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Para compreender o ensino de história no Brasil, no que tange aos aspectos étnico-
raciais, faz-se necessário entender seu desenvolvimento ao longo dos tempos.
Segundo Furet (1986), o ensino da História, num recorte europeu, teve início a
partir da ideia de se constituir uma noção universal de nação, ou seja, uma nação
hegemônica e uniforme. No entanto, se “a história é a nação; a história é a civilização”
(FURET, 1986), considerando-se que esta civilização é plural e complexa, então é
possível afirmar que há um processo de exclusão, desde o princípio, de determinados
sujeitos e suas narrativas, renegando a estes o não lugar dentro da história e o não
pertencimento à nação, corroborando com seu apagamento histórico.
Contudo, cabe ressaltar, que apenas a partir dos anos 2000 surge a lei 10.639/2003,
que garante a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana em
todos os níveis da educação básica do país. E o parecer 3/2004, procedimento legal que
permite uma reflexão e apresenta uma resposta à demanda da população afrodescendente,
através de políticas de ações afirmativas e reparação, buscando reconhecer e valorizar a
história das populações negras, brutalmente atingidas pelo racismo. A lei permitirá, entre
outras questões, indagar como o ensino de história contribui para constituição da
identidade de cada indivíduo e da sociedade, identidade nacional, que influenciada pela
ideia de nação hegemônica, desconsidera a pluralidade de indivíduos e grupos.
Referências