Você está na página 1de 15

Adelaide

Deise

Cholty da Assia Zitha

Nércia

Silénio Elves Mainga

Direitos humanos e educação

1°ano de Licenciatura em Ciências de educação

Universidade pedagógica

Maputo
2022

Adelaide

Deise

Cholty da Assia Zitha

Nércia

Silénio Elves Mainga

Direitos Humanos e Educação


Trabalho a ser apresentado na faculdade de Educação e
psicologia, Departamento de ciências
da Educação e psicologia ( FEP ) Ciências da Educação na
cadeira de Educação Direitos Humanos e Cidadania. Para
o efeito de avaliação

Docente :Mestre Gildo Manuel

Universidade pedagógica
Maputo

2022

Índice
Introdução

O trabalho que aqui apresentaremos é sobre os Direitos humanos e educação. De forma


resumida falaremos dos direitos humanos e suas gerações, também falaremos de forma
resumida da educação e dos direitos humanos na qual ela está inserida, buscaremos
compreender como seria uma educação em direitos humanos e faremos uma relação
entre ambos, explicaremos aqui como é a perspectiva de direitos humanos em Educação
no brasil.
Direitos humanos

São aqueles direitos considerados fundamentais a todos os seres humanos, sem qualquer
distinções de sexo, nacionalidade, etnia, cor de pele , faixa etária, classes sociais,
profissão, condições de saúde física e mental, opinião política, religião, nível de
instrução e julgamento moral.

Gerações dos direitos humanos

Uma compreensão histórica de direitos humanos traz como eixo principal e óbvio o
reconhecimento do direito á vida, sem o qual todos os direitos humanos perdem o
sentido.

Costuma-se falar, apenas por uma questão didática, em gerações de direitos humanos;
não se trata de gerações no sentido biológico, do que nasce, cresce e morre, mas no
sentido histórico, de uma superação com complementaridade.

Primeira Geração, contemporânea das revoluções burguesas do final do século 18 e de


todo século 19, é a dos direitos civis e das liberdades individuais, liberdades
consagradas pelos liberalismo, quando o direito do cidadão dirige-se contra a opressão
do estado e de poderes arbitrários.

Segunda geração, Que não abrange apenas os indivíduos, mas os grupos sociais, surge
no inicio do século 20 na esteira de lutas operárias e do pensamento socialista na Europa
Ocidental, explicitando se , na prática nas experiências da social- democracia para
consolidar-se ao longo do século, nas formas do estado de bem-estar social. Refere-se
ao conjunto dos direitos sociais, económicos e culturais: Os de carácter trabalhista,
como salario justo, férias, previdência e seguridade social e os de carácter social mais
geral, independentemente do vínculo empregaticio, como saúde e educação, etc.

Terceira geração

Inclui os direitos coletivos da humanidade, como o direito à paz, ao desenvolvimento, a


autodeterminação dos povos, ao património científico, tecnológico e cultural da
humanidade, etc. São os direitos de solidariedade planetária.

Essas gerações mostram como continua viva a bandeira da revolução francesa: à


liberdade, a igualdade e a solidariedade.

A liberdade nos direitos civis e individuais, a igualdade nos direitos sociais, a


solidariedade como responsabilidade social pelos mais fracos e em relação aos direitos
da humanidade

A discussão internacional sobre direitos humanos iniciou se logo após o genocídio


imposto pelo nazismo na segunda guerra mundial culminando com a D.U?DH de 1948 e
retificado na Declaração universal dos direitos humanos do cidadão de Viena (1993).
Esta declaração introduzem uma concepção de direitos humanos universais e
indivisíveis. Entretanto a discussão sobre a cidadania parece preceder a dos direitos .

O estudo clássico de T.H Marshall (1967) discorre sobre a evolução dos direitos do
cidadão diante das desigualdades inerentes à sociedades de classes. É a cidadania
apoiada na igualdade dos cidadãos e na participação plena do indivíduo, em todas as
instâncias que permitirá que as desigualdades dos sistemas de classe possa ser
confrontadas, ou seja a desigualdade pode ser aceitável desde que a igualdade da
cidadania seja reconhecida. Através do desenvolvimento histórico dos direitos do
cidadão na sociedade inglesa, o autor focaliza o conhecimento seguindo uma tríplice
dimensão : o direito civil, o político e o social.
Os direitos civis referem se ás liberdades individuais; de ir e vir , de imprensa,
pensamento e fé, o direito à propriedade, etc. São os tribunais da justiça que garantirão
os direitos civis

Os direitos políticos garantem a participação dos indivíduos no exercício do poder


político, ora, como membro de um organismo vestido de autoridade (partidos,
sindicatos, associações ), etc. São o parlamento e as câmaras representativas que
garantirão estes direitos

Direitos sociais rederem se ao bem estar económico e segurança ao direito de participar,


por completo, na herança social, levando uma vida de ser civilizado de acordo com os
padrões que prevalecem na sociedade (Consumo, lazer, segurança ). O sistema
educacional e os serviços sociais deverão garantir estes direitos.

A educação é um pré requisito necessário a liberdade civil , pois os direitos civis se


destinam a ser utilizados por pessoas inteligentes e de bom senso, que aprenderam
a ler e escrever.

O autor discute a incorporação dos direitos civis , no século XVIII, dos direitos
políticos, mo século XIX, e dos sociais no século XX.

Educação

A educação é um direito fundamental que ajuda não só no desenvolvimento de um país ,


mas também de cada indivíduo.

A educação é valiosa por ser a ferramenta mais eficiente para o crescimento pessoal. É
assume o status de direito humano. Pois é parte integrante da dignidade humana e
contribui para amplia- la com conhecimento, saber e discernimento.

Artigo 26 da Declaração Universal dos Direito humanos

1. Todos os seres humanos têm direito à educação. A educação será gratuita , pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A Educação será obrigatória. A
educação técnico – profissional será acessível a todos, bem como a educação
superior, está baseada no mérito.
2. A educação ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana è do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
diversidades fundamentais. A educação promoverá a compreensão, a tolerância
e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as
actividades das nações unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do género de educação que será
ministrada aos seus filhos.

Na declaração, a educação não aparece apenas como um direito mas também como um
meio para que se alcance os objectivos propostos no documento. Em seu preâmbulo,
ela pede “que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente está
declaração, se esforce através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses
direitos e liberdades

O Plano Nacional de educação em Direitos humanos (PNEDH), de 2006, afirma que a


educação em direitos humanos é compreendida como um processo sistemático e
multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, articulando as seguintes
dimensões :

a) Apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos


e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;
b) Afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos
direitos humanos em todos os aspectos da sociedade;
c) Formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente nos níveis
cognitivo, social, ético e político;
d) Desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção
coletiva, utilizando linguagens e materiais Didácticos contextualizados.
e) Fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos
a favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos , bem como
da reparação das violações. Sendo a educação um meio privilegiado na
promoção dos direitos humanos , cabe priorizar a formação de agentes públicos
e sociais para atuar no campo formal e não formal, abrangendo os sistemas de
educação, saúde , comunicação e informação, justiça e segurança, midia, etc

O documento assinala que, desse modo, a educação é compreendida como um direito


em si mesmo e um meio indispensável para o acesso q outros direitos. A educação
ganha, portanto, mais importância quando direcionada ao pleno desenvolvimento
humano e às suas potencialidades, valorizando o respeito aos grupos socialmente
excluídos. Essa concepção de educação busca efetivar a cidadania plena para a
construção do conhecimento, o desenvolvimento de valores, atitudes e
comportamentos, além da defesa sócio ambiental da justiça social.

“A educação em direitos humanos, ao longo de todo o processo de redemocratização de


fortalecimento do regime democrático, tem buscado contribuir para dar sustentação às
ações de promoção , proteção e defesa dos direitos humanos e de reparação das
violações. Entretanto, o modelo educacional decorrente dos valores sociais não tem sido
bem visto pela sociedade e por técnicos que atua no contexto educacional. A instituição
escolar não tem conseguido se transformar , ainda que seja um espaço privilegiado para
atuação e reflexão

Objetivos do PNEDH

a) Destacar o papel estratégico da educação em direitos humanos para o


fortalecimento do Estado democrático de direito;
b) Enfatizar o papel dos direitos humanos na construção de uma sociedade justa,
equitativa e democrática;
c) Encorajar o desenvolvimento de ações de educação em direitos humanos pelo
poder público e pela sociedade civil, por meio de ações conjuntas;
d) Contribuir para efetivação dos compromissos internacionais e nacionais na
implementação de ações de educação em direitos humanos;
e) Estimular a cooperação nacional e internacional na implementação de ações de
educação em direitos humanos
f) Propor a transversalidade da educação em direitos humanos nas políticas
públicas, estimulando o desenvolvimento institucional e interinstitucional das
ações previstas no PNEDH nos mais diversos sectores (educação, saúde,
comunicação, cultura, segurança, e justiça, esporte, lazer, etc)
g) Avançar nas ações e propostas de programa nacional de Direitos humanos, no
que se refere às questões de educação em Direitos humanos;
h) Orientar políticas educacionais direcionadas para a constituição de uma cultura
de Direitos humanos;
i) Estabelecer objectivos, diretrizes e linhas de ações para a elaboração de
programas e projectos na área da educação em direitos humanos;
j) Estimular a reflexão, o estudo e a pesquisa voltados para a educação em direitos
humanos;
k) Incentivar a criação e o fortalecimento de instituições e organizações nacionais
na perspectiva da educação em direitos humanos;
l) Balizar a elaboração, implementação, monitoramento, avaliação e atualização
dos planos de educação em direitos humanos dos Estados e municípios;
incentivar formas de acesso às ações de educação em direitos humanos a pessoas
com deficiência.

Formação de professores para/em direitos humanos

Em relação à formação de professores para/em direitos humanos, podemos constatar


que ainda, é recente e, num certo sentido, tímida a introdução desta temática ao
conteúdo formativo dos docentes em geral, Isso se deve ao facto de serem poucos
sistemas de ensino, os centros de formação de educadores e de organizações que
trabalham nesta perspectiva, somando a isso, a desvalorização do Docente parece senso
comum.

O documento de PNEDH propõe que o professor insira a educação em direitos humanos


nas diretrizes curriculares ; insere esta educação aos conteúdos, metodologias e formas
de avaliação dos sistemas de ensino; estimule os professores e colegas a reflexão e
discussão do mesmo; desenvolva uma pedagógia participativa; torne a educação em
direitos humanos um elemento relevante aos alunos, em todos os níveis; fomente a
discussão de temas como género e identidade, raça e etnia, orientação sexual e religião,
entre outras; apoie a formação de grémio e conselheiros escolares.

A inclusão de novos conteúdos a serem trabalhados por professores na educação formal


prescinde da ideia de que os mesmos tenham sobre direitos

A educação em direitos humanos


A educação em Direitos humanos parte de três pontos essenciais:

1. É uma educação de natureza permanente, continuada e global


2. É uma educação necessariamente voltada para a mudança
3. É uma inculcação de valores , para atingir corações e mentes e não apenas
instrução, meramente transmissora de conhecimentos.

Acrescente se ainda é não menos importante que ou está educação é compartilhada por
aqueles que estão envolvidos, no processo educacional (educadores e educandos) ou ela
não será educação e muito menos educação em direitos humanos. Tais pontos são
premissas: A educação continuada; A educação para mudanças e a educação
compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a razão quanto a
emoção.

A educação em direitos humanos è essencialmente a formação de uma cultura de


respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da
liberdade, da justiça e da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da
paz, portanto, a formação desta cultura significa criar, influenciar, compartilhar e
consolidar mentalidades, costumes, hábitos, e comportamentos que decorrem todos,
daqueles valores essenciais citados- os quais devem se transformar práticas.

Falámos de cultura não nos limitando a uma visão tradicional se cultura como
preservação dos costumes, das tradições e dos valores mas em termos de mudança
cultural, uma mudança que possa realmente mexer com o que está mais enraizado nas
mentalidades muitas vezes marcadas por preconceitos, por discriminação, pela não
aceitação dos direitos de todos , pela não aceitação da diferença.

Dignidade do direitos humanos e a sua relação com o processo educativo

Direitos humanos são fundamentais porque são indispensáveis para a vida com
dignidade, Quando insistimos nessa questão de dignidade, muitas vezes esbarramos
numa certa incompreensão, como se o termo fosse indefinível e tratasse de algo
extremamente abstrato em relação á concretude do ser humano. Portanto, é importante
tentar esclarecer o que entendemos por dignidade da pessoa humana. Sabem, sem
dúvida, identificar um comportamento indigno; por exemplo: omissão de socorro nos
hospitais, desprezo pelos direitos dos mendigos das crianças da rua, dos desempregados,
são indignidades.
Mas de onde vem esta ideia de dignidade? E por ela é central no nosso processo
educativo?

Durante muito tempo o fundamento da concepção da dignidade podia ser buscado na


esfera sobrenatural da revelação religiosa, da criação divina. O ser humano criado à
imagem e semelhança de Deus. Ou então, numa abstração metafísica sobre aquilo que
seria próprio da natureza humana o que sempre levou a discussões filosóficas sobre a
essência da Natureza humana. Independentemente dessas polémicas aqueles que são
religiosos ou espiritualistas têm um motivo a mais para se preocupar com a dignidade da
pessoa humana se creditar na criação divina, na afirmação de que todos somos irmãos,
nessa fraternidade que vêm da religião, como no caso, dentre outros, do cristianismo.
Hoje uma visão mais contemporânea, percebemos como todos os textos nacionais e
internacionais de defesa dos direitos humanos explicam a dignidade pela própria
transcendência do ser humano, ou seja, foi o homem que criou ele mesmo direito. Ele
mesmo criou as formas da ideia de dignidade em grandes textos normativos que podem
ser sintetizados no artigo 1 da Declaração internacional dos direitos humanos de 1948;

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Esta


formulação decorre da própria reflexão do ser humano que à ela chegou de uma maneira
que historicamente dada.

Foi uma grande revolução no pensamento e na história da humanidade chegar à reflexão


conclusiva de que todos os seres humanos detém a mesma dignidade. É evidente que
nos regimes que praticam a escravidão ou qualquer tipo de discriminação por motivos
sociais, políticos, religiosos e étnicos não vigora tal compreensão de dignidade
universal, pois neles a dignidade é entendida como um atributo de apenas alguns,
aqueles que pertencem a um determinado grupo.

Direitos humanos na escola

Como a própria Declaração Universal dos direitos humanos mostra, são muitos os
direitos garantidos a todos e todas, de diferentes esferas: civil, política, económica,
social, cultural e ambiental. Por isso , as práticas educativas que tratam dessas questões
são amplas.
Projectos que incentivam a participação de estudantes nos debates, estão garantindo um
espaço democrático, estimulando a cidadania e o direito à participação, escolas que
praticam a inclusão de pessoas com deficiência na sala de aula ou que atentam pra casos
de discriminação e trabalham uma educação antirracista. Uma professora se educação
física que propõe uma brincadeira de outro país que desenvolve a empatia e a
colaboração entre as crianças de diferentes culturas também está realizando uma prática
voltada para os direitos humanos.

No currículo, a temática pode e deve ser tratada em todas as disciplinas e em diferentes


momentos. Em história, é imprescindível falar da questão de raça, de diversidade dos
povos indígenas mas na Matemática, por exemplo, é possível também trazer a questão
dos direitos sociais de economia e das desigualdades de renda e de poder de compra, etc

Direitos humanos na sala de aula

A escola, como instituição de referência na educação é central na formação dos


indivíduos, não pode abrir mão do debate, prática, promoção e garantia dos direitos
humanos.

Uma das primeiras tarefas da escola é a oferta de uma educação de qualidade prevista
no artigo 26. “A declaração afirma que a instrução será orientada no sentido pleno do
desenvolvimento da personalidade humana “ dialogando com o pressuposto central da
educação integral que busca estimular as várias dimensões do indivíduo.

A declaração afirma ainda que a instrução deve actuar no sentido do “ fortalecimento do


respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.

Toda pessoa tem direito á liberdade de pensamento consciência e religião

Toda pessoa têm direito à liberdade de opinião e expressão

( Artigos XVIII e IX)


Conclusão
Bibliografia

FERNANDES, Ângela. PÁLUDETO , Melina . Educação e Direitos humanos: Desafio


Para Escola Contemporânea

Benevides, Maria Victoria. Educação em Direitos Humanos: de que se trata?


Www.hottopos.com

SADA, JULIANA. Direitos humanos e educação: uma relação indissociável. 2014.


10/12.

https://educaçãointegral.org.br/reportagens/direitoshumanos-educaçao-umarelaçao-
umbilical/

Você também pode gostar