Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2ª Edição
Curitiba
2015
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Elaine Monteiro
Revisão
Justina Motter Maccarini
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/abstract
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Agradecimentos
– 6 –
Sumário
Apresentação | 9
4 Conteúdos matemáticos | 47
7 Números e geometria | 107
9 Resolução de problemas | 149
10 Avaliação | 167
Referências | 177
Apresentação
Por isso, este material foi produzido com base nessas vivências, nos estu-
dos, nas diretrizes nacionais e nas pesquisas em educação matemática, deline-
ando o que é essencial e imprescindível para a formação do profissional peda-
gogo, com ênfase na construção significativa do saber matemático, aliando
teoria e prática. A reflexão contínua e permanente permeia o estudo de cada
tópico, favorecendo o desenvolvimento da autonomia de estudo do leitor.
Outro aspecto relevante, levado em consideração nesta produção, é a
busca constante pela excelência profissional que está presente em todos os
segmentos da sociedade. Nesse universo, o pedagogo se depara com a exigên-
cia na competência de educar e de articular os elementos componentes da
formação acadêmica do educando. A educação matemática é parte integrante
deste cenário educacional e social, cujas relações são bastante complexas.
A educação matemática percebida e proposta no cenário nacional atual
é o resultado de uma longa trajetória de pesquisas, estudos e enfrentamentos
ocorridos nas últimas décadas. Isso foi possibilitado pelo empenho de educa-
dores e pesquisadores matemáticos insatisfeitos com o ensino da Matemática,
cuja antiga ênfase estava na memorização de procedimentos e técnicas, na
repetição mecânica de exercícios modelos, passando a ideia de uma matemá-
tica pronta e acabada, muitas vezes, sem compreensão e sem significado.
Atualmente, propõe-se uma educação matemática voltada para a cons-
trução e apropriação do conhecimento com compreensão e com significado,
percebendo a sua trajetória histórica e a sua relevância social e cultural.
Portanto, ensinar e aprender matemática consiste em perceber o sentido
matemático de cada conteúdo e/ou conceito, seja na geometria, nas quanti-
dades numéricas, nas operações, nas medidas, nas informações veiculadas na
mídia, bem como nas abstrações, nos registros simbólicos, na linguagem e na
lógica interna de sua estruturação.
A autora1
– 10 –
1
Do ensino tradicional à
educação matemática
1 Período após 1945. A Segunda Guerra Mundial ocorreu no período de 1939 a 1945, sendo
considerada uma das maiores catástrofes provocadas pelo ser humano em toda a sua história.
Envolveu setenta e duas nações dos cinco continentes, alguns de forma direta e outros, indire-
tamente; mas afetou a todos.
– 12 –
Do ensino tradicional à educação matemática
– 13 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 14 –
Do ensino tradicional à educação matemática
ordem, com destaque para a teoria dos conjuntos. Houve uma preocupação
exagerada com as abstrações, ocorrendo o excesso de formalização.
Segundo Fiorentini (1995), houve um destaque excessivo no uso da lin-
guagem e no uso correto dos símbolos, tratando-os com precisão, com rigor,
deixando de lado os processos que os produzem, porque a ênfase era dada ao
lógico sobre o psicológico, o formal sobre o social, o sistemático-estruturado
sobre o histórico. A matemática foi tratada como se fosse neutra, pronta e
acabada e não tivesse relação alguma com questões sociais e políticas.
Com uma matemática extremamente formal, centrada em sua estrutura
e no rigor das suas regras, símbolos e procedimentos, os alunos começaram a
apresentar dificuldades na aprendizagem, não conseguindo estabelecer cone-
xão entre o que era ensinado e a realidade vivida. Para os alunos, a matemática
ensinada nas escolas passa a estar distante da realidade, fora do contexto no
qual eles viviam.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 19) também
destacam que o Movimento da Matemática Moderna não levou em conside-
ração a questão da linguagem e da simbologia adequadas às crianças em suas
diferentes faixas etárias, não observando a fase do desenvolvimento psicoló-
gico e neurológico infantil. Com isso, determinados conteúdos eram inaces-
síveis às crianças no momento escolar em que eram trabalhados. “Essas refor-
mas deixaram de considerar um ponto básico que viria a tornar-se seu maior
problema: o que se propunha estava fora do alcance dos alunos, em especial
daqueles das séries iniciais do Ensino Fundamental.”
No final da década de 1970, começa o declínio do Movimento da Mate-
mática Moderna, como é denominado por vários pesquisadores e educadores
como: “o fracasso da Matemática Moderna”.
Mesmo diante desse cenário, com inúmeras críticas, vários educado-
res e pesquisadores do ensino da matemática consideram que o Movimento
da Matemática Moderna deixou um saldo positivo, no sentido de favorecer
novas formas de conduzir o ensino da matemática em sala de aula, ampliando
o debate e as discussões em torno do processo do ensinar e do aprender
matemática. Outro aspecto destacado por educadores, tais como Ubiratan
D’Ambrósio (2002), foi de que o Movimento da Matemática Moderna con-
tribuiu positivamente para a diminuição na ênfase, quase que exclusiva, em
– 15 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Reflita
“A matemática precisa ser ensinada como um instrumento para a inter-
pretação do mundo em seus diversos contextos. Isso é formar para a
criticidade, para a indignação, para a cidadania e não para a memo-
rização, para alienação, para a exclusão.” (ROCHA, 2001, p. 30).
Faça uma reflexão sobre esse pensamento de Rocha confrontando-o
com as principais características do ensino tradicional da matemática e
do Movimento da Matemática Moderna.
– 16 –
Do ensino tradicional à educação matemática
– 17 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 18 –
Do ensino tradicional à educação matemática
– 19 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Reflita
“Ao passar de uma sociedade rural, onde ‘poucos precisavam conhe-
cer matemática’, para uma sociedade industrial onde mais gente ‘pre-
cisava aprender matemática’ em razão da necessidade de técnicos
especializados, daí para uma sociedade de informação onde a maioria
das pessoas ‘precisa saber matemática’ e, agora, caminhando para
uma sociedade do conhecimento que exige de todos ‘saber muita
matemática’, é natural que o homem se tenha interessado em pro-
mover mudanças na forma de como se ensina e como se aprende
matemática.” (ONUCHIC, 1999, p. 200).
Faça uma reflexão sobre a afirmação de Onuchic, identificando os
diferentes momentos históricos e sociais em que o conhecimento
matemático se fez presente, como ele era considerado pelas pes-
soas e como se destacou nesses diferentes momentos. Reflita também
sobre as formas como a matemática se faz presente na sociedade atual
e a sua importância no contexto social atual.
– 20 –
Do ensino tradicional à educação matemática
Síntese
A educação matemática no Brasil mostrou seus primeiros sinais na
década de 1950, por meio da movimentação dos professores e educadores
insatisfeitos com o ensino da matemática. Nesse período, o ensino da mate-
mática era caracterizado pela forma tradicional, cujo foco era a aprendiza-
– 21 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 22 –
2
A criança e o
conhecimento
matemático
– 24 –
A criança e o conhecimento matemático
çam a ser percebidos e respeitados pela criança. Nessa fase, a criança brinca,
também, de faz de conta, ou seja, começa a criar representações simbólicas para
situações do real; ela mostra sinais da ação do imaginário, com isso, as regras
começam a ser estabelecidas e a fazer parte das suas brincadeiras e jogos.
Para ilustrar, podemos citar as representações que as crianças fazem a
partir de brincadeiras que vivenciam com outras crianças. Uma dessas brinca-
deiras é o lançamento de dados.
– 25 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 26 –
A criança e o conhecimento matemático
Reflita
“Compreender é inventar ou reconstruir através da reinvenção, e será
preciso curvar-se ante tais necessidades se o que se pretende, para
o futuro, é termos indivíduos capazes de produzir ou de criar, e não
apenas de repetir.” (PIAGET).
Partindo do pressuposto que a criança deve compreender os signi-
ficados de cada aprendizagem matemática, faça uma reflexão sobre
esse pensamento de Piaget e estabeleça um paralelo entre ele e a
relação que a criança tem com o conhecimento matemático na vida
cotidiana e no âmbito escolar.
– 27 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 28 –
A criança e o conhecimento matemático
2 3 4 5 6
8 9 10 11 12
– 29 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Síntese
A aquisição do conhecimento matemático se dá desde o nascimento da
criança, inicialmente de forma intuitiva, e se amplia de acordo com as inter-
ferências sociais e culturais presentes no ambiente em que ela está inserida.
Além dessas interferências, a aprendizagem matemática está relacionada a
determinadas fases do desenvolvimento da criança.
De acordo com Piaget, a primeira fase de desenvolvimento da criança
denomina-se sensório-motora; em seguida, ela passa pela fase pré-operatória
e, depois, pela fase das operações concretas até chegar à fase das abstrações.
Pesquisas recentes mostram que o conhecimento matemático da criança
pode ser ampliado no decorrer do seu desenvolvimento, de acordo com as
intervenções sociais e culturais do meio em que vive.
– 30 –
3
Objetivos do ensino
da matemática
– 32 –
Objetivos do ensino da matemática
– 33 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Esse objetivo pode ser pensado a partir dos seguintes objetivos específicos:
22 perceber que há diferentes espaços que compõem o meio social
em que ela vive, aprendendo a localizar-se gradativamente nes-
ses espaços;
22 desenvolver, de forma progressiva, noções de orientação, movimen-
tação e localização do próprio corpo em relação a si próprio, às
outras pessoas, aos objetos e ao espaço em que a criança está;
22 identificar gradativamente as noções de: dentro, fora, perto, longe,
aberto, fechado, entre outras;
22 compreender e executar comandos lógicos simples, estabelecendo
relação de causa e efeito, como: bater palmas (relacionar o comando
ao som); empurrar um objeto (pode produzir som ou cair); andar
– 34 –
Objetivos do ensino da matemática
até a mesa; procurar um objeto que está sobre a mesa; tentar abrir
ou fechar uma caixa; buscar um objeto que está na frente ou atrás
de outro; abrir a porta; fechar a porta; entre outros;
22 desenvolver, de forma progressiva, noções de tempo por meio
das atividades do cotidiano da criança, como: hora do almoço,
hora do lanche, hora da higiene pessoal, hora de brincar, hora de
dormir, etc.;
22 desenvolver a habilidade de comparar por meio da observação,
estabelecendo semelhanças e diferenças, iniciando, dessa forma, as
primeiras noções das operações mentais de classificar e seriar;
22 resolver situações diversas do seu cotidiano, estabelecendo relações
quantitativas e noções simples de lógica-matemática, como: pegar
um objeto; abraçar um amigo; ficar na frente do amigo; ficar de
costas para a mesa; entre outros.
b) Objetivos da educação matemática para crianças de 4 e 5 anos
– 35 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 36 –
Objetivos do ensino da matemática
– 37 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 38 –
Objetivos do ensino da matemática
– 39 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 40 –
Objetivos do ensino da matemática
Século um dois três quatro cinco seis sete oito nove zero
VI (indiano)
IX (indiano)
X (árabe ocidental)
X (europeu)
XI (árabe oriental)
XII (europeu)
XIII (europeu)
XV (árabe oriental)
XV (europeu)
– 41 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
modo de pensar dos colegas e/ou outras pessoas, aprendendo com elas
(BRASIL, PCN, 1997, p. 52).
– 42 –
Objetivos do ensino da matemática
Reflita
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – n.
9.394, de 24 de dezembro de 1996, que rege a educação brasi-
leira, afirma no seu artigo 32 que: “O ensino fundamental terá por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante [...] a compreensão
do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das
artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.”
Partindo-se do pressuposto de que o ensino da matemática, como
parte integrante do currículo escolar e com carga horária significativa,
faz parte de um dos objetivos expressos na LDB, deve-se refletir
sobre as relações entre o ensino da matemática escolar e esse obje-
tivo do Ensino Fundamental.
– 43 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 44 –
Objetivos do ensino da matemática
– 45 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Síntese
Estudos recentes sobre o desenvolvimento e as formas como as crian-
ças aprendem mostram que ela está, desde o nascimento, em contato com
um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante.
Por isso a importância de pensar em situações que levem a criança a inte-
ragir com o meio de forma a construir estruturas que favorecem a apren-
dizagem de noções matemáticas desde os seus primeiros contatos com o
mundo que a cerca.
Em seguida, desenvolvemos os objetivos gerais propostos para os anos
iniciais do Ensino Fundamental para a educação matemática. Muito mais do
que descrever objetivos que favoreçam a mecanização de símbolos, fórmulas e
procedimentos de resolução, os objetivos do ensinar e do aprender matemá-
tica devem vislumbrar o desenvolvimento do raciocínio lógico e a capacidade
de argumentar, compreender, interpretar, projetar, de criar e atribuir signifi-
cados para as mais diversas situações sociais em que aparecem ideias, racio-
cínios e conhecimentos matemáticos, criando, dessa forma, um ambiente
favorável ao exercício dos direitos de aprendizagem matemática dos alunos.
– 46 –
4
Conteúdos matemáticos
– 48 –
Conteúdos matemáticos
– 49 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 50 –
Conteúdos matemáticos
– 51 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 52 –
Conteúdos matemáticos
2. Grandezas e medidas
• Exploração de diferentes procedimentos para comparar grandezas.
• Introdução às noções de medida de comprimento, massa, ca-
pacidade e tempo, pela utilização de unidades não convencio-
nais e convencionais.
• Marcação do tempo por meio de calendários.
• Experiências com dinheiro em brincadeiras ou em situação do
universo das crianças (BRASIL, 1998, p. 225).
– 53 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
3. Espaço e forma
• Explicitação e/ou representação da posição de pessoas e obje-
tos, utilizando vocabulário pertinente nos jogos, nas brinca-
deiras e nas diversas situações nas quais as crianças considerem
necessária essa ação.
• Exploração e identificação de propriedades geométricas de ob-
jetos e figuras, relacionadas ao universo da criança.
• Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos.
• Identificação de pontos de referências para situar-se e deslo-
car-se no espaço.
• Descrição e representação de pequenos percursos e trajetos,
observando pontos de referência (BRASIL, 1998, p. 229).
– 54 –
Conteúdos matemáticos
– 55 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
4.2.3 Geometria
O conhecimento geométrico surge, historicamente, de fenômenos
empíricos que se destacam em ações de percepção, construção e represen-
tação, tornando-se, dessa forma, valioso instrumento entre a linguagem do
cotidiano e o formalismo matemático.
– 56 –
Conteúdos matemáticos
– 57 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 58 –
Conteúdos matemáticos
– 59 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
2.º ano
Números e Pensamento Grandezas Estatística e
Geometria
operações algébrico e medidas probabilidade
• Contagem. • Sequências. • Noções topoló- • Medida • Uso do número
• Agrupamentos para • Padrões gicas: laterali- de tempo: em diferentes
facilitar a contagem. numéricos e dade, aberto/ construção do contextos
geométricos. fechado, interior/ calendário, hora sociais.
• Construção do Sis- exterior, longe/ e meia hora.
tema de Numeração • Regularidades perto, separa-do/ • Utilização de
Decimal (até a centena aditivas. • Medida de tabelas e gráficos
unido, contínuo/ valor: cédulas de barras.
– podendo ser iniciado • Classificação. descontínuo, alto/ e moedas.
o trabalho com a baixo, fronteira. • Identificação da
unidade de milhar). • Ordenação. • Medidas de possibilidade
• Representação do comprimento: de um evento
• Pares e ímpares. espaço (malhas metro e ocorrer em:
• Antecessor e sucessor. quadriculadas, centímetro. certo, provável
mapas, maquetes e impossível.
• Composição e e outras) com • Medida de
decomposição. noções de massa: grama
• Proporcionalidade escala (propor- e quilograma.
(relação multiplicativa cionalidade). • Medida de
entre duas grande- • Formas tridimen- medidas de
zas, dois números sionais: esfera, capacidade:
ou duas medidas). cone, cubo, litro e mililitro.
• Noções históricas da paralelepípedo,
construção numérica pirâmide e outras.
(contagem, dife- • Obtenção de
rentes sistemas de figuras planas
numeração, função por meio das
dos números). faces das formas
• Operação de adição. tridimensionais.
• Operação de multi- • Formas bidimen-
plicação (raciocínios sionais: quadrado,
aditivo, combinatório retângulo, círculo,
e proporcional). triângulo e outras.
• Cálculo mental. • Simetria obtida
por um eixo.
• Dobro.
• Operação de subtração
(ideia aditiva, subtra-
tiva e comparativa).
• Operação de divisão
(ideia subtrativa
e repartitiva).
• Metade.
– 60 –
Conteúdos matemáticos
3.º ano
Números e Pensamento Grandezas Estatística e
Geometria
operações algébrico e medidas probabilidade
• História dos • Sequências. • Noções de • Medida de tempo: • Tabelas e gráficos
números (contagem, • Padrões localização de um construção do de barras e
diferentes sistemas numéricos e objeto e orienta- calendário, hora pictogramas.
de numeração, fun- geométricos. ção no espaço. e minutos. • Possibilidades de
ção dos números). • Representação do • Medida de valor: um evento ocorrer
• Regularida-
• Sistema de Nume- des aditivas. espaço (malhas cédulas e moedas em: certo, prová-
ração Decimal quadriculadas, reais e centavos. vel e impossível.
(até milhar). • Agrupa- mapas, maquetes
mentos, • Medida de massa: • Uso da calcula-
• Antecessor e e outras) com quilograma dora (tecnologia).
classificações noções de escala
sucessor. e ordenações. e grama.
(proporcionalidade).
• Composição e • Medida de
decomposição. • Formas tridimen- capacidade: litro
sionais: esfera, e partes do litro.
• Proporcionalidade cone, cubo,
(relação multiplica- parale- lepípedo, • Medida de
tiva entre duas gran- pirâmide e outras. comprimento:
dezas, dois números quilômetro, metro
ou duas medi-das). • Planificação. e centímetro.
• Operação de adição. • Formas bidimen-
sionais: quadrado,
• Multiplicação retângulo, círculo,
(raciocínios aditivo, triângulo e outras.
combinatório e
proporcional). • Simetria.
• Dobro, triplo, etc.
• Operação de
subtração (ideia
aditiva, subtrativa
e comparativa).
• Operação de divisão
(com ideia subtra-
tiva e repartitiva).
• Metade e
terça parte.
• Cálculo mental.
• Relações entre
as operações na
solução de dife-
rentes problemas.
– 61 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
4.º ano
Números e Pensamento Grandezas Estatística e
Geometria
operações algébrico e medidas probabilidade
• Aspectos históricos • Sequências. • Localização • Medida de tempo • Chances e possi-
da construção • Padrões e orientação e suas unidades. bilidades de um
numérica. numéricos e no espaço. • Medida de valor evento ocorrer.
• Sistema de Nume- geométricos. • Representação monetário: reais • Estimativas.
ração Decimal • Regularida- do espaço em e centavos. • Tabelas e gráfi-
(até milhares). des aditivas e diferentes tipos • Medida de cos: leitura, cons-
• Antecessor e multiplicativas. de malhas, mapas comprimento: trução e análise.
sucessor. e maquetes, quilômetro,
• Padrões decora- com noções de • Noção de
• Composição e tivos (faixas). metro, centímetro porcentagem.
escala (propor- e milímetro.
decomposição. cionalidade). • Uso da calcula-
• Raciocínio • Noções de perí- dora (tecnologia).
• Formas tridi- metro e de área.
proporcional. mensionais:
• As quatro opera- poliedros e corpos • Medida de massa:
ções fundamen- redondos. quilograma,
tais, suas ideias grama e tonelada.
• Ângulos: 90º,
e propriedades 180º e 360º. • Medida de
(até a classe dos capacidade: litro
milhares). • Planificação. e mililitro.
• Cálculo mental. • Formas bidimen- • Cálculo entre
sionais: polígonos as diferentes
• Dobro, triplo, e círculos.
quádruplo, etc. grandezas.
• Ampliação
• Metade, terça e redução.
parte, quarta
parte, etc. • Simetrias.
• Relações entre
as operações na
solução de dife-
rentes problemas.
• Números racionais
(representações
fracionária, deci-
mal e percentual).
• Frações de unidade
e de quantidade.
• Equivalência
de frações.
• Operações com
números decimais
(adição e subtração).
– 62 –
Conteúdos matemáticos
5.º ano
Pensamento Grandezas Estatística e
Números e operações Geometria
algébrico e medidas probabilidade
• Sistema de Numeração • Sequências. • Localização • Medida de • Chances e
Decimal (até milhões). • Padrões de um objeto comprimento. possibilidades
• Antecessor e sucessor. numéricos e e orientação • Cálculo de perí- de um evento
geométricos. no espaço. metro e de área. acontecer.
• Composição e
decomposição. • Regularidades • Representação • Medida de • Estimativas.
• Raciocínio proporcional. aditivas e mul- do espaço massa: quilo- • Noções
tiplicativas. em diferentes grama, grama de média
• História da cons- malhas, mapas e e tonelada. aritmética.
trução numérica. • Padrões deco- maquetes, com
rativos com escala (propor- • Medida de • Pesquisa de
• As quatro operações figuras geomé- cio-nalidade). capacidade: opinião: amos-
fundamentais, suas tricas (faixas). litro, mililitro. tra, população,
ideias, propriedades, • Formas tabulação de
nomenclatura dos tridimensionais: • Noções de
medida de dados e análise.
termos, inversas. poliedros e
• Dobro, triplo, quá- corpos redondos. volume: metro • Tabelas.
cúbico e decí- • Gráfico de bar-
druplo e outros. • Planificação. metro cúbico. ras, de colunas,
• Metade, terça parte, • Ângulos. • Relação entre de segmentos de
quarta parte e outros. • Formas bidimen- dm³ e litro. reta e de setores.
• Cálculo mental. sionais: polígo- • Medida de • Porcentagem.
• Relações entre as nos e círculos. tempo: hora, • Uso da
operações na solução de • Ampliação minutos, calculadora
diferentes problemas. e redução de segundos. (tecnologia).
• Números racionais figuras. • Medida de valor
(representações • Simetrias. monetário: reais
fracionária, decimal e centavos.
e percentual). • Cálculo entre
• Frações de unidade as diferentes
e de quantidade. grandezas.
• Equivalência de frações
• Ideias sobre operações
fundamentais com fra-
ções: adição e subtração,
multiplicação (natural
por fracionário) e divi-
são (fração por natural).
• Operações com
números decimais:
adição e subtração,
multiplicação (natural
por decimal) e divisão
(decimal por natural).
– 63 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Reflita
Os conteúdos matemáticos fazem parte do trabalho pedagógico
desenvolvido nas escolas. O conhecimento como um todo deve
valer a pena ser aprendido. Veja o que diz Antônio Nóvoa, num dos
documentos do MEC (BRASIL, 2009, p. 6) sobre essa questão:
“[...] vale a pena ser ensinado tudo o que une e tudo o
que liberta. Tudo o que une, isto é, tudo o que integra
cada indivíduo num espaço de cultura e de sentidos. Tudo
o que liberta, isto é, tudo o que promove a aquisição de
conhecimentos, o despertar do espírito científico. [...] e
tudo o que torna a vida mais decente.”
a) Faça uma reflexão sobre esse pensamento de Nóvoa e estabeleça
um paralelo entre ele e os conteúdos matemáticos trabalhados em
cada ano da vida escolar da criança.
b) De acordo com as suas reflexões, responda:
22 o conhecimento matemático escolar contribui para a integra-
ção e a liberdade do indivíduo em todos os sentidos e na sua
forma mais ampla?
22 o conhecimento matemático escolar contribui para tornar a
vida mais decente? Exemplifique.
– 64 –
Conteúdos matemáticos
Os indiozinhos
(Cantiga popular)
Um, dois, três indiozinhos
Quatro, cinco, seis indiozinhos
Sete, oito, nove indiozinhos
Dez indiozinhos.
Num pequeno bote,
Iam navegando rio abaixo,
Quando um jacaré se aproximou,
E o pequeno bote do indiozinho,
Quase, quase virou...
Agora responda:
a) A letra dessa cantiga sugere alguns conteúdos matemáti-
cos. Que conteúdos matemáticos são possíveis explorar
com a letra dessa cantiga?
b) Esses conteúdos (listados no item anterior) fazem parte de
quais eixos descritos nos quadros de conteúdos?
c) Para que ano(s) da escolarização da criança você trabalha-
ria com essa cantiga?
d) Descreva uma situação concreta de trabalho pedagógico
utilizando essa cantiga.
Síntese
O Referencial Curricular Nacional – RCN – (BRASIL, 1998) e as Dire-
trizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL/MEC, 2010)
dão indicativos dos conteúdos matemáticos que devem ser trabalhados na
Educação Infantil, mostrando a relevância desse trabalho desde os primeiros
anos de vida da criança. Os conteúdos desenvolvidos nessa fase do desenvol-
vimento são estruturantes no trabalho com o conhecimento matemático,
favorecendo a construção de estruturas mentais de pensamento e ação que
contribuem diretamente para a formação integral do indivíduo.
– 65 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 66 –
5
Abordagem
metodológica
dos conteúdos
– 68 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
– 69 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
5.3 Etnomatemática
A etnomatemática é considerada um programa de ensino e de aprendi-
zagem da matemática, cujo mentor é o professor Ubiratan D’Ambrósio, que,
na década de 1970, propôs que os sistemas educacionais deveriam dar ênfase
às matemáticas produzidas pelas diferentes culturas e grupos sociais.
D’Ambrósio (2002, p. 9) define a etnomatemática como um programa
que trabalha com a “matemática praticada por grupos culturais, tais como
comunidades urbanas e rurais, grupos de trabalhadores, classes profissionais,
crianças de certa faixa etária, sociedades indígenas e tantos outros grupos que
se identificam por objetivos e tradições comuns aos grupos”.
De acordo com o autor, a utilização da etnomatemática no desenvolvi-
mento do trabalho pedagógico em matemática destaca a importância e a valo-
rização dos diferentes saberes matemáticos, não excluindo um em detrimento
do outro, mas enfatizando o saber matemático de cada cultura, de cada grupo
social, mostrando que todo o conhecimento matemático pertencente a um
grupo social tem significado.
5.4 Tecnologia
A utilização das tecnologias, sejam elas as calculadoras, os computado-
res, os vídeos, etc., no âmbito escolar tem favorecido a compreensão e o signi-
ficado de diversos conteúdos matemáticos, assim como tem ampliado as for-
mas e possibilidades de resolução de problemas, proporcionando, também,
um leque maior de informações.
– 70 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
5.5 Jogos
As brincadeiras e jogos fazem parte do mundo infantil. Portanto, a
matemática apresentada por meio de atividades lúdicas torna-se envolvente
e favorece a construção de significados de conhecimentos matemáticos pró-
prios do mundo da criança.
– 71 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 72 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
– 73 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 74 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
– 75 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
perceber que toda notação é um dos muitos modos válidos para expressar seu
pensamento e suas formas de raciocínio.
A seguir apresentamos alguns recursos manipuláveis que podem ser usa-
dos na prática pedagógica a fim de contribuir para o ensino e a aprendizagem
de conteúdos e conceitos matemáticos.
– 76 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
10 unidades = 10 U
1 dezena = 1 D
– 77 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 78 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
5.7.3 Ábaco
DM UM C D U C D U
– 79 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
por hastes, uma base de madeira ou outro material e várias pecinhas para serem
colocadas nas hastes, de acordo com a representação numérica em questão.
Mas, além da escola, ele ainda é usado em países como Índia, China,
Japão e Rússia, nas mãos de pessoas que operam com facilidade e agilidade
esse instrumento.
É um recurso material que favorece a visualização da representação do
Sistema de Numeração Decimal, a base 10 e o valor posicional dos algaris-
mos, além de ser um instrumento utilizado na resolução das operações fun-
damentais, com destaque para a adição e a subtração.
– 80 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
22 4 formas
22 2 tamanhos
Grande / Pequeno
22 2 espessuras
Fino / Grosso
– 81 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
22 3 cores
– 82 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
Sólidos geométricos
– 83 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Reflita
Leia e reflita sobre as quatro afirmações a seguir.
1. As mudanças sociais têm ocorrido numa velocidade nunca imagi-
nada há bem pouco tempo. A educação como parte integrante
desta sociedade deve procurar se integrar eficazmente às mudan-
ças de forma crítica e construtiva.
2. A educação exerce papel fundamental no processo de constru-
ção dos conhecimentos necessários à inserção do indivíduo na
sociedade.
3. O professor exerce papel fundamental enquanto orientador, ins-
tigador e mediador entre o conhecimento e o aluno.
4. Ao favorecer a manipulação de materiais, a criança agrega novas
experiências à sua vida, favorecendo a construção de novas
aprendizagens e, com isso, a construção e assimilação de novos
conceitos matemáticos.
a) Faça uma reflexão sobre cada uma dessas afirmações e rela-
cione-as com as abordagens metodológicas desenvolvidas no
capítulo.
b) A partir das suas reflexões, estabeleça um paralelo entre essas
afirmações e as abordagens metodológicas que contribuem
na efetivação do ensino e da aprendizagem matemática no
âmbito escolar.
– 84 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
Céu Céu
9 10
8 7 8 9
6 7
4 5 5 6
3 4
2 2 3
1 1
b) Regras da brincadeira.
22 Cada criança, na sua vez, joga uma pedrinha, ini-
ciando na casa de número 1, devendo acertá-la
dentro da casa.
– 85 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 86 –
Abordagem metodológica dos conteúdos
Síntese
O conhecimento matemático faz parte da sociedade contemporânea e
a sua aprendizagem é imprescindível na formação da cidadania e para uma
participação efetiva no meio social em que vivemos. Há diversas abordagens
metodológicas que contribuem para que essa aprendizagem se efetive com
compreensão e significado para a criança.
O trabalho pedagógico com o conhecimento matemático pode adquirir
maior significado na medida em que é desenvolvido por meio de diferentes
abordagens metodológicas. Entre as diversas possibilidades de “fazer” mate-
mática em sala de aula, destacamos: a modelagem matemática, a etnomate-
mática, a história da matemática, jogos, o uso da tecnologia, o uso de textos,
imagens e literatura infantil e os materiais manipuláveis. A resolução de pro-
blemas permeia essas abordagens metodológicas, além de ser uma das possi-
bilidades de trabalho pedagógico da matemática. Não abordamos a resolução
de problemas neste momento, pois será trabalhado um capítulo, neste livro,
sobre essa abordagem metodológica.
Os jogos, atividades lúdicas, brincadeiras, literatura infantil e materiais
manipuláveis, se usados adequadamente, contribuem significativamente na
construção e compreensão do conhecimento matemático. Essas formas de
trabalhar o conhecimento matemático devem visar à construção e à apropria-
ção da linguagem simbólica e dos raciocínios matemáticos.
– 87 –
6
Operações mentais
lógico-matemáticas
– 90 –
Operações mentais lógico-matemáticas
– 91 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Suco
de uva
Extrato de 200ml
tomate
250g
– 92 –
Operações mentais lógico-matemáticas
Suco
de uva
200ml
Extrato de
tomate
250g
– 93 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 94 –
Operações mentais lógico-matemáticas
– 95 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 96 –
Operações mentais lógico-matemáticas
– 97 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Por exemplo:
c) Organização das crianças por ordem de idade – da que tem menor idade
à que tem a maior idade.
Se T P F, então T F
– 98 –
Operações mentais lógico-matemáticas
– 99 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
R$ 5,00 R$ 2,00
R$ 7,00
– 100 –
Operações mentais lógico-matemáticas
b) Na medida de tempo/idade
Vou fazer
6 anos Para completar 6 anos é necessário ter 5 anos e
incluir mais 1 ano.
5 anos 1 ano
6 anos
•1 •2 •3 •4 •5
Cada elemento da série numérica é uma unidade a mais que seu anteces-
sor e uma a menos que o seu sucessor.
– 101 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
B
A cada dado do grupo A corresponde um botão do grupo B. No entanto,
nem todos os botões do grupo B correspondem a um dado do grupo A, ou
seja, há mais botões do que dados. Portanto, a quantidade de elementos entre
os grupos é diferente.
Há seis dados e seis botões mais um botão, ou seja, sete botões.
– 102 –
Operações mentais lógico-matemáticas
7
– 103 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Reflita
Leia este pensamento de Piaget.
“É através da atividade concreta que a criança desenvolve a capaci-
dade lógica; a ação deve anteceder ou acompanhar o raciocínio em
todas as atividades.”
Faça uma reflexão sobre esse pensamento e estabeleça um para-
lelo entre ele e as operações mentais estruturantes do pensamento
lógico‑matemático.
Macarrão
Detergente
500g
Sabão em pó
Leiteo 500g
1 litr
500g
– 104 –
Operações mentais lógico-matemáticas
– 105 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Síntese
As operações mentais lógico-matemáticas favorecem o desenvolvimento
de estruturas que propiciam a construção do conhecimento e dos saberes
matemáticos com compreensão e significado.
As operações mentais de classificação, seriação, inclusão hierárquica, compa-
ração e conservação de quantidade são necessárias para a formação de certos hábi-
tos de pensamento e ação e no desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.
A operação de classificação consiste na capacidade de organizar grupos
de objetos, pessoas, animais, fatos ou ações, por meio de critérios lógicos,
tendo uma ou várias características comuns. A operação de seriação consiste
na capacidade de organizar elementos em sequência lógica, estabelecendo
relação entre o elemento anterior e o posterior. A inclusão hierárquica con-
siste na capacidade de perceber e compreender a relação existente entre dois
ou mais termos, na qual um deles faz parte do outro, estabelecendo rigorosa-
mente uma hierarquia, isto é, uma ordem crescente.
A operação de comparar consiste na capacidade de identificar semelhan-
ças e diferenças de características e de quantidades, desenvolvendo a observa-
ção, a análise e o raciocínio lógico-matemático.
Por fim, a operação de conservação de quantidade consiste na capaci-
dade de perceber que uma determinada quantidade pode ser representada de
diferentes formas e maneiras, favorecendo a flexibilidade e a reversibilidade
de pensamento e ação.
– 106 –
7
Números e geometria
– 108 –
Números e geometria
– 109 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
O zero não aparece nas contagens realizadas pelas crianças. Para elas, é
natural não contar se não há elementos a serem contados, isto é, não faz
sentido contar a partir do zero, ou se não aparecem elementos. A cons-
trução do zero é posterior à construção dos demais números.
b) Relação quantidade X representação simbólica
A simples contagem sequencial dos números não garante a relação entre
a representação do conjunto de objetos e o símbolo numérico corres-
pondente à quantidade. Cabe destacar que os registros simbólicos dos
números são uma produção humana, historicamente construídos para
registrar e guardar as informações quantitativas, repassadas socialmente
e culturalmente para as novas gerações.
De acordo com Vergnaud (2009, p. 127), a construção do número
envolve propriedades, sobre os quais o autor enuncia que, o “número
quatro é uma propriedade comum a todos os conjuntos de objetos que
têm quatro elementos. Essa propriedade é chamada de ‘cardinal’”.
Para que essa propriedade seja construída internamente pela criança, ela deve
estabelecer relação biunívoca, identificando cada um dos quatro elementos
que compõe o quatro com a representação dos objetos, com a contagem
recitada e, posteriormente, com representação e relação com o símbolo 4.
Veja essas relações no esquema a seguir.
Representação Contagem
um
dois
três
quatro
1+1+1+1
4
– 110 –
Números e geometria
22 a conservação de quantidade
a)
2 + 3
b)
1 + 4
c)
1 + 1 + 1 + 1 + 1
– 111 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Tenho 5
22 a contextualização figurinhas!
7.2 Sistema de
Numeração Decimal – SND
O trabalho pedagógico com o Sistema de Numeração Decimal (SND)
merece atenção especial tanto nos aspectos da compreensão histórica, sua
constituição e propriedades, quanto nos aspectos de seus significados.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) mostram a
importância do trabalho desse conteúdo com as crianças, desde os primeiros
anos de sua escolarização, propondo que no 1.º ciclo (1.º, 2.º e 3.º anos do
Ensino Fundamental) seja dada ênfase aos números naturais e, no 2.º ciclo
(4.º e 5.º anos do Ensino Fundamental), haja continuidade com os números
naturais e a ampliação para os números racionais positivos.
Destaca-se a importância de iniciar o trabalho com números que fazem
parte do cotidiano da criança, para que ela atribua significado ao que está
sendo estudado para, depois, desenvolver o estudo dos princípios e funda-
mentos que constituem o Sistema de Numeração Decimal.
Explorar as escritas pessoais elaboradas pelos alunos não exclui outro
aspecto fundamental que é o de caminhar em direção às escritas con-
vencionais, sem as quais não terão referências para se apropriarem
do conhecimento socialmente estabelecido. [...] É no trabalho com
números “maiores” e menos frequentes na vivência da criança que
será necessário explorar os procedimentos de leitura, associando-os à
representação escrita do número (BRASIL, 1997, p. 100).
– 112 –
Números e geometria
Por exemplo, o número 38 pode ser obtido por meio de diversas possi-
bilidades aditivas:
• 10 + 10 + 10 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 = 38
• 30 + 8 = 38
– 113 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
• 20 + 13 + 5 ou
• 15 + 15 + 3 + 3 + 2 ou
• 5 + 5 + 20 + 2 + 2 + 2 + 2 ou
• 6+6+6+6+6+6+1+1
E assim sucessivamente.
c) Princípio posicional
Como o próprio nome diz, o princípio posicional refere-se à posição do
algarismo no número, ou seja, o valor de um mesmo algarismo varia de
acordo com a posição (ordem) que ele ocupa no número.
De acordo com esse princípio, é possível obter e registrar qualquer quan-
tidade numérica usando somente dez símbolos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e
9, que são denominados algarismos.
Por exemplo:
Os números 63 e 36 utilizam os mesmos símbolos numéricos (algaris-
mos), no entanto, eles representam quantidades diferentes, pois os alga-
rismos ocupam ordens diferentes em cada um dos números.
– 114 –
Números e geometria
– 115 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
1 2 0 7
– 116 –
Números e geometria
DM UM C D U
1 unidade de milhar, 4 dezenas e 9 unidades
1 000 + 10 + 10 + 10 + 10 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1=
1 000 + 40 + 9 = 1 049
Observe que, no ábaco, cada pino equivale a uma posição (ordem) do
número; a primeira, da direita para a esquerda, representa a unidade e
as imediatamente posteriores representam a dezena, centena, unidade de
milhar e assim por diante.
De acordo com a base dez do sistema indo-arábico, cada vez que se
agrupam dez peças em um pino, é necessário retirá-las e trocá-las por
uma peça que deverá ser colocada no pino imediatamente à esquerda,
representando uma unidade na ordem subsequente.
7.3 Geometria
O espaço em que vivemos é composto por inúmeras formas geométri-
cas. Estudar e compreender as propriedades das formas favorece o desenvol-
vimento do pensamento geométrico, permite interpretar, descrever, analisar e
representar de maneira organizada o mundo em que vivemos.
As atividades de geometria desenvolvem também o sentido espacial, a
melhor ocupação do espaço, a observação, a análise e o pensamento lógico.
Mas o que é geometria?
– 117 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
geo Terra
medida da Terra
metria medida
– 118 –
Números e geometria
– 119 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 120 –
Números e geometria
Sólidos geométricos
– 121 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Figuras planas
Quadriláteros
Paralelogramos Trapézios
Retângulos Paralelogramo
Quadrados Losango
– 122 –
Números e geometria
Reflita
O trabalho com noções geométricas contribui com a aprendizagem
de números e medidas, pois estimula o aluno a observar, perceber
semelhanças e diferenças, identificar regularidades, etc.. [...] É funda-
mental que o estudo do espaço e forma sejam explorados [sic] a partir
dos objetos do mundo físico, de obras de arte, pinturas, desenhos,
esculturas e artesanatos, de modo que permita ao aluno estabele-
cer conexões entre a matemática e outras áreas do conhecimento
(BRASIL, 1998, p. 51).
Partindo-se dessas afirmações em relação ao estudo da geometria, faça
uma reflexão sobre essas ideias, e estabeleça um paralelo entre elas e
as possibilidades de conexões da geometria a outras áreas do conheci-
mento e levante alguns indicativos concretos que mostrem a contribui-
ção do estudo da geometria na aprendizagem de números e medidas.
– 123 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
DM UM C D U DM UM C D U DM UM C D U
2 + 6 → 8
Atenção! Quando acumular 10 peças (pontos) na
haste das unidades, o participante deve retirar estas
10 peças e trocá-las por 1 peça, que deverá ser colo-
cada na haste das dezenas, pois 10 unidades valem 1
dezena (nunca 10 na mesma haste).
c) Em seguida, passa-se a vez para o próximo partici-
pante. E assim sucessivamente.
d) Há várias possibilidades de estabelecer o término da
atividade de lançamento dos dados, como:
22 é vencedor quem chegar a colocar a primeira peça
na ordem das centenas;
22 é vencedor quem fizer mais pontos após cinco
rodadas;
22 é vencedor quem fizer mais pontos após oito (ou
dez) rodadas;
22 é vencedor quem, primeiro, conseguir deixar a ordem
das unidades vazia, depois da primeira rodada.
e) Após o término dos lançamentos, trabalhar as infor-
mações matemáticas obtidas durante a realização da
atividade. Levantar questões, como:
– 124 –
Números e geometria
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
– 125 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
C D U
centena dezena unidade
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
DM UM C D U
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
É possível representar, também:
a) o ano em que estamos.
b) o ano passado.
c) o próximo ano.
d) o ano em que nasci.
Entre outros.
– 126 –
Números e geometria
Síntese
Vivemos em uma sociedade repleta de formas e números. Estudar, com-
preender e utilizar adequadamente esses conhecimentos para a resolução de pro-
blemas da vida cotidiana é indispensável para a prática consciente da cidadania.
O pensamento quantitativo, as relações e os significados envolvidos na
construção do número devem ser desenvolvidos desde cedo nas crianças,
favorecendo a vivência de situações que as levem a construir e incorporar
tal conhecimento. A construção do número vai se consolidando à medida
que a criança desenvolve a contagem sequencial, a relação da representação
quantitativa de objetos com a representação simbólica do número, atribui
significado e contextualiza o número em situações concretas.
O Sistema de Numeração Decimal (SND) possui três princípios bási-
cos: decimal (base dez – agrupamentos de 10), aditivo (composição aditiva
do número por meio de potências de 10, ou mesmo por outros números),
e posicional (o algarismo assume o valor da posição que ocupa no número).
Por isso, com 10 símbolos numéricos, denominados algarismos, é possível
pensar em qualquer quantidade numérica.
Por fim, destacamos algumas ideias geométricas e sua importância no
desenvolvimento cognitivo da criança. A geometria tem como principais
objetivos desenvolver o olhar e o pensar geométrico por meio das formas que
ocupam o espaço em que vivemos, sejam elas tridimensionais ou bidimensio-
nais. Destaca-se, também, a importância do estudo das propriedades, relações
e tudo o que envolve o espaço e as formas contidas nele.
– 127 –
8
Operações
fundamentais
– 130 –
Operações fundamentais
– 131 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
100 + 40 + 8
300 + 60 + 7
– 132 –
Operações fundamentais
100 + 40 + 8
+
300 + 60 + 7
400 + 100 + 15
Reagrupando as ordens, temos:
400 + 100 + 10 + 5
500 + 10 + 5 = 515
Marcos tem, agora, R$ 515,00.
– 133 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
20 + 9 = 29
60 + 3 = 63
No algoritmo, fica assim representado:
D U
6 3 Jane tem
–
2 9 Pietra tem – comparação entre as duas quantidades
3 4 Diferença na quantidade de figurinhas que elas têm
Ao comparar as duas quantidades, por meio de uma operação de subtra-
ção, percebemos que a diferença é de 34 figurinhas. Ou então, Jane tem
– 134 –
Operações fundamentais
– 135 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 136 –
Operações fundamentais
Quantidade de caixas 5 10 15 20 25 30
de 1 litro levadas
Quantidade de caixas
4 8 12 16 20 24
de 1 litro pagas.
Ao levar 30 caixas de 1 litro de leite Paula pagará, de fato, 24 caixas de
1 litro de leite.
Observe que, na primeira linha da tabela, aparecem resultados da multi-
plicação por 5; na segunda linha, são resultados da multiplicação por 4.
d) Ideia de combinação: ao levantar as possibilidades de combinação dos
elementos envolvidos em um determinado contexto, estamos usando o
raciocínio combinatório. Por exemplo:
O clube em que Juliano joga utiliza 3 tipos de short e 2 tipos de camisetas
para compor o seu uniforme. Quantos trajes diferentes é possível formar com
essas peças de roupa?
– 137 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Camisetas
Short
– 138 –
Operações fundamentais
3 × 6 = 18 6 × 3 = 18
– 139 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Por exemplo:
O presidente do clube falou sobre as novas regras, o que dividiu a opinião
dos seus associados.
Observe que o termo dividir, nessa frase, não significa, necessariamente,
que a divisão de opinião entre os sócios do clube foi feita em partes iguais.
A operação matemática de divisão, por sua vez, supõe a ação de separar,
repartir, um certo número em subgrupos com a mesma quantidade de ele-
mentos, ou mesmo um inteiro em partes iguais.
De acordo com Vergnaud (2009, p. 190), “a divisão é uma operação
complexa. Há para isso várias razões: algumas são de ordem conceitual, outras
são ligadas à complexidade das regras operatórias implicadas pela divisão”.
Ao trabalhar com a operação de divisão, na prática pedagógica, é funda-
mental proporcionar à criança a vivência de diversas situações que envolvem
ideias de repartir e distribuir, sejam elas em partes iguais ou não. Isso favo-
rece o que Saiz (2001, p. 182) afirma ao dizer que “temos que permitir que
as crianças comprovem seus próprios procedimentos, suas próprias soluções,
antes de conhecer os algoritmos tradicionais”.
A operação de divisão envolve duas ideias distintas.
a) Ideia repartitiva ou distributiva: essa ideia aparece em situações pro-
blemas em que o todo deve ser distribuído em partes iguais.
Por exemplo:
Célia tem 12 bombons e vai repartir igualmente entre ela e suas três melho-
res amigas. Quantos bombons cada uma vai receber?
A ideia é repartir os 12 bombons em 4 partes iguais.
1+1+1=3
1+1+1=3
12 12 : 4 = 3
1+1+1=3
1+1+1=3
Cada uma recebeu 3 bombons.
– 140 –
Operações fundamentais
– 141 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Por exemplo:
Marta tem 25 flores para distribuir igualmente em 3 vasos. Quantas flores
ela colocará em cada vaso?
A ideia presente nessa situação-problema é a de divisão em partes iguais,
ou seja, ideia de distribuição, repartitiva. Vamos resolvê-la por meio dos dois
processos de resolução para perceber as diferentes possibilidades de registro
matemático de uma operação de divisão, além do registro pictórico.
a) Processo convencional de resolução
D U
2 5 3
–
2 4 DU
0 1 08
Resposta: 8 flores em cada vaso e sobrou uma flor;
ou 8 flores em 2 vasos e 9 flores em um vaso.
No processo convencional, a operação é resolvida dividindo-se cada
uma das ordens numéricas do dividendo pelo divisor. Pode ser usado
o método “curto” ou “longo”; ou seja, os cálculos auxiliares, à esquerda
da operação, podem aparecer todos, detalhadamente, conforme mos-
trado acima (método longo), ou, então, pode-se resolver a operação de
subtração (à esquerda da operação) mentalmente e registrar somente o
resultado obtido (método curto).
b) Processo de resolução por estimativa
Há várias formas de registro por estimativa. Veja algumas:
25 3
– 12 4 + 4 = 8
13
– 12
1
R1 = 8 flores em cada vaso e sobrou 1 flor; ou
R2 = 8 flores em 2 vasos e 9 flores em um vaso.
– 142 –
Operações fundamentais
25 3
– 3 1 + 1 + 1 +1 + 1 + 1 + 1 + 1 = 8
22
– 3
19
– 3
16
– 3
13
– 3
10
– 3
7
– 3
4
– 3
1
R1 = 8 flores em cada vaso e sobrou 1 flor; ou
R2 = 8 flores em 2 vasos e 9 flores em um vaso.
25 3
– 3 1+2+2+2+1=8
22
– 6
10
– 6
4
– 3
1
R1 = 8 flores em cada vaso e sobrou 1 flor; ou
R2 = 8 flores em 2 vasos e 9 flores em um vaso.
– 143 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
25 3
– 15 5 + 1 + 2 = 8
10
– 3
7
– 6
1
Reflita
De acordo com Lins e Gimenez, (1997, p. 83) a escola é cobrada
socialmente e culturalmente para que a criança domine determinados
cálculos em determinadas idades, como o domínio da tabuada no 3.º
ano do Ensino Fundamental. “Parece-nos que se esquecem de que
o objetivo maior é que, ao finalizar a formação básica, o aluno tenha
um domínio de cálculo aproximado, de modo que possa estimar
quocientes aproximados, resultados de operações em geral, e saiba
quando aplicar uma operação a uma situação dada.”
Partindo-se do pressuposto que a criança deve compreender os
significados de cada uma das operações fundamentais, resolvê-
-las corretamente e aplicá-las adequadamente nas situações pro-
blemas do cotidiano, faça uma reflexão sobre esse posiciona-
mento dos autores acima e estabeleça um paralelo entre ele e o
desenvolvimento do trabalho pedagógico da escola em relação
às operações fundamentais.
– 144 –
Operações fundamentais
– 145 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Síntese
As quatro operações fundamentais fazem parte do currículo dos anos
iniciais do Ensino Fundamental como um dos conteúdos de grande relevân-
cia, iniciando-se o estudo das suas primeiras ideias desde a Educação Infantil.
– 146 –
Operações fundamentais
– 147 –
9
Resolução de problemas
– 150 –
Resolução de problemas
– 151 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 152 –
Resolução de problemas
– 153 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 154 –
Resolução de problemas
20 15 10 5
– 155 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 156 –
Resolução de problemas
– 157 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 158 –
Resolução de problemas
– 159 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
1 7 8 12
–
1 2 CDU
0 5 8 014
–
4 8
1 0
Portanto, ela usou 15 caixas para guardar todos os ovos.
Observação: 14 caixas estão completas com 12 ovos em cada uma, e
uma caixa está com 10 ovos; com isso, foram usadas 15 caixas para colo-
car todos os ovos.
g) Apresentação inicial de um enunciado de um problema: dar conti-
nuidade ao texto problematizador já iniciado, resolvendo-o.
– 160 –
Resolução de problemas
Por exemplo:
Na festa infantil promovida por Bia, havia muitas crianças. Do total de
150 participantes ....
Veja uma possibilidade de resolução:
Na festa infantil promovida por Bia, havia muitas crianças. Do total de
1
150 participantes, somente eram pessoas adultas. Quantas crianças
6
havia na festa? E quantos eram os adultos?
Resolvendo:
1
de 150 participantes 150 : 6 = 25
6
150 participantes – 25 adultos = 125 crianças.
Havia 125 crianças e 25 adultos participando da festa.
h) Elaboração de um problema a partir de uma operação ou expres-
são numérica dada: fornecer uma operação ou expressão numérica
como referência para a elaboração de um texto-problema, resol-
vendo-o.
Por exemplo:
157 : 6
Veja uma possibilidade de resolução:
A direção da escola organizou um campeonato de voleibol. Houve 157 ins-
crições de alunos. Se cada equipe era composta por 6 alunos, quantas equipes
foram formadas?
Resolvendo:
157 : 6 = 26 e sobra um aluno.
Portanto, foram formadas 26 equipes; podendo ser: 25 equipes com 6
alunos e uma equipe com 7 alunos, para que todos os inscritos pudessem
participar do campeonato de voleibol.
i) Apresentação de um problema sem números explícitos: ler, analisar e
resolver o problema.
– 161 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Por exemplo:
No Brasil foi instituído, há alguns anos, o Dia Nacional da Matemática.
Esse dia corresponde a um número formado por um único algarismo e é par;
ele pode ser obtido pela média aritmética do maior número par de um só
algarismo com o antecessor par do próprio número. O mês é indicado por um
número formado por meia dezena. Em que dia e mês comemora-se o Dia
Nacional da Matemática?
Resolvendo:
Os números pares formados por um só algarismo são: 0, 2, 4, 6, 8
O maior número par de um só algarismo é o 8.
Se o número for o 6, então o seu antecessor par é o 4.
Calculando a média aritmética entre 8 e 4 temos:
8 + 4 = 12 12 : 2 = 6
Então, o dia é 6.
O mês corresponde ao número que representa meia dezena, ou seja, 5.
Portanto, o Dia Nacional da Matemática é 6 de maio.
Essas são algumas possibilidades de dinamizar o trabalho pedagógico de
resolução de problemas em sala de aula, objetivando o desenvolvimento do
raciocínio lógico-matemático, a autonomia de pensamento e ação, a amplia-
ção do conhecimento matemático, a descoberta de novas formas de resolver
problemas, o desenvolvimento da criatividade, entre outros.
A riqueza do trabalho pedagógico de resolução de problemas se dá na
medida em que o professor promove o debate, o confronto de ideias e opi-
niões sobre as formas diferentes de pensar em torno das possibilidades de
resolução de cada problematização proposta.
Portanto, a resolução de problemas na perspectiva da educação mate-
mática tende a dar ênfase à aplicação da matemática em situações reais, assim
como desenvolver o estudo de conceitos e conteúdos, ampliando os limites
da própria disciplina e aprofundando as teorias e práticas envolvidas, direta
ou indiretamente, com o conhecimento matemático.
– 162 –
Resolução de problemas
Reflita
De acordo com Dante (1998, p. 11),
um dos principais objetivos do ensino da matemática é
fazer o aluno pensar produtivamente e, para isso, nada
melhor que apresentar-lhe situações-problema que o envol-
vam, o desafiem e o motivem a querer resolvê-las. Essa é
uma das razões pela qual a resolução de problemas tem
sido reconhecida no mundo todo como uma das metas
fundamentais da matemática no Ensino Fundamental.
a) Faça uma reflexão sobre esse pensamento de Dante e estabeleça
um paralelo entre essas ideias e os problemas que são trabalha-
dos, normalmente, nas aulas de matemática dos anos iniciais do
Ensino Fundamental, atualmente.
b) De acordo com as suas reflexões, responda:
• os problemas trabalhados em sala de aula favorecem o pen-
samento produtivo do aluno? Por quê?
• os problemas trabalhados em sala de aula envolvem, motivam
e desafiam o aluno? Por quê?
Saiba mais
No dia 6 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Matemática,
que foi instituído, em 2004, pelo congresso nacional. Esta data é
uma homenagem ao grande matemático brasileiro Professor Júlio
César de Mello e Souza, conhecido como Malba Tahan, natural do
Rio de Janeiro, filho de professores, nascido em 6 de maio de 1895
e falecido em 18 de junho de 1974, aos 79 anos, no Recife.
– 163 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Suco
de uva Café
200ml
Leiteo 500g
1 litr
Macarrão
Detergente
500ml
Óleo Extrato de
Maionese
500g tomate
900ml 250g
500g
Margarina Sabonete
500g 90g
R$ 3,78 R$ 0,98
– 164 –
Resolução de problemas
Sabão em pó Açúcar
1kg 5kg
R$ 5,45 R$ 8,16
– 165 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
Síntese
A resolução de problemas como forma de encaminhar o trabalho peda-
gógico com o conhecimento matemático tem ganhado força nas últimas
décadas, tanto no aspecto da aplicação de conceitos e conteúdos, quanto
na resolução de problemas como forma de aprender novos conteúdos e
conceitos matemáticos.
Muitos educadores matemáticos defendem a ideia de que um problema
só existe se ele apresenta uma situação que requer solução, deixando o indi-
víduo, mesmo que por um pequeno período de tempo, pensativo e desafiado
a buscar a solução.
A resolução de problemas promove o desenvolvimento da criatividade,
autonomia de pensamento e ação, raciocínio lógico, análise, argumentação,
habilidade de levantar possibilidades e hipóteses, e habilidade de testar resul-
tados obtidos, aceitando-os ou refutando-os.
Butts (1997) classifica as questões matemáticas, relacionadas à resolução
de problemas, em cinco categorias distintas: exercícios de reconhecimento,
exercícios algorítmicos, problemas de aplicação, problemas em aberto e situ-
ações-problema.
Há diversas formas de desenvolver o trabalho com a resolução de pro-
blemas evidenciando a dinamicidade e a flexibilidade que esse tipo de enca-
minhamento metodológico proporciona ao processo ensino-aprendizagem
da matemática.
Quanto maior a variedade de problematizações desenvolvidas em sala de
aula, maiores serão as oportunidades proporcionadas aos alunos na ampliação
do conhecimento matemático e no desenvolvimento de competências rela-
cionadas à resolução de problemas.
– 166 –
10
Avaliação
– 168 –
Avaliação
– 169 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 170 –
Avaliação
– 171 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 172 –
Avaliação
Reflita
Refletir sobre o erro do aluno é uma das atribuições do professor na
prática pedagógica em educação matemática. Cury (2007, p. 80)
destaca “a ideia de que o erro se constitui como um conhecimento é
um saber que o aluno possui, construído de alguma forma, e é neces-
sário elaborar intervenções didáticas que desestabilizem as certezas,
levando o estudante a um questionamento sobre as suas respostas”.
Partindo do pressuposto que a criança deve compreender os signi-
ficados de cada conceito e/ou conteúdo matemático trabalhado, e
que as pessoas aprendem de maneiras e em tempos diferentes, faça
uma reflexão sobre esse pensamento de Cury e estabeleça um para-
lelo entre ele e a prática pedagógica da escola em relação a possíveis
estratégias de trabalho com o erro do aluno em matemática.
– 173 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 174 –
Avaliação
Síntese
A avaliação é um elemento inerente à prática pedagógica, que deve ser
realizada com cuidado e coerência, envolvendo todos os sujeitos envolvidos
no processo educacional, assim como os recursos e estratégias utilizados no
ensinar e no aprender matemática.
A avaliação deve subsidiar a prática pedagógica, dando indicativos para
o planejamento e/ou replanejamento das ações que favoreçam a construção e
apreensão do conhecimento matemático pelos alunos.
Luckesi (2003) mostra a importância de ultrapassar o sentido de exa-
minar, ainda presente na sala de aula, assumindo o real sentido de avaliar. A
avaliação é processual, tem por objetivo diagnosticar, é dinâmica, é inclusiva,
é democrática e exige uma prática pedagógica dialógica. Dessa forma, temos
uma prática avaliativa formativa.
A avaliação pode ser feita por meio de diversos instrumentos, como:
observações e registros, provas e testes, resolução de problemas, trabalhos e
participação em atividades, portfólio e caderno do aluno, entrevistas e con-
versas informais, autoavaliação, entre outros.
Outros aspectos relevantes, que devem fazer parte da avaliação forma-
tiva, são a análise, a reflexão e o trabalho pedagógico, que devem ser desen-
volvidos a partir do erro do aluno. Conforme expressam os PCN (BRASIL,
1998, p. 55), “na aprendizagem escolar o erro é inevitável e, muitas vezes,
pode ser interpretado como um caminho para buscar o acerto”. Ao analisar
e refletir sobre o erro do aluno, o professor obtém informações sobre como
o estudante está pensando, que conhecimentos e raciocínios ele já domina e
quais ele ainda não conseguiu adquirir.
– 175 –
Referências
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 178 –
Referências
– 179 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 180 –
Referências
– 181 –
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Matemática
– 182 –
Pensar na formação do pedagogo é pensar na complexidade de sua
atuação e no desenvolvimento de competências para o melhor desempenho
profissional.
Na competência do profissional pedagogo está inserida a educação ma-
temática, que se manifesta por meio do domínio do conteúdo matemático a
ser desenvolvido na prática escolar da Educação Infantil e dos anos iniciais do
Ensino Fundamental, pela clareza dos objetivos que devem ser atingidos e pelo
domínio dos recursos e meios de comunicação que devem ser usados para me-
diar esse ensino e a aprendizagem dos alunos. Manifesta-se, ainda, pelo domí-
nio da articulação do conhecimento matemático com os outros elementos que
fazem parte da formação dos alunos, na escola, e pela percepção e reflexão sobre
as complexas relações entre a matemática do âmbito escolar e suas implicações
para a sociedade, na qual estão inseridos os educandos.
Há diversas formas, meios e modalidades para desenvolver e se apro-
priar desses elementos que compõem a competência do futuro profissional pe-
dagogo em educação matemática. Neste livro, destacamos a modalidade de
Educação a Distância como uma real possibilidade de desenvolvimento do co-
nhecimento matemático com qualidade e de modo significativo, promovendo
a construção e a apropriação desses saberes.
ISBN 978-85-60531-31-8
9 788560 531318