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Nesse sentido, cumpre salientar ainda nessa panorama histórico que a bandeira do
estado de Mississipi possui o símbolo confederado, que representa o sistema escravagista, na
qual contém estrelas brancas referentes aos estados do sul que foram contrários à abolição da
escravidão durante a guerra civil estadunidense (1861-1865), sendo apenas em 2020 que os
eleitores aprovaram um projeto para uma nova bandeira.
A história conta com três personagens centrais, sendo Aibileen e Minny empregadas
negras, que tem seu caminho cruzado por Skeeter, jovem branca que não se enquadrava nos
padrões machistas impostos as mulheres de sua época, para tanto da início a empreitada de
escrever um livro sobre a vivência das empregadas domésticas, que inclui segregação além de
um tratamento desrespeitoso das patroas.
O livro escrito se torna uma grande polêmica, visto que conta com relatos e
depoimentos profundamente sofridos das trabalhadoras, um dos pontos de destaque na
narrativa é a criação de banheiros separados para as empregadas, sob hipótese de que negros
teriam doenças diferentes e que poderiam contagiar seus chefes, assim como os talhares dos
brancos não deveriam ser tocados pelas pessoas de pele negra.
A separação racial ocorria de maneira tão inescrupulosa que nos choca saber que em
um passado ainda recente igrejas, bairros e escolas eram divididos pela cor da pele das
pessoas, sobretudo em razão de tais regras encontrarem fundamento na lei vigente na época.
A primeira reflexão que podemos fazer é que nem sempre a lei será sinônimo de
justiça, nesse sentido o Desembargador do TJRJ Sérgio Cavalieri Filho leciona nem sempre
direito e justiça caminham juntos, visto que as normas jurídicas como uma produção humana
nem sempre são capazes de acompanhar as transformações sociais, assim como menciona
ainda a falta de disposição política para implementá-las, o que cria direitos injustos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILHO, Sergio Cavalieri. “Direito, Justiça e Sociedade” Revista da EMERJ, vol. 5, 2002, pp.
58-65.
ELEITORES do Mississippi aprovam bandeira sem símbolo considerado racista. [S. l.], 4
nov. 2020. Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2020/11/amp/4886649-eleitores-domississippi-
aprovam-nova-bandeira-sem-simbolo-considerado-racista.html. Acesso em: 14 jun. 2021.
ANÁLISE do filme “Histórias Cruzadas”, sob o prisma do direito de igualdade. [S. l.], 2016.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/48508/analise-do-filme-historias-cruzadas-sob-o-
prisma-do-direito-de-igualdade. Acesso em: 14 jun. 2021.