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Resumo
Introdução
Essas famílias (brancos, que antes eram chamados de donos de escravos) agora
devem respeitar essas pessoas pretas (que foram escravizadas, humilhadas,
tratadas como lixo e escória, pessoas sem “alma”, como animais) como pessoas
iguais a elas. Essa é a questão. E talvez por isso o racismo ainda esteja tão
presente na atualidade, não superamos essa situação e os brancos ainda pensam
que são superiores.
Essa população preta foi perseguida no passado e seus descendentes ainda são
penalizados por erros cometidos pelos brancos, é o branco que se acha superior
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Abrem mão porque alguns ainda estavam nessas condições.
aos pretos. Essa perseguição se modificou durantes os anos a ponto de se tornar
quase natural, se antes a perseguição era com cães e capitães do mato, passando
pela proibição de acesso a terra para essas pessoas, hoje a perseguição é mais
sutil, focado no aparato legal ou mesmo nos olhares do cotidiano ou da intimidação
e humilhação na revista dos aeroportos, das quais majoritariamente as revistas são
realizadas em pessoas pretas.
Como essa população não foi assimilada pela sociedade, porque ao invés de dar
trabalho a elas, elas foram excluídas, convidaram imigrantes de outras
nacionalidades e a elas deram terras e sementes e aos pretos não deram nada.
Alguns pretos e pretas conseguiram sobreviver apesar dessa situação vendendo
quitutes ou com trabalho de ganho.
Outro fator apontado por Maricato é que a industrialização ocorrida no Brasil não
colaborou para uma classe trabalhadora forte, permitindo a ela acesso a boas
condições de vida e moradia, com salários baixos esses trabalhadores não tinham
acesso ao mercado imobiliário.
Salvador cidade preta e segregada
A lei municipal nº 9278/2017 oficializou os 170 bairros da capital, dos quais três são
ilhas, esses bairros foram divididos em 10 prefeituras bairro definidas como
unidades representativas da Prefeitura Municipal de Salvador, ver mapa 01. Os
bairros foram definidos a partir da identidade, pertencimento e o reconhecimento do
território como descrito pelo artigo 4º desta lei. Com base no Censo de 2010 a VII
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O censo demográfico aconteceria em 2020, porém foi adiado devido a pandemia da COVID-16 que
afetou o país e o mundo entre 2020 e 2022 de forma mais ativa, mesmo com as incertezas de
superação dessa situação o Censo foi realizado a partir de agosto de 2022. No entanto, os
problemas com a contratação de pessoal para trabalhar na coleta e a falta de ações coordenadas por
parte do poder público e da sociedade fizeram com que a coleta não fosse finalizada na data
prevista, em 31/10/2022, dessa forma a coleta se estendeu até março de 2023. Como os valores
populacionais interferem nos repasses realizados aos municípios, o IBGE optou por divulgar uma
prévia da população com dados coletados até o dia 25 de dezembro de 2022. Sendo assim, os
dados finais não foram divulgados até o momento presente.
prefeitura bairro Liberdade/São Caetano contém o maior número de habitantes, sendo
384.095 com densidade populacional bruta de 265,65 de habitantes por hectare.
Enquanto que a X Prefeitura Bairro Valéria é a que contém o menor número de
habitantes totalizando 79.047 com a menor densidade populacional entre as prefeituras
bairro com 31,21 habitantes por hectare.
Salvador já era um polo de atração por ser a capital do Estado da Bahia, mas esses
investimentos atraíram mão de obra para a cidade e para os municípios a seu redor
que formam a Região Metropolitana de Salvador. Uma grande quantidade de
pessoas gerou um “exército de reserva” sem qualificação, somado aos salários
baixos não favoreceram a redução das desigualdades, pelo contrário, geraram
“Uma metrópole desigual, com ilhas de afluência em um mar de pobreza” Carvalho
e Barreto, 2007, p. 255. E isso se manifesta no território.
Essas localidade concentram riquezas, pobreza e cores, são nas regiões mais ricas
da cidade que se concentram os brancos, e são nas regiões mais pobres que se
concentram os pretos e pardos, como podemos verificar no mapa 02. A Orla
Atlântica é o vetor que concentra o maior número de pessoas brancas, assim como
as maiores escolaridade e maiores salários. Já no subúrbio ferroviário há uma maior
concentração de pretos e pardos e pessoas com menores salários e menor
escolaridade.
Para Maricato (1996) o Estado age de forma paternalista e clientelista, quando uma
área é de interesse do mercado imobiliário essa área é reservada e se houver
ocupação ela poderá ser desocupada, em contrapartida o Estada permite a
ocupação de outras áreas que são desinteressante para esse grupo, por isso não
há ações para melhorar as condições de vida para essas pessoas permitindo até a
ocupação em áreas de risco como encostas e áreas de preservação ambiental.
Entende-se então que a cidade de Salvador tem uma herança ancestral de força e
luta por liberdade, mas que está permeada por um sistema global de acumulação e
exploração das pessoas, principalmente dos pobres e dos pretos. Identificar essas
relações e mudar essa realidade é o desafio do presente. As leituras do século XX
ajudam a compreender esses fenômenos e criar argumentos contra propostas do
presente, como vimos, o racismo resiste e os brancos afirmam que não existe e o
preto sofre na pele todos os dias.
Referências
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; BARRETO, Vanda Sá. Segregação residencial,
condição social e raçaem Salvador. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 0, n. 18, p.
251-273, jun. 2007. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/article/view/8737/6484. Acesso em: 05
jun. 2023.
Imagens
GUSMÃO, Hugo Nicolau Barbosa de. Mapa racial de pontos: cidade de salvador -
bahia. cidade de Salvador - Bahia. 2010. Disponível em:
https://desigualdadesespaciais.wordpress.com/2015/11/24/mapa-racial-de-salvador-
bahia/. Acesso em: 09 set. 2020.
Site
BBC News Brasil. Caso George Floyd: morte de homem negro filmado com
policial branco com joelho em seu pescoço causa indignação nos EUA. 2020.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52818817. Acesso
em: 05 nov. 2023.