Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pedagogia
FUNDAMENTOS
SOCIOANTROPOLÓGICOS
DA EDUCAÇÃO
Aline Pellicioli
Simone de Oliveira
FUNDAMENTOS
SOCIOANTROPOLÓGICOS DA
EDUCAÇÃO
ALINE PELLICIOLI
SIMONE DE OLIVEIRA
Reitor:
Me. Adriano Pistore
Revisão
Dra. Leticia Baron Bortoluzzi
Adaptação
Ma. Monica Duso de Oliveira
Autoras do livro
Esp. Aline Pellicioli
Dra. Simone de Oliveira
Sobre as autoras
Aline Pellicioli - Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas / FSG. Licenciada em História / UCS.
Simone de Oliveira - Doutora em Informática na Educação / UFRGS. Mestra em Educação / UFRGS.
Especialista em Informática Educativa / FSG. Especialista em Formação para Educação a Distância /
UCS. Licenciada em História / UCS.
CONTEÚDO
OBJETIVOS
DESENVOLVIMENTO
SÍNTESE
QUESTÕES PARA
REVISÃO
SOCIOLOGIA: CONCEITO E O
INDIVÍDUO NA SOCIEDADE
TEORIAS SOCIOLÓGICAS:
AUGUSTO COMTE, ÉMILE
DURKHEIM, KARL MARX E
MAX WEBER
CONTEÚDOS DA UNIDADE
1. O que é Sociologia?
2. Para que serve a Sociologia?
3. Identidade: Grupos Sociais
4. Augusto Comte
5. Émile Durkheim
6. Karl Marx
7. Max Weber
OBJETIVOS DA UNIDADE
O objetivo desta unidade é que você possa analisar a
conceitualização do que é Sociologia, para que ela serve no mundo
contemporâneo, a partir disso como se formam os grupos sociais na
perspectiva da identidade.
Com as leituras e atividades da Unidade, você deverá identificar
também a importância e as contribuições dos principais teóricos da área.
O QUE É SOCIOLOGIA?
Prezado(a) Aluno(a).
Você pode perceber que nesta Unidade estaremos abordando essas questões.
Vamos começar?
Podemos dizer que Sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos
e das sociedades.
Com isso, podemos refletir que é um empreendimento fascinante e irresistível
estudar Sociologia, já que seu objeto de estudo é o nosso próprio comportamento
como seres sociais, não no foco individual, mas no grupo, na sociedade, como
fenômenos sociais.
Entre outras coisas a Sociologia nos ensina que: é preciso assumir uma visão
mais ampla sobre por que somos como “somos” e por que agimos como “agimos”?
Estuda a necessidade de desconstruir aquela visão que temos de entender a realidade
de forma naturalizada boa ou verdadeira, pode não ser bem assim.
14
O foco está em analisar as situações na perspectiva sociológica, pois aquilo
que achamos comum pode ser na verdade, fruto de influências históricas políticas e
sociais. A necessidade de entender os modos sutis, porém complexos e profundos,
que as nossas vidas individuais refletem os contextos de nossa experiência social.
15
Podemos dizer que a Sociologia é o estudo científico da sociedade. É a Ciência
Social que estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as
interações que ocorrem da vida em sociedade; a Sociologia abrange, portanto, o estudo
dos grupos sociais, da divisão da sociedade em camadas sociais, da mobilidade social,
dos processos de cooperação, competição e conflitos na sociedade.
Diante disso, podemos dizer que a Sociologia é uma Ciência Social que estuda
os Fatos Sociais.
Um dos fatos sociais que é analisado nesse contexto de estudo é a formação
de grupos sociais.
a) A pluralidade de indivíduos;
b) A existência de objetivos comuns, aos quais estes indivíduos buscam;
c) Identidade grupal que nasce da realidade grupal e do contato permanente;
d) Estabilidade nas relações;
e) Os grupos são fundamentais na formação dos indivíduos e no seu
processo de socialização.
16
Mas, afinal, o que são os grupos sociais?
Sentimentos
São aqueles que derivados da impressão, por
de
parte dos indivíduos, de que não está recebendo
privação
da sociedade aquilo a que tem direito.
relativa:
17
Os grupos podem ter realidades sociais
bastantes diversas: a família a empresa são
exemplos de grupos, no entanto, tipos bem
Grupos diferentes de grupos.
primários: Grupos primários: são identificados pelo seu
número reduzido de indivíduos, a permanência
e durabilidade das relações, um alto grau de
informalidade e intimidade entre seus membros.
Os grupos secundários não excluem os grupos
primários. Ao contrário, tendem a estimular o
Grupos
seu surgimento.
secundários
Mesmo abrigando grupos primários, grupos
como
como a universidade, empresa e outros não
geradores de
perdem o seu caráter secundário. Esses tipos
grupos
de grupos são comumente identificados como
primários:
associações como também organizações
formais.
Consistem em unidades sociais cuja existência
depende da proximidade física entre seus
membros. Uma vez desfeita esta proximidade
Agregados: o agregado já não existe. Os principais tipos
de agregados são: o auditório, a manifestação
pública, a turba, o agregado residencial e
funcional.
Quadro 1: Tipos de grupos
Fonte: Com base em Giddens (2005)
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
Para dar continuidade aos nossos estudos referentes à Sociologia, é
importante tentar entender as ideias dos principais teóricos.
AUGUSTE COMTE
Podemos observar que muitos autores da área consideram Auguste Comte
como Pai da Sociologia. Pois foi o primeiro teórico a usar a palavra Sociologia em 1839.
18
Comte veio de uma família monarquis-
ta e católica, mas logo cedo rompeu com estas
tradições, tornando-se um republicano com
ideias liberais.
Começa a desenvolver várias ativi-
dades políticas e literárias que lhe permitirão
elaborar uma proposta para resolver os pro-
blemas de sua época. Toda sua obra vai ser
permeada pelos acontecimentos da França
pós-revolucionária.
Figura 7: Auguste Comte (1798-1857)
Fonte: educarparacrescer.abril.com.br
20
A frase “Ordem e Progresso” é um exemplo da influência do Positivismo no
Brasil. Considerada uma corrente conservadora, pois procura justificar uma nova
sociedade.
Na Sociologia, Comte foi fundamental e influenciou toda uma geração,
inclusive Émile Durkheim, pensador essencial na consolidação da Sociologia como
ciência.
Você pode perceber o que unifica Durheim e Comte são:
a) As tentativas de criar tipologias para explicar a sociedade;
b) O apego à cientificidade e à sua transposição para o estudo dos Fatos
Sociais.
ÉMILE DURKHEIM
Vamos agora conhecer um pouco sobre Émile Durkheim, tentar entender o
seu contexto histórico e suas principais ideias. Ele era sociólogo francês, nasceu em
Épinal em 15 de abril de 1858. Morreu em Paris em 15 de novembro de 1917.
É considerado o fundador da Sociologia
Moderna. Foi um dos primeiros a estudar mais
profundamente o suicídio, o qual, segundo ele, é
praticado na maioria das vezes em virtude da desilusão
do indivíduo com relação ao seu meio social.
Criador do conceito de Fato Social. Acreditava
que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, este
isoladamente não tem poder de mudá-la.
Figura 9: Ëmile Durkheim (1858-1917)
Fonte: santazona.blogspot.com
KARL MARX
Um dos teóricos que precisamos estudar no contexto da Sociologia é Karl
Marx, ele afirmava que, para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a
natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não
poderiam viver como seres vivos.
Por isso, o estudo de qualquer sociedade
deveria partir justamente das relações sociais que os
homens estabelecem entre si para utilizar os meios de
produção e transformar a natureza.
a) segundo Marx, a sociedade capitalista é definida a
partir de dois grandes grupos:
b) os capitalistas (aqueles que possuem os meios de
produção máquinas, ferramentas, capital, etc.); e,
c) os trabalhadores (chamados em seu conjunto de
proletariado, estes não possuem nada, a não ser a
força de trabalho).
Figura 12: Karl Marx (1818-1883)
Fonte: http://media.escola.britannica.com.br/eb-media/22/59822-050-9D54BAA9.jpg
23
Marx atestava que há um permanente conflito entre estas classes:
No que diz respeito ao método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se
deter à realidade social, em que deve ser analisado o que se produz e reproduz por
toda a história.
Mostrando as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista
pode desempenhar um papel político-revolucionário. Para ele, a ciência tem um
papel crítico em relação à sociedade capitalista, não sendo apenas instrumento de
compreensão, mas de transformação.
Os conceitos de Fato, Ação e Classe Social tentam, entre outras coisas,
elucidar a realidade daquela época. As interpretações a que chegaram são diferentes.
Essas diferenças explicam, entre outras coisas, a complexidade dos temas do mundo
moderno.
MAX WEBER
E para finalizarmos esta unidade de estudo, vamos estudar sobre Max Weber.
Ele era sociólogo alemão, nasceu em Erfurt, na Turíngia, em 21 de abril de 1864 e
faleceu em Munique em 14 de junho de 1920.
A Ação Social toma o significado de uma ação que, quando ao sentido visado
pelo indivíduo, tem como referência o comportamento de outros, orientando-se por
estes o seu curso. Ex.: o simples ato de comprar um sapato é realizado tendo como
referência um conjunto de opiniões de outras pessoas, entre as quais o vendedor, a
(o) namorada (o), a mãe os amigos, assim por diante.
A Ação Social, segundo Weber, é:
25
preponderante na escolha, ficando os demais em segundo plano. Se a
beleza feminina é o valor fundamental, esse será o critério predominante
na ação;
c) a ação social como modo afetivo: é aquela que determina pelo afeto ou
estados emocionais. Ex.: A namorada será escolhida ou rejeitada de modo
emocional, incluídas aí manifestações de paixão ou de rancor;
d) a ação social de modo tradicional: é aquela determinada pelas tradições
e pelos costumes. Ex.: a namorada poderá ser escolhida baseada em
uma tradição familiar de se escolherem “moças de família”, estereótipo
passado de pai para filho.
A ação social para Weber é um componente universal e específico na vida
social e fundamental para a organização da sociedade humana.
A concepção de método em Weber também será diferente da concepção de
método em Durkheim.
Weber enfatiza o papel ativo do pesquisador em face da sociedade.
Para ele, as construções teóricas de cada cientista dependem da escolha
pessoal que visam aos aspectos da sociedade que se que explicar. Desse ponto de
vista, portanto, não é possível uma neutralidade total do cientista, Weber defendia
também o papel da história, e para ele os fenômenos sociais são, antes de qualquer
coisa, fenômenos históricos.
SÍNTESE
Nesta Unidade, você estudou o conceito de Sociologia que, de modo simples,
pode ser definido como o estudo do homem na sociedade, por meio do seu processo
histórico e análise do campo de atuação da Sociologia e da identificação de grupos e
categorias.
Conheceu as principais ideias de Auguste Comte, Émile Durkheim, Karl Marx
e Max Weber, assim como um breve contexto histórico das suas trajetórias, para
compreender de que forma se relacionavam com o surgimento da Sociologia.
26
Agora, é importante que você teste seus conhecimentos com as atividades
de revisão desta Unidade.
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Com base na leitura desta unidade de ensino, descreva um conceito do que
é Sociologia e tente exemplificar com algo que pode ser estudado no cotidiano
empresarial. ___________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Faça uma análise das duas imagens propostas, relatando o que pode ser estudado
no contexto escolar, no sentido de analisar o que as difere e o que as une.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Com base nos estudos desta unidade de ensino, explique com suas palavras o
esquema abaixo:
27
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
28
6. O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de: Justifique sua
resposta:
a)(____) Manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito
círculo sacerdotal.
b)(____) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo.
c)(____) Condicionar o indivíduo, por meio dos rituais, a agir e pensar conforme os
ensinamentos transmitidos pelos deuses.
d)(____) Considerar os fenômenos sociais como propriedade exclusiva de forças
transcendentais.
e)(____) Observar, medir e comprovar as regras que tornassem possível, a partir da
razão, prever os fenômenos sociais.
29
Max Weber, um dos clássicos da Sociologia, autor dessa definição de Ação
Social, que para ele constitui o objeto de estudo da Sociologia, apontou a existência de
quatro tipos de Ação Social. Quais são elas?
a)(__) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a valores, ação racional
com relação a fins.
b)(__) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional e ação carismática.
c)(__) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a valores, ação política
com relação a fins.
d)(__) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional com relação a fins, ação racional
com relação a valores.
e)(__) Ação tradicional, ação emotiva, ação racional com relação a fins e ação política
não esperada.
10. Um dos temas mais comuns da Sociologia, discutido na vida do trabalho, refere-
se ao acúmulo desigual do capital e à luta existentes entre as diferentes classes
sociais. Um dos autores clássicos da Sociologia acompanhou as mudanças causadas
pela produção industrial, às desigualdades que dela resultaram e escreveu sobre o
desenvolvimento do capitalismo. Trata-se, nesse caso, de:
11. A partir das leituras realizadas nesta Unidade de Ensino, construa um parágrafo
que relacione as ideias de Auguste Comte com Émile Durkheim: _____________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
30
12. Os conceitos de Fato, Ação e Classe Social tentam, entre outras coisas, elucidar a
realidade. A quem você atribui esse pensamento? Justifique a sua resposta:
http://www.youtube.com/watch?v=XnV6OEHdiK0
http://www.youtube.com/watch?v=Zf6MdcnEHBg
31
UNIDADE DE ENSINO 2
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
E
ANTROPOLOGIA
CONTEÚDOS DA UNIDADE
1. Tipos de Estratificações Sociais
2. Movimentos Sociais
3. Conceito de Antropologia
4. Importância da Antropologia
5. Surgimento da Antropologia
OBJETIVOS DA UNIDADE
O objetivo desta Unidade é que você compreenda o que é e como
ocorre a estratificação social por meio dos tipos de estratificações e
movimentos sociais para identificar esse processo na atualidade.
Aprender que a Antropologia está diretamente ligado ao nosso
conhecimento e preocupação com as relações humanas. Aprenderemos
como nos adequar a culturas diferentes e como lidar com esse tipo de
comportamento dentro das organizações de trabalho e estudo.
Nesta Unidade, é importante que você consiga compreender a Ciência
denominada Antropologia e conseguir relacionar a importância dela nas
organizações e instituições.
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Podemos iniciar com o conceito apresentado por Turner (1999). Para ele,
a estratificação consiste em um termo geral usado para descrever uma sociedade
que distribui renda, poder, prestígio e outros recursos de valor para seus membros
de forma desigual. Com isso, são geradas classes distintas de membros, que são
cultural, comportamental e organizacionalmente diferentes.
Para Marx (1984), a estratificação deverá ser entendida em termos de
organização econômica especialmente no tocante às pessoas que detêm os meios
de produção. A estratificação de classe gera a luta de classes que se torna o ponto
de partida para a compreensão dos conflitos existentes entre trabalhadores e
capitalistas.
Segundo Weber (1991), a estratificação seria multidimensional. Defende
a ideia de que a desigualdade gira em torno de três dimensões: classes, grupos de
status e partidos.
Vamos estudar estas três dimensões, conforme Weber?
CLASSES
PARTIDOS
Trata-se de organizações de poder, mas que não
sustentam uma relação direta com os meios de
produção e a propriedade. O poder é usado, geralmente,
para outras finalidades, que os objetivos das classes
burguesas.
Um exemplo dessa dimensão são as instituições
religiosas.
GRUPOS DE STATUS
PIRÂMIDE DE CLASSES
35
RACIAL/ÉTNICA
• Recursos Relativos
• Identificação
• Nível e tipo de discriminação
• Grau de Ameaça
• Crenças Preconceituosas
36
símbolos persistem porque os jovens são socializados pelas famílias, pela escola e
pela mídia para aceitá-las.
Essas mensagens sutis sobre masculinidade e feminilidade são reforçadas
em espaços de interação como a escola. Nas brincadeiras são comunicadas o que é
ser menino e menina.
37
Os Dalits são uma subcasta, ocupam o último lugar, o lugar mais baixo na
pirâmide social – há mais de 3.000 anos. Eles são considerados quase subhumanos,
sujeitos aos trabalhos mais degradantes, seus direitos humanos são sistematicamente
submetidos a violações. São chamados de “intocáveis” porque, para muitos hindus,
quem toca em um Dalit (ou até mesmo em sua sombra) fica impuro.
38
Um exemplo da divisão de classes pode ser observado na Figura 13,
atualmente vem sendo repensado um novo modelo no Brasil devido ao aumento de
renda da população e outras questões pertinentes.
MOBILIDADE SOCIAL
Ao estudarmos estratificação,
precisamos considerar não apenas as
diferenças entre as posições, mas também
o que acontece aos indivíduos que as
preenchem. O termo mobilidade refere-se ao
deslocamento de indivíduos e grupos entre
posições socioeconômicas diferentes. Elas
podem ser:
a) Vertical: trata-se do movimento de subida (ascendente) ou descida
(descendente) dentro da escala socioeconômica.
b) Lateral ou horizontal: é aquela que se refere ao deslocamento geográfico.
A mobilidade vertical e lateral geralmente se combinam.
Existem duas maneiras de estudar a mobilidade:
• Mobilidade intrageracional – em que observamos o deslocamento do
indivíduo na escala social no decorrer da sua vida de trabalho.
• Mobilidade intergeracional – em que analisamos até que ponto os filhos
ingressam no mesmo tipo de profissão dos pais, é uma análise por meio
das gerações.
MOVIMENTOS SOCIAIS
Você já ouviu falar em movimentos sociais?
Você já participou de algum tipo de movimento social?
Para compreender um pouco mais esta temática, vamos começar definindo
o que são os movimentos sociais.
Entre muitas definições possíveis, podemos afirmar que os Movimentos
Sociais se caracterizam por realidades conflituais, coletivas em que demonstram
uma relação de poder cujo desenvolvimento implicará a mudança ou a conservação
de privilégios.
Vamos estudar a identificação dos
Movimentos Sociais, como eles se reúnem.
Nossas experiências cotidianas
sempre nos mostram o quanto tem se
tornado comum a realidade de grupos
denominados de Movimentos Sociais.
Grupos em defesa do Ensino Público, em
favor dos Direitos Humanos, pelo fim da
Violência Urbana, pela defesa da Ecologia,
etc.
39
É preciso lembrar que o conflito não á única prerrogativa para a existência
dos movimentos sociais. O conflito revela, na maioria das vezes, ideologias
contrárias às realidades sociais vigentes. As diversas ações coletivas também não
podem ser invariavelmente consideradas movimentos sociais.
As relações de poder, inerentes
aos movimentos sociais, implicam
sempre um caráter de mudança ou
conservação de status, valores, privilégios,
comportamentos, regras condicionadoras
de nossas relações. Os movimentos sociais
podem ser identificados como aqueles que
não provocam a mudança, como também os
que tentam promover a transformação em
determinada área.
Quando destacamos os tipos de movimentos existentes duas questões
importantes chamam a atenção:
Para poder existir, um movimento social terá que ter identidade. É preciso
que as pessoas se percebam como parte de um grupo, com interesses comuns,
só a partir dessa identidade é que se poderá desenvolver ações que venham a se
constituir em verdadeiros movimentos sociais.
Qualquer que seja a forma de opressão, a partir das diversas formas e
dimensões da vida social política, religiosa, cultural ou qualquer que seja a sua
natureza, se estrutural ou conjuntural, o fato é que, para superar as condições de
opressão, é necessário ação conjunta dos homens de forma a potencializar a sua
força.
O Conceito: Com tais considerações podemos chegar ao seguinte
conceito de movimento social: Trata-se da ação conjunta de homens, a partir de
uma determinada visão de mundo, objetivando a mudança ou a conservação das
relações sociais numa dada sociedade.
Os elementos são:
40
orienta a luta dos grupos e revela sua forma de organização.
3. A organização: todo movimento social pressupõe certa organização
hierárquica. Essa organização poderá ser descentralizada, ou poderá
estar centrada numa estrutura mais definida, com um corpo de líderes a
quem caberia a iniciativa das propostas, bem como a palavra final sobre
as metas e objetivos do grupo em questão.
a) Movimentos Ecológicos;
b) Movimentos Feministas;
c) Movimentos Estudantis; e,
d) Movimentos Sociais Urbanos.
CONCEITUALIZAÇÃO
Você já ouviu falar de Antropologia? E por que devemos estudá-la?
Para termos uma melhor resposta a estas perguntas, iniciaremos com a
definição da ciência. A etimologia da palavra Antropologia já nos permite uma boa
definição do que iremos estudar, compreender melhor os homens e suas relações,
analisando a palavra Antropos = homem - pessoa e Logos = razão – pensamento –
conhecimento. É a ciência preocupada com o homem e suas relações.
O conceito de Antropologia cabe bem no desenvolvimento do antropocentrismo
(homem no centro de tudo) do Renascimento cultural do século XV. Abaixo figura
representando o Antropocentrismo.
41
Figura 18: Antropocentrismo – humanismo
Fonte: Banco de Imagens Instastore
DESENVOLVIMENTO DA ANTROPOLOGIA
A Antropologia tem seu grande salto de desenvolvimento a partir das Grandes
Navegações. O europeu via os novos povos como “exóticos/estranhos” e inicia-se a
busca de explicações e interpretações. Um grande número de variáveis passa a ser
utilizada, acontece o início de várias Antropologias, tais como:
a) antropologia da arte;
b) antropologia da ciência e tecnologia;
42
c) antropologia do ciberespaço;
d) antropologia das emoções;
e) antropologia da guerra;
f) antropologia da música;
g) antropologia da saúde;
h) antropologia da violência;
i) antropologia das populações afro-brasileiras;
j) antropologia das religiões;
k) antropologia indígena;
l) antropologia da administração.
43
d) cultura: A cultura refere-se ao
modo de vida dos membros de
uma sociedade: como se vestem, o
casamento, a família, o trabalho, a
religião, o lazer, a cultura material.
a) os modos de fazer;
b) as práticas corporais;
c) as crenças;
d) os saberes;
e) os gostos;
f) os hábitos e estilos;
g) as artes;
e) a concepção de mundo;
f) os conceitos de natureza, de sociedade e de humanidade;
g) as noções de sagrado, de proibido, de obrigatório;
h) as relações econômicas, políticas e familiares;
i) as religiões;
j) as profissões.
45
O antropólogo polonês Bronislaw Malinovski (1884-1942) ensina que cultura
compreende artefatos, bens, processos técnicos, ideias, hábitos e valores herdados.
A aquisição da cultura é um processo não biológico que resulta na
aprendizagem. Cada sociedade vai transmitir para as novas gerações o patrimônio
cultural que recebeu dos antepassados.
IDENTIDADE CULTURAL
Cada povo tem sua cultura, todas as sociedades, desde a mais simples até
a mais complexa tem a sua cultura, não há sociedade sem cultura. Não existe ser
humano destituído de cultura. Desde o nascimento, estamos inseridos no meio social
em que vivemos.
O estilo de vida, o modo particular é o que caracteriza a cultura de uma
sociedade, assim, os indivíduos que compartilham a mesma cultura, apresentam o
que se chama de identidade cultural.
A seguir um exemplo de como a identidade cultural pode exercer um domínio
maior sobre a pessoa do que a herança biológica.
PARA REFLETIR...
Um chinês louro, de olhos azuis
Há alguns anos, conheci em Nova York um jovem que não falava uma palavra
em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes americanos. Pelo
“sangue”, era tão americano como qualquer outro, pois seus pais haviam nascido em
Indiana e tinham ido para a China com os missionários.
Órfão desde a infância, o rapaz fora criado por uma família chinesa, numa
aldeia distante. Todos os que o conheceram o acharam mais chinês do que americano.
O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava menos que o andar, os
movimentos dos braços e das mãos, a expressão facial e os modos de pensar que
caracterizavam os chineses.
A herança biológica era americana, mas a formação cultural fora chinesa. Ele
voltou para a China.
KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia: um espelho para o homem. Belo Horizonte: Itatiaia, 1963.
Para refletir referente à cultura não material, vamos ler com atenção o texto
do antropólogo americano Marius Barbeau que relata as ações do cotidiano que
refletem a transmissão do folclore, da cultura passada de pais para filhos, da memória
e história cotidiana.
PARA REFLETIR...
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte:
Sempre que se cante a uma criança uma cantiga de ninar; sempre que se use
uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das crianças
ou na escola; sempre que ditos, provérbios, fábulas, estórias bobas e contos populares
sejam representados; sempre que, por hábito ou inclinação, a gente se entregue a
contos e danças, a jogos antigos, a folguedos; sempre que uma mãe ensina a filha a
costurar, tricotar, fiar, tecer, bordar, fazer uma coberta, trançar um cinto, assar uma
torta à moda antiga; sempre que um profissional da aldeia [...] adestre seu aprendiz
no uso de instrumentos e lhe mostre como fazer um encaixe e um tarugo para uma
junta, como levantar uma casa ou celeiro de madeira, como encordoar um sapato-
raqueta de andar na neve [...] aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre
em ação, vivo e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos em
seu caminho.
Ele é antiquado, depressa recua de primeiras cidadelas ao impacto do
progresso e da indústria modernos; é o adversário do número em série, do produto
estampado e do padrão patenteado. (Uma definição de Folclore, artigo de Francis Lee
Utley, incluído em O folclore dos Estados Unidos.)
Poesia à parte, se o folclore é isso, talvez não seja muito difícil compreender
o que ele é. Mas acontece que ele, ao mesmo tempo, pode ser muito menos ou muito
mais do que isso. Na cabeça de alguns, folclore é tudo o que o homem do povo
faz e produz como tradição. Na de outros, é só uma pequena parte das tradições
populares. Na cabeça de uns o domínio do que é folclore é tão grande quanto o do
que é cultura. Na de outros, por isso mesmo folclore não existe e é melhor chamar
cultura popular o que alguns chamam folclore. E, de fato, para algumas pessoas
as duas palavras são sinônimas e podem suceder-se sem problemas num mesmo
47
parágrafo. O folclorista brasileiro Bráulio do Nascimento, diretor do Instituto Nacional
do Folclore, diz o seguinte na Introdução de um álbum sobre o Museu de Folclore
Édson Carneiro: “A cultura popular pode intervir como elemento moderador no
processo cultural, pois dispõe de instrumentos próprios para o equilíbrio necessário
ao seu harmônico desenvolvimento”. Um mesmo tom ele usa mais adiante, e muda
apenas uma palavra pela outra: “A valorização do folclore, o reconhecimento da
importância das manifestações populares na formação do lastro cultural da nação,
constituem procedimentos capazes de assegurar as opções necessárias ao seu
desenvolvimento”. Com muita sabedoria, o folclorista brasileiro Luís da Câmara
Cascudo mistura uma coisa com a outra e define folclore como a cultura do popular
tornada normativa pela tradição.
Para outros pesquisadores do assunto há diferenças importantes entre
folclore e cultura popular: “Vizinhos, eles não são iguais, e sob certos aspectos podem
ser até opostos”.
Mas não são poucas as pessoas que acreditam que os dois nomes servem às
mesmas realidades, sendo apenas que folclore é o nome mais “conservador” daquilo
popular é o nome mais “progressista”.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore? São Paulo: Brasiliense, 1984. Coleção Primeiros Passos.
OS ELEMENTOS DA CULTURA
Os principais elementos de uma cultura são: os traços culturais, o complexo
cultural, a área cultural, o padrão cultural e a subcultura.
a) traços culturais: são os elementos mais simples de uma cultura, mas é
bom salientar que só tem significado quando considerado dentro de uma
cultura específica. Só no conjunto da cultura é que se pode entender
um determinado traço. Exemplo: a vaca na Índia é um animal sagrado,
enquanto no nosso país serve como alimentação.
PARA REFLETIR...
Os tons (mil tons) da aquarela Cultural do Brasil
49
suas relações com a metrópole portuguesa, bem como as relações estabelecidas
com outras nações. Essas ilhas de civilização diferenciadas ficaram conhecidas
como o Brasil do Açúcar, do Couro, do Ouro, dos Pampas, do Café e da Borracha, por
refletir os diversos ciclos econômicos que delinearam. Nessas regiões podemos
observar - nos traços físicos da população, da culinária, no linguajar, no folclore,
nos ritmos, nas festas populares, na religião e em vários elementos - ora a presença
marcante da cultura de raízes africanas, ora a da cultura indígena, portuguesa e
também italiana, alemã, japonesa, etc. Com o tempo, os deslocamentos internos
da população misturaram culturas dessas diferentes regiões, dando nascimento a
sínteses peculiares. Catolicismo; candomblé; umbanda; batuque; samba; carnavais;
procissões e festas populares típicas; folclore com temática central na floresta, no
boi ou no cavalo; casa de sapé, arquitetura colonial barroca ou neoclássica; poemas
românticos, parnasianos e literatura de cordel; pinturas acadêmicas, impressionistas
e cerâmicas marajoara o final do século XIX, o Brasil era, ao mesmo tempo, tudo isso
e muito mais.
ALVES, Júlia Falivene. Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997. Disponível em:
<http://101409.inforum.insite.com.br/101409/#sthash.7OdrRAao.dpuf>. Acesso em: 22 jun. 2014.
SUBCULTURA
As diferenças significativas podem aparecer no interior de uma cultura, isso
vai caracterizar a existência de uma subcultura. Em algumas regiões do Rio Grande
do Sul, onde, além de valores e costumes serem totalmente diferente dos praticados
no restante do país, até a língua principal é o alemão e o italiano.
Na subcultura, encontramos os mesmos elementos da cultura, mas com
normas e valores particulares. Veja o exemplo da subcultura juvenil representada
pelas tribos urbanas, em que cada membro se reconhece pelos atributos comuns,
como vestuário e linguajar. Exemplo: tribo urbana de góticos e de clubbers.
SÍNTESE
Nesta Unidade, estudamos a estratificação social apresentada em gênero,
etnia/racial, assim como o contexto histórico com as Castas, Estamentos e Classes.
A partir disso, a mobilidade social e os movimentos sociais, com seu contexto
histórico e os elementos que o constituem.
Você estudou também o que é Antropologia, suas áreas e tipos. Como esta
ciência estuda o ser humano no grupo, foi proposta uma análise do ser humano a
partir da cultura.
Para isso, o texto propôs a você os tipos de cultura e suas categorias.
50
QUESTÕES PARA REVISÃO
1. O que entendemos por distribuição dos indivíduos e grupos em camadas
hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição ocorre
pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que
desempenham na estrutura social. A essa descrição denominamos de:
51
5. Sobre os Movimentos é correto afirmar que:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
52
8. A partir do estudo realizado sobre os movimentos sociais, pesquise exemplos para
os seguintes movimentos:
a) Movimentos Ecológicos:__________________________________________________________________________________________________________
b) Movimentos Feministas: ________________________________________________________________________________________________________
c) Movimentos Estudantis: _________________________________________________________________________________________________________
d) Movimentos Sociais Urbanos: ________________________________________________________________________________________________
9. A Antropologia analisa:
10. Um meio peculiar de vida de um grupo menor dentro de uma sociedade maior é
chamado de: Escolha uma alternativa e justifique a sua resposta:
53
12. Explique com suas palavras o que é Cultura.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13. Explique a afirmação: “Não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não há
ser humano destituído de cultura”. __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14. Exemplifique os principais elementos de uma cultura, que são: os traços culturais;
o complexo cultural; a área cultural; o padrão cultural; a subcultura. ________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
54
54
Comparando esses dois universos distintos – a medicina indígena e a nossa,
podemos concluir que não há nada que nos autorize a considerar a superioridade de
uma cultura sobre a outra.
Cultura erudita e cultura popular
Ao analisar o “Renascimento” movimentos culturais surgidos no norte
da Itália, nos séculos XIV e XV, percebem que ele estava ligado a uma determinada
parcela da população da Europa – a “burguesia”.
A burguesia era formada por comerciantes que tinham como objetivo principal
o lucro, por meio do comércio de especiarias vindas do oriente. Esse segmento da
sociedade procurou resgatar ou fazer renascer antigos conhecimentos da cultura
greco-romana. Daí o nome Renascimento.
Essa cultura “erudita” ou “superior”, também designada cultura “de elite”,
foi se distanciando da cultura da maioria da população, pois era feita pela e para a
burguesia.
A cultura “popular”, por sua vez, mais próxima do senso comum e mais
identificada com ele, é produzida e consumida pela própria população, sem necessitar
de técnicas racionalizadas e científicas.
Cultura de massa: a industrialização da cultura
A partir do final do século passado, a industrialização em larga escala atingiu,
também, os elementos da cultura erudita e da popular, dando início à “indústria
cultural”. O incessante desenvolvimento da tecnologia, tornando-a cada vez mais
sofisticada, principalmente nos meios de comunicações (fotografia, disco, cinema,
radio, televisão etc.), passou a atingir um grande número de pessoas, dando origem à
chamada “cultura de massa”.
O que temos, então, é a formação de um enorme mercado de consumidores
em potencial, atraídos pelos produtos oferecidos pela indústria cultural. Esse mercado
constitui, na verdade, a chamada “sociedade de consumo”.
A cultura de massa, ao divulgar produtos culturais de diferentes origens
(erudita e popular), possibilita o seu conhecimento por diferentes camadas sociais,
criando também um campo estético próprio e atraente voltado para o consumo
generalizado da sociedade.
BRANDÃO, Antônio Carlos; DUARTE, Milton Fernandes. Movimentos culturais da juventude. São Paulo:
Moderna, 1990.
REFERÊNCIAS
Os leitores interessados em aprofundar seus conhecimentos podem
consultar as seguintes obras:
55
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Petrópolis: Vozes,
1990.
OLIVEIRA, Pérsio O. Introdução à Sociologia. 24. ed. São Paulo: Ática, 2001.
TURNER. Jonathan H. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books,
1999.
WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1991. Vol. 1. Capítulo IV:
“Estamentos e classes”.
56
UNIDADE DE ENSINO 3
DIVERSIDADE CULTURAL
E
EDUCAÇÃO, DEMOCRACIA E
CIDADANIA
CONTEÚDOS DA UNIDADE
1. O que é diversidade cultural?
2. Cultura e diversidade cultural
3. Etnocentrismo
4. Contribuições da cultural indígena no Brasil
5. Influências da cultura negra no Brasil
6. Democracia
7. Cidadania
8. Direitos Civis, Políticos e Sociais
OBJETIVOS DA UNIDADE
O objetivo desta Unidade é que você compreenda o processo
histórico e cultural que dimensiona e compõe a diversidade cultural nos
seus principais aspectos.
Esta unidade permite que você analise a conceitualização do que
é democracia, cidadania e diretos civis, políticos e sociais e sua aplicação
na atualidade.
DIVERSIDADE CULTURAL
Estimado (a) Aluno (a),
Para estudar a diversidade cultural é interessante pensar no país onde
vivemos, ele é um exemplo de diversidade cultural.
Lembrando que cultura pode ser definida como um conjunto de realizações
e produções feitas pelos homens, seja concreto ou imaterial, de objetos, artefatos,
crenças ou ideias. Cultura pode ser definida como um sistema complexo de
conhecimento e habilidades humanas direcionadas para ser empregada socialmente.
O Brasil é um país que apresenta um número vasto de culturas, tão
diferenciadas que podem ser considerados países dentro de um país; exceto pela
língua local. Tais diferenças culturais geram determinados “preconceitos” entre um
povo e outro. Esses preconceitos se derivam, principalmente, do dialeto local, vestir,
agir e pensar. Dentre estes, pode-se citar também o receio pelas comidas típicas,
costumes e danças.
Para entendermos uma diversidade cultural, devemos ver alguns conceitos
sobre cultura. A cultura é um organismo vivo, está em constante variação. Dentro de
um país como o Brasil, onde diversos povos passaram a colonizar vastos pedaços
de terra, as culturas se misturaram, e aperfeiçoaram-se até chegar à forma que se
conhece hoje. A influência de povos escravizados, índios, imigrantes e colonizadores,
ainda perduram no complexo cultural existente no país.
A herança cultural preservada é o maior legado de um povo. A cultura em sua
forma é o que define uma pessoa da outra. Como salienta Geertz (2008), a cultura
não é mais bem vista como um complexo de padrões concretos, mas sim, como um
mecanismo de controle.
A cultura é intrínseca à existência humana. O
ser humano diferencia-se das outras espécies
animais por desenvolver estratégias de
sobrevivência sem mudar radicalmente seu
aparato biológico, estas estratégias são parte de
seu aparato cultural.
59
COMO COMPREENDER A CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL?
A conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie
humana que se apresenta em cada sociedade ou organização.
Algumas expressões históricas que nos confirmam as diferentes culturas
como algo que compreende o processo da diversidade cultural.
“A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados”
(CONFÚNCIO IV a.C.).
61
6. A carne de porco é interditada aos muçulmanos.
8. Nos países islâmicos, o adultério pode ser punido com a morte ou longos
anos de prisão.
62
9. Em algumas regiões do Norte, a gravidez é considerada como uma
enfermidade.
63
Esses são exemplos terríveis e históricos.
No entanto, podemos perceber que para os antropólogos, as diferenças
genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Ou seja, não existe
correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição
dos componentes culturais. Ex.: criança que nasce num país e é levada para outro.
A questão da divisão do trabalho por sexo trata-se de uma determinação
cultural e não em função de uma racionalidade biológica.
Enfim, o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de
um processo que chamamos de “Endoculturação”. Um menino e uma menina agem
diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrências de uma
educação diferenciada.
O determinismo geográfico considera que as diferenças de ambiente físico
condicionam a diversidade cultural.
Teorias desenvolvidas no final do século XIX e início do século XX defendiam
a relação entre a latitude e os centros de civilização, considerando o clima como um
fator importante na dinâmica do progresso.
A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler e Koeber refutaram
esse tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência
geográfica sobre os fatores culturais.
Hábitos e vivências sociais são fundamentais para a construção da visão de
mundo dos indivíduos;
Emitimos juízos de valor condicionados por experiências vividas e por
aprendizados desenvolvidos na sociedade.
A cultura funciona como uma lente por meio da qual os homens interpretam o
mundo. Por isso, ela é determinante para o comportamento dos homens nas suas
relações sociais.
Podemos observar um exemplo disso na figura que segue:
65
ou na dificuldade de conhecer o outro. O etnocentrismo passa por um julgamento de
valor da cultura do outro. A constatação das diferenças ocasiona os choques culturais
e tendo como efeito imediato é a agressão. Podemos citar como exemplos fatos que
acontecerão na própria história, como: o etnocídio indígena, o julgamento do índio sob
a ótica do europeu; os adjetivos mostram a superioridade europeia.
As rotulações sociais, em geral, são frutos de pré-conceitos etnocêntricos.
Esses pré-conceitos diante da alteridade criam juízos de cor, gênero, classe e religião.
Um exemplo que podemos citar de etnocentrismo é a Segunda Guerra Mundial, com
Hitler impondo a questão da superioridade ariana. Entre os efeitos do etnocentrismo
podemos citar: eurocentrismo, preconceito, branqueamento da raça, nacionalismos
exacerbados, conflitos étnicos.
66
Quadro 4: População Indígena no Brasil
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010
Assim como a utilização da rede como hábito para dormir, a medicina por meio
de ervas, e as artes com o uso da cerâmica, pintura corporal, danças e as máscaras.
PARA REFLETIR
Os índios faziam a divisão do trabalho por sexo e por idade. De modo geral,
cabia à mulher cuidar da casa, das crianças, da coleta de frutos e das plantações. E, aos
homens, a responsabilidade pela caça, pesca e construção de casas (ocas), canoas,
armas e de certos objetos artesanais, além da preparação da terra para o plantio, o
que, geralmente, faziam em regime de mutirão. Os homens também cuidavam da
defesa das aldeias.
Extraído de: RIBEIRO, Berta. O índio na história do Brasil. 2 ed. São Paulo:
Global, 1984.
EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO
68
Educação Sistemática ou formal: A passagem das crianças pela escola
organizada por uma especialização é chamada de educação sistemática ou formal.
Tem como objetivo a transmissão de legados culturais, conhecimentos e técnicas.
Esse tipo de educação é transmitido de uma maneira seletiva, por pessoas
especializadas.
69
Os Direitos Humanos e a Cidadania
70
Dentre os tópicos citados, precisamos estudar alguns direitos que fazem
parte do processo de ser cidadão, seguem os principais:
Podemos dizer que a cidadania hoje é ter por garantia os direitos civis, políticos
e sociais, que vão nos permitir a esperança de uma vida plena. Todos esses direitos
foram exigidos e assumidos pelas leis. A cidadania não é dada, mas um processo de
organização e intervenção social dos indivíduos.
PARA REFLETIR
CIDADANIA E CLASSE SOCIAL
Marshall, T.H. Cidadania, classes sociais e status. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. p. 76.
SÍNTESE
Nesta Unidade de Ensino, você estudou o que é Diversidade Cultural, o que
é Cultura, as relações entre Cultura e Diversidade, Cultura material e não material.
Assim como você teve a possibilidade de verificar vários exemplos de Diversidade
Cultural no Brasil e no mundo.
Nessa dinâmica, também estudamos o que é Etnocentrismo, no sentido que
cada povo poderá achar a sua cultura melhor que a de outros povos. Para finalizar
esta Unidade, nós estudamos as contribuições da cultural indígena no Brasil e as
influências da cultura negra no Brasil.
Podemos começar a pensar no quanto essas questões influenciam na
Educação, na Democracia e Cidadania do nosso país, o que veremos no próximo
capítulo.
Você estudou o que é democracia, cidadania e diretos civis, políticos e sociais
e sua aplicação na atualidade. Assim como, você pôde conhecer e refletir quais são
os principais direitos e deveres dos cidadãos na contemporaneidade, nisso, uma
análise permeia essa discussão, referente se essa temática se concretiza na prática
cotidiana ou não.
a)(____) Heterocentrismo
b)(____) Antropocentrismo
c)(____) Heliocentrismo
d)(____) Egocentrismo
e)(____) Etnocentrismo
72
2. (UEL - HORTON, P. B. & HUNT, C. L. Sociologia. Tradução de Auriphebo Berrance
Simões. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.) “Enunciado de maneira menos
formal, Etnocentrismo é o hábito de cada grupo de tomar como certa a superioridade
de sua cultura”. “Todas as sociedades conhecidas são etnocêntricas”. “A maioria dos
grupos, senão todos, dentro de uma sociedade, também é etnocêntrica”. “Embora
o Etnocentrismo seja parcialmente uma questão de hábito é também um produto
de cultivo deliberado e inconsciente. A tal ponto somos treinados para sermos
etnocêntricos que dificilmente qualquer pessoa consegue deixar de sê-lo”.
a)(____) O crescimento do PIB argentino tem sido muito superior ao do brasileiro nos
últimos quatro anos.
b)(____) A raça ariana é superior.
c)(____) A produtividade da mão de obra haitiana é inferior à da chilena.
d)(____) Não gosto de música sertaneja.
e)(____) Acredito em minha religião
73
4. Quais as causas e efeitos do Etnocentrismo? ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Além das contribuições citadas da cultura negra no Brasil, pesquise e cite mais
influências dessa cultura na culinária brasileira: ___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
74
e o mito social. Ainda aqui a lei se mostra parcial e inoperante. Atende aos interesses
dos novos círculos de privilegiados da sociedade brasileira, como as classes médias
e ricas das grandes cidades, e detém-se diante do desafio crucial: a preparação do
homem para a democracia, que exige uma educação que não seja alienada política,
social e historicamente.
FERNANDES, Florestan. Educação e sociedade no Brasil. São Paulo: Dominus/Edusp, 1966. p. 537.
75
UNIDADE DE ENSINO 4
ESTUDO SOCIOLÓGICO
DA EDUCAÇÃO NA
CONTEMPORANEIDADE
E
A FUNÇÃO SOCIAL
DA ESCOLA
CONTEÚDOS DA UNIDADE
1. Sociedade e Educação
2. Organização, sujeito e processos
3. A Escola na contemporaneidade
4. As dimensões sociais da Escola
OBJETIVOS DA UNIDADE
O objetivo desta Unidade é que você tenha possibilidade de analisar
a sociedade e educação na perspectiva sociológica, no contexto do que é
uma organização, quando constituída como uma estrutura, o sujeito e os
processos que derivam dessa relação.
A Unidade objetiva também que você compreenda a Escola e sua
função social, assim como as dimensões em que ela atua.
SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Podemos dizer que para compreender os conflitos sociais que envolvem a
Educação, é necessário analisar algumas situações da atualidade como, por exemplo,
a economia e o estado capitalista. Esta poderá ser uma das mais importantes
contribuições da Sociologia para a área educacional, confrontá-la com os aspectos
econômicos, políticos e culturais.
Nesse sentido, é interessante lembrar que na perspectiva sociológica, as
ideias não surgem de cérebros brilhantes, mas são construídas no cotidiano das
relações e interações, construções sociais, como resultados dos conflitos que se
estabelecem na sociedade.
Conforme Rodrigues (2011, p. 92):
As ideias e valores, o mundo da cultura, enfim, o conteúdo
que ao fim e ao cabo é ensinado nas relações educacionais,
são fruto da luta cotidiana por interesses econômicos e por
poder político. O próprio método, a pedagogia com a qual se
ensinam esses conteúdos contêm, à luz da análise socio-
lógica, um viés ideológico. Os grupos e classes dominan-
tes procuram sempre fazer com que as ideias e os valores
aceitos por todos sejam os seus próprios valores e ideias. As
práticas pedagógicas, isto é, os princípios e métodos que in-
formam as técnicas educacionais estão sujeitas ao conflito
ideológico vigente numa dada sociedade.
79
Por trás de todas as discussões atuais sobre as bases do sistema educacional,
oculta-se, em algum aspecto mais decisivo, a luta dos especialistas contra o tipo
mais antigo de homem culto. Essa luta é determinada pela expansão irresistível
da burocratização de todas as relações públicas e privadas de autoridade e pela
crescente importância dos peritos e do conhecimento especializado.
Marx Weber (A Burocracia)
No entanto, diante dos teóricos propostos para análise, ainda podemos dizer
que a Sociologia analisa a Educação como um processo social e global que ocorre em
toda a sociedade, sendo a sua estrutura parte integrante de um sistema global, mas
sem perder a Escola da dimensão de unidade sociológica.
É importante destacar neste estudo que quando a Sociologia faz as suas
contribuições em relação à Educação, os teóricos apresentados referem-se ao
contexto da educação na escola, o que podemos definir como sistemática, ou de
modo formal. Mas, não podemos desconsiderar que o sujeito também aprende de
modo informal, por meio de uma educação assistemática, o que muitos teóricos da
atualidade defendem como o respeito e o princípio do ensino, a partir do conhecimento
prévio, alguns também conhecem por educação assistemática.
80
O ponto principal do estudo desta Unidade de Ensino é conseguir identificar
as influências das estruturas sociais já estabelecidas, na vida cotidiana, nas questões
educacionais. Ou seja, podemos pensar até que ponto um determinado fenômeno
social poderá interferir na Educação?
Nisso, podemos dizer que temos três dimensões: a organização, o sujeito e
os processos.
A organização refere-se às instituições e suas estruturas de autoridade e de
legitimidade. Os sujeitos são as pessoas, grupos ou classes que lutam para a ruptura
ou a continuidade da organização. Os processos sociais podem ser considerados a
interação ente os sujeitos e as organizações.
Assim, a análise sociológica precisa
passar pelas organizações (aquilo que está
estabelecido) e também pelos processos (aquilo
que está em mudança).
Para exemplificar essa situação da
análise, basta lembrar que a sociedade é dividida
por classes. Se pensarmos na versão de classes
conforme Marx, o modo pelo qual os sujeitos
se relacionam com o sistema produtivo e suas
atribuições nele; ou na visão de Weber, a forma
como são distribuídos, o acesso ao consumo de
bens, percebemos que a sociedade apresenta
certa estrutura nessas classes. Sendo assim, podemos dizer que seria compreensível
que as classes em desvantagens econômicas, dinamizem ações para transformar
essa realidade; enquanto, outras classes com maior vantagens econômicas, poderá
estar empreendendo energia e esforço para manter a situação favorável.
Por isso, existe esta relação sociológica de análise entre a organização
(estrutura), os sujeitos (grupos, classes) e os processos (que lutaram para manter
ou romper com as situações).
A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Agora vamos estudar a função da escola como transformadora social.
Podemos iniciar os nossos estudos, a partir da seguinte pergunta:
QUAL A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE?
O mundo contemporâneo está testemunhando um
forte momento de transformações e desafios no campo
social, tecnológico e educacional, que acabam
resultando em diferentes visões e necessidades da
humanidade como um todo. Um desses desafios que
está sendo proposto é a educação escolar como
função social que responda a competências
pertinentes ao contexto global para o processo de
igualdade de direitos no que se refere ao acesso à
educação de qualidade.
81
Vygotsky1 (1988) explica que o ser humano é um ser social e o seu
desenvolvimento ocorre na participação do meio em que está inserido. Por isso,
o simples contato com o objeto de conhecimento não garante a aprendizagem e a
interação com o outro é essencial para que esse processo se realize.
Você pode estar pensando que existem outras instituições sociais que
também cumprem sua função social, como a família, a Igreja e até os meios de
comunicação de massa. No entanto, a Escola é a instituição que foi planejada e
estruturada para transmitir a herança cultural da sociedade.
Como citado no capítulo anterior, a Escola, na perspectiva da Sociologia é
analisada, a partir da dimensão de uma unidade sociológica, vista como uma reunião
de indivíduos (alunos, professores e funcionários) com objetivos comuns e em
contínua interação, a escola é um grupo social que transmite cultura.
Diante disso, a escola apresenta alguns compromissos sociais, dentre
eles, de possibilitar o acesso aos conhecimentos sistematizado, de acordo com a
preparação para as necessidades de indivíduos e/ou grupos, preparando os sujeitos
para uma aprendizagem permanente.
Nessa proposta, podemos observar que a função Escola perpassa por
questões cognitivas de conhecimentos sistemáticos, assim como por sua função
social, isso pode ser observado no texto a seguir.
1 A grafia do nome Vygotsky será escrita no livro com dois “Y”, conforme a bibliografia consultada.
82
Fonte: educadores.senad.gov.br
PARA REFLETIR
A ESCOLA É UMA PEÇA DE UMA ENGRENAGEM MAIOR
SÍNTESE
Nesta Unidade, você estudou a conceitualização de Sociedade e Educação,
Educação e Sociologia com a contribuição de três pensadores, Émile Durkheim, Karl
Marx e Max Weber na perspectiva sociológica, a partir da organização (estrutura),
sujeito (grupos e classes) e processos (a interação entre a estrutura estabelecida e a
luta pela permanência ou mudança da estrutura).
Você estudou a Escola e sua função social, as dimensões em que ela atua.
Sendo essas, na dimensão pedagógica, que se refere à aprendizagem sistemática.
E a dimensão política que se refere aos processos políticos de formação social do
indivíduo.
a)(____) A Educação é um processo que mantém a cultura das gerações mais velhas
pela impossibilidade de reação dos jovens.
b)(____) Os fins justificam os meios: o importante é que o jovem receba o que os mais
velhos têm a lhe transmitir.
c)(____) O fato de não querer receber o que os mais velhos querem lhe transmitir
permitirá que o jovem renove a sociedade a partir de si mesmo.
d)(____) A Educação é um processo que acaba se mostrando benéfico, mesmo que as
gerações mais novas reajam, num primeiro momento.
e)(____) A Educação é a ação pela qual as gerações adultas transmitem sua cultura às
gerações mais jovens.
85
6. Observe a figura abaixo, adaptada do livro Cuidado, Escola:
“ADMINISTRAÇÃO DA RAIVA”
87
GABARITOS
UNIDADE 1
1. Texto crítico e analítico do aluno que fale sobre o estudo do homem na sociedade
2. Texto crítico e analítico do aluno que fale da divisão de classes
3. Texto crítico e analítico do aluno que trate da análise do sujeito no contexto
sociológico.
4. b
5. b
6. e
7. Alternativa A. O objeto da Sociologia, segundo Durkheim, é o Fato Social, que é
caracterizado pela sua coercitividade, exterioridade em relação aos indivíduos e
pela sua generalidade
8. d
9. e
10. a
11. Texto crítico e analítico do aluno que trate da relação entre Comte e Durkheim
referente ao Fato Social
12. a
UNIDADE 2
1. c
2. b
3. b
4. b
5. d
6. c
7. Texto crítico e analítico do aluno que trate de divisão de classes e de processo pro-
dutivo.
8. Texto crítico e analítico do aluno que apresente exemplos de movimentos.
9. d
10. b
11. a
12. Texto crítico e analítico do aluno que trate da relação cultura e Educação, pois a
Educação formal na representação da escola é quem transmite a cultura do seu
povo
13. Texto crítico e analítico do aluno que apresente cultura como um conjuntos de
costumes, crenças e vivências de um povo.
14. Texto crítico e analítico do aluno que relate sobre o homem na dimensão de ser
representante de sua cultura.
90
UNIDADE 3
1. e
2. b
3. a
4. Texto crítico e analítico do aluno que trate dos efeitos do etnocentrismo, sendo que,
dentre muitos, podemos citar o preconceito.
5. Texto crítico e analítico do aluno que apresente os dados da FUNAI com total de
817.963 índios no país.
6. Texto crítico e analítico do aluno que relate sobre exemplos da herança negra na
culinária brasileira. Um destes exemplos é a feijoada.
UNIDADE 4
1. Texto crítico e analítico do aluno que trate de problemas sociais na relação com o
contexto educacional.
2. Texto crítico e analítico do aluno que apresente os três teóricos Durkheim, Marx e
Weber.
3. Texto crítico e analítico do aluno
4. a
5. e
6. d
91