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Introdução
A ética na administração não representam senão uma das faces da moralidade pública que se
sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos julgamentos que as pessoas
fazem sobre a conduta e não na própria conduta. E tratando-se de moralidade pública, torna-se
imperioso reivindicar-se alto grau de generalidade e autoridade, resultando, então, do
julgamento respectivo, em caráter objetivo e público, não um ato individual e privado. As leis
e normas são de caráter impositivo, tendo o agente público o dever de cumpri-las, e tendo que
responder pelo seu não cumprimento. Já a conduta ética é de caráter pessoal e o agente
público tem a responsabilidade de ser ético, porém sem jamais deixar de respeitar e cumprir o
princípio constitucional da moralidade administrativa (LOPES, 2018).
O presente trabalho têm como Objectivo geral conhecer a ética na Administração pública” nas
instituições publicas de Moçambique.
1.2.Metodologia do trabalho
Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas
de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet
e módulo de Antropologia Cultural da UCM, ensino a distância. As mesmas obras estão
devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na bibliografia final.
2. Revisão da literatura
2.1.Conceito da ética
A ética é a parte da filosofia que trata da reflexão sobre os princípios que fundamentam a
moral. Pode ser entendida como uma teoria filosófica ou científica.
De acordo com Bauman (1997) ética é um código moral que pretende ser o único conjunto de
regras de conduta harmonicamente coerentes ao qual toda pessoa considerada moral deva
obedecer.
De acordo com Holanda (2010) a ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à
conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativa à
determinada sociedade, ou seja, de modo absoluto.
Para Vázquez (2002) ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade. É um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do
comportamento humano moral.
Nesse sentido Moraes (2003) define a administração pública como a atividade concreta e
imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e subjetivamente
como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado.
Segundo Di Petro (1999) a administração pública não é apenas uma máquina que realiza o
trabalho do governo. Para essa autora, se a administração pública tiver relação com os
problemas do governo, é porque ela está empenhada em obter os fins e objetivos do Estado. A
administração Pública é o Estado em Ação, é a atividade que desenvolve a vida em sociedade
pro meio da ordem, da segurança e da subsistência, ou seja, mantém o bom relacionamento
entre os membros de uma sociedade.
Administração pública também representa o conjunto de ações que compõem a função
administrativa e que tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra. Na maior parte das vezes, a administração pública está
organizada de forma a reduzir processos burocráticos. Também é comum existir a
descentralização administrativa, no caso da administração pública indireta, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços ( Di Petro, 1999).
De acordo com ALONSO e LÓPES (2006), a administração Pública ao zelar pelos interesses
de cada cidadão, zela pelos interesses gerais da sociedade e seus valores e assume um
compromisso social que lhe aporta responsabilidades:
Melhorar a Administração Pública é a questão que está presente nas agendas governamentais.
Corrupção vem do latim corruptio de corrumpere, que significa na lição de Plácido e Silva
(1989, p.575): “deitar a perder, estragar, destruir, corromper”. Modernamente pode-se
conceituar a corrupção, em sentido bastante amplo, como a madrasta das mazelas sociais, uma
espécie de conduta aética que desrespeita as normas, violando-as com o objetivo precípuo de
obter qualquer vantagem para si ou para outrem, criando, por consectário natural, elevação da
pobreza e por conseguinte obstáculos ao progresso e desenvolvimento nacional, que levam a
marginalização da sociedade e crise em toda a humanidade.
Que os homens bons são virtuosos, e que ser virtuoso quer dizer "estar em harmonia consigo
mesmo", "querer sempre as mesmas coisas", não ter uma vontade volúvel ou caprichosa, e
desejar ao mesmo tempo o que convém - e se deve- a si mesmo e o que convém - e se deve -
aos demais.
Que os homens maus, ao contrário, são viciosos que nem estão em harmonia consigo mesmos
pelo traço mudadiço de sua vontade, nem podem tê-la com os demais ao antepor
sistematicamente seus próprios interesses particulares do momento ao que se deve aos demais
(e a si mesmo no futuro).
Todos são corruptíveis – não corruptos ou depravados inatos –, crendo que a mais realista
maneira de desenhar instituições duradouras e à prova de corruptos e viloes (Hume).
A aplicação da lei;
A prevenção;
A criação de instituições e;
As campanhas de consciencialização Existência de Códigos de Conduta ou de Ética.
Nos últimos anos, e sobretudo desde a viragem para a democracia, Moçambique tem
aumentado a sua reputação por causa da corrupção que percorre todos os sectores da
sociedade e pelo facto de que, apesar de ser uma realidade dramática, os doadores não terem
ainda endurecido a sua linguagem visando uma maior pressão sobre governantes.
A ausência de uma cultura de prestação de contas por parte do Governo está, no entanto, a
mudar paulatinamente a percepção dos doadores sobre Moçambique, apesar de que a
apreciação relativa ao desempenho macroeconómico e dos programas de alívio à pobreza se
mantém mais ou menos a mesma.
O presidente da República, desde que subiu ao poder sempre falou do combate a corrupção,
aliás, se estamos recordados no primeiro mandato o discurso era: combate a corrupção,
burocratismo, espírito de deixa andar e pobreza absoluta.
É um dado relevante que a corrupção não baixou pelo contrário aumentou segundo dados da
Transparência Internacional. Neste momento a corrupção do alto nível é que está em voga,
onde os dirigentes públicos criam empresas privadas que vencem licitações, ou seja, um
ministro cria uma empresa de prestação de serviços no ministério onde dirige. Que vergonha!
Existe ainda o aproveitamento económico dos recursos naturais recentemente descobertos em
Moçambique através de parcerias entre os megaprojectos e as empresas dos dirigentes
políticos ou então a recepção das comissões para facilitar a entrada de empresas estrangeiras
que exploram os recursos naturais, razão pela qual os contratos com os megaprojectos não são
tornados públicos. E depois rotualm-se de empresários de sucesso vivendo a custa do
sofrimento do Povo. O espantoso de toda esta panacéia é o facto da bancada parlamentar da
FRELIMO abster-se na votação da Lei Anti-Corrupção com argumentos ilógicos como se o
Povo fosse idiota. O Código de Ética do Servidor Público apesar de ter sido aprovado ele
permanece hibernado até a vontade política assim o desejar. Que Parlamento temos em
Moçambique? Aliás é preciso recordar o discurso do Teodoro Waty reivindicado subsídios de
exclusividade para os deputados como forma de evitar conflitos de interesses. Estamos em
Moçambique meus senhores. Os funcionários públicos auferem salários baixos e os deputados
são beneficiários de salários astronómicos e regalias infinitas e ainda exigem mais....Santa
Maria.....não basta o sofrimento deste Povo heróico que tem que sobreviver com baixos
salários? Mal conseguem pagar transporte, alimentação, educação e saúde para os seus filhos.
A não aprovação da Lei Anti-Corrupção na sua totalidade enfraquece a democracia
moçambicana e mina o desenvolvimento social e económico do País. É caso para dizer que os
corruptos tem receio de aprovar a Lei com o medo do feitiço virar contra feitiçeiros. É
momento de reflectirmos sobre o tipo de sociedade que pretendemos construir para os nossos
filhos.
6. Conclusão
As diferentes teorias éticas construídas ao longo de mais de vinte séculos de reflexão moral
podem ajudar a superar este problema. Estudos mais aprofundados sobre os fundamentos dos
modelos de Administração Pública e sobre as consequências de sua adoção, orientados por
uma perspectiva ética, devem ser empreendidos para que se possa efetivamente chegar a uma
conclusão a respeito de como se pode equacionar o problema de bem administrar as
atividades públicas, isto é, de agir de acordo com as necessidades e interesses de uma
população que clama por serviços públicos. É inegável que a Administração Pública lida com
problemas de fundo moral; como esses problemas são trabalhados é, por outro lado, uma
questão ainda em aberto.
7. Referencias Bibliográficas
LOPES, Maurício Antonio Ribeiro. Ética e administração pública. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 1993.
ALONSO, Félix Ruiz; LÓPES, Francisco Granizo; CASTRUCCI, Plínio de Lauro. Curso de
ética em administração. São Paulo: Atlas, 2006. P.147.
BAUMAN, Z. Ética pós-moderna. Trad. João Rezende Costa São Paulo: Paulus, 1997.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Atlas, 1999.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5. Ed. Positivo,
2010.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
http://jorgejairoce.blogspot.com/2012/05/sobre-corrupcao-em-mocambique-o-debate.html:
14/08/2022, 08:20.