Você está na página 1de 2

No início do século 19 foi aprovado no Brasil a Lei Feijó, que determinava o fim do

tráfico negreiro, porém lei ficou conhecida como ‘lei para inglês ver’, pois não passava
de uma fachada para agradar interesses políticos da Inglaterra. No Brasil hodierno,
porém, ainda é muito notório essa tentativa de esconder problemas graves brasileiros,
principalmente o racismo. Por isso, para acobertar essa realidade, criou-se no país uma
ideia de democracia racial, em que o povo estaria isento de preconceitos raciais.

Nesse sentido, após superar teorias raciais preconceituosas sem bases cientificas,
como o Darwinismo Social, corroborado por obras do sociólogo Gilberto Feyre em que
se subentendia a existência de uma relação cordial entre os senhores e escravos,
iniciou-se uma falsa ideia que o Brasil seria um exemplo de povo com uma ‘harmonia
racial’. No entanto, como exposto pelo sociólogo brasileiro Florestan Fernandes, a
democracia racial no Brasil é um mito, o racismo no país ainda é muito presente de
formas institucionais, históricas, culturais e interpessoais dentro da sociedade e
rejeitar essa situação apenas auxilia a intensificação desse mal. Por isso, a plena
igualdade entre pessoas independentemente da cor ou etnia ainda é um mito, mesmo
que garantido pela constituição vigente.

Sob esse viés, torna-se ainda mais claro o racismo por meio da normalidade que o
povo brasileiro encara a falta de representatividade da comunidade negra nos diversos
setores de serviço. Conforme conclui sua palestra em São Paulo “A diversidade,
essencial para a vida corporativa, deve ser visível aos olhos” a pedagoga Patrícia
Santos expõe a realidade que enfrentou toda sua vida, ser uma das poucas mulheres
negras nas profissões que exerceu. Dessa forma, a carência de inclusão afeta todo um
país já que profissionais capacitados estão sendo reprimidos por serem uma minoria
representada.

Infere-se, portanto, que o indeferimento do racismo no Brasil torna essa problemática


ainda maior, uma vez que corrobora para a falta de representatividade tão necessária
para o povo brasileiro. Mesmo não sendo uma minoria em número, os negros
continuam a ser uma minoria representada em diversos setores sociais o que faz seus
interesses e relatos ainda pouco manifestados, ocasionando a intensificação do mito
da democracia racial brasileira, já que pessoas sem determinadas experiências de vida
continuam a ser a ‘voz do povo’.

Você também pode gostar