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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Diversidade Étnico-Racial II
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DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL II
CONCEITOS IMPORTANTES PARA A PROVA

I – DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU ÉTNICO–RACIAL:


Discriminar é algo relacionado ao aspecto objetivo, é fazer, acontecer, não somente
do plano do pensamento, é realmente intervir em uma situação, ou seja, cometer uma
ação que, de fato traga uma diferença.
Porém, no Estatuto da Igualdade Racial é abordado que, discriminação racial ou
étnico racial é TODA distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o
reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qual-
quer outro campo da vida pública ou privada.
Vale ressaltar que o Estatuto da Igualdade Racial definiu a discriminação racial, étnico
racial, como na convenção internacional. Assim, tanto para a convenção internacional quanto
para o Estatuto da Igualdade Racial, discriminação racial, étnico racial são as mesmas coisas.
Considere como exemplo:

• Na contratação de uma vendedora, tem uma mulher branca e uma mulher negra,
muitas vezes a possibilidade dessa mulher branca ser contratada em detrimento da
mulher negra é real.
• No acesso de elevadores, alguns locais falam que empregados devem utilizar o ele-
vador de serviço e não o elevador social.

Então, isso é discriminar, não permitir que acesse um clube simplesmente pela cor
da pele. Muitas vezes é dito que não há vagas para não ser dizer que é pela cor da pele.

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Agenda Política:

21/03 - Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial;


O Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial é celebrado em 21 de março,
para reconhecer a batalha e as conquistas de direitos sociais para a população negra. A
data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre
de Sharpeville, que ocorreu na África do Sul em 1966 e deixou 69 vítimas fatais.
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Na África do Sul houve o apartheid, onde se tinha lugar de brancos e negros, isso
também ocorre nos Estados Unidos, onde se tem lugar de branco e de negros.
Já no Brasil o racismo é velado, é silenciado, pessoas dizem que não são racistas, mas
todo mundo conhece alguém que comete atos racistas. Assim, no Brasil é algo masca-
rado, exatamente por conta do processo de formação social histórica do país, que é dife-
rente do racismo nos Estados Unidos e o que foi diferente no racismo na África do Sul.
Dessa forma, a lei considera discriminação de raça, ou racismo, os seguintes elementos:

Existem outras formas de discriminação racial. Um indivíduo pode ser discriminado em razão
de suas crenças, expressões religiosas, idioma, roupas, costumes e tradições (População
indígena, judeus).

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Essas são algumas situações práticas do dia a dia que são consideradas discrimina-
ção de raça, discriminação étnico racial ou até mesmo o próprio racismo. Dificultando o
acesso de toda população negra a determinados serviços.

Formas sutis de Discriminação Racial:

II – DESIGUALDADE RACIAL:
Para o Estatuto da Igualdade Racial, é TODA situação injustificada de diferenciação
de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em
virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
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A diferença de discriminação étnico racial para a desigualdade racial é que a discrimi-
nação acontece por formas objetivas de discriminar, de separar, de segregar, de impedir
acesso, já a desigualdade é a consequência dessa discriminação, ou seja, se observarmos
ao redor, os dados estatísticos, essa população negra está em processo de exclusão.
Quem é a população que está no sistema carcerário brasileiro? A população negra.
Quem são os jovens que morrem muitas vezes pela polícia na favela, independente de
estarem no crime ou não? São jovens negros. Quem são as mulheres que desempenham
trabalhos domésticos, que são empregadas doméstica? São as mulheres negras.
Quem são as pessoas que de forma majoritária, ocupam o ensino superior brasileiro?
Pessoas brancas. E quem são as pessoas que ocupam as escolas públicas? Pessoas negras.

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Enfim, tudo isso é consequência da discriminação, a desigualdade é isso, toda situa-


ção injustificada de diferenciação de acesso e de fruição de bens e serviços.
A desigualdade racial é um fenômeno social que se refere à disparidade e injustiça
sistemática entre diferentes grupos étnico-raciais em termos de oportunidades, acesso
a recursos, poder e trabalho.
É fruto de preconceitos arraigados, discriminação e racismo, alguns até institu-
cionalizados.

III – DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA:


A desigualdade de gênero e raça é para falar sobre as mulheres negras, que estão na
base da pirâmide, não no topo. Então, essa desigualdade de gênero e raça é uma assi-
metria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
negras e os demais segmentos sociais.
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Vale a pena conferir – BRASIL RETRATO DAS DESIGUALDADES GÊNERO/RAÇA – https://
www.ipea.gov.br/retrato/pdf/primeiraedicao.pdf

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Como mostra a PESQUISA, hoje, no Brasil, 21% das mulheres negras são empregadas
domésticas e apenas 23% delas têm Carteira de Trabalho assinada – contra 12,5% das
mulheres brancas que são empregadas domésticas, sendo que 30% delas têm registro em
Carteira de Trabalho. Outro dado alarmante é que 46,27% das mulheres negras nunca pas-
saram por um exame clínico de mama – contra 28,73% de mulheres brancas que também
nunca passaram pelo exame. Tanto mulheres negras quanto brancas que estão no mercado
de trabalho têm escolaridade maior que a dos homens. Porém, isso não se reflete nos salá-
rios. A renda média mensal das mulheres negras no Brasil, segundo a última Pesquisa Nacio-
nal de Amostra por Domicílio, do IBGE (PNAD 2003), é de R$ 279,70 – contra R$ 554,60 para
mulheres brancas, R$ 428,30 para homens negros e R$ 931,10 para homens brancos.
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Com o intuito de eliminar ou proibir as discriminações fundadas em gênero e raça,
O Brasil assinou vários compromissos internacionais neste sentido, ratificou a CEDAW –
Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, o Pro-
tocolo Facultativo da CEDAW e quase todas as convenções da OIT. Também assinou uma
das mais antigas convenções internacionais, a CERD – Convenção Internacional para a
Eliminação da Desigualdade Racial.
Além disto, a Constituição de 1988 traz em seu corpo uma série de preceitos que
buscam garantir a igualdade entre todos e a não discriminação por qualquer motivo.
São exemplos desta questão o artigo 5º da CF que diz: “Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade...” (art. 5º, caput).
A Constituição deixa claro, também, que “homens e mulheres são iguais em direitos
e obrigações...” (art. 5º, I).
No art. 7º, inciso XXX, encontramos ainda: “proibição de diferença de salários, de exer-
cício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”.
Diante esses aspectos, sabe-se que no Brasil tem tratados que o país segue, além da
própria Constituição Federal e de outras legislações. Que visam dirimir as questões dis-
pares que existem para a população negra e para as mulheres negras.

Interseccionalidade de gênero e de raça – uma lupa, uma luz que permite olharmos a estrutura
da sociedade e falar sobre as marcações da mesma. Como o machismo e o racismo.
É importante saber que diante a constituição do Brasil e sua formação social histórica,
é possível destacar alguns autores como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, em
Casa Grande e Senzala, que trazem aspectos do negro no país. Porém não se fala tanto em

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questão das mulheres e isso causa uma discussão que é bem mais recente e que vai falar
sobre as definições de gênero em relação a essas discussões.
Assim, a interseccionalidade de gênero e de raça é poder pensar na formação social histórica
do país a partir desse viés, na estrutura do Brasil sobre o viés de um racismo estrutural e
de um Brasil sobre um viés do machismo, de um patriarcado, que vai definir as relações de
poder na sociedade e as relações desiguais em decorrência desse poder – relações dispares,
antagônicas, como a mulher se apresenta na sociedade e como ela é cobrada na sociedade;
como o homem é posicionado na sociedade e como ele é questionado na sociedade.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aline Menezes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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