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AUTISMO E TECNOLOGIA:

DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE
APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
TEA: INCLUSÃO E TECNOLOGIA DE MÃOS
DADAS
.03
TEA: INCLUSÃO E
TECNOLOGIA DE
MÃOS DADAS
Organização Autoras
Reitor da Pró-Reitora do EAD Edição Gráfica
Ana Clarisse UNIASSELVI e Revisão
Luciana
Alencar Barbosa Prof.ª Francieli Stano
Marcelo Martins Torres
Fonfoka
Prof. Hermínio Kloch UNIASSELVI
Valéria Becher Trentin Karen Sartori

Quem não gosta de ouvir uma música? Ver um vídeo ou até mesmo
se entreter com um aplicativo de perguntas? Fácil de responder! A grande
maioria adora esse colorido e a possibilidade de interação que esse mundo
tecnológico dos pixels e animações nos proporciona e com as crianças não
seria diferente.

Todavia, a grande pergunta que nós fazemos é: o que essa tecnologia


pode auxiliar na inclusão e como qualificar o processo de desenvolvimento
do indivíduo? Para isso precisamos compreender a tríade educação, inclusão
e sistema organizacional da nossa sociedade.

Os autores Leite, Borelli e Martins (2013 apud SILVA; ARTUSO; TORTATO,


2020, p. 165) refletem a respeito desta tríade que:

A educação inclusiva significa debater perspectivas inerentes não somente


adstritas à educação, mas também a uma perspectiva mais abrangente; exige
a abordagem de problemáticas que digam respeito a fatores econômicos,
sociais e político-administrativos que possam viabilizar a construção de uma
pedagogia que seja capaz de promover o respeito à diversidade humana.
Todavia, o êxito dessa tarefa depende do modo de tratamento dado à
diversidade, visto que, se tratado de forma equivocada, poderá resultar em
desigualdade social. Para que esse feito indesejado não ocorra, emerge a
necessidade de promover a criação e manutenção de práticas diferenciadas.

Para que seja adaptado o uso das tecnologias ao processo de ensino é preciso
olhar para o currículo, esse deve viabilizar esse olhar e contemplar as diversidades
para que se possa fazer um trabalho com base forte, conforme explicitam Leite,
Borelli e Martins (2013 apud SILVA; ARTUSO; TORTATO, 2020, p. 171):
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
[...] as adequações no currículo podem ser entendidas como estratégia
didático-pedagógica que contemple a diversidade em questão e seja capaz de
oferecer respostas educativas aos alunos com deficiência que se encontram
distantes da apropriação de conteúdos curriculares para o ano ou ciclo de
ensino frequentado, convergindo para a proposição de um plano de ensino
que respeite as diferenças acadêmicas e os ritmos de aprendizagem de todos
os alunos.

Bozio (2020, p. 2), no artigo sobre “Tecnologia na inclusão para o site


Escolas Exponenciais”, ilustra:

O uso dessas ferramentas busca proporcionar à criança ou pessoa com


deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão escolar e/ou
social. Entende-se como tecnologia tudo o que foge de um quadro e giz! A
tecnologia promove diferentes formas de ampliação da comunicação desse
aluno, de sua mobilidade, de seu controle do ambiente, de habilidades de seu
aprendizado, além de integração com a família, amigos e sociedade.

A pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta como a


maior característica um distúrbio do desenvolvimento humano associado
principalmente ao comprometimento nas habilidades de comunicação e
socialização ligadas às áreas da comunicação. Santos e Vieira (2017, p. 221)
elencam as dificuldades do autista:

São perceptíveis as manifestações dos déficits do autismo no cotidiano da


criança. O déficit na comunicação/linguagem pode ser encontrado com
a ausência ou atraso do desenvolvimento da linguagem oral. Já o déficit
na interação social é recorrente ao autismo, tendo em vista a falta de
reciprocidade, a dificuldade na socialização e o comprometimento do contato
com o próximo. E outro fator perceptível no autista é o déficit comportamental,
onde se encaixa a necessidade do autista em estabelecer uma rotina, além
dos movimentos repetitivos e as estereotipias, presentes na maioria dos casos.

Em razão do transtorno, é comum ver os autistas apresentarem fascinação


por estímulos visuais, bem como aversão ou simpatia por gostos ou cheiros
específicos. Problemas comportamentais como hiperatividade e déficit de
atenção também são atribuídos ao transtorno autista, bem como problemas
de saúde que vão desde os gastrointestinais até dificuldades de alimentação
e sono (SILVA; MULICK, 2009 apud SILVA; ARTUSO; TORTATO, 2020, p. 171).

A utilização das tecnologias tem um importante papel na efetivação da


educação inclusiva, sobretudo em relação às crianças autistas. Tal importância
decorre do fato que recursos tecnológicos utilizados nesse meio tem o condão
de resultar em aperfeiçoamento das habilidades do autista, além de melhorar
a qualidade de vida e ajudar na acessibilidade. Na área acadêmica, pesquisas
e estudos em Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) têm fortalecido ainda
mais a tarefa de educar de forma inclusiva (VIER, 2016). Ainda no que tange
ao CTS e sua relação com a educação inclusiva, é importante salientar:

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A cada dia, mais envoltos pelas questões científicas e tecnológicas, é
impossível negar as contribuições da ciência e da tecnologia para a sociedade
atual. Entretanto, é importante atentar para a necessidade de formação do
sujeito para as questões científicas e tecnológicas, de proporcionar ao aluno
uma ACT na qual espera-se que os saberes científicos a serem assimilados
por eles, de fato contribuam para sua formação e sua inserção social (VIER,
2016, p. 15).

Ensinar CTS na perspectiva da educação inclusiva exige que o educador


esteja apto para exercer tal tarefa; todavia, isso pode ser considerado um entrave
a muitos professores. A missão do educador na transmissão de conteúdos
relacionados à CTS é árdua, pois significa reunir pensamentos, conceitos, leis,
teorias, tudo isso numa linguagem científica, isto é, trazer a complexidade
do CTS de uma maneira que possa ser assimilada pelos alunos, viabilizando
assim, o êxito no processo educacional. Não são poucos os educadores que
têm problemas, em especial, na transmissão dessa linguagem científica aos
alunos, o que pode comprometer a execução integral do currículo escolar
(VIER, 2016 apud RIBEIRO; BENITE, 2013). De acordo com Vier (2016, p. 169):

A inclusão educacional ainda é considerada um desafio para muitos educadores,


ao assumir a proposta de promover a inclusão por meio da abordagem CTS
espera se, muito além da proposição de recursos e estratégias de ensino,
uma postura epistemológica diferenciada que priorize a participação social
do sujeito independente de suas condições e, principalmente, a efetivação
da escolarização, em que o sujeito seja agente de sua aprendizagem.

A utilização de tecnologias em ambientes digitais/virtuais de aprendizagem


mostra que o aluno “é o agente ativo no processo de construção do seu
conhecimento”; nesse modo interacionista, a aprendizagem da criança se
dá mais especificamente pelo processo interativo, absorvendo os conteúdos,
através da descoberta (CONFORTO et al., 2010 apud SILVA; ARTUSO; TORTATO,
2020), o que se configura como um excelente método de aprendizado para
a criança.

Embora o conceito de tecnologia seja muito mais abrangente, este trabalho


tem, como foco, os recursos tecnológicos, especificamente softwares,
programas e aplicativos que possam ser usados pelos professores no âmbito
escolar para ensinar os alunos autistas, assim como pela família que, por
meio das ferramentas disponíveis na internet, e mais especificamente dos
aplicativos de dispositivos de telefonia móvel, como smartphones, tablets,
IPhones etc., possa ajudar a criança a desenvolver habilidades e aprender
(SILVA; ARTUSO; TORTATO, 2020, p. 172).

É notório que indo ao encontro dos autores referidos, as ferramentas


tecnológicas podem e devem ser utilizadas como aliadas no processo de
desenvolvimento do aluno para que possamos, através do rico mundo de
recursos, vislumbrar as melhores estratégias para auxiliar o processo de
aprendizagem.

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FONTE: As autoras

Conforme a figura anterior mostra, as tecnologias proporcionam a inclusão


da criança, não apenas visando seu desenvolvimento cognitivo, mas buscando
incluí-la num mundo digital, e uma inclusão social oportunizando que seu
desenvolvimento seja feito de forma digna. Ao alinharmos a inclusão com o
desenvolvimento integral do aluno autista, utilizando as ferramentas como
fonte de informação e conhecimento, traz-se um olhar repleto de dignidade
e acima de tudo, muito respeito. Por possibilitar o desenvolvimento humano
e auxiliar na comunicação do espectro, o educando tem sua aprendizagem
personalizada e sua individualidade preservada.

3.1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: PRIMEIRA REGRA BÁSICA –


CONHECER PARA INCLUIR
Já pensou em fazer uma viagem totalmente às cegas? Sem saber nem
aonde está indo? Se eu não sei, como poderei dizer algo? Deve estar se
perguntando: o que viajar tem a ver com o tema aqui abordado? Respondo:
Tudo!

Ao falar em inclusão ainda estamos trabalhando num vasto campo


desconhecido, onde muitos de nós acabamos por deixar de lado, ou por não
conhecer o assunto, cometer erros por falta de conhecimento, por isso a
importância de conhecer para realmente incluir.

Segundo Nascimento e Cruz (2016, p. 7), a questão da inclusão escolar


da pessoa com deficiência vem sendo amplamente discutida na nossa
sociedade. Desde 1988, a Constituição Federal reconhece em seu 6° artigo a
educação como direito social; e em seu 205° artigo que é dever do Estado
e da família assegurá-lo, garantindo também igualdade de condições para o
seu acesso e a sua permanência. É assim que o debate sobre a escolarização
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dessa parcela da população vem ganhando espaço e visibilidade. Ressaltando,
ainda, que temos muitos documentos, leis e decretos, como a Declaração
Mundial de Educação para Todos – Conferência de Jontiem (1990), Declaração
de Salamanca (1994), Convenção Internacional sobre o direito das Pessoas
com Deficiência (2007), instituído pelo Decreto n° 6.949/09, Convenção de
Guatemala (1999) promulgada pelo Decreto n° 3.956/01, foram criados com o
intuito de possibilitar que todas as crianças, sem nenhuma distinção, tenham
o seu direito à educação garantido na rede regular de ensino. Os autores ainda
trazem dois grandes pontos fundamentais e que não podemos esquecer: A
LDB, Lei de diretrizes e bases da Educação (Lei nº 9394/96) e o Plano Nacional
de Educação (PNE), principalmente a meta número quatro:

As normativas de aspecto nacional mais conhecidas são as Leis de Diretrizes


e Bases Nacional da Educação n° 9.394/96 que em seu artigo 58° entende
a educação especial como modalidade da educação escolar devendo ser
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo que
os sujeitos dessa ação tenham currículo, método, técnicas, recursos e
organizações especificam adequadas às suas necessidades. A meta 4 (quatro)
do Plano Nacional de Educação, Lei n° 13.005/14 também corrobora nesse
sentido e busca universalizar para a população acesso às salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados e uma série de outras estratégias associadas com essa finalidade.

Ainda, Nascimento e Cruz (2016, p. 7) nos trazem um ponto bem


específico em relação ao autismo e seus direitos no que tange aos espaços
educacionais:

[...] em relação ao autismo, é com a Política Nacional da Educação Especial


na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) que a terminologia
“transtornos globais do desenvolvimento” onde se incluem esses alunos,
aparece pela primeira vez em documentos oficiais; e é com a Lei n. 12.764/12
que se institui, através da Política Nacional de Proteção dos direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista, diretrizes específicas para o cumprimento
dos seus direitos, entre eles, a educação.

Deli (2021, p. 4), no seu artigo, mostra que, segundo dados do IBGE de
2018, 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, ou seja: quase
1 em cada 4 brasileiros. Para muitos pode ser apenas um número, porém, é
algo significativo, como ele mesmo ressalta, “mesmo com universo tão grande,
ainda é comum encontrar pessoas que não compreendem o conceito de
inclusão. E a culpa não é delas! Muitos dos problemas são consequências da
falta de informação” (DELI, 2021, p. 4).

E, continuando em sua ideia, Deli (2021) mostra uma explicação pontual


para o termo INCLUSÃO, onde ele aponta que este é abrangente e pode ser
aplicado em diversas situações. Embora seja mais utilizado em sua forma
primária, que é a inclusão social, é preciso saber que, inclusão da Pessoa com
Deficiência (PCD) não necessariamente tem a ver com a sua CONDIÇÃO social.

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Para conhecer e saber como incluir é preciso saber como devemos
chamar a pessoa, e para isso existe uma terminologia correta. Todos gostamos
de ser chamados por nossos nomes, então chega de apelidos e palavras
carregadas de preconceitos. A Inclusão quando compreendida no seu conceito
e com a ajuda das tecnologias diminuem as barreiras entre as pessoas e os
espaços. Ao abordarmos sobre o autista, a inclusão com o uso das ferramentas
tecnológicas irá favorecer as estratégias para qualificar as abordagens no
processo de aprendizagem, por isso a importância de conhecermos para de
fato conseguir incluir.

Denise Aragão (2019, p. 2), do Instituto Priorit, apresenta dez sugestões


de como compreender melhor e, consequentemente, conhecer esse mundo
azul do Transtorno do Espectro Autista (TEA), para que seja possível realmente
incluir o ser humano valorizando-o e respeitando-o.

1. Ao se dirigir a uma pessoa com autismo, jamais use a expressão: “ele tem
um problema/probleminha, né?”. Problema temos nós, que temos contas
a pagar, pendências a resolver todos os dias. Longe de ser um simples
capricho nosso, usar o termo correto para se referir à condição de nossos
filhos significa empatia e respeito para com eles. Portanto, o termo correto
é Transtorno do Espectro Autista.
2. JAMAIS use expressões como “mal-educado”, “sem educação”, “birrento”
quando vir uma criança e/ou adolescente apresentando um comportamento
que você desconhece. Muito provavelmente, aquela criança/adolescente
que você insiste em rotular como mal-educado(a) tem autismo e você
perdeu um tempo precioso julgando uma situação que desconhecia.
3. Pessoas com TEA podem se desorganizar em lugares públicos por razões
sensoriais – em um shopping lotado e muito barulhento, por exemplo – e
apresentar alterações comportamentais. Se isso acontecer com alguém
próximo a você, em algum local público, não fique olhando, comentando,
cochichando e/ou criticando a ação dos pais. Atitudes como essas não
agregam em nada, apenas magoam a pessoa com autismo e seus familiares.
Em vez disso, aproxime-se e ofereça ajuda, perguntando se você pode ser
útil de alguma forma naquela situação.
4. Quando for falar com alguma pessoa com autismo, aja com naturalidade.
Não trate adultos com TEA de forma infantilizada. Lembre-se também de
que autistas não verbais compreendem o que falamos, portanto FALE com
eles. É muito comum as pessoas falarem sobre as pessoas com TEA na
presença desses, como se ali não estivessem.
5. Conselhos são bem-vindos, mas CRÍTICAS destrutivas NÃO!!! Não critique
uma realidade que você sequer sonha em conhecer, pois, justamente por
este motivo, terá dificuldades em opinar a respeito. Uma vez mais: o dedo
que se levanta para apontar seria melhor aproveitado caso se tornasse uma
mão estendida.
6. Evite julgamentos! Mães de autistas costumam ser julgadas e “condenadas”
com muita frequência, pelos mais diversos motivos: ora porque somos

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ansiosas demais; porque nos preocupamos em demasia com o futuro
ou porque estamos estressadas. A grande verdade é que, como todo e
qualquer ser humano, também cometemos erros, mas estamos sempre nos
superando e nos doando todo o tempo. Em alguns dias, podemos chegar
ao limite de nossas forças e tudo o que NÃO precisamos é que alguém
nos julgue.
7. Este item em especial se aplica à família e todos aqueles que podem
colaborar. “Mãe especial, guerreira, escolhida, tenho muita admiração por
você”.  Todos esses adjetivos são lindos e emocionam muito, mas se tornam
vazios e sem propósito se não forem acompanhados de ações práticas. O
fato de sermos “especiais” ou “escolhidas” não significa que não precisamos
de ajuda. Se você nos admira, ofereça-se para ficar uma tarde com o
sobrinho/neto/afilhado, para que possamos caminhar no parque, dar uma
volta no shopping ou tomar um café com as amigas. Se não dispor desse
tempo, esteja disponível para nos ouvir. Às vezes, uma simples conversa
é tudo do que precisamos… Lembre-se de que é necessário e vital cuidar
de quem cuida.
8. Se na classe de seu filho, na escola, existe uma criança/adolescente com
autismo ou com qualquer outro transtorno, síndrome ou deficiência,
NUNCA deixe de convidá-lo para as festas de seu filho, quando você as
fizer. Parece absurdo, mas essas situações acontecem com frequência
e MACHUCAM nossa alma e sangram nosso coração. Tenham EMPATIA!
Pensem em como vocês se sentiriam se agissem dessa forma com seus
filhos...
9. E, finalmente, o último item deste guia... Importantíssimo: não utilize o
termo autismo de forma depreciativa! Em nenhuma circunstância, use
o termo para ofender ou depreciar alguém ou alguma situação. Autismo
não é xingamento! É uma condição e as pessoas com autismo exigem e
merecem todo nosso respeito, carinho e amor.

Um fator primordial e base para compreensão do autismo é o entendimento


da heterogeneidade do transtorno. É necessário perceber que cada indivíduo
possui características únicas, e assim possibilitar que eles sejam incluídos e
acolhidos na sociedade de modo a proporcionar-lhes maior desenvolvimento
e qualidade de vida.

Veja o vídeo da Coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil no


RS, Luciana Mendina que abordará sobre conhecer para poder incluir.

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3.2 SEGUNDA REGRA BÁSICA: INCLUIR É MAIS QUE INTEGRAR
Falar em inclusão é lindo, ouvimos tantos discursos e estratégias,
compramos livros, participamos de palestras, decoramos termos, aprendemos
novas formas de ensinar, planejar e tudo mais que possam compor o ato
pedagógico, porém, esquecemos de fazer o exercício mais importante, o da
empatia. Todavia, o que seria empatia?

Segundo o dicionário Michaelis (2009, p. 321), empatia significa:


“habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa. Ou, compreensão
dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem. Ou ainda, capacidade
de interpretar padrões não verbais de comunicação”. Ao ler as definições,
podemos perceber que empatia é mais que simplesmente palavras, e quando
trazemos para o mundo da diversidade, principalmente para falarmos sobre
TEA, ela faz muito sentido.

Numa sociedade que cobra tanto das famílias, em especial das mães
que tenham filhos “perfeitos”, sob a ótica de uma padronização, quando
saímos desta “caixinha”, muitas vezes não somos vistos ou somos esquecidos,
acabamos sofrendo do capacitismo.

CAPACITISMO: refere a toda forma de discriminação e preconceito


social contra pessoas com qualquer tipo de deficiência física, mental,
comportamental ou sensorial (LIBERALESSO, 2020, p. 1).

Segundo Liberalesso (2020), ao perceber a existência do capacitismo,


iniciamos por também permitir que o outro não tenha o seu direito garantido
e isso mostra que nossa sociedade não sabe e nem consegue lidar com as
diferenças de cada um.

Vamos nos colocar no lugar do outro? Clique e escute o PodCast sobre


autismo e capacitismo:

É preciso entender que é necessário se colocar ali, no lugar do outro,


especialmente, procurar compreender como ele se sente em não ser o que
os padrões gostariam que fosse e que determinam nossas relações humanas.

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FONTE: As autoras

Essa figura nos mostra a união entre o que ouvimos nos relatos do
podcast e no conceito de capacitismo, que apontam para a importância do
uso da comunicação como base para a relação com o autista. As estruturas
organizacionais, ou seja, escolas, órgãos e políticas públicas acabam por falhar
na forma como chegar ao público. Muitas vezes, ao invés de incluir acabam
por deixar de lado o aluno com o transtorno, porque as formas de interações
não estão objetivando as redes de relações e as maneiras de como fazer
para que o processo seja na busca de trabalhar em cima das capacidades
dos indivíduos. A grande maioria das estruturas busca integrar, e veem isso
como um progresso na evolução da inclusão, porque hoje as crianças estão
dentro da escola e realizando as atividades sem aquela personalização e
entendimento de como realmente adaptar a instituição, a turma e as atividades
para a particularidade daquele aluno.

O transtorno não impossibilita o indivíduo de interagir ou se desenvolver,


e ele tem o direito à educação e de viver em sociedade. São direitos
fundamentais, assim sendo, a Constituição Federal de 1988, traz como um dos
seus objetivos fundamentais, “promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”
(BRASIL, 1988).

Embora nossa carta magna nos dê todos os direitos de igualdade, o


diálogo se perde quando eu consigo perceber esse indivíduo, essa família e

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principalmente o direito de não ter que ser rotulado ou destacado. Notamos
no podcast que o capacitismo está intimamente ligado ao autismo e inclusive
com a frase: e se fosse meu filho?

Nossas instituições estão preparadas para ver um aluno com autismo se


destacar por sua capacidade? Ou, por questionamentos sobre se ele poderá ou
não ser capaz de algo? Sobre padrões? Ao falarmos sobre o aluno com autismo
se destacar, muitos ignoram que o autismo é definido como uma síndrome
comportamental que prejudica o desenvolvimento motor e psiconeurológico
do indivíduo, dificultando a sua cognição, linguagem e interação social.

O fato de sua etiologia ser desconhecida, agrava a precisão do diagnóstico


precoce e influencia diretamente nas formas de tratamento (PINTO et al., 2016
apud JULIÃO; MELO; ENETÉRIO, 2020). Compreendido em dois domínios, o
Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de estar associado à dificuldade
de comunicação e interação social, está relacionado a comportamentos
restritivos e repetitivos (MAPELLI et al., 2018 apud JULIÃO; MELO; ENETÉRIO,
2020). Santos e Vieira (2017) caracterizam o TEA como a principal causa
nas dificuldades na interação social, na comunicação, nos comportamentos
repetitivos, e foca nos seus interesses muito específicos, relacionado ao
neurodesenvolvimento, manifestando na primeira infância.

Vale ressaltar que o paciente com TEA não tem que apresentar todos
esses aspectos juntos, nem com a mesma intensidade. A criança com autismo
pode falar sem ter a real intenção de se comunicar. Algumas conseguem até
se comunicar bem, porém a dificuldade reside em entender o que o outro
quer falar.

Ao pontuarmos as questões de comunicação as tecnologias servirão


para dar auxílio ao aluno que utilizará as ferramentas como possibilidade
de estratégias para o desenvolvimento. Os autores Weber, Santos e Cruz
(2014) destacam a importância de mediarmos um diálogo entre essas
interfaces e o contexto escolar, uma vez que é impossível não pensarmos
nos conhecimentos que podem ser favorecidos pelo uso dessas tecnologias
e das inúmeras possibilidades através da rede digital.

É possível verificar a presença das tecnologias da informação e da


comunicação em quase todas as instâncias da sociedade e as instituições
escolares não podem evitar que as mudanças decorrentes do uso das
tecnologias interfiram no ambiente escolar. Implicações culturais e técnicas
estão atingindo inevitavelmente os professores que têm de enfrentar o medo
do desconhecido e desenvolver competências para utilizar adequadamente
tais ferramentas, não só para motivar, mas para incluir os alunos.

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As tecnologias mudaram a forma de comunicar da educação. Hoje, as
TICs estão alinhadas em motivar e enriquecer o processo de desenvolvimento
da aprendizagem e, quando abordamos o autismo, ela se torna uma base
fundamental para o aprimoramento do aluno e a evolução da escola como um
todo. Falar em TICs é trazer à tona as tecnologias assistivas e a Comunicação
Aumentativa Alternativa (CAA), duas grandes aliadas para a aprendizagem
integral do autista.

É importante entendermos que, na Tecnologia Assistiva (TA), o termo


tecnologia assistiva, proposto por Sassaki (1996), no Brasil, representa algo “que
assiste, ajuda, auxilia” fazendo referência a equipamentos e técnicas além de
serviços utilizados para auxiliar pessoas com deficiência. Criado em 1988 com
o termo Assistive Technology como elemento jurídico dentro da legislação
norte americana, foi renovado em 1998 como Assistive Technology Act de 1998
e compõe, com outras leis, o ADA (American with Disabilities Act), que regula
os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA (SARTORETTO; BERSCH,
2020). No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas, instituído pela Portaria n° 142,
de 16 de novembro de 2006, define a tecnologia assistiva da seguinte forma:

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica


interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada
à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social (ATA VII – Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) –
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
(CORDE) – Secretaria Especial dos Direitos Humanos – Presidência da
República) (BRASIL, 2020).

Então, convidamos para viajarmos até o ano de 1994. Ano esse em que
a Declaração de Salamanca veio para mudar o cenário da educação mundial.
Sua elaboração ocorreu na cidade de Salamanca na Espanha. Segundo Santos
e Teles (2012, p. 81), “esse documento foi criado para apontar aos países a
necessidade de políticas públicas e educacionais que venham a atender
todas as pessoas de modo igualitário”. Essa declaração ainda enfatiza a real
necessidade da inclusão educacional das pessoas que apresentam quaisquer
necessidades educacionais especiais. Temos os documentos e não temos
políticas públicas, inclusive de diagnóstico precoce para as famílias.

O Autismo não tem uma única forma de se manifestar e de tratar,


sendo assim, acaba por muitas vezes mascarar e atrasar o tratamento e as
intervenções. Santana (2018, p. 2) destaca que:

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O TEA pode se apresentar em diferentes níveis de gravidade dos sintomas;
dessa forma cada caso deve ser avaliado de forma individualizada a fim de
que se possa encontrar o tratamento mais adequado. Em aproximadamente
60-70% dos casos observa-se algum nível de deficiência intelectual, enquanto
os indivíduos com autismo leve apresentam faixa normal de inteligência
e cerca de 10 % dos indivíduos com autismo têm excelentes habilidades
intelectuais para a sua idade 1. Algumas personalidades geniais possivelmente
foram exemplos de casos de portadores do TEA, entre elas podemos citar:
Isaac Newton, Vincent Van Gogh e Bill Gates.

É importante entender que o espectro do transtorno autista é amplo e


se manifesta de diferentes maneiras. Para algumas crianças a dificuldade pode
estar na fala, muito embora ela ouça e compreenda perfeitamente tudo o que
é dito e as ferramentas tecnológicas irão auxiliar neste processo. Compreender
o que os agrada e causa desconfortos é, portanto, essencial.

Um bom exemplo é o que as autoras Julião, Melo e Enetério (2020) nos


mostram quanto à comunicação. Seu uso com o autista em relação a TA
tem sua atuação para aqueles que perderam ou reduziram a função com a
comunicação ou expressão, por exemplo, ao auxiliar os alunos remanescentes
por meio de recursos, instrumentos e serviços. Nesse caso, uma das formas de
aplicação da TA para o autista pode ser identificada em um estudo realizado
por Oliveira et al. (2018), por meio da transformação de um texto utilizado na
área da saúde, em versos que seguiram as normas da literatura de cordel e por
isso despertaram a atenção do ouvinte em questão, sendo assim avaliaram
essa técnica de forma positiva. Notaram que poderiam utilizar aplicativos com
instrumentos musicais ou com pinturas, uma vez que cada criança apresentará
uma particularidade em seu diagnóstico.

Não deveria existir julgamentos, e sim uma teia de possibilidades de


estratégias para que cada um pudesse olhar o ser humano como único e não
estereotipado. O Autista é um SER HUMANO, dotado de suas competências
e habilidades que, ao descobrir que não faz parte desta caixinha inicia sua
batalha diária para provar que pode ser o que ele quiser e não apenas um
coitadinho. É necessário entender que: devemos fomentar políticas públicas
que proporcione a dignidade, a oportunidade, e que traga possibilidades para
o autista e sua família possam se desenvolver de forma sadia, e não com uma
marcação visando apontar que ele é diferente; buscar meios que o deixem
se desenvolver em suas capacidades, individualidades e potencialidades sem
ser visto com vitimismo ou com qualquer outro sentimento estereotipado.

Leia a reportagem da revista Nova Escola:

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


3.3 OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA E O USO
DAS TECNOLOGIAS
Não é de hoje que lemos e ouvimos que todos os ambientes devem
trabalhar e proporcionar a inclusão, principalmente no ambiente escolar, uma
vez que se acredita que o indivíduo é preparado para viver em sociedade desde
que nasce. No entanto, o que se percebe, na maioria das vezes, é uma inserção
das pessoas com o nome de inclusão. É perceptível que quando abordamos o
termo na sua base, ele é muito mais profundo e traz muito mais que o inserir,
ou, é mais do que o simples fato de matricular uma criança na escola. O que
de fato busca-se para poder fazer jus à palavra dita, é acompanhar e dar a
estrutura necessária para que tanto o professor quanto a escola possam dar
estrutura, não só física, mas humana para que a inclusão possa ocorrer de
fato, e não apenas uma integração.

O desafio que pode ser colocado é de discutir, nos mais variados âmbitos,
como a tecnologia pode melhor servir a sociedade e, assim, contribuir para
uma educação mais digna, humana e atenta às peculiaridades de cada aluno,
não somente dos autistas, mas de todos aqueles que precisem de uma ajuda
para se desenvolverem como cidadãos cônscios de suas responsabilidades,
de seus direitos e deveres. Assim, a utilização de recursos tecnológicos na
aprendizagem deve sempre objetivar o desenvolvimento da pessoa e de suas
habilidades buscando entender quem é o autista e compreender esse mundo
azul, como conhecemos socialmente.

A partir do momento que eu consigo entender o que é o espectro autista,


já permito então perceber que existem pessoas diferentes convivendo no
mesmo espaço (que neste caso é a sala de aula e o ambiente escolar), o que
antes não era visto, pois os alunos eram vistos como “uniformes”. Quando
aceitamos que temos diferenças podemos perceber outro ponto importante
que merece ser ressaltado: é a inserção da temática de recursos tecnológicos
e tecnologias digitais nos projetos pedagógicos no que tange a inclusão.

Cabe enfatizar que os recursos tecnológicos não devem ser tidos


como a única solução e usados como a salvação para educação, mas sim,
precisam ser pensados como mais uma ferramenta de complementação do
processo educacional. Não basta implementar softwares, usar programas e
aplicativos com fins educacionais; é necessário acompanhar a evolução do
conhecimento das crianças autistas que os utilizam; avaliar e acompanhar o
autista, de maneira a construir respostas de acordo com as características de
cada aluno. Conforme Conforto, “projetando instrumentos orientados para
o domínio de processos de conduta individuais e coletivos” a fim de que se
identifique o que pode ser melhorado e quais os erros que necessitam de
correção, pensando sempre na autonomia e no desenvolvimento do aluno
(CONFORTO et al., 2010).

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Ao falarmos de inclusão e do uso das TICs, falamos em respeitar o outro
e não mera integração, mas sim numa troca entre os seres com o intuito de
valorizar e aprender um com o outro. Incluir, na teoria, é algo que até parece
simples, quando sabemos exatamente com o que estamos lidando. Quando
trazemos a comunicação e as ferramentas tecnológicas como base de um
trabalho inclusivo com autismo, estamos falando de um transtorno que não
é único em todos, ou seja, não possui a mesma forma de se manifestar.
Independente do tipo de transtorno, o ingresso de uma criança autista em
escola regular é um direito garantido por lei, como aponta o capítulo V da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que trata sobre a Educação
Especial. A redação diz que ela deve visar a efetiva integração do estudante à
vida em sociedade. Além da LDB, a  Constituição Federal, a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, Estatuto da Criança e do Adolescente e
o Plano Viver sem Limites (Decreto n° 7.612/11) também asseguram o acesso à
escola regular. Sendo assim, legislações nós temos. Porém o incluir o autista
vai além de um papel repleto de direitos.

Destacamos o Art. 3º que são diretrizes do Plano Viver sem Limite


(Decreto 7.612/11), o qual diz:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo;
II - garantia de que os equipamentos públicos de educação sejam acessíveis
para as pessoas com deficiência, inclusive por meio de transporte adequado;
III - ampliação da participação das pessoas com deficiência no mercado de
trabalho, mediante sua capacitação e qualificação profissional;
IV - ampliação do acesso das pessoas com deficiência às políticas de
assistência social e de combate à extrema pobreza;
V - prevenção das causas de deficiência;
VI - ampliação e qualificação da rede de atenção à saúde da pessoa com
deficiência, em especial os serviços de habilitação e reabilitação;
VII - ampliação do acesso das pessoas com deficiência à habitação adaptável
e com recursos de acessibilidade; e
VIII - promoção do acesso, do desenvolvimento e da inovação em tecnologia
assistiva.

Porém, teremos que analisar:

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Conforme o esquema interior ilustra, o aluno autista na sociedade acaba
sendo a ponta de um Ice Berg tendo que contar, ou deveria, com todas as
outras estruturas que estarão ao seu redor. A primeira instituição responsável
por desenvolver seus vínculos e o estimulá-lo será a família que depositará
na escola a confiança de colaborar com o desenvolvimento desta criança.
A instituição família e escola dependem de algo maior chamado sociedade,
que é composta por nossos três poderes e suas atribuições. Poderes esses
que estão nas esferas Federais, Estaduais e Municipais com suas funções
específicas.

Quando falamos em sociedade e na inclusão de ferramentas tecnológicas


é preciso entender que: trabalhar inclusão do autista é ir além de legislações.
O tema tem sido bastante abordado por diversos campos sociais, mas ainda
se faz necessário discuti-lo. A importância da temática discorre ainda no
fato de como deve ser tratada a inclusão nas instituições escolares com o
uso das tecnologias, pois, esta vai além de somente matricular a pessoa com

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde (CID). Faz-se necessário realmente inseri-la no processo de
aprendizagem. Mesmo com todas as dificuldades, é neste ambiente que o
aluno necessita ser estimulado e preparado para viver em sociedade.

Ao usarmos as ferramentas, segundo Vieira (2020), o uso dessas


tecnologias deve ter como finalidade favorecer a aprendizagem da criança
de maneira a contribuir para o seu processo de formação de conceitos e no
desenvolvimento de habilidades de forma que ela possa participar e partilhar
da “sociedade do conhecimento”, uma vez que o computador pode ser
utilizado como um facilitador do seu processo de aquisição de conhecimento.

Um dos grandes desafios para incluir e trabalhar de forma qualificada


com o autista, inicia-se pelo fato que dentro de uma escola é primordial que
todos entendam que esse transtorno resulta de alterações neurocognitivas
(Os transtornos neurocognitivos são condições neurológicas que levam a
uma redução – temporária ou permanente – das funções cognitivas) no
desenvolvimento da criança, ou seja, ela terá características próprias, mas não
universais em todos. Em cada indivíduo essas alterações serão demonstradas
por meio da emissão de diferentes comportamentos, a saber: dificuldade na
fala e comunicação, dificuldade em expressar sentimentos, pouco ou nenhum
contato visual, isolamento, ausência de atenção compartilhada, dificuldade
em fazer amizades e estabelecer vínculos afetivos, déficits na reciprocidade
socioemocional, emissão de comportamentos em padrões repetitivos, dentre
outros (NASCIMENTO; CRUZ, 2019).

Essas manifestações isoladas já causam um olhar especial por parte


da instituição, mas ao considerar as dificuldades apresentadas, elas podem
conectar-se a mais de um e a outros Cids. É possível mensurar a dificuldade
para uma criança com autismo compreender o que está acontecendo ao
seu redor, e compreender de forma instantânea tudo que lhe é proposto. Na
escola, sempre teremos mais de um aluno com autismo, porém cada um terá
suas particularidades, e o professor precisa ser bastante paciente, realizando
uma rotina em sala de aula, para que o aluno autista possa se desenvolver
de forma bastante significativa dentro de suas possíveis habilidades. Quando
o aluno possui seu diagnóstico fechado, aí as tecnologias irão servir de base
para um trabalho de inclusão.

Atualmente, é muito comum vermos campanhas, diálogos e até mesmo um


trabalho de legislar para que eles possam ter seus direitos de ir e vir garantidos,
mas destaca-se que mesmo as crianças típicas, como muitos autistas também
são chamados, possuem um ritmo de aprendizagem individualizado, o que
acaba por trazer mais obstáculos para a inclusão e o trabalho de qualidade,
sem contar a necessidade de uma equipe transdisciplinar atuando junto a
essa criança, e um monitor para que possa o auxiliar.

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Outro fator preocupante para a inclusão é que uma parte da população
ainda desconhece as características no neurodesenvolvimento atípico
do autismo, causando estranhamento e até mesmo indiferença. Essas
reações ocorrem muitas vezes devido à falta de informação, resultando em
desconhecimento do transtorno e inabilidade para lidar com indivíduos com
TEA e compreender que os aspectos não o impedem de se desenvolver.

Você verá no vídeo a seguir sugestões de como fazermos a inclusão do


autista e os pontos que devemos prestar atenção.

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=SPzmquzXRi8>. Acesso em: 1° mar. 2021.

3.4 INCLUSÃO E TECNOLOGIAS: A PRÁTICA QUE AJUDA


PESSOAS COM TEA
Estamos vivendo uma nova era, um novo momento de nossa sociedade,
no qual falamos muito em conhecimento e em saber fazer, alguns autores
inclusive a chamam de sociedade 5.0. Segundo Davies (2018), a sociedade 5.0
é o conceito que surge após a indústria 4.0. É um conceito transformador que
repercute de forma ampla e valorosa para a sociedade. A sociedade 5.0 procura
posicionar o ser humano como o centro da inovação e da transformação
tecnológica, enquanto a indústria 4.0 é focada na fabricação e no produto,
baseando-se em soluções utilizando várias tecnologias inovadoras, na tentativa
de proporcionar um futuro seguro aos seus cidadãos, concentrando-se em
vários setores importantes.

Com essa revolução industrial e a evolução do homem, a escola precisou


desenvolver seu espaço e perceber quem eram seus atores para poder analisar
e buscar a melhor abordagem de trabalho, para, de fato, fazer o ato educativo
que pudesse fazer da inclusão e tecnologias a união a fim de auxiliar no
desenvolvimento integral do autista, tendo como base uma tríade: cognitivo,
motor e psicossocial.

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


A tecnologia, por si só, une e aproxima os indivíduos, e permite abrir um
leque de possibilidades para desenvolver habilidades que antes eram apenas
com acompanhamentos especializados. Segundo os autores Giroto, Poker,
Omote (2012, p. 21):

As aplicações das TIC para a realização de atividades traz uma série de


vantagens, tais como: a individualização do ensino respeitando o ritmo e o
tempo de realização de atividade de cada aluno; a flexibilidade que viabiliza
o uso de canais sensoriais distintos; a avaliação contínua e dinâmica; a auto
avaliação; a manutenção da mesma atividade/exercício de acordo com as
necessidades educacionais do aluno; o ajuste do nível de complexidade da
atividade; o desenvolvimento de hábitos e de disciplina para sua utilização;
a motivação, pois podem ser inseridos temas, cores, figuras, formas que
atendem aos interesses dos alunos estimulando-os, de diferentes maneiras,
a realizar as atividades propostas, entre outras.

Através dos avanços tecnológicos foi possível diminuir as lacunas


entre as inovações e as informações da ciência, entre a sociedade, o incluir
e as tecnologias. Hoje, encontramos a escola, como um elo que busca
integrar ferramentas e metodologias com a função de compartilhar todas as
transformações históricas culturais, que por ela perpassam.

Partindo da premissa que a escola é o local onde se desenvolve indivíduos


e tem como base propagar o conhecimento e a cultura, é necessário perceber
que essa cultura hoje, com as inovações tecnológicas e as necessidades
sociais, tornou-se uma cultura móvel, muito viva, representando o cotidiano.
Forquin (1993, p. 10) destaca, em sua reflexão, as questões de cultura por
competências, crenças e hábitos como algo que “nos precede, nos ultrapassa
e nos institui como sujeitos humanos”. Sendo que a educação não se isola
deste cenário cultural, uma não pode ser pensada sem a outra. Lembrando
que é a educação que nos dá base para vivermos e convivermos.

Outro ponto bem importante é o uso da tecnologia, ela está presente em


qualquer lugar, inclusive na educação, fazendo parte direta do nosso cotidiano
em diversos contextos, por exemplo o uso de computadores, Iphones etc. Por
isso, entraremos no campo da utilização e das mil facetas que as tecnologias
na educação podem servir de ferramentas pedagógicas de ensino, pois a partir
delas, o professor pode refletir e redirecionar seu planejamento em favor da
aprendizagem, buscando motivar e personalizar suas estratégias em busca
do desenvolvimento integral do indivíduo.

Quando conectamos educação e inclusão olhando para o aluno com


autismo, é preciso lembrar que o transtorno em questão necessita de um
olhar personalizado para cada criança/indivíduo, afinal cada quadro possui
suas particularidades, e o uso dos recursos tecnológicos permite essa
individualização do processo sem segregar. As tecnologias em prol do ensino e
do processo apenas vão ampliar e proporcionar a aplicação de estratégias pelas

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


quais sejam proporcionadas para as crianças/adolescentes uma ampliação
de suas aptidões, a vivência de práticas culturais, e a absorção de valores no
processo de ensino aprendizagem, pois estes serão destinados a toda a vida. A
educação tem que ser para ajudar a construir possibilidades que proporcionem
ao ser humano uma vida autônoma ou mais independente possível.

É nesse contexto que se encontram as crianças com autismo, pois


necessitam de um olhar e atenção diferenciados. Então, retomamos a
Constituição Federal (1988, p. 60) que diz:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

A constituição nos respalda e diz que a educação é direito de todos, mas


quando é preciso criar mais decreto para a execução do mínimo, é porque
algo não está alinhado. As tecnologias são o elo que fazem a conexão entre
o direito e a qualidade para o atendimento e o desenvolvimento integral do
autista.

O desafio que pode ser colocado é de discutir, nos mais variados âmbitos,
como a tecnologia pode melhor servir a sociedade e, assim, contribuir para
uma educação mais digna, humana e atenta às peculiaridades de cada aluno,
não somente dos autistas, mas de todos aqueles que precisem de uma ajuda
para se desenvolverem como cidadãos cônscios de suas responsabilidades,
de seus direitos e deveres.

O uso das tecnologias na e para a educação é uma forma de atrair o


aluno e, quando estamos falando de alunos com autismo, estamos afirmando
que as ferramentas servem de estímulo, e auxílio para buscar as melhores
estratégias a fim de dar dignidade ao indivíduo. Conforme Conforto et al.
(2010, p. 356):

As tecnologias digitais devem instruir uma rede de interfaces para construir e


valorizar a diversidade humana, para abrir e projetar novas conexões e impor
uma mudança qualitativa no processo de aprendizagem. Esta mudança tem
na etimologia da palavra projeto de sua força geradora. Lançar para diante,
olhar para frente, sintoniza-se com o pensar revolucionário de Vygotsky,
que ressignificou o conceito da diferença. Projetar-se é relacionar-se com
o futuro, é estabelecer uma base metodológica para a educabilidade da
diversidade humana que desloca seu foco nas escalas métricas, dos tipos de
deficiência, para modelar uma nova interface analítica de intervenção para
impulsionar o desenvolvimento humano. O passado preso pela deficiência
liberta-se no futuro, esse expresso na potencialidade de desenvolvimento que
a diversidade humana conquista pela instituição de canais de comunicação
e de intervenção no mundo.

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Ainda na mesma linha, é importante trazermos o seguinte olhar: para
trabalharmos com inclusão, tecnologias digitais e suas ferramentas é necessário
estarmos atentos para que o processo de aprendizagem ocorra dentro da sala
de aula ou no ambiente escolar, para que isto aconteça é impreterivelmente
obrigatório alinharmos o projeto pedagógico da instituição para esse uso. De
acordo com Conforto et al. (2010, p. 356-357):

A construção de projetos pedagógicos estruturados pela interface das


tecnologias digitais permite ajustar o processo educativo às especificidades
físicas e sensório cognitivas de seus participantes. Planificar as estratégias
para a inserção dos recursos computacionais permite edificar projetos de vida
para sujeitos marcados pela face negativa da deficiência. Mais do que garantir
e valorizar a participação da diversidade humana em espaços socioculturais,
projetar a inserção dessas tecnologias permite que esses recursos operem
como catalisadores de práticas de inclusão sociodigital, ações de equidade
que respeitam as especificidades da diversidade humana, potencializando a
igualdade de direitos e oportunidades.

A escola como instituição, além de ensinar, também fica responsável


por formar e qualificar seu corpo técnico como um todo para que consiga
perceber que os recursos tecnológicos são, e devem ser vistos como aliados
de um trabalho embasado numa metodologia e nas normativas, e não como
salvadora e agregadora por si.

Os desafios das instituições na inclusão e inserção de tecnologias com


crianças com autismo é ir além dos apps, softwares etc., é analisar que as
tecnologias digitais proporcionam um trabalho de qualidade, desde que todos
estejam certos dos caminhos que devem seguir e quais as estratégias adotar
conforme as especificidades. Para Conforto et al. (2010, p. 356-358):

Cabe enfatizar que os recursos tecnológicos não devem ser tidos como a
única solução e usados como a salvação para educação, mas sim, precisam
ser pensados como mais uma ferramenta de complementação do processo
educacional. Não basta implementar softwares, usar programas e aplicativos
com fins educacionais; é necessário acompanhar a evolução do conhecimento
das crianças autistas que os utilizam; avaliar e acompanhar o autista, de
maneira a construir respostas de acordo com as características de cada
aluno, “projetando instrumentos orientados para o domínio de processos de
conduta individuais e coletivos” a fim de que se identifique o que pode ser
melhorado e quais os erros que necessitam de correção, pensando sempre
na autonomia e no desenvolvimento do aluno.

Trabalhar com autismo, comunicação, educação e tecnologia é ter que


alinhar contextos e perceber o mundo de forma transdisciplinar, sem esquecer
que cada elemento possui sua função para que a inclusão ocorra.

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


FONTE: As autoras

A figura anterior aborda toda a estrutura que o aluno precisará para ser
incluído, ou seja, para ter acessibilidade. Esse trabalho não dependerá apenas
dos nossos legisladores, mas iniciará pelo poder legislativo de cada instância
(Federal, Estadual ou Municipal), que fará o seu papel social, ou seja, será a
nossa base compondo a sociedade que abraçará a família e consequentemente
os espaços de desenvolvimento dessa criança, como a escola. Ao percebermos
esse trio, família-sociedade-escola, é preciso colocar o aluno no meio e buscar
políticas públicas adequadas, investimentos para que sejam de qualidade
todos os serviços, normativas para garantir sua inclusão e pertencimento,
fiscalização para que não se perca a intenção dos projetos, leis e programas
como a formação técnica, não apenas dos agentes educadores, mas todos
os atores sociais.

O autista é um ser capaz, como qualquer indivíduo, e como ser humano


terá suas limitações, por isso se faz necessário um planejamento, conhecer
as normativas que interligam o currículo, a inclusão e programas, uma equipe
disposta e habilitada para auxiliar e, principalmente, a utilização de recursos
tecnológicos que sirvam de aliados no processo de inclusão do autista, devido
seu vasto mundo de recursos e possibilidades. Entretanto, tudo isso só será
de fato utilizado para dar sentido e qualidade a partir do momento que todos
os envolvidos neste processo assumam seus papéis e atribuições.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Entender, conhecer e analisar as potencialidades dos objetos e os aspectos
positivos da tecnologia e empregá-los com boas finalidades é essencial para
o objetivo que se procura alcançar, quando o foco é o desenvolvimento
cognitivo, motor, psicossocial e intelectual do autista. O TEA é uma condição
que apresenta muitas incógnitas ainda, mas podemos buscar meios para
auxiliar e enriquecer o desenvolvimento de pessoas com autismo, como nos
mostra Silva, Artuso, Tortato (2020, p. 177):

[...] as tecnologias de inclusão no ensino de crianças com TEA são uma


prática que pode trazer bons resultados, como já foi discutido neste trabalho,
buscando o desenvolvimento cognitivo, o aprimoramento na capacidade de
estabelecimento de relacionamentos afetivos, bem como agir como auxílio
no processo de tomada de decisões, entre outras benesses.

Vamos assistir ao vídeo que resume o que buscamos discutir nesta etapa.

FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/vlogger-em-ilustracao-de-midia-social_10079767.
htm>. Acesso em: 1° mar. 2021.

AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


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AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO

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