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O início do século XIX foi um período da história caracterizado por

mudanças significativas na sociedade tradicional europeia. O processo de


industrialização dos grandes centros urbanos, somado aos movimentos
políticos que aconteciam em países importantes como França, Inglaterra e
Alemanha, fizeram com que esse período, em particular, se tornasse um dos
mais caóticos e turbulentos da história da humanidade.

Foi nesse contexto que o filósofo francês Auguste Comte, muito


influenciado pelos ideais iluministas, criou o Positivismo, que hoje é
considerado a primeira escola da Sociologia. O Positivismo de Comte foi uma
corrente sociológica que pregava que o conhecimento verdadeiro sobre a
sociedade só podia ser alcançado através da ciência, do método cientifico e da
observação. Para ele, esse era o único meio realmente eficaz de compreender
melhor a sociedade, identificar problemas sociais e resolve-los, no intuito de
alcançar a ordem e o progresso social.

Essa ideia de progresso estava arraigada ao pensamento de Comte, que


acreditava veementemente que o progresso social era algo constante, quase
que natural à humanidade. Foi com esse pensamento que ele propôs a
chamada “lei dos três estados”. Segundo essa lei, o nosso entendimento dos
fenômenos passa por três fases: o estado teológico, onde a figura de um deus
ou de deuses era tida como a causa de todas as coisas; o estado metafísico,
que buscava explicação em coisas abstratas; e o estado positivo, que usa a
ciência como fonte de conhecimento. Esse último, para Comte, era o derradeiro
e mais elevado estágio do pensamento humano.

Como foi dito lá no início, Comte desenvolveu suas ideias durante a


revolução industrial que, inclusive, estava a todo vapor no início do século XIX.
Dessa forma, ele observou de perto o processo de formação dos grandes
centros urbanos e pôde refletir sobre as mudanças e os impactos sociais,
políticos e econômicos que a modernização causou na sociedade tradicional
europeia. Para compreender melhor essas mudanças, Comte propôs a criação
de uma ciência da sociedade, que deveria ser tão rigorosa quanto, por
exemplo, as ciências naturais. O estudo da sociedade deveria ser crítico e
objetivo, baseando-se sempre na observação, afim de explicar corretamente os
fenômenos sociais.
Comte acreditava tanto em suas ideias que propôs, inclusive, a criação
de uma religião baseada no Positivismo. A Religião da Humanidade, como
ficou conhecida, preocupava-se apenas com a ciência e o método da
observação, deixando de lado conceitos teológicos e metafísicos; de maneira
análoga, era como se o papel de Deus (divindade do cristianismo) fosse
substituído pela ciência.

No fim das contas, as ideias de Comte não foram amplamente aceitas


pela sociedade da época, mas foram fundamentais na formação da sociologia
enquanto ciência.

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