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FACULDADE ESTÁCIO DE CARAPICUÍBA

CURSO DE DIREITO

MEDIAÇÃO FAMILIAR E PSICOLOGIA


Ana paula Ramos da silva-201902508106
Andressa Kelly Ribeiro Parra Castino-202148084186
Cleudinelia Maria Alves-202309090961
Déborah Miriam de Almeida Queiroz-202107387981
Érica Siani Gonçalves-202108275999
Gabriel Luiz Bezerra de Oliveira-202102107318
Grazielle Ferreira Cerpa-202202853968
Irilaine Moreira Brogna-202211393613
Larissa Lourenço da Silva-202108189693
Luís Pedro Siqueira Silva-201702111059
Lucas Anastácio Araújo - 202102319943
Marcos Antônio Moreira-202108048127
Nair Fernandes dos Santos-202107387718
Paulo-202108275981
Thamony Michaeli Marinho-202102338601
Thayna Cristina Costa Sales-202107387963
Tricia Oliveira-202002274476
Prof. Ricardo Feres Ribeiro

CARAPICUÍBA
INTRODUÇÃO

PRÁTICAS NA REALIDADE BRASILEIRA.................................................

EXPERIÊNCIAS EM SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO FAMILIAR.....................

PRÁTICAS EMERGENTES EM PSICOLOGIA ESCOLAR..........................

E MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DOS


EDUCADORES SOCIAIS

MEDIAÇÃO E O CAMPO DE ATUAÇÃO PARA O PSICÓLOGO JURÍDICO

A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA.................

CARAPICUÍBA
INTRODUÇÃO GERAL:
A mediação de conflitos é usualmente definida como um método de
resolução de controvérsias, em que um terceiro neutro e imparcial busca
estimular a autonomia, o diálogo e a cooperação entre as partes, a fim de que
estas busquem, por si mesmas, a uma solução consensual (Conselho Nacional
de Justiça [CNJ], 2016). Historicamente, a mediação iniciou de modo informal,
institucionalizada a partir da década de 1970 nos Estados Unidos como um
meio alternativo de resolução de disputas fomentado por políticas estatais
(Catão, 2009). Desde então, tanto no cenário internacional como nacional, a
mediação de conflitos passou a ser aplicada a diferentes contextos
(empresarial, escolar, comunitário, jurídico), emergindo como uma área
interdisciplinar que recebeu aporte, principalmente, dos campos do Direito, da
Psicologia e do Serviço Social (Müller, Beiras, & Cruz, 2007, Orsini & Silva,
2016).

A mediação familiar é um processo em que pessoas em disputa por


questões familiares, como pensões alimentícias, guarda e divisão de bens, são
auxiliadas a chegar a acordos ou a se reconciliarem com a ativa intervenção de
uma terceira parte imparcial, ou seja, um mediador. A mediação familiar é uma
forma de resolução de conflitos familiares. Neste processo, os envolvidos
solicitam ou aceitam a intervenção e ajuda de um terceiro conhecido como
mediador. Todo conflito familiar tende a ser desgastante às pessoas
envolvidas. E, muitas vezes, levá-lo ao Judiciário para obter uma solução pode
levar anos e causar muitos prejuízos financeiros. Assim, em muitos casos a
mediação familiar pode ser o caminho mais rápido, menos custoso e mais
eficaz para resolver este tipo de conflito.
PRÁTICAS EMERGENTES EM PSICOLOGIA ESCOLAR
A mediação no desenvolvimento de competências dos educadores
Sociais

A educação de uma forma geral, envolve em si a relação pedagógica entre o


aluno e o professor, onde é necessário um ambiente com projeção e
preparação em seu entorno diante de vivências e experiencias tanto quanto na
vida escolar e no âmbito familiar.
É sugerido um detalhamento com uma amplitude de requisitos didáticos para
os conflitos cotidianos na comunidade escolar, que por meio de estimulações
de informações para o aluno com o educador, se torna primordial a mediação
dissertada de forma assertiva.
Há um guia onde podemos desmitificar que há uma grande seleção de
tipicidade de alunos e sua região, o que pode mudar muito sua relação com a
sociedade juntamente com o ambiente escolar.
É notório a grande participação do professor, onde ele se torna o protagonista
estimulante e promovente das medidas socioeducativas, que diariamente em
conjunto consegue vincular com a educação um trabalho preventivo e
informativo relacional, do aluno para com a sociedade.
De acordo com o conselho nacional do ministério Público, podemos observar
um controle externo que possui campanhas funcionais que buscam visualizar
estratégias onde é aberto para uma difusão comunicativa do aluno, escola e a
sociedade, ajudando no exercício constante da formação, prevendo ações com
a resolução pacífica, que constrói uma educação multifuncional comprometida
sobretudo com o bem estar e prevenção de qualquer tipo de violência.
Há tópicos que são primordiais e instalados para com o educador de forma
privativa e única no âmbito escolar, podemos destacar:
Práticas restaurativas, escuta ativa, e gestão democráticas nas escolas.
É imprescindível o conflito na parte do convívio humano, de certa forma, o
conflito se torna um espaço de aprendizado e crescimento, onde
principalmente a escola, como o primeiro contato de conflitos antes da
contribuição na sociedade. O primeiro pilar é a relação que eles possuem nas
escolas, contemplando sempre sua essência com as relações sociais que irão
contemplar no seu desenvolvimento e enriquecimento mutuo.
Aprender a lidar com os grupos, está relacionado também ao intelecto,
cognitivo e dinâmico, sendo um ambiente estimulante do desenvolvimento
geral, mas com uma responsabilidade de competências para o educador na
concepção da prática educativa.
É envolvido na solução de conflitos escolares, um compromisso com as
praticas restaurativas que possibilitam mudanças e apoio, tanto quanto para o
educador para com o educado, onde compõe desafios de mudanças,
ressaltando cada valor de inclusão e melhoria nos relacionamentos.
Há uma grande campanha que busca entender, projetar um plano de
convivência escolar para com a escola, diante os protetores e estimuladores.
Nessa campanha, é elaborado um diagnostico onde há uma série de
perguntas, respostas e sugestões como prevenção e solução para com o
coletivo daquele âmbito.
Os educadores permanecem ampliando e desmitificando área escolar, com
uma pluralidade de interesses culturais potencializando a sua colaboração no
conflito, que acabam carregando o enfrentamento de paradigmas e
heterogeneidade como um todo, independentemente de onde, quando, porque
e como. É notável a grande potencia de valores que eles podem entregar ao
aluno, causando um impacto assertivo que pode gerar uma sequência de
patrimônios benévolo que cada individuo pode levar com si para com o
próximo.
O conflito deve se tornar um aspecto positivo, tomando um rumo de caminho
de gerenciamento restaurativo.
O básico funciona, sendo ele a comunicação, se tornando a ferramenta
organizacional geral da educação, colaborando com todos os educadores é
possível transformar os conflitos.
Vale ressaltar que para se poder obter um diálogo é necessário aspectos de
acordo com cada tipo de diálogo, que pode compor, seja o lugar, momento
certo e sempre a escuta antes de qualquer resolução para a preservação do
aluno.
Observação simplificada diante algumas alterações grave do aluno, é
necessária uma ficha cadastral, onde hoje é necessário rever e integrar um
profissional da área psicológica nas unidades escolar, onde é possível ter uma
avaliação, critica e adjetivações com uma assertividade maior para uma ação
com êxito.
Quando ocorre qualquer falha de comunicação é necessária também a forma
de linguagem e reação do educador, onde a comunicação se torna a redução
de transtornos maiores e com a necessidade de envolver os familiares.
O envolvimento dos familiares é a alternativa B, no que vai do caso que não
pode ser resolvido apenas no âmbito escolar, e sim diante com os
responsáveis fora da escola. Diante de toda e qualquer conflito, é a solução em
que buscamos de resolver e solucionar o caso do aluno, com uma
compreensão e mediação para uma melhor memória de como lidar diante das
situações diárias.

MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DOS


EDUCADORES SOCIAIS

Considerando as diversas possibilidades de atuação e intervenção da


psicologia escolar, aqui enfatiza-se a transferência de competências das
pedagogias sociais emergentes no novo cenário institucional de combate à
exclusão social.
Esta proposta enfatiza os processos mediadores das relações sociais em
contextos educativos informais e destaca o papel da psicologia e da mediação
escolar como foco institucional como estratégia privilegiada para o
desenvolvimento humano adulto.
Considerando isso, ressalta-se que a psicologia escolar como campo de
atuação e produção de conhecimento, já estabelecida em uma instituição
escolar formal, também pode participar do contexto da educação informal
juntamente com os pedagogos sociais, especialmente para compreender os
deveres, as tarefas.
A literatura educacional tem enfatizado a diferença entre aprendizagem
informal, educação formal e informal específica para o contexto familiar e os
meios de comunicação, que por sua vez requerem aprendizagem específica ou
objetivos educacionais. Nesse sentido, as organizações não governamentais
nascem com os objetivos especiais de apoio pedagógico aos alunos
provenientes da educação formal e, com isso, estabelecem-se como um
espaço educacional informal.
A indefinição das competências exigidas dos pedagogos sociais nas
instituições de ensino informais reflete a falta de clareza da natureza
institucional e da filosofia à luz de sua estrutura histórica e social,
especialmente no Brasil.
A educação não formal surge no cenário nacional como um mecanismo
institucionalizado para ajudar aqueles que estão excluídos dos seus direitos
básicos, especialmente em questões de acesso e qualidade da educação.
Os pedagogos sociais geralmente não passaram por um processo de formação
onde desenvolvam competências específicas para uma atuação crítica e
independente que lhes permita atuar com segurança e cumprindo com clareza
os seus papéis e responsabilidades.
É justamente nesse cenário que se abre um espaço fértil para a contribuição da
psicologia escolar junto aos pedagogos sociais e de acordo com a razão social
pela qual nasce esta nova profissão.
Partindo desse ponto de vista, a Psicologia Escolar toma o conceito de
mediação como base teórica para direcionar suas atividades.
A mediação simbólica, conceito central da teoria histórico-cultural, é entendida
como a utilização de um instrumento real (concreto) e de um signo (instrumento
simbólico), específicos dos processos psíquicos ocorridos nas relações
humanas e no trabalho.
Leontiev (2004) oferece uma discussão mais abrangente sobre o
desenvolvimento dos processos intelectuais humanos com base na sua
compreensão da atividade humana e sua relação com o conceito marxista de
trabalho.
Segundo Vygotski (1998), a utilização de um instrumento nos processos de
desenvolvimento humano está relacionada à criação de um sistema de signos
da cultura, pois trata do pensamento, da comunicação e do trabalho na
sociedade como intermediário.
Os processos de mediação estão, portanto, diretamente relacionados com o
uso de signos e explicam as origens do desenvolvimento humano.
Partindo desses pressupostos, o trabalho da psicologia escolar pode focar no
desenvolvimento das competências dos pedagogos sociais por meio dos
inúmeros e ricos processos de mediação simbólica característicos das
situações de trabalho dos espaços educativos gratuitos.
A atuação como mediador deve tornar o professor um facilitador entre os
alunos e o conteúdo a ser aplicado, o aprendizado com a aplicação da
mediação e associação com situações cotidianas no contexto em que estão
inseridos faz com que o processo ensino-aprendizagem auxilie na resolução de
situações problema vividas no dia-a-dia. Sendo assim o papel do professor
mediador é de suma importância, pois ao despertar o interesse através da
mediação, interação e motivação o torna mais presente na vida dos alunos.
Através da mediação o educador deve atuar como mediador e facilitador no
processo ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento do senso
crítico, a participação e a inserção do aluno no mercado de trabalho, dando
assim a oportunidade de atuarem como protagonistas na sociedade. Dessa
forma o professor terá a consciência de que ensino não é transferir o
conhecimento e sim possibilitar a construção dele, de forma crítica e ativa na
sociedade.

A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA LEGISLAÇÃO FAMILIAR BRASILEIRA


Os processos de direito da família são, sem dúvida, o tipo mais comum de
litígio forense e, devido à natureza do litígio, são os que têm maior
probabilidade de voltar a tribunal. Muito tem sido feito nestes processos para
promover a mediação quando a mediação é recomendada. Contudo, a falta de
discriminação entre ambas as instituições separa os objetos de conflito de um
sistema jurídico eficaz e funcional. Nesta hipótese, o objetivo claro é aliviar o
sistema judicial através de acordos que pareçam pôr fim ao litígio. No entanto,
não há controlo sobre o regresso destes litígios aos tribunais, mas os
advogados devem compreender que a conciliação em questões de direito da
família ajuda a varrer as questões para debaixo do tapete. E um dia isso vai se
mostrar!
A reforma jurídica, que visa assegurar a importante jurisdição dos litígios de
direito da família, exige uma formação mais abrangente dos sujeitos jurídicos
para promover a interpretação trilíngue dos símbolos jurídicos oferecidos aos
cidadãos. É uma extensão do conhecimento dos advogados reconhecer a
aplicação precisa da linguagem binária do direito sempre que for necessário
avaliar de acordo com o ordenamento jurídico, compreendendo o verdadeiro
alcance do julgamento. A conciliação familiar está amparada nos princípios
norteadores do novo Código Civil Brasileiro: a ética, que visa restabelecer o
equilíbrio entre os valores éticos e a técnica jurídica, pois a nova codificação
inclui normas mais gerais e cláusulas gerais, modelos jurídicos hermenêuticos
que permitem uma interpretação mais justa das questões jurídicas;
sociabilidade que vai além do caráter individualista do Código Civil de 1916; a
nova etapa estabelece o indivíduo socialmente dominante que atende às
necessidades das grandes cidades, das áreas pobres e da exclusão social; e
usabilidade, traduzidos em linguagem simples
Implementação da lei na sua forma específica. Os princípios estabelecidos no
novo Código Civil representam as ferramentas disponíveis para transformar a
resolução de conflitos familiares, e a mediação representa a construção de
uma forma de pensar baseada numa filosofia de comunicação para melhorar a
segurança jurídica, conduzindo à interpretação e aplicação do direito da família.
apoiado por pesquisas interdisciplinares. A reconciliação familiar é uma prática
social baseada em três fundamentos: respeito à LEI; respeito pelos outros;
respeito próprio. É um estudo interdisciplinar cuja prática na resolução de
conflitos familiares cria uma mentalidade que pode transformar o sistema
judicial e libertá-lo para funcionar de forma eficaz. As ideias progressistas da
juíza francesa Danièle Ganancia revelam claramente a mentalidade aqui
defendida: a “natureza do conflito familiar” é essencialmente afetiva,
psicológica, relacional e implica sofrimento perante a legalidade.
Consequentemente, os juízes questionam o seu papel efetivo nestes conflitos e
tomam consciência dos limites do sistema judicial. Daí a insatisfação e a
amargura dos jurisdicionados que acreditam na magia do julgamento como
panaceia para todos os seus sofrimentos: o seu primeiro reflexo antes de um
conflito é agarrar-se ao juiz como “deus ex-machina”. “Super Dad” que dita sua
solução; sem perceber que nenhuma decisão pode resolver permanentemente
o seu conflito ou substituir a responsabilidade parental."
No Brasil, a mediação de conflitos familiares foi legitimada pela promulgação
de dois marcos regulatórios: o Novo Código de Processo Civil (Lei nº13.105,
2015) e a Lei da Mediação (Lei nº13.140, 2015). Mesmo com a previsão legal e
o consenso da literatura acerca do caráter interdisciplinar da mediação, cabe
questionar quais profissionais têm exercido tal função, se esta ficaria relegada
àqueles do Sistema de Justiça, e, ainda, se os psicólogos se encontram
contemplados pela referida interdisciplinaridade.
Cabe, ainda, problematizar se o preparo oferecido aos mediadores considera a
pluralidade de suas formações prévias e, sobretudo, a complexidade das
questões atreladas aos conflitos familiares que eles se propõem a mediar -
como relacionamentos, afetos, funções parentais, comunicação, emoções,
dentre outras.
Ressalta-se que tais temáticas são amplamente estudadas pela Psicologia ao
longo de anos de formação, o que se contrapõe nitidamente ao modelo rápido
e simplificado de formação oferecida - exclusivamente - pelo CNJ no Brasil8.
Vale frisar, assim, o caráter centralizador do Sistema de Justiça na proposição,
na fiscalização, no gerenciamento e na execução de medidas concernentes à
mediação de conflitos, abarcando desde diretrizes mais amplas, aquelas
relativas à criação de espaços exclusivos destinados aos métodos
autocompositivos, como os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania [CEJUSCs], até aspectos bastante específicos, como o conteúdo
programático que embasa os cursos de formação ou mesmo o código de ética
dos mediadores.
Diante do exposto, entende-se que a mediação compõe uma via de
judicialização das relações familiares porque está inserida no Sistema de
Justiça, sendo assim uma ferramenta própria do Judiciário, em especial após a
promulgação do NCPC (Lei nº 13.
Nesse sentido, considera-se pertinente apontar a fragilidade da argumentação
de que a Mediação Familiar e os modelos de resolução não-adversarial de
conflitos seriam uma alternativa à crescente judicialização dos litígios.
Conclui-se, por meio da revisão de literatura realizada, que a Psicologia tem
participado significativamente do campo da Mediação Familiar no Brasil,
contribuindo teórica e tecnicamente na consolidação de tal práxis, bem como
exercendo tal função.
Contudo, considera-se crucial a reflexão acerca dessas articulações, a fim de
que a Psicologia não seja mais um reforçador da judicialização das famílias,
mas contribua enquanto um campo profissional e científico crítico, ético e
comprometido, cujos saberes e práticas possam fomentar a transformação
social e suscitar novas formas de relação dos sujeitos com o Judiciário.

MEDIAÇÃO E O CAMPO DE ATUAÇÃO PARA O PSICÓLOGO JURÍDICO

Como vimos em todo o esboço deste trabalho, a mediação em breve síntese,


busca uma forma de solução de conflitos de maneira consensual/amigavel,
sendo que, inicialmente veio a ser desenvolvida nos Estados Unidos, com o
surgimento de entidades que estão voltadas para a prática da mediação, onde
logo mais, passou a ser estudada por instituições de ensino superior no brasil.
Podemos dizer que a mediação é uma ferramenta que se busca de forma mais
célere e menos onerosa a resolução de conflitos, nomeando uma terceira
pessoa, que deve sempre ser imparcial e independente, facilitando o diálogo
entre as partes envolvidas, para que estas entendam o conflito e busquem
alcançar soluções possíveis e criativas.
Sabemos ainda, que tal ferramenta tem sido bastante aplicada como forma de
diminuir a quantidade de demandas judiciais em nossos tribunais, assim,
podemos então dizer a mediação inicialmente, teve mais facilidade de acesso
para os advogados, porém, hoje em dia, o psicólogo também vem ganhando
seu espaço e é nesse ponto que adentraremos a seguir.
Podemos dizer que existindo uma controvérsia, e ficando muito difícil das
partes envolvidas chegar em um consenso, antes de pensar na demanda
judicial, uma das alternativas hoje é procurar a mediação.
Assim, o mediador (pessoa imparcial), é o profissional que fará o elo entre os
dois lados, até que se chegue em um consenso e acordo em relação a todo o
ocorrido, podemos dizer que é um facilitador do processo do diálogo, não
interferindo diretamente, mas auxiliando as partes em litígio, a encontrarem
opções de resolução e composição lhe melhor convém.
Partindo desse raciocínio, averiguou-se então que os mediadores com
formação em psicologia, teriam maior facilidade na condução do procedimento
e resolução de conflitos apresentados, pois é inegável que estes, possuem um
grande muitas habilidades, sendo elas técnicas e ainda com conhecimentos
específicos para lidar com as questões emocionais e relacionais do ser
humano, conduzindo a um melhor resultado.
O mediador, não tem o poder de decisão, mais apresenta possibilidades,
conscientizando e mobiliza ambas as partes para que possam administrar seus
próprios problemas, mas também ajudando a encontrar opções antes não vista.
Dito isso, estudos apresentam que as experiências até então obtidas no
estágio de psicologia no Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), vem sendo muito
benéfico e de ótimo aproveitamento ao todos os acadêmicos de psicologia.
A Psicologia Jurídica, tem sido implanta aos poucos na disciplina do direito, e já
podemos considera-la de grande importância, uma vez implantado em nossa
legislação a mediação, tanto a psicologia tem a agregar no direito, como
também o direito pode agregar nos ramo da psicologia.
Sabemos que, há conflito por todas as partes, o conflito está ligado a vida, seja
na saúde, nos relacionamentos, nos contratos, em toda parte existem conflitos
que precisam ser sanados e de certo modo resolvidos.
Assim unir os campos da psicologia e direito como forma de mediar as
controvérsias que a vida traz, é sem sobre de dúvida de grande valia.
O advogado é formado para sobretudo, aplicar a lei sobre o caso concreto, e se
sombra de dúvidas esses profissionais, tem toda autonomia e liderança com
relação a lei.
Lado outro, o advogado não tem no curso do direito ainda, uma capacitação no
ramo da psicologia, que visa facilitar e entender o ser humano em seus
aspectos.
O ramo da psicologia, além de auxiliar no contexto da mediação, pode trazer
ao ramo juridico resoluções menos traumáticas, comunicações menos
agressivas entre as partes envolvidas.
Com isso, sabemos que a adaptação aos termos técnicos vem sendo um
desafio, porém há o estudo constante dos termos das leis, bem como de
resoluções, tudo isso considerando que nosso judiciário vem encontrando-se
estafado de demandas judiciais que poderiam ser resolvidas através da
mediação.
E muito embora seja um ambiente de adaptação e de desafios a ser
encontrados, tem agregado muito no campo juridico.
O papel do psicólogo jurídico, é atuar nestas esferas da justiça exercendo e
contribuindo para sua efetivação, bem como na procura de possibilidades para
o bem-estar e boa resolução do indivíduo assistido
Podemos concluir, portanto, que é de suma importância que os profissionais de
psicologia sejam cada vez mais atuantes na área jurídica, já que este é um
campo amplo de atuação e pode servir de grande valia, não só para o direito,
mais como para nossa sociedade.

EXPERIÊNCIAS EM SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO FAMILIAR

A mediação no âmbito familiar, é de estima importância, pois, tida como


uma abordagem consensual, se relaciona com as temáticas, tais como,
divórcio, alimentos, guarda, regulamentação de visitas, entre outras, que estão
emergidas em um conflito entre as partes envolvidas deste núcleo social.

Deste modo, a mediação no campo familiar, possui um alcance maior e


mais eficaz, propiciando uma comunicação entre as partes, sendo mediadas
por um profissional, com fito de ampliar a visão da situação vivenciada,
buscando saídas produtivas para os impasses,

Ademais, a mediação “permite que os envolvidos na controvérsia atuem


cooperativamente em prol de interesses comuns ligados à superação de
dilemas e impasses;” afinal, os protagonistas podem divisar melhor a existência
de saídas produtivas (TARTUCE, 2021, p. 189-190).

Neste sentido, a mediação também está prevista em nosso ordenamento


jurídico, como uma solução consensual da controvérsia, se constituindo de um
processo, que pode ser composto por várias sessões, que visam possibilitar
que as partes reflitam sobre suas necessidades, conforme disposto nos artigos
694 e 696 do Código de Processo Civil.

Importante salientar que, a via consensual nas demandas pode


apresentar como “o meio adequado para que a família se reorganize, já que a
solução construída pelos envolvidos é preferível à imposição de um terceiro”
(TARTUCE, 2021, p. 306).

Outrossim, a previsão da mediação no Código de Processo Civil, é de


grande importância para tornar o instituto mais conhecido no mundo jurídico e,
por certo, para que a mediação auxilie ainda mais pessoas a resolverem os
seus problemas.

Portanto, o método da mediação, no âmbito familiar, detém uma


finalidade de restabelecer a comunicação entre as partes, preservar o
relacionamento, prevenir conflitos, de levar a inclusão e pacificação social, bem
como, é um metodo mais célere e menos oneroso ao que tange as lides
levadas ao judiciário em tramites normais.
Não poderíamos deixar de comentar o excelente serviço de utilidade
pública desempenhado pelo NPJ da Universidade Estácio e Sá em
Carapicuíba. Além de propiciar um serviço para a comunidade local ela oferece
valorosa oportunidade aos estudantes do direito de terem momentos de “aula
explícita” quando se envolvem na resolução dos conflitos trazidos pelos
moradores da região.

Mas, os benefícios da mediação na resolução de conflitos não se fixam,


por obvio, apenas na satisfação pessoal dos idealizadores e participantes do
NPJ, os benefícios mais importantes são observados nas famílias, ou na forma
como os conflitos são tratados e, na maioria das vezes resolvidos.

Os conflitos entre as famílias são abundantes e, não fossem os métodos


alternativos de solução de conflitos, os tribunais estariam ainda mais
abarrotados de processos. A consequência natural desse excesso de
processos provocaria ainda mais morosidade na resolução das lides, mais
custos para o Estado para arcar com todos os trâmites burocráticos, mais
custos para as partes e, por fim, estariam os participantes da lide conferindo a
um terceiro, no caso um Juiz, a incumbência de resolver um problema que, na
maioria das vezes, pertence unicamente as partes.
A seguir, ao invés de esclarecer cada uma das desvantagens do
tratamento ortodoxo das lides, via judicial, vamos nos ater as vantagens da
utilização da mediação para as famílias:

Mais celeridade na resolução dos conflitos – O art. 5.o da Constituição


Federal em seu inciso LXXVIII assegura a todos a razoável duração do
processo, e prega que se promovam os meios que acelerem sua tramitação.
No Brasil, todavia, os processos são morosos causando desgaste e danos
psicológicos às partes. Segundo dados do CNJ de 2023 (Justiça em números,
pág. 211), o tempo médio dos processos desde inicial até a sentença foi de 4
anos e 6 meses nas varas estaduais (primeiro grau). Imagina-se, portanto que
as partes em conflito carregam mágoas, ressentimentos, dor, raiva e muitos
outros sentimentos ruins por muito tempo, persistindo, esses sentimentos, até o
fim da lide. Ainda há que se falar da paralisia na vida de muitos que, sem uma
resolução de seus problemas, não conseguem dar andamento em suas vidas.
Já disse Luiz Alberto Warrat em seu texto, O ofício do mediador:

Os sentimentos sentem-se em silêncio, nos corpos vazios de pensamentos. As pessoas, em


geral, fogem do silêncio. Escondem-se no escândalo das palavras. Teatralizam os
sentimentos, para não senti-los. O sentimento sentido é sempre aristocrático, precisa da
elegância do silêncio. As coisas simples e vitais como o amor entende-se pelo silêncio que as
expressam. A energia que está sendo dirigida ao ciúme, à raiva, à dor tem que se tornar
silêncio. A pessoa, quando fica silenciosa, serena, atinge a paz interior, a não violência, a
amorosidade. Estamos a caminho de tornarmo-nos liberdade. Essa é a meta mediação.

É nesse sentido que a mediação se mostra uma solução lógica e mais


eficiente, na medida em que a homologação de uma mediação pode ocorrer
em dias ou poucos meses, tempo ínfimo se comparado aos quase cinco anos
de um processo judicial. As partes, além de obterem a resolução de seus
conflitos de forma célere, participam efetivamente da resolução da lide.

É sabido que com o passar dos anos as sociedades evoluem de todas


as formas e as relações entre as pessoas têm se tornado mais complexas. O
resultado disso é uma evolução no volume dos conflitos. O poder judiciário,
como afirmado acima, não tem capacidade física para decidir sobre todos os
litígios que ocorrem. Nesse ponto a mediação tem se tornado um grande
“desafogador” da Justiça, promovendo acordos rápidos e menos custosos para
todas as partes. Além disso, houve uma mudança no conceito de que um Juiz
é um terceiro imparcial e capaz de decidir as lides de forma justa. A sociedade
e o próprio poder judiciário têm visto na mediação uma forma de pacificar a
relação entre as pessoas. Muitas vezes a solução exarada por um Juiz pode
ser justa, porém não cria paz entre as partes. Mágoas, culpas mútuas, raiva,
etc. não são atacados por métodos judiciais, uma vez que os contendores não
participam da decisão.

Redução de custos para o Estado – Segundo dados do Estatística do


Poder Judiciário (CNJ) as despesas totais do judiciário em 2022 foram de R$
116 bilhões, sendo que o estoque de processos pendentes em junho de 2023
somava 79,5 milhões. Grosso modo, o gasto por processo é de R$ 1.458,21.
Note-se que, ainda de acordo com o CNJ, ingressam mais de 30 milhões de
processos todos os anos no poder judiciário, sendo que pouco mais de 28
milhões são conclusos.

Em 2022, foram 3.508.705 as sentenças homologatórias de acordo


proferidas. Isso representou 12,3% do total de sentenças exaradas no período
(CNJ). Nos últimos 8 anos houve um crescimento médio anual de 2% nas
soluções de conflito via MASC. É fácil de se observar, portanto, que se tratam
de números ainda tímidos, porém se vistos pela ótica da oportunidade, temos
um potencial imenso de redução de custos no judiciário.

Não conseguimos precisar qual a economia promovida pela mediação e


outros métodos alternativos de solução de conflitos, porém podemos comparar
os gastos totais do judiciário do Brasil com os EUA, onde a mediação resolve
nove em cada 10 casos que entram no judiciário (dado apresentado em
conferência feita pelo juiz federal norte-americano John Clifford Wallace em
2016). Se utilizarmos o PIB (Produto interno bruto) como referência, no Brasil o
gasto total do judiciário é de 1,2% sobre esse indicador, enquanto que nos EUA
é de 0,14%. Ou seja, os gastos no Brasil têm potencial de redução de mais de
oito vezes, dos atuais R$ 116 bilhões para R$ 14 bilhões.
Redução dos custos para as partes – Os custos para as partes
envolvem normalmente taxas da justiça, encargos e custas da parte. Na
mediação, principalmente aquelas que vêm para o NPJ e CEJUSCs não
existem taxas da justiça, encargos e, quase sempre inexiste a necessidade da
atuação de um advogado. Desta forma, as despesas totais se reduzem
drasticamente. Vale destacar que boa parte dos litígios que são resolvidos em
nossa esfera de atuação já contam com justiça gratuita, de modo que a
economia é um pouco menor.

Á parte das despesas diretas com o processo, podemos afirmar que as


custas com a espera pela resolução da lide muitas vezes causam prejuízos
financeiros reais. Como exemplo podemos citar a espera pela resolução de
caso que envolva alimentos, que com a demora em sua resolução, pode
causar prejuízo para o requerente.

Participação direta na resolução da lide – Em se tratando de um


procedimento informal, onde prevalece a oralidade, o alcance de uma solução
em conjunto torna as partes mais empoderadas, uma vez que se vêm como
capazes de resolver suas questões, e consequentemente, se põem mais
dispostas em cumprir o acordo estabelecido.

A resolução de conflitos via MASC previne de certa forma a ruptura familiar,


conduzindo a uma forma mais cooperativa e não patológica quando uma
relação é desfeita. As resoluções via MASC evitam as acusações e as faltas
imputadas a outra parte, ao contrário, promove o diálogo, sem
necessariamente designar um culpado perante a sociedade.
CONCLUSÃO:

A mediação familiar é um processo em que um mediador ajuda membros de


uma família a resolver conflitos e tomar decisões sobre questões como
divórcio, guarda de filhos, herança e outros assuntos familiares. A psicologia
desempenha um papel importante na mediação familiar, pois os psicólogos
podem ser envolvidos para ajudar a entender as necessidades emocionais e
psicológicas dos envolvidos e facilitar a comunicação eficaz. A combinação de
mediação familiar e psicologia busca promover soluções mais equitativas e
satisfatórias para os desafios familiares.

BIBLIOGRAFIAS

https://ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/85.pdf
https://www.scielo.br/j/pe/a/pTRdznL9Lv4RH9TCRWPBv5x/
Correia, M., & Campos, H. R. (2004). Psicologia Escolar: histórias, tendências e
possibilidades. Em O. H. Yamamoto & A. C. Neto (Orgs.), O psicólogo e a escola: uma
introdução ao estudo da psicologia escolar (pp. 137-185). Natal, RN: EDUFRN.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1988). Brasília.


Disponível: http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/

https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0660.pdf
https://www.fag.edu.br/mvc/assets/pdfs/anais-2017/BRUNA%20STHEFANI
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Fonte: IBDFAM: A mediação transformativa na composição de conflitos
familiares: perspectivas a partir do Direito de Família Mínimo e dos Direitos
Humanos

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