Você está na página 1de 4

A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA E OS DESAFIOS DO

POVO PRETO NO BRASIL

Há 135 anos, o Brasil celebrava a assinatura da Lei Áurea, um marco na


história que colocava fim oficialmente à escravidão.

No entanto, apesar desse avanço histórico, os desafios enfrentados pelo


povo preto no país estão longe de serem superados.

A abolição trouxe consigo um legado de exclusão, discriminação e


desigualdades estruturais que ainda persistem na sociedade brasileira.

É fundamental reconhecer que a abolição não foi suficiente para garantir


a efetiva libertação do povo preto.

A escravidão deixou profundas marcas, que se manifestam nas formas


sutis de racismo presentes em diversos aspectos da vida cotidiana.

É um racismo estrutural enraizado nas instituições, nos discursos, nas


relações sociais e econômicas.

A população preta enfrenta diariamente o desafio de lutar contra o


preconceito, a marginalização e a violência.

A falta de oportunidades de trabalho digno, a sub-representação nos


espaços de poder, a dificuldade de acesso à educação de qualidade e
aos serviços básicos são apenas algumas das situações que perpetuam
a desigualdade.

No entanto, é importante ressaltar que, mesmo diante desses desafios, o


povo preto tem resistido e se fortalecido ao longo dos anos.
Movimentos sociais, organizações e lideranças têm surgido para
combater o racismo e reivindicar direitos.

A luta por igualdade racial tem se intensificado, ganhando voz e espaço


na sociedade brasileira.

A Fundação Cultural Palmares, em sua missão de valorizar, preservar e


promover a cultura afro-brasileira, reafirma o compromisso de combater
o racismo em todas as suas formas.

Reconhecemos a importância de reconstruir uma sociedade justa, na


qual o povo preto seja respeitado, valorizado e possa exercer
plenamente seus direitos.

Ao celebrarmos os 135 anos da abolição da escravatura, é necessário


reafirmar nosso compromisso de construir um país que respeite e
valorize a diversidade.

Somente através da união de esforços, da educação e do combate ao


racismo poderemos superar os desafios enfrentados pelo povo preto e
construir um Brasil mais igualitário e justo.

A mídia desempenha um papel crucial na formação da identidade e autoestima das


pessoas, e a falta de representação pode impactar diretamente a autoimagem e o senso
de pertencimento das pessoas negras. A ausência de presença negra nos meios de
comunicação têm efeitos diretos na forma como são retratados e percebidos pela
sociedade, contribuindo para a perpetuação de estereótipos e preconceitos.

É fundamental que a mídia retrate de forma fiel e positiva a diversidade cultural do país,
especialmente a cultura afro-brasileira, para que as pessoas negras se sintam valorizadas
e respeiUma pesquisa realizado pela Universidade de São Paulo sobre: “A influência da
mídia na percepção do outro: preconceito e discriminação”, analisou como a mídia pode
influenciar a percepção e atitudes das pessoas em relação a grupos minoritários, levando
a um aumento do preconceito e discriminação.tadas.

Halle Berry é outra mulher negra que também fez história. Em 2002, ela se tornou a
primeira e, até agora, a única artista negra a receber o Oscar de “Melhor Atriz”. Em seu
currículo estão diversos filmes, entre eles a franquia de “X-Men”, “A Viagem”, “A Última
Ceia” e “007 – Um Novo Dia Para Morrer”.

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi

instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz

referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre
os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto

em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho.

Maiores informações podem ser consultadas no texto História do Quilombo de

Palmares.

A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970,

motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em

um congresso realizado em 1978, no contexto da Ditadura Militar Brasileira, a

elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros

escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes

reivindicam.

Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários

segmentos da sociedade, inclusive os movimentos sociais, como o Movimento Negro,

obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. A lei de

preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas

raciais, no âmbito da educação superior, e, especificamente na área da educação

básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do

ensino de História e Cultura Afro-brasileira, são exemplos de legislações que preveem

certa reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil.

A figura de Zumbi dos Palmares é especialmente reivindicada pelo movimento negro

como símbolo de todas essas conquistas, tanto que a lei que instituiu o dia da

Consciência Negra foi também fruto dessa reivindicação. O nome de Zumbi, inclusive,

é sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-

Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana como

personalidade a ser abordada nas aulas de ensino básico como exemplo da luta dos

negros no Brasil. Essa sugestão orienta-se por uma das determinações da lei Nº

10.639, que diz no Art. 26-A, parágrafo 1º: "O conteúdo programático a que se refere o

caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade

nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e

política pertinentes à História do Brasil."

Aos 38 anos, Lázaro Ramos é referência para jovens artistas negros de todo o Brasil.

O ator baiano conseguiu nas últimas décadas se destacar de forma quase simultânea no
cinema, no teatro e na TV, seja ela aberta ou paga. Atualmente, o público pode
acompanhá-lo em em Mister Brau, série que protagoniza e assina o roteiro na TV Globo,
e em Espelhos, programa de entrevistas que comanda há 12 anos no canal Brasil.

Autointitulado “exceção que confirma a regra”, o ator se tornou também – juntamente com
a esposa Taís Araújo – uma voz popular na militância pela igualdade racial no País.
Dessa condição nasce seu novo trabalho, o livro Na Minha Pele.

Você também pode gostar