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a Epistemologia e o Pensamento
dos Clássicos
Noções básicas de Sociologia:
a Epistemologia e o Pensamento dos
Clássicos
Almiro Petry
2014
Copyright © Editora CirKula LTDA, 2014.
1° edição - 2014
ISBN: 978-85-67442-16-7
CDU: 316.2
Bibliotecária responsável: Jacira Gil Bernardes - CRB 10/463
Editora CirKula
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Bens Culturais (UNILASALLE).
Sumário
Apresentação/Agradecimento do Autor............................................. 11
WEBER..................................................................................................331
1 Introdução......................................................................................333
1.1. Dados biográficos.................................................................333
1.2. Marco social...........................................................................339
1.3. Posicionamento teórico........................................................341
1.4. Teoria da sociedade..............................................................343
2. Obra................................................................................................347
2.1. Conceitos sociológicos fundamentais...............................348
2.1.1. Ação Social.......................................................................348
2.2.2. Tipos de ação social.......................................................349
2.2.3. Relação Social..................................................................350
2.2.4. Legitimidade....................................................................351
2.2.5. Relação social como luta...............................................352
2.2.6. Relação social como relação comunitária..................353
2.2.7. Relação social como poder e dominação....................354
2.3. Estratificação social..............................................................355
2.4. Dominação..............................................................................356
2.4.1. Dominação legal.............................................................357
2.4.2. Dominação tradicional..................................................361
2.4.3. Dominação carismática.................................................362
2.5. Religião....................................................................................364
2.6. Método: a objetividade nas ciências sociais e os tipos
ideais................................................................................................373
DURKHEIM.........................................................................................385
1. Dados biográficos........................................................................387
1.1. Marco social...........................................................................389
2. Obra................................................................................................391
2.1. Objeto e método....................................................................394
2.1.1. O objeto............................................................................394
2.1.2 O Método..........................................................................400
2.2. Questão da ordem.................................................................411
2.3. Questão do suicídio...............................................................416
2.4 Interpretação social da religião .........................................426
2.5 Solidariedade social...............................................................430
Sobre o Autor...........................................................................................441
Almiro Petry 11
Apresentação
O autor
Almiro Petry 13
Introdução
1
“Em meados dos anos de 1970, mais de dois terços de todas as sociedades do
mundo poderiam ser consideradas autoritárias. Desde aquela época, a situação
mudou visivelmente – agora, menos de um terço das sociedades é de natureza
autoritária. A democracia não está mais concentrada principalmente nos países
ocidentais, mas agora é defendida, ao menos em princípio, como a forma de
governo desejada em muitas regiões do mundo” (GIDDENS, 2005, p. 345).
24 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
1. O que é sociologia?
1º - Qual é o objeto?
2
Pierre Bourdieu (1930-2002) pensa que muitas vezes são pontos de vista sobre
outros pontos de vista... (favoráveis ou contrários).
32 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2º - Qual é o método?
3
E ciência é “questão de método” (DEMO, 2002, p. 17). Nesta perspectiva,
Pierre Bourdieu insiste na necessária vigilância metodológica e na vigilância
epistemológica na construção do pensamento social.
Almiro Petry 33
4
GIDDENS, A. e TURNER, J. Teoria social hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
5
Gaston BACHELARD (1884-1962), filósofo francês, que no contexto da
revolução científica se preocupa com a construção do objeto científico, a formação
do espírito científico e o estudo do significado epistemológico das ciências.
Almiro Petry 37
6
A palavra homem, quando ocorrer, é utilizada no sentido de ser humano, exceto
para diferenciar o gênero.
44 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
3. A socialização
3.1. Conceito
7
“O desenvolvimento dos hábitos exige a oportunidade de praticá-los. Os meninos
que vivem numa planície desértica não adquirem certos hábitos com a mesma
facilidade daqueles que crescem em regiões montanhosas, como a inclinação do
corpo e a agilidade das pernas exigidas para o ato de esquiar. E o que é válido para
a habilidade motora é aplicável aos traços psíquicos e à conduta social. Muitas
características, às vezes consideradas inatas, se devem ao fato de que houve
uma ampla e prolongada oportunidade de serem postas em prática” (GERTH e
MILLS, 1973, p. 151-152).
“As crianças de Samoa aprendem a sentar-se com as pernas cruzadas assim que
conseguem assumir essa postura. Os adultos fazem-nas bater acompanhando o >
> ritmo de dança e tão logo se equilibram, aprendendo alguns passos. Aos 10 anos,
essas crianças estão de tal forma adaptadas aos padrões de ritmo e postura de sua
sociedade, que me parece impossível ensiná-las a uma atividade tão simples como
dar saltos, e conservá-las sentadas numa cadeira por algum tempo, se torna uma
tortura para elas. Entretanto, as crianças de Manus, que aprendem habilidades
físicas e técnicas de agilidade antes de quaisquer posturas formais, conseguem
adaptar-se com facilidade a novas atividades físicas” (M. MEAD, apud: GERTH
e MILLS, 1973, p. 152).
52 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
4. A cultura
4.1. Conceito
8
HOMO FERUS. Animal humano que, devido ao isolamento total de outros
seres humanos, foi privado, durante os primeiros anos de vida, de interação com
eles, fator essencial para a sua socialização e que, por este motivo, não adquiriu,
58 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
4.2. Origem
4.3. Conteúdo
9
“O multiculturalismo é definido como a percepção e valorização das diferenças, em
particular como a preocupação de atribuir a cada cultura sua condição de sujeito
histórico próprio. Por trás está contundente crítica ao colonialismo eurocêntrico
que sempre buscou colonizar outras culturas, destruindo sua maioria” (DEMO,
2002, p. 196).
Almiro Petry 63
4.4. Estrutura
5. A sociedade
5.1. Conceito
5.2. Características
5.3. Funções
5.5. Tipos
10
O próprio autor alerta sobre o risco de destacar um critério (reducionismo),
ainda mais este que na versão marxista recebe a denominação de modo de produção.
11
LENSKI, C. e LENSKI, J. Human societies: an introduction to macrosociol-
ogy. New York: McGraw-Hill, 1987.
76 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
[...] era da caça e coleta, das origens até sete mil a.C.; era da
horticultura, de sete mil a três mil a.C.; era agrária, de três mil
a.C. até 1800 d.C.; era industrial, desde 1800 d.C. até hoje. Nesse
percurso, tornou-se patente o declínio das sociedades menos
avançadas, reforçando a expectativa analítica da capacidade de
inovação (DEMO, 2002, p. 103).
12
Os bosquímanos (África do Sul, deserto de Kalahari) continuam sendo caçadores-
coletores e representam, atualmente, a mais antiga linhagem conhecida.
78 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
13
O povo bantu (os bantos) da África do Sul mantém a tradição agrária mais
antiga conhecida.
Almiro Petry 79
5.5.2.1. Comunitária
5.5.2.2. Societária
5.7.1.1. Conceito
5.7.2.1. Conceito
5.7.2.4. Expectativas
5.9. Burocracia
14
Significa escrivaninha, mesa de trabalho ou o escritório (derivação da palavra
latina burrus que significa cor escura, triste, etc.).
15
O verbo kratein tem o significado de agarrar, segurar firme, sustentar, controlar,
dominar; e kratos = poder, norma (deus da guerra, na mitologia grega).
104 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
16
Cyril N. Parkinson (1909-1993), historiador e estudioso da administração
pública.
17
No Brasil, o Governo Figueiredo criou o Ministério Extraordinário da
Desburocratização. No entanto, criado para simplificar e agilizar os processos
administrativos, foi extinto “engolido” pelo próprio processo.
Almiro Petry 105
6. A estratificação social
18
Londres, 5 de março de 1852. Joseph Weydemeyer era membro da Liga dos
Comunistas, atuante do movimento operário alemão e americano, participante da
revolução alemã de 1848-1849 e da guerra civil dos Estados Unidos – ao lado dos
nortistas – iniciou a divulgação das ideias de Marx nos Estados Unidos. Na data
da carta, era comandante militar do distrito de St. Louis.
Almiro Petry 115
6.2.1 Classes
1) As classes proprietárias
2) As classes aquisitivas
3) As classes sociais
6.2.2. Estamentos
6.2.3. Partidos
6.2.4. Castas
19
Parte deste item está baseada em PETRY, Almiro; LENZ, Matias M. e
SCHNEIDER, José O. Realidade Brasileira. 10ª edição, Porto Alegre: Editora
Sulina, 1990, capítulo 5, A evolução e a configuração das classes sociais no Brasil, p.
189-201.
Almiro Petry 129
20
Censos de 1960, 1970 e Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD)
1976.
21
Os textos dos diferentes estudos estão disponíveis em: www.fgv.br/cps/ncm
Almiro Petry 137
22
Como esclarecimento: a) Belíndia expressão criada, em 1974, pelo economista
Edmar Bacha (1943-) para caracterizar a má distribuição da riqueza nacional
em que poucos moravam e viviam em condições similares à Bélgica e muitos se
assemelhavam ao padrão de vida da Índia (daquela época).
b) Na virada do século (1999), os 10% mais ricos detinham 47,4% da renda
nacional e o Índice de Gini era 0,5957 (2001).
c) Os valores expressos em Reais correspondem a 2,56 e 10,99 salários mínimos
nacionais, respectivamente.
138 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
7. As instituições sociais
23
Os estratos A e B formam a elite brasileira, segundo o autor.
24
Em 2009, o salário mínimo nacional era R$ 465,00 e, em 2010, R$ 510,00.
Almiro Petry 141
7.1. A família
25
Bronislaw Malinowski (1884-1942) antropólogo polonês, considerado um dos
fundadores da antropologia social e um dos fundadores da escola funcionalista.
144 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
7.2. A educação
26
Em 1998, a UNESCO Brasil editou o livro: Educação: Um Tesouro a Descobrir.
Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, coor-
denado por Jacques Delors. A Comissão defende quatro pilares para a educação
contemporânea: “aprender a ser, a fazer, a viver juntos e a conhecer”, aprendiza-
gem indispensável a ser perseguida de forma permanente pelas políticas educa-
cionais. Em continuidade deste texto, sugere-se a leitura e o debate do texto de
Edgar Morin: Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro (2001).
Almiro Petry 153
7.3. A economia
27
Uma das teses do antropólogo argentino Néstor García Canclini.
28
Herbert Marcuse (1898-1979), filósofo alemão, vinculado à Escola de Frankfurt.
Em 1964, publica One-Dimensional Man (Traduzido: A Ideologia da Sociedade
Industrial – o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973).
29
Visite: http://www.forbes.com/billionaires/list/
160 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
30
G7: Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Japão.
Após a queda do muro de Berlim e da cortina de ferro, o G7 incorporou a Rússia,
passando para G8. Em 2012, a Rússia é admitida à OMC.
31
Segundo Fernand Braudel (1902-1985), “o capitalismo só tem êxito quando
começa a ser identificado com o Estado, quando é ele o próprio Estado” (apud:
NEGRI e HARDT, 2001, p. 21).
Almiro Petry 161
32
Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, mentor do conceito
de “produção em massa” e da “montagem em série”. Frederick Winslow Taylor
(1856-1915), engenheiro mecânico, considerado o “pai da administração científica”
por ter aplicado “métodos científicos cartesianos” na administração de empresas.
Fleury e Fleury (1997) citam as estatísticas da Ford daquela época, coligidas
por H. Braverman (1920-1976), de que na fábrica havia “7.882 espécies distintas
de operações, entre as quais 949 classificadas como trabalho que exigia homens
sãos e fortes, de perfeita saúde; 3.338 espécies exigiam o desenvolvimento físico
comum e força normal. Entre as 3.595 espécies restantes nenhuma exigia esforço
físico, de modo que podia efetuá-las o homem mais fraco e débil, mulheres ou
meninos. Os trabalhos mais fáceis foram, por sua vez, classificados, para verificar
quais deles exigiam o uso completo das faculdades; comprovou-se, então, que 670
trabalhos podiam ser confiados a homens sem ambas as pernas; 237 requeriam o
uso de uma só perna; em dois casos podia-se prescindir dos dois braços; em 715
casos de um braço, e em 10 casos o trabalho podia ser feito por cegos” (Fleury
e Fleury, 1997, p. 37-38). Ford criou princípios de padronização do trabalho e
do trabalhador, na visão mecanicista do trabalho (o trabalhador era visto como
peça de reposição – ajuste entre a demanda mecânica do posto de trabalho e do
trabalhador -, sendo a inteligência e a comunicação dispensáveis).
162 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
7.4. A política
33
Cabe mencionar as múltiplas manifestações de rua ocorridas no Brasil, a partir
de junho de 2013. O estopim foram os aumentos, considerados abusivos, do
transporte coletivo em várias cidades do País. A este se somam a má qualidade
da saúde pública, do ensino, da justiça e tantos outros serviços e obras malfeitas.
168 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
7.5. A religião
34
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
170 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
35
Este tópico sobre a religião em Weber é extraído do Roteiro de aula Max Weber,
versão 2012, de minha autoria.
172 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
7.6 A recreação
36
Joffre Dumazedier (1915-2002), sociólogo francês pioneiro nos estudos
empíricos do lazer.
37
Ver os estudos de Domenico De Masi (1938-), sociólogo italiano contemporâ-
neo, que se celebrizou com o conceito de ócio criativo, no contexto da sociedade
pós-industrial e a mudança do mundo do trabalho.
Almiro Petry 175
8. A mudança social
38
Este tópico é a reescrita do Capítulo IV Ordem, Desvio e Mudança de PETRY,
Almiro. Sociologia Geral (Noções Básicas). São Leopoldo/RS: Unisinos, 1981,
p. 49-59. Para o item Controle social a principal referência é FICHTER, 1972,
p. 426-437.
176 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
39
Para este item a principal referência é FICHTER, 1972, p. 373-386.
182 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
40
Ver item 5.5.1, deste texto.
202 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
(3) o intermediário; e,
(4) o moderno.
41
Na cibernética diferencia-se “máquinas triviais” de “máquinas não-triviais”.
Na cibernética “máquina” significa uma “regra de transformação”. As máquinas
triviais transformam inputs em outputs, através de um modo previsto e repetido.
Máquinas não-triviais são autorreferenciais (por exemplo, o sistema psíquico). Elas
se transformam a partir de suas operações. Elas são históricas e se transformam
em nova máquina a cada operação (portanto, são instáveis e inconfiáveis). Por isso
são de extrema complexidade. Na cibernética as não-triviais são categorizadas
de “segunda ordem” frente às formas cibernéticas reguladas, pela complexa
operação da circularidade (o termostato controla a temperatura do ambiente
e a temperatura do ambiente controla o termostato: é uma relação simétrica e
circular). A primeira ordem de observação é a relação termostato-ambiente; a
segunda ordem de observação é observar o observador, que pode alterar a relação
termostato-ambiente (causalidade). Aqui temos uma “revolução epistemológica”:
a da observação de segunda ordem, portadora de perspectivas diferenciadas
(LUHMANN, in: Neves e Samios, 1997).
Almiro Petry 205
42
Joseph Bloch (1871-1936). A carta de Engels é uma resposta à carta a ele
dirigida por Joseph Bloch, em 3 de setembro de 1890, foi publicada, pela primeira
vez, na revista “Der Sozialistische Akademiker (O Acadêmico Socialista)”, Nr. 19,
Ano 1, de 1° de outubro de 1891. Joseph Bloch foi estudante da Faculdade de
Matemática da Univerdade de Berlim, entre 1892 a 1897. De 1895 a 1897, atuou
como redator da revista “Der Sozialistische Akademiker (O Acadêmico Socialista)”
e, a partir de 1897, como redator dos “Sozialistische Monatshefte (Cadernos
Mensais Socialistas)”, passou a defender posições nitidamente revisionistas do
socialismo científico de Marx e Engels. Fonte: http://www.scientific-socialism.
de/FundamentosCartasMarxEngels210990.htm
Almiro Petry 207
43
Obra publicada em 1899 e traduzida: VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe
ociosa – um estudo econômico das instituições. 3ª ed. São Paulo: Nova Cultural,
1988 (Série: Os Economistas).
Almiro Petry 211
9. Considerações finais
44
Pode-se registrar as evidentes dificuldades que os sociólogos e cientistas sociais
enfrentaram para compreender e interpretar as múltiplas manifestações de rua
ocorridas no Brasil, a partir de junho de 2013. Como não eram enquadráveis
nos tradicionais paradigmas, abriu-se uma lacuna na compreensão da sociedade
brasileira contemporânea. Um misto de insatisfação, de frustração e de protesto
convergiu no estopim que foram os aumentos do transporte coletivo, considerados
abusivos, em várias cidades do país. A isto se soma a má qualidade da saúde
pública, do ensino, da justiça e tantos outros serviços e obras malfeitas.
Almiro Petry 215
Referências
1. Introdução45
45
Agradeço ao Professor Virgílio Pedro Leichtweis pela criteriosa revisão da
redação final. Este texto é uma reescrita do artigo: Paradigmas epistemológicos
– os clássicos, publicado em: OPINIO – Revista de Ciências Empresariais,
Políticas e Sociais; Nº 29 - Jul./Dez. 2012, p. 80-110, de minha autoria. Há trechos
de reprodução idêntica e a estrutura foi mantida.
46
“Os discursos das ciências sociais procuram a verdade, ficando constantemente
sujeitos a estipulações racionais sobre como a verdade pode ser alcançada e o que
vem a ser essa verdade” (ALEXANDER, 1999, p. 39).
47
Florestan Fernandes (1920-1995), sociólogo e político brasileiro. De origem
pobre, estuda com dificuldade e destaca-se pela disciplina e esforço. Torna-se
professor da USP na década de 40, sendo afastado, em 1969, pelo regime militar
(reintegrado em 1986). A partir daí passa a lecionar em universidades do Canadá
e dos EUA.
228 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
48
Para os três conceitos, segue-se o texto de: PETRY, 2012, p. 80-81.
Almiro Petry 229
sociológico e a modernidade49.
Em primeiro lugar, o diagnóstico institucional da modernida-
de. Marx e Durkheim avaliam a era moderna como uma era turbu-
lenta, acreditando, porém, em sua superação. Marx via na luta de
classes – fonte de dissidências fundamentais na ordem capitalista
– a emergência de um sistema social mais humano, justo e igualitá-
rio. Durkheim acreditava que a expansão do industrialismo geraria
uma vida social harmoniosa e gratificante, no entanto, sua crença
acabou com a 1ª Guerra Mundial50. Weber, em contrapartida mais
pessimista, percebia o mundo moderno como paradoxal onde, por
um lado, o progresso material era obtido pela expansão racional da
burocracia, esmagando, por outro lado, a criatividade e a autonomia
dos indivíduos.
Para Marx, o que modela o mundo moderno é o capitalismo
industrial, regido pelo ciclo investimento-lucro-investimento-
acumulação, configurando a ordem social e as instituições, com
ênfase na competição e na concorrência.
Segundo Durkheim, o mundo moderno é arquitetado pelo in-
dustrialismo, que gera as rápidas transformações através da com-
plexa divisão do trabalho e sua crescente especialização, na explora-
ção industrial dos recursos naturais, utilizados para a produção de
bens para as ilimitadas necessidades humanas. A ordem, portanto, é
industrial, e não capitalista.
Conforme Weber, o que configura o mundo moderno é a
racionalização econômica, expressa na tecnologia e na organização
das atividades humanas, na forma da burocracia. A ordem, por
conseguinte, é o capitalismo racional. À racionalização se associa
a secularização e o desencantamento do mundo, configurando uma
nova Weltanschauung (visão de mundo).
Giddens, ao abordar a temática, considera que a modernidade
“é multidimensional no âmbito das instituições, e cada um dos
49
Para os três diagnósticos, segue-se o texto de: PETRY, 2012, p.81-83.
50
Em 1915, perdeu seu filho nos campos de batalha; a metade de seus colegas
docentes da École Normale sucumbiu na guerra. Estes fatos abalaram sua saúde
e vida que culminou com um fatal ataque cardíaco, aos 59 anos de idade.
Almiro Petry 233
51
Termo que pretende sintetizar o fenômeno da pós-modernidade – nova ordem
social, em substituição à vigente na modernidade; da sociedade pós-industrial –
nova ordem que sucede à ordem estabelecida pelo capitalismo, o industrialismo, e
o poder militar como dimensões institucionais da modernidade.
Almiro Petry 235
52
Entende-se por matriz epistemológica o que gera; o que produz; o que alicerça;
o que dá origem aos fundamentos do campo científico a partir da empiria para a
formulação da teoria, no caso, a teoria social. É o caminho, o guia para se atingir
a compreensão e a interpretação do quadro histórico-social. Daí a necessidade
da vigilância metodológica e da vigilância epistemológica, como ensinava Pierre
Bourdieu (1930-2002).
238 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
53
Quando escreveram A ideologia alemã.
Almiro Petry 239
54
Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872), filósofo alemão e discípulo de Hegel;
transita do idealismo alemão ao materialismo, influencia a Marx.
242 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
55
Em O Capital, Marx descreve o modo capitalista de produção e lhe atribui
duas características. Primeiro, “ele produz os seus produtos como mercadorias”;
segundo, ele se caracteriza pela “produção da mais-valia”. No modo capitalista
de produção, “o capitalista e o operário assalariado, não são, como tais, senão
encarnações do capital e do trabalho assalariado, determinadas características
sociais que o processo social de produção imprime nas pessoas, produtos destas
relações determinadas de produção” (MARX, apud: IANNI, 1996, p. 9).
248 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
56
“Proletários de todos os países, uni-vos!” (MARX e ENGELS, 2001, p. 84).
Para Aron, o Manifesto é, ao mesmo tempo, “o coroamento do esforço intelectual
que conduziu Marx da filosofia à sociologia e à economia e o ponto de partida das
pesquisas que o levaram à publicação de O Capital” (ARON, 2005, p. 24).
Almiro Petry 249
57
São maneiras de ser, de agir, de sentir, de pensar, enfim, dos costumes da
coletividade.
58
A moral se expressa no bem, no reto agir humano, no certo x o errado,
estabelecidos socialmente.
59
O Direito envolve os fenômenos jurídicos, as regras de conduta sancionadas
– direito penal: regras repressivas, ligadas a regras morais, podem ser difusas,
mas são organizadas; direito restitutivo: restabelecimento do estado de coisas
anteriores, compreendendo o direito civil, comercial, processual, administrativo
e constitucional.
Almiro Petry 253
60
Na época de Weber, “[...] na Alemanha, o marxismo pôde estabelecer uma
tradição que tentou trazer para a sua órbita a história social e política de todas as
épocas, a interpretação da Literatura e Filosofia, bem como o desenvolvimento da
teoria econômica e social. Em 1848, os liberais haviam temido os trabalhadores
itinerantes barbados; com Bismarck, eles passaram a temer Bebel e Liebknecht”
(GERTH e MILLS, 1971, p. 62-63).
Almiro Petry 261
61
Revista de ciências sociais e políticas, fundada em 1888 por Heinrich Braun. Em
1904, Max Weber, Edgar Jaffé e Werner Sombart assumiram a direção da mesma.
Em 1933, com a ascensão do nazismo ao poder, encerrou suas atividades.
262 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
fins que esse alguém procura, e entre os quais faz uma seleção,
num primeiro momento, por meio da indicação e conexão lógica
das ideias que talvez possam estar na base do fim concreto
(WEBER, 1992, p. 110).
[...] e é algo que não pode escapar a alguém que observa o com-
bate que se trava ao redor de métodos, de conceitos básicos e de
pressupostos, bem como a contínua mudança dos pontos de vista e
a constante redefinição dos conceitos utilizados [...]. O que signi-
fica, aqui, objetividade? (WEBER, 1992, p. 117).
62
Na formulação do tipo ideal, Weber dedica certa atenção às questões suscitadas
pelos marxistas e, grande parte de sua obra, está “enformada pela hábil aplicação
do método histórico de Marx. Weber, porém, usou tal método como um princípio
heurístico” (GERTH e MILLS, 1971, p. 64).
Almiro Petry 265
63
Artigo publicado em 1913, na Revista Logos, sob o título: Sobre algumas
categorias da Sociologia Compreensiva. Passou a constituir o 1º Capítulo de
Economia e Sociedade, com o título: Conceitos sociológicos fundamentais
(p. 3-35, da edição brasileira, 1994), com algumas modificações e simplificações
feitas pelo próprio Weber.
266 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
3. Considerações finais
64
Para as considerações finais, segue-se o texto de: PETRY, 2012, p. 103-108.
268 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
65
“A Sociologia de Weber está relacionada com o pensamento marxista na
tentativa comum de perceber as inter-relações em todas as ordens institucionais
que constituem a estrutura social. Na obra de Weber, os sistemas institucionais
militar, religioso, político e jurídico estão funcionalmente relacionados com a
ordem econômica de várias formas. Não obstante, os julgamentos e avaliações
políticos em questão diferem totalmente dos existentes em Marx” (GERTH e
MILLS, 1971, p. 66).
Almiro Petry 273
Referências
1. Introdução
66
Karl Heinrich Marx
67
Aron (2005) chama a atenção sobre três categorias etimológicas: a) marxólogo:
é o especialista no conhecimento e na interpretação científica do pensamento de
Marx; b) marxiano: é o indivíduo que se remete ao pensamento de Marx, sem
pertencer à interpretação ortodoxa do marxismo; c) marxista: é aquele indivíduo
que assim se declara por ter filiação a um partido comunista, ou por adesão a práxis
do ideário de Marx, ou por sua vinculação a um Estado ou república popular.
68
A ascensão à magistratura obrigara-o a submeter-se a imposições legais de
caráter antissemita.
69
Baronin Johanna Bertha “Jenny” von Westphalen.
286 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
70
Seu orientador, Bruno Bauer, neo-hegeliano, perdera a cátedra em Bonn; não
quis submeter-se a condições adversas, buscando outra universidade. Hoje:
Friedrich-Schiller-Universität Jena, em Jena, Freistaat Thüringen.
71
Filósofos gregos: Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. – 370 a.C.), defensor
do “atomismo” [tudo o que existe é constituído por partículas indivisíveis: os
átomos] e Epicuro de Samos (cerca de 341 a.C. – 271 ou 270 a.C.), seguidor do
ideário de Demócrito.
72
Gazeta Renana, financiada pela burguesia local.
73
Jenny Caroline (1844-1882), casada com Charles Longuet (1839-1903); Jenny
Laura (1845-1911), casada com Paul Lafargue (1842-1911); Edgar (1847-1855);
Henry Edward Guy (1849-1850); Jenny Eveline Frances “Franziska” (1851-
1852); Jenny Julia Eleanor (1855-1898), se suicidou ao descobrir que Edward
Aveling (1849-1898) se casara com outra jovem, ele é cotradutor de O Capital
para o inglês (1886); e o sétimo, sem nome, nasceu e morreu em julho de 1857.
74
Anais Franco-Alemães, de Arnold Ruge [1802-1880], da esquerda hegeliana.
Almiro Petry 287
75
Ou, simplesmente, Manuscritos de 1844, publicados em 1932, na União Soviética.
76
Die heilige Familie – oder Kritik der kritischen Kritik. Gegen Bruno Bauer &
Consorten. Os irmãos Bauer: Bruno Bauer (1809-1882), Edgar Bauer (1820-1886)
e Egbert Bauer. O texto assinala o rompimento com a esquerda hegeliana.
77
Não encontram editores e o manuscrito é entregue à ‘crítica roedora dos ratos’,
segundo Marx; publicado em 1932, na União Soviética. A Ideologia Alemã – crítica
da filosofia alemã de seu tempo, com seus principais representantes: Ludwig
Andreas Feuerbach (1804-1872), Bruno Bauer (1809-1882), Max Stirner (1806-
1856, pseudônimo de Johann Kaspar Schmidt) e do socialismo alemão com seus
diferentes profetas.
288 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
78
Publicado, em 2011, na íntegra em português pela BOITEMPO EDITORIAL.
79
Karl Christoph Vogt (1817-1895), filósofo, zoólogo, geólogo e opositor de Marx.
A obra contém a polêmica entre ambos e as respostas às calúnias proferidas por
Vogt contra Marx.
80
Ferdinand Johann Gottlieb Lassalle (1825-1864).
Almiro Petry 289
81
A obschtschina (Dorfgemeinschaft); Marx passa a ser, quiçá, o único economista
europeu ocidental a conhecer o idioma russo.
82
Fundou o Partido Operário Francês, tendo por cofundador Paul Lafargue.
290 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
83
Karl Johann Kautsky (1854-1938).
Almiro Petry 291
84
Manchester, em inícios do século XIX tinha setenta mil habitantes; cinquenta
anos depois, possuía trezentas mil pessoas.
85
Os luditas, nos quinze primeiros anos do século XIX, na Inglaterra; 1816-1817,
e entre 1825-1827, na França.
292 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2. A Obra
86
François Marie Charles Fourier (1772-1837).
87
Théodore Dézamy (1808-1850).
88
Étienne Cabet (1788-1856).
89
Pierre Leroux (1798-1871).
Almiro Petry 293
2.1. Alienação
90
Conceito tomado de Feuerbach, a partir do “ser genérico”.
Almiro Petry 297
2.2. Proletariado
91
Marx desenvolve esta temática no Capítulo 13 – Maquinaria e grande indústria
em O capital. Na edição Boitempo, 2013, p. 445-574.
Almiro Petry 301
2.3. Socialismo
92
‘Visão de mundo’, ‘cosmovisão’; o modo como o indivíduo percebe e enxerga sua
sociedade nas relações de poder, nas relações de produção, etc.
93
‘Status quo’; ‘the establishment’ (o sistema das estruturas econômicas, políticas
e sociais, historicamente estabelecidas e inquestionáveis, imposto pela classe
dominante).
Almiro Petry 303
94
Falanstério é a designação das colônias socialistas ou palácios sociais imaginados
por Ch. Fourier; Icária é o nome dado por Cabet à sua utopia e à sua colônia co-
munista nos EUA; Home-colony é como Owen chama suas sociedades comunistas.
95
Entre as questões em disputa havia a do “Estado livre”, defendido pelo Partido
Operário Alemão, sob a orientação de Lassalle. Marx pergunta: “Estado livre – o
que é isso?” E comenta: “O objetivo dos trabalhadores que se liberaram da men-
talidade tacanha de indivíduos subjugados não é, de modo algum, tornar ‘livre o
Estado’. [...] A liberdade consiste em transformar o Estado, de órgão acima da
sociedade, em órgão inteiramente subordinada a ela” (MARX e ENGELS, 2001,
p. 121).
306 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2.4. Comunismo
Para Marx, ninguém pode dar nada senão seu trabalho e, con-
sequentemente, nada pode tornar-se propriedade dos indivíduos,
exceto objetos de consumo individuais. Dessa forma, a partilha dos
Almiro Petry 307
2.5.1. História
96
Pavel Vassilyevich Annenkov (1813-1887)
312 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
97
Ver: PETRY, Almiro. Noções básicas de sociologia: uma introdução. Item:
6.1.
98
Joseph Arnold Weydemeyer (1818-1866) era oficial do exército prussiano; lutou
na guerra civil americana; jornalista e adepto das ideias de Marx; organizador da
Liga dos Comunistas de Colônia (1847), da American Workers League (1853) e
comandou o regimento voluntário de artilharia de Missouri (1862).
Almiro Petry 317
99
No Prefácio à 3ªed. alemã dessa obra.
Almiro Petry 319
4. Considerações finais
Referências
Introdução
100
Karl Emil Maximilian Weber, universalmente reconhecido por Max Weber.
101
Max Weber (1836-1897); Helene Fallenstein Weber (1844-1919)
334 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
102
A Confederação da Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund) foi constituída em
1867. Integrada por 22 Estados da Alemanha. Arranjo político-territorial que só
durou até 1871, com a fundação do II Reich, governado pela Casa de Hohenzollern.
103
Reichstag: Parlamento dos impérios; hoje, Bundestag, o Parlamento da República
Federal da Alemanha (estabelecido pela Constituição Federal de 1949). Desde
1999, funciona no mesmo prédio do Reichstag.
104
Sobreviveu a uma meningite aos quatro anos; já havia perdido dois irmãos.
105
Vive em plena era nacionalista bismarckiana; do Sozialstaat, do dirigismo
industrial, etc. Kulturkampf (luta pela cultura) – movimento nacionalista
anticlerical, iniciado por Otto von Bismarck; combateu o clero católico que lutava
pelos direitos dos Estados; expulsou os jesuítas do império, etc.
106
I Reich – Sacro Império Romano-Germânico (Heiliges Römisches Reich Deutscher
Nation) de 926 a 1806; II Reich – Alemanha unificada, proclamada em 18-01-1871
e se extingue com a monarquia em 09-11-1918; segue o período da República de
Weimar (1919-1933); III Reich – é a Alemanha nazista (1933-1945).
Almiro Petry 335
107
Os adeptos de suas ideias democráticas e liberais fundaram, em 1958, o
Instituto Friedrich Naumann para a Liberdade (Friedrich-Naumann-Stiftung für
die Freiheit) [www.ffn-brasil.org.br/].
338 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
Principais obras:
Wirtschaft und Gesellschaft (obra póstuma – 1922)
Die Sozialen Gründe des Untergangs den antiken Kultur (1896)
Die Protestantische Ethik und der Geist des Kapitalismus (1904-
1905, 2 volumes)
Die Stadt. Eine Soziologische Untersuchung (1921)
108
Publicados sob: Gesammelte Aufsätze zur Religionssoziologie, em 3 volumes.
Almiro Petry 339
2. OBRA
110
Anotações do Seminário: Epistemologias Clássica e Contemporânea das Ciências
Sociais (2000/1), ministrado pelo Prof. Dr. Renato Saul, no PPGCS as Unisinos.
348 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2.2.4. Legitimidade
Para Weber,
354 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
111
A questão da legitimidade da dominação, Weber discute no capítulo III de
Economia e Sociedade.
112
Weber discute e desenvolve os conceitos sociológicos fundamentais no capítulo I de
Economia e Sociedade (1922). Esse capítulo teve sua primeira versão em 1913, com
o ensaio Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva (Über einige Kategorien
der verstehenden Soziologie – Logos IV, 1913).
Almiro Petry 355
2.4. Dominação
113
Die Typen der Herrschaft: cap.III, do 1 vol, p.139-198; e Soziologie der Herrschaft:
cap.IX, do 2 vol, p.187-580).
Almiro Petry 357
114
São exemplos o desenvolvimento de formas de associação modernas em todas
as áreas – Estado, igreja, exército, partido, empresa econômica, associação de
interessados, união, fundação, etc.
Almiro Petry 359
115
O demos, não significa um aumento da participação ativa dos dominados na
dominação dentro da formação social em questão; mas, impedir o desenvolvimen-
to de um estamento fechado de funcionários e de minimizar o poder de mando.
360 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2.5. Religião
116
Economia e Sociedade (Wirtschaft und Gesellschaft: cap.V, da 2ª parte, Sociologia da
religião, p.279-418), A ética protestante e o espírito do capitalismo (Die protestantische
Ethik und der Geist des Kapitalismus) e Ensaios para a Sociologia da Religião
(Gesammelte Aufsätze zur Religionssoziologie).
Almiro Petry 365
117
O impessoal mantém uma afinidade interna com o racional-objetivo; o cotidiano
é envolvido pela religião: o culto dos numina (numen, no singular). Os numina
são ‘espíritos’, ‘gênios’, ‘forças’, etc., com competências bem delimitadas e fixas,
cujo culto era anterior à helenização (assimilação dos deuses gregos...) da religião
romana. Os numina eram incontáveis, invocados para cada caso e de preferências
pessoais...
366 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
Para Weber,
118
Doutrina segundo a qual tudo o que existe se reduziria a uma entidade
permanente. Sistema que pretende reduzir o Universo a um único domínio.
376 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
119
Doutrina da razão universal.
120
Heinrich Rickert (1863-1936), filósofo neo-kantiano alemão.
121
Rudolf Stammler (1856-1938), jurista e professor alemão.
122
Hermann Heinrich Gossen (1810-1858), economist alemão, autor da teoria da
utilidade marginal.
Almiro Petry 377
3. Considerações finais
123
Friedrich Theodor Vischer (1807-1887), filósofo alemão.
382 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
124
Talcott Edgar Frederick Parsons (1902-1979), sociólogo norte-americano.
125
Edward Shils (1910-1995), sociólogo norte-americano.
Almiro Petry 383
Referências
Introdução
1. Dados biográficos
127
Wilhelm Wundt (1832-1902), considerado um dos fundadores da moderna
Psicologia Experimental.
388 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
128
Herbert Spencer (1820-1903) que inicia a Biologia Social, elaborando um
modelo organísmico de compreensão da realidade social. Promove uma analogia
entre um organismo vivo e a sociedade humana, em que as partes desempenham
funções para o adequado funcionamento do todo.
Almiro Petry 389
129
Louis Adolphe Thiers (1797-1877), historiador e estadista, foi primeiro
ministro e presidente da França (1871-1873).
130
Marie Edme Patrice Maurice Mac-Mahon, conde de Mac-Mahon (1808-1893),
militar e político, presidente da França de 24.05.1873 a 30.01.1879.
131
Em 1871, com a perda de uma parte de Lorraine para a Alemanha, sua
terra natal torna-se fronteiriça.
390 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2. Obra
132
Para Rodrigues (1998), Durkheim é o “Descartes moderno” (p. 18).
133
Claude-Henri de Rouvroy.
134
Étienne Émile Marie Boutroux, filósofo e historiador francês.
135
Louis Liard, filósofo e administrador, foi ministro da educação pública da
França.
392 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
136
Na Nota 5, p. 437, Durkheim dá a seguinte explicação: “Interpretou-se algumas
vezes essa passagem como se implicasse uma condenação absoluta de qualquer
espécie de cultura geral. Na realidade, como sobressai do contexto, falamos aqui
apenas da cultura humanista que é, sim, uma cultura geral, mas não a única
possível”. Considera “o homem de bem de outrora”, um diletante.
Almiro Petry 393
137
Ideia buscada em Charles Sécretan (1815-1895; filósofo suíço): Le principe de
la Morale (1883).
138
Durkheim entende por função “a relação de correspondência que existe” entre
um “sistema de movimentos vitais” e algumas “necessidades do organismo” para
mantê-lo vivo (idem, p. 13).
394 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2.1.1. O objeto
139
“Eis em que sentido e por que razões se pode e se deve falar de uma consciência
coletiva distinta das consciências individuais. [...] É, pois, na natureza desta
individualidade, e não nas das unidades componentes, que é preciso buscar as
causas próximas e determinantes dos fatos que nela se produzem. O grupo pensa,
sente, age diferentemente da maneira de pensar, sentir e agir de seus membros,
quando isolados. Partindo, pois, destes últimos, não poderíamos compreender
nada do que se passa no grupo” (DURKHEIM, 1971, p. 90-1; p. 90 n.1).
Almiro Petry 397
pectiva, Durkheim afirma que o fato social é geral, porque ele é co-
letivo (idem, p.7).
nir as coisas de que trata, a fim de que se saiba, e de que ele próprio o
saiba, do que está cuidando” (idem, p. 30). Em consonância, formula
a regra:
140
O Prefácio inicia assim: “Este livro desencadeou controvérsias bastante vivas,
quando apareceu pela primeira vez. As ideias correntes, como que desconcertadas,
resistiram primeiramente com tal energia que durante algum tempo nos foi quase
impossível fazer-nos ouvir”. [...].
Sugere-se o estudo do texto para avaliar o vigor dos paradigmas vigentes (que
há em qualquer época...) e como seus adeptos reagem frente a uma nova proposta.
400 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
2.1.2 O Método
141
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico (1971). Capítulo 1 Que é o
fato social? p.01-11.
Almiro Petry 401
1971, p.1) são tidos como fatos sociais. Isso significa “maneiras de
agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante
de existir fora das consciências individuais” (idem, p.2), que se
constituem no objeto da Sociologia (ver, acima, item 2.1.1).
142
Capítulo 2 op. cit. p. 13-40.
402 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
sas” (idem, p.15). Assim sendo, a Sociologia não pode lidar com pre-
noções, os ídola de Bacon, e sim com coisas sociais que se realizam
através dos humanos. “São um produto da atividade humana” (idem,
p.16).
Na discussão a respeito do progresso da humanidade, o proble-
ma que preocupa a Durkheim é encontrar a ordem de tal evolução
(idem, p.17). Avalia que a única coisa que se oferece à observação
“são sociedades particulares que nascem, se desenvolvem, morrem,
independentemente umas das outras” (idem, p.17).
Ao citar os estudos de Comte e Spencer sobre o assunto, julga
que “no estado atual de nossos conhecimentos, não sabemos com
certeza o que são Estado, soberania, liberdade política, democracia,
socialismo, comunismo, etc.” (idem, p.19). Ele desenvolverá sua
concepção no capítulo IV, Regras relativas à constituição dos tipos
sociais (idem, p. 66-77).
Para ele, o caráter ideológico ainda é marcante nos ramos es-
peciais da Sociologia. Destaca o Direito, a Moral e a Economia Po-
lítica. As controvérsias entre empiristas e racionalistas em relação
ao sistema da moral se chocam com o fato de que “não existe um só
sistema em que a moral não seja representada como constituindo
o simples desenvolvimento de uma ideia inicial que, em potência, a
contém inteiramente” (idem, p.20). Desta forma,
[...] mas, para que esses fatos assim definidos pudessem ser
apontados à observação do cientista sob a forma de coisas,
seria preciso que se pudesse, pelo menos, indicar a partir de que
sinais é possível reconhecer quais os que satisfazem a referida
condição (DURKHEIM, 1971,p.21).
Julga que nada nos garante, de antemão, que “haja uma esfera
da atividade social em que o desejo de riqueza desempenhe realmen-
te papel preponderante” (idem, p.21). Afirma que o objeto da Econo-
mia Política assim é composto de puras “concepções do espírito” e
não de realidades que podem ser apontadas com o dedo.
Inclui nesse rol de objeções a teoria do valor e a julga como “a
mais fundamental de todas as teorias econômicas” (idem, p.22). É
categórico em firmar posição de que a teoria não poderia existir se-
não quando a ciência já tivesse sido levada assaz avante (idem, p.22).
Mas, segundo ele, os economistas já partem com a teoria formulada
e aplicam-na aos conceitos de valor, de utilidade, de raridade, etc.
E é com produtos de sua análise que constroem a definição (idem,
p.22). “Em Economia Política, então, como na moral, a parte da in-
vestigação científica é muito restrita (...). Em moral, a parte teórica
se reduz a algumas discussões sobre a ideia do dever, do bem e do
direito” (idem, p.23). E arremata, declarando que,
143
John Stuart Mill (1806-1873) filósofo e economista liberal inglês, defensor do
utilitarismo.
Almiro Petry 405
144
Capítulo 3, op. cit. p. 41-65.
Almiro Petry 407
145
Capítulo 4, op. cit. p. 66-77.
146
Durkheim denomina de Morfologia social a parte da sociologia que tem por
tarefa constituir e classificar os tipos sociais. Parte do pressuposto classificatório
de que as “partes constitutivas de qualquer sociedade são mais simples do que a
sociedade resultante. Um povo é o produto da reunião de dois ou vários povos que
o precederam. Assim, conhecendo a sociedade mais simples que tenha existido,
não necessitamos, para estabelecer nossa classificação, senão de ficar sabendo de
que maneira esta sociedade se ajusta interiormente, e como se vão ajustando os
compostos que dela derivam” (DURKHEIM, 1971, p. 70).
408 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
147
Capítulo 5, op. cit. p. 78-108.
410 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
148
Spencer defendia que “a evolução social, como de resto, a evolução universal,
principiava por um estágio de mais ou menos perfeita homogeneidade. Mas esta
proposição, tal como ele a entende, não se parece em nada com a que acabamos
de desenvolver. De fato, para Spencer, uma sociedade que fosse perfeitamente
homogênea não seria verdadeiramente uma sociedade; porque o homogêneo é
instável por natureza e a sociedade é essencialmente um todo coerente. O papel
social da homogeneidade é totalmente secundário; ela pode abrir caminhos
para uma cooperação ulterior, mas não é uma fonte específica de vida social”
(DURKHEIM, 1999, p. 452, n. 12).
Almiro Petry 413
149
Durkheim acredita, como Spencer, que as sociedades podem ser classificadas
numa escala evolutiva, das mais simples às mais complexas. Assim caracteriza
dois tipos extremos de sociedades, que corresponderiam ao tipo inferior (horda) e
ao superior (industrial) da escala evolutiva.
Almiro Petry 415
150
Durkheim estabelece uma comparação entre o procedimento do clínico e
do sociólogo. O clínico “vê os casos particulares, isolados uns dos outros” [...]
“a causa produtora do fenômeno escapa necessariamente a quem só observa
os indivíduos; porque ela é exterior aos indivíduos”; o sociólogo vai além dos
suicídios particulares e busca na exterioridade “perceber o que determina a sua
unidade” (DURKHEIM, 2003, p. 354), porque as causas sociais produzem efeitos
sociais.
151
Sigmund Freud (1856-1939). Os dois parágrafos do texto têm por referência o
texto de SENNA, Ana Cristina et al.
Almiro Petry 421
152
A cartilha Comportamento suicida: conhecer para prevenir – dirigido para
profissionais da imprensa. Associação Brasileira de Psiquiatria, Editora ABP,
2009. Na relação entre imprensa e público há um alerta sobre como abordar o
suicídio: “Por trás desse cuidado há a noção de que a veiculação inapropriada de
casos de suicídio poderia ser chocante, como também estimular o ato em pessoas
vulneráveis, numa espécie de contágio” (p.9).
422 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
153
Os protestantes se suicidam mais do que os católicos (com o homicídio é o
inverso); os de maior escolarização tendem a se suicidar mais; os homens se
suicidam mais do que as mulheres; os judeus se suicidam menos do que crentes de
qualquer outra religião, apesar do mais alto nível de escolarização, etc.
Almiro Petry 423
154
Há duas correntes suicidógenas básicas em relação ao grupo social: os que se
afastam em demasia do mesmo e os que se identificam excessivamente com ele. “O
homem se mata facilmente quando está desligado da sociedade, mas também se
mata se estiver por demais integrado nela” (DURKHEIM, 2003, p. 229).
424 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
155
Em O suicídio, p. 380-396.
Almiro Petry 425
nos fornecer as noções gerais, segundo as quais ele deve ser repre-
sentado” (idem, p. 491).
Durkheim se impressiona com a solidez da integração entre
o sistema religioso de representações e a estrutura da sociedade,
sendo a moral o principal nexo. Esta integração parece mais firme
nas religiões primitivas e, quanto mais primitivas são as sociedades,
menor é a diferença entre religião e cultura. Desta forma, “a religião,
longe de ignorar a sociedade real e de não levá-la em conta, é a
imagem dela, reflete todos os seus aspectos, mesmo os mais vulgares
e repulsivos” (DURKHEIM, 2000, p. 464).
Com o advento da tese marxista sobre a religião, tinha-se a
convicção de que, com a evolução sociocultural, defendida nas
ciências sociais por Tylor156 e Spencer, os fenômenos religiosos eram
característicos das fases mais elementares da sociedade humana;
entretanto, Durkheim coloca claramente que também nas etapas
avançadas do desenvolvimento cultural, toda a sociedade requer
o “equivalente funcional” de um sistema religioso. Além do mais,
expressa sua preocupação de que sua teoria da religião não deveria
ser vista como um “rejuvenescimento do materialismo histórico:
seria equivocar-se singularmente acerca do nosso pensamento”
(idem, p. 468). Para justificar sua preocupação, afirma que “ao
mostrar na religião uma coisa essencialmente social, de maneira
nenhuma queremos dizer que ela se limita a traduzir, numa outra
linguagem, as formas materiais da sociedade e suas necessidades
vitais imediatas” (idem, p. 468).
Em síntese, pode-se afirmar que Durkheim defende que: (a)
a vida de grupo é a fonte geradora ou causa eficiente da religião;
(b) as ideias e práticas religiosas referem-se ao grupo social ou o
simbolizam; (c) a distinção entre o sagrado e o profano é univer-
salmente encontrada e tem consequências importantes para a vida
social como um todo; (d) a teoria do conhecimento tem na religião
a origem primitiva do pensamento científico, donde emergiram, por
diferenciação, regras morais, sociais e religiosas.
156
Edward Burnett Tylor (1832-1917), defensor do evolucionismo cultural, junto
com Lewis Henry Morgan (1818-1881) e James George Frazer (1854-1941).
430 Noções básicas de Sociologia: a Epistemologia e o Pensamento dos Clássicos
Daí resulta uma solidariedade sui generis que, nascida das se-
melhanças, vincula diretamente o indivíduo à sociedade [...],
propomos chamá-la mecânica. Essa solidariedade não consiste
apenas num apego geral e indeterminado do indivíduo ao gru-
po, mas também torna harmônico o detalhe dos movimentos.
[...] É essa solidariedade que o direito repressivo exprime. [...]
Ela é um produto das similitudes sociais mais essenciais e tem
por efeitos manter a coesão social que resulta dessas similitudes
(DURKHEIM, 1999, p.79-80).
3. Considerações finais
Referências
Sobre o autor