A Persistência do Racismo no Brasil

Em sete de setembro de 1822, foi proclamada, por Dom Pedro I, a independência política da
colônia. Entretanto, como muitos pensam, a emancipação não trouxe a liberdade dos
escravos, que continuaram sendo escravizados pelo homem branco por muito tempo. Por
conseguinte, o racismo, no Brasil, persiste até os dias atuais, posto que parcela da sociedade
ainda possui ideais escravocratas, devido ao passado criminoso do país, bem como aos
discursos de ódio, os quais incitam a intolerância e a violência contra esse grupo.

Primordialmente, faz-se imprescindível apontar o pretérito sombrio como responsável pelos

crimes de discriminação racial. A esse respeito, sabe-se que, em maio de 1888, a princesa
Isabel assinou a Lei Áurea, que culminou no fim da escravatura. Todavia, uma vez livre, o
escravizado se via fadado a trabalhos análogos à escravidão, visto que não havia um plano
governamental, para inseri-los na sociedade. Consequentemente, por ocasião da inação do
governo no passado, vive-se em uma realidade parecida, em que os serviços dignos e bem
remunerados são, em grande parte, ocupados por cidadãos brancos, enquanto as ocupações
periféricas são amplamente ocupadas por pessoas pretas.

Ademais, outro fator implica na problemática racial: os discursos de ódio. Nesse sentido, cabe
mencionar uma publicação do Poder Data, empresa de pesquisas de opinião, a qual mostra o
aumento de racistas assumidos em 2020. O aumento foi de incríveis 240% em relação a 1995.
Isso ocorre, pois, à medida que as autoridades do país desdenham de políticas sociais,
minimizam o sofrimento da população negra e ignoram o histórico escravagista do país, estão
encorajando os ataques a estes indivíduos. Em virtude disso, justifica-se o aumento desses
índices.

Portanto, é mister que o Estado tome providências, para superar o impasse atual. Para que o
racismo deixe de ser um obstáculo relevante na vida de tantos brasileiros, urge que o Governo
Federal, por meio do Ministério da Igualdade Racial, financie palestras em todo o território
nacional, visando a informar as raízes históricas do preconceito à população. Esses eventos,
amplamente divulgados pela mídia, realizar-se-iam em comunidades, escolas e praças,
objetivando alcançar o máximo de espectadores. Somente assim, com iniciativas pedagógicas
em toda a nação, alcançar-se-á a real independência do Brasil.

- José Adalberto da S.S Júnior