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Elsa Nadai traz epígrafe que mostra que em 1935 já se odiava a história.
E hoje como anda nossa prática? O que os professores de história têm feito para
mudar aquela realidade?
O ensino de história vive um momento de crise, como reflexo da crise instaurada no
seio da disciplina. Um modelo importo no século XIX tem que ser superado, levando-se
em consideração que os pressupostos teórico-metodológicos passaram a ser
questionados.
A escola como disciplina surge no século XIX, na frança, marcada pela genealogia da
nação (que seria a necessidade de descobrir de onde vem a nação, qual a sua origem,
trançando todo o desenrolar histórico dela), e o estado da mudança daquilo que é
transformado (a idéia de que a história é transformada e passa por etapas de
formação, e porque não, evolução)
Isso resultou na tradição enciclopédica, o método científico, oriundo da concepção
positivista, que adotou a linguagem das ciências naturais., contribuindo para um novo
sentido da história:
Uma imagem do progresso da humanidade e uma matéria que deve ser estudada
através de textos , fontes e patrimônios que permitem a reconstrução exata do
passado.
“a história PE a árvore genealógica das nações européias e da civilização de que são
portadoras”.
Quando instituída no Brasil, a história não fica a margem desse conceito.
Surge com influência do pensamento liberal francês, após a independência de 1822.
No Rio o colégio Dom Pedro II surge denominado de ginásio nacional. História a partir
da sexta série.
Uma ênfase na história “universal”, e em ultimo caso, quando não havia tradução,
utilizava-se os próprios manuais em francês. Seguia-se à risca o modelo francês de
ensinar história.
A história estudada inicialmente foi a história da Europa Ocidental, apresentada como
verdadeira história da civilização.
A história nacional ou da pátria vinha como apêndice e resumia-se a biografia de
pessoas ilustres e datas e batalhas.
Na república os processos de aprofundam em relação ao estudo ocidental europeu, e
o “estudo moral e cívico da pátria” vinha sob uma série de biografias de pessoas
brasileiras a ser estudadas.
Resistência de alguns que não achavam a história uma ciência, algo objetivo, que não
se podia estudar a história Greco-romana e considerá-la o berço da história universal,
que a história estudava todos os fenômenos.
A história passou a ser inserida no 3 ano do ginásio, e tida como conhecimentos gerais.
Começava com arqueologia pré-histórica, antiguidades orientais e ocidentais, Grécia e
Roma.
O ano seguinte era destinado à idade Média.
No quinto ano se focalizava a idade moderna.(renascimento econômico e das artes)
Sexto ano: Da Revolução Francesa até a contemporaneidade.
A história do Brasil era concomitante, sempre relacionada aos principais
acontecimentos de determinada época.
Currículo e ideologia
A representação da história, desde sua implantação, esteve ligada às idéias de nação e
cidadão, baseada na identidade comum de vários grupos étnicos e classes sociais da
nacionalidade brasileira.
O fio condutor partia do português, depois do imigrante europeu e de contribuições
de índios e africanos.
Havia uma valorização portanto do legado da civilização européia. Pensava-se em uma
identidade única, resultante desse processo. (é obvio que o branco ganhava destaque).
Esse foi o sentido para a elaboração dos currículos escolares.
Pátria, cidadão e nação no currículo, mascarando conflitos e tentando demonstrar
equilíbrio, harmonia, a contribuição harmoniosa (Gilberto Freire).
Valorizou-se o passado a partir desse discurso.
Pensou-se por isso na sujeição pacífica da escravidão e os silêncios sobre a
escravização indígena, sua resistência à conquista colonial e sua abordagem
reducionista das sociedades tribais.
Esquecimento da América, das sociedades de língua espanhola que são vizinhas, e da
África.
O estudo de América é introduzido na década de 1950 depois de intensos debates
(conseqüências hoje), não resolvendo problemas.
A periodização obedeceu a cronologia política, marcada por tempos uniformes,
sucessivos e regulares. Um tempo cronológico.
Sem rupturas, sem irregularidades, sem descontinuidades. IDÉIA DO PROGRESSO.
Desde que se proclamou a república, se instituiu uma série de heróis, feriados, festas
cívicas. O conceito de fato histórico, neutralidade, e objetividade do historiador ao
tratar do herói na construção da pátria estiveram tanto no ensino como na pesquisa
histórica.
Trajetórias, persistência e mudanças
Ao longo do passar dos anos, outras vozes procuraram dar visibilidade a outras formas
de ensinar história.
Passaram a questionar a ênfase que os professores davam no estudo do passado.
(Murilo Mendes em 1935 e a valorização da história contemporânea e sua ligação com
a vida das pessoas).
Críticas à história política e da cronologia,e ao mesmo tempo crítica ao nacionalismo e
militarismo.
Mendes acreditava que não era formando adolescentes como militares de amanhã
que se conseguiria uma educação nacionalista.
Criticou-se a memorização excessiva, passividade do aluno, decoração, periodização
política e abordagem factual.
As primeiras transformações em prol do ensino ocorrem em 1934 com a graduação
para formação do professor secundário.
Influencia dos annales.
Nos anos 50 e 60 houve uma renovação direcionada para o papel formador-crítico da
disciplina. A história passou a ser percebida como uma ferramenta para a
compreensão do social. Social enquanto produto de ações contraditórias e múltiplas.
Ainda assim o conteúdo era unívoco, generalizador, eurocentrista. Prevalecimento das
fontes escritas.
O ensino na década de 60 ligado à elite, à existência de lugares definidos numa
sociedade hierárquica de classes.
P. 156.
A ditadura... efeitos negativos.
Abertura em 70 para trabalhar novas temáticas.
Houve uma abertura para se trabalhar com temas antes nunca considerados legítimos.
Uma busca pela identidade na diferença (grupos camponeses, mulheres,
homossexuais).
“Democratiza-se” o acesso à escola, que perde exames de admissão, cria-se o noturno.
A escola secundária foi estendida para 8 anos e unificada à escola primária.
A curta duração como fruto da ditadura.
Introdução de Estudos Sociais, OSPB.
Tentativa de esvaziar a criticidade característica da disciplina e tentativa de implantar
ensino cívico.
Novas perspectivas
P. 159.-