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Resumo da cartilha.

Racismo Institucional

Integrantes: Ana Beatriz Errera dos Santos, Caio Augusto Elias


Oliveira, Diogo Batista Ribeiro, Dionizio Braga, Lísia Caroline de
Toledo Marinho, Luan Carlos Gazola da Silva Floriano, Rodrigo
Dias Alves, Sabrynny Santos, Thais Gabrieli Morgado Santana e
Vivian Dayane Elias de Miranda.

RACISMO INSTITUCIONAL:
O racismo institucional é algo mais sútil comparado aos outros tipos, pode passar
despercebido por ser discreto. Entretanto ele ocorre quando um grupo de
indivíduos é discriminado e fica em desvantagem, no trabalho, recebem mais
obstáculos e são tratados de forma divergente devido a sua cor e etnia.
Essa discriminação é tão problemática quanto as outras, já que além de gerar
sofrimento ao indivíduo, contribui à desigualdade em todos os campos da
sociedade.
Por essa razão, em 2005 foi criado o Programa de Combate ao Racismo
Institucional (PCRI) para fortalecer a capacidade do setor público de identificar e
prevenir esse racismo.
Percebe-se então que o racismo institucional pode ser entendido como o
fracasso de diversas instituições e organizações em promover um serviço
adequado às pessoas de cor, culturas, origens raciais e étnicas.

NOS SERVIÇOS DE SAÚDE:


Há diversas doenças que atingem pessoas da comunidade negra, muito pela
condição socioeconômica e pelo fator genético e hereditário, como a hipertensão
arterial, diabetes melito e anemia falciforme.
A própria Anemia Falciforme só foi considerada um problema de saúde pública
no Brasil a partir dos anos 90, com programas do governo que jogaram mais luz
encima disso.
Mesmo havendo conteúdos sobre a saúde da mulher e doenças, não há citações
de estudo sobre uma mulher negra. A medicina nacional não está preocupada,
não conhece os reais problemas de saúde da população negra e não estabelece
nenhuma política para atender esse público corretamente.

NA EDUCAÇÃO:
É muito debatido sobre a inclusão na rede escolar e se esses indivíduos
realmente se sentem incluídos no ambiente, pois a educação é um dos locais
em que o racismo mais ocorre e onde crianças negras sofrem discriminação
devido as suas características físicas, tais como seu tom de pele, cabelo e
traços.
A falta de personagens negros citados nas escolas contribui para isso, já que em
histórias, personagens ou autores de livros raramente são negros, a falta de
representação nas imagens de creches e as história dos tempos passados, onde
por sua maioria eram contadas do ponto de vista do autor branco.
Após reconhecerem o problema na área da educação, escolas públicas e
particulares, desde 2003, são obrigadas por lei a ensinar sobre a história afro-
brasileira e, desde 2008, sobre a história e cultura indígena. Em 2012, foram
criadas as cotas para escolas e universidades, afim de incluir pretos, pardos,
indígenas, pessoas com deficiência e estudantes de escola pública .

NO MERCADO DE TRABALHO:
Como herança de um passado escravocrata o racismo institucional perpetua a
discriminação no mercado de trabalho. A Pesquisa de Emprego e Desemprego
(PED) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE) Destaca que os negros são excluídos De oportunidades de trabalho
independente do nível de sua formação e cargo. Isso pelo simples fato de terem
um fenótipo que os remete à ascendência africana e quando conseguem algum
emprego, entram duas questões: salários menores e empregos piores. E
reconhecer para transformar é algo muito importante, admitir que isso existe e
afeta milhares de pessoas já que 51% da população brasileira é negra e ainda
fora a grande miscigenação que o povo brasileiro é, e quanto mais cedo as
empresas apertarem para esse tipo de coisa mais próximo o Brasil estará de ser
um país mais igual

NA MÍDIA:
Quando se trata de mídia e até mesmo os canais de televisão, homens e
mulheres afrodescendentes são uma grande minoria dentro do espaço midiático.
Por exemplo, nas novelas exibidas, os negros na maioria das vezes são
representados por pessoas inferiores ou pessoas que são ruins dentro das
novelas, mostrando que ainda existe uma hierarquia de raças e não dando
espaço para os negros.
Zezé Mota, atriz negra, relata no documentário A Negação do Brasil que, poucos
dias após a estreia da novela Xica da Silva (1976), recebeu um telefonema da
Rede Globo para buscar um roteiro de uma minissérie. Chegando lá, o papel era
servir doce na festa de aniversário de Clarice Lispector. Zezé se negou a fazer
o papel e recebeu a ameaça de que nunca mais conseguiria trabalho na
televisão. Ou seja, mesmo quando temos a presença de representantes negros
nas mídias, geralmente é reservada a papeis de menor importância e que
somente reforçam as desigualdades sociais. Ainda nos dias de hoje a televisão
reserva aos negros papéis de empregados submissos, motoristas, seguranças,
porteiros, garçons, além de representar papéis que reforçam estereótipos
racistas.

NA RELIGIÃO:
Desde o início das colonizações no Brasil, os portugueses escravizaram
pessoas de origem africana e impediram elas de cultuar sua religião, mostrando
para eles que só o Catolicismo era o correto, tendo suas culturas, costumes,
religião e nomes e famílias deslegitimados.
Os colonizadores e a Igreja Católica repudiavam e desconsideravam suas
manifestações de fé, considerando apenas o cristianismo como a única crença
aceita. Assim, surgiu o mito discriminatório de que os ritos de matrizes africana
estavam relacionados a cultos satânicos, e muito permanece na atualidade.
No Brasil ainda vemos grande intolerância com a umbanda e o candomblé
perpetuando o racismo. Essa intolerância gera violência nas relações sociais,
que vai desde o uso de nomes pejorativo, deboche frente aos trajes e cerimônias,
até a graves casos de ataques a pessoas, templos e sacerdotes. Também temos
episódios de racismo institucional por meio da intolerância religiosa quando, por
exemplo, empresas questionam a prática religiosa de um candidato no processo
seletivo, escolas proíbem alunos a frequentarem as aulas com instrumentos que
expressam sua fé, organizações não consideram em seu calendário flexibilidade
de adoção de recessos que respeitem os rituais de tradições que não sejam a
judaico-cristã.
É um dos direitos fundamentais do ser humano e, no Brasil, a lei do estatuto do
da igualdade racial, nº 12.288, assegura a prática religiosa e os locais de culto
das matrizes africanas.

NA SEGURANÇA PÚBLICA:
A falta de segurança geral que a população negra sofre e a grande desigualdade
no acesso à segurança pública, faz o Brasil ser o 3º País com maior número de
pessoas presas, mais de 720 mil presos em 2016, sendo 64% pessoas negras.
Com maiores taxas de homicídios sofridos do que a população branca: a cada
três assassinatos, dois são de negros. A taxa de homicídios de jovens negros no
país, onde os próprios polícias contribuem de forma significativa com a
seletividade penal é superior às taxas de mortes de jovens de países em guerra
Os responsáveis pela segurança pública, além de distribuírem o acesso de
maneira desigual, perseguem a população negra por meio de uma vigilância
mais dura e com maiores punições A seletividade penal, é mais uma forma de
racismo institucional, que acontece quando a justiça persegue um grupo
populacional específico, levando ao constrangimento e à apreensão mais
frequentemente e a aplicação desigual de regras e procedimentos judiciais.

NA PSICOLOGIA:
A psicologia é a área das ciências humanas que estuda a subjetividade e
singularidade da constituição de cada ser humano a partir de suas experiência
sociais, culturais, emocionais, biológicas e ambientais, com o objetivo de
promover a saúde mental para os indivíduos e coletivos. E mesmo nessa área
da saúde e da vida humana temos reflexos do racismo institucional. Até hoje
pessoas negras enfrentam barreiras para ocupar determinados espaços sociais,
não sendo diferente no espaço psicoterapêutico.
Com apenas 59 anos de regulamentação, a psicologia foi elaborada e voltada
para pessoas mais favorecidas e, por conta disso, exclui aqueles com menor
poder financeiro e mobilidade social. Apesar da psicologia no nosso país ter
trabalhos sobre a temática racial, ainda há pouca atenção, em especial na
formação do psicólogo, no que diz respeito a compreender o racismo e seus
efeitos e a lutar pela construção de estratégias que o combatam.
Há pouca representatividade de profissionais negros e as lacunas na formação
de profissionais não negros sobre questões raciais, a minoria negra que
possuem acesso aos serviços de psicologia ainda sofre racismo em seu
tratamento, com suas vivências relativizadas ou desvinculadas do racismo
estruturante de nossa sociedade, por profissionais que negam o sofrimento racial
por falta de conhecimento sobre e seus efeitos e histórias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Conclui-se que o Racismo Constitucional ainda é muito presente em nossa
sociedade, mesmo com as formas de combate em vigor. Continuamos com as
discriminações que estão mascaradas nas instituições, como uma pessoa que
tem sua cultura, origem racial ou ética diferente, recebendo menos, com piores
funções designadas as mesmas. Isto está presente em todos os lugares, seja
nas mídias, na saúde, nas religiões, nas profissões, na educação e etc.
Uma forma de mudarmos isto é colocar em vigor, as leis e projetos presentes em
nosso país, afim de acabar com essa desigualdade, promovendo um ambiente
seguro para toda a população, sem discriminações em qualquer âmbito da nossa
sociedade, visando que as oportunidades sejam harmônicas e leais a todo
cidadão.

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