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RESUMO EXPANDIDO

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I – EM


PSICOLOGIA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)

Ângela M Gomes1; Adriana P de Assis; Julia Maquiavelli¹; Raquel B. Correia¹; Rosiani B.


Gomes¹; Josavias A. O. Costa².

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o objetivo retratar uma experiência de estágio no CREAS (Centro de
Referência Especializado em Assistência Social), bem como o papel do psicólogo e do estagiário
de psicologia atuante nas políticas públicas a nível regional.
O CREAS é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional,
destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco
pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções
especializadas da proteção social especial. (LEI N° 4.919/2017 -Art. 12 -§ 2º - Cianorte)
A atuação do Psicólogo no CREAS requer do mesmo, ética, responsabilidade social, além
do conhecimento teórico e planejamento de ações voltadas para a resolução de situações de
violações dos direitos e vulnerabilidades. A prática do estágio não foi direcionada a uma
demanda específica, os acompanhamentos ocorreram de acordo com a disponibilidade do
psicólogo do estagiário e aceitação das demandas que chegavam para atendimento.

SERVIÇO DE PROTEÇÃO ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS (PAEFI)

O PAEFI é um programa que realiza um trabalho social por uma equipe de profissionais
de diversas áreas. Suas atividades incluem identificar as necessidades das pessoas que procuram

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Discentes do quarto período do curso de Psicologia da Universidade Paranaense – UNIPAR, campus de Cianorte/PR
²Docente - Orientador do Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório Básico I do curso de Psicologia da
Universidade Paranaense – UNIPAR, campus de Cianorte/PR.
o CREAS, oferecer atenção especializada, orientar sobre direitos, encaminhar para outros
serviços da Assistência Social e de outras políticas, como saúde, educação, trabalho e
renda, habitação, orientação jurídica e acesso à documentação.

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

A medida tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a


adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto,
determinadas judicialmente.

FAMÍLIA ACOLHEDORA

O serviço é o responsável por selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias


acolhedoras, bem como realizar o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido e sua
família de origem.

ABORDAGEM SOCIAL

É um serviço realizado por uma equipe que identifica famílias e indivíduos em situação
de risco pessoal e social em espaços públicos, como trabalho infantil, exploração sexual de
crianças e adolescentes, situação de rua, uso abusivo de álcool e outras substâncias psicoativas.

OBJETIVO:

Os objetivos do estágio obrigatório são o de ofertar ao aluno a oportunidade de realizar


uma experiência ativa entre os conhecimentos e habilidades aprendidas no programa de ensino e
as práticas clínicas existentes, tal como experimentar uma vivência direta da realidade
organizacional e comunitária e iniciar-se na vida profissional.
METODOLOGIA:

Este é um relato de experiência sobre o Estágio Básico Supervisionado I em Psicologia na


Assistência Social, especificamente sobre atuação do profissional em Psicologia no CREAS.
Vivenciamos essa atuação em seis estagiárias, indo a campo nos meses de setembro e outubro,
com o total de 20 horas de experiência. Cada participante, acompanhou um setor específico do
CREAS, conforme descrito na introdução.
Para o desenvolvimento inicial das atividades realizamos uma série de leituras que
envolveram as temáticas: O papel do Psicólogo na Assistência Social, a relação entre psicologia e
pobreza no Brasil, sobre as Políticas de Assistência Social e o papel do CREAS, a atuação em
rede e as metamorfoses das relações familiares, além do compromisso social do psicólogo. As
leituras selecionadas nos proporcionaram a compreensão geral acerca da atuação do Psicólogo na
Assistência Social.
Coletamos os dados da seguinte forma:
a) A partir da observação participante, na qual, estar no local de atuação nos
possibilita observamos e participarmos, mesmo que indiretamente, da experiência e do
cotidiano do CREAS. Caracterização da instituição visando coletar informações gerais:
histórico, estrutura física, número de usuários e serviços ofertados;
b) Para aprofundar em questões específicas da atuação, além de coletar mais
informações para o levantamento das demandas e da hipótese diagnóstica, de modo que
entrevistamos dois supervisores por meio de um questionário semiestruturado

Na sequência, são listadas o referencial teórico utilizado para embasar as práticas de estágio.
*Gênero: Artigo
Título: Psicologia e Pobreza no Brasil: Produção de Conhecimento e Atuação do Psicólogo
Autores: Cândida Maria Bezerra Dantas, Isabel Fernandes de Oliveira e Oswaldo Hajime
Yamamoto
Fonte: DANTAS, Cândida Maria Bezerra; OLIVEIRA, Isabel Fernandes; YAMAMOTO,
Oswaldo Hajime. Psicologia e pobreza no brasil: produção de conhecimento e atuação do
psicólogo. Psicologia & Sociedade; 22 (1): 104-111, 2010.
Descrição da atividade: A pobreza vista de uma forma completa e como o Psicólogo pode atuar
dentro do campo de assistência social comprometida com a ação social em meio a pobreza que
existe muitas vezes escondidas embaixo dos panos.
Contribuições para o estágio: esse artigo ao apresentar a pobreza do Brasil, faz com que nós
como estagiários possamos ter uma visão mais ampla de atuação, e já no campo da assistência
social nos familiarizar e assim entender cada vez mais.

* - Gênero: Artigo
Título: Observação Participante: uma Abordagem Metodológica para a Psicologia Escolar.
Autores: João Batista Martins
Fonte: MARTINS, João Batista. Observação participante: uma abordagem metodológica para a
psicologia escolar. Semillo Cio Sociais/Hum .• v. 17. n. 3. p_ 266-273
Descrição da atividade: A Psicologia dentro da Escola, atuando de forma ética e com
responsabilidade, as mudanças que até hoje estão sendo feitas para que haja a atuação do
Psicólogo, bem como as dificuldades enfrentadas ao decorrer dos anos.
Contribuições para o estágio: esse artigo traz uma visão ampla da Psicologia Escolar, assim
como são feitos os trabalhos, o que nos ajuda a entendermos de perto como é a Psicologia
Escolar, e como poderemos contribuir como profissionais.

* - Gênero: Livro
Nome do livro: Psicologia e o compromisso social
Autores: Ana Mercês Bahia Bock
Nome do capítulo: Questão Social e Políticas Públicas: revendo o compromisso da Psicologia
Descrição da atividade: Neste capítulo o Autor retrata como a Psicologia tem atuado como
profissão e como houve mudanças da década de 70 até os dias atuais, a fim de mostrar os
compromissos sociais que essa profissão exerce.
Contribuições para o estágio: esse capítulo nos faz refletir os nossos compromissos sociais
enquanto futuros profissionais de Psicologia, e remetendo a nossa Instituição de Estágio já ter
uma visão ampla e na prática para construirmos esse compromisso social.

* - Gênero: Livro
Nome do livro: Família: Redes, Laços e Políticas Públicas
Autores: Ana Rojas Acosta, Maria Amália Faller Vitale
Nome do capítulo: Família Enredada
Descrição da atividade: Neste capítulo o Autor retrata diversas áreas da família, a estrutura
social vista como um todo, e como essas áreas e as mudanças sofridas têm influenciado nos dias
atuais.
Contribuições para o estágio: pudemos perceber que as transformações nas estruturas familiares
quanto o reconhecimento e abordagem das contradições e desigualdades sociais na sociedade
brasileira são impulsionados por uma busca por uma sociedade mais justa e inclusiva.

* - Gênero: Livro
Nome do livro: Teoria Crítica da Família
Autores: Mark Poster
Nome do capítulo: Elementos de uma Teoria Crítica da Família-cap6 / Modelos de Estrutura da
Família-cap7
Descrição da atividade: Na obra “Teoria Crítica da Família”, a teoria crítica adota uma
abordagem baseada na autorreflexão, buscando compreender a família dentro do contexto da
sociedade contemporânea. As análises realizadas indicam que a família está passando por
mudanças significativas, às vezes caracterizadas como desintegração e, outras vezes, como
evolução para novas formas.
Contribuições para o estágio: Foi possível melhor entender as nuances de processos erosivos do
seio familiar, de modo a atuar de forma mais eficiente em tais questões.

DISCUSSÃO:
O servidor responsável por essas demandas recebe o conhecimento do caso através do
relato descrito nos ofícios, que o direciona aos psicólogos para iniciar a escuta já com um
conhecimento prévio da demanda.
Durante o estágio, foram realizadas observações dessas demandas de atendimento
psicológico, bem como visitas domiciliares agendadas na companhia dos psicólogos, e algumas
vezes do assistente social, utilizando o carro disponibilizado pelo CREAS para fazer os
atendimentos.
Aprendemos sobre a atuação do psicólogo na área social, no campo de prática, e como
ocorre a relação de trabalho dos profissionais envolvidos. Foi possível vivenciar e entender que o
Sistema Único de Assistência Social não se trata de caridade, mas sim de direitos assegurados
pela Constituição Federal de 1988.
Com relação às demandas descritas pelos profissionais, percebeu-se que no cotidiano
existem muitas problemáticas, como a falta de recursos destinados à Assistência Social, e isso
impede a realização de trabalhos e projetos importantes, e como consequência, os psicólogos e
assistentes sociais precisam aprender a lidar com a falta de recursos no dia a dia do trabalho.
Além desses citados, podemos destacar também participações em reuniões de redes, com
outros profissionais de áreas diferentes, visitas domiciliares de cada setor, com ênfase na
observação do Psicólogo em campo, atividades realizadas em atendimento, participações em
Programas Sociais, e discussões das observações de estágio em aula com o Orientador.
Acreditamos que as metodologias utilizadas ao decorrer do Estágio Básico I Observacional,
contribuíram para o acréscimo em teorias e práticas observacionais, enquanto a formação de
futuros psicólogos.

CONCLUSÃO:

O Estágio, é o primeiro contato de muitos acadêmicos com seu provável campo de


atuação e isto traz certos anseios, já que de certa forma é uma nova realidade no cotidiano. Como
Psicólogos, iremos sempre nos deparar com o inesperado, pois a mente do ser humano trabalha o
tempo todo e, o que vivenciaremos são fenômenos, comportamentos, ideias, emoções e
sentimentos e teremos que avaliar esses aspectos de forma profissional e ética.
Abordar sobre assuntos que englobam negligência ou a perda de direitos por pessoas que
estão sendo assistidas pelo CREAS demonstrou ser uma realidade de muitas famílias brasileiras.
O estudo analisado durante a observação em campo fez com que fosse observado de perto às
necessidades e a importância do acompanhamento psicológico frente a grupos carentes.

REFERÊNCIAS:

ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amália Faller. Família: redes, laços e políticas públicas.
2016.
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologia e o compromisso social. In: Psicologia e o compromisso
social. 2003. p. 382-382.
DANTAS, Cândida Maria Bezerra; OLIVEIRA, Isabel Fernandes; YAMAMOTO, Oswaldo
Hajime. Psicologia e pobreza no brasil: produção de conhecimento e atuação do psicólogo.
Psicologia & Sociedade; 22 (1): 104-111, 2010.
MARTINS, J. B. Observação participante: uma abordagem metodológica para a Psicologia
Escolar. Semina: Ciências Sociais/Humanas, v. 17, n. 3, p. 266-273, 1996.
SAADALLAH, MÁRCIA MANSUR et all. Conselho Federal de Psicologia . Referências
Técnicas para a Prática de Psicólogas (os) no Centro de Referência Especializado da Assistência
Social – CREAS. - Brasília: CFP, 2012.
POSTER, Mark. Teoria crítica da família. Zahar, 1979.

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