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Principais Tópicos
Considerava este autor que a principal dificuldade de construir uma ciência de administração
residia precisamente na frequente impossibilidade em excluir considerações de carácter
jurídico sobre os problemas estudados. Dwight Waldo pôs em dúvida a possibilidade e as
vantagens de construir uma ciência de administração que tivesse por objecto indistinto as
organizações públicas e as organizações privadas: por um lado, considerou que as
considerações de natureza politica não podiam ser excluídas da administração pública, tanto
no plano conceptual, como no plano prático; por outro lado, sustentou ser inteiramente irrealista
supor que os mesmos princípios – assentes essencialmente na ideia a que se chegou a chamar
de dogmas, de eficiência – se poderiam aplicar a este e a administração privada. Para Waldo
era indispensável incluir na ciência de administração um factor que decorria da circunstância
de a administração pública visar a prossecução de interesse da colectividade, como a ética ou
moral administrativa. Para se compreender a actividade administrativa publica é necessário ter
em consideração os valores pelos quais ela se deve reger. Ele também defendeu que as
condicionantes legais da administração pública não deveriam ser minimizadas.
A administração pública comparada deve ser entendida aqui como o domínio do saber que
compara padrões de administração pública entre diferentes Estados-nação. Nesse sentido,
busca estudar as semelhanças e diferenças entre várias unidades de análise, nos níveis da
organização, da gestão e da política (no sentido dado ao termo anglo-saxônico policy), com o
propósito de se criar uma base de conhecimento institucionalizado que possa auxiliar a tomada
de decisão. Observa-se que os teóricos da administração pública, no passado, se preocupavam
em focar os seus estudos nos fenómenos administrativos dentro do seu próprio país, no quadro
do seu sistema político-administrativo específico. Esse contexto foi profundamente alterado
com a globalização, que trouxe no seu bojo uma maior discussão dos problemas
administrativos e das soluções encontradas, bem como uma ampla difusão dos estudos sobre o
tema, em especial
os relatórios e trabalhos elaborados pela OCDE, FMI, BIRD, American Society for Public
Administration e European Group for Public Administration. A globalização fomentou as
mudanças na teoria e na prática da administração pública, abandonando as tendências
paroquiais que têm permeado a ciência da administração nos diferentes países. Para alguns
autores, como por exemplo, Caiden (1994:45), essa tendência a olhar para outras realidades
traz ainda vantagens científicas já que, ao se adoptar uma perspectiva comparativa e global,
evita-se o erro de tecer generalizações apenas com base no estudo de uma realidade
administrativa restrita (a administração pública dos EUA, por exemplo). Registe-se que existe
uma tendência de que os problemas que muitos países possuem são comuns aos demais, para
os quais também se poderão encontrar soluções semelhantes. Assim, despesa pública elevada
na economia, baixo nível de eficiência, eficácia e efectividade na administração pública, o
crescente nível de insatisfação dos cidadãos com a qualidade dos serviços prestados pela
administração pública, são problemas inerentes a quase todos os países. Nesse sentido, a
utilização do método comparativo nos estudos que visam à resolução desses problemas poderá
ser bastante útil na busca de resolver esses problemas comuns
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci).
Em terceiro, o renascimento dos estudos não jurídicos sobre administração pública na Europa
ocidental.
RESUMO
Durante o período que decorria a II guerra mundial a ciência de administração deparou-se com
um interregno mas depois começou a desempenhar um papel fundamental, marcado pelo seu
desenvolvimento. Surgiram vários pensadores a destacar Herbert Simon que defendeu a
aproximação entre administração pública e ciência de administração. Defendia que as duas
buscam a eficiência. Enquanto isto, Robert Dahl considerava que não era útil a compreensão
da actividade administrativa usando os princípios jurídicos. Dwight Waldo admitiu a
possibilidade de construir uma ciência de administração que tivesse por objecto indistinto as
organizações públicas e as organizações privadas. Sustentou ser irrealista usar os mesmos
princípios na administração pública e ciência de administração. Portanto, surgiram vários
outros pensadores nesta fase pós II guerra mundial que contribuíram para o desenvolvimento
da ciência de administração pública
Exercícios
Esta unidade temática é dedicada à análise das concepções e bordagens seguidas pela ciência
de administração. As concepções são as doutrinas e abordagens são os ângulos que se situam
o investigador, dependendo da influência da sua formação. Em relação às concepções destaca-
se quatro e abordagens são cinco que são desenvolvidos ao longo desta unidade temática.
Tópicos
Apesar de tanta diversidade, eles partilham a mesma convicção, que, independentemente dos
regimes políticos é possível e necessário estudar cientificamente as administrações públicas.
Na ciência de administração debate-se várias concepções, isto é, há várias formas de entender,
ou há vários pontos de vista sobre o conhecimento científico da administração pública. Existem
quatro concepções da ciência de administração, a saber, a concepção da “ciência encruzilhada”,
as concepções assentes na ideia de facto administrativo, as concepções descritivas e as
concepções utilitaristas.
Os cientistas sociais tendem a repartir-se por três quadros de análise principais: a análise
funcional, sistémica e estrutural. Tendo em conta a formação de base dos investigadores e a
opção por um destes quadros de referência, descobrem-se cinco abordagens:
Da teoria das organizações, que é uma abordagem organizativa, com destaque para Taylor e
Fayol, preocupada essencialmente com a estrutura administrativa;
Da ciência política, via análise do poder, provém a abordagem da teoria do Estado, integrando
a abordagem das políticas públicas, interessada naquilo que fazem os poderes públicos, porque
o fazem e como o fazem;
Do direito, oriundo da abordagem jurídica, que centra as suas preocupações nas regras jurídicas
e a actividade da administração pública. (idem)
RESUMO
Exercícios