Você está na página 1de 6

Ditadura e Serviço Social:

uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64


quinta-feira, 7 de junho de 2018 08:00

RESUMO:
• Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina constituiu-se numa expressão
de ruptura com o Serviço Social tradicional e conservador, bem como uma possibilidade de uma
nova identidade profissional com ações voltadas às demandas da classe trabalhadora;
• Principal contribuição: debates e reflexões que promoveram a possibilidade de renovação da
profissão e da prática profissional em vários países da América Latina, incluindo o Brasil.

Cap.II: A Renovação do Serviço Social sob a Autocracia Burguesa.

No decorrer dos anos 60 aos 80, a renovação aparece como uma resposta construída pelos assistentes
sociais na rede de relações que se colocam na interação profissionalidade e sociedade.

OBS.: A vigência do Serviço Social “tradicional” envolve amplíssimas camadas da categoria profissional
e uma não desprezível, parcela das agências de formação (Escola de Serviço Social); estas mostram-se
inteiramente defasadas em face das requisições sócioprofissionais postas pela dinâmica da sociedade
brasileira.
O mercado nacional de trabalho aponta para uma extensão quantitativa da demanda por assistentes
sociais. Até a década de 50, esse mercado era geograficamente localizado nos dois grandes eixos
industriais: RJ/SP.

A constituição desse mercado nacional se deu a partir do surgimento de:


• Organizações de filantropia;
• Médias e grandes empresas monopolistas;
• Empresas estatais
O maior empregador continua sendo o Estado (municipal/estadual/federal). Mesmo
considerando a retração das políticas públicas.

*Mudança de perfil profissional: um novo perfil demandado pelo mercado de trabalho, que as
condições novas postas pelo quadro macroscópio da autocracia burguesa (ditadura militar) faziam
emergir; exige-se um assistente social “moderno”, com um desempenho onde traços tradicionais são
deslocados e substituídos por procedimentos “racionais”.
Ressalta-se então, a necessidade de alteração do padrão de formação dos assistentes sociais (política
educacional da ditadura): rompimento do confessionalismo / paroquialismo / provencianismo ,
aspectos que caracterizaram o ensino do Serviço Social.
A laicização (perda progressiva da hegemonia religiosa) é um dos elementos caracterizadores da
renovação do Serviço Social sob a autocracia burguesa; nesse movimento renovador é instaurado um
pluralismo profissional que se caracteriza através;
• Da diferenciação da categoria profissional (antes impossibilitado pelo monolitismo
• religioso);
• Da disputa pela hegemonia (forças profissionais na luta/defesa de seus projetos);
• Da criação de canais de organização da categoria (canalização dos projetos sócioprofissionais);
O autor aqui assinala uma característica própria das relações sociais: o caráter contraditório dos
fenômenos; instaurando condições para uma formulação do Serviço Social de acordo com as suas
necessidades e interesses, a autocracia (ditadura) criou simultaneamente um espaço onde se inscrevia
a possibilidade de se gestarem alternativas às práticas e às concepções profissionais que ela
demandava. (os fenômenos não se apresentam unilateralmente, eles têm sempre uma outra face,
como a moeda, por exemplo).

A renovação do Serviço Social aparece sob todos os aspectos como avanço, mesmo nas vertentes em
que as concepções herdadas do passado não são essencialmente colocadas em pauta, registra-se uma

Página 1 de Lecture 5
que as concepções herdadas do passado não são essencialmente colocadas em pauta, registra-se uma
articulação que lhes confere uma arquitetura, que procura oferecer mais consistência à ordenação de
seus componentes internos.
O autor vai sublinhar que seu interesse diz respeito a tematização especial da renovação no plano de
suas elaborações ideais, destacadamente o esforço realizado para a validação teórica (literatura
profissional difundida nacionalmente entre 65 e 85). Ou seja, Paulo Netto se debruçou sobre as
produções elaboradas pelo Serviço Social no decorrer dessas duas décadas para capturar as
representações que se fazia sobre a profissão.
A produção teórica é que revela mais acentuadamente o processo renovador do Serviço Social no Brasil
e que contribui para oferecer no plano intelectual, um contrapeso à subalternidade profissional. Um
dos traços mais salientes é a ênfase na análise crítica do próprio Serviço Social (pesquisas que visam a
investigação sobre o fazer profissional).

Quatro processos indicativos do processo de renovação:


• Instauração de um pluralismo teórico ideológico e político deslocando uma sólida tradição de
monolitismo ideal ( Se, anteriormente não ocorriam divergências internas no meio profissional,
podemos sem dúvida afirmar que essa característica provém da base confessional/ influência
religiosa no nascimento da profissão);
• Polêmica teórico-metodológica sintonizadora com as discussões das Ciências Sociais;
• Constituição de segmentos de vanguarda na profissão (investigação / pesquisa).

 Erosão do Serviço Social “Tradicional “no Brasil:


- A abordagem comunitária (desenvolvimento de comunidade – fins dos anos 50 e início dos anos 60)
não significa a transcendência do tradicionalismo, mas contém vetores que apontam para sua
ultrapassagem;
- Disciplinas sociais que sensibilizam o profissional para problemáticas macro-sociais, abrindo
assim uma fenda num horizonte de preocupações basicamente micro-sociais ( essa influência se
deu a partir da inserção das escolas das escolas de Serviço Social no âmbito das universidades);
- Inserção em equipes multiprofissionais (o que irá possibilitar um olhar mais qualitativo sobre os
fenômenos com os quais lida o profissional).

 Vertentes profissionais no interior das práticas de desenvolvimento de Comunidade (D.C.):


- Uma corrente que extrapola para o D.C. os procedimentos e representações tradicionais apenas
alterando o âmbito de suas intervenções;
- O D.C. visto a partir de uma perspectiva macrossocietária, supondo mudanças sócioeconômicos
a partir do ordenamento capitalista;
- D.C. como instrumento de um processo de transformação social, conectado à libertação social
das camadas subalternas.
O Golpe Militar de abril de 1964 abortou, via a neutralização dos protagonistas sóciopolíticos, os
segmentos profissionais comprometidos com a democratização da sociedade e do Estado. As outras
duas correntes encontrarão espaço para seu florescimento (são respectivamente a perspectiva de
“reatualização do conservadorismo e a perspectiva modernizadora”).

 As direções da renovação do Serviço Social no Brasil:

1ª ) PERSPECTIVA MODERNIZADORA
Esforço de adequar o Serviço Social enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de
técnicas sociais a serem operacionalizados no marco das estratégias de desenvolvimento capitalista, às
exigências postas pelos processos sócio-políticos emergentes no pós-64. (A expressão de suas idéias
são encontradas nos Seminários de Araxá – 1967 e Teresópolis – 1970). É o vetor de renovação que
mais fundamente influenciou/influencia a massa da categoria profissional.

Essa perspectiva aceita como dado inquestionável a ordem sócio-política instaurada pela ditadura e
busca dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se
apresentam nesse momento. A congruência com a ditadura traz para o Assistente Social a abertura de
espaços sócio profissionais nas instituições e organizações estatais e para estatais submetidas à
racionalidade burocrática das reformas produzidas pelo Estado ditatorial.
A crise desta vertente profissional vai estar conectada também à crise da ditadura militar, a partir da

Página 2 de Lecture 5
A crise desta vertente profissional vai estar conectada também à crise da ditadura militar, a partir da
Segunda metade da década de 70, com a reorganização da sociedade civil (movimento operário /
popular). A ocorrência da redução de sua importância intelectual tem a ver com a mudança no cenário
sócio-político da sociedade brasileira e também com a demanda de segmento da categoria profissional.
Seminário de Araxá (Cidade de Araxá / Minas Gerais em 1967)
Seminário de Teorização do Serviço Social – promovido pelo CBCISS.
O autor sublinha o fato de que foi no âmbito desse encontro que a perspectiva modernizadora foi
formulada por seus participantes.
Tanto no documento de Araxá quanto no de Teresópolis (1970), Paulo Netto encontra um consenso em
torno do olhar sobre a profissão; ela é considerada um instrumento profissional de suporte às políticas
de desenvolvimento.
A concepção de subdesenvolvimento aparece como etapa de um processo cumulativo que, se
submetidas a intervenções racionais e planejadas, seria ultrapassada (visão etapista).
No documento de Araxá não há qualquer análise / polemização acerca do conteúdo das políticas
sociais, assim como a noção ideológica da “participação” dos comunitários (manipulação, visando a sua
integração).
O autor sublinha que o referencial estrutural-funcionalista – apesar de não ter sido assumido no
documento – é que informa o mesmo. Há uma tentativa de escamotear essa teoria com a
operacionalidade técnica.
As chamadas “disfunções” colocam-se como objeto de intervenção justamente porque o equilíbrio do
sistema guarda potencial para corrigi-las e mesmo preveni-las. Segundo a concepção profissional
expressa nesse documento as disfunções mostram-se passíveis de resolução no marco da ordem
capitalista.

2ª ) REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO
Perspectiva assumida por parcela da categoria profissional que resiste ao processo de laicização,
recusando o rompimento com o estatuto de subalternidade da profissão; mostra-se refratário às
inovações trazidas pela perspectiva modernizadora. Repudia a vinculação positivista contida na
primeira perspectiva e a influência do pensamento crítico-dialético contida na perspectiva “intenção de
ruptura”.

Abraça a característica intimista da profissão, seus traços, microscópicos, condicionando sua


intervenção a uma visão de mundo derivada do pensamento tradicional (reclamam para si a inspiração
fenomenológica).
Destaque à dimensão da subjetividade (demanda que surge no meio profissional que se caracteriza por
ser fortemente psicologizante ( ajuda psicossocial, compreensão).
Essa perspectiva do movimento de reconceituação pode ser remontada aos Seminários de Sumaré e
Alto da Boa Vista (respectivamente 1978 e 1984) e se dá a partir da contribuição fundamental de Ana
Augusta de Almeida em sua obra “Possibilidades e limites da teoria do Serviço Social”.
A crítica à herança positivista, em grande estilo, é uma tônica dessa literatura profissional
“... ao tratar os fatos sociais como coisas, rejeitamos o que é da ordem das significações, das
intencionalidades, das finalidades, dos valores, enfim, tudo aquilo que constitui a face interna da
ação”.
Faz-se necessário – para essa perspectiva renovadora – que se desloque a explicação, (própria dos
paradigmas positivas e neopositivistas) pela compreensão, ao “pensamento causal ”quer substituir “um
pensamento não-causal, o fenomenológico, cujo quadro de referência não é a explicação, mas a
compreensão.
Paulo Netto sublinha que os valores que norteiam a prática profissional são cristãos; o Serviço Social é
posto como uma intervenção que se inscreve rigorosamente nas fronteiras da ajuda psicossocial. O
Serviço Social ... se propõe a um desenvolvimento da consciência reflexiva de pessoas a partir do
movimento dialético entre o conhecimento do sujeito como “ser no Mundo” e o conhecimento do
sujeito como “ser sobre o mundo” (pág. 208).
Netto afirma que há nessa argumentação, uma dissolução das determinações de classe nos processos
societários. O que ocorre na formatação dessa perspectiva é o regresso ao que há de mais tradicional e
consagrado na herança conservadora da profissão: a recuperação de seus “valores universais” e a
centralização nas dinâmicas individuais (pág. 216)

3ª) INTENÇÃO DE RUPTURA

Página 3 de Lecture 5
3ª) INTENÇÃO DE RUPTURA
Crítica sistemática ao desempenho tradicional do Serviço Social em seus suportes teóricos,
metodológicos e ideológicos; apresenta um padrão de análise textual bastante produtivo (após a
derrocada da ditadura).

Por que tão grande repercussão dessa perspectiva no meio dos Assistentes e Sociais ?
- As condições de trabalho da massa da categoria profissional (aviltamento dos salários,
aproximação das condições de vida dos usuários);
- Novo público recrutado para compor a base profissional (camadas médicas urbanas);
- Existência de um clima de efervescência nas universidades ( quando houve a crise da ditadura);
- Redemocratização da sociedade brasileira, com o protagonismo do movimento operário e
sindical.

Por que a denominação “Intenção de ruptura”?


Porque ainda existe um flagrante hiato entre a intenção de romper com o passado conservador
do Servidor Social e os indicativos práticos-profissionais para consumá-la ( a tão conhecida queixa
acerca da dicotomia entre teoria e prática).

2.1 A autocracia burguesa e o Serviço Social

• Período: Ditadura militar, segunda metade da década de 60 até meados da década de 70


• Autocracia burguesa: significa um determinado modo da classe dominante pensar as questões
políticas, econômicas, culturais e sociais. Aquele momento tem uma especificidade em termos do
pensamento, que foi marcado pela conjuntura da ditadura militar.
O momento em que uma elite assume a direção do país de uma maneira arbitrária por meio da
ditadura militar.
• Período de expansão
• Mudanças na prática profissional e na formação.
• Prática: o processo da "modernização conservadora" planejou um mercado nacional de trabalho
em uma dimensão visível e consolidada para os assistentes sociais.
• Nos anos 50 e na entrada dos 60, esse mercado se expande. O Serviço Social se interioriza,
acompanhando as grandes instituições, a modernização da administração municipal e os
programas voltados para a população rural.
• A consolidação do mercado de trabalho para os assistentes sociais no ciclo autocrático burguês,
não se deu somente pela reorganização do Estado (principal empregador do assistente social). No
final dos anos 60 outro polo dá espaço para a profissão atuar: as grandes empresas (monopolistas
e estatais).
• As empresas não são as empregadoras tradicionais dos assistentes sociais. O mercado
empresarial não abre ao Serviço Social oportunidades de atuação apenas pela razão do
crescimento industrial, mas com um fundo sociopolítico de vigilância da força de trabalho na
produção.
• Há uma inserção do assistente social nas empresas industriais canavieiras com um estímulo Pro-
álcool, agroindustriais e a de Serviços (transporte, finanças e crédito).
• O mercado empresarial, colocou para o Serviço Social novos padrões de exigências para a
atuação profissional (no âmbito estatal e privados recém-abertos).
• Passou a se requisitar do assistente social uma postura "moderna" no seu desemprenho com as
normas, fluxos, rotinas e finalidades provenientes da racionalidade burocrático-administrativa
que a "modernização conservadora" trouxe.
• As práticas se revestiram de características formais e processuais; integrar o conjunto de
procedimentos administrativos "modernos"; organicidade e transparência; exige-se um
profissional ele mesmo "moderno", onde os "traços tradicionais" são substituídos por
procedimentos "racionais".
• Para produzir esse profissional moderno era preciso uma mudança no quadro de formação dos
assistentes sociais, e a política educacional da ditadura encarregou-se disso. Foi feita uma
refuncionalização das agências de formação dos assistentes sociais. Estavam aptos a romper com
o confessionalismo, paroquialismo e o provincianismo, historicamente vinculado ao ensino do
Serviço Social no Brasil.

Página 4 de Lecture 5
Serviço Social no Brasil.
• O perfil de formação profissional e o impacto operado pelo ingresso na universidade foi
multifacetado e contraditório: de um lado a preocupação técnico-profissional com as disciplinas
vinculadas as ciências sociais, recebendo influência da sociologia, psicologia social e antropologia
(teve um aspecto positivo), o outro lado foi o viés tecnocrático das disciplinas sociais possíveis na
universidade da ditadura.
• A "modernização conservadora" redefine as bases da legitimidade profissional ao redefinirem as
exigências do mercado de trabalho e a formação para ele, é nesse contexto que se desenvolve a
renovação do Serviço Social.

2.2 O processo de renovação do Serviço Social

• O Serviço Social na autocracia burguesa, não foi só uma dinâmica profissional que respondeu
funcionalidades as demandas e condicionalismos que lhe eram colocados, o Serviço Social
desenvolveu potencialidades para o seu evolver profissional
• Potencialidades: meados dos anos 70, emergência de elaborações teóricas referidas à profissão e
significativo debate teórico-metodológico vinculado a inserção universitária (crescimento dos
cursos de pós-graduação; incentivo a pesquisas; sistematização; alavancar da profissão)
• Era um cenário diferente daquela que moveu a profissão em meados dos anos 60. Em primeiro
lugar, o Serviço Social no Brasil até a metade da década de 60 não apresentava polêmicas,
mostrava uma relativa homogeneidade nas suas projeções interventivas
• A ruptura com esse cenário se deu por meio da laicização do Serviço Social, a laicização é um dos
elementos que caracterizou a renovação do Serviço Social no período da autocracia burguesa.
Essa ação foi precipitada durante a modernização conservadora, levando em conta a iniciação do
SESO no mercado de trabalho nacional e a mudança nas agências de formação

2.2.1 Traços do Processo de Renovação do Serviço Social

• O processo de renovação do Serviço Social não foi um processo natural


• Essa renovação trouxe ao SESO características novas no marco da autocracia burguesa nas bases
da tradição do Serviço Social como na instituição de natureza profissional, legitimação da prática
através de demandas sociais e a sistematização e validação teórica referente as teorias e
disciplinas sociais
• Trata-se de um processo global que envolve a profissão como um todo decorrente da
concretização da laicização. Trazem perspectivas diversificadas: renovação de um pluralismo
profissional, enraizado nos procedimentos da legitimação e prática além de uma validação
teórica onde a profissão busca definir-se como instituição
• Nesta visão a renovação do SESO aparece como avanço, mesmo que pautadas nas heranças
tradicionais (adquire uma nova roupagem)
• O índice mais expressivo da renovação do SESO no Brasil foi a validação teórica
• Analise crítica do próprio Serviço Social: a profissão se põe como objeto de pesquisa, o seso se
questiona e se investiga

2.2.2 A erosão do Serviço Social "Tradicional" no Brasil

• A autocracia burguesa precipita um processo de erosão do Serviço Social "tradicional"


• No temário "Desenvolvimento nacional para o bem-estar social", há 3 elementos importantes
para a erosão do Serviço Social "tradicional"
a. O reconhecimento da profissão se sintonizar com as demandas de uma sociedade em
crescimento ou ver o seu exercício em segundo plano;
b. Para isso levanta-se a necessidade de elevar o padrão técnico, científico e cultural dos
profissionais;
c. Reinvindicações de funções executivas na programação e implementação de projetos de
desenvolvimento.
• Esses três elementos mostram a dessincronia com as solicitações contemporâneas e a
insuficiência da formação profissional e subalternidade executiva.
• Nos primeiros lustros dos anos 60 há um visível desprestígio do SESO tradicional e crescente
valorização do Plano Comunitário, que se divide em 3 vertentes profissionais:

Página 5 de Lecture 5
valorização do Plano Comunitário, que se divide em 3 vertentes profissionais:
• A primeira extrapola para o DC alterando apenas a intervenção. A segunda pensa o DC como
perspectiva macrossocietária supondo mudanças socioeconômicas, mas no bojo capitalista e por
último pensar o DC como um processo de transformação social, vinculado a libertação social das
classes e camadas subalternas
• Esse desenvolvimento foi abortado no golpe de abril, a autocracia mudou o cenário em que ele
vinha se desenvolvendo

2.2.4 As direções da renovação do Serviço Social no Brasil

• Houveram elaborações profissionais que sustentaram a evolução do SESO, as principais foram:


– CBCISS, organizador monopolizado abriu importantes seminários de teorização (Araxá –
1967; Teresópolis – 1970; Sumaré – 1978 e Alto da Boa Vista – 1984).
– Presença e objetivação das inquietudes sistematizadas nos cursos de pós-graduação
inaugurados pouco antes.
– Intervenções de organismos ligados às agências de formação (ABESS) ou a categorias
profissionais (sindicatos, associações profissionais etc.)
• Depois da erosão dos SESO "tradicional", a reflexão profissional se desenvolveu em 3 direções
decorrentes do processo de renovação
1. Perspectiva modernizadora que buscou adequar o SESO como um instrumento de
intervenção nas estratégias do desenvolvimento capitalista (técnicas sociais) seus grandes
monumentos foram os seminários de Araxá e Teresópolis (reflexão profissional)
2. Reatualização do conservadorismo que recupera componentes estratificados da herança
conservadora e as pões sobre uma base teórico-metodológica. Repudia a tradição
positivista e as referências crítico-dialética de raiz marxiana.
3. Intenção de ruptura com o SESO "tradicional" que crítica sistematicamente o desempenho
tradicional e os seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos. Propõe romper com a
herança teórico-metodológica do conservadorismo.

Página 6 de Lecture 5

Você também pode gostar