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Sociologia -1-

SOCIOLOGIA
Sociologia -2-

1. INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA LICAO 1

Objeto da Sociologia.

Qualquer tentativa para estabelecer limites para um campo de pesquisa intelectual, é


intrinsecamente infrutífera. Quaisquer limites que estabeleçamos omitirão, inevitavelmente,
algumas pessoas cujo trabalho deve ser incluído.
Todavia, quando ampliamos os limites, a fim de no campo incluir tais pessoas e tais
trabalhos, inevitavelmente incluímos alguns que, por outras razões, teríamos excluído. E aquilo
que, hoje nos parece firmemente estabelecido como parte de nossa pequena comunidade, pode
ontem ter sido um território estrangeiro entravado em nossas fronteiras, e amanhã pode
estabelecer-se fora de nossos muros como uma disciplina independente que procura definir seus
limites. No entanto, não pode esperar que um estudante ingresse num campo de estudos que é
totalmente indefinido e limitado. Se precisar ser responsável por tudo, nada conhecerá. Na
realidade, fugirá apavorado, com toda razão. Pode-se verificar, com o tempo, que a definição dos
limites de um campo de, estudo é apenas um artifício; no entanto, de inicio, é necessária certa
delimitação, ainda que provisória. Na realidade, o perigo não é tão grande, se lembrar-mos que
quaisquer fronteiras que estabeleçamos são ajuda para compreensão. Devem servir como capa
folgada para delimitar a forma, e não como uma armadura rígida que é sempre apertada, por mais
útil que seja para expulsar os de outras disciplinas que pretende o mesmo território. Dispomos de
três caminhos principais para delinear o objeto da sociologia.

1- O Histórico, através do qual procuramos pelo estudo dos trabalhos clássicos da sociologia,
encontrar as preocupações e os interesses centrais e tradicionais da sociologia, como disciplina
intelectual. Em resumo, perguntamos: o que dizem os fundadores.

2- O Empírico, pelo qual estudamos o trabalho sociológico atual, a fim de descobrir os


assuntos aos qual a disciplina da maior atenção. Em outras palavras perguntamos: “O que estão
fazendo os sociólogos contemporâneos?”

3- O Analítico, pelo qual dividimos e delimitamos, arbitrariamente algum objeto mais amplo e
o distribuiremos entre diferentes disciplinas. Na verdade, perguntamos: “O que é sugerido pela
razão?”

A abordagem histórica é recomendada pelo respeito. Oferece-nos a oportunidade para utilizar


a sabedoria do passado. Permite-nos compreender questões que só podem ser entendidas se
compreender-mos os seus antecedentes. Evidentemente, as pessoas podem ler à mesma história
de maneiras muito diferentes. Além disso, o método histórico corre o risco de tornar rígido o nosso
pensamento, pois a tradição pode ser pouco adequada para lidar com os problemas emergentes
do presente e do futuro. O método empírico é menos ambíguo; exige fundamentalmente, alguma
forma de contagem. Evidentemente o que os sociólogos contemporâneos acentuam em seu
trabalho pode ser apenas uma moda passageira, com pouca ligação com o trabalho importante do
passado ou com pouca promessa para o futuro. Na opinião do Prof° Pitirim Sorokin, as
preocupações atuais da sociologia são apenas “manias ou defeitos” e, na opinião de C. Wright
Mills, idéiem um declínio da “imaginação sociológica”. A abordagem analítica é a menos
perturbadora. Algumas linhas de definição, alguns outros parágrafos de explicação, e pronto. Este
é um caminho consagrado pelo passado, seguindo continuamente desde que foi inicialmente
demarcado por Augusto Comte, o pai da sociologia. Mas os decretos que dividem os domínios do
conhecimento humano não têm força da lei. Os estudiosos e os cientistas vão para onde os
dirigem seus interesses; estudam aquilo que gostam, quando querem, são, por natureza caçadores
furtivos, que pouco se incomodam com os direitos de propriedade, e com os avisos de “passagem
proibida”. Portanto, a definição arbitrária de campos de estudo, embora muitas vezes
esteticamente satisfatória, é geralmente um mau guia para o que realmente está acontecendo.
Apresenta um nítido plano orientador, mas como não existem leis de zoneamento, a estrutura real
da pesquisa pouco se parece com o plano. Não precisamos prejulgar a questão. Cada perspectiva
pode nos dar algo valioso para a compreensão da sociologia. Evitei a imposição de uma definição
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“Pronta” de seu objeto, ao contrário preferi deixar uma concepção surgisse de um conjunto
heterogêneo de materiais significativos. As respostas nem sempre surgirão diretamente. No
entanto, acredito que o que surge mais gradualmente também desaparece menos rapidamente.
Além disso, por este método de apresentação espero, não apenas delinear o objeto do campo,
mas, ao fazê-lo, apresentar algo, da história da sociologia e uma impressão das questões
contemporâneas. A ambos os temas voltaremos frequentemente. Não seria inteiramente honesto
dizer: “deixo que os temas falem por si mesmos”. Os fatos podem falar por si mesmos, mas não
podem escolher a si mesmos. No entanto, tentei selecionar pontos de vista. Nem é preciso dizer,
entre tais pontos de vista salienta-se o meu. Tive como objeto criar uma concepção ampla e
exclusiva da sociologia. Isso exige a busca de temas unificadores e bases comuns de acordo. Mas
não procurei disfarçar a grande diversidade de opiniões, nem regar o desacordo, profundo e
freqüente, que muitas vezes divide a comunidade sociológica.

2. DEFINIÇÃO DA SOCIOLOGIA

Sociologia é um conjunto de conceitos, de técnicas e métodos de investigação produzidos


para explicar a vida social, é na verdade algo mais do que uma tentacilogia, desde o seu início,
sempre foi algo mais do que uma tentativa de reflexão sobre sociedade moderna. Suas
explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de interferir no rumo desta
civilização. Os interesses econômicos e políticos dos grupos e das classes sociais, que na
sociedade capitalista apresentam-se de forma divergente, influenciam-se profundamente a
elaboração do pensamento sociológico. A sociologia, é o estudo dos aspectos sociais da vida
humana, seu objetivo primordial é adquirir todo conhecimento relativo ao homem e a sociedade
apenas na medida em que o pode cientificamente ou seja, com aplicação de métodos científicos
ao exame da realidade social. Portanto a sociologia estuda as relações sociais e as formas de
associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. A sociologia abrange
o estudo dos grupos sociais da divisão da sociedade em camadas; dá mobilidade social dos
processos de cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.

Podemos afirmar que a sociologia na defesa da filosofia social se inclina considerando o


grupo social um todo que transnade as partes sem lhes eliminar a claro que os grupos persistem
independentemente das condições iniciais que provocam seu aparecimento; salientando a relativa
independência do comportamento do grupo das intenções e atos de seus membros, apresentando
novas concepções da sociedade; propondo normas para moderar a sociedade de acordo com os
seus princípios, buscando conhecer os acontecimentos que ocorrem dentro de uma sociedade.
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3. O QUE DIZEM OS FUNDADORES

O trabalho clássico do professor Sorokin sobre Teorias Sociológicas Contemporâneas, cita


bem mais de 1.000 homens, cujo trabalho é suficientemente importante para citação numa resenha
do desenvolvimento da sociologia moderna. A mode lar ‘‘história e interpretação’’ da evolução do
Pensamento Social, da Tradição à Ciência de Howard Becker e Harry Elmer Barner enche dois
volumes de 1.178 páginas grandes, além de notas e apêndices. Diante desse conjunto maciço,
quem dirá quais as pessoas que definem a tradição sociológica?
No entanto, existem quatro homens que todos da sociologia, quaisquer que sejam suas
acentuações, seu viés ou sua tendência, provavelmente aceitarão como as figuras centrais no
desenvolvimento da sociologia moderna. São eles: Augusto Comte, Herbert Spencer, Émile
Durkheim e Max Weber. Reunidos, abrangem o século XIX e o início do século XX período em que
se formou a sociologia moderna. Representam os principais centros nacionais – França, Inglaterra
e Alemanha em que inicialmente se desenvolveu a sociologia e em que começou a tradição
moderna. Cada um deles exerceu uma profunda influência pessoal na concepção da sociologia
como disciplina intelectual. Por isso, parece muito significativo indicar suas opiniões a respeito do
objeto da sociologia. Augusto Comte (1798-1857), que deu à sociologia o seu nome atual, Zleúleou
mais energia à expressão de esperanças quanto à sociologia, e à demarcação de suas pretensões
do que à definição de seu objeto. Pensava que a ciência social de seu tempo, quanto ao seu
futuro, estava na mesma relação em que antigamente a astrologia estava diante da ciência da
astrologia, e a alquimia diante da química. Sustentava que apenas num futuro distante a
subdivisão do campo seria possível e desejável, e pensava que em sua época seria ‘‘impossível
predizer qual pode ser o principio de distribuição’’. Por isso, dele não podemos obter qualquer lista
de tópicos ou subdivisões do interesse sociológico. Embora Augusto Comte não quisesse
especificar as subdivisões da sociologia, apresentou e consistentemente tratou a sociologia como
se estivesse dividida em duas partes. Esses dois conceitos representam uma divisão básica do
objeto da sociologia que, sob muitas formas e muitas maneiras, aparece em toda a história do
campo e persiste até hoje. No primeiro caso, as principais instituições ou conjuntos institucionais
da sociedade tais como economia, família são consideradas como unidade básica de análises
sociológicas e a sociologia é concebida como estudo consiste na investigação das leis de ação e
reação de diferentes partes do sistema social. Sustenta que as partes de uma sociedade não
podem ser entendidas separadamente, como se tivessem uma existência independente. Ao
contrário, precisa ser vistas ‘‘como em relação mútua, formando um todo que nos obriga a tratá-las
em combinação’’. Referia-se a esse princípio de ‘‘inter-lização social universal’’ como o
‘‘pensamento básico’’ de toda a sua vida de estudo. A segunda divisão básica da sociologia,
proposta por Comte, foi denominada dinâmica social. Se a estática devia estudar como as partes
da sociedade se inter-relacionam, a dinâmica deveria localizar as sociedades globais como a
unidade de análise e mostrar como se desenvolveram e mudaram e mudaram com o tempo.
‘‘Precisamos, lembrar’’, dizia Comte, ‘‘que as leis da dinâmica social são mais reconhecíveis
quando se relacionam com as sociedades maiores.’’ Comte acreditava já ter resolvido o problema.
Estava convencido de que todas as sociedades passavam por certos estádios fixos de
desenvolvimento e progrediam para a perfeição sempre crescente. Hoje, esta opinião encontrará
poucos adeptos. Um número ainda menor admitirá que os estádios identificados por Comte são
aqueles pelos quais tidas as sociedades já passaram ou passarão. No entanto, o que é importante
para nós é lembrar que, para Comte, o estudo comparativo das sociedades era um objeto principal
da analise sociológica. Os três volumes dos Princípios de Sociologia de Herbert Spencer (1820-
1903), publicados em 1877, constituem o primeiro estudo amplo e sistemático dedicado a uma
exposição e analise sociológica. Spencer era muito mais preciso do que Comte ao especificar os
tópicos ou campos especiais que, segundo ele, seriam de responsabilidade da sociologia. O objeto
da sociologia, segundo a definição de Spencer, contém elementos muito conhecidos. Aqui e ali
precisamos traduzir um termo. Por exemplo, quando fala do ‘‘sistema de coerções’’ refere-se,
evidentemente, ao assunto que a sociologia moderna denominou ‘‘controle social’’. Sob outros
aspectos, não temos dificuldade em ligar o objeto da sociologia delineado pelos sociológicos
contemporâneos, ao esquema dado por Spencer. Segundo a ordem apresentada pela citação, os
campos da sociologia, segundo Spencer, são os seguintes: família, política, religião, controle social
e indústria ou trabalho. Além disso, Spencer mencionou os sociólogos de associações,
comunidades, divisões de trabalho, diferenciação ou estratificação social, a sociologia do
conhecimento e da ciência, bem como o estudo da arte e da estética. Um exame imparcial do
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índice dos Princípios de Spencer, diante do trabalho contemporâneo descrito em nossa seção
seguinte, sugere que a amplitude dos assuntos com que lida a sociologia tem sido notavelmente
estável por longo período de tempo. No entanto, Spencer de forma alguma admitiria que a
sociologia estivesse limitada a uma lista de instituições, como a família, ou os processos, tais como
o controle social. Acentuava também que a sociologia devia lidar com as inter-relações entre os
diferentes elementos da sociedade, explicar como as partes influem no todo e quais as reações a
elas, e como, no processo, podem transformar e ser transformadas. Como exemplos de tais
“influências recíprocas”, chamaram a atenção para os efeitos de normas sexuais na vida familiar,
bem como para as relações entre as instituições políticas e outras formas de regular o
comportamento, tais como religião e a atividade cerimonial. Também recomendou o estudo
paralelo da organização do clero e de outras hierarquias a fim de revelar como as suas mudanças
de estrutura estão ligadas com mudanças de estruturas nas hierarquias.
Spencer acrescentava uma outra responsabilidade para a sociologia – isto é, aceitar a
sociedade global como sua unidade de analise. Sustentava que as partes da sociedade, embora
fossem unidades distintas, não estavam dispostas ao acaso. As partes mantêm certa “relação
constante” e este fato torna a sociedade, como tal uma entidade sentido, um objeto adequado para
a pesquisa cientifica. A partir disso, sustentava que a sociologia deve comparar “sociedades de
diferentes tipos e sociedades em diferentes estádios”. Sustentava que, para compreender os
princípios da sociologia, “precisamos lidar com fatos de estrutura e função, apresentados pelas
sociedades em geral, na medida do possível separadas dos fatos específicos, devidos a
circunstâncias especiais”.
“Dessa forma, a principal divisão da ênfase sociológica, sugerida por Comte, é também
evidente no pensamento de Spencer. Émile Durkheim (1858-1917), ao contrario de Spencer, não
apresentou tão observação feitas em suas Regras do método Sociológico e em vários outros
trabalhos seus, podemos facilmente reconstruir sua posição”.
Durkheim frequentemente se referiu ao que denominou os “campos especiais” da sociologia,
e claramente aprovava o seu amplo desenvolvimento. Dizia que a sociologia não poderia tornar-se
uma ciência “antes de renunciar à sua pretensão inicial e global quanto à totalidade da realidade
social e distinguir cada vez mais entre partes, elementos específicos”. Ao resenhar o seu trabalho
e o de seus colaboradores franceses, afirmou sua “ambição comum de iniciar para a sociologia o
que Comte denominou a era, e a especialização”. Disse, por exemplo: “Na realidade, existem
tantos domínios da sociologia, tantas ciências sociais específicas, quantas são as variedades de
fatos sociais”. No esquema que apresentou para os primeiros volumes da primeira revista da
sociologia, L’Année Sociologique, Durkheim tornou sua posição inconfundivelmente clara. Dividiu a
revista em sete seções sob cada titulo principal. Num número típico, as principais seções eram as
seguintes: sociologia geral que incluía uma subsecção sobre personalidade no individuo e na
coletividade; Sociologia da Região a ideologia do Direito e Moral, que incluía subsecções pré-
organização política, organização Social, casamento e família; Sociologia do Crime; Sociologia
Econômica, que incluía subsecções sobre medida de valor e grupos profissionais; Demografia, que
incluía uma subsecção sobre comunidades urbanas e rurais; uma secção sobre Sociologia da
Estética. Este esquema, apresentado em 1896 poderia facilmente ser usado por uma revista
contemporânea se sociologia geral. Embora tivesse uma visão geral das instituições e dos
processos sociais que os sociólogos deveriam estudar. Durkheim, como Comte e Spencer,
também acentuavam a importância da analise das relações entre instigues, e entre elas seu
ambiente. Afirmava que “uma das principais contribuições da sociologia” está “na consciência de
que existe uma estreita relação entre todos esses fatos sociais tão diversos, agora têm sido
estudados em completo”. Pensava que cada fato social deve ser ligado “a um meio social
especifico a um tipo definido de sociedade”. Proceder de outra forma, diz que os fatos sociais de
religião, direito, idéias morais e econômicas ‘‘suspensos no vazio’’. Sustentava ser impossível
compreende-los ‘‘a não ser que sejam vistos em suas relações entre si e com o meio coletivo em
que se desenvolvem e de que constituem a expressão. Durkheim, da mesma forma que Spencer,
considerava as sociedades como tais, como unidades importantes de análise sociológica. Falava
da sociologia como a ‘‘ciência das sociedades’’ e repetidamente acentuou a importância do estudo
comparativo de diferentes tipos de sociedades. Assim, escreveu: ‘‘Não é possível quer
complexidade a não ser acompanhando seu completo desenvolvimento em todas as espécies
sociais’’. A sociologia não é um ramo compara a específica sociologia; é a própria sociologia. Max
Weber (1864 – 1920) dedicou a maior parte de suas observações sobre a sociologia, como
disciplinam a exposição do método especial que defendia, denominado o método da compreensão,
bem como à discussão das vicissitudes da manutenção da objetividade e da neutralidade dos
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julgamentos de valor na ciência social. No entanto, apresentou uma definição geral da sociologia a
que, de passagem, se referiu como ‘‘essa palavra tão ambiciosa’’. A sociologia, de acordo com
Weber, ‘‘é uma ciência que procura a compreensão interpretativa da lição social, a uma explicação
causal de seu curso e suas conseqüências, e nosso ponto de vista, as palavras especiais nessa
definição são ‘‘ação social’’. A essa expressão Weber atribuía um sentido realmente amplo,
incluindo ‘‘todo o comportamento humano, quando e na medida em que o individuo que age lhe
atribui um sentido subjetivo. ‘‘Isso poderia sugerir que Weber via o ‘‘ato social’’ ou a ‘‘relação
social’’ como o objeto específico da sociologia’’. Na realidade, Weber propôs um sistema complexo
para classificar atos sociais e relações sociais, mas não os estudos, como tais. Não desenvolveu a
sua sociologia como um corpo de afirmações descritivas a respeito de tais atos ou dos padrões de
suas relações, nem apresentou quaisquer explicações minuciosas de tais padrões. Em vez disso,
dedicou-se sobretudo à análise de instituições concretas. Entre os assuntos sobre que escreveu
extensamente estão: religião; vários aspectos da vida econômica, onde se incluem o dinheiro e a
divisão do trabalho; partidos políticos e outras formas de organização ampla; classe e casta; a
cidade; música. Nem a definição de sociologia apresentada por Weber, nem a lista dos assuntos a
respeito dos quais escreveu exprimem adequadamente as características mais notáveis de seu
trabalho. O biógrafo de sua vida intelectual, professor Reinhard Bendix, diz dos merecidamente
famosos estudos de Weber sobre a religião: ‘‘seus três principais temas consistiam no exame da
influência das idéias religiosas nas atividades econômicas, na análise da relação entre
estratificação social e idéias religiosas e na verificação e explicação das características distintivas
da civilização ocidental. Imediatamente reconheceremos esses dois primeiros temas como outro
exemplo da concepção da sociologia como uma disciplina unicamente interessada pelas inter-
relações entre partes ou elementos da sociedade. O terceiro tema, a respeito das características
distintivas da civilização ocidental, deve ser reconhecido como outra referência à sociologia
comparativa, que trata as sociedades como suas unidades de análise e procura os fatores que
expliquem as semelhanças e diferenças entre elas, em diferentes lugares e épocas. Embora de
maneira alguma se exprimam com os mesmos termos, os quatro fundadores consultados parecem
estar fundamentalmente de acordo quanto ao objeto especifico da sociologia. Em primeiro lugar,
todos permitiram e, em alguns casos, exigiriam que os sociólogos estudassem uma grande
amplitude de instituições, da família ao estado. Estas instituições devem ser analisadas em si
mesmas, a partir da perspectiva distintiva da sociologia, uma perspectiva que ainda não definimos
inteiramente. Em segundo lugar, os que definem a tradição clássica parecem concordar que o
objeto único para a sociologia deve ser encontrado nas inter-relações entre diferentes instituições.
Em terceiro lugar, concordam com a opinião de que a sociedade como um todo pode ser
considerada como uma unidade distinta para análise sociológica, e que a sociologia tem a tarefa
de explicar como e por que as sociedades são semelhantes ou diferentes. Finalmente, devemos
notar, entre os autores clássicos nesse campo de estudo, um certo sentimento a favor da
localização da sociologia em ‘‘atos sociais’’ ou ‘‘relações sociais’’, quaisquer que sejam seus
ambientes institucionais. Essa opinião foi mais claramente expressa por Weber, mas foi
apresentada também por outros autores da tradição clássica.

4. O QUE OS SOCIÓLOGOS FAZEM

Se considerarmos ‘‘o que os sociológicos fazem’’ como nosso guia para aquilo de que trata a
sociologia, existem três formas principais que devemos examinar: (1) os manuais em que os
sociólogos tentam sumariar o seu campo de estudo; (2) as associações que escolhem, quando
solicitados a identificar-se com um ou outro ramo da sociologia; (3) as pesquisas que empreendem
e os relatórios que apresentam em suas reuniões sociológicas ou publicam em livros ou revistas
especializadas. Talvez as três abordagens tendam a refletir, principalmente, o que fazem os
sociólogos ‘‘típicos’’ ou ‘‘médios’’. Existem os que dizem que não importa o que o sociólogo médio
está fazendo, pois, deveria fazer coisa muito diferente. No entanto, vamos por um momento deixar
de lado a avaliação, a fim de saber o que é que, certa ou erradamente, o sociólogo médio faz na
realidade.
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5. OS MANUAIS DE SOCIOLOGIA LICAO 2

Com poucas exceções, todos os sociólogos do país ensinam, e a grande maioria ensina com
manuais. Tais livros apresentam uma concepção básica do campo de estudos, e seu uso
presumivelmente reflete sua aceitação pelos especialistas. Entre 1952 e 1958, foram publicados,
nos Estados Unidos, 24 manuais de introdução à sociologia. O manual mais aceito foi usado,
aparentemente, por apenas 15% dos estudantes matriculados em cursos de introdução à
sociologia, e apenas dois outros atingiram 10% ou mais desse grupo. Considerando-se essa ampla
difusão, torna-se muito importante, para compreender o caráter do campo, saber se tais manuais
revelam acordo fundamental quanto ao objeto da sociologia, ou se a diversidade de pontos de vista
tão grande quanto à sugerida por tão grande número de manuais. O professor Hornell Hart, que
analisou o conteúdo de tais manuais, identificou temas tratados pelo menos por 20 – isto é, por
quase 85% dos que examinou. Os 12 temas mais tratados eram: método científico na sociologia;
personalidade na sociedade; cultura; grupos humanos; população; casta e classe; raça; mudança
social; instituições eco; família; educação; religião. Alguns processos sociais não atingiram o topo
da lista, em grande parte por causa do esquema de contagem empregado. Por exemplo, se a vida
urbana e rural não tivesse sido tratada separadamente, é evidente que ‘‘vida comunitária’’ teria
sido citada pelo menos por 20, dentre os 24 manuais. Quase a mesma coisa pode ser dita, do
tópico ‘‘problemas sociais’’. Além disso, algumas instituições evidentes quase chegaram ao ápice
da lista; por exemplo, governo e política. Parece haver acordo básico a respeito de pouco mais de
uma dezena de assuntos que devem ser incluídos em qualquer introdução à sociologia. Tal acordo
não se estende, necessariamente, à relativa importância dos diferentes temas. Nessa questão, o
desacordo entre os sociólogos é provavelmente muito maior do que o encontrado em qualquer das
ciências naturais. Alguns dos manuais diferem tanto da média, na acentuação de alguns temas,
que dão uma impressão marcando temente diversa do objeto da sociologia. Por exemplo, o
manual do professor Arnold Green deixa inteiramente de mencionar os seguintes termos, seja, no
índice ou no índice remissivo: atitudes, organizações, associação, controle social, opinião pública e
planejamento social. O professor Ronald Freedman e seus colaboradores da Universidade de
Michigan dão ao tópico de ecologia humana e vida de comunidade quase três vezes o espaço
dado pelo manual médio , fias esquecem quase totalmente os temas de interação social e
comunicação. Apesar dessas importantes diferenças, os fatos indicam que a sociologia tem mais
núcleo comum do que muitas pessoas entre as quais muitos sociólogos – acreditariam. Pesando
todas essas provas, o professor Hart conclui: ‘‘Aparentemente, existe um núcleo sólido e bem
definido do objeto sociológico, tratado, em maior ou menor extensão, por quase todos os manuais.

6. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA

A sociologia foi à primeira ciência a se ocupar explicitamente com a vida social como uma
tonalidade com a complexa rede de instituições sociais e grupos que constituem a sociedade. A
concepção básica ou idéia diretiva de sociologia é portanto a de estrutura social e inter-relação
sistemática de formas de comportamento ou ação em sociedades determinadas. A sociologia
como ciência tem tido vários obstáculos para seu desenvolvimento, entre os quais 4 merecem ser
citados em virtude das suas implicações prejudiciais, a inexistência ou uma terminologia clara e
precisa que possibilite um universo de comunicações, a tendência a subjetivar os fatos sociais, a
dificuldade de experimentação, pois os elementos com que lida são seres humanos; Parece claro
haver uma necessidade de uma ciência social que se ocupe da sociedade como um todo ou com a
estrutura social total. Dizer isto, porém é suscitar o problema de como tal ciência poderia ser
praticada e como se relacionava com outras ciências sociais. A sociologia não é uma ciência
separada, completa em si antes que o especialismo comece, nem uma simples síntese de ciências
sociais constituída da justa posição mecânica de seus. É antes um princípio vitalizados que corre
por toda a investigação social, alimentando-a e sendo por ela alimentado, estimulado a pesquisa,
correlacionando resultados, exibindo a vida de todo nas portes e voltando do estudo das partes
para maior compreensão do todo. Portanto a sociologia como ciência estuda os fatos tal como se
apresentam, descreve-os, analisa-os e explica-os; distinguindo-se das demais ciências sociais. A
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diversidade principal reside no aspecto geral de seu interesse, em contraposição ao das outras
ciências sociais que é mais especializado, pois, à sociologia interessa a interação social no todo e
não apenas uma de suas inúmeras facetas, que constituem, cada uma delas, o campo específico
de diferentes disciplinas.

O sociólogo interessa conhecer a sociedade como é, não como deveria ser. Embora seja
escrito que o sociólogo queira ver suas principais descobertas aplicadas na solução de problemas
específicos, não lhe cabe a responsabilidade das reformas, planejamento, ou adoção de medidas
para melhoria das condições sociais. Tal desejo não invalida o caráter científico de suas
conclusões, pois é o conhecimento em si que norteia sem trabalho e não são possíveis utilizações
práticas. O sociólogo procura ter consciência dos seus valores, preocupando no que refere-se às
relações sociais em si, que se manifestam enquanto os indivíduos pertençam a grupos econômicos
ou religiosos, recreacionais, etc.; surgindo assim entre os sociólogos um esforço no sentido de
relacionarem suas investigações as teorias, orientando suas atividades de pesquisa para a
verificação de hipóteses explicitamente formuladas. O exame das teorias sociologia demonstra
que se tem centralizado ao redor de determinadas questões; Entre elas a fixação do que
representam a sociedade e a cultura, o estabelecimento de unidades elementares para seu estudo;
a especificação dos fatores que condicionam sua estabilidade ou sua mudança; a descoberta das
relações que mantém entre si e com a personalidade; a delimitação de um campo e a
especificação de um objeto e de métodos de estudos próprios à sociologia. Os sociólogos portanto
se ocupam de estudar a realidade do indivíduo e da sociedade moderna no momento em que essa
realidade se consolida, colocando problemas práticos como teóricos; criando assim conceitos cujo
objetivo é explicá-las.

7. HISTÓRIA E SOCIOLOGIA

A história e a sociologia estão interligadas de modo que a sociologia tem uma origem
particularmente importante de início na história.
A idéia geral do progresso, que ajudaram a formular, influi profundamente na concepção
que o homem tem da história. As histórias do pensamento social dão ênfase indevida a sua
continuidade. Serias útil e esclarecedor ter para a sociologia e as ciências sociais modernas uma
explicação em que se destaque a uma modificação radical na atitude para o mundo físico,
entretanto alguns trabalhos recentes em especial, uma abordagem semelhante começou a revelar
as fontes de sociologia relacionada com a história e o seu relacionamento ao surgimento do
capitalismo industrial e à modificação nas concepções da vida social que isso provocou. Podemos
avaliar as contribuições da história à sociologia considerando-as como tendo sido no aspecto
filosófico, as nações de desenvolvimento e progresso e no aspecto científico os conceitos dos
períodos históricos e tipos sociais. Foram os historiadores que tiveram em grande parte.

8. DOUTRINA SOCIAL

Como doutrina social, ela se preocupa com a investigação científica dos fenômenos sociais,
onde se normas para melhorar a sociedade de acordo com os seus princípios e a sociologia
estuda as relações sociais e as formas de associação. Considerando as interações que ocorrem
na vida em sociedade, onde existem normas que já são estabelecidas pela sociedade.

O problema social é relativo aqueles relacionado à várias pessoas associadas, pela ação
reciproca, com o mesmo objetivo e o problema sociológico é relativo somente ao interesse de um
grupo específico, este grupo se dedica aos assuntos sociais, aqueles que se desenvolvem dentro
de uma sociedade dedicando-se à compreensão das estruturas desta organização social.
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9. A SOCIEDADE HUMANA

A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem tem necessidade dos
seus semelhantes para sobreviver, para propagar e perpetuar a espécie para realizar-se
plenamente como pessoa. A sociabilidade, a tendência natural para viver em sociedade é
desenvolvida através do processo de socialização. Este é um processo global, através do qual o
indivíduo se integra no grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes
característicos do grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, valores e
costumes o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada a socialização do indivíduo,
mais perfeitamente sociável ele se torna. A importância da socialização para a sociedade é
demonstrada através do comércio social, que foi e continua a ser decisivo para o
desenvolvimento da humanidade. As descobertas de um membro de um grupo, comunicadas aos
outros, tornam-se estímulo e ponto de partida para aperfeiçoamentos e novas descobertas.
Transmitidas de geração a geração, elas não se perdem com a morte de seus descobridores.
O homem se guia pela inteligência: sobre o alicerce do instinto gregário ele edifica o
convívio social, cujas formas se transformam de acordo com as condições em que ele vive.
A socialização é condição necessária a sobrevivência da espécie humana.

10. SOCIOLOGIA E IDEOLOGIA

Sendo a ideologia considerada como o conjunto de idéias e opiniões de uma sociedade, as


relações possíveis entre a ideologia e a sociologia seriam as idéias e conceitos pertencentes a
determinada classe social, refletindo assim as condições de vida vigoraste numa sociedade, a
filosofia, a arte, o direito a política e a religião são formas de ideologia, pois se manifestam
segundo os interesses específicos das classes sociais a que pertencem. A ideologia por sua vez
também atua sobre a realidade social, modificando-a num processo de reciprocidade, refletindo,
em última análise, as condições de vida material e a estrutura econômica vigorante numa
sociedade e todo sistema de idéias sendo criado por influência de determinado meio econômico,
histórico de social. O pensamento ideológico e sociológico se liga ao respectivo meio da seguinte
forma e sua idéias componentes ou auxiliares são determinadas na origem pelo meio, o conteúdo
destas idéias tanto pode ser uma resposta como pode criar mecanismos de ajustamento ou de
melhor sobrevivência no mesmo meio, e a ação que essas idéias desencadeiam repercute desta
ou daquela maneira, tentando modificar este mesmo contexto.
Esta relação existente entre a sociologia e ideologia são voltadas para os grupos sociais
dos quais fazem pare, opiniões, ações, regras, pertencentes a determinada classe social; os
interesses econômicos e políticos dos grupos e classes sociais, influenciando nessa relação e
constituindo em certa medida uma resposta e constituindo em certa medida uma resposta
intelectual às novas situações surgidas com a sociedade.

Toda a sociedade e todo o grupo social tem regras de conduta, que orientam e controlem o
comportamento das pessoas, que são as normas; indicando o que é permitido ou não dentro de tal
sociedade e os grupos convivem com tais regras que são confundidas com símbolos cujo valor ou
significado é atribuído pela mesma sociedade; exprimindo muitas vezes um significado como regra
a norma de um comportamento dentro de uma sociedade.
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11. RELAÇÃO SOCIAL

Comportamento social se refere ao indivíduo enquanto organismo biológico e a relação


social refere-se ao indivíduo no aspecto de seus comportamentos diante da sociedade,
considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade.

Cultura é a vida social de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo.
A aquisição é a perpetuação da cultura dominante lida através do processo social,
resultante da aprendizagem: Cada povo tem uma própria cultura. Cada sociedade elabora sua
própria cultura e recebe a influência de outras culturas.
Sua própria cultura e recebe a influência de outras culturas.
Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, possuem cultura. Não
há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não existe ser humano destituído de cultura.
Desde que nasce o homem é influenciado pelo meio social em que vive, não há pessoa desprovida
de cultura. A cultura dominante é uma norma de comportamento estabelecida pela sociedade. Os
indivíduos normalmente agem de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade que vivem.
Quando os membros ou uma sociedade agem de uma mesma forma estão expressando a cultura
dominante do grupo. No interior de uma cultura podem aparecer diferenças significativas
caracterizando-se então uma subcultura. A relação da cultura dominante com as subculturas de
uma sociedade, embora não sejam diferentes dos da cultura geral desta sociedade, os seus
costumes, os valores, o modo de ser, apresentam características próprias que se distinguem das
dos indivíduos de outras sociedades. Portanto existe a relação cultura dominante, quando uns
dada sociedade, consequentemente, possui valores culturais comuns a todos os seus integrantes.
Dentro porém desta mesma sociedade encontram-se elementos culturais restritos ou específicos
de determinados grupos que a integram; representativo de modos especiais de comportamento de
um segmento de sociedade mais complexa.

12. GRUPOS SECUNDÁRIOS

As diferenças existentes entre os grupos são característicos pela predominância dos


contatos, sendo que nos grupos primários, são predominantes os contatos ais pessoais, diretos,
em que há um relacionamento direto, face a face.
Nos grupos secundários predominam os contatos secundários, são os grupos sociais mais
complexos, como as igrejas e o estado, os contatos sociais neste caso realizam-se de maneira
pessoal e direta, mas sem intimidade, ou de maneira indireta, através de cartas, telegramas,
telefone etc. Portanto nos grupos primários existe o relacionamento pode ser pessoal e direto
mas não

existe aquela aproximação total, existindo um certo distanciamento e em alguns casos de


ordem indireta, onde não existe o contato pessoal.

Podemos dizer que o grupo seja a interação permanentemente associadas de uma de mais
pessoas e agregado aquele agrupamento social não-homogêneo e organizado, diferenciando
assim as categorias por se tratas estas de uma das classes onde se dividem as idéias e os termos.

Podemos assim afirmar a desigualdade sobre as quais se assente a sociedade, assim cada
tipo de organização estabelece seus formas de desigualdades de privilégios, de diferenças entre
os indivíduos; e os caracterizam são definidos fora dos indivíduos diferenciando a porção social
dentre uma sociedade, constituída o processo de desigualdades sociais.
Sociologia - 11 -

13. MOBILIDADE VERTICAL

A mobilidade social vertical ocorre quando as mudanças de posição social ocorre no


sentido de subir ou descer na hierarquia social; podendo ser:
-- ascendente; quando a pessoa melhora sua posição no sistema estratificação social,
passando a integrar um grupo d situação superior à de seu grupo anterior;
--descendente, quando a pessoa piora de posição no sistema de estratificação social,
passando a integrar um grupo de situação inferior.
A mobilidade social horizontal ocorre quando a mudança de uma posição social a outra se
opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve uma mobilidade social horizontal.
Portanto a diferença entre a mobilidade vertical e a mobilidade horizontal basicamente é
que na mobilidade vertical a mudança de posição social, mas permanecer na mesma classe social
e na mobilidade horizontal a mudança da posição social somente ocorre dentro da mesma camada
social.

Mudança social é qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade; nos processos
e instituições sociais e mobilidade social é o momento, no espaço social, executando por
indivíduos ou grupos que sobem ou descem na escada de uma sociedade estratificada em
camadas sociais. As relações existentes entre a mudança e a mobilidade social, é que quando elas
ocorrem; alteram-se as relações sociais, e isto varia de sociedade para sociedade, podendo ser
lentos nas sociedades mais simples, e acelerando nas sociedades contemporâneas complexas,
como as grandes cidades; e o ritmo de mudança depende de maior ou menor número de contatos
sociais com outros povos, desenvolvimento dos meios de comunicação e também de certas
atitudes individuais e sociais, que aceleram ou dificultam.

14. TEORIA FUNCIONALISTA

A estratificação social indica a existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de


uma determinada sociedade; indicando a existência de grupos de pessoas que ocupam posições
diferentes; lembrando que todos os aspectos de uma sociedade, econômico, político, social, etc.,
estão interligados. Assim os vários tipos de estratificação não podem ser entendidos
separadamente; sendo a estratificação social a divisão da sociedade em estratos ou camadas
sociais hierarquizadas, e supostas. Neste contexto podemos afirmar que a teoria funcionalista da
estratificação social consiste no estudo da estrutura social e da diversidade cultural.
Nesta teoria a manutenção e a eventual extensão do grupo e do seu sistema social; assim
sua cultura são os objetivos podem ser conhecidas através do estudo empírico; demonstrando que
partes determinadas da estrutura social e da cultura do grupo agem como mecanismo que
satisfazem, ou não, os requisitos funcionais.
A variação social e cultural se explica devido a possibilidade de satisfazer de várias
maneiras as necessidades funcionais, através de escolhas é limitado, tanto pelas características
biológicas do homem como por suas necessidades sociais ou psíquicas, e pela inter-relação e em
certa medida pela interdependência da próprias escolhas.

A estratificação social indica existência de desigualdades entre pessoas de uma


determinada sociedade; divida em camadas sociais e estão interligados, não podendo ser
entendidos separadamente e a oportunidade vida ocorre em uma das classes sociais desta mesma
sociedade onde o indivíduo pode não ocupar a uma mesma posição toda a vida; obtendo a
oportunidade de mudança.
Sociologia - 12 -

15. INSTITUIÇÕES SOCIAIS

A instituição social, se diferencia das necessidades e individuais, particularmente em se


tratando de uma sociedade, ou de outro grupo de normas institucionalizadas, ou melhor, um
padrão satisfação de determinada necessidade. Por amplamente aceita pelos participantes do
grupo em suas personalidades e sendo um padrão normativo complexo, as instituições sociais
aplicam-se a determinados tipos de relações. Os participantes conformam-se mais ou menos com
o padrão institucional. Entretanto, todos o conhecem; e essas instituições sociais, surgem, por que
é preciso satisfazer as necessidades dos participantes das sociedades. Diferenciando assim das
necessidades individuais, que contém tanto as particularidades quanto humano-genético que
funciona consciente e inconscientemente no homem.

Mas o indivíduo por se tratar de um ser singular que se encontra em relação com sua
própria individualidade particular e com sua própria genericidade humana; e nela, tornam-se
conscientes ambos elementos genéricos e particulares ; mas, nessas formulações deve-se
sublinhar igual mente os termos “relativamente”. Temos ainda de acrescentar que o grau de
individualidade pode variar; já que o indivíduo dispões de um certo âmbito de movimento no qual
pode escolher sua própria comunidade e seu próprio modo de vida no interior das possibilidades
dadas; construindo uma relação com sua própria comunidade. Bem como uma relação com sua
própria particularidade vivida enquanto “dado” relativo.

16. INSTITUIÇÕES UNIVERSAIS

Instituições universais, são aquelas encontradas em todas as sociedades. Tais estruturas e


instituições universais derivam das necessidades fundamentais, ou melhor, as que devem ser
satisfeitas por sociedades de qualquer tipo. A satisfação dessas necessidade exige o cumprimento
de funções sociais, as consideradas essenciais para a satisfação das necessidades básicas e
portanto, para a manutenção da sociedade, figuram a reprodução de novos membros, sua
socialização, já que não basta apenas reproduzir novos membros, sendo também necessário
treiná-los para sua participação ativa na sociedade; a produção e distribuição de bens e serviços
para a sobrevivência dos participantes; para que não julguem vãos seus esforços, a manutenção
da ordem, para que possa haver ação continuada. Essas regulamentações são importantes, pois
todos os grupos de que participa aderem a essa regulamentação pois são padrões que a
sociedade considera pelos seus antepassados, tendo sofrido modificações maiores ou menores
através do tempo e a sociedade exerce grande pressão para que todos cumpram essas regras de
importância estratégica para manter a organização desta sociedade e dos indivíduos que dela
participam.
Sociologia - 13 -

17. RELIGIÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

As estruturas sociais encontram intimamente relacionadas e sobrepõe-se na execução das


diferentes funções. A estrutura regulamentação desta estrutura cabe às instituições sociais, pois
são instituições religiosas regulamenta a socialização de novos membros, juntamente com
instituições familiares e educativas. Essa instituição religiosa, para operar, deve encontrar uma
base de ação, pois não pode atuar no vácuo.
É por meio das estruturas sociais, que o faz; cumprindo também o dever de servir de
instrumento de regulação e controle das atividades do homem.
Todas as sociedades conhecem alguma forma de religião. A religião é um fato social
universal, sendo encontrada em toda parte e desde os tempos mais remotos. A religião sempre
desempenha uma função social indispensável; estando associada a sentimentos de respeito,
temor e veneração e se expressa em atitudes destinadas a lidar com esses poderes. A tendência
moderna de dar mais ênfase aos valores sociais, de valorizar mais os aspectos sociais e humanos;
surgindo líderes que defendem a necessidade de a igreja lutar por maior justiça entre os homens,
defendendo um participação cada vez maior das igrejas nos problemas sociais e ressaltando mais
o conteúdo ético do que os dogmas da religião. O crescimento dos fatores como a crise social e a
política e as dificuldades econômicas e o crescimento demográfico juntamente com o
analfabetismo, além das crises e angústias do homem abrem espaço para que os movimentos das
grandes religiões venham a contribuir sociologicamente para a organização social, provando
ocupar o vazio deixado pelo desencanto geral em relação às ideologias e as estopais seculares,
tentando assim buscar novos rumos e regras para a sociedade do futuro, reagindo a uma “crise” da
sociedade, cujas causas profundas encontram através dos quais essa crise se manifesta.

18. PROCESSOS SOCIAIS

São as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns sobre os outros,
isto é, de que forma eles se relacionam estabelecendo relações sociais, qualquer mudança numa
sociedade, proveniente da influência dos seus membros, é um processo social.
Processo é o nome que se dá à continua mudança de alguma coisa em uma direção
definida. Processo social indica interação social, movimento, mudança. Os processos sociais são
as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam sobre os outros, isto é, de que
forma eles se relacionam, estabelecendo relações sociais. Qualquer mudança proveniente dos
contatos e da interação social entre os membros de uma sociedade constitui, portanto, um
processo social. No grupo social ou na sociedade como um todo, os indivíduos e os grupos se
reunam e se superam, se associam e se associam. Assim, os processos sociais podem ser
dissociados ou associativos.
A interação social é a base de toda a vida social. Sem ela, os grupos não seriam mais que
simples aglomerados de indivíduos, que permaneceriam, lado a lado, como estranhos. Através da
interação social, os membros dos grupos repartem suas atividades, tem vida como e inter-
relacionada.
Por esta razão a interação social e o processo social gera e significa ação recíproca, isto é,
estabelecimento de relações muitas de interinfluências; construindo, portanto, o departamento
chave para uma concepção dinâmica das relações sociais. Ao interagirem, as pessoas não vêem
apenas como objetivos físicos, mas como indivíduos dotados de atitudes, expectativas de
comportamentos, sentimentos e capacidade de julgar. Portanto a ação de cada uma terá como
base não só suas próprias atitudes para com a outra, mas também suas próprias expectativas
quanto ao comportamento da outra e suas ações são significativas; e a interação pública
modificação do comportamento dos que dela participam; comportamento em que se trata o contato
social, seja direto ou indireto, como pré requisito essencial ao processo social, pois é por ele que
se estabelecerá a comunicação. Podemos dizer também que a interação social é o processo social
por soma de todos os interistímulos e respostas de todos os seus possíveis agentes; sendo um
processo incluso, abrangendo tipos distintos de interistímulos e reações, enfeixa a cooperação
como a opinião, formas principais de interação social; sendo a interação social como processo
social responsável por várias das quais as mais importantes são a socialização, a formação da
personalidade e as modificações do comportamento.
Sociologia - 14 -

19. ACOMODAÇÃO E ASSIMILAÇÃO LICAO 3

A relação existente entre acomodação e assimilação ocorre no fato de que ambas


procuram solucionar uma situação de conflito.
Quando, num conflito um dos adversários derrota o outro, o derrotado para não correr o
risco de ser totalmente liquidado, aceita as condições impostas pelo vencedor ficando numa
condição de subordinação. Quando alguém cumpre uma lei ou segue um costume com os quais
não concorda, só para evitar sanções também se enquadra numa caso de acomodação. A
acomodação provoca a diminuição do conflito e na assimilação se suspendem os conflitos; como
no caso do imigrante, que a princípio se acomoda no novo país, vai sem perceber, se deixando
envolver pelos costumes, símbolos, tradições e língua da nova pátria; procurando assim a
assimilação das uma solução ao conflito ao social freqüentemente com a acomodação.

20. COMPETIÇÃO E CONFLITO

Basicamente a diferença que ocorre é a seguinte:


A competição é inconsciente, impessoal e permanente, por oposição do conflito que é
consciente e pessoal e portanto emocional e a intermitente. A competição é a luta, consciente ou
inconsciente pela posse de bens escassos, seja eles materiais ou não. Enquanto social
propriamente dita, a competição é a é a luta que se estabelece para a ocupação de posições
sociais, as limitações impostas pela sociedade. Havendo conflito a oposição visará, como objetivo
imediato, ao dano ou a eliminação do adversário que se interpõe entre o agente e o fim último
em vista. O conflito surge. Quando há entrechoque de interesses, quer os agentes desejam o
mesmo, quer pretendem impor o seu aos demais.

21. PROXIMIDADE FÍSICA

Porque o contato é a base da vida social, o passo inicial para que ocorra qualquer
associação humana; é a fase incipiente da associação humana, através da qual ocorrem as
interações sociais, aproximando ou dissociando os indivíduos.
É necessário para o contato a realização das ações sociais entre os indivíduos provocando
uma modificação de comportamento nesses indivíduos envolvidos, resultante do contato e da
comunicação estabelecida entre eles.
Portanto a proximidade física não é suficiente para que haja o contato. As pessoas não se
vêem apenas como objetivos físicos, mas como indivíduos dotados de atitudes, expectativas de
comportamento, sentimento e capacidade de julgar. Portanto, a ação de cada uma terá como base
não só suas próprias atitudes para com a outra mas também suas próprias expectativas quanto ao
comportamento da outra ou melhor, às prováveis reações ou respostas do outro para consigo,
estabelecendo assim o contato. O contato social seja direto (frente a comunicação) é um pré
requisito essencial ao processo, pois é por ele que se estabelecerá a comunicação, sendo esse o
fator principal para a ocorrência do contato. Com a industrialização e a conseqüente urbanização
diminuíram os grupos de contatos primários, pois predominam os contatos secundários. As
relações humanas nas grandes cidades são fragmentadas e impessoais devido aos contatos
sociais secundários. A proximidade física não quer dizer proximidade afetiva numa metrópole onde
a violência é grande, e esta proximidade consequentemente não estabelecerá o contato.
Sociologia - 15 -

22. MUDANÇA SOCIAL

A dificuldade consiste na mudança da estrutura social, pois através da mudança social


alteram-se as relações sociais, e essa mudança social se estabelece de duas formas, através das
forças endógenas (internas) isto é, por mudanças originadas dentro da própria sociedade
(invenções, ou por forças exógenas (externas), quando são provenientes de outras sociedades).
As mudanças sociais não ocorre sem esbarrar em obstáculos e resistências. Assim foram
preciso séculos para que se consolidassem grandes mudanças, como o cristianismo e a
democracia; portanto a estrutura social impõem obstáculos e resistências que dificultam a
mudança social: obstáculo são barreiras oriundas da própria estrutura social o que dificultam ou
impedem a mudança social.

Em toda a estrutura social existem grupos ou camadas sociais cujos interesses ou valores
fazem com que resistam abertamente à mudança social e as atitudes individuais e sociais podem
favorecer ou não a mudança social. Consequentemente as invasões e a difusão cultural são
processos que ocasionam as mudanças sociais, pois suscitam modificações nos costumes,
relações sociais e instituições.
Essas alterações podem ser de pequeno porte passando até despercebidas, ou podem
alterar quase todos os setores da vida social. As mudanças gradativas não distroem as
instituições sociais existentes, mas visam melhorá-las; já as mudanças profundas e violentas
alteram todo o sistema de relações sociais e culturais a mudança cultural ocorre quando dois ou
mais grupos entram em contato direto e contínuo, ocorrendo mudanças culturais nos grupos, pois
verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra, alguns traços são
rejeitados e outros aceitos, incorporando-se freqüentemente com alterações significativas, à cultura
resultante, tanto da diversidade das experiências de vida dos grupos, quanto das interpretações
dessas diferenças, negando preponderância de um determinante responsável pela situação e
transformação da sociedade.

22. DEFASAGEM CULTURAL

Podemos afirmar que a cultura compreende artefatos, bens processos técnicos, idéias,
hábitos e valores herdados; a aquisição e a perpetuação da cultura é um processo social resultante
da aprendizagem; onde cada sociedade transmite as novas gerações a patrimônio cultural que
recebeu de seus antepassados e cada povo tem uma cultura própria cultural e receber influências
de outras culturas.
Cada geração passa por um processo de aprendizagem, no qual assimila a cultura de seu
tempo e se torna apta a enriquecer o patrimônio cultural da gerações futuras e é nesta capacidade
que tem os grupos de perpetuar a cultura que reside a possibilidade de progresso. As mudanças
dos diversos elementos da cultura não acontecem no mesmo ritmo, alguns se transformam mais
rápido que os outros e ocorrendo um desequilíbrio entre os diferentes aspectos da cultura,
estaremos diante da defasagem da cultura, pois a cultura não é sempre a mesma e apresentando
formas e características diferentes no espaço e no tempo; diante o correndo risco e perder, em
suas análises a dimensão da dominação política econômica que dá numa sociedade e que é
grande parte responsável pela predominância de determinados modos de agir, pensar e sentir;
podendo ignorar outros conceitos importantes para a compreensão da sociedade, como a
sociedade, como a ciência, progresso nação etc., tomando um conceito universalizante.

O processo de industrialização tem usado uma tecnologia cada vez mais moderna, utilizando
pouca mão - de - obra; mas o progresso tecnológico não abrange o uso da mão de obra,
principalmente da classe operária, que acabam não estando integradas em atividades produtivas,
gerando o desemprego e outros que acabam exercendo atividades para sobrevivência, exigindo
apenas uma parcela mínima de sua capacidade de trabalho, e essas pessoas apresentam um
baixo nível de renda e de consumo e vivem aglomeradas em favelas e cortiços, constituindo a
camada marginal do sistema econômico, pois esse processo de industrialização tende a produzir
um crescimento nessa camada marginal, pois há cada vez mais pessoas que não conseguem
Sociologia - 16 -
participar efetivamente do sistema produtivo e da riqueza gerada. Diante do atual processo de
globalização, a industrialização se torna cada vez mais técnica e precisa e voltadas para a
qualidade total, o processo em que utiliza-se cada vez menos a mão-de-obra e cada vez mais
tecnologia. Esse processo tecnológico, teria a função de beneficiar a população, mas a população
continua na miséria, sem alimentação, moradia, saúde, educação e as grandes cidades convivem
com a crescente marginalidade e a deterioração dos serviços públicos. O desenvolvimento social
de um povo só será possível por meio do atendimento à essas necessidades, para as quais
precisam ser orientados os investimentos.

24. ANOMIA

A mudança social se refere a qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade e
alteram-se as relações sociais e a anomia ocorre dentro de uma situação social em que as
próprias normas estão em conflito, refletindo nos indivíduos de uma sociais.
Enquanto a mudança social ocorre nas formas de vida de uma sociedade e nos processos
e instituições sociais, a anomia refere-se a um estado dos indivíduos e não a um estado objetivo
da sociedade, refletindo o estado de ânimo dos indivíduos cujas raízes morais se partiram e que
não mais possuem qualquer senso de continuidade e obrigação, existindo em cada indivíduo como
resultante das crises individuais.

25. EDUCAÇÃO ESCOLAR

A educação escolar pode ser de mudança ou de estagnação social devido a maneira como
a educação escolar está organizada, pois é o resultado da organização da sociedade em conjunto.
Os mais pobres são marginalizados pela escola do mesmo jeito que são explorados no
plano da relações de trabalho e impedidos de participar da vida política. A escola não é
democrática porque a sociedade em que vivemos ainda não é verdadeiramente democrática. Os
donos do poder também são os donos do saber e os pobres são excluídos tanto da escola quanto
da participação nas decisões.
Vale a pena tentar mudar a educação escolar, pois quando se mexe na escola, estamos
mexendo na sociedade, e a sociedade por sua vez também não é coisa fixa, parada, que não se
muda, pois a sociedade não são só os donos do poder, a sociedade somos todos nós.
A educação escolar pode e deve mudar, mas somos nós que temos de procurar essas
mudanças, muita coisa pode ser feita para melhorar a escola, tornando-se urgente e prioritário
adotar medidas que assegurem a todas as crianças o ingresso na escola e sua permanência no
ensino pelo maior tempo possível, para que haja uma mudança social e não continue a existir esta
estagnação na sociedade, na formação dos profissionais pois os alunos mal formados hoje serão
os profissionais de amanhã.

26. ESTILO DE VIDA

A consideração entre o indivíduo e a sua ação, e a compreensão de ação dos indivíduos e


a existência dos fenômenos sociais, como os estado a empresa capitalista, a sociedade anônima,
mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções e motivações dos
indivíduos que vivenciam estas situações sociais, com determinadas motivações e intenções,
refletindo sobre a realidade em que vivem, mesclando ou não a contribuição de diferentes linha
teóricas, demonstrarão as possibilidades e a diversidade de pensamento na sociedade capitalista,
podendo pensar em diferentes tipos de ação social agrupando-as de acordo com o modo pelo qual
os indivíduos orientam sua ações e que poderão ser compreendidas a partir dos tipos de ação
Sociologia - 17 -
social criados por ele e sendo levado a uma escolha movidos nos interesses que remetem a vários
desses tipos, podendo definir qual a forma de orientação que será determinante; escolhendo
diferentes formas de conduta; dependendo de escolhas pessoais que devem ser feitas visando aos
aspectos da realidade que se quer explicar.

Estamentos de classes se refere à camada social semelhante à casta, porém mais abertas,
na sociedade estamental a mobilidade social vertical ascendente é difícil, mas não impossível,
como na sociedade de castas. As castas. As classes sociais expressa as desigualdades sobre as
quais se assenta a sociedade capitalista; compreendendo que a maneira pala qual se estratifica
uma sociedade depende da maneira com que os homens se reproduzem socialmente. Na
estratificação em castas existem sociedades em que, mesmo usando toda a sua capacidade não
consegue alcançar posição social mais elevada; pois a posição social é atribuída por ocasião de
seu nascimento, independente de sua vontade e sem perspectiva de mudança.

Pelo fato do indivíduo, ao longo de sua vida participar de vários grupos sociais, usando
atingir um objetivo, correspondendo a uma participação ou não participação de determinado grupo,
pois existem normas, hábitos e costumes, divisões de funções e posições sociais definidas que
aproximam ou afastam os indivíduos provocando ou não a participação.

27. OS SOCIÓLOGOS DEFINEM SEIT: “CAMPO DE COMPETÊNCIA”

Nem todos ficaram muito impressionados pelas provas de acordo básicas de objeto nos
manuais de introdução à sociologia. Alguns sustentariam que os manuais podem abranger os
mesmos temas apenas porque a experiência ensinou que esses são os assuntos a respeito dos
quais os estudantes mais desejam ouvir falar. Isso poderia ser dito a respeito de relações raciais,
mas dificilmente a respeito de um tópico como metodologia cientifica, que é também um tema
constante dos manuais. De qualquer modo, muitos pensarão que nem a audiência de estudantes
principiantes, nem os autores que escrevem manuais para eles são a melhor autoridade para decidir
acerca do objeto de um campo de estudos. Desejam saber como é que a profissão, como um todo,
define seu objeto. Felizmente, é relativamente fácil verificar isso, a partir de estudos realizados pela
American Sociological Association.
Em 1950, e novamente em 1959, cada membro da American Sociological Association foi
solicitado a indicar três campos da sociologia em que se sentia qualificado para ensinar ou
pesquisar. Cada sociólogo tinha liberdade para descrever a competência, em termos pessoais, de
forma que as categorias que surgiram não estavam predeterminadas. As respostas individuais foram
depois selecionadas e agrupadas em conjuntos que, aparentemente, de fato abrangiam todos os
campos mencionados. Houve um notável acordo entre os tópicos citados pelos especialistas como
um todo e os temas mencionados por um terço ou mais dos manuais de sociologia. No entanto,
existem alguns poucos casos em que as listas não coincidem completamente. Assim, os manuais
podem ter secções a respeito de governo, política, relações internacionais e guerra, mas, como
regras, não discutem sistematicamente a sociologia do conhecimento, da historia e do direito, que
foram citados como campo de competência, no levantamente dos sociólogos. Como cada um
desses campos foi escolhido por apenas 1 ou 2% dos sociólogos, pode-se sustentar que a questão
não é muito séria. No entanto, muitos sociólogos notarão, com pesar, que os manuais
contemporâneos não dêem mais atenção a assuntos que tinham papel tão importante na história da
pesquisa e dos pensamentos sociológicos. Apesar disso, podemos concluir que os especialistas,
como um todo, identifica, como de interesse sociológico, aproximadamente a mesma amplitude de
tópicos identificada pelos autores de manuais. Além disso, essas duas fontes apresentam grande
acordo quanto à relativa acentuação que atribuem a diferentes campos. Isso pode ser edificado pela
proporção de todos os sociólogos que escolhem qualquer tópico especifico como uma área para
especialização. No alto da lista estão os assuntos com que já nos familiarizamos: cultura, aspectos
psicológicos da vida social, casamento e família, metodologia, relações raciais e étnicas,
comunicação e opinião estão entre os campos em que mais sociólogos admitem sua competência.
O caso notável de discrepância inclui “teoria sociológica” e “sociologia geral”, que estão entre os
campos mais importantes para os especialistas, mas que não são frequentemente tratados como
Sociologia - 18 -
um tópico separado nos manuais para principiantes. Pode-se, evidentemente, citar, numerosas
razões pelas quais seria de bom aviso não aceitar essa abordagem como capaz de dar uma
resposta definitiva para o objeto da sociologia. O que os sociólogos estão fazendo hoje pode não
refletir os interesses tradicionais constantes e centrais da sociologia como uma disciplina. Como
exemplo, podemos citar o crescimento notavelmente rápido do interesse pela sociologia da
medicina. Antes da Segunda Guerra, não havia mais do que aproximadamente uma dezena de
norte-americanos que trabalhavam na sociologia da medicina; por volta de 1960, havia varias
centenas nessa atividade. Entre 1950 e 1959, a sociologia médica apresentou, proporcialmente, o
maior crescimento em todas as especializações de sociologia, pois nesse período aumentou de sete
vezes o numero dos que admitiram competência nesse campo. Inevitavelmente, uma secção
especial, dedicada a esse assunto, foi formada na Associação Americana de Sociologia, colocando-
o em pé de igualdade com alguma das especializações mais antigas e mais tradicionais.
O aumento na pesquisa sobre saúde e hospitais pode talvez ser explicado pelo fato do
Congresso dos Estados Unidos ter criado um novo Instituto Nacional de Saúde, que recebeu um
grande orçamento para pesquisa. O estudo sociológico de doença e medicina tornou-se mais
realizável e mais atraente.
Nem todas as mudanças no interesse sociológico podem ser explicadas tão facilmente. Logo
abaixo da sociologia médica, em sua proporção de crescimento entre 1950 e 1959, estava o campo
de estratificação, que também aumentou sete vezes. Neste caso, é difícil supor que maior
possibilidade de recursos de pesquisa, de fundações ou do governo, explique o maior interesse no
estudo de classes sociais e mobilidade social. Ao contrario, a crescente importância desse tópico
deve ser reconhecida com decorrência espontânea do interesse num aspecto fundamental de todas
as sociedades e que, infelizmente, tinha sido esquecido no passado mais próximo. Os guardiões da
tradição clássica na sociologia podem também alegrar-se com o fato de que, entre os outros
campos que ganharam adeptos, em proporção bem acima da media, estavam: sociologia do direito,
religião, arte, organização e trabalho.
No conjunto, todavia, a relativa atração de diferentes campos na especialização permaneceu
notavelmente estável, na década de 1950 a 1959. Dentre os 16 campos mais aceitos em 1950,
todos, com a exceção de um (sociologia rural), estavam entre os mais aceitos nove anos depois.
Além disso, houve pouquíssimas mudanças dramáticas na ordem de classificação; a mais
espetacular foi o crescimento de organização social (onde se inclui o estudo de estrutura social,
instituições, liderança e estrutura institucional comparativa), que passou dos 16.11 para o 4.0 lugar.
No entanto, entre os 16 mais aceitos, a mudança média na classificação foi de menos de 2 pontos.

28. A VERIFICAÇÃO DE PREFERÊNCIA DA ELITE

Pode-se objetar que, embora as preferências e capacidades dos sociólogos médios sejam
interessantes, não devem ser considerados mais importantes. A fim de compreender os interesses
centrais de uma disciplina, deve-se olhar para os lideres, a elite que estabelece a tendência geral e
por sua influencia determina a forma e orientação do trabalho seguido pelos outros. Nem sempre é
fácil verificar quem constitui a elite, e mesmo quando é identificada, nem sempre torna sua posição
inteiramente explicita. Talvez se possa concordar que um grupo que claramente pertence à elite é a
daqueles que desempenham os principais papéis na organização do programa de reuniões anuais
de sociologia e o dos que publicam artigos nas principais revistas de sociologia. Em 1957, as
reuniões de sociologia forma dedicadas a uma ampla resenha de “Problemas e Prospectos de
Sociologia”. Esse levantamento destina-se a lidar com todos os “principais ramos da sociologia”.
Sob a orientação de uma Comissão de Programa Especial, 3.3 aproximadamente 30
especializações de sociologia foram escolhidas e estudadas; depois, os resultados foram reunidos
em um livro muito usado, denominado Sociology Today.
Os tópicos já conhecidos aparecem novamente: teoria sociológica,, metodologia, o individuo
na sociedade, a família, a comunicação, relações étnicas e raciais e assim por diante. Houve
algumas comissões importantes, tais como a sociologia histórica e militar – que, segundo a
afirmação explicita dos organizadores, foram omitidas por falta de espaço – tal como “sociologia da
doença mental”. No conjunto, todavia, a escolha de tópicos acompanha o esquema que já
discutimos. O fato de as reuniões de 1957 da Americam Sociological Society serem representativas
dos interesses dos sociólogos mais ativos pode ser verificado pelo exame da distribuição, segundo
Sociologia - 19 -
os assuntos, dos artigos que escrevem para as revistas de sociologia. Embora existam diferenças
de acentuação, de acordo com os interesses específicos das varias revistas, os temas conhecidos
predominam nas revistas dedicadas à sociologia geral. Por exemplo, na American Sociological
Review, em 1959, os tópicos predominantes formam controle e divergência social, diferenciação e
estratificação, metodologia cientifica, e assim por diante, de acordo com a lista que já encontramos.

29. OS CAMPOS DE INTERESSES SOCIOLÓGICOS

Os manuais para cursos de introdução à sociologia, a participação media na American


Sociological Association e os lideres da profissão parecem estar basicamente de acordo quanto aos
tópicos que constituem o objeto da sociologia. Portanto, podemos construir um esquema geral dos
campos da sociologia, com o qual quase todos concordariam.

TABELA 1
UM ESQUEMA GERAL DO OBJETO DA SOCIOLOGIA

I. Analise Sociológica
Cultura humana e Sociedade
Perspectiva Sociológica
Método Cientifico na Ciência Social.

II. Unidades Fundamentais da Vida Social


Atos Sociais e Relações Sociais
A Personalidade do Individuo
Grupos (onde se incluem Classe e Etnia) Comunidades: Urbanas e Rurais
Associações e Organizações
Populações
Sociedade

III. Instituições Sociais Básicas


Família e Parentesco
Economias
Políticas e Jurídicas
Religiosas
Educacionais e Cientificas
Diversões e bem-estar
Estéticas e Expressivas.

IV. Processos Sociais Fundamentais


Diferenciação e Estratificação
Cooperação, Acomodação e Assimilação
Conflito Social (inclui Revolução e Guerra) Comunicação (inclui Formação,
Expressão e Mudança de Opinião)
Socialização e Doutrinação
Avaliação Social (o Estudo de Valores)
Controle Social
Divergência Social (Crime, Suicídio e etc.) Integração social
Mudança Social.

É difícil que muitos sociólogos digam que qualquer item dessa lista não merece sua posição.
Talvez exista um ou dois assuntos que muitos sociólogos veriam como omissões básicas, mas na
maioria dos casos seria possível mostrar que estão incluídos em alguma outra categoria. Isso não
significa, de forma alguma, que a lista aparentemente infindável de especialização. Não apenas
existe uma sociologia de pequenos grupos, mas alguns departamentos dão cursos sobre “o grupo
de duas pessoas”.
Sociologia - 20 -
Não apenas existe uma sociologia geral da organização; existe também uma sociologia
especial do hospital. Existe uma sociologia especial e bem desenvolvida do estranho, e os
sociólogos chegaram a escrever sobre a sociologia da bicicleta. Mas todos esses casos podem
serem vistos como casos especiais e refinamentos de categorias mais gerais de interesse
sociológico, sobre cuja inclusão existe acordo geral. Devemos lembrar, no entanto,que o acordo
geral sobre a adequação de tais tópicos como assuntos de interesse sociológico não se estende
necessariamente a uma avaliação de sua relativa importância, nem a julgamentos quanto à maneira
de estudá-los.

30. O QUE A RAZÃO SUGERE

Pode-se sustentar, com razão,que nem o que foi proposto pelos fundadores, nem o que os
sociólogos atuais fazem é o caminho mais correto para determinar o objeto adequado da sociologia.
Isso talvez deva ser decidido por um processo de analise lógica. No entanto, como logo
verificaremos, está longe de ser evidente qual é, exatamente, o fundamento mais ‘‘lógico’’ para
atribuir responsabilidade para o estudo de questões humanas. Aparentemente, cada um dos ramos
do conhecimento social e humorístico tem um objeto específico. A ciência política, por exemplo, lida
com as maneiras pelas quais a sociedade distribui o direito de usar poder legítimo. Analisa idéias a
respeito de governo e autoridade, descreve a distribuição rela das quais se exerce o poder.
Seguindo essa orientação, nossa tarefa se torna apenas a de descobrir para a sociologia algum
objeto especial ou distinto, preferivelmente alguma coisa concreta, específica e facilmente
identificável, que não seja considerada como o objeto central de estudo de alguma outra disciplina
estabelecida. O olhar mais superficial às facilmente identificáveis instituições básicas, aos produtos
e aos processos sociais revela que, na realidade, existem tais assuntos não distribuídos ou não
reclamados. A política e a economia são reclamadas e, em grande parte, o mesmo ocorre com a
literatura, a linguagem, a educação e o comercio. Mas ainda restam à família, a delinqüência, as
classes sociais, os grupos raciais e étnicos, a comunidade rural e urbana. Nenhum desses
componentes básicos da sociedade tornou-se o objeto característico de um rumo especializado do
conhecimento que tenha a posição de uma disciplina dependente, comparável à política ou à
economia. Ao contrario, cada um desses assuntos tornou-se, ate certo ponto, a grande categoria
residual das ciências sociais. Não tem um, mas muitos objetos. Alguns poderiam dizer, na realidade,
que nesse sentido a sociologia não tem um objeto característico. É apenas um acúmulo de
disciplinas unidas, principalmente, pelo fato de lidarem com instituições e processos sociais que,
histericamente, não conseguiram tornar-se uma posição independente como disciplinas intelectuais.
Naturalmente, a qualquer momento uma dessas especializações pode ainda estabelecer-se como
uma disciplina independente, dando um fundamento para departamentos nas universidades e
tornando-se reconhecida como um campo independente por sociedades cultas, fundações e
comunidade de eruditos como um todo. Até certo ponto, isso já aconteceu com o estudo da
população e demografia, com a criminologia e a penalogia, a sociologia industrial e o estudo da
família. Se o longo e continuo processo de diferenciação e especialização na erudição continuasse
até o ponto de todos os sobre campos da sociologia se tornar disciplinas independentes, será que a
sociologia deixaria de existir como disciplina independente? A rigor, só podemos dizer “não” se
pudermos indicar um objeto especifico que restaria para a sociologia. Felizmente, podemos fazer
isso. Na realidade, auxiliados pela analise das secções precedentes deste capitulo, podemos propor
vários objetos específicos que a sociologia ainda poderia exigir. São eles, em ordem decrescente de
tamanho e complexidade: sociedades, instituições e relações sociais.
Sociologia - 21 -

31. A SOCIOLOGIA COMO ESTUDO DA SOCIEDADE LICAO 4

A Sociologia não precisa ser o estudo de qualquer parte isolada; pode ser o estudo do todo –
isto é, a sociologia pode ser a disciplina especial que considera a sociedade como sua unidade de
análise. Nesse caso, seu objetivo seria descobrir como as instituições que constituem uma
sociedade estão relacionadas entre si, em diferentes sistemas sociais. O especialista em governo
pode estudar tipos de governo, e perguntar como as funções legislativas, judiciárias e
administrativas são distribuídas, como se relacionam entre si as unidades que realizam tais funções,
quais as conseqüências da descentralização administrativa quando o poder legislativo continua
difuso. Assim, mesmo, pode haver um ramo do conhecimento que se concentra na sociedade como
a unidade de análise. Tal estudo da sociedade teria pelo menos duas divisões principais, uma mais
interessada pela diferenciação interna de sociedades específicas, a outra destinada a tratar as
sociedades como uma população que tem certas características internas identificáveis. Neste último
caso, a sociologia proporia questões do tipo seguinte: existe qualquer prova de que tipos de
sociologia por exemplo, os grandes impérios tendem a durar um período específico de tempo? Será
que as sociedades passam por estados definidos de desenvolvimento? As questões desse tipo já
dominaram o pensamento sociológico,especialmente sob a forma da teoria evolucionista de
desenvolvimento social. O descrédito das teorias evolucionistas contribui para desestimular outros
esforços nessa direção. Atualmente, são muitos mais aceitos e, aparentemente, muito mais
produtivos os estudos da sociedade que pesquisam, fundamentalmente, a sua estrutura interna.
Algumas questões típicas, propostas nessa tradição, são as seguintes: quais são os problemas
internos que qualquer sociedade deve enfrentar? Quais são os componentes mais comuns
encontrados em quase todas as sociedades? Qual a maneira típica pelas quais as sociedades
distribuem responsabilidade por várias funções? Quais as conseqüências da combinação de
determinadas instituições – por exemplo, até que ponto o padrão industrial e vida econômica são
compatíveis com o tipo de família ‘‘extensa’’?
Grande parte do que se chama frequentemente sociologia histórica e comparativa segue esse
modelo. Numa das suas series clássicas de estudos, Max Weber propôs o seguinte conjunto de
perguntas: Será que cada ética para a ação econômica do homem? E na medida em que isso fosse
verdade, daí não decorreria que os praticantes de certas religiões seriam mais ativos e eficientes na
vida econômica do que os que seguem diferentes éticas religiosas? Weber investigou essas
questões numa série grandiosa de estudos sobre a influência da religião na atividade econômica na
China, na Índia e na Europa Protestante, e neste último caso apresentou um dosa estudos mais
conhecidos e mais discutidos de toda a ciência social, em A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo. Citamos Weber como um exemplo do estudo da sociedade porque o seu interesse
não era a religiosa como tal, mas o efeito que tipos específicos de organização religiosa tiveram em
outros aspectos da vida social e, especificamente, na vida econômica.

32. A SOCIOLOGIA, COMO O ESTUDO DE INSTITUIÇÕES

A idéia de que a unidade característica da análise sociológica é a sociedade, mais


especificamente as relações entre os elementos que a compõem, é antiga e muito aceita. Pode-se
sustentar, no entanto, que as constituições como tais famílias, a igreja, a escola, o partido político –
constituem um objeto rural e específico para a sociologia, pois a sociedade como um todo já é a
unidade de análise nos campos da história e da antropologia. As questões tratadas por uma
disciplina especial, dedicada às instituições, seriam do seguinte tipo: quais as características que
todas as instituições têm em comum? Quais as dimensões através das quais podem ser
distinguidas, e como variam tais dimensões quando comparamos instituições que realizam
diferentes funções? Quaisquer que sejam suas funções, será que as instituições chegam a ter
outras características comuns, pelo fato de serem semelhantes quanto ao tamanho, grau de
especialização, proporção e autonomia e assim por diante?
Durkheim, já em 1901, dizia que a sociologia ‘’pode ser definida como a ciência das
instituições’’ mas essa forma de análise sociológica não se desenvolveu muito. No entanto, a
crescente importância, no mundo moderno, de um tipo de instituição – a grande organização - deu
novo interesse às propriedades gerais das instituições e às pesquisas a respeito.
Sociologia - 22 -

33. A SOCIOLOGIA, COMO ESTUDO DE RELAÇÕES SOCIAIS

Assim como as sociedades são sistemas complexos de instituições, também as instituições


podem ser pensadas como sistemas complexos de ‘’relações sociais’’ ainda mais simples. A família,
por exemplo, é constituída por muitos conjuntos de relações – as que existem entre homem e
mulher, pai e filho, irmão e irmã, avô e neto. Cada uma delas podem ser estudada como um tipo
específico de relação. E em todas as relações podemos investigar algumas acentuações comuns,
que envolvem alguns atributos, tais como tamanho do grupo (díade, tríade, etc.) ou a qualidade da
relação – tal como ocorre, por exemplo, no estudo de denominação e submissão. A partir da análise,
podemos sustentar que tais relações constituem um objeto especifico e que, assim como as
propriedades comuns e características das instituições podem ser estudadas em si e por si mesmas,
também é possível estudar as relações sociais da mesma forma. Indo ainda mais longe, poder se
sustentar que tais relações são apenas as ‘’moléculas’’ da vida social, e que existe uma unidade
ainda menor, o ‘’ato social’’, o verdadeiro ‘’átomo’’ da vida social, e que poderia ser o objeto
específico da sociologia.
Em capítulo posterior discutiremos mais amplamente o sentido de tais termos. Aqui, notaremos
apenas que Max Weber considerou muito seriamente a idéia de que a sociologia poderia ser,
sobretudo, o estudo de relações e atos sociais, e elaborou um conjunto de categorias para sua
descrição e sua análise. Outros eminentes sociológicos alemães aceitaram essa perspectiva.
Leopolde Von Wiese argumentou longamente a favor do tratamento das relações sociais como o
único objeto característico da sociologia, e grande parte dos trabalhos de George Simrnel foi uma
aplicação desse princípio. Entre os sociólogos contemporâneos, Taleott Parsons apresentou
opiniões semelhantes. No entanto, só recentemente se tem realizado, em escala considerável,
pesquisa empírica sistemática focalizada no ato social e lia relação social, sobretudo no estudo de
pequenos grupos e na pesquisa industrial.

De acordo com o princípio de cada disciplina deve ter um objeto específico, verificamos que
séries de instituições que não conseguiram tornar-se o objeto de qualquer disciplina estabelecida
tornaram-se subdivisões da sociologia. Vimos, também, que mesmo que algumas instituições,
como a família, se tornassem objeto de disciplinas separadamente estabelecidas, ainda assim as
sociedades, as instituições, as relações sociais e os processos sociais, tais como diferenciação,
cooperação, avaliação e competição continuariam como focos distintos de análise sociológica.
Evidentemente, a antropologia também lida com todos esses assuntos e a historia também se
interessa por sociedades e instituições. Para distinguir precisamente dois campos, precisamos
considerar, não apenas seu objeto, mas também seus objetivos e métodos. Por isso, deixamos
para o próximo capitulo outras distinções entre sociologia, historia e antropologia. Neste capitulo,
exploramos três diferentes caminhos que levam a um delineamento do0 objeto da sociologia, e
consideramos, sucessivamente: “o que os fundadores disseram que os sociólogos fazem” e “o que
a lógica exige”. Todos os três caminhos indicam que a sociologia lida com uma grande amplitude
de instituições e sociais.
O direito da sociologia a alguns desse processo e a algumas dessas instituições não
apresenta requisitos principais. É impensável que uma instituição social não constitua objeto de
estudo intensivo. Portanto, a sociologia pode ser vista não como uma coleção de sub-disciplinas
que lidam com instituições e processos sociais que não são reclamados por disciplinas mais
especializações. No entanto, precisamos reconhecer que, mesmo quando algumas instituições,
como as econômicas e as políticas, constituem o objeto de algumas especializadas e
independentes do conhecimento, continuam como objetos de pesquisa sociológica. Isso não é
apenas redundância ou imperialismo acadêmico. O aspecto de qualquer instituição ou processo
social que o lida a qualquer outro é o seu caráter como “sistema” interligado de ação. Portanto,
podemos dizer que a sociologia é o estudo de sistema social e de suas inter-relações.
Verificamos que o mais importante desses sistemas de ação, por ordem crescente de tamanho e
complexidade, são os seguintes: atos sociais isolados, relações sociais, organizações e
instituições, comunidades e sociedades. Isso não se tornou evidente para nós a partir do estudo de
manuais porque ai só podemos dizer quais as instituições discutidas e não qual de seus aspectos
era acentuados. Ao recordar, agora, os assuntos em que os sociólogos se consideravam
competentes, verificamos que entre as especializações mais frequentemente citadas estavam
“teorias” e “sociologia geral”. Antes, não investigamos o sentido desses termos. Se o fizéssemos,
Sociologia - 23 -
teríamos descobertos que, por essas escolhas, muitos sociólogos exprimiam sua opinião de que a
sociologia não apenas uma coleção de sub-disciplinas sobre todos os domínios da vida, mas,
ao contrario, é o estudo dos aspectos da vida social que estão presentes em todas as formas
sociais. Naturalmente, essa idéia foi explicitada frequentemente nos clássicos da sociologia.
Inevitavelmente a encontramos, também, se procurarmos, por analise lógica, delinear um objeto
distinto para a sociologia, que não entre em conflitos com os direitos de disciplinas que focalizam
instituições especificas, tais como as políticas e econômicas. Para compreender a sociologia,
precisamos, evidentemente, saber algo de seu objeto. No entanto, ainda mais fundamental para a
definição de caráter de qualquer disciplina são as questões que propõe a respeito de seu objeto e
as maneiras pelas quais procura responde-las. As listas de assuntos, como a apresentada na
Tabela, nos dizem do que trata a sociologia, sem responde à questão :”O que é a sociologia?” ate
aqui, estamos na posição de um aluno que deve escrever um trabalho sobre a biologia como um
ramo da ciência e escreve que é o estudo de braços, pernas, cabeças e assim por diante: que
também se refere à circulação, respiração e digestão: que, além disso, compara homens e
mulheres. Essa informação é certamente algo com que começa, mas define o campo de estudo.
Precisamos ainda descobrir a perspectiva especifica através da qual a sociologia vê esses
assuntos, como os estuda, quais os métodos de pesquisa que utiliza, que tipo de conclusão tira de
sua investigação. Esses são os temas que nos ocuparão nos capítulos seguintes. Neles,claro que
algumas das diferenças de acentuação, a que até aqui nos referimos ao esclarecer o objeto da
sociologia, se tornam muito importante ao tomar decisões quanto à relativa acentuação a ser dada
a vários assuntos e quanto aos métodos para pesquisá-los.

34. A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

Neste capitulo nos voltamos para duas tarefas: esclarecer a relação entre a sociologia e as
outras disciplinas que lidam com o homem na sociedade, e apresenta uma definição mais formal
da sociologia. Ambas apresentam assuntos não completados e que foram trazidos do capitulo
anterior. Em conjunto, nossa analise dessas questões apresenta uma concepção do que é
característico da perspectiva sociológica.
Anteriormente, já deixamos explicita nossa opinião de que, isoladamente, o objeto da
sociologia não poderia servir para definir o campo de estudo. Portanto, não precisamos de muito
tempo para justificar nossa tentativa de uma definição mais formal das características essenciais
da analise sociológica. A relação da sociologia com as outras disciplinas é questão diferente. As
disciplinas intelectuais são tao complexas e diferentes que qualquer caracterização rápida deve,
necessariamente, estar cheia de imagens arbitrarias e até deformada. Quando tentamos distinguir
os ramos do conhecimento, há, inevitavelmente, uma grande tentação para exagerar as
diferenças, em vez de reconhecer as semelhanças. Apesar desses graves riscos, evidentemente
precisamos apresentar certo mapa do terreno àquele que desejam orientar-se no complexo
domínio das ciências sociais. As primeiras impressões, necessariamente superficiais, podem
alterar-se, à medida que o principiante se torna mais orientado e aprofunda sua compreensão da
ciência social. E é importante reconhecer que as diferenças na perspectiva e na pratica das varias
disciplinas que lidam com o homem na sociedade são muitas vezes fundamentais e
permaneceram por longos períodos de tempo.

35. SOCIOLOGIA E CIÊNCIAS AFINS

A sociologia é uma ciência do comportamento. Procura explicar o comportamento humano,


contemporâneo ou passado, tal como o experimenta diretamente ou o encontramos corporificado
em artefatos, monumentos, leis e livros. Mas, nesse sentido, a historia, a economia e até a critica
literária são também ciências do comportamento. Para entender o que é a sociologia precisamos
compreender o que é característico da abordagem sociológica desses fenômenos.
A comunidade acadêmica não é um navio impenetrável, inteiramente dividido em
compartimentos impermeáveis de conhecimento. Qualquer esforço para distinguir a sociologia d
outras disciplinas precisa ser um pouco arbitrário e à medida que o conhecimento progride e se
transformam as tendências de pesquisas, as definições atualmente corretas das varias ciências
sociais se tornarão imprecisas. Ao ver o problema numa perspectiva histórica, o professor Joseph
J. Schwab, filosofo e historiador da ciência, diz que “um modo de investigação desacreditado por
um cientista, afastado em certa época, desprezado em uma ciência, reaparece e é produtivo em
outras mãos e em outras épocas ou em outras ciências”.
Sociologia - 24 -
Apesar disso, os ramos do conhecimento, interessados pelo homem e seu trabalho, revelam
numerosas características distintas que, hoje, claramente separam uma disciplina de outra. Entre
as questões básicas que propomos como fundamentos para caracterizar tais disciplinas, estão as
seguintes: saber se é multidimensional ou se focaliza apenas um aspecto da vida social e, se isso
ocorre, qual é esse aspecto; saber se interessa diretamente pela observação do comportamento
ou se concentram em dados mais afastados da ação cotidiana; saber se atribui um papel
fundamental à teoria abstrata e à generalização, ou se acentua a descrição do imediato e do
concreto; saber se acentua a mensuração e a utilização matemática dos dados, ou se preferem à
observação direta e uma forma mais “empática” ou “clinica” de compreensão da ação humana.
Como as mesmas questões podem ser igualmente propostas a todas as disciplinas, não sugerem
uma ordem natural de apresentação. Por isso, preferi descrever inicialmente as que menos
provavelmente se confundem com a sociologia – isto é, economia, ciência Política e Historia – e
depois as menos distinguíveis da Sociologia – isto é, psicologia e antropologia.
A economia às vezes denominada “a ciência sombria”, um fato que pode servir de consolo
aos sociólogos, sempre que sua ciência foi intitulada “a penosa do alivio”.
Qualquer que seja o alivio cômico dado por essa troca de insultos, evidentemente não é
suficiente para distinguir a economia da sociologia, como ciências do comportamento. A economia
é o estudo da produção e distribuição de bens e serviços. De acordo com o seu desenvolvimento
no Mundo Ocidental, em grande parte sob a influencia da Escola Clássica da Inglaterra, a
economia lida quase exclusivamente com as inter-relações de variáveis puramente econômicas: as
relações entre preço e oferta, circulação de dinheiro, proporção de “entradas e saídas” e assim por
diante. Relativamente pouca atenção tem sido dada ao comportamento econômico real do
individuo ou à sua motivação, e pouca energia foi empregada no estudo de empresas produtivas,
consideradas como organizações sociais. Isso deixou grandes lacunas em nosso conhecimento da
vida econômica. Mais importante ainda, tornou a disciplina inadequada para explicar o curso real
dos acontecimentos econômicos. Recentemente, os economistas têm demonstrado maior
interesse pela motivação e pelo contexto institucional da ação econômica. Apesar disso, muitos
problemas importantes, muito significativos para a economia, ainda não se tornaram objeto de
pesquisa econômica concentrada. Os estudos sobre o papel dos valores e preferências na oferta
de trabalho, a influencia do prestigio ou do costume no preço de bens, as origens e motivações de
empresários e gerentes, bem como a contribuição da educação para a produtividade foram em
grande parte deixados a sociólogos e psicólogos. Apenas alguns ousados economistas se
aventuraram a tratar de tais problemas. Essa restrição do horizonte do economista é certamente
uma limitação, mas tem suas vantagens, ao facilitar o desenvolvimento da economia como uma
disciplina muito focalizada e coerente, com considerável realização intelectual. Os sociólogos
frequentemente invejam os economistas pela precisão de sua terminologia, exatidão de suas
medidas, facilidade com que podem comunicar-se numa linguagem técnica padronizada, extensão
de seu acordo quanto a certos princípios básicos e capacidade para traduzir os resultados de seu
trabalho teórico em sugestões praticas que têm conseqüências fundamentais para orientação do
publico.
De outro lado, a folha de serviços dos economistas, na predição de acontecimentos
econômicos, é realmente muito imperfeita, presumivelmente porque não conseguem dar o peso
adequado a alguns fatores, tais como a motivação individual e a resistência institucional, que o
sociólogo se sente bem qualificado para estudar. Apesar disso, são numerosos e notáveis os
paralelos entre a estrutura do pensamento econômico e sociológico. Quase todos os sociólogos
contemporâneos acham que a maneira de pensar do economista está mais próxima da sua do que
a do historiador ou do teórico da política. Os economistas, como os sociólogos, pensam em termos
de sistemas e subsistemas: acentuam as relações entre partes, sobretudo padrões de
dependência, domínio, troca e assim por diante. Ambos estão interessados em mensuração,
frequentemente precisa, bem como em relação entre conjuntos de cariáveis. Ambos aceitam os
modelos matemáticos como recursos para a analise de dados. A ciência política, ou “governo”, tal
como é ensinada na maioria das universidades norte-americanas, consiste principalmente de dois
elementos: teoria política e administração governamental. Nenhum desses ramos inclui contacto
extenso com comportamento político. Os cursos de teoria política geralmente examinam idéias a
respeito do governo, de Platão, Machiavelli e Rousseau, até Marx. Os cursos sobre administração
geralmente descrevem a estrutura formal e as funções das repartições governamentais, mas
menos frequentemente lidam, minuciosamente, com sua atuação real. A sociologia se dedica ao
estudo de todos os aspectos da sociedade, enquanto que a ciência política se restringe
principalmente ao estudo do poder, tal como este se corporifica em organizações, nas quais se
Sociologia - 25 -
inclui o governo, enquanto que a ciência política tende a voltar sua atenção aos processos internos
no governo. Apesar disso, a sociologia política por muito tempo partilhou com a ciência política
muito menos dos mesmos, interesses e um estilo muito semelhante de trabalho. Algumas figuras,
importantes para os sociólogos, mas não para a ciência política, como Max Weber ou Robert
Michels, desempenharam o papel mais importante em cursos de sociologia política. Houve, além
disso, algumas diferenças de acentuação nas palavras de S. M. Lipset: “A ciência política tem se
interessado por adiministração pública, ou como tornar eficientes às organizações
governamentais; a sociologia política, ao contrario, tem se interessado pela burocracia, sobretudo
pela especificação de suas tensões e acentuações inerentes”. Apesar disso, o conteúdo e as
acentuações de cursos de teoria política eram muito semelhantes, seja que estivessem indicados
no catalogo como cursos sobre governo, seja que fossem indicados como sociologia política.
Nos últimos 30 anos no entanto, os sociólogos interessados em política se diferenciaram dos
cientistas políticos atrás de um programa intensivo sobre comportamento político. Pesquisaram
intensamente o comportamento eleitoral, as atitudes e valores populares diante de questões
políticas, organizações voluntárias, a participação em momentos políticos radicais da esquerda ou
da direita, o processo de tomada de decisão em pequenas comunidades e em burocracias
particulares ou governamentais.
Isso deu à política um novo caráter, que a distingue claramente como um ramo da ciência do
comportamento. Alguns cientistas políticos, o que é verdade sobretudo para o falecido V.O.Key, da
Universidade de Harvard, Robert Dahl, da Universidade de Yale, e Gabriel Alraond, da
Universidade de Stanford. Em seu trabalho desapareceu a distinção entre uma analise política e
uma analise sociológica, e surge uma nova ciência comportamental do processo político. A historia
procura verificar a seqüência em que ocorreram os acontecimentos; é a distinção do
comportamento no tempo. Os sociólogos se interessam muito mais ou menos ao mesmo tempo.
Os historiadores, quase que por definição, se limitam ao estudo do passado, e frequentemente,
quanto mais distante o passado, melhor. Os sociólogos têm muito mais interesse pela situação
contemporânea ou pelo passado recente. Os historiadores, com a notável exceção dos chamados
“filósofos da historia”, geralmente fogem da exploração de causas; contentar-se em verificar como
as coisas ocorrem na realidade. Os sociólogos têm muito maior tendência a procurar a inter-
relações entre acontecimentos e a propor seqüências casuais. O historiador se orgulha da clareza
e das especificações de minúcia caracteriza sua disciplina. O sociólogo tem maior tendência a
abstrair da realidade concreta, a categorizar e generalizar, a interessar-se pelo que é verdade não
apenas a respeito da historia de um povo especifico, mas das historias de muitos e diferentes
povos. Na perspectiva do historiador, esse processo sociológico de abstração da historia de
diferentes paises ou períodos é visto como capaz de deformar a realidade característica de um
determinado lugar ou período. Grande parte, talvez a maior parte da historia, tem sido escrita como
a historia de reis e guerras. A historia de acontecimentos menos excitantes ou atraentes as
mudanças, no tempo, de formas institucionais como a propriedade de terras, ou nas relações
sociais, como os que existem entre homens e mulheres na família, menos frequentemente
interessam os historiadores. Tais relações, no entanto, está no centro interesse sociológico.
Apesar dessas diferenças de acentuação, existem bases importantes para o acordo entre
historia e sociologia. Alguns historiadores, entre os quais alguns dos mais notáveis – tais como
Rostovtzev, G. G. Coulton e Jacob Burkhardtl escreveram historia social – isto é, historia que lida
com relações humanas, padrões sociais, tradições e costumes, bem como instituições importantes,
além da monarquia e do exercito. E algumas das mais notáveis análises sociológicas, tal como no
trabalho de Max Weber, foram aplicadas a problemas históricos. Os sociólogos reconhecem a
sociologia histórica como um dos campos especiais e típicos de sua disciplina; Sigmund Diamond,
Robert Bellah e Norman Birnbauni podem ser lembrados como especialistas contemporâneos
importantes.
A psicologia é frequentemente definida como a ciência da mente ou dos processos mentais.
Os seus estudos abrangem as capacidades da mente para receber sensações, dar-lhes sentidos e
responder a elas. Em outras palavras, lida com processos mentais, tais como percepções,
cognições e aprendizagem. Os psicólogos contemporâneos também dão atenção especifica a
sentimentos e emoções, a motivos e impulsos, e á sua organização no que denominamos
personalidade. A psicologia tem profundas raízes na biologia e na filosofia e permanece
estreitamente ligada a elas. Grande parte da pesquisa de psicólogos a respeito de percepção
visual e auditiva tem pouca significação para o comportamento social. De outro lado, os estudos de
emoção, cognição, motivação e assim por diante, tem uma ligação intima com a participação
individual em relações sociais. Geralmente, os estudiosos de percepção individual e outros
Sociologia - 26 -
processos mentais procuram leis de funcionamento psíquico que transcenda as diferenças entre
indivíduos e até entre espécies. Os que estudam as emoções, os sentimentos e o comportamento
conativo (de busca) se interessam mais frequentemente pelo individuo e pela organização
característica ou singular de sua personalidade. Isso é verdade, sobretudo, no caso dos psicólogos
àgelínicos.
Para os psicólogos mais interessados pela psique do que pela fisiologia, o termo
“personalidade” serve como um conceito central organizador, mas ou menos como “sociedade” e
“sistema social” são empregados pelo sociólogo. A psicologia, nessa perspectiva, procura explicar
o comportamento organizado numa personalidade individual, e determinado pela influencia
combinada de sua fisiologia, seu sistema psíquico e sua experiência pessoal singular. A sociologia,
ao contrario, procura compreender o comportamento na medida em que é organizado numa
sociedade e é determinada por alguns fatores, tais como o numero de pessoas que contem, sua
cultura, sua situação objetiva, sua organização social.
A sociologia e a psicologia se aproximam mais no campo especial da psicologia social. Do
ponto de vista psicológico, a psicologia social se interessa pelas maneiras pelas qual a
personalidade e o comportamento são influenciados pelas características sociais de uma pessoa
ou por seu ambiente social. Como exemplo, podemos citar os estudos de Salomon Asch sobre
conformismo e percepção. Nesses estudos, Asch mostrou que as pessoas descrevem uma linha
como mais comprida ou mais curta do que realmente é, contrariando a prova de seus sentidos, se
uma maioria de outros sujeitos experimentais combina que todos dirão que a linha é mais longa ou
mais curta do que é. Assim, Asch mostrou como um processo psíquico – a percepção era
influenciada por uma situação social – posição de minoria – provocando deformação perceptual.
Numa perspectiva sociológica, a psicologia social inclui qualquer estudo de processos sociais
que sistematicamente mostre como as propriedades psicológicas de qualquer homem ou, as
disposições de personalidade de homens específicos, ao agir numa situação, influem no resultado
do processo social. Assim, Janowitz e Marvick, em seu estudo de votação, demonstraram uma
amostra representativa de norte-americanos, que a acentuação de uma política externa
isolacionista é mais comum, não apenas entre pessoas de educação mais limitada, mas também
entre os que têm uma estrutura de personalidade autoritária. Nesse caso, mas tornou-se que um
coeficiente de ação social – a proporção de votação a favor de uma política isolacionista – variava
de acordo com as disposições de personalidade das pessoas no grupo.
Muitas vezes, a distinção entre a perspectiva sociológica e a psicológica, na psicologia social,
desaparece na realização de pesquisa. Nos estudos de opinião publica, de ação, tal como tumultos
ou linchamentos de movimentos de massa política e na religião, é frequentemente difícil ver
qualquer diferença entre o trabalho dos que tem formação em sociologia e os que são
especializados em psicologia. Na realidade, muitos sustentam que a psicologia social deveria ser
reconhecida como um campo independente, tal como ocorreu com a bioquímica e, tanto a
Universidade de Michigan quanto a Universidade de Columbia estabeleceram programas
separados que permitem obter um diploma em psicologia social, independente das exigências dos
departamentos de sociologia e psicologia.
A antropologia, pelo menos nos Estados Unidos, é um assunto tao diversificado quanto à
sociologia, e inclui arqueologia física, historia cultural, muitos ramos da lingüística e o estudo de
todos os aspectos do homem primitivo, em todos os lugares. Como a psicologia tem grandes
ligações com a ciência natural e, no caso da antropologia física, uma estreita ligação com a
biologia.
É como ciência da cultura que a antropologia esta mais próxima da sociologia. A cultura pode
ser definida de maneira restrita com o sentido básico de sistema de símbolos, onde se incluem a
linguagem e os valores aceitos por determinado povo. Neste caso, consideramos que a
antropologia tem um objeto especifico, no mesmo sentido em que consideramos o poder e a
autoridade como o objeto da ciência política, e a produção e distribuição de bens como o objeto
específico da economia. Mas se a cultura é definida de modo amplo, de maneira a incluir todas as
formas padronizadas de fazer coisas, abrangendo não apenas os valores aceitos, mas também as
disposições institucionais, a antropologia se torna coextensiva com a sociologia. Na realidade, nas
universidades britânicas, a antropologia se estabeleceu como o estudo acadêmico das sociedades,
bem antes de a sociologia ser aceita, e em muitas universidades norte-americanas os dois
departamentos estão reunidos.
Apesar disso, a antropologia e a sociologia são diferentes, pois a primeira tem a
responsabilidade fundamental de estudar o homem primitivo ou não, enquanto a segunda estuda
as civilizações mais adiantadas. Este fato básico exerce uma influencia difusa no conteúdo e no
Sociologia - 27 -
objeto das duas disciplinas. Os antropólogos tendem a estudar as sociedades em todos os seus
aspectos, como conjuntos. Na medida em que se especializam, isso ocorre geralmente em
determinada “área cultural”, como a Melanésia. Os sociólogos mais frequentemente estudam
partes de uma sociedade e geralmente se especializam em alguma instituição, como a família ou
um processo, como mobilidade social. Tradicionalmente, os antropólogos vivem na comunidade
que estudam; observam diretamente o comportamento ou registram os costumes descritos por
seus informantes. Seu método de analise é fundamentalmente qualificado e “clinico”. Os
sociólogos mais frequentemente dependem de estatísticas e questionários; sua analise é mais
frequentemente formal e quantitativa. O ambiente natural para o antropólogo é a comunidade ou
grupo autônomo, enquanto que o sociólogo está bem à vontade no estudo de processos e
organizações amplas e impessoais.
Enquanto existirem povos indígenas características que, mantenham suas culturas
singulares, os antropólogos não deixarão de ter o seu objeto especifico. Mesmo que muitos dos
povos que estuda se mudem para o mundo contemporâneo, o antropólogo estará à vontade, na
medida em que seu “povo” mantiver uma comunidade característica na sociedade mais ampla.
Mas se os seus sujeitos tradicionais se tornarem inteiramente aculturados, disperses na sociedade
mais amplos e absorvidos nesta, a antropologia será menos capaz de sobreviver como disciplina
autônoma. Pode tornar-se um ramo da sociologia que se especialize no estudo de valores ou da
pequena comunidade; pode ser inteiramente absorvida, juntamente com a sociologia, numa ciência
geral da sociedade.

36. DISCIPLINAS, FRONTEIRAS E PROBLEMAS

Benjamin Kidd escreveu sobre a sociologia nas 11.1 edições da Enciclopédia Britânica, disse:
“A partir do século XVII, pode-se dizer, falando rigorosamente, que todas as contribuições mais
importantes para o conjunto da filosofia ocidentais forma contribuição para a ciência da sociedade
(sociologia)”. A seguir, lembra que, com o passar dos anos, os seguintes termos foram seriamente
propostos como substitutos para o termo “sociologia”: política, ciência política, economia social,
filosofia social e ciência social. Em tais circunstancias, qualquer noviço no campo deve ser
desculpado se exprime certa confusão ao enfrentar a tarefa de distinguir uma ciência social de
outra. A manutenção de tais distinções torna-se mais difícil pela facilidade com que os sociólogos
aceitam responsabilidade por qualquer instituição que ainda não é objetivo de uma disciplina
estabelecida. Na medida em que tais assuntos são importantes e de outra forma seriam
esquecidos, os sociólogos merecem mais elogios do que criticas. O mundo acadêmico mostrou
notável capacidade para excluir de estudo sérios, grandes extensões da atividade humana, como
se a natureza humana comum que, se exprime na vida de família, na estratificação e no crime,
tornasse tais estudos vulgares inadequados pára os cavalheiros acadêmicos. É apenas um pouco
menos difícil para um novo ramo de estudo, conseguir reconhecimento na universidade do que um
camelo passar pela porta em Jerusalém é conhecida como “o buraco da agulha”.
Essa qualidade aberta da sociologia e sua pronta acentuação de novos campos de estudo
decorrem do interesse geral do sociólogo por sistemas de ação social e sua inteira. Isso
inevitavelmente o leva a lidar com todos os aspectos da vida especial ou reserva de alguma outra
disciplina. Não existe um tribunal a que nos possamos dirigir para a decisão quanto a tais disputas
territoriais. De cada disciplina intelectual que enfrenta um assunto especifico, podemos perguntar:
Apresenta as questões provocantes? Existe ou será possível criar um método para estudar as
questões que apresenta? Uma vez aplicada, será que esse método para estudar conduz a fatos
significativos? Podem tais fatos ser reunidos a fim de formular conclusões ou generalizações que
são contribuições para o conhecimento? Será que tais conclusões indicam o caminho para novas
perguntas que nos levem ainda mais longe em nosso esforço para entender os homens e suas
obras? Qual o problema fundamental a que se dirige a sociologia?
Se quisesse exigir que o problema básico a que se dirige o sociólogo fosse escrito em uma
única frase, responderíamos: Procura explicar a natureza da ordem social.
Sociologia - 28 -

Bibliografia

 Historia das Civilizações – Will Durant


 Coleção “Os Pensadores”
 O que é Sociologia – Alex Inkeles
 Manual da Filosofia – A. Cevillier
 Historia da Filosofia – Will Durant

Atenção!

Fica proibida a reprodução total ou parcial desta


obra sem previa autorização por escrita do autor.
“Todos os direitos reservados!”
Lei Federal 5088 de 10 de setembro de 1973.
Registro Nº..............................................
Sociologia
Professor.................................................................................
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Nota
Prova de Sociologia
Bacharel

(NOME LEGÍVEL)

Aluno (a):...........................................................................................................................................data................/................./....................
(Marque um X na alternativa correta)

1. Sociologia é um conjunto de conceitos, de técnicas e métodos de investigação produzidos


para explicar a vida social, é na verdade algo mais do que uma tentacilogia, desde o seu início,
sempre foi algo mais do que uma tentativa de reflexão sobre sociedade moderna.
 Certo
 Errado

2. Se considerarmos ‘‘o que os sociológicos fazem’’ como nosso guia para aquilo de que trata a
sociologia, existem três formas principais que devemos examinar: (1) os manuais em que os
sociólogos tentam sumariar o seu campo de estudo; (2) as associações que escolhem, quando
solicitados a identificar-se com um ou outro ramo da sociologia; (3) as pesquisas que empreendem e
os relatórios que apresentam em suas reuniões sociológicas ou publicam em livros ou revistas
especializadas.
 Certo
 Errado

3. Entre 1982 e 1989, foram publicados, nos Estados Unidos, 21 manuais de introdução à sociologia.
O manual mais aceito foi usado, aparentemente, por apenas 11% dos estudantes matriculados
em cursos de introdução à sociologia, e apenas dois outros atingiram 15% ou mais desse
grupo.
 Certo
 Errado

4. A sociologia foi à Segunda ciência a se ocupar explicitamente com a vida social como uma
tonalidade com a complexa rede de instituições sociais e grupos que constituem a sociedade.
 Certo
 Errado

5. A sociologia é uma ciência do comportamento. Procura explicar o comportamento humano,


contemporâneo ou passado, tal como o experimenta diretamente ou o encontramos corporificado em
artefatos, monumentos, leis e livros.
 Certo
 Errado

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