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3.

1- O processo de Construção do conhecimento científico

A ciência orienta-se através de um conjunto de regras e procedimentos sobre a forma de


um método científico, aplicada no processo de investigação. Este objeto de estudo tem a
necessidade de investigar e diferenciar sobre a realidade social e a propria realidade
social.

Dai ser uma das tarefas essenciais para a identificação dos obstáculos epistemológicos
e a sua progressão no sentido de fazer a rutura com o senso comum.

Rutura com o senso comum- Para Myrdal(1976), conforme a pág(42)"a essencia das ciências
sociais á a procura da verdade objetiva"

Ao fazer-se parte de uma determinada sociedade o indivíduo tem a necessidade de estar


interiorizado com as aprendizagens ao longo da sua vida, sobre os seus valores, normas e
cultura , adquiridas pelos vários grupos, famílias e classes, que transmitem normas e valores
ao qual devem ser respeitadas e cumpridas, para que o indivíduo não se sinta excluído.

Se o indivíduo não estiver incorporado com as normas e valores aceites pela sociedade, desde
a sua infância o indivíduo viveu certas rotinas ao qual defeniram o seu quotidiano, através do
processo de socialização, estes que ao longo do tempo definem a sua propria personalidade e
dai a pessoa que se torna, seja pela sua felicidade, tristeza etc... Devido à sua própria origem
social, ao insucesso escolar, à pobreza, este indivíduo sofre uma rutura com o senso
comum, porque os seus comportamentos devem ser interpretados no contexto da vida em
coletividade.

Para que o indivíduo tenha um papel social, deve obedecer a um conjunto de deveres que
obedeça a uma determinada posição social, ou seja os seus comportamentos, as suas atitudes
etc.. no dia-a-dia que partilham como membro da sociedade é chamado o senso comum.

Afunção de comando da teoria -Gaston Bachelard(2006,(1938), assume o proposito de


mostrar o destino do pensamento científico abstrato, tendo em consideração que o processo de
abstração não é uniforme pelo fato de ser confrontado por obstáculos.

Barchelard distingue 3 períodos de maturação: 1)estado pré-científico que compreenderia


tanto a antiguidade clássica como os séculos do renascimento e da nova base com os séculos
XVI, XVII e XVIII.

2)O estado cientifíco, seria entre o fim do século XVIII até o início do século XX

3)desde 1905 até à atualidade, com início do novo espirito cientifíco potenciado com a teoria da
relatividade de Einstein, colocando em causa conceitos que eram considerados fixos até então.
A antiga Epistemologia tenha estabelecido um vinculo contínuo entre a observação e a
experimentação, esta que não poderá ser efetivamente verificada.

A noção de obstáculo epistemológico assenta numa prespetiva de conhecimento do real , uma


luz que projeta sempre algumas sombras.

O espírito cientifíco proibe que se tenha uma opinião , sem que a compreendamos a
reformulação da mesma de forma clara e que não se formulam de forma espontânea com a
ciência. Se não houver perguntas não pode haver conhecimento cientifíco.

Tudo é construído , não é evidente nem gratuito. O obstáculo é também uma forma vivida.

O procedimento é feito através da recolha de informação, técnicas do inquérito, entrevista,


análise do conteúdo, contribuindo assim para um processo de observação sociológicicas, e das
ciências sociais complementado-se para um trabalho cientifíco cada vez mais racional e
controlado. Este estudo só é possivel com a contribuição de outro elemento da prática, a matriz
teórica, um conjunto de conceitos organizados e relações entre conceitos substantivos
referidos diretamente ou indiretamente, ao real(almeida e Pinto, 1986:55)

Tem haver com Conceitos como cultura, nacionalismo, opiniões, comunicação etc... e ao
serem definidos e utilizados para interpretações, são equiparados à teoria social. Neste sentido
a teoria é entendida como um conjunto de conceitos relacionados que representam a natureza
de uma realidade.

3.3 Construção e verificação de Teorias problemas e controvérsias

- Teorias e paradigmas nas ciências- A atividade científica constitui um processo social


específico, definido de um campo que gera multiplos e crescentes efeitos.

A identidade passa pelo constante aperfeicoamente das teorias e dos métodos e implica a
superação por novos elementose novos procedimentos de pesquisa . A importância da História,
da Epistemologia e da Sociologia na prática científica , o seu objeto de estudo é as condições
sociais e teóricas, sendo estas decisões individuais dos investigadores. Elas avaliam
oportunidades empíricas e o seu grau de aproveitamento real.

A rutura é a condição lógica inicial do trabalho científico, mas renova-se e prolonga-se às


outras duas fases que a Epistemologia de Barchelard propõe: a construção e a
verificação(Id.,Ibid:61).

O problema da verificação- O Justificacionismo afirma ser só científico o que se puder


provar , e positivamente através de factos demonstrados repetidamente observados com
os enunciados abstratos da teoria. A sua explicação objetiva terá de ser através dos
resultados da aplicaçãodedutiva das leis e das teorias a novas situações observadas
singularmente.

O real social é pluridimensional e por isso suscetível de ser abordado pelas diversas
ciências sociais. Sendo analisam as mesmas realidades, os mesmos fenómenos sociais
totais, embora privilegiando uma prespetiva pópria análise.

A interdisciplinaridadenas ciênciais sociais significa o intercâmbio de saberes com vista


e que complementa o conhecimento, para uma melhor explicação nos fenómenos
sociais na sua totalidade. O intercâmbio de conhecimentose de metadologias entre as
disciplinas é um elemento fundamental para a realização e a orientação das
investigações, numa abordagem específica da realidade social.

O fenómeno social deve-se considerar numa multiplicidade de aspetas e procurar várias


prespetivas de análise para uma melhor compreensão do mesmo. Este não se
restringue apenas à sua instância social, pode ter várias implicações de várias ordens,
ao nível económico,político,ideológico, demográfico entre outros. Os vários fenómenos
sociais necessitam destas vária disciplinas como complemento, para que este objeto de
estudo possa ser compreendido e explicadona sua globalidade e complexidade
intrínsecas(Maia, 2002).

Conceptualizar a noção de objetividade e o processo de construção do objeto de estudo


em Ciências Sociais- As Ciênciais Sociais consolidam-se sobretudo, através da tese de que o
social é irredutível ao individual(Silva e Pinto, 1986:14), assim como o seu desenvolvimento e
dinâmica formado, através do complemento de várias disciplinas que tiveram um enorme
impacto para o crescimento do seu saber lógico-matemático, físico, e bilógico, que elaboravam
um modelo de estratégia de investigação, sendo estes de referência ao estudos sociais. As
profundas transformações económicas, demográficas, políticas e culturais das nações
oitocientistas do ocidentes, que contribuiram de igual modo.

A Sociologia, a Economia, a História, a Geografia ou a Demografia, tornam-se disciplinas


científicas, através do crescimento populacional, as revoluções liberais e a eclosão dos
movimentos operários e socialistas e o surgimento de novas instâncias e padrões de
socialização.

Tema 4 - Objetividade e naturalidade nas ciências Sociais: Os obstáculos epistemológicos

O investigador de ciencias sociais enfrenta em simultâneo obstáculos como membro da


sociedade e como investigador, para enfrentar estes obstáculos é necessário fazer uma análise
real social que garanta objetivos e neutralidade de investigação, este estudo é feito através de
um processo de rutura com o senso comum e deconstrução e de pré-noções, um propósito que
verifica em todas as ciências regras básicas do método científico. Nas ciências sociais um
processo de rutura, assume uma importância fulcral por complementar o objeto de estudo.

Um aprendiz de ciências sociais, não deve só praticar, assim como também deve saber gerir e
fazer rutura(s) com o senso comum, pois só através deste método consegue iniciar uma
aprendizagem proposta pela metadologia cientifíca das ciências sociais.

Familiaridade com a realidade social- O indivíduo é um ser social ,e as posições sociais que
ocupa na estrutura social ao longo da sua vida, que vai contribuindo para uma diversificação
de uma realidade social, desta forma o indivíduo pode ter conhecimentos mais próximos ou
mais afastados da realidade, em determinados aspetos à realidade social. Através da forma
como interiorizou as suas aprendizagens, sobre cultura e as regras sociais e todo este
processo que o ajudou , nas suas explicações para compreender seus acontecimentos no
seu dia-a-dia, assim como se situar num determinado circulo social na sociedade em que está
inserido, desta forma consegue destinguir o mundo real, seus significados e a importância no
que respeita à sua realidade. Este processo é feito através da sua atitude natural de
consciência do senso comum, partilhando com outros na sua rotina normais na vida quotidiana.

Na vida quotidiana do indivíduo as experiências de vida dos outros, tem caratér direto ou
indireto, consoante a intereção e a intensidade que o indivíduo tem com os outros. Podem-se
avaliar essas ações, como reconhecimento do seu contributo.

Porém em situações de indivíduos que não se conhecem e se preenche com características ou


tipificações oriundas de multiplicidade, o anonimato aumenta.

As posições sociais que os individuos ocupam na estrutura social, contribui para uma
diversificação e a realidade social, com um conhecimento mais próximo de alguns aspetos da
realidade social e outros ou mais afastados. O conhecimento individual na vida quotidiana é
adquirido por cada um e pelos outos.

dicotomias natureza/ cultura - As prespétivas dicotómicas sobre a realidade social, podem


construir entraves à construção do conhecimento científico. Ela acentua prespetivas sobre
interpretações naturalistas e da cultura através do relativismo cultural.

As interpretações naturalistas- que prevem a evolução da realidade social de acordo com um


determinismo biológico sejam desmentidas porinvestigações no domínio das disciplinas de
Antropologia, sociologia e história e que veio evidenciar a importância dos contextos socio-
históricos dos fenómenos sociais na análise social.

A dicotomia indivíduo e sociedade- existe uma desorientação que é provocada pela


indefinição de objeto ciências sociais e têm 2 argumentos;

o 1. é cada indivíduo é diferente do outro e não existe explicação para avançar em termos de
grupo.
o 2. que esta explicação é contrária do livre-arbítrio , à opção individual de cada um.

Ou seja tem haver com as sociedades e o desenvolvimento das mesmas , a sua organização
e a forma do processo de socialização , incentivando ou não a competitividade. Permitindo
aos indivíduos desenvolver durante o período da sua educação secundária melhor
económicamente. Em que esses indivíduos deparam-se com uma resistência muito mais
vigorosa do que seria de esperar, são "naturalmente" mais competitivos ou "naturalmente" mais
egoístas. Que por vezes devido ao nível de pobreza estas pessoas não consigam ter uma
vida nem um comportamento social normal, havendo mais possibilidade de ligações aos
suicídios.

etnocentrismo Cultural- Foi no início do século XX que a palavra etnocentrismo foi usada
pela primeira vez para designação de 2 atitudes relacionadas, com a sobrevalorização de
grupos e da cultura, ou seja de pessoas que tenham os mesmos hábitos e caráter social. É
também um fenómenos de dominação politica, cultural e económica.

O etnocentrismo é a forma como se discrimina outro, julgando-se melhor, seja por causa de
sua condição social, pelos diferentes hábitos, forma de vestir, etc... Em que estes fazem uma
avaliação dpreconceituosa, a partir de um ponto de vista específico, de forma a considerar-se
como superior a outro.

Reconhecer as fases do processo de construção do conhecimento

científico e as várias etapas do método científico de acordo com

Gaston Bachelard: rutura com o senso comum, construção e validação

de conhecimento.

Descrever os procedimentos científicos para a rutura com o senso

comum e avaliar e discutir as dificuldades com que os cientistas se

debatem para cumprir essa necessidade metodológica.

Explicitar a importância da função de comando da teoria na produção

social do conhecimento científico.

Identificar os principais paradigmas teóricos nas ciências, em


particular, nas Ciências Sociais.

Compreender a importância da relativização e a relacionação entre os

fenómenos sociais.

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