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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOUTOR LEÃO SAMPAIO

CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA ESCOLAR
PROFESSORA: INDIRA SIEBRA

PROJETO PSICOLOGIA ESCOLAR

ALINE IZIDIO DE SOUZA


ÂNGELA MARIA SIMÃO NUNES
ANTÔNIO BILIZÁRIO DOS SANTOS
CRISTIANE RODRIGUES DA SILVA
HELEN CADETE DE ARAÚJO BARBOSA
VANDERLEIA DE SOUSA SILVA

Juazeiro do Norte-CE
2023
INTRODUÇÃO

A escolha do projeto de intervenção que será implantado no campo da E.E.M


José Bezerra de Meneses, teve por razão a demanda de vínculos fragilizados entre os
alunos, relatada pela coordenação da instituição, é importante destacar que consiste
em lidar com um público que se encontra em período de transição e descobertas, que é
a adolescência.
Assim, pretendemos trabalhar algumas alterações que ocorrem nesta fase da
vida, que acaba tornando-se um período intenso e em que os conflitos são sentidos de
forma acentuada. Uma demanda que foi relatada com frequência seriam as relações
afetivas e seus conflitos, no qual, foi possível perceber que há uma constância
relacionada às discussões para solucionar os problemas entre estes grupos.
Com isso, observa-se a necessidade de auxílio nessas competências
emocionais, considerando, também, o contexto social que estão inseridos. Os vínculos
afetivos são definidos por Romeiro e Melchiori (2017, apud Ainsworth, 1989) como um
laço durável que se estabelece entre uma ou mais pessoas que se tornam importantes
a partir desta vinculação.
É possível perceber o quão fragilizado estão os vínculos dos discentes e, ao
mesmo tempo, o impacto disto no seu processo de desenvolvimento, sendo necessário
trabalhar o fortalecimento desses laços, tanto no âmbito familiar, contexto escolar e nas
amizades, visto que foram as maiores fragilidades afetivas relatadas pela coordenação.

O objetivo geral deste estudo é promover o fortalecimento de vínculos dos


adolescentes que frequentam a EEM José Bezerra de Menezes com base em
atividades interativas mediante a proposta de intervenção designada, tendo como base
os objetivos específicos a seguir.

● Analisar a individualidade a partir das suas vivências;


● Promover discussão sobre a importância de fazer vínculos na adolescência.
● Discutir as resoluções de conflitos que envolvam esses alunos no ambiente
educacional;
● Integrar a turma num momento, para trabalhar o estabelecimento da confiança
entre eles.
. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

.
Na adolescência, as relações passam a ir além do ambiente familiar, ampliando-
se para os grupos de amizades que contribuem cada vez mais para o desenvolvimento
psicossocial nesse período, uma vez que as mesmas vão proporcionar escuta, afeto,
acolhimento e, principalmente, identificação. É nessa fase que surge a tendência
grupal e o espírito de grupo, que, segundo Amaral
(2007 pág.6) “No grupo, ele se sente reforçado e apoiado em suas ansiedades [...] o
grupo se constitui na transição necessária entre o mundo familiar e o mundo adulto”.
Portanto, é necessário dar notoriedade à importância que os amigos têm no
processo de desenvolvimento dos jovens, inclusive pelo fato de muito ter sido relatado
sobre as amizades serem a motivação dos alunos frequentarem a escola e enfrentarem
os problemas que os acometem no dia a dia. Além disso, é comum observar que
muitos jovens encontram em seus grupos de amizade o afeto e o acolhimento que não
recebem em casa de seus pais e responsáveis, fazendo-se mais necessária a ideia do
fortalecimento desses laços entre os estudantes sendo esse tão importante e
significativo tomando como base um produção de Vigostsky(1896-1934) onde somente
por relações sociais o sujeito pode se constitui,r entendendo o mundo e atuando sobre
o mesmo, essas relações favorecem conexões que mobilizam o coletivo e produzem
mudança.
Para que situações de conflitos sejam modificadas, não é suficiente
pensar sobre elas, pois isso não altera as emoções. Somente quando
se entra em contato com o que há de mais singular da vida social e
coletiva (os afetos) é que se promove uma transformação social.
Estudar a afetividade se justifica porque ela revela como o sujeito é
afetado nas relações sociais e se isso aumenta ou diminui sua
potência de agir (ZOZZOLI, 2011, p3)
Quando o adolescente tem o apoio dos responsáveis, dos amigos e dos
professores, o ensino ganha sentido para ele e se adequa aos seus interesses, que
pode resultar em uma maior satisfação. Assim, é importante entender que cada um tem
uma realidade diferente, uma vez que se torna complexo esperar o mesmo resultado e
motivação de todos os estudantes, sendo que vivenciam um contexto social e
econômico ou rede de apoio e afetiva diferentes, então, é fundamental reconhecer
esses fatores.
Além disso, de acordo com o que foi analisado, há uma falta de informação tanto
do período experienciando as mudanças que ocorrem na adolescência, a perda e
busca de identidade como em relação aos passos que precisam percorrer para
alcançar o que deseja ou o que pode chegar a realizar.
Na maioria das sociedades modernas, a passagem da infância para a
vida adulta é marcada não por um único evento, mas por um longo
período conhecido como adolescência – uma transição no
desenvolvimento que envolve mudanças físicas, cognitivas,
emocionais e sociais e assume formas variadas em diferentes
contextos sociais, culturais e econômicos. (PAPALIA;
FELDMAN,2013, p. 386)
De acordo com a perspectiva da psicologia social crítica (LACERDA JR. E
GUZZO, 2011), apenas a teoria não sustenta a realidade, pois quando se adentra no
campo, os problemas que são pontuados são muito mais graves do que os vistos em
teoria. Dessa forma, é necessário se basear em uma práxis comprometida para não se
ter uma fala descolada da teoria ou proporcionar uma psicologia de cima para baixo.
O papel do psicólogo na educação não é fazer terapia. Esse profissional está
inserido no ambiente escolar para identificar e orientar familiares e educadores em
como lidar com determinados desafios e comportamentos causados por dificuldades
emocionais ou sociais no contexto escolar e familiar, caso seja essa a situação, e
também desenvolver projetos de intervenção visando a prevenção e promoção do
desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes.
Uma práxis comprometida também implica em incorporar os alunos na ação
transformadora, propondo intervenções onde os estudantes sejam protagonistas do
processo, onde neste caso os estagiários da psicologia estarão como facilitadores do
processo.

METODOLOGIA

Em conjunto com os facilitadores optamos por trabalhar com uma metodologia


dialógica e problematizadora, onde usaríamos como estratégia a dinâmica da minhoca
e uma roda de conversa com a turma do 2H, que basicamente seria um momento de
integração e de descontração, proporcionando assim o estabelecimento da confiança
entre os alunos. Pois haverá um líder onde o restante da turma precisará confiar
literalmente de olhos fechados, enquanto realiza um percurso que terá alguns
obstáculos no caminho.
Ao final da dinâmica, promoveremos uma roda de conversa para que os alunos
relatem a opinião sobre a experiência de ser conduzido por alguém sem conhecer o
percurso, perguntaremos como eles se sentiram, o que achou mais interessante, e a
quem conduziu, o que achou, como se sentiu e qual reflexão a dinâmica promoveu.
Encerraremos, com algumas reflexões sobre confiança e a importância de construir
vínculos verdadeiros nas jornadas tanto acadêmica como da vida.

CRONOGRAMA
DATA AÇÃO OBJETIVO RECURSO

1º ENCONTRO 1ª VISITA LEVENTAR ENTREVISTA


DEMANDAS COM A
COORDENAÇÃO
2º ENCONTRO DINAMICA E FORTALECIMENTO DEBATE AO AR
RODA DE DE VINCULOS LIVRE.
CONVERSA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de intervenção foi considerado pela coordenação e docentes, de


extrema relevância para os alunos, e contribuindo também para ao acadêmicos, com o
desenvolvimento do manejo em intervenções de acordo com a demanda apresentada,
associando o conhecimento teórico a sua práxis no contexto escolar.

A intervenção acaba por contribuir com a formação de uma ponte entre a


instituição de ensino superior e a comunidade, fazendo com que os conhecimentos
científicos não fiquem restritos ao ambiente acadêmico onde nem todos os membros
da sociedade possuem acesso, proporcionando não apenas democratização do
conhecimento e articulação entre a faculdade e a sociedade, como também o
aperfeiçoamento de profissionais.

Com isso, espera-se que os prováveis meios de soluções realizados a partir das
atividades, sejam feitos de forma atenciosa para que o projeto, mesmo tendo um
quantitativo de atividades inferior a proporção da demanda, faça a diferença na vida de
pelo menos um adolescente, e quem participar se sinta acolhido, assim nossa
intervenção já seria de alguma forma efetiva.
REFERÊNCIAS

AMARAL, Vera Lúcia do. Psicologia da educação / Vera Lúcia do Amaral. - Natal, RN:
EDUFRN, 2007. 208 p.: il.

LACERDA JUNIOR, Fernando; GUZZO, Raquel de Souza Lobo (orgs.). Psicologia


Social para a América Latina: o resgaste da psicologia da

ROMEIRO, Joyce Borges; MELCHIORI, Lígia Ebner. Os vínculos afetivos de


adolescentes em acolhimento institucional: permanências, expansão e
rupturas. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo, v.37, n. 93, p. 186-205, jul. 2017

ZOZZOLI, Cecile. Contextualizando os estudos sobre afetividade. São Paulo:


NEPSAS, PUC-SP, 2011. Mimeo.

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