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Universidade Estadual da Paraíba

Centro de Educação

Departamento de História

Disciplina: Metodologia do Ensino de História I

Docente: Prof. Dr. José dos Santos Costa Júnior

Discente: Ana Clara Ferreira Tavares

PROVA ESCRITA – UNIDADE I

Outubro de 2023
Questão 1

Os textos trabalhados tratam da institucionalização dos cursos


universitários de história no Rio de Janeiro, que nos leva a uma reflexão
sobre o início da formação acadêmica em história no Brasil. Isso ocorreu
principalmente a partir do século XIX com as transformações sociais e
políticas que levaram a necessidade de se estabelecer uma abordagem
mais estruturada para o ensino da história, além da criação do IHGB
(Instituição Histórico e Geográfico Brasileiro) em 1838 foi um marco, e
ganhou mais destaque no século XX, quando surgiram os primeiros
cursos superiores de história.
O estabelecimento de cursos universitários de histórias representou uma
mudança significativa, pois permitiu que a história fosse estudada de
forma mais sistemática e científica. A formação dos professores de
história se tornou mais especializada e rigorosa com a expansão do curso
universitário, isso contribuiu para elevação do ensino. No início do
século XX, ocorreu a institucionalização dos cursos superiores de
história, com a criação da faculdade de filosofia da universidade do
Brasil, no Rio de Janeiro. Isso representou uma mudança importante do
ensino de história e no ambiente escolar do universitário. Com a
institucionalização, houve uma maior ênfase na abordagem científica da
história, com a introdução de métodos de pesquisa histórica e a
incorporação de teorias acadêmicas. Isso contribuiu para uma
compreensão mais rigorosa e crítica do passado. Com o tempo, a oferta
de cursos de história se expandiu para outras regiões do país, não se
limitando apenas ao Rio de Janeiro. Isso democratizou o acesso à
educação em história, a influência de alguns intelectuais Europeus, como
o Marc Bloc e Lucien Febvre trouxe avanços à pesquisa histórica. No
início, a história ensinada no Brasil tinha uma tendência eurocêntrica,
focando principalmente na história da Europa e negligenciando a história
indígena e, africana e afro-brasileira. Essa tendência ainda persiste,
apesar das mudanças no ensino de história, a tendência eurocêntrica
persistiu por muitos anos. A história do Brasil era frequentemente
ensinada a partir de uma perspectiva colonizadora, com um pouca
atenção para a diversidade cultural e étnica do país.
No final do século XX, o movimento da “Nova História” influenciou no
ensino do Brasil. Essa abordagem valorizou a história cultural, social e
econômica, ampliando o foco das tradicionais narrativas políticas. Nas
últimas décadas, houve uma revisão curricular significativa no ensino de
história, isso inclui a inclusão de temas como “História e Cultura Afro-
brasileira e Africana”, que tornou-se obrigatório no ensino, representando
um marco para a diversidade e combate ao racismo no ensino de história.

A formação de professores de história ainda enfrenta desafios, como a


necessidade de atualização constante e promover abordagens mais
críticas e interdisciplinares, além de que o ensino de história no Brasil
ainda enfrenta desafios do conhecimento histórico, especialmente em
áreas remotas do país. E a preservação do patrimônio histórico do Brasil
ainda é um desafio, com muitos documentos e registros históricos não
sendo adequadamente conservados.
Questão 2

A reforma educacional da década de 1970 representou uma mudança


significativa no sistema educacional brasileiro. O Colégio Pedro II é um
exemplo notável desse período, pois experimentou transformações em
sua estrutura curricular e métodos de ensino. Essa reforma tinha como
objetivo principal adaptar o sistema de ensino às demandas da sociedade
moderna e alinhar a educação com os ideais do regime militar, que estava
no poder na época. O ensino de História no Brasil passou por várias fases
ao longo de sua história, refletindo as mudanças políticas e sociais do
país. A década de 1970 foi marcada por um período de autoritarismo,
censura e controle ideológico por parte do governo militar. Isso também
afetou o conteúdo e a abordagem no ensino de História. A formação de
professores é fundamental para entender como a educação foi moldada
nesse período. A formação de professores de História passou por
mudanças significativas para se adaptar às novas demandas educacionais
e políticas do regime militar.

Os Estudos Sociais surgiram como uma alternativa política no ensino de


História e Geografia no ensino de primeiro grau, que hoje é conhecido
como Ensino Fundamental, durante a década de 1970. Isso aconteceu
porque o Governo buscava um currículo escolar que atendesse aos seus
interesses ideológicos e políticos. Os Estudos Sociais eram uma forma de
combinar disciplinas sociais, como História e Geografia, em uma única
disciplina, o que permitia ao governo exercer maior controle sobre o
conteúdo ensinado. Isso tinha como objetivo promover uma visão de
mundo alinhada com os valores do regime militar, ao mesmo tempo em
que minimizava o ensino de eventos históricos e geográficos que
poderiam gerar questionamentos e críticas ao regime. Os Estudos Sociais,
portanto, eram uma forma de controle ideológico no sistema educacional.
Com isso, Professores, estudantes e intelectuais críticos ao regime militar
se opuseram a essa abordagem e continuaram a ensinar História e
Geografia de maneira mais tradicional, muitas vezes com uma forma de
transformar. Então, surgiu como uma resposta política a uma reforma
educacional da década de 1970, representando um esforço do governo
para controlar o conteúdo ensinado nas escolas e promover sua ideologia,
ao mesmo tempo em que enfrentaram resistência por parte daqueles que
buscavam manter uma abordagem mais crítica e tradicional no ensino de
História e Geografia.

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