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A educação antirracista presente no chão da escola: reflexões a

partir de experiencias do Programa de Residência Pedagógica


Dionatan Souza de Moura, Maria Jesus da Silva
Orientadora:Marisa Noda
CAMPUS DE JACAREZINHO, CURSO DE HISTÓRIA

INTRODUÇÃO
A experiência de regência foi desenvolvida no Colégio Estadual Rui Barbosa EFMNP, Imagens Ilustrativas
Jacarezinho/PR, através do Programa Residência Pedagógica de História da
Universidade Estadual do Norte do Paraná. (Temática: Neocolonialismo e Partilha da
África; 3.A e 3.B)

METODOLOGIA
Utilizamos as contribuições de Schmidt e Fernandes (2007) no campo da Educação
Histórica, ao discutir os caminhos e possibilidades de uma unidade temática
investigativa para o ensino de história. Partimos também das contribuições de Franz
Fanon (2000) sobre a pedagogia decolonial, e da perspectiva da educação multicultural
de Munanga (2015).

OBJETIVOS
Nosso objetivo é apresentar uma experiência de regência desenvolvida em
duas turmas de 3°ano do Ensino Médio A e B, em uma sequência didática
dividida em quatro aulas, sendo a primeira uma abordagem da História do
continente africano durante a Partilha ou Neocolonialismo, realizamos
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES
discussões sobre o período pré-colonial, colonial e pós colonial; na segunda
aula, demos continuidade ao discutir as origens das práticas racistas em nossa
FINAIS
É fundamental trazer discussões sobre o protagonismo de figuras negras na
sociedade e nosso papel enquanto sujeitos históricos em defesa de uma
História, pois isso nos leva a crer que “a escola é o ambiente por excelência do
prática antirracista; no terceiro e quarto dia, nossos alunos (as) realizaram uma
acolhimento; esse espaço não pode fomentar o abandono, devendo sim,
atividade prática com cartolinas, tintas, lápis e canetas etc. Propusemos uma
fortalecer os acessos e desenvolver cultura de permanência” (CARINE, 2023,
questão norteadora a fim de refletirem como os mesmos podem contribuir para
p. 130). Pois, “a sala de aula, com todas as suas limitações, continua sendo um
uma prática antirracista na escola e sociedade em que vivem. Em linhas gerais,
ambiente de possibilidades” (HOOKS, 2017, p. 273).
nossos objetivos foram favorecer a compreesão da importância da História da
África para uma educação antirracista.

Discussão e Resultados
Iniciamos a aula com a seguinte questão de conhecimentos prévios: “O que vocês
conhecem sobre a História da África?”. Propomos analisar duas fontes, sendo a
primeira um relato de um francês de 1922, onde este exprime sua ideia imperialista e
colonialista acerca do continente africano, a segunda foi o poema Vozes D’África de
Castro Alves como forma de sensibilização daquilo que estávamos discutindo. Na
segunda aula, tivemos discussões acerca da natureza do racismo, sua origem e ligação
com o neocolonialismo africano, de acordo com Carine (2023). Propomos como uma
atividade a confecção de um cartaz explicitando formas de serem antirracistas. Após a
produção, buscamos escutá-los afim de reconhecer como a proposta foi recebida pelos
alunos e alunas. Podemos observar que eles se apropriaram deste debate, alguns REFERÊNCIAS
sentiram-se a vontade para narrar experiências de práticas racistas que já sofreram, ALMEIDA, Sílvio Luiz de. O que é o racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento,
outros apontaram alguns casos observados em seu núcleo familiar ou de amigos, o mais 2018.
CARINE. Bárbara. Como ser um educador antirracista. São Paulo: Planeta do Brasil, 2023.
importante é que os alunos e alunas acreditaram na capacidade que aquele trabalho teve FANON, F. Os condenados da terra. 1.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.
diante de uma luta antirracista na escola e na sociedade. O ato de ouvir os alunos e FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 69.ed.
alunas é muito importante, pois segundo Bell Hooks (2017), “o enfoque da Rio de Janeiro, 2021.
FERNANDES, L. Z; SCHMIDT, M. A. A reconstrução de aulas de História na perspectiva da
experiência permite aos alunos tomar posse de uma base de conhecimento a Educação Histórica: da aula oficina à unidade temática investigativa. In: Anais do VIII Encontro
partir da qual podem falar (HOOKS, 2017, p.198). Nacional de Pesquisadores de Ensino de História: Metodologias e Novos Horizontes. São
Paulo: FEUSP - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2008.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. 2.ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2017.
MACEDO, J. R.. História da África. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2022.
MUNANGA, K. Por que ensinar a História da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do
Instituto de Pesquisas Brasileiras, Brasil, n. 68, p. 20-31, dez. 2015.
NGOZI, A. O perigo de uma história única. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. 1.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

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