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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Escola de Administração
Especialização em Gestão Pública Municipal

Componente Curricular: O Público e o Privado na Gestão Pública


Professor: Ricardo Coutinho
Aluno: Edson Silva de Araujo
Turma: Alberto Guerreiro Ramos – Amargosa
Tutor: Raimundo Manoel de Jesus Filho

INTZBERG, Henry. Administrando governos, governando administrações. Trad. Carlos


Antonio Morales. In: Revista do Setor Público, ano 49, n. 4, out-dez, 1998

Segundo Jeniffer Elaina (2012), Henry Mintzberg nasceu em 2 de setembro de 1939 e


é considerado um dos melhores especialistas em estratégia. Foi estudante de Engenharia na
McGill University de Montreal e na Sloan School of Management do MIT. Atualmente, é
professor de gestão na McGill University, no Canadá, em Quebec, onde leciona desde o ano
de 1968, depois de ter terminado o Mestrado em Gestão no MIT.
Em seu ensaio “Administrando governos, governando administrações”, Minstzberg
adentra a defesa das suas teorias informando a necessidade de esclarecer a confusão
existente na relação entre negócios e governos e segue contrapondo a ideia de que o
capitalismo triunfou em relação aos modelos comunistas, instalados no leste europeu,
sucumbiram.
Para tanto, o autor no que tange as sociedades ocidentais, irá defender a existência de
um equilíbrio entre os setores público e privado, dentro de uma concepção de mutua interação.
Esta situação é apresentada enquanto antagônica no que concerne aos países comunistas e
que colocará em sério risco as sociedades ocidentais, a exemplo dos EUA e do Reino Unido,
caso venham acreditar nesta teoria do triunfo do capitalismo sobre o socialismo.
É apontado no texto, no intuito de reforçar inicialmente os argumentos do autor,
diversas relações dicotômicas, porem limitadas. Como exemplo o autor citará o “capitalismo
versus comunismo, privatização versus nacionalização, ou livre mercado contra controle
governamental” (p. 149) as quais, na visão ainda do autor é necessário o reconhecimento das
limitações destas dicotomias não negando a existência do público e do privado, porém,
alertando para a existência de outros dois tipos de propriedades.
Sendo uma delas as organizações as quais a propriedade é cooperativa com controles
diversos ou as nonowred organizations (organizações sem donos), popularmente
conhecidas no Brasil por sua sigla ONG – Organizações Não Governamentais.

Infelizmente, no ocidente não temos sido capazes de explorar todo o


espectro de possibilidades. Com a vitória do capitalismo, o setor privado
tornou-se bom, o setor público mau, e os outros dois irrelevantes. Acima
de tudo, segundo alguns experts, o governo deve-se tornar parecido com
um negócio. (p.150)

Além disso, o autor irá instigar seus leitores ao trazer certas inquietações ao abordar
conflitos conceituais e de interesses nas relações existentes entre consumidores, clientes,
cidadãos e suditos, esse último de forma bastante pontual. Após a confusão gerada, o autor
generosamente irá apresentar o que conceitualmente cada uma dessas categorias
representam e suas aplicabilidades se debruçando, além disso, sobre o que define como Mito
da Administração, onde busca desconstruir as concepções, em momentos demasiadamente
equivacadas, no âmago do administrador profissional e da sua atuação junto a governança do
Estado. A partir deste ponto, Mintzberg apresenta cinco modelos para administrar governos,
que são:
1. O modelo Mecanicista;
2. O modelo de governo em rede;
3. O modelo de controle de desempenho;
4. O modelo de governo virtual;
5. O modelo de controle normativo;
No primeiro é apresentado o modelo que se esturua na padronização das formas de
administrar a maquína pública independente do seu tamanho ou segmento de atividade. O
segundo modelo é apresentado de forma contraria ao anterior, visto que sua essência
preconiza soluções aplicadas a cada situação particular. O terceiro modelo, intitulado de
controle de desempenho é apontado como aquele para se fazer valer a função do ato de
administrar, perpassando pelo ato de isolar os processos, delegar o responsáel e medir o
resultado. O quarto modelo é o modelo em que enfatiza a ausencia do Estado, suas funções
passariam para o controle do setor provado, é um modelo que trabalha com em prol da
privatização. E por ultimo, mas não menos importa, temos o quinto modelo, o de controle
normativo o qual enfatizará as relações humanas dentro de normas sociais de respeito, no
sentido amplo da palavra.
Diante dos modelos apresentados o autor irá afir que,

Não há um modelo ideal. Cobrança de impostos seria inviável, sem uma


saudável dose do modelo mecanicista, assim como seria impossível a
política externa, sem o modelo em rede. Nenhum governo consegue
funcionar de modo efetivo, sem a superposição de controles normativos,
como também não podem ignorar a necessidade de excluir as atividades
que não mais se enquadram no setor público. O governo, em suma, é
um enorme sistema eclético, tão variado quanto a própria vida (porque
lida com a diversas facetas dela). (p.159)

O texto é finalizado com o autor se posicionando como favoravel a privatização em


casos pontuais, mas que é essencial que os governos, bem como a sociedade, saiba
identificar quais são os serviços essenciais e de responsabilidade exclusiva do Governo como
a Segurança pública. No geral, é um texto leve, que propõe aos gestores públicos e a toda a
sociedade a reflexão sobre o papel de cada um.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Elaina, Jeniffer (2012), HENRY MINTZBERG - A ESTRATÉGIA NÃO SE PLANEIA,


CONTRÓI-SE. Disponível em: < https://www.portal-gestao.com/artigos/6855-henry-
mintzberg-a-estratégia-não-se-planeia,-contrói-se.html> Acessado em 27/09/2017.

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