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CURSO DE GRADUAÇÃO EM

PSICOLOGIA

Ana Carolina dos Santos


Ana Claudia Quirino de Souza
Graziella Feitosa Franco
Hannah Lopes
Jean Carlos da Silva
Kawane Matoso
Stefany Rodrigues de Oliveira
Tainara Maria Oliveira
Victoria Alexandrino Trindade de Paula

PROJETO DE EXTENSÃO
PSICOLOGIA SOCIAL

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MARINGÁ-PR
2023
Ana Carolina dos Santos
Ana Claudia Quirino de Souza
Graziella Feitosa Franco
Hannah Lopes
Jean Carlos da Silva
Kawane Matoso
Stefany Rodrigues de Oliveira
Tainara Maria Oliveira
Victoria Alexandrino Trindade de Paula

PROJETO DE EXTENÇÃO:
PSICOLOGIA SOCIAL

Projeto de extensão apresentado ao curso de

Graduação de Psicologia, da Universidade Cidade

Verde, para a obtenção da nota bimestral referente

ao segundo bimestre da disciplina.

Docente: Prof.(a) Dra. Lucy Mara Paiola

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MARINGÁ-PR
2023

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1. TÍTULO

Projeto de extensão
(Perspectiva do homem idoso em centro de curta permanência)

2. ÁREA TEMÁTICA

Saúde.

3. COORDENADOR

Prof. Dra. Lucy Mara Paiola

4. EQUIPE TÉCNICA

Alunos: Ana Cláudia; Ana Santos; Graziella Feitosa; Hannah Lopes; Jean Carlos
da Silva; Kawane Matoso; Stefany Rodrigues; Tainara Ramos; Victoria Alexandrino

Responsável Técnica (coordenadora da instituição): Zilda Campos


Assistente Social: Rita Borim
Cuidadora: Mônica Segura

5. DEPARTAMENTO OU SETOR

UNICV – Centro Universitário Cidade Verde, curso de Psicologia.


Coordenadora: Michelle Santos

6. INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

Centro Dia Novas Histórias – Grupo Espírita Allan Kardec Centro

R. César Lates, 284 - Jardim Alvorada, Maringá - PR, 87035-070

Universitário Cidade Verde – UNICV

Av. Advogado Horácio Raccanello Filho, 5950 - Zona 7, Maringá -


PR, 87020-035

7. NÚMERO ESTIMADO DE PARTICIPANTES

Aproximadamente 30 idosos.

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8. LOCAL (IS) DE REALIZAÇÃO


O Centro Dia Novas Histórias – Rua César Lates, 284 – Jd. Alvorada, Maringá,
PR.

9. PERÍODO

Tempo de duração do projeto de aproximadamente 4 (quatro) semanas, com 3


(três) visitas agendadas à instituição Centro Dia Novas Histórias – Grupo Espírita Allan
Kardec. Com data de início dia 4 de maio de 2023 e com data de término a definir.

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SUMÁRIO

1. RESUMO DA PROPOSTA.............................................................. 6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................... 6
3. DEMANDA…………………………………………............................ 8
3.1 OBJETIVO................................................................................. 8
3.2 JUSTIFICATIVA.......................................................................... 8
4. METODOLOGIA............................................................................. 9
5. CRONOGRAMA………………………………………………………. 10
6. RESULTADOS ESPERADOS....................................................... 11
7. CONCLUSÃO................................................................................. 11
8. APÊNDICES................................................................................... 13
9. PROPOSTA DE CONTINUIDADE………………………………….. 19
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………… 20

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10. RESUMO DA PROPOSTA

O objetivo desse projeto é promover a melhoria da socialização entre os idosos nas


dependências do Centro Dia Novas Histórias, por meio de atividades em grupo. Através de
práticas que visam resgatar sua memória e subjetividade. Assim, buscando a melhoria entre
as suas interações sociais, buscando um resgate de suas experiências e narrativas.

11. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para o desenvolvimento desse projeto, é necessário o entendimento do que é ser


homem na sociedade do ponto de vista sócio-histórico, de acordo com Silvia
T. Maurer Lane (2017), compreender que a existência e sobrevivência humana só é
possível através de uma história de relações e compartilhamentos, principalmente através
da linguagem, espaços geográficos, costumes e leis, contribuindo assim para a existência e
continuidade da humanidade.

Com o aumento da perspectiva de vida por conta das melhorias de vida na


sociedade, a população de idosos também aumentou, por isso, a mesma vem ganhando cada
vez mais destaque nas políticas públicas e debates sociais, sendo necessário uma nova
construção de visão sobre o processo de envelhecimento e sua subjetividade, indo além da
apenas das mudanças físicas que ocorrem, mas entendendo o processo interno que
vivenciam.

Diana Manuela Gomes Cancela (2007) explica que o processo de envelhecimento


se encontra em três âmbitos; biológico, social e psíquico, cada um sendo subjetivo ao
indivíduo, levando em consideração fatores genéticos por exemplo no âmbito biológico, mas
considerando também o estilo de vida do individuo que modifica mais ainda o processo para
aquele. Também que existem fatores que influenciam o processo de envelhecimento,
segundo a pesquisadora, como por exemplo, diferença entre os sexos, mesmo ambos tendo a
mesma tendência cognitiva para o envelhecimento, mulheres podem demonstrar maior
dificuldade em tarefas espaciais numa idade inferior aos dos homens.

Maria de Fátima (1994) explica que,

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“O sujeito deve valorizar a si mesmo e obter o reconhecimento do grupo social. A


identidade se consolida na percepção que tem o sujeito do seu poder sobre si, sobre
os outros e sobre os acontecimentos. Logo, o sentimento de ser rejeitado,
desvalorizado pelo grupo social pode atingir a imagem de si, em resumo, a
identidade pessoal” (pág 125)

Quando o idoso passa pelo processo de aposentadoria que é a sua saída do mercado
de trabalho, ocorre não só a diminuição das suas atividades laborais, como sua contribuição
monetária, do seu círculo familiar, atingindo a sua visão de si, perdendo a sua relevância no
meio intrafamiliar. E mesmo que em alguns grupos sociais e culturalmente o idoso seja visto
como uma imagem de sabedoria, de quem detém muitas experiências e saberes sobre a vida,
sendo tratado com respeito, em outros já são vistos como descartáveis e que não possuem
mais utilidade para a sociedade, havendo a quebra ou interferência na construção de uma
elaboração da subjetividade e realidade.

A narrativa de um idoso sobre suas histórias de vida são uma forma de


compartilhamento de vida, dos seus significados pessoais e uma forma de resgate das suas
contribuições sociais e o seu pertencimento na sociedade, com o envelhecimento afetando a
sua memória, a escuta de suas histórias é uma forma de exercitar só a memória do idoso em
si, mas de recuperação de quem eles são e o grande museu que é o seu corpo e suas
vivências, Mariele Rodrigues Correa e José Sterza Justo (2010) diz

“é ter de volta o sentimento de pertença a uma história ou mesmo à própria


sociedade, sentimento este que, muitas vezes, é expropriado dos mais velhos,
justamente aqueles que, cada qual à sua maneira, tiveram participação significativa
no processo de construção de uma sociedade.”(p.251)

Escutar as histórias de um idoso, nos permite não só aprender com os mesmos e


entender suas contribuições, mas resgatar pra eles suas memórias as vezes esquecidas e abrir
um espaço para que eles possam se sentir pertencentes novamente à sociedade.

Os idosos ao participarem de grupos da terceira idade lhes é concedido um espaço


de escuta, Ludgleydson Fernandes e col. (2005) explica que eventualmente os mesmos não
encontram no ambiente familiar, podendo ocasionar um sentimento de desvalorização,
isolamento e prejudicando sua auto-imagem, considerando que o afeto e a escuta no
ambiente familiar auxiliam tanto na saúde física quanto mental dos mesmos.

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O autor Cesar Sandoval Moreira Jr (2003) através de sua pesquisa também explica a
importância dos idosos estarem em grupos e em relacionamentos sociais, que possibilitam a
troca de experiências, significados em comum, demandas, trazendo uma sensação de
suporte, identificação e proporcionando um bem-estar emocional. Assim, trazendo uma nova
perspectiva sobre o envelhecimento, não somente ligada ao corpo, mas resgatando uma visão
para o presente e futuro, e a importância de aproveitar o que lhe resta das suas vidas.

12. DEMANDA

No decorrer da visita, dialogamos com a coordenadora da instituição (Zilda), e por


ela foi levantada a demanda em relação a concivência dos idosos. A mesma relata que em
certos momentos, alguns idosos apresentam comportamentos de exclusão em relação a
outros idosos de pele negra. Sendo assim, acatamos a demanda levantada pela instituição,
afim de fortalecer os vículos entre os mesmos, visando produzir um ambiente de bem-estar.

13. OBJETIVOS

O presente projeto tem como objetivo trazer algumas atividades práticas na


tentativa de promover a interação no convívio desses idosos, para que assim consigam
iniciar o processo de vínculos uns com os outros no grupo que estão inseridos.

14. JUSTIFICATIVA

O projeto, nos proporciona uma compreensão mais profunda das realidades e


necessidades dos idosos. Essa vivência nos sensibiliza para a importância de uma sociedade
inclusiva e atenta às necessidades de seus membros mais velhos.

“Ás possibilidades de convivência e bom relacionamento familiar e social, o que


diminui a sensação e os efeitos negativos do isolamento, eleva a auto- estima, o
senso de autonomia, e de bem-estar. “(Moreira, japur, 2003)

Durante nossa visita, nos foi apresentado pela instituição a dificuldade dos idosos
em estabelecer as relações em grupo entre eles. Com isso, nosso projeto tenta abordar com
os idosos, uma forma em que se estabeleça algum tipo de afinidade entre os mesmos, através
de atividades que promovam a formação de vinculos entre eles dentro da instituição.

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15. METODOLOGIA

O homem é um ser social, criado por outros que perpassam suas habilidades,
ideias, linguagem, histórias, bens físicos e formas de sobrevivência. Não se nasce pronto,
através da socialização que se adquire habilidades, e o seu desenvolvimento está
diretamente ligado ao contato com outros homens e a sua cultura.
Quando se possui condições de sobrevivência, também é capaz de desenvolver sua
visão de mundo, trazendo assim significados. Junto das relações sociais, que existem pela
linguagem, o homem desenvolve sua consciência, com ela consegue-se compreender seu
mundo, entendendo o que, o precede, compartilha com os demais o que sabe, constrói e
renova significados.
Conforme se relaciona com o mundo, se apropria da cultura, pega pra si
significados e cria um sentido pessoal para suas vivências, sendo assim, o homem se torna
homem no mesmo momento que constrói o seu mundo.
O homem está inserido em uma sociedade capitalista que visa o processo de
produtividade, onde cada vez mais coisas tenham se tornado descartáveis, onde o que é
valorizado é o novo e que é considerado velho perde sua utilidade. O homem idoso está
inserido nessa sociedade, tendo passado pelo processo de nascimento, socialização,
elaborando sua subjetividade, produzido e trazendo sua contribuição para o mundo, mas
com o seu envelhecimento, tendo sido gradativamente retirado da sociedade. O
envelhecimento muitas vezes é acompanhado por uma redução na rede de apoio social. As
relações intrafamiliares podem sofrer mudanças devido a separações, perdas de entes
queridos ou distanciamento geográfico. Também é comum que as amizades e conexões
sociais sejam reduzidas, o que pode levar à solidão e ao isolamento emocional e social.
Com esse entendimento, nesse projeto iremos compreender o processo de
envelhecimento do homem através de um estudo exploratório e bibliográfico, e sua
compreensão sobre si, sua subjetividade, relações sociais e sua relação com o mundo. As
visitas ao centro de curta permanência para idosos nos permitirão observar de perto as
condições de vida e as interações dos idosos nesse ambiente específico.
Por meio de entrevistas com profissionais do local, obtemos perspectivas valiosas
sobre as necessidades, os desafios e as potencialidades dos idosos em relação à saúde física
e mental, bem como às suas relações interpessoais, tentando compreender sua subjetividade
e se ela ainda existe com essa mudança de ambiente e novas relações sociais.

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16. CRONOGRAMA

ENCONTRO OBJETIVO
Visitamos a instituição, em busca de entender melhor
1º Encontro o funcionamento das suas instalações, atividades
com os idosos e acolhimento da demanda.

O intuito é conhecer de forma mais direta os idosos, criando um


espaço de escuta para o acolhimento de suas particularidades,
2º Encontro apresentando nossa proposta de atividade para os mesmos,
garantindo que não aja reações adversas.
Realização da atividade discutida em sala, fazendo um mural
estilo “túnel” do tempo das memórias dos idosos, com objetivo
de resgatar essa narrativa de suas histórias e estímulo da sua
3º Encontro subjetividade.

17. RESULTADOS ESPERADOS

Com esse projeto de pesquisa esperamos melhorar a interação entre os mesmos


dentro da instituição. Através dessas interações, é possível fomentar o sentimento de
pertencimento e acolhimento, reduzindo possíveis sentimentos de solidão e isolamento.
Além disso, ao melhorar a convivência entre os idosos, o projeto busca estimular a troca de
conhecimentos, experiências e histórias de vida, permitindo que cada indivíduo se sinta
valorizado e reconhecido. Dessa forma, espera-se contribuir para a elaboração constante da
subjetividade dos idosos, resgatando suas identidades, autoestima e proporcionando um
ambiente mais inclusivo e enriquecedor para todos os envolvidos.

18.Conclusão.

A visita ao asilo "Centro Dia Novas Histórias" proporcionou uma experiência


valiosa e enriquecedora para nós e para os idosos, que tiveram a oportunidade de
resgatar memórias afetivas por meio dos objetos antigos apresentados. A dinâmica
permitiu que os mesmos compartilhassem suas histórias de vida, estabelecendo vínculos
emocionais e promovendo um ambiente de conexão entre os participantes.

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As atividades aplicadas demonstraram as nuances de vivências dos idosos no


período de suas respectivas infâncias, onde mesmo com certas similaridades, como
crescer na roça por exemplo, tiveram suas infâncias vivenciadas de formas distintas.

A autora Silvia T. Maurer Lane em sua obra exemplifica o quanto as condições


históricas do grupo que estamos inseridos moldam quem somos, como os papéis que
foram apreendidos, já foram definidos pela sociedade. Os idosos ali presentes, mesmo
com suas diferenças e tendo suas raízes de lugares distintos, desempenharam papéis
semelhantes desde a infância, meninas que improvisavam suas bonecas com pano e
milho para poderem desfrutar minimamente das alegrias da infância, quando já
possuíam responsabilidades de uma mulher adulta para desempenhar em casa, meninos
que encontravam um pouco de diversão em estar numa árvore ou brincando de peteca,
quando tinham que auxiliar seus pais na roça para a garantia do seu sustento, crianças
que se tornaram adultos precocemente, pais e mães e no fim, se encontram hoje no
mesmo grupo.

Essa experiência revela a forma como a realidade é construída individualmente,


moldada pelas vivências e percepções de cada pessoa. Cada idoso teve uma experiência
única ao selecionar e compartilhar suas memórias, evidenciando a subjetividade e
pessoalidade da realidade, conforme discutido por João Francisco em seu texto "O que é
realidade".

E mesmo possuindo suas realidades diferentes, a linguagem trouxe uma


proximidade entre os mesmos, a comunicação que era carregada de significados para
cada um e que possuíam semelhanças. A autora Silvia nos explicou a diferença entre
fazer e falar, e quando tivemos a oportunidade de mudar a relação entre aqueles idosos,
mesmo que minimamente, o falar se tornou-se fazer, e o que foi feito ali naquele grupo
de idosos, foi lembra-los que eles ainda existem e que suas narrativas são importantes, e
principalmente foi criada uma afinidade.

Os idosos carregam consigo um acervo de vivências ao longo de suas vidas,


influenciadas por diferentes períodos históricos e contextos sociais. Ao compartilharem
suas memórias e histórias pessoais relacionadas aos objetos, eles enriquecem a
compreensão da dimensão sócio-histórica de suas vidas, nos trazem uma visão que se
entrelaça com a teoria e nos mostra no mundo real.

Esse projeto, mesmo que visando a melhoria para aqueles idosos, nos fa refletir

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o quanto nossas narrativas vão sendo apagadas conforme a vida passa e como trazer ela
para superfície é importante para a continuidade da nossa existência, nossa história de
vida é carregada de aprendizados, que mesmo muitos sendo baseadas no senso comum,
são produtores de conhecimento e de criação.

19. APÊNDICES

19.1 RELATO DA PRIMEIRA VISITA


No dia 04 de maio de 2023, tivemos a oportunidade de realizar uma visita ao
Centro Dia Novas Histórias, localizado em Maringá, Paraná. O objetivo dessa visita
foi conhecer de perto as atividades e o funcionamento da instituição, que oferece
cuidados diurnos a idosos em vulnerabilidade social, além de fazer uma relação com
os conteúdos trabalhados no semestre. Abaixo, relato os principais aspectos
observados durante a visita.

Ao chegarmos ao centro às 14:00 da tarde, fomos recebidos pela cuidadora


que gentilmente nos mostrou as instalações, onde pudemos perceber um ambiente
acolhedor e organizado. Os idosos já estavam presentes, e a equipe de funcionários
os recebe com atenção e cuidado. Às 8:00, eles chegam e já é servido o café da
manhã, sendo notável a preocupação em oferecer uma refeição adequada levando
em conta as restrições alimentares individuais de cada idoso.

Após o café da manhã, a equipe realiza a medição da pressão arterial dos


idosos, evidenciando a preocupação com o acompanhamento regular da saúde
desses indivíduos. Durante todo o período da visita, é possível observar a atenção e
o cuidado individualizado a cada idoso, levando em consideração suas
necessidades específicas.

No que diz respeito à rotina diária, foi informado que os idosos têm o horário
de entrada estabelecido para as 8:00 e saída entre às 16:00 e 16:30. O almoço é
servido pontualmente às 11:00, e é notável o conhecimento detalhado que a equipe
possui sobre as restrições alimentares de cada idoso, garantindo uma refeição
adequada e segura para todos.

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Quanto às atividades oferecidas, pudemos constatar que a instituição conta


com uma programação diversificada. Nas segundas-feiras, é realizada a fisioterapia,
visando promover a mobilidade e o bem-estar físico dos idosos. Nas terças-feiras,
está sendo cotado a presença do estágio de psicologia com alunos do Centro
Universitário Cidade Verde (UNICV), onde serão desenvolvidas atividades que
estimulam a saúde mental. emocional e o convívio social, levando em consideração
as demandas levantadas pela instituição. Nas quartas-feiras, novamente ocorre a
fisioterapia, reforçando a importância da manutenção da saúde física. Nas quintas-
feiras, ocorre o estágio do quinto ano de psicologia com alunos do Centro
Universitário Ingá (UNINGÁ), proporcionando uma abordagem psicoterapêutica aos
idosos. Já nas sextas-feiras, eles trabalham com argila na parte da manhã e
participam de sessões de psicoterapia durante a tarde.

Durante a visita, tivemos a oportunidade de conversar com a assistente


social, responsável por fazer uma triagem dos idosos que podem ingressar na
instituição, levando em consideração o contexto familiar. Foi destacado que o Centro
Dia Novas Histórias possui capacidade para atender até 30 idosos, mas atualmente
está acolhendo 27, com uma fila de espera considerável. Além disso, foi
apresentado que, para serem aceitos, os idosos precisam apresentar certa
autonomia, como ser capazes de realizar suas necessidades fisiológicas sozinhos e
se alimentarem, pois, a instituição não está equipada da mesma maneira que uma
instituição de longa permanência.

Os funcionários comentaram que a instituição é mantida pelo centro espírita


ao lado e também por meio de doações. Essa informação ressalta a importância do
apoio da comunidade e o envolvimento de voluntários para garantir o funcionamento
e a continuidade dos serviços oferecidos pelo Centro Dia Novas Histórias.

Além disso, conseguimos constatar que a instituição valoriza e destaca à


relação família e idoso. Em meio a isso, a assistente social nos apresentou uma
demanda (queixa), que poderia ser trabalhada nas próximas visitações, pois ainda
sentem que os familiares não possuem, forte vínculo aos idosos pertencentes do
seu núcleo familiar. No decorrer da visita, tivemos o prazer de conversar com a

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coordenadora da instituição (Zilda), e por ela foi levantada outra demanda, a relação
dos idosos entre os mesmos, pois por ela foi relatado que em certos momentos,
observa que residentes pretos(as) são tratados de maneira diferente por outros
residentes. Então, nos pediu para fortalecer esse vínculo, afim de produzir um
ambiente de bem-estar.

Em relação à equipe de profissionais, a instituição conta com oito


funcionários, incluindo uma coordenadora, uma assistente social, uma cuidadora,
um caseiro, uma instrutora de atividades e duas serviços gerais. É importante
ressaltar que possuem uma psicóloga fixa voluntária, o que reforça o compromisso
com a saúde mental e emocional dos idosos atendidos.

No geral, a visita ao Centro Dia Novas Histórias foi uma experiência


enriquecedora, permitindo uma visão abrangente do funcionamento e dos
cuidados oferecidos aos idosos em vulnerabilidade social. A instituição
demonstra um compromisso notável em promover a qualidade de vida, a
produção de subjetividade dos residentes, o bem-estar físico e emocional dos
idosos, além de se preocuparem com os laços familiares e comunitários. O
trabalho realizado pelos profissionais e voluntários é digno de reconhecimento
e contribui significativamente para a inclusão e o cuidado desses indivíduos tão
necessários para a nossa sociedade.

19.2 RELATO SEGUNDA VISITA

No dia 13 de junho, às 14h, visitamos novamente o Centro Dias Novas Histórias


para a realização do segundo encontro com os idosos. Fomos recepcionados pela
cuidadora, que solicitou que aguardássemos os idosos em uma sala, pois estavam
tomando café.

Logo após tomarem café, os idosos foram conduzidos para a sala em que
estávamos e se sentaram em volta das mesas, havia o total de 11 idosos no momento.
Fizemos uma breve apresentação e em seguida explicamos como seria a dinâmica que
havíamos preparado para os mesmos. O quadro seria " Contação de Histórias", na qual
se trata de uma atividade onde precisavam refletir e recordarem de algum momento
marcante, positivamente, como por exemplo, uma brincadeira de infância.

Então distribuímos uma folha de papel para todos, com diversos lápis coloridos que

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estavam sobre as mesas e assim solicitamos que desenhassem esta brincadeira. A J


desde o início não queria desenhar, pois segundo ela, não aprendeu como desenhar
porque não podia ir à escola na sua infância, relatou que quando criança não tinha muito
tempo para brincar, pois precisava trabalhar na roça. Entretanto, nos contou que quando
seus filhos eram pequenos, ela fazia carrinhos para brincarem e foi exatamente isso, que
com o nosso auxílio, ela desenhou.

O B estava animado, falava muito como trabalhar na roça, desenhou então uma
árvore que simbolizava a árvore em que sentava, no seu horário de almoço quando
estava trabalhando, desenhou também uma peteca, pois relatou que quando criança
gostava de brincar com o brinquedo.

Já a L relatou que quando criança brincava de boneca de pano e de milho, desenhou


também uma pipa.

A M relatou que gostava de brincar de casinha e também desenhou uma peteca.

Já a E nos contou que gostava de brincar de amarelinha na sua infância e também


desenhou uma árvore colorida, pois na roça em que trabalhava havia uma parecida onde
os trabalhadores usavam como sombra para almoçar. Relatou que depois de seu marido
faleceu, morou sozinha por treze anos e só foi morar com um de seus filhos por conta da
idade avançada.

A idosa A desenhou uma casa, pois relatou que gostava muito de brincar de casinha
quando criança.

A GD desenhou algumas bonecas de pano e nos contou que em sua infância


brincava bastante com bonecas de pano e de milho.

Já a JO fez diversos desenhos, desenhou: uma folha de papel, um lápis, maçã,


bola, uma caneca, um triângulo, uma fruta (ela disse que poderia ser uma manga), um
pé de jabuticaba e uma flor, relatou que sempre gostou muito de desenhar e que sempre
morou em cidade.

BR desenhou, uma peteca, um carrinho, casinhas, flores entre outros que foi se
recordando com o nosso auxílio.

GG relatou que gostava muito de brincar de bola, casinhas e peteca também.

Após terminarem a atividade, pedimos que colocassem seus nomes nas folhas

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dos desenhos, mostrassem o que fizeram e explicasse para todos o que significava. Esta
foi a primeira dinâmica que realizamos diretamente com os idosos do Centro Dias
Novas Histórias, eles foram bem comunicativos e acolhedores.

A dinâmica que escolhemos para aplicar tinha a intenção de afetá-los


positivamente, tentando fazer com que se lembrassem das brincadeiras de infância,
estimulando as suas funções emocionais, também como tentativa de aproximação entre
os mesmos, tentando demonstrar para os mesmos que possuem algo em comum e
estimulando funções cognitivas, estimulando suas memorias e seus movimentos ao
desenhar. Já no encerramento, nos despedimos por volta de 15:40h e os avisamos que
voltaríamos na próxima semana.

19.3 RELATO TERCEIRA VISITA

No dia 20 de junho de 2023, realizamos a terceira visita ao asilo Centro Dia


Novas Histórias. O objetivo principal dessa visita foi proporcionar uma experiência
enriquecedora aos idosos residentes, por meio de uma dinâmica baseada em objetos
antigos, com o intuito de despertar lembranças e incentivar a troca de experiências.
Assim que os idosos chegaram e se acomodaram, começamos a apresentar a proposta da
atividade, que consistia em disponibilizar uma variedade de objetos antigos para que
eles pudessem escolher livremente e compartilhar suas memórias associadas.
Explicamos que apenas aqueles que se sentissem confortáveis e fisicamente capacitados
deveriam se levantar para selecionar um objeto. A participante A. foi a primeira a se
voluntariar e escolheu uma boneca, compartilhando que tinha um apreço especial por
brincar com brinquedos semelhantes durante sua infância. O participante B. optou pelo
carrinho de madeira. Com entusiasmo, ele relatou que o objeto evocava lembranças de
brincar com seus amigos na rua onde cresceram em sua juventude.

A participante G. optou pela panela de ferro e compartilhou memórias afetivas


relacionadas à sua habilidade culinária. Com nostalgia, ela descreveu o uso frequente
desse utensílio em suas atividades na cozinha, destacando a conexão entre a panela e
sua paixão pela culinária. Esse objeto despertou um interesse significativo entre os
idosos, levando muitos deles a compartilhar suas próprias experiências culinárias e
trocar informações sobre métodos de preparo de alimentos. Durante todo o encontro, os
participantes se demonstraram bastante envolvidos com a dinâmica, a todo tempo

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fazendo comentários e compartilhando histórias pessoais sobre os objetos que seus


companheiros escolhiam.

Posteriormente, começamos a selecionar alguns dos objetos restantes e


incentivar os idosos a despertar mais memórias. O disco de vinil, por exemplo,
despertou memórias musicais em diversos participantes. O senhor B., entusiasmado,
relatou suas experiências em uma discoteca próxima de sua casa, revelando sua paixão
por tocar instrumentos musicais. A boneca de tricô também provocou muitos
comentários, muitos participantes relataram já terem feito muitos objetos similares,
incluindo a participante A. que relembrou a época em que fazia as bonecas de tricô para
familiares em datas comemorativas e até mesmo para vender.

20. PROPOSTA DE CONTINUIDADE;

Nossa proposta de continuidade para o local, baseando-se na teoria aprendida e


nas discussões com o membro com base nas visitas, seria a elaboração de uma oficina
de artes quinzenalmente (de quinze em quinze dias), focando em atividades que
estimulem a percepção e habilidades artísticas dos idosos.

Oficinas de pinturas, desenhos e artesanatos, estimulando sua criatividade e


funções motoras, dando certa liberdade para os idosos para se expressarem da forma
que se sentirem. Oficina de música, resgatando suas músicas favoritas, elaborando
atividades com as mesmas, como escrever algo referente ou desenhar, e até mesmo
dançar (respeitando suas limitações e de forma inclusiva). Trazendo seus filmes
favoritos e até filmes novos, promovendo lazer e entretenimento para os mesmos

Nosso foco com essa proposta é continuar promovendo para os idosos um


espaço de escuta, liberdade e qualidade, onde possam continuar vivenciando os
momentos de qualidade que a vida pode proporcionar.

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Referências
ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de, Maria da Penha de Lima Coutinho, and
Virgínia Ângela Menezes de Lucena Carvalho. "Representações sociais da velhice entre
idosos que participam de grupos de convivência." Psicologia: ciência e profissão 25.
2005: 118-131.

CORREA, Mariele Rodrigues; JUSTO, José Sterza. Oficinas de Psicologia:


memória e experiência narrativa com idosos. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, p.
249-256, 2010.

CANCELA, Diana Manuela Gomes. O processo de envelhecimento. Trabalho


realizado no Estágio de Complemento ao Diploma de Licenciatura em Psicologia pela
Universidade Lusíada do Porto, v. 3, n. 1, 2007.

LANE, Silvia T. Maurer. O que é psicologia social. Brasiliense, 2017.


MOREIRA JR, Cesar Sandoval; JAPUR, Marisa. Grupo de sala de espera:
sentidos do envelhecimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 13, p. 85-96, 2003.

Moreira Jr; Japur², Cesar, Marisa. Grupo de sala de espera: sentidos do


envelhecimento humano. Paideia, São Paulo , p.85-96 , 2003 .

SANTOS, Maria de Fátima de Souza. "Velhice: uma questão psico-social." Temas


em Psicologia 2.2 1994: 123-131.

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