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RACIAIS NO BRASIL
RESUMO
ABSTRACT
Racial inequality is the result of a historical, social, and political process that privileges one
race over others. In Brazil, a country marked by almost 400 years of slavery and the last in
the world to abolish it, racial inequality is a reflection of structural racism and has different
consequences for the social groups involved.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Freyre (1933), em sua obra "Casa-Grande & Senzala", a exploração dos povos
indígenas e a importação massiva de africanos escravizados foram fundamentais para o
estabelecimento da economia colonial brasileira. Esses grupos foram subjugados e forçados a
trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, café, e outras culturas de exportação, sustentando
assim a economia colonial.
A escravidão, enquanto instituição, foi responsável por criar uma hierarquia racial rígida, na
qual os africanos escravizados e seus descendentes ocupavam o mais baixo estrato social,
enquanto os colonizadores europeus desfrutavam de privilégios e poder. Como aponta
Schwartz (1985), a escravidão não apenas foi uma instituição econômica, mas também
moldou as relações sociais, culturais e políticas do Brasil colonial, deixando um legado
profundo que perdura até os dias de hoje.
Conforme analisado por Hasenbalg (1979), o racismo institucionalizado tem sido uma
característica persistente da sociedade brasileira pós-abolição. Este autor argumenta que,
apesar da abolição formal da escravidão, as estruturas econômicas e sociais continuaram a
marginalizar as populações negra e indígena, mantendo-as em condições de pobreza e
exclusão.
Uma das manifestações mais evidentes do racismo institucional é a falta de acesso das
populações negra e indígena à educação de qualidade. Como apontado por Silva (2010), as
escolas públicas frequentadas por esses grupos muitas vezes sofrem com falta de recursos,
professores mal remunerados e infraestrutura precária, o que contribui para reproduzir as
desigualdades sociais ao longo das gerações.
Outra prática que perpetua as desigualdades é a violência policial contra as populações negra
e indígena. Estudos, como o realizado por Souza (2016), demonstram que esses grupos são
alvo frequente de abordagens violentas e arbitrárias por parte das forças de segurança,
resultando em altos índices de encarceramento e mortes por intervenção policial.
Em resumo, as políticas discriminatórias e práticas perpetuadoras de desigualdades têm
contribuído para manter as populações negra e indígena em condições de marginalização e
exclusão no Brasil contemporâneo. Enfrentar esses desafios requer o reconhecimento e a
superação do racismo estrutural presente na sociedade brasileira, bem como a implementação
de políticas públicas que promovam a inclusão e a igualdade racial.
Como destacado por Carneiro (2003), o Movimento Negro no Brasil tem uma longa trajetória
de luta contra a discriminação racial e pela promoção da igualdade de direitos. Desde o
período pós-abolição até os dias de hoje, o Movimento Negro tem organizado protestos,
marchas e campanhas de conscientização para combater o racismo e exigir políticas públicas
que garantam a igualdade racial.
Conforme discutido por Guimarães (2002), as políticas de ação afirmativa, como as cotas
raciais em universidades e concursos públicos, têm o potencial de reduzir as desigualdades
étnico-raciais ao garantir o acesso de grupos historicamente marginalizados a oportunidades
de educação e emprego. Estudos demonstram que a implementação de cotas raciais tem
contribuído para aumentar a representatividade de negros e indígenas em instituições de
ensino superior e no mercado de trabalho, promovendo assim a inclusão social e econômica
desses grupos.
6. CONCLUSÃO
A escravidão, que vigorou por mais de três séculos, foi um dos principais pilares sobre os
quais se ergueram as estruturas de opressão e exclusão racial no Brasil. Durante esse período,
milhões de africanos foram trazidos à força para o país, submetidos a condições desumanas e
privados de seus direitos básicos. Mesmo após a abolição formal da escravidão em 1888, as
populações negras e indígenas continuaram a enfrentar discriminação, marginalização e falta
de acesso a oportunidades.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Freyre, G. (1933). Casa-Grande & Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime de
Economia Patriarcal. Editora Global.
Souza, J. (2016). Política e Segurança Pública: O Uso da Força pela Polícia Militar do Rio de
Janeiro e suas Consequências para a População Negra. Revista Brasileira de Segurança
Pública, 10(2), 215-234.
Carneiro, S. (2003). O Movimento Negro Educador: Saberes Construídos nas Lutas por
Emancipação. Revista Brasileira de Educação, 23, 51-61.