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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE TEORIA E FUNDAMENTOS

IDENTIFICAÇÃO: CURSO DE PEDAGOGIA

DISCIPLINA: ENSINO DE HISTÓRIA, IDENTIDADE E CIDADANIA

PROFESSOR (A): DR. RENATA MELLO

TURMA: 03 – 6T2345

ALUNO: PABLO RICARDO SANTOS DA COSTA

MATRÍCULA: 211048975
Iremos abordar o texto de Circe Maria Fernandes Bittencourt em uma forma de resenha,
primeiro precisamos conhecer quem é Circe Maria Fernandes Bittencourt. Nascida em 15 de
agosto de 1945 em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Em 1967 se formou em História pela
faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo
(USP). Prosseguindo com sua trajetória acadêmica, concluiu em 1969 sua pós-graduação em
Metodologia e Teoria de História pela mesma instituição. Concluiu seu mestrado em 1988 e
em 1993 o doutorado em História Social pela FFLHC. Atuou como professora no ensino
fundamental e médio, e iniciou sua atuação como professora de ensino superior em 1985.

O texto nos traz uma abordagem sobre o ensino de história. A História tinha como missão
ensinar as "tradições nacionais" e despertar o patriotismo.
Os livros escolares elaborados no início do século XX mostram como o patriotismo passou a
ser o objetivo organizativo central dos conteúdos escolares de História Esse projeto de ensino
de homogeneização da cultura histórica foi, entretanto polêmico, havendo alguns educadores
e historiadores que se opuseram voltado a uma história exclusiva da elite branca, com os
olhos para a Europa e para a evocação de sociedade brasileira. Entre elas, a de intelectuais
como Manuel Bonfim, que procurou, por exemplo, introduzir nos cursos das escolas normal
para a formação de professores primários o ensino da História da América, assim como a de
alguns seguidores dos princípios anarquistas, que criaram escolas de "educação popular" para
os setores das classes trabalhadoras Essas escolas diferentes, com horários e tempos
pedagógicos diferentes e cada vez mais controlados pelo poder estatal, assim como o
fechamento daquelas organizadas pelos anarquistas e de muitas escolas de
imigrantes, completaram no fim da década de 1930 um período de confrontos sobre que
conteúdos históricos deveriam ser ensinados. A Língua Portuguesa, a História do
Brasil, acompanhada de Educação Moral e Cívica, juntamente com a Geografia, constituíram
os conteúdos fundamentais para a formação nacionalista e patriótica, sedimentando o culto
aos heróis e a criação de “tradições nacionais nas aulas e nas festas cívicas As lembranças de
muitos alunos da História escolar e os livros escolares produzidos no século XIX indicam o
predomínio de um método de ensino voltado para a memorização”. Essa distinção deve ser
feita para evitar que se julgue totalmente desnecessário desenvolver nos alunos a capacidade
de memorizar acontecimentos, no caso da História, e referenciá-los no tempo e no
espaço, para que, com base neles, se estabeleçam outras relações de aprendizado que precisa
ser considerado sobre o problema da memorização como método de ensino e aprendizagem é
o de situá-lo historicamente, para evitar uma análise anacrónica. A difusão desse
método. ocorreu em determinado contexto histórico. Quando situamos as práticas culturais do
século XIX e inicio do século XX, podemos refletir com maior lucidez sobre o papel da
memorização na formação dos alunos, especialmente no tocante à História. As histórias
narradas, que posterior- mente estariam em posse do mundo erudito porque seriam
escritas, deixando de pertencer à cultura ágrafa, eram apreendidas pela oralidade, contadas por
narradores durante as tardes e noites nas fazendas, nas povoações, nos serões. Repetiam-se
contos e histórias quase que diariamente para crianças, a fim de fazê-las entretê-las. Histórias
e contos repetidos infinitas vezes. Da mesma forma que, na atualidade, não se pode ignorar a
importância da comunicação audiovisual das mídias, a comunicação oral pela repetição
incorporada pelos métodos de ensino, os quais evidentemente foram sendo considerados
ultrapassados em razão das mudanças dos hábitos culturais, mas também devido ao uso da
memória como simples repetição da decoração de uma lição A Matemática, a Física, a
Química, a História Natural ou Biologia passaram a constituir saberes escolares definidores de
uma formação intelectual voltada para a configuração de um novo tipo. Houve tentativas de
introduzir uma História da América Prevalecia a ideia de que a identidade nacional deveria
sempre estar calcada na Europa "berço da Nação" - e de que a história nacional havia surgido
naquele espaço. Esse ideário explica a razão de os estudos da História do Brasil começarem
fora do espaço nacional. Nas décadas de 1950 e 1960 surgiram críticas e novas propostas os
objetivos e métodos de ensino. Tais críticas provinham de professores formados pelos cursos
de História criados partir de 1934, cursos esses responsáveis pela profissionalização de um
corpo docente que também se iniciava pela relação entre ensino e pesquisa À parte essa
formação intelectual, via-se igualmente como necessária a formação do cidadão político, a
qual, diferentemente de períodos anteriores, aliasse o conhecimento da história política à
história econômica como uma das bases para o entendimento do estágio de desenvolvimento
capitalista dentro dos projetos de modernização do País. Não havia, no entanto, critica ao
predomínio de uma História eurocêntrica e ao conceito de civilização difundido por essa
História A História e a Geografia transformaram-se em Estudos Sociais, para sintetizar o
ensino sobre a sociedade e diminuir o número de docentes, e a disciplina que surgiu dessa
junção conteúdos dogmáticos provenientes das aulas de Educação. No segundo grau, apesar
de a História subsistir, a diminuição da carga didática comprometeu qualquer mudança
significativa capaz de substituir um conteúdo enciclopédico por outro mais adequado à
formação de uma geração proveniente de culturas e condições social múltipla Um exemplo foi
a introdução do "método Zaba" em escolas do Rio de Janeiro e da Bahia, por volta de
1870, que visava aperfeiçoar o ensino da História cronológica.
REFERÊNCIA

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino

de história: fundamentos e métodos. 5ª ed. – São

|Paulo: Cortez, 2018 – (Coleção docência em

formação; Série ensino fundamental/ coordenação

Selma Garrido Pimenta). p. 45-75. Cap. II

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