Você está na página 1de 17

SABRINA DUTRA DOS SANTOS MEDEIROS

RA: 8528965117

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

PORTO ALEGRE - RS
2017
SABRINA DUTRA DOS SANTOS MEDEIROS
RA: 8528965117

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

Relatório de Estágio apresentado ao Curso


de Serviço Social do Centro de Educação a
Distância - CEAD da Universidade
Anhanguera UNIDERP como requisito
obrigatório para cumprimento da disciplina
de Estágio Supervisionado III.
ORIENTADOR: Maria Geraldina Venâncio
Tutor EAD: Viviane Maria Camacho

PORTO ALEGRE - RS
2017

2
SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................ 04
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 05
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 06
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................08
REFERENCIAS .......................................................................................09

3
IDENTIFICAÇÃO

Nome do Estagiário: Sabrina Dutra dos Santos Medeiros


Curso: Serviço Social
Telefone: 51- 991107029 e-mail: sabrinadsmedeiros@hotmail.com
Nível do Estágio Supervisionado: III
Local de Estágio: Centro Novos Horizontes - CNH
Nome do (a) Supervisor (a) Acadêmico (a): Geraldina Venancio
Nome do (a) Supervisor (a) de Campo: Denise Bastos
Carga horária: 150 horas Início: 05/04/2017 Término: 02/06/2017

4
1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado III foi realizado na comunidade terapêutica


Centro Novos Horizontes no Bairro Lami em Porto Alegre, centro de
reabilitação para usuários de drogas entre 14 e 18 anos. O qual tem a missão
de proporcionar a recuperação física e psicológica de adolescentes
dependentes químicos, através de adequado acompanhamento médico,
psicológico e espiritual, bem como promover ações preventivas nesta área,
desenvolvendo estratégias que facilitem a reinserção social destes indivíduos e
contribuam para a construção de uma sociedade mais saudável.

Durante o Estágio I e II, realizado no CRAS Extremo Sul, foi percebido


que a maior demanda apontada pelos usuários, nos atendimentos em geral, foi
o “sofrimento”, originado por conflitos pessoais, familiares e sociais, de pessoas
que vivem em comunidades marcadas por grande desigualdade social; razão
pela qual não têm fácil acesso aos recursos de saúde mental a que deveriam
ter direito e isso reflete na desvalorização dos indivíduos diante de uma
condição de vida marcada pela injustiça social e pelas diferenças.

No estágio III, foi realizado um trabalho junto aos adolescentes que se


encontram em tratamento para dependência química e a equipe de monitoria
do Centro Novos Horizontes (CNH), ao lado da assistente social e da psicóloga
da instituição.

Neste período de estágio foi observado que todos os adolescentes


residentes do CNH tinham em comum não só a dependência química, mas a
marginalidade e a medida socioeducativa. Por serem muito jovens e já estarem
em tratamento para dependência química, marca uma infância regada à drogas
e desestruturação familiar. Causando assim, na maioria deles, comorbidades
psíquicas.

O projeto de intervenção elaborado no estágio II foi realizado tanto no


Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) como nos outros serviços
da assistência e de outras políticas, como Saúde e Educação, através da rede

5
de atendimento da criança e do adolescente da região do Extremo Sul, assim
também dentro do CNH, na qual foi implantado o projeto que foi de grande
valia para os adolescentes.

O espaço comunitário que se construiu para partilha de experiências de


vida e sabedorias de forma horizontal e circular, foi uma forma de prevenção à
recaída e de empoderamento dos adolescentes, criando aos poucos a
consciência social, conhecendo as origens e implicações da drogadicção e do
sofrimento humano e acima de tudo descobriram seus potenciais
transformadores.

2 DESENVOLVIMENTO

A adolescência é uma fase de desenvolvimento integral na qual ocorrem


inúmeras modificações no organismo e, em especial, no sistema nervoso
central (SNC). Todas essas transformações marcam a transição entre a
infância e a vida adulta, quando os jovens deverão enfrentar diversos desafios
do desenvolvimento, tais como criar suas próprias identidades, seus valores e
relacionamentos, separar-se de seus pais e familiares, assim como assumir as
responsabilidades e os papéis de adultos. (RIBEIRO, LARANJEIRA, 2012)

A reorganização estrutural e funcional do cérebro predispõe o jovem a


reações imaturas, como a impulsividade, a irritabilidade, a insegurança e o
desejo de aceitação. Ocorre uma mudança significativa do sistema de
recompensa, que se torna insensível e mais difícil de ser ativado. Há uma
perda temporária de função do comportamento motivado, que leva à sensação
de que todas as coisas que antes eram prazerosas agora são desinteressantes
e entediantes. Dessa forma, o jovem sente-se movido a buscar novos
interesses e prazeres

O título do projeto de intervenção realizado é “Roda de Escuta, Palavra


e Vínculo: uma abordagem sócio comunitária”. A intenção foi propor um espaço
de escuta, palavra e vínculo, onde foram realizadas rodas de conversa, trocas

6
de experiências, e demais partilhas visando a construção de rede de apoio
para os adolescentes do CNH.

Tendo como objetivo geral contribuir para expansão de uma rede


solidária e social de promoção da vida, buscando o fortalecimento através da
escuta sensível a fim de minimizar o sofrimento biopsicossocial, mobilizando os
recursos e as competências dos indivíduos, das famílias e da comunidade.
(MEDEIROS, 2016)

O objeto de trabalho deste projeto está entre as inúmeras expressões da


questão social, e no sofrimento emocional e social que lhes causam. O
resultado esperado nada mais é que um processo de “redução de danos” e o
resgate da cidadania.

Houve um expressivo retorno das rodas de escutas, palavra e vínculo


realizadas no território, durante o estágio II. A aceitação pelos serviços e pelos
usuários foi tanta que o projeto se estenderá por mais tempo, e já há interesse
por técnicos e educadores de dar continuidade no trabalho dentro de seus
equipamentos, formando uma agenda extensa de rodas.

A busca pela roda foi realmente ativa, não havendo grande necessidade
de divulgação maior. Os resultados superaram as expectativas, tanto para os
serviços, quanto para os usuários quanto para ao estagiários de Serviço Social.

A roda de escuta, palavra e vínculo é um espaço de promoção de


encontros interpessoais e intercomunitários, visando à valorização das histórias
de vida dos usuários, o resgate da identidade, a restauração da autoestima e
da confiança em si, aproximação dos problemas às possibilidades de resolução
a partir das competências locais. É uma prática de intervenção simples que
tem como base o estímulo para a construção de vínculos solidários e
promoção de vida, onde o profissional/facilitador tenta articular a dimensão
biológica, social e política dos problemas.

No CNH as rodas realizadas no estágio III foram de fundamental


importância para os adolescentes residentes da instituição, sendo eles reflexos
de uma sociedade não igualitária, de famílias desestruturadas e histórias
7
marcadas pela violência, abandono e abuso. Muitas coisas guardadas, muitas
dores escondidas atrás dos vícios, da desorganização e principalmente muita
carência de atenção e de cuidado. E através das rodas puderam enxergar as
suas dores e as dos outros, tornando seus fardos carregáveis, tornando suas
emoções conhecidas, se enxergando na história do outro, e podendo
compartilhar saberes e sabores de vida.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim como foi visto no campo de estágio anterior, todas as demandas


trazem agregadas um ponto em comum, o sofrimento. E diante deste foi
elaborado e realizado o projeto de intervenção que visou dar um cuidado
especial às emoções e sentimentos contidos no indivíduo dentro de um
contexto de vulnerabilidade social. Não sendo diferente na comunidade CNH,
onde lidam com uma das expressões da questão social, a dependência
química, que eu diria uma expressão multifacetada, com outras muitas
expressões arraigadas.

Por isso foi elaborado o projeto de intervenção citado neste relatório. A


roda de escuta, palavra e vinculo vem ao encontro da necessidade dos
adolescentes em serem escutados, serem acolhidos e compreendidos. Mesmo
que seus problemas não sejam resolvidos naquele momento, o grupo
oportuniza o indivíduo a enxergar de outra forma seus problemas e canalizar
seus sofrimentos, dando um caminho correto a eles. A interação entre eles
mesmos fortalece o indivíduo mesmo que ele não tenha se manifestado no
grupo, pois somente no ato de ouvir a história do outro, seus problemas e
superações, o fazem sentir pertencente ao grupo, se solidarizar e visualizar os
seus próprios sofrimentos de uma forma mais leve e acessível, sendo doutor
de sua própria dor. A comunidade tem o problema, a comunidade tem a
solução.

8
REFERENCIAS

MEDEIROS, Sabrina D dos S. RODA DE ESCUTA, PALAVRA E VÍNCULO:


Uma abordagem sócio comunitária. Projeto de Intervenção. Anhanguera,
2016.

CNH, Centro Novos Horizontes. Missão e Valores. Disponível em:


<http://www.centronovoshorizontes.org/a-instituicao/>. Acesso em: 15/04/17.

RIBEIRO, Marcelo. LARANJEIRA, Ronaldo (Orgs). O tratamento do usuário


de crack. 2ª edição – Porto Alegre: Artmed, 2012.

9
FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL
SERVIÇO SOCIAL 7º SEMESTRE

SABRINA DUTRA DOS SANTOS MEDEIROS


RA: 8528965117

AVALIAÇÃO DO PROJETO

Avaliação do Projeto de Intervenção


apresentado ao Estágio supervisionado
III, como parte da avaliação na referida
disciplina do Curso de Serviço Social.

ORIENTADOR: Maria Geraldina Venâncio

TUTOR: Viviane Maria Camacho

10
PORTO ALEGRE

2017

Avaliação do Projeto – Serviço Social


1. Título do Projeto: RODA DE ESCUTA, PALAVRA E VÍNCULO:
Uma abordagem sócio comunitária

2. Período de realização: Outubro de 2016/Abril de 2017

3. Equipe do Projeto:
NOME
Marizete Terezinha Velloso – Assistente Social
Cristine Bettio Tubelo – Psicóloga
Sabrina Medeiros - Graduanda

4 . Objetivos propostos do Projeto:

Contribuir para expansão de uma rede solidária e social de promoção da vida,


buscando o fortalecimento através da escuta sensível a fim de minimizar o sofrimento
biopsicossocial, mobilizando os recursos e as competências dos indivíduos, das
famílias e da comunidade.

• Relativizar a dor e o sofrimento, descobrindo que a dor de um é comum a dor de


outros, saindo do sentimento de solidão e encontrando possibilidades de inserção,
desenvolvendo a autoestima individual e coletiva;

• Incentivar a descoberta da resolução participativa, aprendendo a pensar e


decidir num coletivo revitalizando a vida e fortalecendo iniciativas de humanização já
existentes, prevenindo assim, situações de isolamento social;

• Desenvolver a emancipação humana, gerando a partir das carências do sujeito

11
suas competências, potencializando os recursos internos de cada um, formando
multiplicadores em sua comunidade;

• Respeitar as diferenças aos múltiplos códigos de expressão no espaço de


construção coletiva de forma participativa e democrática explorando soluções e
estratégias inovadoras.

5. Instituições envolvidas:

CRAS Extremo Sul, Centro de Recuperação e Inserção Novos Horizontes

6. Objetivos alcançados:

Participação da comunidade dentro dos espaços da assistência; nova elaboração de


conhecimento, de integração e de questionamentos acerca de si e dos outros,
processo de “redução de danos” e o resgate da cidadania, esvaziamento dos
atendimentos individuais.

7. Dificuldades encontradas para a realização do projeto:

Organização da agenda das rodas com a agenda das técnicas, aderência dos usuários
ás atividades propostas, sendo que teriam que desacomodar de sua rotina anterior de
continuar na queixa em atendimento individual para achar soluções no coletivo.

8. Atividades desenvolvidas:

Atividades Setembro Outubro Março Abril Maio


2016 2016 2017 2017 2017
Reconhecimento
do campo
Pesquisa
Bibliográfica
Elaboração do
Projeto
Divulgação em
Entidades e
Redes
Rodas de
Escutas, Palavra
e Vínculo
Avaliação do
Projeto

12
9. Metodologia desenvolvida:

As rodas se desenvolvem em seis etapas:

 Acolhimento (+/- 7 min) – Boas vindas com música conhecida da


comunidade, celebração de aniversariantes do mês ou semana, e/ou parentes dos
participantes, apresentação do objetivo da roda, regras e combinações, dinâmica ou
brincadeira e apresentação do facilitador.

 Escolha do Tema (+/- 10 min) – O facilitador convida os participantes a


exporem suas inquietações, problemas e ansiedades em poucas palavras, enquanto é
anotado o nome e o problema, após as exposições dos casos e inquietações é
perguntado ao restante do grupo qual o problema que mais os tocou, então partindo
para a escolha do tema por votação a ser discutido na roda. Com o tema já escolhido o
facilitador agradece aos participantes que apresentaram seus problemas e se coloca a
disposição para recebê-los após a roda se quiserem conversar.

 Contextualização (+/- 15 min) – Neste momento a pessoa que teve seu


tema escolhido dá mais informações sobre seu problema, podendo o grupo fazer
perguntas à mesma, com intuito de compreende-la melhor. Durante estas coletas de
informações é anotado palavras chave que irão ajudar a construir o “mote” (pergunta
chave que vai permitir a reflexão coletiva).

 Problematização (+/- 45 min) – Agora é o momento da pessoa que teve


seu tema escolhido escutar os demais integrantes. Então é lançado o “mote” que foi
definido e que permitirá a reflexão do grupo, como diz Barreto (2008): “reflexão coletiva
capaz de trazer à tona os elementos fundamentais que permitem a cada um rever os
seus esquemas mentais. Seus preconceitos e reconstruir a realidade”. Ou lança-se o
“mote coringa” como: “Quem já viveu uma situação parecida com a do(a) sr(a).......... e
o que fez para superá-la?”

 Encerramento (+/- 10 min) – Após o grupo ter refletido com os problemas


e superações de diversas pessoas, o grupo se levanta e num abraço único. É o
momento da conotação positiva, que é reconhecer, valorizar e agradecer o esforço, a
coragem, a determinação e a sensibilidade de cada um que em outros momentos

13
tentam ofuscar a dor e o sofrimento. Sugere-se uma música, piada ou poesia para
obter um clima mais leve, e procura-se ressaltar o que foi de positivo na história. Em
outras palavras, verbalizando junto ao grupo o que mais lhe tocou no tema escolhido.

 Apreciação – o grupo reflete sobre o seu desempenho na condução da


roda, considerando as diferentes etapas que visam ao aprimoramento da prática.

10. Processo de avaliação:

Instrumento de Apreciação das Rodas (em anexo), depoimentos dos integrantes.

11. Impacto social da ação do projeto:

 Elevação da autoestima e desenvolvimento da resiliência;

 Fortalecimentos de vínculos afetivos, familiares, comunitários, culturais e sociais entre


os trabalhadores e a comunidade e entre estes, sua família e o social;

 Ampliação da confiança da coletividade na sua capacidade transformadora e


resolutiva de seus próprios conflitos;

 Ampliação da visão do profissional/estagiário sobre o processo da vulnerabilidade,


fortalecimento das redes sociais e do exercício da cidadania por meio do coletivo.

12. Público Alvo:

Público da assistência social, grupos de pessoas jovens, adultos e idosos que


vivem em contexto de desagregação e exclusão social, que se disponibilizam em
compartilhar seus sofrimentos, suas vivências e superações.

Previsto: 190 Atendido: 169


13. Anexos:

APRECIAÇÃO DAS RODAS

Após cada roda, a equipe deve fazer uma reflexão sobre o envolvimento da atividade considerando,

14
nas suas diferentes etapas: Acolhimento, Escolha do tema, Contextualização, Problematização e
Encerramento (rituais de agregação).

ETAPAS Como foi Como podemos


desenvolvido? aprimorar?
Assinale abaixo Escreva abaixo
1 – Acolhimento
1. Dar as boas-vindas EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

Definição do trabalho
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

3. Regras
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

4. Celebrações: aniversários...
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

5. Dinâmica de aquecimento
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

6. Apresentação do
profissional/estagiário que EXELENTE BOM REGULAR RUIM

vai dar continuidade ao trabalho


Justifique

2-Escolha do Tema
2. Palavra do profissional/estagiário EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

3. Apresentação dos temas e a síntese


que o profissional/estagiário fez de EXELENTE BOM REGULAR RUIM

cada tema.
Justifique

4. Identificação do grupo com os


temas apresentados. EXELENTE BOM REGULAR RUIM

“O porquê das escolhas”


Justifique

5. Votação
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

15
6. Agradecimento
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

3-Contextualização
3.1Informações/questionamentos EXELENTE BOM REGULAR RUIM

sobre o tema escolhido


Justifique

3.2 Construções do mote


EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

4-Problematização
4.1 Lançamento do mote EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

5-Encerramento (rituais de
agregação) EXELENTE BOM REGULAR RUIM

5. Formação da roda
Justifique

6. Conotação positiva
EXELENTE BOM REGULAR RUIM

Justifique

Providências e tarefas para a próxima Roda de Escuta, Palavra e Vínculo

Observação: O estágio I e II foi realizado no CRAS Extremo Sul e o estágio


III no CNH, sendo que o projeto foi executado em ambos os espaços.

16
________________________________________ Data:
________/________/________ Coordenador(a) do Projeto

17

Você também pode gostar