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ROTEIROS DE FALAS PARA CAMINHADA EM ALUSÃO AO DIA DA CONCIÊNCIA NEGRA!

PERCUSSO DA CAMINHADA: Em alusão ao Dia da Consciência Negra, o percurso da


caminhada partirá da escola em direção à rua que dá acesso à Capela de Nossa Senhora das Dores,
seguindo em direção ao Posto São Luís e retornando à escola.

− INTRODUÇÃO:
Com imensa alegria e determinação, que hoje a Escola Municipal Francisco Sá Sobrinho realiza a 1°
Caminhada em Alusão ao Dia da Consciência Negra, sob o inspirador tema "A Verdadeira Liberdade
Começa no Respeito e na Igualdade". Neste evento único, iremos unir nossas vozes e passos em prol
da valorização da diversidade étnico-racial, celebrando a história, cultura e contribuições dos negros
em nossa sociedade. Será um momento de reflexão profunda sobre os desafios enfrentados pelos
negros ao longo dos tempos, mas também de celebração das conquistas e da luta contínua por uma
sociedade mais justa e igualitária. Juntos, iremos reafirmar nosso compromisso com o respeito mútuo,
a inclusão e a construção de um futuro em que todos tenham as mesmas oportunidades e direitos.
Venha fazer parte dessa caminhada transformadora, onde cada passo representa um avanço em
direção à verdadeira liberdade!

− FALAS EDUCACIONAIS!

• "A igualdade racial é um direito fundamental de todos os cidadãos, e juntos podemos


promovê-la."
A igualdade racial é um pilar fundamental de uma sociedade justa e inclusiva, onde todos os cidadãos
têm o direito de serem tratados com dignidade e respeito, independentemente da cor da sua pele. É
uma busca constante que exige o engajamento de cada indivíduo, pois somente juntos podemos
promover essa igualdade. Reconhecer a importância desse direito é dar voz àqueles que foram
historicamente marginalizados e criar um ambiente onde todos possam prosperar sem serem limitados
por preconceitos ou discriminações. Ao promover a igualdade racial, estamos construindo um futuro
mais justo e equitativo para todos, onde cada pessoa possa ser valorizada pelo seu caráter e talento,
sem ser julgada pela cor da sua pele. É um compromisso que deve estar enraizado em nossas ações
diárias, educando-nos sobre a história e as contribuições dos negros, desconstruindo estereótipos e
trabalhando para eliminar qualquer forma de discriminação racial. Juntos, podemos criar uma
sociedade onde a igualdade racial seja uma realidade concreta e duradoura.

A riqueza da diversidade étnico-racial e reafirmamos nosso compromisso com a


inclusão."
A riqueza da diversidade étnico-racial é um tesouro que enriquece nossa sociedade, trazendo
diferentes perspectivas, experiências e culturas. Ao reafirmarmos nosso compromisso com a inclusão,
reconhecemos que cada indivíduo, independentemente de sua origem étnica ou racial, tem o direito de
ser valorizado, respeitado e ter igualdade de oportunidades. Ao abraçar essa diversidade, estamos
construindo uma comunidade mais forte e harmoniosa, onde todos têm espaço para serem ouvidos,
representados e celebrados. É um compromisso contínuo que requer ações concretas para combater o
preconceito, o racismo e a discriminação, criando um ambiente inclusivo onde todos possam
prosperar e contribuir plenamente. Juntos, podemos construir uma sociedade onde a diversidade
étnico-racial seja verdadeiramente valorizada e celebrada .
• CONSCIÊNCIA NEGRA
A consciência negra é, basicamente, o orgulho da cor da pele negra. A ideia foi extraída dos
movimentos sociais que lutam contra o racismo e pela igualdade racial.
"Muitas pessoas, erroneamente, dizem que não se deve celebrar a consciência negra, e sim a
consciência humana. Isso, no entanto, é uma ideia que pode até ter surgido com boas
intenções, mas acabou prestando um desserviço à luta contra o racismo e a favor da igualdade
racial. Historicamente a sociedade sustentou-se por meio de uma relação desigual entre
pessoas por vários fatores. Os principais fatores de desigualdade são: gênero; cor da pele;
sexualidade; condição socioeconômica.

"No Brasil, a história da consciência negra culminou na criação do Dia Nacional da


Consciência Negra, uma data que celebra a negritude e a luta da população preta de nosso
país. No entanto, a história por trás disso é mais longa. Ainda no século XIX (19), negros
alforriados e seus filhos, muitos dos quais tiveram a oportunidade de estudar (como o
advogado e jornalista Luiz Gama, o patrono da abolição da escravatura no Brasil),
impulsionaram o movimento abolicionista, que advogava pelo fim da escravidão em nosso
país.

Intelectuais e políticos brancos também endossaram o movimento. No dia 13 de maio de


1888, não conseguindo mais resistir à pressão interna do movimento abolicionista e nem à
pressão externa promovida principalmente pela Inglaterra, a Princesa Isabel assinou a Lei
Áurea, abolindo a escravatura em nosso país.

A trajetória dos ex-escravos libertos não foi fácil. Eles não tiveram direito à terra nem a
qualquer tipo de indenização. Começaram a viver à margem da sociedade, iniciando a difícil
trajetória da população preta após a abolição em nosso país. Mesmo compondo uma
comunidade em sua maioria pobre e marginalizada, a cultura negra, com suas ricas raízes
africanas, continuou se desenvolvendo.

Em 1971, o professor, escritor, pesquisador e militante negro Oliveira Silveira organizou um


grupo de estudo e apreciação da cultura e da literatura negra em Porto Alegre com outras
pessoas interessadas no assunto. O grupo propôs a criação de uma data comemorativa que
simbolizasse a união e a luta do povo negro. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o dia
da morte de Zumbi dos Palmares, personalidade considerada símbolo de luta e resistência
contra a escravidão.

O grupo sofreu certa perseguição, pois, na ocasião de seu nascimento, o Brasil vivia o auge
dos chamados anos de chumbo da Ditadura Militar. No entanto, os movimentos sociais que
atuavam em defesa da população negra cresciam cada vez mais em nosso país. Em 1978,
inclusive, foi criado no Brasil o Movimento Negro Unido (MNU).

Em 1988 foi promulgada a atual Constituição Federal de nosso país, apelidada pelo deputado
Ulysses Guimarães como Constituição Cidadã. Ela recebeu esse carinhoso apelido por ser
resultado de uma intensa consulta popular de vários setores da sociedade, representados por
deputados e por movimentos sociais que puderam participar das sessões de criação e votação
do texto constitucional. Um dos princípios estabelecidos na constituição é a igualdade e o
veto à discriminação por qualquer motivo, inclusive racial.
Em 1989 foi promulgada a Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que dispõe contra o
preconceito racial, tornando a discriminação racial, de cor, de religião ou nacionalidade um
crime passível de punição penal.

Entre embates judiciais, leis e a luta dos movimentos, o sentimento de empoderamento e a


necessidade de se celebrar a africanidade cresciam cada vez mais, aumentando a necessidade
de se criar uma lei que determinasse a data proposta na década de 1970 como uma data
comemorativa."

"Consciência negra e o Zumbi dos Palmares


Zumbi dos Palmares é tido como uma das maiores personalidades representativas da força e
da luta da população negra em nosso país. Muito pouco se sabe sobre a história de Zumbi,
inclusive muitos dados são apontados como lendas. No entanto, a representatividade de
Zumbi coloca-o como um herói e une a comunidade negra em prol da defesa de seus valores
e de sua cultura.

Zumbi teria liderado por anos o Quilombo dos Palmares, um complexo de quilombos na
região da Serra da Barriga. Na época, a região pertencia à Capitania de Pernambuco, sendo
atualmente o estado de Alagoas.

Dados apontam que a morte de Zumbi teria ocorrido em 20 de novembro de 1695, em


combate e fuga. Daí veio a escolha do dia 20 de novembro como data de celebração do Dia
Nacional da Consciência Negra no Brasil.

Dia da Consciência Negra


A Lei n.º 12.519, de 10 de novembro de 2011, instituiu o dia 20 de novembro como o Dia
Nacional da Consciência Negra. É um dia voltado para a reflexão sobre o que movimenta a
criação da data. O dia 20 de novembro não é um feriado nacional, mas alguns estados e
municípios adotaram a data como feriado."

Diferença simbólica entre o Dia da Abolição da Escravatura e


o Dia da Consciência Negra
Dia da Abolição da Escravatura e Dia da Consciência Negra são importantes datas
comemorativas do Brasil, mas que possuem significados distintos para o movimento negro.
O Dia da Abolição da Escravatura e o Dia da Consciência Negra são importantes datas para
a história brasileira e tratam do racismo e da luta contra a escravidão. Ainda assim, as duas
datas são enxergadas de maneira diferente pelos movimentos negros do Brasil.
O 13 de maio é uma data que ressalta a necessidade de luta contra o racismo, uma vez que a
abolição não foi acompanhada de melhorias para os negros do Brasil, que foram apagados
ainda do processo de abolição.
O Dia da Consciência Negra, por sua vez, é uma data de luta mas também de celebração, pois
ressalta o papel dos negros na formação do Brasil, além do seu papel de protagonismo na luta
contra o racismo e a escravidão. Essa data, celebrada em 20 de novembro, relembra a morte de
Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, em 1695.
Afinal, o que é racismo?

"Racismo é a denominação da discriminação e do preconceito (direta ou indiretamente)


contra indivíduos ou grupos por causa de sua etnia ou cor. É importante ressaltar que o
preconceito é uma forma de conceito ou juízo formulado sem qualquer conhecimento prévio
do assunto tratado, enquanto a discriminação é o ato de separar, excluir ou diferenciar
pessoas ou objetos."

Resumo
• O 13 de maio não é uma data de celebração para os movimentos negros no Brasil.
• O dia 20 de novembro é a data preferida pelos movimentos negros para celebrar a
cultura e história negras no Brasil.
• A abolição é vista de maneira crítica, pois apagou a luta dos negros contra a escravidão
e porque não promoveu melhorias na vida dessas pessoas no Brasil.
• O Dia da Consciência Negra relembra a morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de
novembro de 1695.
• O Dia da Consciência Negra é feriado em muitas cidades brasileiras.

Existe diferença nas celebrações do Dia da Abolição da Escravatura e do Dia da


Consciência Negra?
O Dia da Abolição da Escravatura, celebrado em 13 de maio, e o Dia da Consciência Negra,
celebrado em 20 de novembro, são importantes datas no calendário brasileiro e remontam
a acontecimentos importantes da história brasileira. A primeira remete à proibição da
escravidão no Brasil, por meio da Lei Áurea, e a segunda se refere à morte de Zumbi dos
Palmares.
Nos dois casos, as datas se relacionam com a escravidão no Brasil e a luta da população negra
contra essa instituição que existiu por mais de 300 anos. Apesar de as datas tratarem da luta
dos negros contra a escravidão e o racismo no Brasil, os movimentos negros as enxergam de
maneira distinta.
Primeiramente, o Dia de Abolição da Escravatura remonta ao decreto da Lei Áurea, em 13 de
maio de 1888. Essa lei, assinada pela princesa Isabel, determinou o fim da escravidão no Brasil
sem que os donos de escravizados recebessem indenização do Estado. Estima-se que 720 mil
escravizados tenham recebido sua liberdade com essa lei.
O que foi a abolição da escravatura?
A abolição da escravatura, como mencionado, determinou, em 13 de maio de 1888, o fim da
escravidão no Brasil, libertando todos os escravizados no território nacional. Seus antigos
donos não receberam nenhuma indenização e cerca de 720 mil escravos conquistaram a
liberdade com a Lei Áurea.
Essa lei foi assinada pela princesa Isabel, princesa regente do Brasil, pois seu pai, d. Pedro II,
estava em viagem para a Europa. A assinatura foi recebida com festa pela população, pois
concretizou uma luta popular que se arrastava por décadas, em especial na de 1880.
Esse movimento foi operado pelos próprios escravizados, que fugiam e se rebelavam, mas
também pelo movimento abolicionista, que utilizou diferentes estratégias para dar força à
causa. A população, em especial as das principais cidades, também apoiou o fim da escravidão.
No fim, a abolição era inevitável e acabou sendo a saída adotada pela monarquia.
Os negros não receberam suporte, como mencionado, e seguiram sofrendo com o racismo e a
falta de oportunidades. Para saber mais sobre o processo de abolição, clique aqui.
O que é o Dia da Consciência Negra?
O Dia da Consciência Negra é uma data comemorativa que existe no Brasil e que procura
celebrar a cultura negra e sua importância na formação de nosso país, assim como é um
momento para relembrar toda a luta dos negros contra a escravidão e o racismo estabelecido
em nossa sociedade.
Essa data é celebrada em 20 de novembro, dia em que Zumbi dos Palmares foi morto, em
1695. Zumbi foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior da história brasileira e
conhecido por resistir por cerca de um século aos ataques portugueses. Essa data foi sugerida
por movimentos negros como um contraponto à celebração do 13 de maio.
A data foi oficialmente dada como comemorativa em 2011 e é considerada feriado em
algumas cidades do Brasil.

"Tipos de racismo
→ Preconceito e discriminação racial ou crime de ódio racial
Nessa forma direta de racismo, um indivíduo ou grupo manifesta-se de forma violenta física
ou verbalmente contra outros indivíduos ou grupos por conta da etnia, raça ou cor, bem como
nega acesso a serviços básicos (ou não) e a locais pelos mesmos motivos. Nesse caso, a lei
7716, de 1989, do Código Penal brasileiro prevê punições a quem praticar tal crime.

→ Racismo institucional
De maneira menos direta, o racismo institucional é a manifestação de preconceito por parte
de instituições públicas ou privadas, do Estado e das leis que, de forma indireta, promovem a
exclusão ou o preconceito racial. Podemos tomar como exemplo as formas de abordagem de
policiais contra negros, que tendem a ser mais agressivas. Isso pode ser observado nos casos
de Charlottesville, na Virgínia (EUA), quando após sucessivos assassinatos de negros
desarmados e inocentes por parte de policiais brancos, que alegavam o estrito cumprimento
do dever, a população local revoltou-se e promoveu uma série de protestos.

→ Racismo estrutural
De maneira ainda mais branda e por muito tempo imperceptível, essa forma de racismo tende
a ser ainda mais perigosa por ser de difícil percepção. Trata-se de um conjunto de práticas,
hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes e que promove, direta ou
indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Podemos tomar como exemplos duas
situações:

1. O acesso de negros e indígenas a locais que foram, por muito tempo, espaços exclusivos da
elite, como universidades. O número de negros que tinham acesso aos cursos superiores de
Medicina no Brasil antes das leis de cotas era ínfimo, ao passo que a população negra estava
relacionada, em sua maioria, à falta de acesso à escolaridade, à pobreza e à exclusão social.

2. Falas e hábitos pejorativos incorporados ao nosso cotidiano tendem a reforçar essa forma
de racismo, visto que promovem a exclusão e o preconceito mesmo que indiretamente. Essa
forma de racismo manifesta-se quando usamos expressões racistas, mesmo que por
desconhecimento de sua origem, como a palavra “denegrir”. Também acontece quando
fazemos piadas que associam negros e indígenas a situações vexatórias, degradantes ou
criminosas ou quando desconfiamos da índole de alguém por sua cor de pele. Outra forma de
racismo estrutural muito praticado, mesmo sem intenção ofensiva, é a adoção de eufemismos
para se referir a negros ou pretos, como as palavras “moreno” e “pessoa de cor”. Essa atitude
evidencia um desconforto das pessoas, em geral, ao utilizar as palavras “negro” ou “preto”
pelo estigma social que a população negra recebeu ao longo dos anos. Porém, ser negro ou
preto não é motivo de vergonha, pelo contrário, deve ser encarado como motivo de orgulho, o
que derruba a necessidade de se “suavizar” as denominações étnicas com eufemismos.

Racismo e preconceito
Não podemos resumir preconceito a racismo, visto que o preconceito pode advir de várias
outras diferenças, como gênero, local de origem e orientação sexual. Porém, o racismo é uma
forma de preconceito e, como as outras formas, manifesta-se de diversas maneiras, fazendo
vítimas todos os dias.

Segundo a Revista Retratos, seção do site Agência de Notícias IBGE, vinculado ao Governo
Federal, no senso do IBGE de 2016, os autodeclarados pretos ou pardos ainda eram maioria
nos índices de analfabetismo e desemprego e obtinham menor renda mensal. Isso implica,
segundo o site, a manutenção de um sistema excludente, que só poderia ser resolvido,
segundo o Prof. Dr. Otair Fernandes, sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos
Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(Leafro/UFRRJ), com a adoção de políticas públicas afirmativas para valorizar quem foi
sistematicamente marginalizado e excluído da sociedade durante tanto tempo. Nesse caso,
seriam necessárias mais que atitudes individuais (de conscientização), mas uma atuação dos
poderes públicos para promover políticas de inserção e não exclusão dos pretos e pardos no
Brasil.

O preconceito racial não é exclusivo do Brasil, visto que, em maior ou menor escala, todos os
países colonizadores e colonizados apresentam, em algum grau, índices de preconceito racial
contra negros ou, no caso de países colonizados, nativos daquele local. Também é importante
ressaltar que uma ação de preconceito somente é considerada racista quando há uma
utilização sistêmica e baseada em uma estrutura de poder e dominação contra a etnia da
vítima.

Causas do racismo
A discriminação pela origem pode ser reportada desde a Antiguidade, quando povos gregos e
latinos classificavam os estrangeiros como bárbaros. A origem da designação do preconceito
de raça, em específico, é mais nova, tendo sido alavancada nos séculos XVI e XVII pela
expansão marítima e colonização do continente americano. O domínio do “novo mundo”
(assim chamado pelos europeus), o genocídio dos povos nativos e a escravização sistêmica de
povos africanos geraram um movimento de tentativa de justificação de tais relações de poder
por uma suposta hierarquia das raças.

Os europeus consideravam, em sua visão eurocêntrica, que povos de origem europeia nata
seriam mais inteligentes e capazes para dominar e prosperar, enquanto os negros e indígenas
foram, por muitas vezes, considerados animais.

No século XIX, com o impulso positivista sobre as ciências, teorias científicas racistas
surgiram para tentar hierarquizar as raças e provar a superioridade da raça branca pura. O
filósofo, diplomata e escritor francês Arthur de Gobineau (1816-1882) é um dos que mais se
destacaram nesse cenário com o seu Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas.

Surgiu também no século XIX um estudo baseado na antropologia, na fisiologia e na


psicologia chamado de craniometria ou craniologia. Tal estudo consistia em retirar medidas
de crânios de indivíduos e comparar as medidas com dados como propensão à violência e
coeficientes de inteligência. Hoje em dia, contudo, os estudos sérios tanto com embasamento
sociológico e psicológico quanto com embasamento genético não dão mais crédito às teorias
racistas do século passado. O nazismo alemão e entidades como a Klu Klux Klan, nos
Estados Unidos, utilizaram e utilizam essas teorias raciais ultrapassadas para justificar a
supremacia da raça branca.

"Racismo no Brasil
Quando a Lei Áurea foi promulgada, em 13 de maio de 1888, ficou proibida a escravização
de pessoas dentro do território brasileiro. O Brasil foi o último grande país ocidental a
extinguir a escravidão e, como aconteceu na maioria dos outros países, não se criou um
sistema de políticas públicas para inserir os escravos libertos e seus descendentes na
sociedade, garantindo a essa população direitos humanos, como moradia, saúde e
alimentação, além do estudo formal e posições no mercado de trabalho.

Os escravos recém-libertos foram habitar os locais onde ninguém queria morar, como os
morros, na costa da Região Sudeste, formando as favelas. Sem emprego, sem moradia digna e
sem condições básicas de sobrevivência, o fim do século XIX e a primeira metade do século
XX do Brasil foram marcados pela miséria e sua resultante violência entre a população negra
e marginalizada.

Quanto à população indígena sobrevivente do genocídio promovido contra o seu povo, havia
cada vez mais invasão de suas terras e desmembramento de suas aldeias. Essas ações
sistêmicas promoveram e sustentam até hoje a exclusão racial em nosso país, o que resultou
em diversos estudos sociológicos. Dentre eles, destacamos os estudos de dois pensadores
brasileiros:"

"→ Gilberto Freyre (1900-1987)


O historiador, sociólogo e escritor pernambucano, oriundo de família rica e tradicional,
escreveu a primeira grande obra brasileira que trata das relações entre senhores e escravos no
período colonial e imperial no Brasil, o livro Casa Grande e Senzala, publicado em 1936.
Apesar do grande destaque que os escritos freyreanos ganharam na Sociologia brasileira, suas
teorias centrais são muito criticadas por falarem de uma suposta formação nacional baseada
em uma democracia racial existente nas relações entre negros e brancos.

Freyre não utiliza o termo “democracia racial” em Casa Grande e Senzala, mas descreve
relações amistosas entre brancos e negros baseando-se na miscigenação do povo brasileiro,
característica pouco comum em outros países que tiveram escravos de origem africana. O
autor fala sobre um sistema de relações de poder nítido no período colonial, no qual a
sociedade patriarcal privilegiava os homens, inclusive no caso de escravismo, pois a mulher
negra seria a última na cadeia hierárquica.

Quando o senhor escolhia as escravas com quem ele queria relacionar-se, e isso era comum,
as senhoras acabavam tomando rancor dessas escravas e maltratando-as. Assim, a visão de
Freyre de uma democracia pela miscigenação não se sustenta, pois, segundo Ronaldo
Vainfas, historiador e professor brasileiro, é “por constatar que os portugueses se sentiram
sexualmente atraídos por índias, negras e mulatas que Freyre deduz, equivocadamente, a
ausência de preconceito racial entre estes colonizadores”.

Essa miscigenação, fruto daquela suposta atração sexual dos colonizadores pelas negras e
pelas índias, foi, na verdade, causa de estupros sistêmicos e de relações abusivas dos
senhores, tratando as mulheres negras e indígenas como meros objetos.

Falando a respeito da ideia de hegemonia e superioridade da raça branca, ideologia em alta na


Europa por causa do regime nazista, do fascismo na Itália e com ecos até aqui no Brasil, com
o Integralismo, Freyre ainda argumenta contrariamente, dizendo que a miscigenação é que
provocaria o melhoramento racial, o que resultaria no melhoramento e no enriquecimento
genético dos brasileiros e que comporia a grande diversidade da formação social brasileira.

"→ Florestan Fernandes (1920-1995)


Sociólogo e político paulista formado pela Universidade de São Paulo (USP), Florestan
Fernandes veio de família humilde. Filho de mãe solteira e tendo que trabalhar desde sua
infância, a sua produção intelectual voltou-se, em vários períodos, para pessoas de sua origem
social. Crítico das ideias de Gilberto Freyre, Fernandes dedicou-se a estudar as relações entre
miséria e a população negra no Brasil.

Sua tese de livre-docência, defendida na Universidade de São Paulo e intitulada A Integração


do Negro na Sociedade de Classes, trata do racismo sistêmico e da persistente segregação dos
negros na economia brasileira, que, na visão do pensador, começou com a escravidão e nunca
foi superada.

A visão de Florestan Fernandes abre espaço para críticas em relação à democracia racial
proposta por Gilberto Freyre e abre os olhos de intelectuais e autoridades sobre o racismo
estrutural no Brasil. O fato é que houve, por aqui, um predomínio muito forte do racismo
estrutural, durante anos imperceptível, ao passo que nos Estados Unidos havia um sistema
oficial de segregação de raças, o que levou a um grande levante negro contra a discriminação.
Nos Estados Unidos, personalidades como Martin Luther King, Rosa Parks, Muhammad Ali
e Malcolm X, além de movimentos radicais como os Panteras Negras, lutavam, uns
utilizando-se da resistência pacífica e outros do combate, contra a segregação.

"Lei para crime de racismo


Em janeiro de 1989, foi sancionada a lei nº 7716, que tipifica como crime qualquer
manifestação, direta ou indireta, de segregação, exclusão e preconceito com motivação racial.
Essa lei representa um importante passo na luta contra o preconceito racial e prevê penas de
um a três anos de reclusão aos que cometerem crimes de ódio ou intolerância racial, como
negar emprego a pessoas por sua raça ou acesso a instituições de ensino e a estabelecimentos
públicos ou privados abertos ao público. Quando o crime de incitação ocorrer em veículos de
comunicação, a pena pode chegar a cinco anos. Essa lei também torna crime a fabricação,
divulgação e comercialização da suástica nazista para fins de preconceito racial.

Desde 2015, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei do então Senador da República
Paulo Paim (PT – RS) que modifica o Código Penal brasileiro, tornando o racismo um
agravante para outros crimes. Se implantado, o projeto de lei resultará em penas mais severas
para os crimes de lesão corporal e homicídio, quando estes resultarem de ódio e preconceito
racial.

Racismo reverso
Ultimamente, uma discussão que tem levantado opiniões divergentes nas redes sociais e na
mídia em geral é se existe ou não o chamado racismo reverso. Racismo reverso seria a forma
clássica de preconceito motivado pela raça, cor ou etnia, porém, contra brancos, ou de negros
contra brancos. Os que concordam com esse posicionamento tendem a utilizá-lo como uma
defesa, alegando que, muitas vezes, pessoas negras tecem ofensas racistas contra pessoas
brancas. Para esclarecer esse assunto, precisamos observar alguns pontos.

Primeiro, o que é considerado racismo vai muito além de ofensas verbais. Temos um longo
processo de segregação, muitas vezes institucionalizado, que mantém uma cadeia de exclusão
dos negros da sociedade, da educação e da economia, os quais, na maior parte dos casos
(inclusive na África do Sul, país com 40% da população branca), são dominadas por brancos.

Em segundo lugar, é preciso levar em conta os fatores históricos. Os negros foram


sistematicamente escravizados, tratados como animais e, após a abolição do escravismo nos
países ocidentais, excluídos e marginalizados. Isso significa dizer que existe uma cadeia de
fatores históricos que tornam o preconceito e o ódio contra negros (e contra índios, que
viveram situações similares) racismo.

Houve, inclusive, tentativas científicas de justificar tal prática. No entanto, nunca houve um
momento na história moderna e contemporânea em que os brancos fossem escravizados por
negros, tratados como animais e marginalizados social e economicamente. Por isso, é
complicado tratar uma ofensa racial isolada contra pessoas brancas com a mesma gravidade
com que se trata o racismo contra os negros e indígenas. Além disso, o racismo tende a ser
ativo, enquanto o que se chama de racismo reverso, reativo, visto que ele resulta de um
sistema racista que exclui as populações não brancas há anos.
De qualquer modo, a lição que podemos tomar é que o preconceito, a discriminação e o ódio
contra quem é diferente (pela cor, religião, nacionalidade ou até pela orientação sexual) não
deve ter mais espaço em nossa sociedade. O século XXI deve procurar o progresso, e o
preconceito somente representa o atraso.

Leia também: Escravidão no Brasil: formas de resistência

Racismo na escola
Infelizmente, o racismo ainda ocorre dentro da escola, podendo manifestar-se de maneira
nítida e explícita ou de maneira disfarçada. Encontramos casos de discriminação racial
cometidos por estudantes, por e servidores das instituições e por pais e mães de alunos contra
os servidores escolares. Esse tipo de manifestação direta de racismo por parte das instituições
foi comum em tempos mais antigos, quando a discriminação racial não era crime no Brasil ou
quando a segregação racial oficial ainda acontecia – nos Estados Unidos, por exemplo.

Além do racismo explícito, casos de racismo estrutural são ainda frequentes nas instituições
escolares brasileiras. Um exemplo disso é a discriminação contra os cortes de cabelo ou
penteados afro, como o black power, tanto para meninas quanto para meninos negros. Outro
exemplo é a manifestação de preconceito racial por meio da intolerância religiosa, quando
praticada contra religiões de origem africana.

"Em seu livro Responsabilidade e Julgamento, a filósofa judia alemã, refugiada e erradicada
nos Estados Unidos, Hannah Arendt, escreve um capítulo chamado Reflexões sobre Little
Rock, dedicado a comentar sobre um fato ocorrido na cidade de Nova Orleans, em 1960. A
pequena estudante Ruby Bridges, que com apenas seis anos de idade foi uma das seis
crianças negras aprovadas para estudar em escolas frequentadas apenas por brancos em Nova
Orleans, sofreu com o preconceito na escola, que, até então, era exclusiva para pessoas
brancas.

A comunidade foi contra, e muitos alunos e familiares de alunos ameaçaram a família de


Ruby. Alunos saíram da escola, e quase todos os professores recusaram-se a lecionar para
Ruby, com exceção da professora Barbara Henry, que teria lecionado sozinha para a
garotinha por mais de um ano.

Dwight Eisenhower, presidente dos Estados Unidos que contribuiu significativamente para o
fim da segregação racial nas escolas e nas forças armadas americanas, designou quatro
agentes federais que ficaram responsáveis por cuidar da segurança de Ruby em seu início
escolar. Os policiais acompanhavam a menina no trajeto de casa à escola e ainda tinham que
cuidar de sua segurança dentro da escola. Durante muito tempo, por medida de segurança,
Ruby comeu apenas a comida trazida de casa para evitar possível envenenamento caso
comesse o lanche oferecido pela instituição.

Leia também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Casos de racismo
Casos de racismo chamaram a atenção dos brasileiros por envolverem pessoas famosas ou
terem sido compartilhados nas redes sociais. Podemos destacar o caso do goleiro Aranha,
então jogador do Santos, que em 2014 foi chamado de “macaco” por vários torcedores do
Grêmio após o time sofrer derrota em um jogo da Copa do Brasil. O caso foi filmado,
medidas legais foram tomadas, e o Grêmio foi expulso da Copa do Brasil.

Houve também, em 2015, uma ocorrência de discriminação racial em uma loja de grife
situada na Rua Augusta, em São Paulo, em que um menino negro, filho adotado de um
cliente branco, ouviu da atendente que ele deveria sair e não poderia ficar ali (na calçada,
próximo à entrada da loja).

Infelizmente, o racismo é recorrente, e essa notoriedade negativa de certos casos ainda


representa uma pequena parcela do racismo brasileiro. Nesses casos, as vítimas somente
foram reconhecidas, amparadas e levantaram a opinião pública contra a discriminação racial
porque havia pessoas instruídas e amparadas por um status social que os permitia ter voz. E
os casos de racismo que nunca aparecerão na mídia? E os casos de pessoas ofendidas,
discriminadas, violentadas e mortas, nas periferias e nos interiores, por representantes do
Estado e por civis? Esses casos ainda são inúmeros e devem também chamar a atenção
popular."

"Resistência à escravidão
A resistência à escravidão por meio das revoltas, conforme pontua o historiador João José
Reis, não visava, exclusivamente, a acabar com o regime de escravidão, mas, dentro do
cotidiano dos escravos, poderia ser utilizada como instrumento de barganha. Sendo assim,
essas revoltas dos escravos buscavam, muitas vezes, corrigir excessos de tirania dos senhores,
diminuir o nível de opressão ou punir feitores excessivamente cruéis|1|.

Muitas pessoas têm uma imagem de que os escravos africanos aceitavam a escravização de
maneira passiva, mas os historiadores nos contam que a história foi bem diferente e os
escravos organizaram-se de diferentes maneiras para colocar limites à violência a que eram
submetidos no seu cotidiano.

Entre as diferentes formas de resistência dos escravos podem ser mencionadas as fugas
coletivas, ou individuais, as revoltas contra feitores e seus senhores (que poderia ou não ter o
assassinato desses), a recusa em trabalhar, a execução do trabalho de maneira inadequada,
criação de quilombos e mocambos etc.

A resistência contra a escravidão já começava no embarque dos africanos nos navios


negreiros. O risco de revoltas dos africanos nos navios negreiros era tão alto que os
traficantes de escravos diminuíam, deliberadamente, as porções de comida para reduzir as
possibilidades de revoltas, que aconteciam, geralmente, quando o navio estava próximo da
costa.

As revoltas dos africanos nos navios negreiros eram tão comuns que os traficantes tinham na
tripulação do navio intérpretes que falavam os idiomas dos africanos e poderiam alertar em
caso de possibilidade de revolta dos aprisionados. As revoltas, porém, não se resumiam
apenas aos navios negreiros. Aqui no Brasil, inúmeras revoltas aconteceram, conforme
veremos.
Os historiadores costumam apontar que os escravos africanos eram mais combativos que os
escravos crioulos (nascidos no Brasil), porque muitos dos africanos vinham de povos que
tinham um grande histórico recente de envolvimento com o combate e a guerra. Esse foi o
caso de nagôs e haussás. Apesar disso, os escravos crioulos também se rebelavam e, ao longo
de nossa história, existem inúmeros exemplos disso.

Vejamos a seguir alguns exemplos de revoltas ao longo de nossa história.

Revoltas violentas
"Entre os exemplos de revoltas violentas que aconteceram, pode ser mencionada uma revolta
que aconteceria na Bahia em 1807, mas que foi sufocada antes de se iniciar. Essa revolta foi
descoberta em maio de 1807, e os escravos que se rebelariam planejavam dominar a cidade
de Salvador. Além disso, entre os planos dos escravos constava o ataque a igrejas católicas e
destruição de imagens dos santos.

Essa revolta foi planejada por escravos haussás que também planejavam instaurar um líder
muçulmano no poder. Também na Bahia, em 1814, outra revolta violenta foi realizada pelos
africanos, na qual os revoltosos reunidos em um quilombo foram para as fazendas na região
reunir-se com escravos que estavam os esperando. Depois, passaram a destruir tudo o que
encontravam pelo caminho, incluindo uma vila chamada Itapuã. Acabaram sendo reprimidos,
posteriormente, e alguns dos envolvidos foram executados.

Outra revolta que estava sendo organizada pelos escravos, mas que acabou sendo descoberta
e duramente reprimida, foi a que ocorreu em Campinas, em 1832. Na ocasião, as autoridades
descobriram que uma grande revolta de escravos estava para acontecer em 15 grandes
propriedades da região. Nessa revolta, os escravos planejavam matar os seus senhores para
conquistarem a sua liberdade.

Fugas
As fugas eram uma outra estratégia utilizada pelos escravos e poderiam ser individuais e
coletivas. As fugas individuais eram mais complicadas, porque aquele que a realizasse só
conseguiria ter sucesso caso se embrenhasse no mato e lá sobrevivesse.

Muitos procuravam alcançar grandes quilombos estabelecidos. As fugas individuais


tornaram-se uma estratégia comum no século XIX, como as fugas dos escravos eram
constantes, eles se instalavam em grandes cidades – como Salvador – e passavam-se por
libertos.

As fugas foram uma estratégia de resistência muito comum nas décadas de 1870 e 1880, por
conta do fortalecimento do movimento abolicionista. Os escravos sentiam-se motivados a
fugir e muitas vezes eram de fatos incentivados por outros escravos que haviam fugido ou por
integrantes de associações abolicionistas, que davam suporte para escravos que fugiam.

O historiador Walter Fraga afirma que, na década de 1870, intensificaram as fugas com o
objetivo de acionar as autoridades para mediar conflitos com seus senhores. Walter Fraga cita
que nessas fugas os escravos “recorriam às autoridades policiais para pedir proteção nas
disputas judiciais, interditar a venda […] de parentes, mediar conflitos com os senhores e
denunciar maus-tratos”|2|.

Os escravos que fugiam e mudavam-se para as cidades tinham como objetivo camuflar-se em
meio à população negra presente e buscavam encontrar todo tipo de emprego que fosse
possível de ser executado.

Acesse também: Saiba mais detalhes sobre como foi a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea

Quilombos
Outra forma de resistência dos escravos foi com a formação de quilombos e mocambos. As
duas palavras têm origem em idiomas africanos. Mocambo significa “esconderijo”, enquanto
que quilombo era utilizado para se referir a um acampamento militarizado. Essa estrutura
surgiu no Brasil, em meados do século XVI, e se popularizou depois do Quilombo dos
Palmares.

O primeiro quilombo registrado, conforme afirma o historiador Flávio dos Santos Gomes,
surgiu em 1575 na Bahia|3|. Na visão dos portugueses e colonos, os quilombos eram
basicamente agrupamentos que reuniam escravos fugidos. Os quilombos mantinham relações
comerciais importantes com outros quilombos e também com pessoas livres.

Existiam quilombos que sobreviviam do que era cultivado e do que era retirado das matas,
enquanto que outros optavam por sobreviver de assaltos e ataques contra a população livre
em estradas ou realizando ataque contra engenhos. Os quilombos desenvolviam-se em locais
isolados e de difícil acesso, e grande parte dos membros de um quilombo eram escravos
fugidos de uma mesma região ou de um mesmo senhor.

Alguns quilombos de destaque na história do Brasil foram o Quilombo dos Palmares,


Quilombo do Jabaquara, Quilombo Buraco do Tatu, Quilombo do Leblon. O Quilombo dos
Palmares foi o maior quilombo da história da resistência à escravidão no Brasil e chegou a
contar com 20 mil habitantes. Foram realizados ataques contra esse quilombo, ao longo de
todo o século XVII, e o último ataque, realizado em 1694, colocou fim a esse quilombo.

Os quilombos causavam grande temor nas autoridades coloniais e, por isso, foram duramente
reprimidos. O caso do Quilombo dos Palmares, novamente, foi simbólico, porque mobilizou
portugueses e holandeses (no período em que se instalaram em Pernambuco), mas resistiu
durante décadas.

Outras formas de resistência


A resistência dos escravos contra sua escravização não se resumia apenas nas formas
abordadas no texto, mas também incluíam suicídios, abortos (para impedir que seus filhos
fossem escravizados) e a simples desobediência. No caso da desobediência, Walter Fraga
menciona dois casos do final do século XIX que valem ser destacados|4|:

No Engenho Benfica, na Bahia, os escravos do conde Subaé recusaram-se a obedecer às


ordens do feitor para que realizassem a limpeza da plantação de cana. Os escravos recusaram-
se a trabalhar durante três dias seguidos – mesmo sendo punidos com castigos físicos.
No Engenho de São Bento de Inhatá, também na Bahia, os escravos rebelaram-se contra o
feitor após ele exigir que trabalhassem no domingo (dia do descanso). Na confusão, um dos
escravos e o feitor morreram."

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