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CONFLITOS ESCOLARES
DIÁLOGOS E PRÁTICAS
RESTAURATIVAS NO
AMBIENTE ESCOLAR:
Secretário de Estado de Educação
ALAN RESENDE PORTO
Elaboração
Núcleo de Gestão de Conflitos Escolares
Revisão Ortográfica
Waldney Jorge De Lisboa
Fale Conosco:
(65) 3613-6453
mediacao.escolar@edu.mt.gov.br
APRESENTAÇÃO
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Sumário
01 APRESENTAÇÃO
04 INTRODUÇÃO
05 JUSTIÇA RESTAURATIVA
11 PROCESSO CIRCULAR
14 ESCUTA ATIVA
15 ACOLHIMENTO
17 REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
A escola é um espaço de socialização por excelência, que
possibilita aos estudantes o entrelaçamento com um universo
além do ambiente familiar. Justamente por ser um espaço plural e
de diversidade social e cultural, a escola também se caracteriza
como um espaço de conflitos. Aprender a lidar com os conflitos
escolares de forma positiva é essencial para o desenvolvimento de
relacionamentos saudáveis e de um ambiente escolar sustentável.
O conflito é geralmente visto como sinônimo de problema, afinal
ele incomoda e desestabiliza relacionamentos. Contudo, os
conflitos em si não são bons ou ruins, apenas naturais da condição
humana. Cada um percebe o mundo de uma forma única e por
isso existem divergências quanto às ideias e opiniões.
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O Núcleo de Gestão de Conflitos Escolares elaborou essa cartilha com
o objetivo de auxiliar os profissionais da educação na atuação
preventiva para diminuir os casos de violência e conflito escolar,
objetivando a promoção da Cultura de Paz. Nesse material, alguns
conceitos serão discutidos, sendo eles o Processo Circular, Mediação de
Conflitos, Comunicação Não Violenta, Escuta Ativa e Acolhimento.
Assim, quando falarmos sobre situações conflituosas, poderemos
intervir com embasamento nestes conceitos, bem como, trabalhar
preventivamente nas unidades escolares tencionando a promoção da
cultura de paz, pautado no diálogo, senso de respeito e estímulo da
inteligência socioemocional.
JUSTIÇA RESTAURATIVA
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POR QUE AS PRÁTICAS RESTAURATIVAS
SÃO IMPORTANTES NAS ESCOLAS?
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A mediação não resolve apenas o conflito
como também reconstitui o diálogo entre as
partes e as estimula a encontrar soluções que
as satisfaçam mutuamente, promovendo
acordos mais efetivos. Entre eles destacam-se:
Conflitos Causas
Fonte: “Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação”. Álvaro
Chrispino, 2007.
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A figura do mediador surge como um facilitador, não como um
interventor da tomada de decisão para a dissolução do conflito.
Um mediador deve ser imparcial, ter integridade absoluta e
competência técnica em comunicação não violenta e no
processo de mediação.
O mediador é imparcial e o responsável pela interação entre os
envolvidos no conflito. Utiliza técnicas de mediação com objetivo
de possibilitar alternativas para facilitar o diálogo com objetivo de
ampliar as possibilidades de resolução dos conflitos, construindo
acordos mutuamente aceitáveis.
Enfatiza Warat (2001, p.26) que tanto para mediar, como para
viver, é preciso sentir o sentimento. O mediador tem que intervir
sobre os sentimentos das pessoas, ajudá- las a sentir seus
sentimentos, renunciando à interpretação.
Postura ativa
Escuta
Mediador
Paciência
Sem julgamento
Colocar-se no lugar
do outro
Proatividade
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QUAIS AS VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA
MEDIAÇÃO ESCOLAR?
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PROCESSO CIRCULAR
COMO SE ESTRUTURA?
Cerimônia de abertura;
Objeto da palavra;
Identifcação de valores;
Perguntas norteadoras;
Cerimônia de encerramento.
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Ainda que um Círculo de Construção de Paz se apoie em
componentes e elementos fundamentais para a sua interação, é
de suma relevância destacar que cada vivência é ímpar, não
segue uma receita de bolo uma vez que o círculo abraça
cotidianos e pessoas diferentes, com a sua história e motivação.
Pelo fato de ser uma experiência única em cada encontro, isso faz
da justiça restaurativa uma ferramenta que pode ser construída
em diversas circunstâncias dentro de um ambiente escolar, bem
como abarcar vários grupos etários.
A prática desta assume a possibilidade de novos caminhos para
resolver conflitos de forma positiva, não violenta, com técnicas de
bem-estar, dentre outros. Logo, percebe-se o quão necessário se
faz ter esse hábito nas unidades escolares como um dos métodos
para mediar conflitos com uma compreensão respeitosa e
atenciosa.
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OBSERVAÇÃO: refere-se a situações que observamos e
vivenciamos e que afetam nosso bem-estar;
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Dito isto, cabe lembrarmos que não podemos descartar que praticar a
comunicação não violenta pode ser um desafio justamente pela posição de
vulnerabilidade que é assumida e uma fala honesta que está fora do habitual. Se é
criado um campo seguro para ser vulnerável, é mais fácil identificarmos as raízes
de uma discussão até então tida como irremediável já que as pessoas envolvidas
tiveram trocas livres de disputas, dissociadas do outro ser responsável pela nossa
raiva, com as necessidades e os pedidos postos de maneira saudável e clara.
Falar sobre escuta ativa tem tudo a ver com estar consciente e presente
durante o diálogo com o outro. Para fazer a prática dessa, é essencial se apoiar na
empatia: uma compreensão respeitosa aberta para ouvir sem avaliar, exercendo
um olhar afetivo pautado no acolhimento, objetivando que o ouvinte absorva de
fato o conteúdo transmitido pelo interlocutor. Quando escutamos ativamente o
outro ser humano, estamos criando solos férteis para que ele se sinta
compreendido, que receba a nossa compaixão e então se abra para fazer seus
pedidos sem que haja receios e resistências.
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O acolhimento escolar é considerado o ato de recepcionar o estudante e seus
familiares, desde a sua entrada, responsabilizando-se por ele, praticando a escuta
ativa, permitindo que ele expresse suas preocupações e necessidades, garantindo
atenção resolutiva e articulação com outras políticas públicas para a
continuidade do atendimento quando necessário. É poder qualificar a relação
entre estudante e comunidade escolar, atribuindo ao espaço escolar um
ambiente saudável, acolhedor e de proteção.
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Para tanto, o acolhimento ocorre de acordo com cada estudante e
comunidade escolar, sendo assim, o acolhimento deve ter um olhar mais
específico com a realidade de cada um. Cabe ressaltar que a participação da
família e toda a comunidade escolar é fundamental nesse processo de
integração. Uma das possibilidades desse dinamismo é, logo no início do ano
letivo, a realização de reuniões, discutindo a proposta da escola, estipulando as
principais regras contidas no regimento escolar, explicando o método de ensino
que será utilizado e, uma das principais, é fomentar sobre o papel de escola e
família em tudo isso. As reuniões devem acontecer mais vezes durante o ano,
tornando um compromisso de importância e transparência. E para além disso, a
escola precisa promover atividades durante todo o ano letivo.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
BRASIL. Lei Nº 13.431, de 4 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos
da criança e do adolescentes vítima ou testemunha de violência.
CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos
de mediação. Revista Eletrônica Ensaio: Avaliação e políticas públicas em Educação. Rio
de Janeiro. Volume 15. Número 54. Páginas 11- 28. Período janeiro/março 2007
SILVA, Glebson Moura; CARVALHO, Deise Patrícia Freitas de Oliveira; MELO, Deborah Brandão
de. O Processo Circular enquanto ferramenta para a gestão de conflitos em uma
Unidade Básica de Saúde. Saúde em Debate. 2020.
VALENT, Isabela Umbuzeiro; MACHADO, Anita; CORSINI, Leonora. Comunidades
heterogêneas, produção do comum e acolhimento ao incomum. Nova Perspectiva
Sistêmica, v. 29, n. 66, p. 113-121, 2020.
Disponível em:
<https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2019/maio/justica-restaurativa-
entenda-os-conceitos-e-
objetivos#:~:text=Segundo%20a%20defini%C3%A7%C3%A3o%20adotada%20pelo,o%20tra
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