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1.

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Antropologia Cultural abordará sobre “A ética na


Administração pública” nas instituições publicas de Moçambique”. Souza (2002), afirma
que, entende-se ética como um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as
relações humanas. Assim, os agentes públicos devem possuir estas características éticas para
poder administrar o bem público e não ser corruptível. Esses princípios devem ter
características universais, precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre.

A ética na administração não representam senão uma das faces da moralidade pública que se
sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos julgamentos que as pessoas
fazem sobre a conduta e não na própria conduta. E tratando-se de moralidade pública, torna-se
imperioso reivindicar-se alto grau de generalidade e autoridade, resultando, então, do
julgamento respectivo, em caráter objetivo e público, não um ato individual e privado. As leis
e normas são de caráter impositivo, tendo o agente público o dever de cumpri-las, e tendo que
responder pelo seu não cumprimento. Já a conduta ética é de caráter pessoal e o agente
público tem a responsabilidade de ser ético, porém sem jamais deixar de respeitar e cumprir o
princípio constitucional da moralidade administrativa (LOPES, 2018).

A administração pública pode ser entendida como o conjunto de serviços, de órgãos e de


agentes do Estado que tentam satisfazer as necessidades da sociedade, como a educação,
saúde segurança, lazer, cultura, etc. Resumidamente, seria a gestão dos interesses públicos por
meio de serviços públicos. Nesse sentido Moraes (2003) define a administração pública como
a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses
coletivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei
atribui o exercício da função administrativa do Estado.

A corrupção está colocando Moçambique numa conjuntura difícil, principalmente, num


momento em que se está caminhando para mudanças no poder. Corrupções vêm deteriorando
estruturas sociais, econômicas, culturais e morais da sociedade moçambicana. Nos últimos
anos, e sobretudo desde a viragem para a democracia, Moçambique tem aumentado a sua
reputação por causa da corrupção que percorre todos os sectores da sociedade e pelo facto de
que, apesar de ser uma realidade dramática, os doadores não terem ainda endurecido a sua
linguagem visando uma maior pressão sobre governantes.
1.1.Objectivo
1.1.1. Objectivo geral

O presente trabalho têm como Objectivo geral conhecer a ética na Administração pública” nas
instituições publicas de Moçambique.

1.1.2. Objectivos específicos


 Apresentar conceitos inerente a ética e administração Pública;
 Descrever a ética na Administração Pública;
 Explicar a importância dos princípios éticos da administração pública e os seus valores
e;
 Discutir sobre a corrupção e ética em Moçambique.

1.2.Metodologia do trabalho

Segundo Marconi e Lakatos (2009), afirmam que: “A metodologia é o conjunto de


actividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo ou conhecimentos validos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Para este trabalho, a sua realização irá
obedecer as seguintes linhas de orientação metodológica”.

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas
de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet
e módulo de Antropologia Cultural da UCM, ensino a distância. As mesmas obras estão
devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na bibliografia final.
2. Revisão da literatura
2.1.Conceito da ética

A ética é a parte da filosofia que trata da reflexão sobre os princípios que fundamentam a
moral. Pode ser entendida como uma teoria filosófica ou científica.

De acordo com Bauman (1997) ética é um código moral que pretende ser o único conjunto de
regras de conduta harmonicamente coerentes ao qual toda pessoa considerada moral deva
obedecer.

De acordo com Holanda (2010) a ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à
conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativa à
determinada sociedade, ou seja, de modo absoluto.

Para Vázquez (2002) ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade. É um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do
comportamento humano moral.

2.2.Conceito da Administração Pública

A administração pública pode ser entendida como o conjunto de serviços, de órgãos e de


agentes do Estado que tentam satisfazer as necessidades da sociedade, como a educação,
saúde segurança, lazer, cultura, etc. Resumidamente, seria a gestão dos interesses públicos por
meio de serviços públicos.

Nesse sentido Moraes (2003) define a administração pública como a atividade concreta e
imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e subjetivamente
como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado.

Segundo Di Petro (1999) a administração pública não é apenas uma máquina que realiza o
trabalho do governo. Para essa autora, se a administração pública tiver relação com os
problemas do governo, é porque ela está empenhada em obter os fins e objetivos do Estado. A
administração Pública é o Estado em Ação, é a atividade que desenvolve a vida em sociedade
pro meio da ordem, da segurança e da subsistência, ou seja, mantém o bom relacionamento
entre os membros de uma sociedade.
Administração pública também representa o conjunto de ações que compõem a função
administrativa e que tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra. Na maior parte das vezes, a administração pública está
organizada de forma a reduzir processos burocráticos. Também é comum existir a
descentralização administrativa, no caso da administração pública indireta, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços ( Di Petro, 1999).

3. Ética na Administração Pública

De acordo com ALONSO e LÓPES (2006), a administração Pública ao zelar pelos interesses
de cada cidadão, zela pelos interesses gerais da sociedade e seus valores e assume um
compromisso social que lhe aporta responsabilidades:

 De carácter organizacional perante o cidadão-contribuinte;


 De carácter institucional perante o cidadão-eleitor; e
 De carácter contratual perante o cidadão-societário.

A Administrção Pública é normalmente acusada de morosidade, incompetência,


desarticulação e despesismo.

Melhorar a Administração Pública é a questão que está presente nas agendas governamentais.

 Abrir mais canais para acesso à informação.


 Formação em atendimento de público e maior solidariedade entre instituições.
 Maior competência técnica, espírito demissão do prestador de serviço público, respeito
pela lei e pelo bem colectivo.
 O mais importante é a ética de quem presta o serviço, o respeito por regras e valores.
 Postura maniqueísta da sociedade, culpando a administração pública por tudo o que é
errado. Deverá haver consciencialização dos direitos e deveres de cidadania, quer por
parte dos funcionários, quer por parte dos utentes.
 Melhor desempenho e menos despesa. (ALONSO e LÓPES, 2006).

Solução: cortar nas despesas com pessoal e reduzir o nº de efectivos.

4. Princípios éticos da Administração Pública

Segundo LOPES (1993), os princípios éticos da Administração pública são os seguintes:


 Princípio do Serviço Público: os funcionários encontram-se ao serviço exclusivo da
comunidade e dos cidadãos, prevalecendo sempre o interesse público sobre os
interesses particulares ou de grupo.
 Princípio da Legalidade: os funcionários actuam em conformidade com os princípios
constitucionais e de acordo com a lei e o direito.
 Princípio da Justiça e da Imparcialidade: os funcionários, no exercício da sua
actividade, devem tratar de forma justa e imparcial todos os cidadãos, actuando
segundo rigorosos princípios de neutralidade.
 Princípio da Igualdade: os funcionários não podem beneficiar ou prejudicar qualquer
cidadão em função da sua ascendência, sexo, raça, língua, convicções políticas,
ideológicas ou religiosas, situação económica ou condição social.
 Princípio da Proporcionalidade: os funcionários, no exercício da sua actividade, só
podem exigir aos cidadãos o indispensável à realização da actividade administrativa.
 Princípio da Colaboração e da Boa Fé: os funcionários, no exercício da sua
actividade, devem colaborar com os cidadãos, segundo o princípio da Boa Fé, tendo
em vista a realização do interesse da comunidade e fomentar a sua participação na
realização da actividade administrativa.
 Princípio da Informação e da Qualidade: os funcionários devem prestar
informações e/ou esclarecimentos de forma clara, simples, cortês e rápida.
 Princípio Da Lealdade: os funcionários, no exercício da sua actividade, devem agir
de forma leal, solidária e cooperante.

5. A ética nas instituições publicas de Moçambique


5.1.Corrupção e ética em Moçambique

Corrupção é o comportamento que se desvia das obrigações formais de um cargo público em


benefício de interesses pecuniários ou de status que diz respeito ao mundo privado (seja um
interesse pessoal, de um núcleo familiar e/ou parentes próximos, ou de um pequeno grupo de
interesse); ou que viole regras contra o exercício de certos tipos de influência que o mundo
privado possa exercer. (NYE, 1967, p. 419).

Carvalho (1987, p. 64) define corrupção da seguinte forma: a corrupção pressupõe, de


modo geral, uma transacção que envolve duas partes: o titular do cargo público e o
representante do interesse particular.
Em Zaffaroni (1990, p. 371) se encontra a seguinte definição: Por corrupção deve-se
entender a relação que se estabelece entre uma pessoa com poder decisório estatal e uma
outra pessoa que opera fora deste poder. O objectivo desta relação é uma troca de
vantagens, onde ambas obtêm incremento patrimonial, em função de um ato (ou omissão)
da primeira pessoa em benefício da segunda.

A corrupção está colocando Moçambique numa conjuntura difícil, principalmente, num


momento em que se está caminhando para mudanças no poder. Corrupções vêm deteriorando
estruturas sociais, econômicas, culturais e morais da sociedade moçambicana. Cada vez que é
divulgado um novo escândalo, surgem revelações, revolta, criação de CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito).

Corrupção vem do latim corruptio de corrumpere, que significa na lição de Plácido e Silva
(1989, p.575): “deitar a perder, estragar, destruir, corromper”. Modernamente pode-se
conceituar a corrupção, em sentido bastante amplo, como a madrasta das mazelas sociais, uma
espécie de conduta aética que desrespeita as normas, violando-as com o objetivo precípuo de
obter qualquer vantagem para si ou para outrem, criando, por consectário natural, elevação da
pobreza e por conseguinte obstáculos ao progresso e desenvolvimento nacional, que levam a
marginalização da sociedade e crise em toda a humanidade.

A corrupção é também colaboradora do estado de miséria e fome em que se encontram, em


especial, as famílias brasileiras. Um aspecto a considerar é que este fenômeno instintivo ao
ser humano é de ordem mundial, sendo importante acrescentar que tudo isto está em perfeita
simbiose na relação de dependência existente entre o corrupto e o corruptor.

Entre as formas mais utilizadas, indubitavelmente, a malversação do patrimônio público,


lavagem de dinheiro e dilapidação do patrimônio público são suas expressões mais frequentes.

5.2.Resultados ou Causas da Corrupção

Depois da independência a obrigação dos colonialistas em abandonar o pais deixando suas


riquezas obrigou ao uso de contentores para salvar os seus pertences. Neste período inicia-se o
processo de corrupção dos funcionários moçambicanos (para deixar passar os tais
contentores) e que foi somente adopção do comportamento de funcionários do aparelho
colonial. Muitas casas construídas nas nossas cidades foram-no com dinheiro obtido pela
corrupção (Mendes, 1994).

Com a criação das lojas do povo houve:


 Organismos que se abasteceram sem pagar: Desenvolvimento da corrupção,
nepotismo, formação de indivíduos competentes para manobras fraudulentas;
 Formação de quadros economistas honestos (Mendes, 1994).

No Livro da Ética Nicomáquea, Aristóteles apresenta um esquema ético-social da relação


entre a virtude pessoal e o bem-estar coletivo ou o bem público.

Que os homens bons são virtuosos, e que ser virtuoso quer dizer "estar em harmonia consigo
mesmo", "querer sempre as mesmas coisas", não ter uma vontade volúvel ou caprichosa, e
desejar ao mesmo tempo o que convém - e se deve- a si mesmo e o que convém - e se deve -
aos demais.

Que os homens maus, ao contrário, são viciosos que nem estão em harmonia consigo mesmos
pelo traço mudadiço de sua vontade, nem podem tê-la com os demais ao antepor
sistematicamente seus próprios interesses particulares do momento ao que se deve aos demais
(e a si mesmo no futuro).

Todos são corruptíveis – não corruptos ou depravados inatos –, crendo que a mais realista
maneira de desenhar instituições duradouras e à prova de corruptos e viloes (Hume).

Quatro componentes de uma estratégia anti- corrupção são:

 A aplicação da lei;
 A prevenção;
 A criação de instituições e;
 As campanhas de consciencialização Existência de Códigos de Conduta ou de Ética.

Razões porque falham os programas anti- corrupção:

 Falta de vontade política;


 Falta de recursos que sustentem a reforma;
 Ambições e promessas irrealistas;
 Reformas não coordenadas;
 Reformas que tem muito enfoque na repressão
 Estratégias em que o alvo é apenas a pequena corrupção e não a grande corrupção;
 Reformas que não contemplam ganhos imediatos (quick wins);
 Reformas que não são institucionalizadas.
Durante o regime autoritário em Moçambique, iniciado em 1975, a pequena corrupção era
comum. Mas não era tolerada (liderança política punia severamente aqueles que abusavam
das suas posições no Estado) com execução de “xiconhocas”. Isso promovia altos standards
morais. Estados autoritários tendem a limitar a actividade criminal através da regulação
excessiva (Moran, 2000).

A praga da corrupção só será definitivamente erradicada quando o último corrupto houver


morto estrangulado com as tripas do último sacerdote pedófilo (Jean Meslier por Atahualpa
Fernandez, s/d).

Nos últimos anos, e sobretudo desde a viragem para a democracia, Moçambique tem
aumentado a sua reputação por causa da corrupção que percorre todos os sectores da
sociedade e pelo facto de que, apesar de ser uma realidade dramática, os doadores não terem
ainda endurecido a sua linguagem visando uma maior pressão sobre governantes.

A percepção geral sobre os altos índices de corrupção em Moçambique foi já reportada em


diversas abordagens. No anterior regime autoritário, a corrupção não era tolerada e a liderança
política era vigorosa na punição dos que abusavam do bem público, possibilitando também
altos níveis morais de condenação, mesmo apesar dos fracos salários na função pública e uma
carência generalizada de bens de consumo de primeira necessidade. Mas a democratização e
liberalização não foram acompanhadas de um redesenho institucional efectivo de modo a se
acautelar o desenvolvimento da corrupção. Quando falamos em redesenho institucional,
referimo-nos à introdução e aplicação prática de instituições que poderiam contribuir para a
implantação da transparência num quadro político diferente, como sejam as instituições de
accountability.

A ausência de uma cultura de prestação de contas por parte do Governo está, no entanto, a
mudar paulatinamente a percepção dos doadores sobre Moçambique, apesar de que a
apreciação relativa ao desempenho macroeconómico e dos programas de alívio à pobreza se
mantém mais ou menos a mesma.

A corrupção baseia –se em lógicas específicas calcadas em incentivos negativos (ameaças,


penalidades) ou positivos (materiais como o suborno ou imateriais baseados em laços
pessoais). A corrupção em Moçambique não ocorre somente no sector público, ela faz-se
sentir também no sector privado na medida que os agentes privados fazem o uso dos recursos
públicos e se benefeciam das suas relações privilegiadas (é só ver que são empresários de
sucesso em Moçambique) com os membros dos três poderes (legislativo, judicial e executivo)
para alcançar seus objectivos e escapar da punição. A democarcia não se compadece com este
tipo de relações assimétricas. Existem em Moçambique condições propícias para ocorrência
da corrupção nomeadamente: elevada burocracia, o sistema judiciário lento, pouco eficiente e
acorrentado ao poder executivo, o elevado poder discricionário na formulação de
implementações políticas e os baixos salários no sector público. Mas na verdade o que me
preocupa não é a abordagem epistemológica da corrupção, mas sim a forma como o discurso
de corrupção é enaltecido pelos dirigentes políticos.

O presidente da República, desde que subiu ao poder sempre falou do combate a corrupção,
aliás, se estamos recordados no primeiro mandato o discurso era: combate a corrupção,
burocratismo, espírito de deixa andar e pobreza absoluta.

No segundo mandato o discurso é simplesmente combate a pobreza. Porque esta mudança?


Será estratégia política ou o presidente observou que não é tarefa fácil combater a corrupção
em Moçambique devido a conflitos de interesses dos dirigentes políticos?

É um dado relevante que a corrupção não baixou pelo contrário aumentou segundo dados da
Transparência Internacional. Neste momento a corrupção do alto nível é que está em voga,
onde os dirigentes públicos criam empresas privadas que vencem licitações, ou seja, um
ministro cria uma empresa de prestação de serviços no ministério onde dirige. Que vergonha!
Existe ainda o aproveitamento económico dos recursos naturais recentemente descobertos em
Moçambique através de parcerias entre os megaprojectos e as empresas dos dirigentes
políticos ou então a recepção das comissões para facilitar a entrada de empresas estrangeiras
que exploram os recursos naturais, razão pela qual os contratos com os megaprojectos não são
tornados públicos. E depois rotualm-se de empresários de sucesso vivendo a custa do
sofrimento do Povo. O espantoso de toda esta panacéia é o facto da bancada parlamentar da
FRELIMO abster-se na votação da Lei Anti-Corrupção com argumentos ilógicos como se o
Povo fosse idiota. O Código de Ética do Servidor Público apesar de ter sido aprovado ele
permanece hibernado até a vontade política assim o desejar. Que Parlamento temos em
Moçambique? Aliás é preciso recordar o discurso do Teodoro Waty reivindicado subsídios de
exclusividade para os deputados como forma de evitar conflitos de interesses. Estamos em
Moçambique meus senhores. Os funcionários públicos auferem salários baixos e os deputados
são beneficiários de salários astronómicos e regalias infinitas e ainda exigem mais....Santa
Maria.....não basta o sofrimento deste Povo heróico que tem que sobreviver com baixos
salários? Mal conseguem pagar transporte, alimentação, educação e saúde para os seus filhos.
A não aprovação da Lei Anti-Corrupção na sua totalidade enfraquece a democracia
moçambicana e mina o desenvolvimento social e económico do País. É caso para dizer que os
corruptos tem receio de aprovar a Lei com o medo do feitiço virar contra feitiçeiros. É
momento de reflectirmos sobre o tipo de sociedade que pretendemos construir para os nossos
filhos.

6. Conclusão

Terminando o trabalho conclui como qualquer área do conhecimento, a Administração


Pública envolve questões éticas, que dizem respeito não somente às suas ações e resultados,
mas também aos princípios que a governam. Essas questões são tangenciadas pelos modelos
que foram produzidos ao longo do tempo para lidar com o desafio de administrar as ações
governamentais na busca do governo, mas pode-se afirmar que o tratamento dado a elas por
esses modelos é insatisfatório e exige maior aprofundamento.

As diferentes teorias éticas construídas ao longo de mais de vinte séculos de reflexão moral
podem ajudar a superar este problema. Estudos mais aprofundados sobre os fundamentos dos
modelos de Administração Pública e sobre as consequências de sua adoção, orientados por
uma perspectiva ética, devem ser empreendidos para que se possa efetivamente chegar a uma
conclusão a respeito de como se pode equacionar o problema de bem administrar as
atividades públicas, isto é, de agir de acordo com as necessidades e interesses de uma
população que clama por serviços públicos. É inegável que a Administração Pública lida com
problemas de fundo moral; como esses problemas são trabalhados é, por outro lado, uma
questão ainda em aberto.
7. Referencias Bibliográficas

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http://jorgejairoce.blogspot.com/2012/05/sobre-corrupcao-em-mocambique-o-debate.html:
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https://pt.slideshare.net/csapura/corrupcao-e-etica-em-mocambique: 14/08/2022, 9:04.

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