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Faculdade Machado Sobrinho

Graduação em Psicologia
Prática Profissional Supervisionada em Psicologia Social Comunitária I

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

DIEGO SEGRÉGIO DE ABREU


LUIZA MORAIS LOUVISI

Relatório final de estágio supervisionado da


disciplina Prática Profissional Supervisionada em
Psicologia Social Comunitária I do 9º período,
apresentado ao curso de bacharelado em
Psicologia da Faculdade Machado Sobrinho,
como requisito parcial para o processo obtenção
do título de bacharel em Psicologia.
Profª.: Gilmara Santos Mariosa

Juiz de Fora
Junho de 2022
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DIEGO SEGRÉGIO DE ABREU


LUIZA MORAIS LOUVISI

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Juiz de Fora
Junho de 2022
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................... 1
2. DESCRIÇÃO DO CAMPO ............................................................................. 1
3. PROCEDIMENTOS E INTERVENÇÕES ................................................... 4
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO .............................................................................. 5
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 6
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1. IDENTIFICAÇÃO

Aluno: Diego Segrégio de Abreu e Luiza Morais Louvisi

Local: Rua Albino Bento de Vasconcelos - Condomínio Belo Vale, Bairro São Geraldo

Supervisor: Gilmara Santos Mariosa

Objetivo: Fazer um levantamento das necessidades da comunidade

Carga horária de prática: 60h

Carga horária de supervisão: 44h

Carga horária total: 104h

2. DESCRIÇÃO DO CAMPO

Este trabalho relata um estágio de intervenção baseado nos pressupostos teórico-

práticos da Psicologia Comunitária. Esta é uma área da psicologia na qual o profissional atua

com o objetivo de realizar um trabalho que promova a mudança das condições sociais de uma

determinada população ou grupo de indivíduos, mas mais ainda, o que se busca realizar é um

trabalho no qual o psicólogo tenha o papel de facilitador para que o grupo em questão descubra

novas maneiras de relacionar-se entre si, para que, assim, aprendam a resolver seus problemas

de forma mais consciente e autônoma e possam tornar-se protagonistas e agentes de sua própria

história de vida. Mas, para que este trabalho seja efetivo, é necessário que ele seja realizado

em conjunto com os sujeitos envolvidos, para que ele faça sentido tanto para o grupo quanto

para os profissionais que o realizarão.

Assim, como primeira parte do trabalho, a Psicologia Comunitária propõe que o

profissional use dos instrumentos de que dispõe, como por exemplo, as entrevistas e a

observação, para conhecer o espaço no qual irá trabalhar. O psicólogo deve evitar pré-

julgamentos ou definir objetivos a priori, mas por outro lado, deve aproveitar o momento inicial

para construir vínculo com as pessoas envolvidas, pois este é um grande facilitador do trabalho.
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O estágio foi realizado numa comunidade que fica localizado no Condomínio Belo vale

no bairro São Geraldo, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. O período de estágio foi

exercido entre os meses de maio e junho, do ano de 2022, com a carga horário de 60 horas,

para a conclusão do estágio supervisionado da disciplina Prática Profissional Supervisionada

em Psicologia Social Comunitária I do 9º período, apresentado ao curso de bacharelado em

Psicologia da Faculdade Machado Sobrinho, como requisito parcial para o processo obtenção

do título de bacharel em Psicologia, sob a supervisão da professora Gilmara.

Nossa porta de entrada foi a Selmara, uma das fundadoras do projeto dentro da

comunidade. Esta por sua vez nos apresentou a Valquíria, moradora na comunidade, que

representa os moradores do condomínio Belo Vale e se apresenta - faz o papel de líder

comunitária - como referência e que faz o papel de mediadora entre o projeto social e a

comunidade.

Essas duas mulheres se tornaram uma rede de apoio e atenção para toda a comunidade.

O público alvo de todos os trabalhos, cursos e oficinas são todos os moradores da

comunidade, principalmente as crianças. O projeto tem a princípio o objetivo de restaurar a

biblioteca transformando-a em uma biblioteca comunitária palco de oficinas, cursos e palestras,

proporcionando um local para encontro e promoção da qualidade de vida, espaço de lazer, fonte

de produção de conhecimento, criando assim, uma identidade para aquele território, espaço e

ambiente.

Esse projeto conta com colaborados das mais diversas áreas do saber: como advogados,

professores, pedagogas, artistas e psicólogos. Os principais serviços oferecidos são cursos,

oficinas e palestras, aulas particulares e encaminhamentos para especialidade necessária.

O estágio teve como objetivo acompanhar as famílias da comunidade, que são

compostos por avôs, avós, país, mães e filhos, para fazer um levantamento das principais
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necessidades a serem trabalhadas. Nosso objetivo frente a proposta de intervenção a ser

elaborada é:

• Promover o protagonismo dos indivíduos da comunidade e melhorar a


comunicação entre pais e filhos - crianças e adolescentes - da comunidade em questão, de modo
a desenvolver uma convivência sadia e de sucesso na sociedade, favorecendo a igualdade, a
valorização da identidade e o respeito;
• Proporcionar o acesso de crianças e adolescentes às atividades artísticas, culturais
e de inclusão social;
• Promover relacionamento saudável entre os participantes, familiares e
comunidade, a fim de melhorar o convívio e proporcionar uma integração para a redução da
violação dos direitos das crianças e adolescentes.
Para alcançar nossos objetivos foram desenvolvidas atividades aos sábados.

As reuniões, oficinas e palestras servem para fomentar um espaço de lazer voltado para

amizade, para fala, distração, entrosamento, e conhecimento de direitos e deveres, assim com

a aprendizagem de um conhecimento que pode se tornar fonte de renda para as pessoas.

Nossas visitas na comunidade aconteceram aos sábados aproveitando uma agenda de

eventos pré-existente referente ao projeto de reconstrução da biblioteca comunitária para

promover palestras, cursos e oficinas orquestrado pela Ângela proprietária da livraria

“COLETIVO CA D’ORI” intitulado “RELEITURAS AFRO-BRASILEIRAS”.

A cada sábado uma proposta diferente, um sábado havia oficina de matérias recicláveis,

noutro havia reforços de matemática, noutro roda de conversa no qual nós trazíamos conteúdos

importante, como falar sobre o CRAS para a comunidade. Algumas intervenções e mediação

de conflito familiar também foram feitas.

O projeto iniciou como necessidade de conscientizar e/ou impedir que crianças e

adolescentes da comunidade se encontrem ou permaneçam em situação de vulnerabilidade

social (drogas, prostituição, criminalidade, violência social, doméstica e sexual), e de fato, se

faz necessário ações que visem o crescimento e orientação desse público perante essa realidade.
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Acreditamos no homem construtor e na mulher construtora, agente ativo de sua própria

transformação e peça fundamental para a transformação do coletivo, a união faz a força, somos

mais fortes e resistentes juntos, e que o trabalho coletivo é força. É possível a construção de

um cidadão crítico, reflexivo; indivíduos mais autônomos, conscientes dos direitos e deveres

mediante o acesso à informação.

3. PROCEDIMENTOS E INTERVENÇÕES

Os aspectos instrumentas e metodológicos da ação ou da intervenção tornam-se

importantes. Todavia, eles, por si só, não são suficientes para uma análise histórica e critica a

respeito do processo de inserção na comunidade, protagonizado pelos profissionais de

psicologia. Tais instrumentais dependem, na realidade, dos valores e concepções adotados

pelos psicólogos para orientar a sua prática e a relação que estabelecem com seu objeto de

estudo, de investigação e/ou de trabalho. Em outras palavras, a visão de homem e de mundo,

assumidas e vividas pelos profissionais, é que se constitui como aspecto crucial na criação ou

determinação das possibilidades sobre o como estudar, pesquisar e/ou intervir, assim como na

delimitação e seleção das estratégias de intervenção a serem utilizadas. (Freitas, 1998)

Nesse sentido, nosso processo de inserção na comunidade se deu orientado pela

necessidade de serem detectadas, conhecidas e mapeadas as demandas, dificuldades e

problemas vividos pela comunidade, para posteriormente serem levantados, dentro de um

processo decisório participativo, os objetivos para o trabalho de intervenção. Nossa proposta

de trabalho visa estabelecer relações horizontais de discussão, englobando tanto o profissional

como a comunidade e seus representantes na análise e definição sobre as demandas e

necessidades de intervenção a serem consideradas e as possibilidades de resolução e/ou

enfrentamento para as mesmas.


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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

Percebemos de forma real e concreta que a nossa atuação, enquanto profissionais da

psicologia comunitária inseridos no campo sócio comunitário, teve um impacto muito positivo

na comunidade, colhemos resultados gratificantes e de grande relevância nas famílias que

participaram do processo de mediação

Acolher as demandas dessas pessoas, promover a autonomia dos moradores dessa

comunidade e proporcionar uma melhor qualidade de vida em suas relações, nos trouxe uma

sensação de bem estar e dever cumprido. O processo de mediação das relações como já foi

falado nesse relatório, foi de suma importância para os participantes e enriquecedor para todos

os participantes. Onde no grupo, eles tiveram a oportunidade de compartilhar conhecimento,

momentos alegres e de descontração, fugirem da sua rotina de cuidados com a casa e seus

familiares, além de viver com os membros do grupo seus sofrimentos e também suas angústias,

foi enriquecedor para todos.

Nas supervisões em sala de aula ficou claro para nós a importância do coletivo, do fazer

junto e o poder que a união tem, na medida em as necessidades atendidas e as demandas

superadas trazem conquistas para todos e todas da comunidade, é para todos, todos ganham no

processo.

Acredita-se que será uma prática intensa, pois a demanda engloba não só pais, mães,

avôs e avós, crianças e adolescentes, mas toda comunidade, tal como, as relações e o contexto

que as envolve. Percebe-se, portanto, afim de que a mudança ocorra, esta iniciativa deve

impactar diretamente o contexto de vulnerabilidade social resgatando uma auto imagem de

valor, a força e o vigor das pessoas, bem como o sentimento de pertencimento e união entre

todos os moradores da comunidade. Para que dessa forma os impactos dessa transformação

sejam percebidos e sentidos por toda a comunidade a nível físico, psíquico e emocional.
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REFERÊNCIAS

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