagnóstica de deficiência não configuravam tal
questão, mas dificuldades decorrentes de situações sociais, familiares e cognitivas que podem interferir
em seu processo de ensino-aprendizagem. Contudo essas dificuldades que podem interferir em seu
processo de escolarização não incidem no sujeito a responsabilização ou a culpabilização pelo não
aprender, mas para as condições concretas que permitem ou não que a escola cumpra seu papel de uma
educação integral. Assim a equipe NAAPA tem como norte em sua atuação nas Unidades Educacionais
analisar o processo de escolarização e suas possíveis rupturas, o eixo de suas análises desloca do indivíduo
para a escola e a junção de relações institucionais, históricos, psicológicos, pedagógicos e políticos que se
fazem presentes e constituem o dia a dia da escola. No ano de 2017, a equipe NAAPA da Diretoria Regional
de Guaianases esteve presente em todas as Unidades de Ensino Fundamental de seu território, o que
possibilitou que constatassem um número significativo de crianças do Município que necessitam de
articulações com a Rede de Proteção Social além da importância de fortalecerem suas estratégias
pedagógicas para manter esses estudantes na própria escola.

Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS


A DIMENSÃO SUBJETIVA DA ESTIGMATIZAÇÃO DE ALUNOS EM UMA REALIDADE ESCOLAR: ASPECTOS
EXCLUDENTES QUE LEVAM A DESCONSTRUÇÕES
Lourdes Bernadete Lopes Lima Rocha, Francisca Verônica Pereira Moreira, Edione Monteiro Araújo Gomes
e Sílvia Maria Costa Barbosa
Este artigo tem como objetivo apreender a dimensão subjetiva da estigmatização de alunos em uma
realidade escolar, onde aspectos excludentes impactam e sobrepõem aos objetivos educacionais, no que
se refere ‘a espaço designado a socialização e construção do indivíduo’. Trata-se de um recorte de uma

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pesquisa realizada no Instituto Federal – IF, a qual teve início após acompanhamento pedagógico a alunos
em situação de repetência e/ou dependência. A pesquisa está fundamentada na Psicologia Sócio-
Histórica, alicerçada no materialismo histórico-dialético, pressuposto teórico-metodológico utilizado por
Vigotski (2007). Para aprofundamento e produção das informações, utilizou-se a entrevista reflexiva
(Szymanski, 2004), como possibilidade de desvelar as zonas de sentido nas falas dos sujeitos. Para análise
das informações, foi utilizada a proposta de construção dos Núcleos de Significação elaborada por Aguiar
e Ozella (2006, 2013) e Aguiar, Soares e Machado (2015). A pesquisa tomou como parâmetro categorias
como Pensamento-Linguagem, Sentidos-Significados, as quais nos remeterão à dimensão subjetiva para
apreensão do fenômeno investigado, através da dialética entre o objetivo-subjetivo, permitindo conhecer
o movimento aparência/ essência. Dessa forma, constata-se que para compreensão do real em um
processo educacional, o humano é aspecto de relevância, pois, “a subjetividade embora tomada como
individual, é constituída socialmente em um processo objetivo, e a objetividade, a partir da ação humana
agregada a elementos de subjetividade” (Aguiar e Bock, 2016), sem dissociação, constituídos
historicamente. Assim, propõe-se considerar no espaço escolar, a contradição, unidade de contrários,
totalidade e historicidade do indivíduo/aluno, a fim de inviabilizar nas relações, aspectos excludentes que
levem a desconstrução do mesmo.

Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS


SIGNIFICAÇÕES DE FUNCIONÁRIOS DA EDUCAÇÃO SOBRE AS IMPLICAÇÕES DA FORMAÇÃO ATRAVÉS DO
PROGRAMA PROFUNCIONÁRIO
Ana Paula Barbosa e Wanda Maria Junqueira de Aguiar
Esta pesquisa, ainda em andamento, tem como objetivo apreender as significações dos funcionários da
educação sobre a sua formação no curso técnico de Secretaria Escola do programa Profuncionário,
oferecido pelo IFSP. Entendemos que a educação acontece em outros espaços além da sala de aula, com
a participação dos demais sujeitos presentes no ambiente escolar. Há poucas produções que pesquisam
sobre o funcionário da educação, a partir destas leituras e da legislação verifica-se que este profissional é
chamado a participar dos espaços democráticos da escola, porém de forma figurativa, sofre de
desprestígio social, falta de formação e de profissionalização e é recente o entendimento de que também
é um profissional da educação. A produção de informações será realizada por meio de questionário já
enviado para todos os formandos e de entrevistas com um grupo de até seis pessoas. A análise será
realizada a partir da perspectiva da psicologia Sócio-Histórica, baseada no procedimento teórico-
metodológico “Núcleo de Significação”.

Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS


SENTIDOS E SIGNIFICADOS CONSTITUÍDOS POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL A RESPEITO DO
REFORÇO ESCOLAR
Marina Lara Rodrigues
O trabalho desenvolvido constitui-se em uma pesquisa qualitativa buscando sentidos e significados
atribuídos por estudantes do ensino fundamental ao processo de reforço escolar. Foi utilizada a
fundamentação teórica da Psicologia Sócio-Histórica para apresentar conceitos básicos da constituição
psicológica de uma criança no ensino fundamental; também foram identificados conceitos relacionado à
sua socialização, dentro ou fora da escola. A partir da base teórica foi estruturado um roteiro de
entrevista, aplicado a duas crianças estudantes de escolas particulares de São Paulo. Com as respostas
obtidas foi possível realizar uma análise qualitativa, cuja metodologia de aplicação segue os preceitos da
análise dos Núcleos de Significação, criada por Wanda Maria Junqueira Aguiar e Sergio Ozella. Os dados
levantados pela análise fundamentaram um mapeamento de como as crianças percebem e significam o
processo de reforço escolar, gerando dados importantes para pais, professores e profissionais da área de
educação e saúde. A partir das informações encontradas é possível repensar como os adultos envolvidos
com a criança podem reestruturar e orientar de forma diferente o processo de reforço escolar, diminuindo
ou eliminando sentimentos de exclusão e desvalorização que o processo pode gerar na criança.

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Grupo 25 - EDUCAÇÃO - PROCESSOS E SIGNIFICADOS
COMO O ESTUDO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E DAS POPULAÇÕES AFRODESCENDENTES APARECE NOS
MATERIAIS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL II EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL
DA PERIFERIA DE SÃO PAULO
Pedro Sérgio Pereira
O estudo de História nas escolas brasileiras sempre privilegiou as informações sobre os Europeus, tanto
em seu continente de origem quanto nos processos colonizatórios, fossem no século XV ou XIX. A História
dos americanos nativos e das populações africanas, bem como de seus descendentes, acabaram
negligenciadas, sendo alvo de interesse apenas quando verificava-se a presença do branco europeu na
América ou na África. No caso do Brasil, que possui a maior população negra fora da África, temos um
quadro no qual boa parte dos descendentes de africanos que vivem neste país pouco ou nada sabem
sobre suas origens africanas. Os que sabem, buscaram por conta própria, pois ao longo de décadas, isso
não era uma preocupação nos currículos escolares. Com a lei 10.639/03, estabeleceu-se a obrigatoriedade
do ensino dessa temática nas escolas e os livros didáticos de História foram obrigados a se adaptar. O
objetivo deste trabalho é verificar como essas mudanças ocorreram e o quanto é possível identificar a
percepção dos alunos e professores nesse processo. No caso, tal análise usou como base duas coleções
didáticas de História voltadas para o Ensino Fundamental II, uma publicada no ano de 1996 e outra em
2016, sendo que ambas são da mesma editora e do mesmo autor.

Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR


INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL COM PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO: REFLEXÕES SOBRE AS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DA PSICOLOGIA NA ESCOLA
Janaína Vieira Eduardo, Keryn Thalita Ramos Martins e Fernanda Mendes Resende
A partir dos anos 80, a Psicologia passou a repensar sua atuação no espaço educacional, aproximando de
uma compreensão mais social e política dos problemas escolares. Ao longo da história, ela tem se
preocupado em desconstruir concepções individualizantes e excludentes dentro das escolas a respeito de
questões como as dificuldades de aprendizagem, evasão e fracasso escolar. Entretanto, mesmo que
algumas mudanças tenham acontecido, estudos mostram que existe ainda uma cultura e um imaginário
social nas áreas da Psicologia e da Pedagogia que procuram explicar os problemas educacionais a partir
de concepções empobrecidas e reducionistas que valorizam o saber médico e o senso comum em
detrimento de análises mais amplas das problemáticas, o que acaba reforçando uma psicologia
individualista e uma pedagogia que exclui. Assim, o presente trabalho buscou realizar uma intervenção
em quatro escolas públicas de ensino fundamental com o objetivo de promover uma reflexão junto aos
professores com a temática: “Das dificuldades de aprendizagem à Psicologia na Escola”. Através dessa
ação foi possível problematizar, refletir, discutir, criticar e aprender sobre várias questões existentes na
dinâmica da escola, sala de aula e prática do professor da educação básica envolvendo os problemas de
aprendizagem. Pelas falas dos professores perceberam-se elementos que deflagram pensamentos
cristalizados e atuações tradicionais, mas também resquícios de mudanças e inovação que oferecem a
Psicologia o desafio de continuar caminhando em parceria com a escola na busca de transformação da
realidade educacional atual.

Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR


DE QUAL HISTÓRIA SE FALA: UM EMBARAÇO NA FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
Kevin Drumond Viana e Renato Sampaio Lima
Os alunos de Psicologia costumam se indagar sobre a necessidade do estudo da história da sua área.
Atribui-se a tais disciplinas, ou seja, de História da Psicologia, uma apresentação factual e sucessiva dos
acontecimentos. Isso, por sua vez, gera, nos alunos, dificuldades para estudar e entender uma história
que parece não ter relação com o presente. Este trabalho tem como objetivo pensar as diferentes formas
de se apresentar historicamente a psicologia, suas consequências para a formação em tal campo, bem
como sobre a necessidade de formação de profissionais em História da Psicologia. Apresentara-se, além
da história tradicional, a compreensão da história a partir da Escola dos Annales, as contribuições
marxistas para a história e a perspectiva foucaultiana da história. Para tal, fez-se um levantamento inicial
de referências sobre as diferentes teorias históricas e a leitura parcial deste material. Objetiva-se, com
isso, a própria História da Psicologia e as diferentes maneiras de contá-la, o que pode gerar consequências
e embaraços distintos.

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Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR
CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SOCIOHISTÓRICA NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS
ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Renã Herbert Ramos da Silva e Miriane da Silva Santos Barboza
Durante muito tempo, os psicólogos escolares assumiram uma postura clínica em sua atuação, segunda
a qual justificavam o fracasso do aluno no processo ensino aprendizagem ora fundamentada pelo
psicologismo, ora na teoria da carência cultural. Contudo, a partir da visão crítica impulsionada por Maria
Helena de Souza Patto, centrada no materialismo histórico dialético, a Psicologia Escolar convidou os
profissionais dessa área a reavaliar suas concepções e posicionamentos frente ao contexto escolar. É
firmado no posicionamento crítico, que é lançado o desafio de formação dos discentes do curso de
Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, matriculados na disciplina Psicologia Escolar Educacional
I. Frente a essa necessidade de rompimento do paradigma clínico, as atividades desenvolvidas em sala de
aula e nos horários de monitoria, buscam a reflexão discente, para uma atuação crítica pautada no recorte
histórico social dos atores escolares e contextualização das queixas oriundas desse âmbito. A metodologia
é sistematizada na discussão de textos compromissados com a perspectiva critica em psicologia escolar,
diálogos e debates acerca de temas específicos, além de estudos de caso. Percebeu-se que essas
atividades facilitadas tanto pela docente, quanto pelos monitores da disciplina, instigaram nos discentes
a circulação de ideias que contrapõem o paradigma clínico que por muito tempo dominou o contexto
escolar. Por fim, compreende-se a necessidade de pautar cada vez mais uma psicologia critica que firme
o seu compromisso social fomentando assim, a emancipação humana.

Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR


RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PLANTÃO PSICOLÓGICO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO: UMA
PERSPECTIVA ARENDTIANA DA PRÁTICA PSICOLÓGICA
Marília Santos de Araújo Pereira, Alice Vieira Galdino, Dannyella Maria Alves Monte dos Santos, Elissa
Rafaelle Neves dos Santos, Giulia de Barros Monteiro Cavalcanti, Júlia Maria Mota Cavalcanti, Maria
Eduarda Vieira de Mello Mattos Guimarães, Mariana Rodrigues da Silva Nascimento e Si
O presente trabalho versa sobre a prática do plantão psicológico em uma escola estadual na região
metropolitana de Recife. O plantão faz parte de um projeto de pesquisa e extensão que busca investigar
as possibilidades do pensamento da Hannah Arendt na prática psicológica, coordenado por Simone Dalla
Barba Walckoff, da Universidade Católica de Pernambuco. A escolha pela autora se deve à ênfase dada
por esta à compreensão da vida vivida, convocando para intervenções voltadas à existência no mundo e
à ação, conceitos propostos por Arendt. A atenção psicológica a partir do pensamento arendtiano iniciou
no plantão psicológico na UNICAP em 2014, em diversos espaços: como a clínica-escola de Psicologia e a
clínica-escola de Fisioterapia da Universidade, clínicas para pacientes renais crônicos, cemitérios e
atendimentos a moradores em situação de rua. O plantão na escola tem como preocupação atender as
demandas que surgem de alunos(as), familiares, e funcionários(as). Participam desse projeto alunas do
sétimo período da graduação, nono período e mestrandas. A experiência relatada será das alunas do
sétimo período, entendendo a escola como um universo amplo onde, para além da necessidade de
compreender o instituído, necessita de práticas que deem vazão a novas possibilidades instituintes,
propiciadas pela atenção às demandas emergentes de diversas formas na instituição escolar. Pretende-
se discutir os sentidos e desafios dessa prática atuando juntamente à comunidade, questionando os
enquadres do que é proposto da psicologia clínica dentro da escola, historicamente tão prejudicial à
educação, partindo do entendimento de clínica como atenção à demanda numa perspectiva arendtiana.

Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR


UM ESTUDO CRÍTICO DA RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
Camila de Castro Queiroz, Amanda Monteiro Leite Silva, Jaciany Soares Serafim, Patrícia Dias dos Santos,
Viviane Bernadeth Gandra Brandão, Giulia de Barros Monteiro Cavalcanti e Ketney Pollyanne Oliveira Jorge
A psicologia educacional é marcada por grandes transformações, de submissa ao sistema capitalista
conservador à critica de ideologias reducionistas, que opõe à ciência positivista por trás da atuação do
psicólogo nas escolas. Os caminhos que psicologia tem traçado na educação necessita compreender um
fazer explorador que contemple a relação indivíduo sociedade. O objetivo consistiu na analise da inserção
do profissional de psicologia na escola sob a ótica dos professores no contexto de uma Escola Pública na
cidade de Bocaiúva – Minas Gerais. Pesquisa de campo, qualitativa, de caráter exploratório-descritivo,

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com corte transversal, com amostra probabilística de 11 professores. A coleta dos dados foi realizada por
entrevista semiestruturada produzida por uma análise crítica reflexiva dos dados emitidos nas entrevistas.
Como resultados, professores idealizam e reduzem o trabalho do psicólogo, como um profissional
remediativo e imetiativa; Reforçaram a necessidade do psicólogo como responsável por alunos com
famílias desestruturadas; Problemas de aprendizagem relacionadas a traumas; Crianças estressadas e
hiperativas; Déficit de aprendizagem; Alunos com Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e laudos
médicos; Deficiência intelectual e física; autistas; Comprovar os diagnósticos feitos pelos professores; com
pais separados; autoestima baixa; com problemas de identidades e que envolvem com substancias ilícitas.
Averiguamos que não há nenhuma escola na cidade que tenha no seu quadro de colaboradores este
profissional a disposição. Acredita-se que a falta do psicólogo escolar nas escolas pode contribuir para
que o docente não tenha conhecimento sobre o fazer do psicólogo neste campo.

Grupo 26 - EDUCAÇÃO - PSICOLOGIA ESCOLAR


A PSICOLOGIA ESCOLAR NA AMPLIAÇÃO DA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO COM JOVENS DA ESCOLA PÚBLICA
Guilherme Siqueira Arinelli, Fernanda Pereira Medeiros e Vera Lucia Trevisan de Souza
O presente estudo origina-se do recorte de uma pesquisa-intervenção de mestrado que buscou investigar
o potencial de ações do psicólogo escolar que se constituem como promotoras de reflexão sobre o mundo
do trabalho e o futuro. Realizada em uma escola pública da rede estadual no interior do estado de São
Paulo, a pesquisa assumiu como pressuposto teórico-metodológico a Psicologia Histórico-Cultural,
sobretudo os conceitos discutidos por seu principal representante, Lev S. Vigotski. Foram realizados
encontros semanais com três turmas do 1º ano do ensino médio, sendo uma do diurno e duas do noturno,
envolvendo a apreciação e a produção de materialidades artísticas, além de oficinas com profissionais
que atuavam em diferentes áreas de interesse dos alunos. Os resultados revelam que as interações entre
o psicólogo, a professora e os adolescentes, refletindo sobre as relações cotidianas presentes no espaço
da escola pública, impactaram na constituição do interesse e da participação dos adolescentes em suas
atividades escolares. Evidenciou-se, ainda, que o uso de expressões artísticas foi um importante
instrumento capaz de produzir reflexões nos jovens sobre o futuro e o mundo do trabalho. Concluiu-se
que, ao refletirem criticamente sobre o meio, foi possível a criação de novas possibilidades de escolha,
resultando na construção de outros horizontes.

Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE


ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE PÚBLICO: A CRITICIDADE COMO RECURSO DE FORMAÇÃO
Luciana de Oliveira Rocha Magalhães
Este trabalho é fruto de reflexões feitas acerca de uma formação realizada para motoristas de Vans que
compõem a frota de Transporte Complementar de uma cidade no interior de São Paulo. A acessibilidade
no transporte, prevista desde 2004 (Decreto 5296), deveria ser plena a partir de 2014. No entanto, a falta
de acesso permanece até hoje por meio de acordos políticos escusos realizados invariavelmente sem
consulta às pessoas com deficiência. A falta de acessibilidade se inicia com os ônibus, que não têm sua
frota totalmente adaptada e fica pior, com relação às Vans, que circulam sem nenhum acesso. Descaso
total! Como educadora atuante na área de Educação Inclusiva, membro do Conselho da Pessoa com
Deficiência, fui chamada para contribuir com o início da formação dos motoristas das Vans, as quais
estarão adaptadas em alguns (longos!) meses. A contradição se fez presente, tanto por estar participando
desta formação tão importante para as pessoas com deficiência, como por ter a consciência da
morosidade ilegal de todo este processo. Encarar um público formado somente por motoristas, homens,
acostumados a uma realidade não inclusiva em seu trabalho, demandou recursos e discursos críticos,
desnaturalizantes do senso comum a respeito da noção de atendimento inclusivo. Este relato crítico visa
trazer à tona esta realidade, invizibilizada por políticas públicas que não priorizam a população com
deficiência, naturalizando a falta de acessibilidade.

Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE


ARQUITETANDO O MUNDO
Ariadne Pereira e Valter Strunk
Introdução: As vivências profissionais de uma psicóloga social em conjunto com a experiência de um
arquiteto foram os ingredientes fundamentais para colocar em prática um possível modelo de trabalho
em abrigos e casas de acolhida, que proporciona a transformação do espaço físico como meio de

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reconhecimento e emancipação. O que crianças e adolescentes em situação de acolhimento entendem
como lar? Como é morar em um abrigo? Qual o impacto do espaço físico na elaboração do
desacolhimento e no possível retorno à família de origem ou a outra família? É possível preservar a
individualidade em um local onde o coletivo predomina? Tais questões permitiram o desenvolvimento de
um modelo de trabalho no qual as crianças e os adolescentes acolhidos são provocados a pensar no
significado de habitação, lar e ainda, quais desejos e sonhos suscitam dessas representações. Objetivo:
Reformar os espaços de convivência dos abrigos, incluindo as crianças, os adolescentes e jovens adultos
desde a elaboração do projeto até a execução. Entendemos que a construção de uma nova roupagem dos
serviços de acolhimento deve ser feita com base nos desejos daqueles que ali residem, sendo os
profissionais apenas facilitadores dessa vivência. Proporcionar a experiência de pertencimento por meio
da apropriação do espaço coletivo onde seja possível imprimir a individualidade de cada acolhido
(confecção de objetos), além de promover a integração do grupo na execução de uma tarefa comum.

Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE


UMA EXPERIÊNCIA DE ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO EM OCUPAÇÕES DE MORADIA
Andreia Badan Fischer, Luciana Szymanski e Batsheva Aschermann
Pretende-se apresentar a experiência de atendimento psicológico que vem sendo realizado,
semanalmente, por uma dupla de psicólogas, em uma ocupação de moradia na zona oeste da cidade de
São Paulo. Tal experiência teve como desdobramento uma pesquisa de mestrado em andamento que
investiga sobre a experiência de mães e filhas(os) moradoras da ocupação, uma vez que as mulheres,
mães em sua maioria, protagonizam os espaços construídos para esse cuidado. Este trabalho de
implementação de escuta psicológica teve início no segundo semestre de 2016, em uma ocupação na
zona oeste de São Paulo e neste ano, 2018, se estendeu a outra ocupação localizada na região central em
parceria com a graduação em Psicologia (PUC-SP). A dupla de psicólogas procurou uma forma de acolher
os moradores do prédio que acompanhasse o caráter móvel e fluído que caracteriza o espaço. Amparadas
na abordagem fenomenológica existencial, encontraram inspiração no Plantão Psicológico. Compreende-
se o Plantão como a abertura para um encontro singular entre o plantonista e a pessoa que o procura,
indefinível a priori, sendo, então, o próprio encontro o setting dos atendimentos, respeitando a forma e
o tempo em que a queixa aparece. Os encontros desvelam diferentes dimensões do cotidiano das
ocupações, a maioria dos temas que emergem vem atravessados pelo preconceito vivido pelos moradores
por serem negros, pobres e fazerem parte de um movimento de luta por moradia. A partir dos sentidos
produzidos nos encontros, novas intervenções junto aos moradores foram sendo construídas, como o
próprio desenho da pesquisa de mestrado em andamento.

Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE


PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE AS AÇÕES UNIVERSITÁRIAS JUNTO À
POPULAÇÃO DO COMPLEXO DA FUNERÁRIA
Adriana Sicchierolli Portella
Tomando como referencial a Psicologia Social Comunitária, a pesquisa tem por objetivo discutir as ações
realizadas pelo curso de Psicologia da Universidade Paulista ao longo de aproximadamente 10 anos, junto
à Comunidade da Vila Maria. Foram consultados 37 relatórios produzidos durante o período e conduzidas
11 entrevistas com moradores da comunidade que, em algum momento foram e/ou são, mediadores das
ações. Os projetos tiveram em média 11 encontros e 14 participantes por projeto e discutiram temas
como relacionamentos, sexualidade e violência. Os relatos analisados apontaram para dificuldades como
a pouca assiduidade dos participantes, quanto aos locais onde aconteceriam as ações e ao momento
vivido pela comunidade. Os moradores entrevistados, homens e mulheres entre 33 e 72 anos de idade,
são residentes na região há pelo menos 18 anos, em sua maioria tem geração de renda na própria
comunidade, moram com a família nuclear e tem mais de uma geração da família como vizinha. Os relatos
da aproximação entre eles e a universidade são carregados de muito afeto, especialmente quanto aos
professores. Nas falas os projetos são identificados quanto ao tipo de população atendida: crianças,
jovens, mulheres, drogadictos e idosos. De modo geral, as ações na comunidade foram compreendidas
como agentes provocadores de mudanças necessárias para a comunidade. Os projetos promoveram
reflexões individuais e conduziram a população para a apropriação de seu lugar, levando-a a um processo
de fortalecimento não homogêneo, justamente por ser composto de indivíduos que se transformam à
medida que transformam a comunidade.

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Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE
CIDADE DE DIREITOS E NÃO DE PRIVILÉGIOS: ANÁLISES A PARTIR DA QUESTÃO DOS RESÍDUOS
PRODUZIDOS POR UMA FAVELA CARIOCA
Fhillipe Antônio Araújo Pereira, Roberta Brasilino Barbosa, Lucas Gabriel de Matos Santos, Bruna Garritano
Ferreira, Elisa Martins, Julia Sant'Anna Gomes de Rezende e Gabriela Salem
O projeto Psicologia e Cidade é atividade de extensão da UFRJ estabelecida por uma parceria entre os
cursos de Psicologia e Arquitetura Urbanismo com o objetivo de fomentar a participação e luta política
de moradoras/es da Comunidade Indiana, localizada no bairro da Tijuca. Entre os anos de 2012 e 2014, a
comunidade foi parcialmente removida pela Prefeitura e, em 2018 volta a sofrer ameaças em função de
um novo parecer do Ministério Público que alega condições de insalubridade e risco ambiental devido sua
proximidade com o Rio Maracanã. Diante desse contexto, nós extensionistas nos aproximamos de
diversos agentes do território, passando a acompanhar as ações de luta por permanência realizadas pelas
lideranças locais em parceria com a Defensoria Pública do Estado. Essa acompanhamento também tem
ocorrido com a proposição de atividades pela cidade e pela Indiana com crianças e jovens residentes no
local. Essas atividades buscam evidenciar as contradições concernentes à cidade, observando como as
questões ambientais e de saneamento básico, mais especificamente de descarte de resíduo, podem ser
dispositivos para discutir alguns privilégios nos espaços da cidade como um todo. Essa experiência tem
nos permitido compreender as imposições de um modelo neoliberal que dita a agenda e a concepção do
planejamento urbano da cidade. Ela também nos permite construir outras narrativas para além da
reprodução do discurso culpabilizante em torno do atual estado de poluição do rio, visto que a
naturalização do estigma de poluidores é mais uma forma de violação que reforça a insegurança de
permanência.

Grupo 27 - MOBILIDADE, HABITAÇÃO E CIDADE


PSICOLOGIA E A CIDADE: REFLEXÕES A PARTIR DOS EFEITOS DOS MEGAEVENTOS NO RIO DE JANEIRO
Lucas Gabriel de Matos Santos
A cidade do Rio de Janeiro sediou megaeventos a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos. Estes
megaeventos tornaram-se justificativas para grande parte das transformações no espaço urbano da
cidade, como o embelezamento das vias, obras de mobilidade urbana, edificações esportivas e culturais
e empreendimentos com capital estrangeiro. Interessa-nos questionar outros efeitos que se
intensificaram com o fim dos megaeventos, para além das edificações visíveis. Calcula-se que entre 2009
e 2015, 22.000 famílias foram removidas dos lugares onde moravam. As obras de mobilidade urbana
atenderam a áreas menos povoadas, e, no mesmo período, a população carcerária cresceu 3 vezes mais
do que a média nacional. Todos estes com estudos apontando os impactos dos megaeventos na cidade.
Nesta comunicação oral, almejamos apresentar um projeto de pesquisa que busca analisar as forças que
compõem os processos de subjetivação em um Rio de Janeiro com características de uma cidade
neoliberal. Como a lógica neoliberal de cidade colabora para aprofundar a segregação e a desigualdade
social nos espaços urbanos de uma cidade profundamente marcada pelos processos escravagistas e
colonizadores? e como a Psicologia pode contribuir para potencializar a vida e outros modos de
(re)existência nos espaços de uma cidade que se apresenta como campo em disputa? Um dos
analisadores para a pesquisa é um processo de remoção a uma comunidade carioca que carrega
contradições que não só evidenciam a desigualdade social, mas qual tem sido o posicionamento de
segmentos da sociedade, como o município, ministério público, defensoria e moradores.

Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS


LONGE DE CASA: REPRESENTAÇÕES DE IMIGRANTES SÍRIOS NO BRASIL
Sada Abo Ali e Daniel Massayuki Ikuma
O deslocamento de refugiados sírios devido à guerra civil se intensificou nos últimos anos. O fenômeno
imigratório repercutiu diretamente em nosso país, no sentido de que cerca de 3.772 pessoas solicitaram
refúgio desde 2011, quando se iniciou o conflito (Comitê Nacional para os Refugiados/CONARE, 2016).
Quais os sofrimentos e perspectivas dessa leva de imigrantes que vieram recentemente para o Brasil?
Esta pesquisa de iniciação científica tem como objetivo analisar as representações sociais de imigrantes
sírios que buscam refúgio, para a compreensão do sofrimento psicossocial e as expectativas dessa
população. A coleta de dados está sendo realizada em reportagens publicadas na internet, baseada nos
depoimentos de imigrantes. A partir da teoria das representações sociais (Moscovici, 1978) e a análise do

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conteúdo (Bardin, 1977), os enunciados dos entrevistados estão sendo separados em unidades de
conteúdo, classificados em categorias e interpretados. Os resultados parciais indicam: a) nota-se um
estreitamento de relações sociais entre os imigrantes radicados no país e o engajamento deles na busca
pela reinserção psicossocial, em terra estrangeira, com o intuito de regressarem ao país natal; b) o
processo de aculturação expõe essa população a vulnerabilidades psicossociais causadas pela segregação,
a perda da identidade e da autonomia financeira/intelectuais relacionadas à condição de refugiado.

Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS


PSICOLOGIA BORRADA: ARTE, GÊNERO E MILITÂNCIA
Valéria Mendonça Barreiros e Herbert Proença Lopes
Este é um relato de experiência de dois psicólogos envolvidos na construção de uma perspectiva de
trabalho dentro de um movimento social. O que queremos apresentar é transversal, existem múltiplas
entradas e conexões para analisar esta experiência. Trata-se de um trabalho realizado com o Coletivo
ElityTrans, grupo de ativismo formado por travestis e transexuais na cidade de Londrina, Paraná. A
experiência em questão está envolvida pela ótica de mobilização social considerada elemento importante
na construção social dos sujeitos envolvidos. Se configura, assim, como aposta em uma práxis que
mobiliza nossa implicação. Neste processo, construímos coletivamente diversas ações como: oficinas de
Rádio, de Ciranda, de Cidadania, de teatro, além da formação de um trabalho em rede entre serviços,
profissionais e militantes, elaboração de fluxo de atendimento às pessoas trans, e criação de uma
proposta de formação de psicólogos, a partir de um campo de estágios. Ações que se encontram
atravessadas por questionamentos éticos e voltadas à construção de formas de enfrentamento às
violências que essa população vivencia, bem como a garantia de seus direitos. Partimos de um olhar onde
o movimento social é pensado como disparador de políticas públicas, que se dá pela da organização
política dos sujeitos, e tal processo constitui posições subjetivas mais potentes ao enfrentamento dos
cenários de desigualdade social. Os processos de mobilização social, desde a história da psicologia social
e comunitária, trazem elementos que servem para alterar os pressupostos teórico-metodológicos da
Psicologia.

Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS


UMA ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA DAS EXPERIÊNCIAS E MEMÓRIAS DE TRABALHADORES E
TRABALHADORAS NA LUTA PELA DEMOCRACIA (SÃO PAULO, ABC, NAS DÉCADAS DE 1970 E 1980)
Vanessa Miranda
O presente trabalho tem como objetivo principal problematizar a noção de sujeito histórico na Psicologia
Social, considerando a atuação de trabalhadores e trabalhadoras nas suas lutas por democracia durante
as décadas de 1970 e 1980 no ABC Paulista. Pretende-se, a partir de uma análise crítica da noção de sujeito
histórico, revalorizar a experiência de diversos movimentos sociais daquelas décadas, como os
movimentos de leigos e o movimento grevista.

Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS


A DIMENSÃO SUBJETIVA DA REALIDADE: AS EXPERIÊNCIAS DE SUBJETIVAÇÃO PROPICIADAS PELO
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO
Yasmin de Sousa Pereira
Amparada pela psicologia sócia - histórica, que possui como base filosófica e metodológica a perspectiva
materialista histórica e dialética, a presente pesquisa teve como objetivo compreender os processos de
subjetivação propiciados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, buscando entender quais são os
sentidos e significados atribuídos à luta por mais que uma moradia, mas por dignidade e cidadania pela
juventude militante do movimento social. A pesquisa possui caráter qualitativo, como proposto pela
Epistemologia Qualitativa de González Rey e se desenvolveu através da dinâmica conversacional, de modo
a possibilitar a pesquisadora o acesso à trama de sentidos subjetivos de um jovem da Ocupação Vila Nova
Palestina, situada no extremo sul da capital paulista no Jardim Ângela. A análise dos resultados foi
realizada através da ferramenta de Núcleos de Significação e dos pressupostos da Psicologia Social
propiciando o surgimento de processos simbólicos e de emoções. Os resultados da pesquisa
demonstraram que o movimento de luta por moradia é um espaço de grandes transformações, de modo
que a coletividade é a ferramenta principal para essas experiências de subjetivação.

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Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS
MULHERES, MATERNIDADE E MILITÂNCIA POLÍTICA NOS MOVIMENTOS POPULARES
Flávia Roberta Eugênio e Camilla Veras Pessoa da Silva
O presente estudo pretendeu conhecer a trajetória de mulheres militantes de movimentos populares e
os sentidos e significados atribuídos à sua experiência de ser mãe. Buscando compreender de que forma
a vivência da maternidade se relaciona com as atividades da esfera política, no que tange a execução de
tarefas nos espaços públicos e coletivos. Além de investigar se os movimentos oferecem alternativas de
socialização do cuidado com as crianças, garantindo a participação nas atividades formativas,
organizativas, de direção e luta dos movimentos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com
mulheres integrantes de organizações políticas de caráter popular. O referencial teórico-metodológico
deste trabalho está ancorado no pressuposto filosófico do materialismo histórico e dialético adotado
principalmente pela Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e pela Psicologia Sócio-Histórica brasileira.
Através dos dados coletados nas entrevistas foram conformadas categorias que permitiram acessar o
sistema dinâmico das significações, em que a dimensão intelectual e afetiva localizam o fenômeno na
historicidade e na sua permanente transformação.

Grupo 28 - MOVIMENTOS SOCIAIS


ESCOLHAS E SEUS PORQUÊS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM GRUPOS DE JUVENTUDES
POPULARES ENQUANTO DISPOSITIVO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Erick da Silva Vieira, Julie de Novaes Tavares e Anna Carolina Cardoso de Abreu
O presente trabalho parte das intervenções do projeto de extensão “Construindo um processo de
escolhas mesmo quando ‘escolher’ não é um verbo disponível” da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), com objetivo de colocar em análise os processos de escolhas de jovens moradores de territórios
populares, discutindo os critérios que as fundamentam e atravessam. Com a adoção da Análise do
Vocacional como metodologia - fundamentada teoricamente na esquizoanálise e filosofia da diferença -,
parte-se da escolha profissional na procura de uma perspectiva analítica, contextualizada e processual,
assim como na aposta do grupo enquanto dispositivo potente de desindividualização de demandas e
estímulo à concepção de aspectos como intersubjetividade, empatia e afirmação da diferença enquanto
produtores de potência e transformação social. A escolha de partir da questão vocacional justifica-se pela
visão crítica desta temática, situando-a como construída dialeticamente na relação sujeito-sociedade - e
não determinada exclusivamente pela adequação do jovem e suas habilidades e competências à certa
área profissional, característica da Orientação Vocacional Tradicional e de vertentes individualizantes da
Psicologia: linhas de força como família, território, gênero, identificação étnica e desejo atravessam não
somente essa escolha, mas todas as outras que convocam os jovens na construção de seus projetos de
futuro. Portanto, pensar critérios de escolha trata-se de pensar intenções e visões de mundo, motivo pelo
qual possibilita a desconstrução de cristalizações acerca de papéis sociais, assim como a transformação
social subsequente à ação dessas juventudes, cientes de sua potência, estimulando tais grupos a
mergulhar em modos autênticos e singulares de experienciação da vida.

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


EMBARAÇOS DE SER JOVEM NEGRO EM CONTEXTO RACISTA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-
CULTURAL
Tiago Ferreira da Silva e Mônica Lima de Jesus
Este estudo buscou analisar os sentidos subjetivos que jovens negros residentes em comunidades
periféricas da cidade de Salvador expressam sobre a condição de ser jovem, bem como as suas
experiências nos diferentes espaços sociais que vivenciam cotidianamente. À luz da Psicologia histórico-
cultural, nos inspiramos na epistemologia qualitativa do teórico cubano Fernando Gonzalez Rey, na qual
a pesquisa assume como principal objetivo o conhecimento da produção e organização dos sentidos
subjetivos nos diferentes espaços sociais que constituem a subjetividade social. Nesta direção,
discutiremos os embaraços de ser jovem negro no cotidiano racista que configura a subjetividade da
juventude soteropolitana. Partimos de dois estudos de casos com jovens de 21 e 24 anos, utilizando como
instrumento para a produção dos dados a “dinâmica conversacional”, que conduz o participante a campos
significativos de sua experiência pessoal. A partir da análise do núcleo de significação destacamos alguns
embaraços presentes nos relatos dos jovens, tais como: a escolha por não frequentar alguns espaços
sociais pelo receio de vivenciar episódios de racismo, a busca precoce por oportunidades de trabalho a

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fim de assegurar a sobrevivência pessoal e familiar e a violência policial como um marcador limitante das
suas possibilidades de ir e vir.

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA: A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE RACIAL A PARTIR DOS SARAUS
PERIFÉRICOS
Nathália de Souza Machado dos Reis
Tendo em vista a história de exclusão do negro no cenário brasileiro, decorrente de séculos de
escravização e exclusão. Neste estudo, é feita uma articulação entre os impactos desse cenário histórico
no que tange à dimensão subjetiva da população negra e as possibilidades de enfrentamento e
emancipação.Tendo em vista tal exclusão em diversos âmbitos sociais, este trabalho se situou no campo
da educação. Assim, é feito um levantamento do histórico da exclusão do negro das políticas educacionais
do Brasil e das políticas públicas que garantem o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
bem como os enfrentamentos para que as narrativas dos negros se insiram no ambiente escolar. Diante
deste panorama, optou-se por buscar modos de educação que sejam privilegiados para manifestações e
transmissão da história, literatura, arte, cotidiano, vivências e, portanto, para a expressão subjetividade
do povo negro. Assim, a educação popular ganha ênfase enquanto possibilidade de construção social
coletiva dando foco à setores marginalizados da população, integrando sua história e cultura para
transmissão de conhecimento sobre o mundo. Nesse sentido, elegeu-se os saraus periféricos como
espaço de educação popular, que podem possibilitar a expressão da subjetividade. Espaços de existência
e resistência da população negra e periférica que pode aglomerar sentidos através de poesias e outras
expressões artísticas, e que produzem uma contranarrativa a hegemonia branca e elitista de produção de
conhecimento e transmissão de saberes e cultura. Deste modo, o presente estudo tem por objetivo
compreender aspectos da dimensão subjetiva da desigualdade racial a partir dos sentidos atribuídos por
pessoas negras às suas experiências em saraus periféricos, enquanto espaço de educação popular. O
referencial teórico utilizado trata-se da Psicologia Sócio-histórica, que parte de uma concepção de homem
como ser histórico e social que produz a sua realidade e é produzido por ela. A pesquisa será realizada a
partir de entrevistas com jovens negros participantes de saraus periféricos de São Paulo e a análise será
realizada a partir de Núcleos de Significação (Aguiar e Ozella, 2006).

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


SENTIDOS E SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS POR PROFESSORES NEGROS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL À
PRÓPRIA IDENTIDADE
Divaneide Alves da Silva
Pretende-se, com essa pesquisa, compreender as significações atribuídas pelo professor negro à própria
identidade a partir dos relatos de sua vivência e quais foram, e ainda são, os processos utilizados para
buscar e construir a sua identidade negra. Isso porque, a identidade étnica está associada a um conjunto
significativo de representações culturais de um determinado povo que, por conseguinte, compõe um dos
elementos essenciais do que se descreve como identidade, e o processo de escravização no Brasil e nas
Américas está intrinsecamente ligado à escravização de uma etnia: a negra. Mesmo assim, após quase
quatrocentos anos de escravização, ainda somos impactados, em pelo século XXI, pelo racismo, pelo
preconceito, pelas imposições ideológicas que afirmam a superioridade de uma etnia sobre as outras, e
de uma cultura sobre as outras. Deste modo, os objetivos específicos são compreender que estratégias
foram empreendidas por esses professores para auto identificação negra, dimensionar que impactos
foram percebidos quanto à identidade negra, e identificar que instituições colaboraram para a construção
dessa identidade.

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


RELAÇÕES RACIAIS E SAÚDE DO TRABALHADOR: ANÁLISE CRÍTICA DAS PRODUÇÕES DA PSICOLOGIA
Júlia Pagano Costa
Partindo das Referências Técnicas para a Atuação de Psicólogas(os) sobre Relações Raciais, produzida pelo
CREPOP junto ao CFP, em minha pesquisa é feita a análise crítica de todas as seções publicadas nos últimos
5 anos de 4 diferentes periódicos: Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), Cadernos de Psicologia
Social do Trabalho (CPTS), Psicologia: Ciência e Profissão (do Conselho Federal de Psicologia) e Psicologia
& Sociedade (da Associação Brasileira de Psicologia Social). Busquei compreender se estas revistas

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discutiam racismo e relações raciais. Para tanto, foram estudadas 1085 seções, as quais foram divididas
em quatro categorias: citar, descrever, analisar e título. Não só li todos os títulos e palavras-chave, como
também pesquisei palavras como "negro", "branco", “racismo” ao longo de todas as seções, para verificar
se esta discussão estava presente (e como estava presente), mesmo não tendo as relações raciais como
assunto principal das pesquisas. Com os dados obtidos a partir dessa busca, analiso criticamente as
produções da psicologia bem como a academia em geral. Meu enfoque e crítica principal se dá nas revistas
que discutem trabalho e saúde do trabalhador: estas, invariavelmente, tratam da opressão de classe em
todos os seus artigos, entretanto, vem sistematicamente silenciando a discussão sobre racismo estrutural
e relações raciais.

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


O RACISMO COMO DISPOSITIVO DE CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE NEGRA: PISTAS DA PSICOLOGIA
PARA CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO ESCOLAR ANTIRRACISTA
Patrick Silva Botelho
Este trabalho descreve a produção de conhecimento que emerge da pesquisa-intervenção “Psicologia e
criminalização da pobreza nas escolas: história, reflexões e análise do cotidiano escolar”. Este estudo se
caracteriza como um trabalho de conclusão de curso vinculado ao Instituto de Psicologia da UFRJ, o qual
tem o objetivo de analisar os discursos produzidos na escola que auxiliam na criminalização dos alunos
pertencentes às classes populares da sociedade. O campo de pesquisa localiza-se em uma escola
municipal, localizada numa região periférica do Rio de Janeiro. Neste espaço ocorrem a realização de
encontros em grupos com alunos. Os participantes foram identificados pelo estabelecimento educacional
como estudantes ‘portadores’ de algum ‘problema’ relacionado ao comportamento, ao baixo rendimento
escolar e outras questões inerentes à vida escolar. Esses jovens são majoritariamente negros e moradores
de favelas, portanto possuem raça e classe econômica bem definida. Sendo assim, julga-se fundamental
entender quais são as linhas de forças que cruzam o imaginário escolar para delimitar esse perfil de
estudantes como desviante de uma norma de comportamento. Faz-se necessário colocar em análise uma
prática estruturante das relações sociais e do modo de subjetivação no país: o racismo. Assim, busca-se
com o grupo de reflexão promover a construção de espaços que ofereçam a discussão de assuntos
relativos à juventude preta, a fim de auxiliar na criação de espaços de potência nos estabelecimentos
educacionais, nos quais os diferenciem do modo de ser ‘aluno-problema’, possibilitando análise do
cotidiano escolar e auxiliando na elaboração de uma práxis psicológica comprometida com uma educação
antirracista.

Grupo 29 - QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL 2


SIGNIFICAÇÕES CONSTITUÍDAS PELAS EQUIPES GESTORAS QUANTO AS RELAÇÕES DE IGUALDADE RACIAL
NA ESCOLA
Elenir Fagundes Santos Freitas
A Lei 10.639/2003 que legisla sobre a obrigatoriedade no âmbito nacional das instituições de ensino,
sejam elas públicas ou particulares contemplarem em seus currículos, através dos planos de ação
elaborados para cada ano/ciclo, o ensino de história e Cultura Afro-Brasileira, foi forte instrumento para
que as escolas desencadeassem em seus momentos de planejamento tais discussões e ações. Porém,
ainda encontramos um grande número de escolas que não implementaram conteúdos referentes a
igualdade racial na escola por meio de seus Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs). O trabalho referente as
significações constituída pela equipe gestora quanto as relações de igualdade racial na escola tem como
propósito apreender os sentidos e significados constituídos por 02 equipes gestoras, composta pelas
coordenadoras pedagógicas e diretoras escolares, referentes a gestão das relações raciais no espaço
escolar . A pesquisa contribui para favorecer a construção de uma pedagogia antirracista, uma vez que
tais equipes escolares tem como atribuição fomentar as discussões na escola, propondo mudanças de
comportamento nas relações interpessoais entre todos aqueles que participam desse ambiente.
Considerando que esta sociedade ainda preconiza a desigualdade racial por meio de práticas e atitudes
racistas, este trabalho tem relevância e implicações para a construção do respeito à diversidade racial no
ambiente escolar.

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Grupo 30 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2
CULTURA DO ESTUPRO, PORNOGRAFIA E CONSTRUÇÃO REITERATIVA DA DEMANDA PROSTITUINTE
Cinthya Bastos Ferreira
O presente trabalho se ancora em uma metodologia bibliográfica e possui natureza exploratória. As
elaborações aqui tecidas têm como intuito situar a discussão acerca do denominado mercado do sexo e
suas relações com a estrutura social mais ampla em que se insere. Sendo assim, aborda, através de uma
análise feminista-materialista, a questão da prostituição e da pornografia, visando a desnaturalizar tais
práticas, dotando-as, ao contrário, de história – e, portanto, de atravessamentos sociopolíticos. O recorte
aqui adotado frisa, também e especialmente, as vinculações da prostituição e de produções pornográficas
às relações sociais de sexo, à noção de patriarcalismo e cultura do estupro. Desse modo, questiona-se o
que legitima que os corpos das mulheres sejam vendidos em um mercado capitalista, ao mesmo tempo
em que se discute a construção social da demanda pela prostituição/mulheres prostituídas.

Grupo 30 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2


VIOLÊNCIA EM PAUTA: ANÁLISE DE COMENTÁRIOS EM NOTÍCIAS DE AGRESSÕES SEXUAIS
Victoria Soares Vidal
Somente no ano de 2016 foram registrados 49.497 casos de crimes contra a dignidade sexual no Brasil
(FBSP, 2017). Contudo, sabe-se que esses casos ainda são subnotificados, inclusive por medo de repressão
da sociedade e, portanto, este trabalho teve como objetivo analisar comentários de notícias sobre estupro
no site do jornal online G1. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo documental,
orientada pela metodologia de análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Para levantamento dos documentos,
foi utilizada a palavra-chave "Estupro" no mecanismo de busca do site do jornal online G1, utilizando
como filtro “notícias” ordenadas como “mais recentes”. Foram selecionadas 100 reportagens,
descartadas 62 devido ao campo para comentários estar bloqueado, 6 por não conter comentários,
totalizando 32 reportagens, com 985 comentários analisados. Verificou-se presença de desejo de
penalização sádica e exposição dos estupradores, sem preocupação com a vítima; indignação e descrédito
com relação ao sistema de justiça, com o sistema atual de governo e políticas públicas; responsabilização
da mulher e da mãe/família pelo crime, há uma associação do feminino e da homossexualidade a punições
e ofensas. Conclui-se que os comentários refletem um sistema patriarcal e capitalista, contribuindo para
o “controle da vida, corpo e sexualidade das mulheres” (EDEPE, 2011, p.9). Portanto, mostram-se
necessárias reflexões sobre o momento conservador vigente, ações de fortalecimento e empoderamento
feminino, de enfrentamento ao discurso de ódio que indica responsabilização das mulheres em casos de
estupro e demais violências, bem como incentivo ao avanço de políticas públicas em períodos de
retrocessos como o atual.

Grupo 30 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2


REFLEXÕES ACERCA DO ATENDIMENTO NO SETOR PSICOSSOCIAL DA CASA DA MULHER BRASILEIRA
Giovanna Liz Oliveira Mantovani e Antônio Carlos do Nascimento Osório
O estudo em andamento tem como lócus de pesquisa a Casa da Mulher Brasileira (CMB), no município de
Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul e utiliza do referencial teórico-metodológico postulado por
Michel Foucault para realizar algumas problematizações. A Instituição faz parte de uma rede de políticas
públicas destinadas ao enfretamento a violência contra mulher. Mediante atendimento especializado,
reúne diversos serviços como: apoio psicossocial, defensoria pública, delegacia especializada de
atendimento à mulher, entre outros. A partir da análise de dados disponibilizados pela CMB, foi possível
ter o quantitativo de atendimentos realizados de janeiro a julho de 2017, onde constam informações
sobre o número de mulheres assistidas, vínculo com autor(a) da agressão, tipo de violência sofrida, idade
e raça/etnia. Estes dados apontam altos índices de violência contra mulheres, evidenciando condições
culturais, políticas, sociais, históricas e econômicas de um tempo e espaço. Na tentativa de conhecer as
práticas do Setor Psicossocial, onde atuam psicólogas e assistentes sociais, foram feitas observações in
loco dos atendimentos prestados, verificando assim de que forma as profissionais envolvidas fazem a
abordagem da problemática que envolve as mulheres. Além de identificar a dinâmica de triagem,
acolhimento e possíveis encaminhamentos aos demais setores existentes na Instituição e da rede de
saúde, e apreender a diversidade de situações que mulheres são submetidas. As considerações iniciais
indicam que mesmo com as ferramentas existentes na CMB para combate a violência, as agressões

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continuam acontecendo, sendo difícil acabar com o seu ciclo, pois geralmente ocorrem em ambiente
doméstico com atuais companheiros.

Grupo 30 - QUESTÕES DA MULHER - VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 2


ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS NAS POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRAS MULHERES
Verena Souza Souto e Marilda Castelar
Existem muitos fatores associados ao contexto de violência contra as mulheres. Nesse sentido, políticas
públicas são produzidas e ampliadas, com o objetivo de criar estratégias e serviços para o enfretamento
desse tipo de violência. Por demandarem olhar complexo e multifacetado sobre a temática, é que estes
serviços são compostos por equipes multiprofissionais que abrangem psicólogas/os. O presente estudo
se propõe a mapear a presença e a atuação das/os profissionais de psicologia nas políticas para o
atendimento à mulher em situação de violência da Bahia, registrando suas experiências na efetivação
dessas políticas e identificando a existência de práticas inovadoras vinculadas a elas/es e/ou dispositivos
tecnológicos utilizados nesse contexto. Foi empregada a abordagem qualitativa exploratória descritiva de
frequência. Os dados foram coletados via questionário online respondido por 153 psicólogas/os que
atuam na Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência. Utilizou-se, também, o caderno de
campo da pesquisadora produzido nas visitas realizadas em 24 municípios e 12 serviços especializados.
Foram levantadas informações sobre a atuação de profissionais de psicologia no atendimento a mulheres
em situação de violência, incluindo suas técnicas, condições de trabalho, possibilidades de
encaminhamento, funcionamento da rede e principais dificuldades encontradas. Com esta pesquisa foi
possível perceber a necessidade de aperfeiçoamento da atuação de psicólogas/os, bem como de sua
formação para lidar com a superação de problemas relacionados ao atendimento de mulheres em
situação de violência. Além disso, é necessário que a psicologia reflita sobre seu compromisso político na
desconstrução de desigualdades e garantias de direitos de cada pessoa.

Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2


CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL SOCIOJURÍDICO NOS PROCESSOS DE RETIFICAÇÃO DE NOME E SEXO
JURÍDICO DE TRANSEXUAIS E TRAVESTIS
Thais Felipe Silva dos Santos
A perícia social, ancorada nos preceitos do Projeto Ético-Político do Serviço Social, tem relevante papel
no sentido de subsidiar decisões judiciais que garantam os direitos das pessoas transexuais e travestis às
retificações/alterações pleiteadas. Apresentamos um breve resumo da atuação do Serviço Social
sociojurídico nessas demandas com base na defesa intransigente de direitos. O objetivo do estudo social
é compreender o reconhecimento da identidade das pessoas trans e travestis em sociedade, e para isso
necessitamos conhecer sua inserção no mundo privado (amigos, família, convívio social) e no mundo do
trabalho, elementos imprescindíveis para construção do laudo social. Na avaliação pericial, valemo-nos
dos instrumentais técnico-operativos da profissão, entrevistas, observação, visitas domiciliares e
institucionais, dentre outros, na perspectiva de recuperar o percurso sociohistórico, conhecermos as
pessoas e lugares que compõem seu círculo social de convivência. Discutimos no laudo as expressões da
questão social que emergem na vivência singular das pessoas transexuais e travestis: discriminação, o uso
do banheiro, o constrangimento de apresentar um documento, o uso do cartão de crédito/débito,
exclusão ou inserção precária de trabalho, rompimento dos vínculos familiares, escasso círculo social de
amizade, violência fatal, enfim, condições que evidenciam a alta vulnerabilidade, o risco pessoal e social
que a população transgênero e travestis estão cercados. Neste cenário urge a defesa intransigente dos
direitos e cabe ao assistente social sociojurídico conjugar com radicalidade os princípios teóricos, éticos e
políticos que norteiam a profissão. Na confecção do laudo social conclamamos o papel fundamental do
Estado como guardião dos direitos humanos.

Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2


TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO MERCADO DE TRABALHO
Maxwell Aleixo Damasio e Santhiago Souza
De acordo com a conferência Nacional LGBT de 2008, travesti é a pessoa que nasce no sexo masculino ou
feminino, mas tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis diferentes
daqueles impostos pela sociedade. As terminologias travesti e transexuais decorrem, dos estudos sobre
gênero desde da década de 1970. Dados da Associação Nacional de Transexuais e Travestis (ANTRA)

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mostram que 90% têm dificuldades e impedimento na inserção no mercado de trabalho e por esta razão
se prostituem, visto que são constantemente marginalizadas pelo meio social, desde da falta de apoio
familiar à evasão escolar. A partir destas informações o presente projeto de pesquisa propõe a
identificação dos fatores que dificultam a empregabilidade de transexuais e travestis. Para o estudo
proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão sistemática de literatura sem metanálise
em modalidade de bibliometria. A viabilização da pesquisa se deu por meio de buscas nas bases
eletrônicas de dados Scielo e Google Acadêmico, com a inserção dos descritores “gênero transgênero
trabalho”, considerando o período de 2012 a 2018. Foram estabelecidas categorias para análise do
conteúdo e feitas inferências sobre os mesmos com base no marco teórico da Psicologia Social, no que se
refere aos estudos de gênero. Conclui-se que a qualificação profissional é um dos elos que precisa de
maior visibilidade para real inserção das minorias de gênero no mercado de trabalho.

Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2


GÊNERO E IDENTIDADE: DIÁLOGOS ENTRE PSICANÁLISE E TEORIA QUEER
Augusta Rodrigues de Oliveira Zana
Discussões relacionadas à identidade de gênero vêm ganhando força nas mídias sociais e, aos poucos,
conquistando espaço nas mídias tradicionais e nos debates acadêmicos. No âmbito da Psicanálise,
considera-se a vinculação entre as identidades e o registro do imaginário, em contraposição à dimensão
Real da sexualidade. Essa perspectiva tem produzido afirmações sobre identidade e/ou gênero não serem
temas da Psicanálise, por sua referência ao registro do imaginário, enquanto a Psicanálise se ocuparia do
registro do real. Discordamos dessa posição e consideramos que, embora esses termos não estejam
delimitados conceitualmente no campo teórico psicanalítico, o reconhecimento pautado pela categoria
da identidade é um fenômeno cultural do nosso tempo, e acreditamos que a Psicanálise tem a contribuir
para a compreensão dos fenômenos culturais. Pretendemos discutir como o gênero nos ajuda a pensar a
questão da identidade, e, para isso, tomaremos a Psicanálise em diálogo com as formulações de Judith
Butler e a teoria queer. Como os estudos queer permitem situar Freud no contexto contemporâneo?
Como pensar categorias freudianas nesse novo contexto? Recorreremos ao conceito freudiano de
identificação, mas considerando que o conceito de “identidade” coloca especificidades porque, como nos
lembra Judith Butler, a representação de uma categoria identitária constitui a identidade - e não apenas
descreve algo que existia previamente.

Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2


A (DES)PATOLOGIZAÇÃO DAS IDENTIDADES TRANS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Gabriel Luis Pereira Nolasco, Iara Oliveira Meireles e Zaira de Andrade Lopes
Qual o compromisso social da ciência psicológica na (des)patologização das identidades de travestis e
transexuais no âmbito de sua práxis? Diante de tal indagação este trabalho teve como objetivo identificar
e analisar a produção científica sobre os estudos de gênero e sexualidades dissidentes sobre os processos
de constituição das identidades de gênero de pessoas travestis e transexuais na área da psicologia entre
os anos de 2010 e 2016. Para a análise dos dados, partiu-se da noção de gênero e sexualidade
desenvolvidos, principalmente, por Joan Scott e Judith Butler em termos queer. Trata-se de uma
investigação bibliográfica na qual foi realizado o levantamento dos dados a partir de 3 (três) bancos de
dados: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações: CAPES; USP; e Biblioteca Eletrônica Scielo.
Utilizou-se os seguintes descritores: travestis, travestilidades e travestismo, e a intersecção com outros
marcadores sociais da diferenças. Para a análise dos dados buscou-se organizar os resultados encontrados
em categorias temáticas com vistas a (des)velar as pesquisas que busquem problematizar as normas de
gênero e sexualidades lidas como hegemônicas. O número de pesquisas em relação à Psicologia ainda é
ínfimo, a partir de 2008, sobretudo na Psicologia Social como área de conhecimento e práxis. Destarte
caberá aos pesquisadorxs o compromisso ético-político na construção de saberes e práticas com vistas a
compreensão da realidade apoiados em uma dimensão histórico-crítica da constituição dos valores que
permeiam a constituição da subjetividade como estratégia de pesquisa e (trans)formação dos processos
culturais, sociais e históricos na produção da subjetividade humana.

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Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2
O SER ATRAVÉS DO OLHAR DO OUTRO: QUESTIONAMENTOS SOBRE PASSABILIDADE E BINARISMO DE
GÊNERO NO CUIDADO TRANSESPECÍFICO
Caroline Narjara Rodrigues Fernandes, Thaís Cardoso Beggo, José Lucas Nunes de Assis, Junia Araújo e
Mariana Hasse
Para grande parte das pessoas, quando falamos em gênero, ainda nos referimos a apenas dois papeis,
reconhecidos a partir de normas, condutas e estereótipos pré-estabelecidos com base no sexo biológico:
mulheres e homens. Exatamente por isso, pessoas transgêneras não têm reconhecimento e nem
legitimação social. Nesse contexto, o combate sistemático ao binarismo de gênero é fundamental para
garantir a visibilidade social de transgêneros. Porém, o que encontramos ao atender no Centro de
Referência em Atenção Integral à Saúde Transespecífica (CRAIST) é o desejo pela chamada
passabilidade,entendida como a tentativa ser visto socialmente como uma pessoa cisgênera, demanda
oposta à da visibilidade. Assim, ao invés de ser questionada, a passabilidade acabou naturalizada e, por
isso, as pessoas que não desejam uma transição completa ou não são “passáveis”, ou seja, que não
passam facilmente por pessoas cis, são questionadas ou consideradas “em transição”.O desejo com o qual
nos deparamos cotidianamente no CRAIST é de não ser mais reconhecido como transgênero, mas sim
como homem ou mulher, deixando de atrair olhares de julgamento de uma sociedade ainda
extremamente violenta e preconceituosa.Nesse cenário, em que o questionamento sobre o binarismo de
gênero ainda encontra pouco espaço, é urgente pensar em como produzir um cuidado que garanta às
pessoas que chegam ao CRAIST - carregadas de dúvidas e receios -, acolhimento aos desejos de
passabilidade, mas também encorajamento suficiente para a construção de reflexões sobre os sujeitos
que são/querem ser, sejam eles cis ou trans, e os desafios de estarem nesse lugar.

Grupo 31 - QUESTÕES DE GÊNERO 2


PSICOLOGIA E TRANSIDENTIDADES: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO
Wagner Leite de Souza e Thalita Carla de Lima Melo
Vivemos numa sociedade constituída por uma pluralidade de sujeitos na forma de se relacionar e se
afirmar identitariamente. No entanto, em virtude da presença de uma lógica cisnormativa, as pessoas
trans passam a ser alvo de violência física, psicológica e institucional. Também são percebidas a partir de
um viés patológico, classificadas pelo DSM-5 como disfóricas. Nesse processo encontra-se o fazer “psi”
articulado com outras ciências e legitimando práticas que estigmatizam e excluem pessoas trans. Com
base no exposto, a presente pesquisa que é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso, teve por objetivo
investigar quais saberes e práticas estão sendo produzidos nos cursos de psicologia de duas instituições
de ensino superior da cidade de Maceió/AL acerca das transidentidades. Para tanto, foram realizadas
rodas de conversas com graduandas(os) de psicologia para compreender suas concepções e crenças a
respeito da temática. A partir dos resultados, percebe-se um esforço da psicologia enquanto ciência e
profissão em repensar seu saber/fazer frente às questões das identidades trans. Isso se evidenciou nos
relatos de discentes que adotavam uma visão histórica-cultural e rejeitavam uma compreensão
biologicista e patológica das experiências trans. No entanto, ainda é notória a manutenção de um
saber/fazer que se sustenta na lógica diagnóstica como ponto de partida para a atuação profissional,
repercutindo na formação em psicologia. Este estudo serve de convite às Instituições de Ensino Superior
a uma reflexão sobre suas matrizes curriculares para que possam pensar o perfil profissional que
pretendem formar, buscando potencializar uma formação crítica e eticamente comprometida.

Grupo 32 - SAÚDE 2
EMBARAÇOS SOBRE ACONSELHAMENTO NA TESTAGEM RÁPIDA PARA HIV, NO CARNAVAL DE SALVADOR
Manuela Brito dos Santos e Monica Lima
O estudo de tese, em andamento, define como objeto de estudo o aconselhamento natestagem rápida
para HIV no carnaval de Salvador-Bahia. Trata-se do programa “Fique Sabendo”, implantado desde 2015.
Em Salvador, ele é organizado em dois pontos geográficos estratégicos do circuito do carnaval. Os
embaraços que discutiremos vemda participação como aconselhadora no carnaval de 2018. Utilizamos o
diário de campo para registrar o cotidiano do TR- HIV. Nestas ocasiões, os/as foliões/usuários fazem um
cadastro inicial, depois aguardam na sala de espera. É colhido o sangue e realizado a testagem rápida.
Pronto o resultado, o/a usuário/a é atendido/a por um/a aconselhador/a para o pós-teste. Os embaraços
observados foram a ênfase dada pelos profissionais sobre o quantitativo de testes realizados e de casos

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positivos. O grupo de aconselhadores só se reunia em torno desse tema. Também percebemos que no
carnaval, por ser uma remuneração extra, os profissionais selecionados não são os que trabalham no
rotineiramente no aconselhamento. Há uma saturação das informações dadas e recebidas no fim dia,
devido ao grande número de atendimentos.Nestes espaços, podemos atender pessoas que no cotidiano
não acessariam o serviço de testagem devido pouca informação de onde se realiza e por conta da rotina
de trabalho. São, em sua maioria, homens, negros e adultos. A riqueza do aconselhamento permite que
se acolham outras demandas: informações sobre acesso a serviços de saúde e reflexões sobre violência
contra a mulher. A “desburocratização” do atendimento não pode afirmar-se desconsiderando as
reflexões sobre os embaraços do aconselhamento TR-HIV.

Grupo 32 - SAÚDE 2
"DEFORMAS" NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E SAÚDE DO TRABALHADOR: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA
SOCIAL DO TRABALHO
Rômulo Lopes da Silva, Matheus Henrique da Silva Rocha, Carlos Henrique Ferreira da Silva e Heloísa
Aparecida de Souza
O objetivo deste ensaio é refletir sobre a prática do/a psicólogo/a perante as mudanças na legislação
trabalhista brasileira e seus possíveis impactos na vida e saúde dos/as trabalhadores/as. Para tal, adota-
se os pressupostos da Psicologia Social do Trabalho, que procura compreender de forma crítica os
múltiplos aspectos sociais e subjetivos presentes no mundo laboral. As recentes alterações na legislação
trabalhista, evidenciam as estratégias do capitalismo contemporâneo para a manutenção da hegemonia
neoliberal. Com o discurso de modernizar as relações de trabalho, percebe-se a promoção dos interesses
dos empregadores, limitando a autonomia dos/as trabalhadores/as sobre sua atividade, intensificando as
exigências e elevando a precarização do trabalho. Direitos conquistados historicamente estão ameaçados
por meio da regulamentação de contratações mais precárias e atípicas, flexibilização da jornada, alteração
das normas de saúde e segurança do trabalho e a fragilização do movimento sindical. Deste modo, as
reformas podem ser consideradas “deformações” na legislação trabalhista e revelam novos desafios para
a práxis do/a psicólogo/a, ao qual é necessário manter seu compromisso ético-político voltado aos
trabalhadores/as, problematizando e repensando os múltiplos aspectos sociais e políticos que compõem
o mundo do trabalho e afetam diretamente o modo de ser, pensar e agir da classe trabalhadora.

Grupo 32 - SAÚDE 2
PROJETO ACOLHIMENTO COMO APOSTA DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO HEMODIALÍTICO
Janaina Maria Vidal Sampaio
O presente estudo se dedica a atuação do psicólogo com pacientes renais crônicos em três clínicas de
hemodiálise no Rio de Janeiro, Brasil. O trabalho objetiva apontar reflexões sobre o “projeto
acolhimento”, com o intuito de promover o diálogo e a proximidade entre a equipe multiprofissional,
pacientes em admissão para tratamento e seus familiares, proporcionando um ambiente acolhedor e
oferecendo uma escuta ampliada. O interesse por desenvolver este projeto surge quando o setor de
psicologia observa que no processo de admissão os pacientes são caracterizados por falta de informações
quanto ao tratamento, apresentando ansiedade diante dos procedimentos e preocupações com as
mudanças de rotina que poderão comprometer seu convívio social e econômico O projeto vem sendo
balizado pelos referenciais da psicologia da saúde e sendo desenvolvido desde junho de 2016, alcançando
cinqüenta e quatro pacientes em admissão, e vinte e quatro familiares. Até o momento foi possível
observar como resultados, um maior estreitamento nas relações entre pacientes e profissionais,
conscientização do paciente em relação ao tratamento, a importância do suporte familiar durante o
tratamento e o desenvolvimento de empatia na equipe multiprofissional. Com os resultados obtidos até
o momento, nos possibilita também uma reflexão crítica sobre a atuação do psicólogo no contexto da
hemodiálise, um espaço até então pouco explorado pelo mesmo, e visto tanto pelo psicólogo quanto pela
equipe multiprofissional como uma atuação meramente tecnicista, fazendo-se necessário o psicólogo se
apropriar desse cenário e intervir nas práticas instituídas e engessadas pela rotina de trabalho

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Grupo 32 - SAÚDE 2
CLÍNICA AMPLIADA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA VIVÊNCIA NA EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE
Jady Soares Alves e Marísia Oliveira da Silva
O currículo acadêmico do estudante de psicologia da UFPB apresenta deficiências em relação a uma
formação crítica contextualizada com as questões sociais e suas problemáticas, fazendo com que não
disponham de domínio crítico em sua atuação acerca da realidade que os cercam. O presente relato de
experiência tem como objetivo descrever uma vivência de um projeto de extensão que relaciona as
práticas da Educação Popular de Paulo Freire com a Psicologia Clínica, desenvolvida por Carl Rogers com
o intuito de promover saúde na comunidade contribuindo para a inserção do estudante a novas formas
de atuação enquanto profissional em contextos de vulnerabilidade social. Consiste em visitas domiciliares
semanais às famílias de uma comunidade e rodas de conversa acerca de questões trazidas pelos próprios
moradores, atuando estudantes de graduação de diversos cursos tendo caráter multi/interdisciplinar,
além de um grupo com crianças. Segundo os estudantes, a vivência grupal e comunitária proporciona
crescimento tanto profissional como pessoal assim como percebe-se um avanço na autonomia e
empoderamento dos moradores desde a chegada do Projeto. Nota-se um maior envolvimento com as
questões sociais e subjetivas que perpassam os sujeitos para além da concepção clássica da Psicologia,
contribuindo para uma formação responsável, crítica e ampla dos estudantes.

Grupo 33 - SAÚDE MENTAL 2


A EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA NA REDE DE SAÚDE MENTAL DE VOLTA REDONDA: ENTRE A
GARANTIA DE DIREITOS E A CRIMINALIZAÇÃO DOS JOVENS EM CONFLITO COM A LEI
Julia Trindade de Souza, Mariana da Costa Souza e Paula Mayumi Isewaki
A comunicação oral apresenta o estágio na rede de saúde de Volta Redonda vinculada a Universidade
Federal Fluminense (UFF) e a intervenção nos serviços de saúde mental: CAPSad e CAPSi. No estágio
trabalhamos com jovens que fazem uso de substancias psicoativas e estão em conflito com a lei. A política
de redução de danos e os direitos humanos são diretrizes importantes para a pratica clinica diante do
processo de criminalização da juventude verificada no cotidiano dos serviços. A partir da experiência no
grupo “Baseado na lei” do CAPSad e o trabalho com os jovens em cumprimento de medida socioeducativa
de restrição de liberdade do CAPSi nos deparamos com questões que atravessam a clínica nos dispositivos
públicos. A criminalização dos jovens, o discurso moral e o modelo de atenção voltado para a abstinência
produzem embaraços para a pratica do psicólogo orientada pela redução de danos e os direitos humanos
e dificulta o acolhimento das demandas dos jovens. O grupo do CAPSad é composto por jovens que foram
enquadrados como usuários pelo sistema de justiça (Lei 11.343/06) e receberam pena alternativa a ser
cumprida dentro do CAPSad. No grupo do CAPSi jovens em cumprimento de medida socioeducativa são
atendidos nesse dispositivo algemados, configurando violação de direitos humanos. Diante dessa
experiência constatamos a possibilidade de criar dispositivos de cuidado nos serviços de saúde mental
que enfrentem o processo de criminalização de jovens em conflito com a lei. Esse e o caso do grupo
“Baseado na Lei” voltado para autonomia e garantia dos direitos.

Grupo 33 - SAÚDE MENTAL 2


REDUÇÃO DE DANOS E O CUIDADO DE SI: SOBRE QUAIS CUIDADOS FALAMOS?
Rubens Espejo da Silva
Este projeto visa compreender como os conviventes de um Centro de Acolhida na cidade de São Paulo,
que fazem uso de álcool e outras substâncias psicoativas (SPA), utilizam práticas de redução de danos no
cuidado de si. Nossa meta é fortalecer e divulgar a redução de danos como estratégia de cuidado para
além do paradigma da abstinência que toma como prerrogativa a necessidade de internações e suspensão
abrupta para interrupção do uso. Portanto, o objetivo geral deste trabalho é entender quais formas de
cuidado de si são praticadas por usuários de álcool e outras substâncias psicoativas na lógica da redução
de danos, e para isto delimitamos alguns objetivos específicos e são eles: Identificar as práticas de cuidado
de si possibilitadas pelas estratégias de redução de danos; Analisar as versões de usuários e trabalhadores
do centro de acolhida sobre as práticas de cuidado propiciadas pela redução de danos; Discutir as
controvérsias entre estratégias de redução de danos e a prática tradicional de internação com relação ao
cuidado de si. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem como referencial teórico-metodológico o
construcionismo da Psicologia Social. Metodologicamente trabalharemos com a análise das práticas
discursivas. Ao apostarmos na diversidade de oferta de cuidados aos usuários de álcool e outras

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substâncias psicoativas abrigados em equipamentos de alta complexidade, expandimos suas
possibilidades de viverem e conviverem fora dos espaços e modelos institucionais totalitários que
restringiram sua autonomia por tantos séculos.

Grupo 33 - SAÚDE MENTAL 2


CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS CIRCUITOS DA JUSTIÇA E DA SAÚDE: TENSÕES ENTRE CUIDADO E
SEGURANÇA NO CASO DO USO DE DROGAS
Isadora Pavesi Arruda, Maria Cristina Vicentin, César Augusto Feliciano Silva e Raquel Saad de Avila Morales
Parte de um projeto mais amplo que pretende problematizar as relações entre cuidado, saúde e
segurança por meio da análise das práticas de cuidado em saúde direcionadas a adolescentes que fazem
uso de álcool e outras drogas atendidos no território da Freguesia do Ó/Brasilândia, esta pesquisa tem
como objetivo identificar e analisar os sentidos de cuidado em saúde e de proteção acionados pelos atores
dos sistemas de defesa e garantia de direitos de adolescentes e das redes de saúde; caracterizar e analisar
itinerários de adolescentes com necessidades decorrentes do uso de drogas; analisar eventos críticos
identificados no acompanhamento dos itinerários que permitam problematizar as relações entre
cuidado/proteção/defesa social. Para tal, foram escolhidos três casos de adolescentes com histórico de
uso de álcool e outras drogas para serem acompanhados ao longo da pesquisa, sendo cada pesquisador
responsável por investigar e compreender o itinerário de cuidado de um adolescente. O principal desafio
desta pesquisa foi investigar com os sujeitos e não sobre os sujeitos. Foram feitas entrevistas com técnicos
de referência do caso escolhido, mas principalmente conversas com os adolescentes pesquisados. O
acompanhamento in loco permitiu mapear os lugares, as instituições, as pessoas que os adolescentes e
suas famílias acessam e como o fazem, possibilitando entender a rede de conexões múltiplas que se
constituem.

Grupo 33 - SAÚDE MENTAL 2


OS JOVENS AUTORES DE ATO INFRACIONAL E O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: PROBLEMATIZAÇÕES A
PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA
Juliane Macedo Manzini e Maria Cristina Vicentin
Partindo da interface entre saúde e justiça o presente estudo busca analisar e problematizar as ações de
cuidado dos trabalhadores de saúde mental e de modo mais específico como tem se constituído tais
práticas junto aos sujeitos adolescentes autores de ato infracional que são encaminhados para o Centro
de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil – Caps i. Nota-se que um dos destinos de cuidado em saúde mental
dos adolescentes tem se dado por intermédio do sistema de justiça, a partir dos programas que executam
medidas socioeducativas, podendo resultar em um crescente processo de judicialização marcado na
maioria das vezes por um acompanhamento de saúde de caráter involuntário. O estudo encontra-se em
fase de desenvolvimento sendo realizado em um Caps i no interior do estado de São Paulo. Para tanto,
utilizamos a metodologia do caso-traçador e, no caso específico, análise do percurso percorrido de um
adolescente autor do ato infracional ao longo de seu tratamento. Como parte da coleta de dados, foram
realizadas entrevistas, sendo uma com o próprio adolescente, uma com a representante legal (mãe) e
uma com duas profissionais do Caps i. O critério de escolha das entrevistadas do serviço de saúde se deu
a partir das indicações do adolescente, e por serem profissionais relevantes para o tratamento do sujeito
escolhido. O acompanhamento do caso traçador permite identificar os diferentes tipos de atuação da
equipe, trazendo à cena uma tensão entre os profissionais em relação às práticas de cuidado, bem como,
a análise da implicação do pesquisador no próprio ato de pesquisar.

Grupo 33 - SAÚDE MENTAL 2


PORQUE MÃE NÃO É TUDO IGUAL
Adriana Moraes Schoenacher, Gabriela Davino de Araujo, Luanna Antunes Simas Guimarães Velloso, Glauce
Cerqueira Correa da Silva e Luciana Mateus Santos Pinto
A etapa gravídico-puerperal é um episódio na vida da mulher que, além de fatores biológicos, combina
fatores intrapsíquicos, interpessoais, sistêmicos e culturais. Só se-é-mãe-sendo. Nessa nova construção
social do que é ser mulher, apesar de a mulher decidir o “quando” e o “se” da maternidade, esta parece
ter virado um fardo extra em sua jornada, sob exigência de perfeição. Desse cenário a maternidade
contemporânea emerge: mais uma função, solitária, sob rígidos padrões, desconsiderando a
subjetividade e o protagonismo da mulher. Como construção de resistência, o Núcleo de Acolhimento

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Perinatal do Núcleo Integrado de Psicologia Clínica e Hospitalar-NIPCH da SCMRJ se propõe a ser um
espaço de cuidado àquela que protagoniza a vida, oferecendo atendimentos terapêuticos individuais e
em grupo. Lugar de fortalecimento do coletivo, de trocas, para a compreensão e exploração dos conflitos
que acompanham essa etapa. Porque nenhuma família está sempre em equilíbrio. Uma oferta de escuta
psicológica como refúgio à subjetividade do experienciar ser mãe. Facilitando a integração dela aos seus
próprios sentimentos, possibilitando que a mudança aconteça a partir da aceitação: Teoria Paradoxal da
mudança. Acolhendo, confirmando e ampliando a consciência dos entraves paralisantes para restabelecer
o fluxo de possibilidades de ser mulher-e-mãe apoiadas no que são e não naquilo que deveriam ser. As
mudanças vividas repercutem intensamente na constituição da maternidade e na relação mãe-bebê daí,
refletir sobre o modo de ser e de perceber da mulher, frente às condições de ser mãe contemporânea, é
investir na prevenção de instalação de sofrimento psíquico.

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PENSAMENTO CRÍTICO E RESISTÊNCIAS NO “POETRY SLAM”: AS JUVENTUDES FALAM
Harrison Lucas Rocha de Freitas, João Henrique de Sousa Santos e Eduardo Antônio Santos Machado
Esse trabalho tem como intuito analisar os contornos que o “poetry slam” assume no território brasileiro
e como ele vai se configurando como estratégia de insurgência e resistência produzida pelas juventudes,
promovendo pensamento crítico e crítica acerca da realidade que cerca os contextos de maior
vulnerabilidade social. Compreendido como um movimento coletivo de batalha de poesia entre slammers
(poetas) que recitam textos autorais, o slam tem como objetivo tornar a poesia mais democrática e
próxima às pessoas bem como possibilitar com que a realidade do cotidiano seja representada. No Brasil,
essa prática vem ganhando repercussão desde 2008, em especial nas cidades de SP, RJ e BH ocupando
ruas, teatros, centros culturais e praças, com ênfase na expressão de questões que marcam as periferias
dessas cidades. As juventudes que recitam os seus versos nas batalhas de poesia têm a marca da
negligência do Estado em suas vidas. Não acomodados, esses jovens vêm potencializando a sua voz e
fazendo política com seus corpos e suas performances. Tais performances operam como marcadores não
apenas de denúncia, no que diz respeito ao fato dos versos expressarem em unanimidade um constante
cenário de violação de direitos – estado de exceção –, mas, também, de práticas e formas de resistência.
Ademais, ressalta-se que o slam insurge como um levante de uma juventude que problematiza o contexto
social, político e cultural no qual está inserido e imprime novos contornos nas formas de luta, pois toma
como ponto de partida as questões centrais presentes no contexto de periferia.

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TRAJETÓRIAS AFETIVO-SEXUAIS DE MULHERES JOVENS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Laís de Souza Monteiro e Jaileila de Araújo Menezes
Pensar o campo da sexualidade e juventude vem tendo cada vez mais relevância desde o início dos anos
2000 (Segundo Monica Franch (2011) a temática juvenil foi bastante debatida em muitas publicações e
eventos científicos, nesta década, bem como esteve em evidencia com a implementação de políticas
Nacionais voltadas para jovens. Entretanto, o desafio que ainda está posto é pensar a sexualidade e a
juventude para além da ideia naturalista e a-histórica, uma vez que para o discurso de muitos sexólogos
e educadores sexuais, tanto a sexualidade quanto a adolescência estariam calcadas na natureza dos
processos de amadurecimento hormonal. Buscando compreender melhor este campo-tema dentro da
psicologia realizamos um levantamento bibliográfico inicial e uma revisão sistemática da literatura com o
interesse de entender, a partir dos artigos científicos já publicados, como a Psicologia brasileira tem
estudado a questão da sexualidade de mulheres jovens. Os resultados apontam que os estudos em
Psicologia ainda centram-se na perspectiva da adolescência enquanto fase etária, com estudos
majoritariamente de base Psicanalítica o que nos incita a continuar a pesquisa com o objetivo de
compreender a sexualidade de mulheres jovens, dentro da perspectiva do prazer e seus significados nas
trajetórias afetivo sexuais das jovens com base na perspectiva teórico-epistemológico do construcionismo
social da sexualidade com uma abordagem feminista pós-estruturalista.

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ATUAÇÃO PROFISSIONAL E MILITÂNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
Mailson Santos Pereira
O presente trabalho busca relatar a experiência de atuação profissional do psicólogo social no âmbito das
políticas públicas de juventude e a inserção militante do autor nos espaços de participação social
(conferências e conselhos de direito) da referida temática no contexto baiano, indicando desafios para a
efetivação dos direitos juvenis. Aponta-se como desafio para a prática da/o psicóloga/o nas políticas
públicas de juventude as contribuições da psicologia social crítica latino americana e o compromisso social
da profissão na busca de compreender a juventude no cenário social mais abrangente, enquanto “espelho
retrovisor” da sociedade, ou seja, a singularidade desses sujeitos sociais vivenciarem de forma mais
acentuada as potencialidades e as contradições da estrutura social vigente; na tomada de referencial
teórico e prático que compreenda a juventude como uma categoria social construída na modernidade,
quer dizer, fruto da natureza do capitalismo, em meio a qual, há disputas constantes dos sujeitos sociais
individuais e coletivos quanto às concepções que nucleiam essa categoria; e no desenvolvimento de
práticas sociais que façam valer a especificidade da participação das/os próprias/os jovens na construção
de plataformas de políticas públicas a elas/es destinadas/os, potencializando o protagonismo juvenil e a
efetiva atuação e controle social das políticas públicas de juventude pelas próprias juventudes que dela
se beneficiem, assim como, dos demais atores que compõem o campo das políticas públicas de juventude.

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BEBÊS AGORA NÃO! TENHO UM PROJETO DE VIDA
Luciana de Queiroz Ferreira
O trabalho em questão refere-se a um Projeto em Orientação Sexual intitulado: "Bebês agora não! Tenho
um projeto de vida", realizado em 2016 com mais de 80 jovens de 15 a 19 anos de idade que viviam em
situação de vulnerabilidade social, pertencentes a famílias acompanhadas pelo CRAS Bloco B, situado no
Município de Registro. O projeto teve como foco favorecer a construção de projetos de vida por parte dos
jovens a partir de momentos reflexivos em grupo no intuito de prevenir situações de risco, tais como,
gravidez precoce, DST e evasão escolar, aumentando a adesão ao uso de contraceptivos, com ênfase no
preservativo (por prevenir, até certo ponto, e concomitantemente, DSTs e gravidez), integrando a
sexualidade a seus projetos de vida. Para tanto ofereceu-se um espaço de conversa, esclarecimento de
dúvidas, reflexão sobre a igualdade das responsabilidades entre os sexos, bem como o respeito às
diferenças e individualidades, compreensão da sexualidade em sua dimensão mais ampla, bem como
considerando o ser humano como mais que corpo, considerando suas dimensões afetivas, sociais e
mentais, conhecimento sobre a fisiologia da sexualidade e refletindo sobre preconcepções, mitos,
sentimentos e questionamentos, favorecendo a apropriação da sexualidade de maneira consciente,
responsável e satisfatória. Na prevenção da gravidez em idade precoce foi incentivada a reflexão sobre as
implicações de uma gravidez em idade precoce e sua repercussão na vida e projetos do jovem a curto e
longo prazos. Os jovens participantes compunham três grupos distintos que participaram do processo
durante seis meses. Cada grupo estava dividido em equipes e em cada encontro as equipes eram
pontuadas, sendo premiadas ao final do projeto favorecendo a cooperação e o entrosamento dos jovens,
considerando suas diferenças individuais. Intencionalmente, durante todo o processo, buscou-se
promover a oralidade de cada participante de maneira ativa a fim de desenvolver o pensamento reflexivo
e a habilidade de comunicação relativa à temática na intenção de favorecer maior habilidade de
comunicação com parceiros, requisito importante para a negociação do uso de contraceptivos e para
melhor entrosamento e consequente prazer, e com familiares. Foram utilizadas estratégias de trabalho
diversificadas: debates, dinâmicas, palestras, entrevistas, produção de vídeos e campanhas, gincanas,
produção de cartazes em grupo, jogos, brincadeiras, bate papos e desafios para casa envolvendo os temas
trabalhados, sendo que a responsabilidade, o desempenho, e a integração das equipes durante os
encontros valiam pontos para as equipes dentro de uma perspectiva lúdica. Ao longo da realização do
projeto foram realizadas reuniões com os pais abordando alguns dos temas abordados com os jovens,
informando-os sobre os objetivos e ações do Projeto a fim de favorecer a melhoria da comunicação
familiar e a reflexão dos responsáveis sobre seus projetos de vida pessoais e de seus filhos. Como
resultados objetivos, houve acréscimo considerável do número de jovens que espontaneamente
participaram do grupo, que inicialmente era de 62 e no fim contemplou mais de 80.Também foi possível
perceber mudança quantitativa em relação aos casos de gravidez de jovens participantes dos grupos em

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relação ao ano anterior. No ano de 2015, quando os grupos abordaram outras temáticas que não
englobavam a sexualidade, houve 1 caso de gravidez para cada 12 jovens de ambos os sexos dentre os 62
participantes. Ao fim de 2016, mesmo seis meses depois do término do Projeto, houve apenas uma
gravidez dente os mais de 80 jovens participantes, sendo que neste caso, a jovem em questão ficou
gestante logo no início do Projeto, tendo sido ausente em mais de 50 % dos encontros.Cada encontro foi
registrado através de fotos e relatórios, além de conterem listas de presença.

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INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
Lahys Hehlena Costa, Pollyanna Silva Santos, Ayesca Loredany Oliveira Borges e Jaciany Soares Serafim
A sociedade caracteriza-se por mudanças de valores constantes, sendo considerada a era da informação.
Os sujeitos inseridos no contexto da modernidade utilizam cada vez mais as Mídias Sociais Digitais com o
intuito de comunicação com o mundo externo. Neste contexto, o ser humano é permanentemente
obrigado a compor e delinear as suas identidades sob influência das mídias sociais na sua construção, sem
que seja permitido a fixação a uma delas. Foi desenvolvida pesquisa qualitativa, com estudo exploratório
e descritivo, com corte transversal e retrospectivo. Objetivou-se verificar a influência das mídias sociais
na construção da identidade dos indivíduos. A coleta de dados foi realizada através do instrumento sondas
culturais, adaptado de pesquisa anterior realizada por Martins (2013) e de uma entrevista
semiestruturada, construída pelas pesquisadoras. A população foi composta por acadêmicos da
Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI selecionados por conveniência. Os resultados foram analisados
através da análise do conteúdo de Bardin. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS e após aprovado deu-se início à coleta de dados. Como
resultados, percebeu-se que os participantes acreditam que há uma separação entre a vida online e off-
line, observou-se uma intolerância e irritabilidade em relação a assuntos que divergem das suas opiniões,
os participantes relataram que se expõe de forma diferente nas redes, levando em consideração o
controle e a privacidade de cada uma, dentre outros resultados encontrados.

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CAMPANHA DE VACINAÇÃO IDEOLÓGICA: MARKETING, DESEJO E SUBJETIVAÇÃO EM TEMPOS DE
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL
Alexandre Magno Teixeira de Carvalho
Trata-se de um ensaio crítico que, forma geral, propõe reflexões acerca das relações entre ideologia,
marketing, desejo e subjetivação em contextos de reestruturação produtiva do capital. Defende-se a
relevância acadêmica e social do debate permanente sobre mudanças nas formas de organização da
economia e gestão do trabalho e de como essas transformações geram sofrimento psíquico para os
trabalhadores e impacto nas formas de embate entre capital x trabalho. Argumenta-se da premência de
se pôr em pauta, no cerne dos debates em psicologia crítica, as relações entre as categorias trabalho e
subjetividade. Evidencia-se a dialética do processo de alienação e analisa-se o processo de produção de
consciência alienada que se dá por intermédio dos meios de comunicação. Expõe-se, além de operações
de subjetivação explícitas na propaganda de produtos e serviços, algumas armadilhas semânticas
exploradas pelo marketing que se embute e se dissimula no jornalismo, sobretudo o televisivo, em tempos
de golpe e impeachment.

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