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Indicadores socioeconômicos das populações e

descendentes no brasil

Rafaela Santana N °42


Guilherme N°
E.E Carlos Ayres - 1°E Geografia
Introdução
A pobreza e a extrema pobreza continuam, ano após ano, a ser uma
grande marca na sociedade brasileira. Segundo os dados mais recentes do
IBGE, em o país tinha 13,5 milhões de pessoas em situação de extrema
pobreza, de acordo com critérios do Banco Mundial. Somadas aos que
estão na linha da pobreza, chegam a 25% da população do país.
As características e a distribuição da população em situação de pobreza e
extrema pobreza chamam a atenção. Os pretos e pardos correspondem a
72,7% dos que estão em situação de pobreza ou extrema pobreza - são
38,1 milhões de pessoas. Dentre aqueles em condição de extrema
pobreza, as mulheres pretas ou pardas compõem o maior contingente:
27,2 milhões de pessoas. Vale destacar que o rendimento domiciliar per
capita médio de pretos ou pardos é metade do recebido pelos brancos.
A distribuição geográfica da pobreza e extrema pobreza também é
bastante desigual no Brasil. Quarenta e quatro por cento dos brasileiros
abaixo da linha de pobreza em 2018 vivia na região Nordeste. O Maranhão
é o estado campeão dessa tragédia, sendo que 53% dos seus cidadãos
estão na linha de pobreza. Todos os estados das regiões Norte e Nordeste
apresentaram indicadores de pobreza acima da média nacional.
Pesquisa do NIS nos estados do Maranhão, Paraíba e Piauí mostrou que
tanto a incidência quanto a intensidade da pobreza são maiores em
domicílios com presença de crianças. Nos três estados, há 186.241
crianças com idade de 0 a 11 anos em situação de pobreza
multidimensional - que, além da educação, conside-ra o acesso à saúde,
trabalho e padrão de vida - sendo 126.760 no Maranhão, 31.708 no Piauí
e 27.773 na Paraíba. Nestes estados os vulneráveis são: 353.875 no
Maranhão, 105.797 na Paraíba e 149.982 no Piauí. No total pobres e
vulneráveis totalizam 764.187 crianças de 0 a 11 anos.
A pobreza e a extrema pobreza têm efei-tos terríveis para a dignidade das
pessoas e, no caso de crianças e adolescentes, trazem consequências
irreparáveis. A situação compromete irreversivelmente seu
desenvolvimento, condenando-os ao estado perpétuo de vulnerabilidade.
Crianças criadas em um ambiente de privação e violência não conseguem
crescer, estudar e trabalhar, o que dificulta que se tornem adultos
independentes, perpetuando o ciclo de pobreza.
Acreditamos na nossa capacidade de mudar esse cenário e construir um
país em que todos tenham uma vida digna e que as crianças, adolescentes
e jovens possam sonhar de forma igualitária.

IBGE mostra as cores da desigualdade


As estatísticas de cor ou raça produzidas pelo IBGE mostram que o Brasil
ainda está muito longe de se tornar uma democracia racial. Em média, os
brancos têm os maiores salários, sofrem menos com o desemprego e são
maioria entre os que frequentam o ensino superior, por exemplo. Já os
indicadores socioeconômicos da população preta e parda, assim como os
dos indígenas, costumam ser bem mais desvantajosos.

Para o professor Otair Fernandes, doutor em Ciências Sociais e


coordenador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Leafro/UFRRJ), a realidade
do Brasil ainda é herança do longo período de colonização europeia e do
fato de ter sido o último país a acabar com a escravidão.

O professor ressalta que, mesmo após 130 anos de abolição, ainda é


muito difícil para a população negra ascender economicamente no Brasil.
“A questão da escravidão é uma marca histórica. Durante esse período, os
negros não tinham nem a condição de humanidade. E, pós-abolição, não
houve nenhum projeto de inserção do negro na sociedade brasileira.
Mesmo depois de libertos, os negros ficaram à própria sorte. Então, o
Brasil vai se estruturar sobre aquilo que chamamos de racismo
institucional”, lembra.

Fernandes afirma que atitudes individuais não são suficientes para romper
essa questão socialmente e historicamente, e ressalta a importância de
políticas públicas de ações afirmativas. “É preciso pensar em políticas de
afirmação do negro. Políticas de valorização daqueles que foram
marginalizados e excluídos”, diz.

Para a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia,


Lívia Santana Vaz, reconhecer que o problema existe é o primeiro passo
para tentar resolver essa dívida histórica. Por isso, a consideração de cor
ou raça nas pesquisas oficiais produzidas pelo IBGE é fundamental. “Há
países - a exemplo de Portugal - que, a pretexto de não violarem o
princípio da igualdade, proíbem a coleta de dados com base na raça e na
cor das pessoas, o que tem impedido que se conheça o contexto de
desigualdades raciais e a criação de políticas públicas”, ressalta a jurista,
que atua em grupos de proteção de direitos humanos e combate a
discriminações.
Bibliografia
https://pontesocial.org.br/
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/

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