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FACULDADE ANHANGUERA DE PINDAMONHANGABA

BACHAREL EM PSICOLOGIA

Trabalho de Psicologia e Comunidade

" A PSICOLOGIA E A POPULAÇÃO NEGRA"

Prof.ª Luciana Krebs

Sheila Christina Nunes Afonso RA. 126483212900


Mariana Aiko Cuba Tamari RA. 359586812900
Pedro Afonso Kaiser RA. 389282512900
Beatriz Nogueira RA. 334513112900
Ana Claudia Soriano RA. 372830412900
Carla Viviane Coelho da Costa RA. 386060912900
Bianca Correa Fisco RA. 378787412900
Sumário

• Características da População Negra


• Características na saúde mental e desigualdades raciais
• Saúde da mulher negra
• Mortalidade materna
• Características na implementação da PNSIPN
• Problemas enfrentados pela população negra
• Números em relação a população negra
• Situação dos negros
• Qual papel do psicólogo na população negra?
• Infográfico da violência e desigualdade social
• Entrevista
• Referências
• Agradecimentos
Características da População Negra

A trajetória da população negra no Brasil é frisada por resistência e


desigualdade desde o inicio da colonização, por meio do tráfico transatlântico de
escravos no país. Essa diligência não ocorreu sem resistência. Foram mais de
três séculos vivendo no regime escravocrata, para finalmente acontecer a
abolição da escravatura no Brasil, que foi no ano de 1888. Apesar disso, a
população negra continuou sendo perseguida, excluída socialmente e sem
acesso a vários direitos e bens.As inexistências de politicas publicas no período
pós-abolição contribuiu para que essa população continuasse sendo
marginalizada pela sociedade. Visto que, até hoje é constante as discriminações
raciais, relacionando com banalidades negativas, que reforçam a marginalização
social, econômica, cultural, politica e interpessoal. O racismo é muito presente no
Brasil e os conceitos que ele reproduz ocorrem sobre o tratamento dado aos
grupos raciais, influenciando os acessos e as oportunidades em todos os
aspectos, sendo como, por exemplo, no mercado de trabalho e em universidades.
Características na saúde mental e desigualdades
raciais

• Em 2014 a Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e outras


Drogas do Ministério da Saúde (CGMAD/SAS), criou um o Grupo de Trabalho
(GT) sobre Racismo e Saúde Mental, pois o reconhecimento do racismo como
causador de sofrimento psíquico e da relação prejudicial entre racismo e saúde
mental frequentemente era ignorada nos serviços de atenção psicossocial.• O
GT foi constituído em parceria com o Departamento de Apoio à Gestão
Participativa e a Política Nacional de Humanização, com a participação de outros
representantes do governo, da sociedade civil e de universidades.• O seu
principal objetivo discutir estratégias de alcance que visem o aprimoramento das
práticas de cuidado em saúde, ampliando o olhar de profissionais que atuam na
Rede de Atenção Psicossocial para o reconhecimento do racismo enquanto
produtor de sofrimento psíquico.• Quem sofre diretamente com o racismo tem
de lidar com ameaças à autoestima, desigualdades de oportunidades e, com
frequência, com a violência que atinge principalmente a juventude negra no
Brasil.
Saúde da mulher negra
• Historicamente, a população negra apresenta indicadores sociais piores
quando comparados aos da população branca. As mulheres negras são vítimas
recorrentes do racismo e do sexismo na sociedade, o que leva à dificuldade no
acesso aos serviços de saúde do SUS.• A Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde da Mulher considera a diversidade de mulheres na sociedade brasileira
e suas diferentes condições de saúde, além de reconhecer a importância do
recorte étnico racial para análise dos indicadores e consequentemente avaliação
da situação de saúde de grupos populacionais.
Mortalidade materna
Ainda que o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e
Neonatal, de 2005, tenha sido o espaço pioneiro a incluir o quesito raça/cor
visando um acolhimento e atendimento qualificado para mulheres negras, a
mortalidade materna dessas mulheres ainda não atingiu índices de redução
consideráveis. O perfil de causas prioritárias de mortalidade materna
praticamente não mudou na última década: hiper mortalidade materna tensão,
infecção puerperal, aborto e hemorragia continuam como principais causas. As
mulheres negras são as principais vítimas. De acordo com dados notificadas no
SIM, do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de mulheres negras
e 34% de brancas. (MS/SVS/CGIAE). É importante ressaltar que as mortes
maternas notificadas no SIM apresentaram melhora no registro da variável
raça/cor. Em 2000, das mulheres que morreram por alguma causa obstétrica,
16,6% teve sua cor/raça ignorada; este percentual caiu pela metade em 2005 e,
finalmente, atingiu 4,5% em 2012. A mortalidade materna ganha contornos ainda
mais graves quando percebe-se que cerca de 90% dos óbitos poderiam ser
evitados, muitos deles por ações dos serviços de saúde.
Mortalidade materna

A mortalidade materna ganha contornos ainda mais graves quando percebe-se


que cerca de 90% dos óbitos poderiam ser evitados, muitos deles por ações
dos serviços de saúde.
Características na implementação da PNSIPN

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) ,


instituída em 2009 pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria GM/MS nº 992,
tem como finalidade promover a saúde da população negra de forma integral,
considerando que as iniquidades em saúde são resultados de injustos processos
socioeconômicos e culturais – em destaque, o vigente racismo – que corroboram
com a morbimortalidade das populações negras brasileiras.
Características na implementação da PNSIPN

O QUE É O DISQUE SAÚDE 136?A Ouvidoria-Geral do SUS


oferece diferentes canais para que o cidadão possa se
manifestar. Além da internet e dos Correios, a Ouvidoria do
Ministério da Saúde possui uma Central de Teleatendimento, o
Disque Saúde 136.
Problemas enfrentados pela população negra
Os Problemas enfrentados são os mesmos em qualquer lugar no Brasil. Os
Problemas enfrentados na população é o sofrimento no mercado de trabalho,
salário e imagem. Os negros enfrentam dificuldades na carreira de trabalho, na
desigualdade de salário e são os mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente
de trabalho apesar da proteção.
O reconhecimento na sociedade Brasileira ainda que muita das vezes de
maneira subliminar e dissimulada em suas explicações e principalmente na forma
como essas pessoas acessam e são recebidas diante da sociedade. Infelizmente
os indicadores socioeconômicos referente a população negra no Brasil revelam o
quanto a escravidão e o processo colonial deixaram marcadas na sociedade,
diante disso tudo o país assume, como uma estratégia estruturante a adoção de
políticas afirmativas com o objetivo de acelerar os processos de redução das
desigualdade e iniquidade nos mais diversos campos socias.
Problemas enfrentados pela população negra
São mais de 106 milhões de pessoas que são mais da metade da população
dos país. Mas ainda hoje no Brasil, os negros tem todos os indicadores socias e
inferiores aos dos brancos. A desigualdade ainda é um problema a ser enfrentado
no país. Os negros ainda hoje sofrem algumas situações constrangedoras no
meio da população nas maioria das vezes o mal atendimento nas lojas, nos
supermercados, bancos, acesso a elevadores, transporte, etc....
Infelizmente a Cor negra ainda causam desconforto pra a grande sociedade,
sofrem insultos, até mesmo mortos.
Números em relação a população negra
Homicídios
De acordo com os dados do atlas da violência em 2019 as porcentagens de negros
representaram 77% das vítimas por homicídio no Brasil, sendo assim uma taxa de 29,2
por 100 mil habitantes, foram levantadas também estatísticas de homicídios entre os não
negros e foi observado de acordo com os números que o risco de um negro ser vítima de
homicídio é 2,6 superior ao de uma pessoa não negra. Entre os anos 2009 e 2019 foram
levantadas os números que 53% do total dos assassinatos no Brasil são adolescentes e
jovens.
O sistema de informações sobre mortalidade (SIM) do ministério da saúde, em 2019
foram registradas 255 mil mortes de pessoas negras por assassinato nos últimos 6 anos
analisados no Brasil.

Desigualdade social
Temos também os números de mortalidade de negros que devem-se às desigualdades
sociais ainda existentes, às condições precárias de moradia persistentes para os
brasileiros. No Brasil existem três vezes mais negros do que brancos vivendo com ao
menos uma restrição de acesso ao saneamento básico, o resultado significa que a
população negra se encontra em maior condição de vunerabilidade e exposição de
doenças diz o IBGE.
Números em relação a população negra
Números e porcentagens de habitantes
Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (54%) é de negros ou
pardos, sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras. Os números subiram para
212,7 milhões em 2021, aumentando de 7,6% em comparação com 2012. Nesse período,
o percentual de pessoas que se autodeclaram brancas caiu de 46,3% para 43%. De negras,
subiu de 7,4% para 9,1%. Sobre as populações negras nas regiões, o Nordeste tem a
maior proporção de pessoas autodeclaradas negras, com 11,4%. Em sequência, vêm o
Sudeste (9,6%) e o Centro-Oeste (8,7%). Por Estado, a Bahia (21,5%) e o Rio de Janeiro
(14,2%) são os que mais têm concentração de pessoas negras.
Situação dos negros
Segundo dados coletados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) no ano de 2018, 56% da população brasileira se autodeclarou negra,
sendo esse número correspondente a mais de 106 milhões de pessoas.
Na educação, no ano de 2013, o IBGE declarou que 22% da população
autodeclarada branca tem ensino médio completo. Já na população negra, essa
taxa cai para 10%. Apesar disso, observa-se um crescente aumento no número
de pessoas negras matriculadas no ensino superior, saltando em torno de 400%
no período entre os anos 2010 e 2019, representando cerca de 38,15% de
matriculas nas universidades. Muito disso se deve ao sistema de cotas, onde se
destina uma parte das vagas para pessoas autodeclaradas negras ou pardas.
Mesmo assim, segundo o instituto iDados, em 2020, observou-se que 37,9%
dos homens e 33,2% das mulheres negras que possuem diplomas de ensino
superior, trabalham em cargos onde o diploma não é exigido, o que indica que
mesmo qualificados, não são escolhidos para o trabalho.
A partir disso, observa-se uma desigualdade discriminatória em relação aos
salários, onde no ano de 2016 pessoas brancas ganhavam uma média salarial
de R$ 1.600,00, e os negros por outro lado, tinham como média um salário de R$
921,00, praticamente R$ 700,00 a menos. Já o IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) em 2016, mostra que mulheres brancas recebem 70% a
mais que mulheres negras no Brasil.
Situação dos negros
Em relação aos dados sobre moradia, o estudo SIS (Sintese de Indicadores
Sociais) de2020, mostra que 45,2 milhões de pessoas residiam no ano de 2019
em residências com algum tipo de inadequação. Dessa taxa, 13,5 milhões de
pessoas eram da cor branca, e 31,3 milhões eram pretos ou pardos. Sendo ainda
mais especifico, o estudo mostra que entre os homens, 15,10% eram brancos, e
26,6% eram negros. Já entre as mulheres, 15% eram brancas e os outros
26,40% eram negras ou pardas.
Na violência, de acordo com o Atlas da Violência de 2021, a chance de uma
pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes maior a de uma pessoa não
negra.A taxa de homicídio a cada 100 mil habitantes negros em 2019 foi de 29,2,
enquanto de não negros, foi de 11,2.
Desde então, nota-se que a situação não evoluiu muito. Com a crise
econômica enfrentada no Brasil pelo corona vírus, a crise política instaurada,
aliada à falta de visibilidade do governo e políticas públicas, não é difícil constatar
que o racismo estrutural continua estagnado e presente na vida de milhões de
brasileiros negros ou pardos, que convivem diariamente com essa situação em
seu cotidiano.
Qual papel do psicólogo na população negra?
A participação da psicologia e dos profissionais psicólogos no combate ao
racismo nas instituições de saúde é de inegável importância. Além do fato dessa
responsabilidade estar preconizada nos princípios éticos do Conselho Federal, os
psicólogos nos centros de saúde estão em contato direto com a população
negra, até porque ela é 'SUS-dependente', viabilizando completamente a
construção de um campo de reflexões e ações em prol dessa questão.
Adicionalmente às ferramentas que a própria disciplina oferece, já trabalham
nos hospitais profissionais oriundos de diferentes campos do conhecimento, o
que facilita o trabalho conjunto e a atenção focada no que acontece no ambiente
com relação aos preconceitos e discriminações contra aqueles coletivos, seja na
área da gestão hospitalar ou nas relações com os usuários.
Apesar disso, pode-se afirmar que este estudo apontou para uma total
ausência de percepção do racismo institucional nos centros de saúde em que os
profissionais psicólogos trabalham. A existência do racismo no país foi um dado
confirmado por todos os entrevistados, mas não foi possível localizá-lo nas
relações de trabalho, salvo pelas pequenas observações apontadas.
Qual papel do psicólogo na população negra?
Essa situação pode ser pensada a partir da formação dos cursos de
psicologia, que só muito recentemente têm colocado o tema em pauta; na falta
de diálogo da psicologia social com a psicanálise; na psicanálise, que, de forma
geral, insiste em reduzir os sujeitos a questões psíquicas, tratando a
subjetividade de maneira individualista; na antiga e persistente dificuldade dos
profissionais psicólogos de marcar posições fortes dentro dos centros de saúde.
Por outro lado, o que se percebe na fala dos entrevistados é a reprodução
da naturalização de ideologias que foram construídas para manter as relações
interétnicas e raciais sem conflitos, propositoras de igualdade que na realidade
não existe.
Dessa forma, a proposta se direciona para os Conselhos de Psicologia, em
todos os âmbitos, no sentido de implementar ações que sensibilizem a categoria
que atua no sistema de saúde com o objetivo se criar instrumentos concretos de
superação da iniquidade nesse campo.
Infográfico da violência e desigualdade social
Entrevista
Psicóloga Luadia Mabel

Luádia pontuou que parte das pacientes enfrentam problemas com o


questionamento social, como sempre se questionar se esta arrumada o
suficiente para determinado ambiente, nunca se sentir bonita o bastante e
em boa parte das vezes pode ocorrer com essas mulheres a dismorfia
corporal (O Transtorno dismórfico corporal (TDC)) é um diagnóstico
psiquiátrico que caracteriza o indivíduo com uma intensa preocupação
quanto a um defeito imaginário ou mínimo em sua aparência levando a
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo)
@notaspretas.psi
Referências
Acayaba, C.; Arcoverde, L. Negros têm mais do que o dobro de chance de serem assassinados
no Brasil, diz Atlas; grupo representa 77% das vítimas de homicídio, G1 SP e GloboNews,
31/08/2021

Nogueira Carolina. A situação do Brasil, Radio Câmara

Revista Consultor Jurídico, Racismo estrutural, 20/11/2021

Prudente Eunice. Dados do IBGE mostram que 54% da população brasileira é negra, Jornal da
USP, 31/07/2021

Caxeta Izabella. Brasil tem mais negros em universidades, mas eles são minoria nas empresas,
Estado de Minas Diversidades, 21/03/2022

Mazzo Aline. No país, 7 em cada 10 que moram em casas com algum tipo de inadequação são
pretos ou pardos, Folha de São Paulo, 20/11/2020

SCIELO. A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública

PODER 360. População cresce com mais pessoas negras e pardas... 22/07/2022

Oliveira Tory. Seis estatísticas que mostram o abismo racial no Brasil, 20/11/2017
Referências

https://www.camara.leg.br/radio/programas/445256-a-situacao-dos-negros-no-brasil/

https://www.conjur.com.br/2021-nov-20/dia-consciencia-negra-busca-representatividade-justica

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/08/31/negros-tem-mais-do-que-o-dobro-de-chance-
de-serem-assassinados-no-brasil-diz-atlas-grupo-representa-77percent-das-vitimas-de-homicidio.g
html

https://jornal.usp.br/radio-usp/dados-do-ibge-mostram-que-54-da-populacao-brasileira-e-negra/

https://www.em.com.br/app/noticia/diversidade/2022/03/21/noticia-diversidade,1354302/brasil-tem-
mais-negros-em-universidades-mas-eles-sao-minoria-nas-empresas.shtml

https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/11/infografico-violencia-desigualdade-racial-
2021-v3.pdf

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/11/no-pais-7-em-cada-10-que-moram-em-casas-com-
algum-tipo-de-inadequacao-sao-pretos-ou-pardos.shtml

http://www.sindypsipr.com.br/site/10-psicologas-negras-que-lutam-por-um-mundo-livre-do-racismo/
Agradecimentos
À Maria Luísa Pereira de Oliveira que é psicóloga pela Universidade do Vale
do Rio dos Sinos (UNISINOS), licenciada em Psicologia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em violência doméstica
contra crianças e adolescentes pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre
em Saúde Coletiva pela UNISINOS. Também é especialista em Ética, Educação
e Direitos Humanos. Atualmente, é integrante da ONG Sempre Mulher – Instituto
de Pesquisa e Intervenção sobre Relações Sociais. Como pesquisadora, busca
compreender os efeitos da discriminação racial na construção de identidades e
modos de subjetivação de mulheres negras.

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