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II

COEEPHIS*
Congresso de Ensino, Extensão
e Pesquisa em História

A crítica à colonialidade: desafios no


ensino, na extensão, na pesquisa e na
escrita da história

Atividades

Realização:
SUMÁRIO

AT 1: Superando a pobreza na escola……………. Pg. 3

AT 2: História, Moda e Ensino: Perspectivas de Moda na educação


básica……………. Pg. 4

AT 3: O iluminismo empirista e o materialismo pré-marxista……. Pg. 5

AT 4: Por um diálogo decolonial: perspectivas a partir do cinema


contemporâneo……………. Pg. 8

AT 5: História e Memória da Música Popular Brasileira: uma análise das


narrativas lítero-musicais e biográficas de jornalistas……………. Pg. 9

AT 6: A Caridade em Portugal na Baixa Idade Média……………. Pg. 12

AT 7: Oficina de Transcrição Documental de Manuscritos


Inquisitoriais……………. Pg. 13

AT 8: Entre páginas e memórias: O Conto da Aia como possibilidade


para o ensino e aprendizagem em História……………. Pg. 14

AT 9: Procedimentos metodológicos no emprego da imprensa negra


brasileira como fonte histórica……………. Pg. 15

AT 10: Ditadura Militar no Brasil (1964-1988): mapa, censo,


museu……………. Pg. 16

AT 11: A presença negra na Guerra de Farrapos e sua representação


com base na imagem do quadro de Juan Manuel Blanes……. Pg. 17

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AT 1: Superando a pobreza na escola (Minicurso)

Eliene Gomes da Silva Alves (UFG)

Modalidade: Remoto

O minicurso intitulado “Superando a pobreza na escola”, tem como público alvo


professores, graduandos e pós-graduandos em História. O curso parte da premissa de
que a pobreza existe, persiste e está dentro das escolas. Propõe o estudo, a reflexão, a
discussão e encaminhamentos acerca da relação entre pobreza, educação e a história
social e política brasileira. O objetivo principal é a compreensão da pobreza como uma
condição histórico/social, com raízes escravocratas, assentadas na superexploração da
força de trabalho, concentração de renda e outras desigualdades, que são produtos de um
capitalismo injusto. Desta reflexão, espera-se que passemos a reconhecer nossos alunos
e principalmente, fazer com que eles se reconheçam como “injustamente pobres” no
sentido enunciado por Miguel Arroyo de que “o pobre tem o direito a saber-se...” A
partir desse reconhecimento que possamos buscar juntos estratégias a curto e a longo
prazo de superação dessa condição degradante e, intencionalmente, desumana. Através
do uso de fontes diversas como textos, vídeos, poemas, crônicas, músicas e etc,
pretende-se despertar a inquietação nos alunos sobre as injustiças sociais e suas origens,
bem como nas possibilidades de superação dessa condição. Na concepção freiriana,
nenhuma situação é dada ou natural, mas produzida e passível de mudanças desde que
haja uma “postura rebelde e criticamente transformadora do mundo”. É essa postura
transformadora que procurarei despertar. Como trabalho final do curso, será feito um
planejamento coletivo interdisciplinar para que os professores (alunos do minicurso)
encontrem subsídios para trabalharem a temática da pobreza em suas escolas e salas de
aula.

Referências Bibliográficas:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 64a edição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e
Terra, 2017.
GARCIA, Adir Valdemar [et al] orgs. Reflexões sobre a pobreza – Concepções,
enfrentamentos e contradições. 1a edição. Florianópolis: NUP/UFSC, 2017. Disponível
em http://online.fliphtml5.com/wskm/whai/#p=4 Acesso em 15 de novembro de 2023.
MESZÁROS, Istvan. A Educação para além do capital. São Paulo: BoiTempo Editorial,
2006.

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AT 2: História, Moda e Ensino: Perspectivas de Moda na educação básica (Oficina)

Emily Trassi Costa (UFU)


Italo Samuel Marques (UFU)
Yago Araújo Pinto (UFU)

Modalidade: Presencial

Por meio de tecidos e retalhos de materiais diversos, acessórios e outros objetos


interligados à indumentária é possível explorar os sentidos dos discentes, ao elucidar
suas capacidades sensoriais, isto é, tato, olfato, audição e visão. Levando-os a uma
revisitação do passado por meio da experiência sensorial histórica. Ademais, é preciso
demonstrar que as roupas vão além da parte visual já reconhecida. A dinâmica
desenvolvida em sala pode ser utilizada na historicização de materiais, trazendo o
contexto no qual surgiram, sua utilização por diferentes civilizações/sociedades e a
articulação entre o presente vivenciado pelos alunos e o passado histórico dos materiais.
Ainda, em relação ao de Ensino de História, a oficina é baseada nas contribuições de
historiadores da história e moda e em pesquisas voltadas ao ensino, moda e história de
autores como Paulo Debom, Andreza Cabral da Silva, Leticia Fernochi e Peter
Stallybrass. Desse modo, a oficina busca, de maneira lúdica, elucidar sobre perspectivas
de moda na educação básica, fomentando o ensino crítico, dialógico e pautado numa
construção não tradicional do ensino de história.

Referências Bibliográficas:
DEBOM, Paulo. A moda e o vestuário como objetos de estudo na História. In:
CASARIN, Carolina; KURKDJIAN, Sophie (orgs.). Dossiê 5 - As fontes de pesquisa
para a moda. Uma aproximação interdisciplinar e arquivista da história da moda,
pesquisa e ensino. Ensinarmode: Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, vol. 3, n.
3, p. 03-05, 2594-4630, out. 2019 – jan. 2020.
FERNOCHI, Letícia. Moda e imprensa feminina: recursos para o ensino de história. In:
Simpósio Gênero e Políticas Públicas: Anais do VI Simpósio Gêneros e Políticas
Públicas, vol. 6, 2020.
FREIRE, Paulo. Primeira carta: Ensinar aprender. Leitura do mundo – leitura da palavra.
In: FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 24.
ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
SILVA, Andreza Cabral da. Docência, arte e moda: reflexões alinhavadas em sala de
aula. Porto Alegre, 2019.
STALLYBRASS, Peter. O casaco de Marx: roupas, memória, dor. [Tradução de Tomaz
Tadeu]. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

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AT 3: O iluminismo empirista e o materialismo pré-marxista (Minicurso)

Marcos Paulo de Assis

Modalidade: Presencial

Pouquíssimas tradições intelectuais estiveram tão dramaticamente comprometidas pelo


esforço teórico de seus próprios partidários quanto o chamado materialismo histórico.
Plekhanov (1929, p. 59) adverte-nos para a chamada “ressurreição do idealismo”, que,
tomando uma interpretação ufanista e fictícia a respeito da história da tradição marxista
— em geral, no interesse de formar a imagem de um Marx genial, profético e
indefectível, em prejuízo de um exame diligente sobre as suas contribuições teóricas e
insuficiências reais —, acaba por prejudicar um entendimento mais completo do
materialismo e contribui para que as tarefas de corrigí-lo e retificá-lo, quando
necessário, sejam ignoradas. Esse mesmo desvio idealista que pretende subordinar o
processo de constituição autêntico da tradição materialista a uma agenda personalista,
ainda que não o faça de modo consciente e premeditado, acaba por subordinar e eclipsar
a trajetória do materialismo que antecede a seu resgate por Feüerbach e pela juventude
hegeliana. A ideia, largamente difundida e pouco questionada, de que todo materialismo
pré-marxista constitui um materialismo vulgar conforma um pretexto conveniente e
convidativo para que as contribuições reais de autores do materialismo francês e do
iluminismo inglês e escocês continuem sem um exame mais apurado; e, por
consequência, para que a herança intelectual que informa a produção de autores como
Marx e Engels continue pouco conhecida. Essas opções inoportunas mas com grande
acolhida na academia, sobretudo para os chamados marxistas ortodoxos, toma a figura
dos fundadores do materialismo histórico como gênios indisputáveis em detrimento de
uma compreensão mais completa sobre o seu pensamento e do lugar desse mesmo
pensamento dentro da tradição mais ampla do materialismo — a qual não começa e nem
tampouco termina com eles. O naturalismo filosófico contemporâneo, herdeiro natural
do materialismo novecentista (BUNGE, 2014, pp. 18-19), segue completamente
ignorado pelas ciências humanas em decorrência, dentre outros fatores, desse zelo
confusionista e celebrativo que circunda os estudos do materialismo. Buscando dar o
pontapé nesse debate proponho esse minicurso sobre a primeira fase desse longo
desenlace rumo a uma ciência naturalista do homem e da sociedade, começando pelo
empirismo dos séculos XVII e XVIII, passando pelo materialismo francês de Helvétius,
Diderot e D’Holbach chegando até a recepção dessa leitura pela juventude Hegeliana.
Em outra oportunidade darei seguimento a essa discussão passando pelos séculos XX e
XXI.

Referências bibliográficas:
ÁVILA, Fábio Rodrigues de. Natureza e imanência: o sistema da natureza de
5
Holbach. 1a. ed. São Paulo: Alameda Editorial, 2019. 400 p.
MAYER, Gustav. Friedrich Engels: uma biografia. 1a. ed. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2020. 336 p.
BEEBEE, Helen. Hume on Causation. 1a. ed. Abingdon: Routledge, 2006. 248
p.
BUNGE, Mario. Matéria e mente. 1a. ed. São Paulo: Perspectiva, 2017. 416 p.
____________. ¿Existió El socialismo alguna vez y tiene porvenir?. In:
BUNGE, Mario; GABETTA, Carlos (ed.). ¿Tiene porvenir el socialismo?. 1a. ed.
Buenos Aires: Eudeba, 2014. cap. 1, p. 2-19.
CURRAN, Andrew S. Diderot e a arte de pensar livremente. 1a. ed. São Paulo:
Editora Todavia, 2022. 392 p.
DAMÁSIO, António. A estranha ordem das coisas: as origens biológicas dos
sentimentos e da cultura. 1a. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 344 p.
_______________. Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos
sentimentos. 1a. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 360 p.
ENGELS, Friedrich. Anti-Dühring: a revolução da ciência segundo o senhor
Eugene Dühring. 1a. ed. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015. 384 p.
_______________. Dialética da natureza. 1a. ed. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2020. 400 p.
_______________. Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. 1a.
ed. São Paulo: Hedra, 2020. 172 p.

FINELLI, Roberto. Failed Parricide: Hegel and the Young Marx. Leiden: Brill, 2015.
296 p.
HOLBACH, Barão de. A moral universal: ou os deveres do homem
fundamentados na sua natureza. 1a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014. 896 p.
_________________. Sistema da natureza ou das leis do mundo físico e do
mundo moral. 1a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 211. 872 p.
HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. 1a. ed. São Paulo: Hedra,
2011. 224 p.
JONES, Gareth Stedman. Karl Marx: grandeza e ilusão. 1a. ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2017. 784 p.
KUTACH, Douglas. Causation and its Basis in Fundamental Physics. 1a. ed.
Oxford: Oxford University Press, 2013. 334 p.
LEIER, Mark. Bakunin: The Creative Passion: A Biography. 1a. ed. Nova York:
Thomas Dunne Books, 2006. 368 p.
MACKIE, John L. The Cement of the Universe: A Study on Causation. 1a. ed. Oxford:
Oxford University Press, 1974. 340 p.
MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da
crítica da economia política. 1a. ed. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. 792 p.
_________. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. 1a. ed. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2004. 176 p.
NETTO, José Paulo. Karl Marx: uma biografia. 1a. ed. São Paulo: Boitempo
6
Editorial, 2020. 816 p.
PLEKHANOV, G. V. Fundamental Problems of Marxism. 1a. ed. Londres:
Martin Lawrence Limited, 1929. 146 p.
_______________. In Defence of Materialism: The Development of the Monist
View of History. 1a. ed. Londres: Lawrence & Wishart, 1947. 303 p.
PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. 1a.
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2020. 640 p.
SOUZA, Maria das Graças de. Natureza e ilustração: sobre o materialismo de
Diderot. 1a. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2002. 178 p.
YOLTON, John W. Locke and French Materialism. 2a. ed. Oxford: Clarendon
Press, 1991. 256 p.
______________. Thinking Matter: Materialism in Eighteenth-Century
Britain. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984. 256 p.

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AT 4: Por um diálogo decolonial: perspectivas a partir do cinema contemporâneo
(Oficina)

Heverton S. Guedes (UFPE)

Modalidade: Remoto

Cinema indígena, cinema negro, cinema queer, cinema de mulheres... por mais plurais
que sejam as produções sob tais rótulos, podemos encontrar entre elas um imperativo em
comum: (re)pensar formas e sentidos fílmicos. Repensar para dar lugar a experiências há
tanto invisibilizadas, mais uma vez, destacando-se as diferenças, por um mesmo projeto
estético-político: a colonialidade. Se o pensamento colonial ancorou parte da cultura
ocidental com o cinema não poderia ser diferente, logo, não é de se estranhar a força e a
expressividade que a crítica à colonialidade adquire e demonstra na safra mais recente
de tantos cineastas mundo afora. Diante disso, parece-nos válida a proposta de se utilizar
do cinema como mote para dialogar acerca de certas questões coloniais, em seus pactos
e impactos, em suas ações e reverberações... Para isso, partindo de uma revisão
fílmica-bibliográfica e situando-nos no encontro entre a história política, cultural e
social, elegemos três temas-chave a serem discutidos: primeiro, a memória, pois a
percebemos enquanto motivo central da cultura contemporânea (HUYSSEN, 2014;
MESQUITA, 2021) e entendemos que toda disputa sobre o passado é uma agenda do
presente (FRANÇA, 2007); segundo, a paisagem, para nós, outro aspecto-chave à
(des)construção de mundo(s) pelo cinema coetâneo que tensiona, cada vez mais, a noção
instrumental inicial do conceito, enquanto estratégia de dominação da “civilização”
sobre a natureza “selvagem” (LISSOVSKY, 2011); e por fim, o corpo, uma vez que nos
interessa alertar para a necessidade de descolonizar sonhos e afetos que só o corpo (de
quem está em tela e de quem assiste a ela) parece ser capaz de encerrar em si (CUNHA,
ANDRADE, 2020). Assim, a nossa oficina se estrutura em três encontros, um para cada
um dos temas supracitados, a partir dos quais pretendemos entender conceitos essenciais
ao desafio dos cânones eurocêntricos (SHOHAT, STAM, 2006) que nos é colocado pelos
estudos decoloniais, como subalternidade (DERRIDA, 2010) e identidade (HALL,
2011). A fim de acessar e analisar o lugar de agência do cinema em um mundo
pós-colonial, propomos, enfim, articular filmes e textos selecionados (a serem
definidos), através de aulas dialógicas por videoconferência, o que pode servir, a nosso
ver, não só ao ensino, mas também a pesquisa e a escrita de uma história crítica como,
certamente, demanda a realidade contemporânea.

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AT 5: História e Memória da Música Popular Brasileira: uma análise das
narrativas lítero-musicais e biográficas de jornalistas (Minicurso)

Manoel Messias Alves de Oliveira

Modalidade: Remoto

O minicurso “História e Memória da Música Popular Brasileira: uma análise das


narrativas lítero-musicais e biográficas de jornalistas” visa discutir o processo de
monumentalização e esquecimento de escritores e de fenômenos musicais que se
propagam no interior de diferentes grupos. Isto é, pretende-se abordar como escritores,
compositores, intérpretes, letristas e seus respectivos gêneros musicais mantiveram certa
visibilidade, por conta de seus leitores ou ouvintes, enquanto outros foram
redimensionados negativamente e ficaram no “limbo” da história. A partir da obra dos
jornalistas Ruy Castro e Sérgio Cabral, se discutirá como esses autores têm contribuído
para o processo de institucionalização da memória e se as suas narrativas se configuram
como “memórias de papel” (obras que documentaram um significado de cultura
brasileira) resultantes do processo de disputa de memórias. Assim, a forma de
desenvolvimento e os objetivos do minicurso são traçar o processo de construção de
uma documentação sobre a música popular brasileira, discutindo a importância do
trabalho de memorialistas como João Ferreira Gomes (Jota Efegê), Henrique Foréis
Domingues (Almirante), Lúcio Rangel e Ary Vasconcelos; analisar a escrita de Ruy
Castro e Sérgio Cabral e os espaços que estes autores percorrem em suas narrativas e
refletir acerca da existência de uma disputa de memória na música popular brasileira, o
que divide o minicurso em três partes: a explanação acerca da produção de
documentação, suporte e personagens; a abordagem do processo de consolidação de uma
memória (canônica), analisando as diversas formas de narrar e se representar no relato e
o levantamento dos embates das diversas memórias da música popular brasileira. Como
atividade, será proposto que os ouvintes leiam trechos dos paratextos dos livros de Ruy
Castro e Sérgio Cabral visando identificar como os autores se representam, constroem os
seus laços ou até mesmo por onde circulam as suas narrativas. A fim de aproveitar o
tempo previsto para a realização da atividade de análise paratextual, serão trabalhados os
conceitos de “memória e esquecimento”, “disputa de memórias”, “memória
subterrânea”, “memória viva”, “memória de papel”, “memorialismo” e “testemunha
ocular”.

Referência Bibliográfica

BAÍA, Silvano F. A historiografia da música popular no Brasil (1971-1999). 2011. 279


f. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
9
Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP, São Paulo, 2011.
CABRAL, Sérgio. ABC do Sérgio Cabral: um desfile dos craques da MPB. Rio de
Janeiro: Codecri, 1979.
CABRAL, Sérgio. Mangueira: a nação verde e rosa. São Paulo: Prêmio, 1998.
CABRAL, Sérgio. No Tempo de Almirante: uma história do rádio e da MPB. 3. ed. Rio
de Janeiro: Lumiar e Chediak, 2005.
CABRAL, Sérgio. Escolas de Samba do Rio de Janeiro. São Paulo: Lazuli; Nacional,
2011. Disponível em: https://elivros.love/ler-online/baixar-livro-as-escolas-de-samba-
do-rio-de-janeiro-sergio-cabral-em-epub-pdf-mobi-ou-ler-
online#epubcfi(/6/34[txt13]!/4/84/1:722). Acesso em: 15 dez. 2022.
CASTRO, Ruy. Carmem: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
CASTRO, Ruy. Rio Bossa Nova: um roteiro lítero-musical. 3. ed. Rio de Janeiro: Casa
da Palavra, 2011.
CASTRO, Ruy. A noite do meu bem: a história e as histórias do Samba-Canção. São
Paulo: Companhia das Letras, 2015.
CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova. 4. Ed. São
Paulo: Companhia das Letras, 2016 [1990].
EAKIN, Paul John. Vivendo autobiograficamente: a construção da identidade na
narrativa. Trad. Ricardo Santhiago. São Paulo: Letra e Voz, 2019.
GARCIA, Tânia da Costa. A folclorização do popular: uma operação de resistência à
mundialização da cultura, no Brasil dos anos 50. ArtCultura, Uberlândia, v. 12, n. 20, p.
7-22, jan./jun. 2010. 182.
GARCIA, Tânia da Costa. FUNARTE em tempos de Hermínio Bello de Carvalho. In:
ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA, XXVIII - Lugares dos historiadores: velhos
e novos desafios. 2015, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: ANPUH/ UFSC, 27 a
31
jul. 2015.
GARCIA, Tânia da Costa. Afinidades eletivas: a Funarte e o samba carioca como
patrimônio da cultura nacional. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 22,
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70-92, 2017.
GENETTE, Gérard. Paratextos Editoriais. Trad. Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê, 2009.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
MORAES, José Geraldo Vinci de. Entre a Memória e a História da Música Popular. In.:
MORAES, José Geraldo Vinci de; SALIBA, Elias T. (org.). História e Música no Brasil.
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MORAES, José Geraldo Vinci de. Meninos eu vi: Jota Efegê e a história da música
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NAPOLITANO, Marcos. A música brasileira na década de 1950. Revista USP, São
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NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História,
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10
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de
Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
SANTHIAGO, Ricardo. História pública e autorreflexividade: da prescrição ao
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SANTHIAGO, Ricardo. “Quem não a conhece não pode mais ver pra crer”: Memória,
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http://www.musimid.mus.br/3encontro/files/pdf/Ricardo%20Santhiago.pdf. Acesso em:
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SEIXAS, Heloisa. Álbum de retratos. Ruy Castro por Heloisa Seixas. Rio de Janeiro:
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ilustre e desconhecido: a construção biográfica de Clóvis Beviláqua (1859-1944). 2013.
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SILVA, Wilton C. L. Histórias mal contadas: presenças e ausências na “Galeria do
Samba” da coleção História do Samba. (no prelo).

11
AT 6: A Caridade em Portugal na Baixa Idade Média (Minicurso)

Eduardo Lima de Souza

Modalidade: Remoto

A proposta do minicurso A Caridade em Portugal na Baixa Idade Média é apresentar um


conjunto de práticas caritativas e de instituições pias em Portugal, sobretudo, a partir do
século XIV, em que guerras, fomes e epidemias de peste se alastravam pelo reino
português. A intensificação da carestia em Portugal a partir de 1300 e a consolidação
dos mendicantes impulsionaram o crescimento de instituições caritativas por todo o
reino. Efetivamente, albergarias, hospitais e gafarias alcançavam o próximo para além
do quadro confraternal. Estendendo a mão ao pobre, recebiam o peregrino, tratavam o
doente, acolhiam os enjeitados, socorriam os leprosos e enterravam seus mortos. Para
compreendermos os incentivos às práticas caritativas e os merecedores de misericórdia –
os pobres envergonhados, os mendigos, os escolares pobres, os órfãos, as viúvas, os
doentes, os peregrinos, os cativos e os presos –, no Portugal trecentista e quatrocentista,
lançaremos mão de um rol de fontes portuguesas e estudos historiográficos sobre a
pobreza, a caridade e as instituições assistenciais. O minicurso será estruturado em cinco
principais eixos temáticos: sistema dogmático da caridade; tempo de misérias; os
miseráveis e a pobreza; a espiritualidade e a caridade feminina; e as instituições pias.
Cada aula será ministrada a partir de textos historiográficos articuladas as fontes
portuguesas produzidas entre os séculos XIV e XV, como tratados pastorais e
edificantes, crônicas, compromissos de confraria e documentos jurídicos.

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AT 7: Oficina de Transcrição Documental de Manuscritos Inquisitoriais (Oficina)

Hortência Lima Silva (UNEB)

Modalidade: Remoto

Os documentos oriundos da Inquisição Portuguesa constituem-se numa excelente fonte


para a investigação de vários aspectos da vida cotidiana dos cidadãos da América
Portuguesa. A leitura, transcrição e compreensão das informações guardadas não apenas
por estes documentos e também de outros manuscritos do mesmo período, dependem da
Paleografia. A grosso modo, a Paleografia é o estudo e a compreensão de documentos
antigos, contudo a abordagem dessa disciplina, ainda é, em alguns cursos das áreas
contempladas por ela, diminuta. Partindo desse pressuposto, essa oficina tem por
objetivo introduzir os estudantes de história e áreas afins, sobretudo os que se
dedicam-se aos estudos inquisitoriais e acerca da América Portuguesa, à pratica em
leitura e transcrição paleográfica de documentos manuscritos inquisitoriais produzidos
no século XVIII. Deste modo, faz parte do conteúdo programático desta atividade uma
discussão que visa contemplar as noções básicas de oficio do paleografo, assim sendo,
perpassando pelo seu surgimento, conceituação e normas técnicas que a regulamentam.
Entre outras coisas, essa atividade tem a pretensão de configurar-se num espaço para que
estudantes tenham contato direto com manuscritos e que, na medida do possível, tentem
transcrevê-los.

Referências Bibliográficas
ANDRADE, E. A. de. Aspectos paleográficos em manuscritos dos séculos XVIII e
XIX. Filologia e Linguística Portuguesa, [S. l.], n. 10-11, p. 149-172, 2009. DOI:
10.11606/issn.2176-9419.v0i10-11p149-172. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/flp/article/view/59820. Acesso em: 21 jun. 2023.
BERWANGER, A.; LEAL, J. Noções de paleografia e de diplomática. Santa Maria:
Editora da UFSM, 1995.
FLEXOR, M. Abreviaturas; manuscritos dos séculos XVI ao XIX. São Paulo: Arquivo
do Estado, 1990.
SOBRAL, Maria das Graças Telles. Abreviaturas: uso e função nos manuscritos.
Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2007.

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AT 8: Entre páginas e memórias: O Conto da Aia como possibilidade para o ensino
e aprendizagem em História (Oficina)

Alessa Nara Fortunato Pena (UFU)


Emerson Gama Furtunato Júnior (UFU)

Modalidade: Presencial

A leitura contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico, ao correlacionar a


interpretação dos leitores aos elementos naturais, os sentimentos e as normas do mundo
do autor e do leitor representado na narrativa e na sua recepção, trazendo a viabilidade
da identificação com a fantasia, atribuindo uma função social para a obra, ensejando-nos
a questionar as interseções entre o real e o factível. A literatura desempenha um papel
fundamental na construção e percepção de mundo, visto que o leitor ao ter contato com a
narrativa se posiciona frente aos dramas dos personagens a partir de seus princípios
socioculturais, estabelecendo reflexões críticas sobre o verossímil, não raro,
estabelecendo uma ponte com os contextos históricos já vivenciados. Considerando
essas questões teórico metodológicas, esta oficina tem como pretensão fomentar a leitura
crítica incentivando a pensar historicamente a realidade em diálogo com o romance
distópico “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, publicado em 1985, traduzido pela
editora Marco Zero em 1987. A qual é ambientada num futuro pós-apocalíptico em que
os Estados Unidos se transformaram na República de Gilead, uma teocracia totalitária
que subjuga as mulheres. A protagonista, Offred, uma Aia que foi obrigada a deixar
todos os seus direitos para trás e servir como reprodutora para um alto comandante de
Gilead. Para tanto, pretende incentivar a leitura crítica de obras literárias a partir da
análise histórica do "O conto da Aia" de Margaret Atwood (1985) com o objetivo de
fomentar a possibilidade de aprender história com a literatura partindo da análise
histórica das obras literárias, atentando para suas condições de produção, circulação,
recepção e atribuição de sentido. Pretende especificamente que os participantes
reconheçam diferentes fontes históricas relacionadas à obra, identificando autoria, seu
contexto de produção, tempo-espaço, personagens, reconhecendo as diferentes
linguagens, agentes sociais e contextos históricos mobilizados; comparar diferentes
pontos de vista sobre as temáticas abordadas na obra; relacionar os acontecimentos,
conceitos encontrados na narrativa com a realidade vivida, avaliando as aproximações e
distanciamentos entre ficção e realidade. sistematizar os resultados encontrados,
expressando seu ponto de vista em diferentes suportes/linguagens (cartazes,
dissertações, desenhos, poemas, posts em redes sociais etc).

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Referência Bibliográfica

ATWOOD, Margaret. O conto da Aia. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.


AT 9: Procedimentos metodológicos no emprego da imprensa negra brasileira
como fonte histórica (Minicurso)

Ingrid Aveldiane Adriano Pardinho (UNESP)

Modalidade: Remoto

O jornal O Homem de Côr, publicado no Rio de Janeiro por Paula Brito em 14 de


setembro de 1833, é considerado o ponto inicial da imprensa negra (PINTO, 2006). A
carência documental é uma constante neste campo de estudos, em parte devido às
condições materiais das publicações. Algumas, de caráter artesanal, sobreviveram
apenas um número, possivelmente por não se enquadrarem na lógica mercadológica dos
impressos, consolidada no início do século XX. Assim, “o conteúdo de jornais e revistas
não pode ser dissociado das condições materiais e/ou técnicas que presidiram seu
lançamento” (LUCA, 2008, p. 118). Estes impressos atuam para além da veiculação de
informações, posicionam-se politicamente e inserem-se no campo cultural, são
empreendimentos coletivos. Parte dos periódicos negros pertenceram a instituições
culturais negras, especialmente, a partir da primeira metade do século XX, quando o
movimento negro entrou em efervescência (CARVALHO, 2009, p. 75). Acrescente-se
que a imprensa porta-se como um instrumento de poder influenciado pelo contexto
político e pelo jogo de interesses entre os grupos envolvidos, um “instrumento de
manipulação de interesses e de intervenção na vida social” (CAPELATO, 1980, p. 19).
O que justifica: A importância de se identificar cuidadosamente o grupo responsável
pela linha editorial, estabelecer os colaboradores mais assíduos, atentar para a escolha do
título e para os textos programáticos, que dão conta de intenções e expectativas, além de
fornecer pistas a respeito da leitura de passado e de futuro compartilhada por seus
propugnadores (LUCA, 2005, p. 140). Portanto, o presente minicurso tem como foco a
imprensa negra como fonte histórica significativa para a compreensão das dinâmicas
sociais e as principais demandas da população negra. A cronologia da imprensa negra
brasileira dará início às discussões, que abordarão os procedimentos fundamentais de
análise e a necessidade de contextualizar a fonte em relação à situação econômica,
política e social da população negra do período correspondente. Além de considerar
possíveis vicissitudes, como a existência de diferentes classes sociais no meio negro,
acentuadas a partir da década de 1920, que influenciam diretamente as preocupações
estampadas na imprensa.

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AT 10: Ditadura Militar no Brasil (1964-1988): mapa, censo, museu
(Minicurso)

Paulo Henrique Martinez (UNESP)

Modalidade: Presencial

Apreender a dinâmica social sob a Ditadura Militar no Brasil (1964-1988) em 3


dimensões: a do território, a da população e a da memória histórica. A construção da
identidade nacional, de ideais nacionalistas e da tutela político-ideológica militar sobre a
sociedade e a cultura esteve na ordem do dia em mais de duas décadas. As evidências
históricas evocadas, promovidas e difundidas naqueles anos testemunham valores e
condutas para a educação, o trabalho e a participação política na vida brasileira.
Considerando as ambições de continuidade e de perenidade que impregnavam aquelas
tais evidências históricas, é proposto um questionamento crítico pelo conhecimento
histórico. Passadas três décadas de governos civis e recentes apelos de natureza militar
em instituições, práticas e comportamentos sociais na democracia de inspiração liberal
no Brasil, a interrogação de evidências históricas tornam-se imediatas e incontornáveis.

Referências Bibliográficas
ANDERSON Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a
difusão do nacionalismo. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008. BRASIL: os anos de autoritarismo. Análise, Balanço, Perspectivas. Rio de
Janeiro: Jorge
Zahar, 1985, 22 vols. (Coordenação Editorial de Ana Cristina Zahar).
FERNANDES, Florestan. A ditadura em questão. São Paulo: T. A. Queiróz,
1982. HARTOG, François. Evidência da História. Belo Horizonte: Autêntica,
2011.

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AT 11: A presença negra na Guerra de Farrapos e sua representação com base na
imagem do quadro de Juan Manuel Blanes (Minicurso)

Vitor Gabriel Coelho Ribeiro (UFU)

Modalidade: Remoto

Ao tratarmos da Guerra de Farrapos nas salas de aula, seja do oitavo ano do ensino
fundamental ou no segundo ano do ensino médio, ocorre uma apresentação de um
acontecimento oitocentista cuja imagem é de “revolução” contra o regime monárquico
vigente. É preciso recordar que o território desse conflito é a América latina, em especial
as terras da região sul do Império do Brasil e que dentro desse território o regime
político era escravocrata, contando com a presença de milhares de homens e mulheres
negros na condição de escravizados. As imagens que representam esse conflito, a Guerra
de Farrapos, o apresentam como um evento sem a participação negra, pois não há
manifestação imagética que represente indivíduos negros. Sabemos que no decorrer
desse conflito os escravizados foram usados como armas de guerra, em troca de uma
possível libertação da condição de escravizados, assumindo papel fundamental em
algumas batalhas do conflito. Mesmo com a apresentação de guerreiros negros, servindo
o exército farrapo, a representação imagética adotada para esses indivíduos é o quadro
Lanceros de la época de Rivera, de Juan Manuel Blanes, pintor Uruguaio que elaborou o
quadro mais de uma década depois do conflito. Trataremos neste minicurso a
importância de apresentar os participantes negros, enquanto guerreiros que buscavam
sua libertação da condição de escravizados, e discutir a representação de Blanes como a
adotada como símbolo dos negros farrapos.

Referências Bibliográficas

Flores, M. Negros Na Revolução Farroupilha - Traição Em Porongos e Farsa Em


Ponche. EST Escola Superior de Teologia RS, 1o edição, 2004.
MOLINA, A. H. Ensino de História e imagens: possibilidades de pesquisa. Domínios da
Imagem, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 15–29, 2014. DOI: 10.5433/2237-9126.2007v1n1p15.
Disponível
em:ttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/19265.
Acesso em: 30 jun. 2023.
PESAVENTO, S. J. Revolução Farroupilha. Coleção Tudo é História. n. 101. 3ed. São
Paulo: Editora Brasiliense, 1990.
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SOUZA, J. E. de. Notas de Pesquisa: A Batalha de Porongos no Contexto da Guerra de
Farrapos (1844). Revista Expedições, Morrinhos/GO, v.9, n.3 mai./ago. 2018.
Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7457

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