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METODOLOGIA DO ENSINO

DE HISTÓRIA I – AULA 1
Profa. Dra. Marcela Boni Evangelista
ORGANIZAÇÃO DO CURSO E DAS
ATIVIDADES
ESTÁGIO – DIVISÃO DE
ATIVIDADES
ESTÁGIO – OBSERVAÇÃO (30H)
ENTREVISTA (30H)

• Preparação da entrevista: formação básica em história oral e elaboração de roteiro.


• Realização da entrevista / Gravação em áudio ou vídeo.
• Pós-entrevista: devolução e arquivamento / guarda.
• Elaboração de um texto ensaístico baseado na experiência realizada.
• Reflexão sobre a prática e produção de conhecimentos sobre o tema.
ESTÁGIO – PLANO DE ENSINO /
SEQUÊNCIA DIDÁTICA (30H)

• Compartilhamento de modelos.
• Elaboração de Plano de Ensino a partir de temática escolhida e organizada pelos alunos.
• Apresentação de seminários.
AULAS EXPOSITIVAS

• As aulas serão organizadas em dois blocos:


• Bloco 1: discussão do tema da aula a partir da leitura dos textos-base por todos os alunos.
• Bloco 2: Seminário de grupo baseado nos textos propostos na aula em questão em
consonância com as experiências e percepções do estágio (observação em sala de aula,
entrevista e plano de ensino)
1ª. AULA (02/03): APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA, ORIENTAÇÕES
PARA O ESTÁGIO E PARA ESCRITA DE MEMÓRIAS. APRESENTAÇÃO
DA BIBLIOGRAFIA BÁSICA, ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS DE
SEMINÁRIOS.

• ARIÈS, Philippe. A criança descobre história. In:______. O Tempo da História. Lisboa:


Relógio d´Água, 199
• BLOCH, Marc. Introdução. In: Apologia da História: ou o ofício do historiador. Rio de
Janeiro: Zahar, 2011.
2ª AULA (09/03): HISTÓRIA ORAL: POR QUE ENTREVISTAR
UM PROFESSOR DE HISTÓRIA?

• GOODSON, Ivor F. Dar voz ao professor: as histórias de vida dos professores e o seu
desenvolvimento profissional. In. NÓVOA, Antonio. (org.) Vidas de professores. Porto: Porto
Editora, 2000.
• HUBERMAN, Michaël. O ciclo de vida profissional dos professores. In. NÓVOA, Antonio. (org.)
Vidas de professores. Porto: Porto Editora, 2000. MEIHY, J. C. S. RIBEIRO, S. L. S. Entrevista em
história oral. In: Guia prático de história oral. São Paulo: Contexto, 2011.
• PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016. (Capítulos
1 e 2 – “História oral: uma relação dialógica” e “Para além da entrevista: uma autoetnografia da
minha prática”)
• JOUTARD, Philippe. História oral: balanço da metodologia e da produção nos últimos 25 anos. In:
FERREIRA, Marieta de Moraes. AMADO, Janaína. (Orgs) Usos & Abusos da História Oral. (8ªed).
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
3ª AULA (16/03): PLANOS DE ENSINO /
SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS.

• BARCA, Isabel. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação: In. Para uma educação de qualidade.
Atas da Quarta Jornada de Educação Histórica. Braga, Centro de Investigação em Educação
(CIED), Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2004.
5ª. AULA (30/03): PLANEJAMENTO, SELEÇÃO E
ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS DE HISTÓRIA NO
CURRÍCULO.
• MATTOZZI, Ivo. Currículo de História e Educação para o patrimônio. Educação em
Revista. Belo Horizonte. FaE/UFMG, n. 47, jun. 2008.
• YOUNG, Michael. Entrevista concedida à Claudia V. A. Galliano Paula B. J. Louzano.
Michael Young e o campo do currículo no “conhecimento dos poderosos” à defesa do
“conhecimento poderoso”. Educação e Pesquisa. São Paulo: FEUSP, v. 40, n. 04, Out/Dez.
2014.
• BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora: desigualdades frente à escola e à cultura. In:
NOGUEIRA, Maria Alice. CATANI, Afrânio. (orgs.). Pierre Bourdieu: Escritos de
Educação. Rio de Janeiro: Vozes Ed., 1998, pp. 39-64.
• GOODSON, Ivor F. Processos de mudança curricular e períodos históricos. In: Currículo,
narrativa pessoal e futuro social. Campinas: Editora da Unicamp, 2019.
6ª. AULA (13/04): CONCEITOS HISTÓRICOS NA
SALA DE AULA

• ASHBY, Rosalyn. Desenvolvendo um conceito de evidência histórica: as ideias dos


estudantes sobre testar afirmações factuais singulares. Educar em Revista. Curitiba (PR): Ed.
UFPR, Número Especial, p. 151-170, 2006.
• Livros Paradidáticos sobre Democracia e Classe Social.
• A democracia pode ser assim / Equipo Plantel; ilustração Marta Pina. São Paulo: Boitatá,
2015.
• O que são classes sociais? / Equipo Plantel; ilustração Joan Negrescolor. São Paulo: Boitatá,
2016.
• BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In:
KARNAL, Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. (6ª ed). São
Paulo: Contexto, 2018.
7ª. AULA (27/04): RELAÇÕES ENTRE O SABER
HISTÓRICO CIENTÍFICO, O SABER HISTÓRICO
ESCOLAR E CAMPO POLÍTICO.

• SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Saber escolar e conhecimento histórico. História & Ensino,
Londrina, v. 11, p. 35-50, 2005.

• FERREIRA, Maíra Soares. A rima na escola, o verso na história. São Paulo: Boitempo,
2012. (Introdução e 3º. Capítulo)
8ª. AULA (04/05): ENSINO E APRENDIZAGEM NA
DISCIPLINA DE HISTÓRIA.

• RÜSEN, Jorn. Aprendizado histórico. In: Schmidt, M. A.; BARCA, I.; Estevão de Rezende
Martins. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPr, 2010, p. 41-51.
• RÜSEN, Jörn. O desenvolvimento da competência narrativa na aprendizagem histórica: uma
hipótese ontogenética relativa à consciência moral. In: Schmidt, M. A.; BARCA, I.; Estevão
de Rezende Martins. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPr, 2010, p. 51-77.
• RÜSEN, Jorn. Narrativa histórica: fundamentos, tipo, razão. In: Schmidt, M. A.; BARCA,
I.; Estevão de Rezende Martins. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPr, 2010,
p. 41-51.
10ª. AULA (11/05): POR QUE ENSINAR HISTÓRIA?

• CIAMPI, Helenice. Os desafios da história local. In: MONTEIRO, Ana Maria.


GASPARELLO, Arlette Medeiros. MAGALHÃES, Marcelo de Souza. (Orgs) Ensino de
História: sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2007.

• LEE, Peter. Por que aprender história? Educar em Revista. Curitiba, Ed.UFPR, n. 42,
out/dez. 2011.
11ª. AULA (18/05): RELAÇÕES ENTRE A TEORIA DA
HISTÓRIA E A FORMAÇÃO HISTÓRICA

• LEE, Peter. “Nós fabricamos carros e eles tinham que andar a pé”: compreensão das pessoas
do passado. BARCA, Isabel (org.) Actas das Segundas Jornadas Internacionais de Educação
Histórica. Minho, Portugal: Centro de Investigação em Educação. Instituto de Educação e
Psicologia, 2003.
• RIBEIRO, Regina Maria de Oliveira. A “máquina do tempo”. Representações do passado e
memória na sala de aula. São Paulo: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo,
2006 (dissertação de mestrado). Capítulos 2 e 3.
12ª. AULA (25/05): ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE
HISTÓRIA.

• ABUD, Kátia Maria. A Construção curricular na sala de aula. História & Ensino. Revista do
Laboratório de Ensino de História/UEL, Londrina, v.9, pp.171-182.

• SEFFNER, Fernando. Saberes da docência, saberes da disciplina e muitos imprevistos:


atravessamentos no território do ensino de História. In. BARROSO, V. et. al. (orgs.) Ensino
de História: desafios contemporâneos. Porto Alegre: Ed. EST: Exclamação: Anpuh/RS,
2010, pp. 213-229.
13ª. AULA (01/06): RELAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E
GÊNERO

• LINS, Beatriz Accioly. MACHADO, Bernardo Fonseca. ESCOURA, Michele. Diferentes,


não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Editora Reviravolta, 2016.
(Introdução, Capítulo 1 e Como ajudar? Algumas sugestões).
• COUTO, Maria Aparecida Souza. CRUZ, Maria Helena Santana. Inserção de gênero no
currículo de História e a formação do trabalho docente. In: Revista Tempos e Espaços em
Educação. Sergipe, volume 10, n.23, set/dez, 2017.
• OLIVEIRA, Suzana Rodrigues. Violência contra mulheres nos livros didáticos de História
(PNLD 2018). In: Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 27(3), 2019.
14ª. AULA (15/06): HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE
E ESCOLA SEM PARTIDO

• FAGUNDES, Bruno Flávio Lontra. É possível fazer tábula rasa do passado... e do presente
dos historiadores? In: DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. FERREIRA, Marieta de
Moraes (Orgs). História do Tempo Presente. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.
• FRANCO, Stella Maris Scatena. Do arco-íris à monocromia: o Movimento Escola Sem
Partido e as reações aos debates sobre gênero nas escolas. In: MACHADO, André Roberto
de A. TOLEDO, Maria Rita de Almeida (Orgs). Golpes da História e na Escola: o Brasil e a
América Latina nos séculos XX e XXI. São Paulo: Cortez, 2017.
15ª. AULA (22/06): HISTÓRIA PÚBLICA E
PRODUÇÃO E CONHECIMENTOS PARTILHADOS.

• ALBIERI, Sara. História pública e consciência histórica. In: ALMEIDA, Juniele Rabêlo de.
ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. (Orgs) Introdução à História Pública. São Paulo: Letra
e Voz, 2011.

• ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. História Pública: um desafio democrático aos


historiadores. In: REIS, Tiago Siqueira et al. (Orgs). Coleção História do Tempo Presente:
volume 2. Boa Vista: Editora da UFRR, 2020.
16ª. AULA (29/06): COMPARTILHAMENTO DE
EXPERIÊNCIAS.

• Entrega dos trabalhos: Planos de Ensino, Relatórios de estágio e Ensaio sobre a entrevista.
A PROPOSTA

“Saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos


escolares.”
(Marc Bloch)
AULA DE HOJE
• Parte 1: Considerações sobre história oral e história de vida voltadas para a realização da
entrevista com professor de História.
• Principais referências.
• Intersubjetividade: reflexão sobre a prática, aspectos autobiográficos (ARIÈS) e impactos na
performance narrativa.

• Parte 2: Discussão dos textos (Goodson e Huberman)


HISTÓRIA ORAL – METODOLOGIA E
PRODUÇÃO DE DOCUMENTOS E
CONHECIMENTOS
• Textos introdutórios (THOMPSON; MEIHY; PORTELLI)
• Centralidade da entrevista
• Aspectos técnicos e éticos
• Gêneros de história oral (de vida, temática, tradição oral e testemunhal)
• Possibilidades textuais (transcrição, textualização, transcriação)
• Produção de documentos: áudio, vídeo, texto, reflexões e análises
• Arquivamento: possibilidade de criação de um repositório (guarda e possibilidades de
pesquisas futuras)
O RELATO PESSOAL E A
REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA
• “A partir deste momento, penso que minha experiência se distinguia do sentimento
passadista da minha família: transformava-se, falando com propriedade, numa atitude
perante a História.” (ARIÈS, 1992, p.15)
• “Lamento-o hoje, e se tivesse que dirigir crianças apaixonadas pela História penso que as
orientaria, pelo contrário, para esses testemunhos vivos. Sei que tais fragmentos contêm
mais História, e mais História total, do que todos os manuais, mesmo os mais eruditos.”
(ARIÈS, 1992, p. 17)
PROFESSORES DE HISTÓRIA E
SUAS HISTÓRIAS
• Publicação de referência:
• NÓVOA, Antonio (org). Vidas de professores. Porto: Porto Editora, 2000.
• Capítulos selecionados:
• GOODSON, Ivor F. Dar voz ao professor: as histórias de vida dos professores e o seu
desenvolvimento profissional.
• HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores.
“DAR VOZ” AO PROFESSOR...

• “O que afirmo, aqui e agora, é que, particularmente no mundo do desenvolvimento dos


professores, o ingrediente principal que vem faltando é a voz do professor. Em primeiro
lugar, tem-se dado ênfase a prática docente do professor, quase se podendo dizer ao
professor enquanto “prático”. Necessita-se agora de escutar acima de tudo a pessoa a quem
se destina o “desenvolvimento”. Isto significa que as estratégias a estabelecer devem
facilitar, maximizar e, em sentido real, surpreender a voz do professor.” (GOODSON, 2000,
p. 69)
QUEM É O PROFESSOR?
• Atenção para aspectos de ordem subjetiva e contextual.
• Autobiografia (quando surge o interesse, professores que marcaram a trajetória individual).
• Origem e ambiente sócio-cultural.
• Interseccionalidades: classe, gênero, raça, geração.
• Professor como profissional – Professor como pessoa.
• Ciclos da vida (Tardiff)
DA HISTÓRIA DE VIDA À
MEMÓRIA COLETIVA

• “Os estudos referentes às vidas dos professores podem ajudar-nos a ver o indivíduo em
relação com a história do seu tempo, permitindo-nos encarar a intersecção da história de vida
com a história da sociedade, esclarecendo, assim, as escolhas, contingências e opções que se
deparam ao indivíduo.”
CICLO DE VIDA PROFISSIONAL
• O início: estágio de sobrevivência (choque com o real) e descoberta (entusiasmo).
• Estabilização: comprometimento, tomada de responsabilidades, definição de uma identidade
profissional.
• Diversificação (atenção para percursos individuais): críticas ao sistema, motivação,
dinamismo.
• Questionamentos: sensação de rotina, crise.
• Serenidade e distanciamento: menos ambição e investimento e mais confiança e serenidade.
• Conservantismo e lamentações
• Desinvestimento
CUIDADOS COM OS PADRÕES

• A despeito das possibilidades analíticas a partir da observação de padrões mais ou menos


estabelecidos, é fundamental considerar aspectos individuais (história de vida), assim como
elementos como gênero, geração, classe, raça, entre outros.
FINALIZAÇÃO
• Introdução sobre os textos da 2ª aula.
• Tema: Sentidos do ensino e da aprendizagem na Disciplina de História.
• Textos:
• SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia Maria E. Perspectivas da Didática na
Educação Histórica.
• BARCA, Isabel. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação.

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