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All content following this page was uploaded by Iara Cristina Alves on 17 March 2021.
Abstract
The Brazilian federal bureaucracy is marked by gender and race inequalities, which end up
biasing public policies. This research aims to understand why the representative position of
public managers is translated to active in order to contribute to policies aimed at women.
Key words: gender, race, representative-burocracy, inclusion, public-policy
2 2
Introdução
Dados da Pnad (IBGE, 2019b) apontou que, em 2018, 68,6% dos cargos gerenciais no
mercado de trabalho eram ocupados por brancos e somente 29,9% por pretos ou pardos.
Ainda, enquanto 34,6% das pessoas brancas ocupadas estavam na informalidade, para as
pessoas pretas ou pardas esse percentual foi 47,3%.
A mesma pesquisa demonstrou ainda que o rendimento médio domiciliar per capita das
famílias brancas brasileiras foi quase 100% maior que o das famílias pretas ou pardas- R$ 1
846 contra R$ 934. Destaca-se o dado relacionado a bens da pesquisa que mostrou que
44,8% dos domicílios da população preta ou parda não possuía máquina de lavar, enquanto
na população branca o percentual era de 21%, o que permite fazer inferências relacionadas
à maior carga e número de horas de trabalho doméstico não remunerado das mulheres
negras do Brasil.
2 3
Por ultimo, destaco que as mulheres, em especial as mulheres negras, estão em
desvantagem em relação a representação no poder legislativo em todos os níveis
federativos. Em 2018, as mulheres pretas ou pardas eram somente 2,5% dos deputados
federais, 4,8% dos estaduais e 5% dos vereadores. As mulheres em geral eram apenas
16,9%, 31,1% e 36,8% dos respectivos cargos eletivos (IBGE, 2019b).
1
CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Protagonismo feminino na saúde:
mulheres são a maioria nos serviços e na gestão do SUS. Publicado em 06/03/2020. Disponível em
https://www.conasems.org.br/o-protagonismo-feminino-na-saude-mulheres-sao-a-maioria-nos-servicos-e-na-
gestao-do-sus/ Acessado em 30 de setembro de 2020.
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ou no judiciário, estrutura as injustiças sociais e culturais das mulheres, em especial das
mulheres não brancas.
Neste artigo, não tratarei da representação de gênero e raça nos poderes legislativo e
judiciário, grandes responsáveis pelas maiores decisões do nosso país. Pretendo destacar a
representação na alta burocracia do poder executivo federal, responsável pela formulação,
coordenação, implementação e avaliação de políticas públicas. A alta burocracia comporta
os servidores públicos federais que ocupam cargos com poder de decisão sobre políticas
públicas e a alocação de orçamento. As desigualdades de gênero e raça na ocupação dos
cargos em comissão do governo federal terminam por encobrir perspectivas de gênero e
raça na gestão pública.
2
Escola Nacional de Administração Pública- Enap (2018). Informe de Pessoal. Brasília, Brasil. Disponível em
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3215/4/Informe%20de%20Pessoal%20-%20INFOGOV.pdf . Acessado
em 30 de setembro de 2020.
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estrutural e do patriarcado na estruturação das desigualdades. Somado a isso, deve-se
garantir a presença e participação ativa de mulheres e negros nos processos de tomada de
decisão das políticas.
Com base na literatura sobre burocracia representativa, argumento que burocratas mulheres
e negros, ao assumir cargos em comissão com poder de decisão, podem assumir seu papel
representativo na alocação de recursos, na elaboração e implementação de políticas
públicas se estes tiverem consciência de sua identidade por meio do conhecimento sobre
estudos feministas e antirracistas.
Representação e inclusão
Além disso, estabelece que a participação da mulher “em base de igualdade, em todos os
campos sociais, incluindo a participação no processo decisório e o acesso ao poder, são
fundamentais para a realização da igualdade, do desenvolvimento e da paz” (Pequim, 2006,
p.152). Para isso, é necessário aumentar o número de mulheres em postos governamentais
e da administração para “alcançar uma representação de paridade entre mulheres e homens
e se necessário, mediante ação afirmativa em favor das mulheres” (Pequim, 2016, p.216).
2 6
O objetivo estratégico G2 da Declaração de “aumentar a capacidade das mulheres para
participar no processo de tomada de decisões e ocupar posições de chefia” inclui entre suas
medidas a adoção de critérios transparentes na nomeação aos postos de tomada de
decisão e oferecer formação para que homens e mulheres considerem “o fator de gênero
com o fim de promover relacionamento não discriminatório no trabalho e o respeito pela
diversidade no trabalho como nos diferentes estilos de administração” (Pequim, 2006,
p.219). A adoção de medidas para aumentar o número de mulheres em cargos de chefia
está em diálogo com a convocação para que governos adotem “medidas concretas para
criar uma massa crítica de mulheres dirigentes, executivas e administradoras em postos
estratégicos de tomada de decisões” (Pequim, 2006, p.217).
A maior ocupação de cargos dirigentes no poder público por mulheres é o primeiro passo
para a adoção da transversalidade de gênero nas políticas públicas, e aqui me permito
estender para a perspectiva de raça, se houver uma igual presença de mulheres negras e
de mulheres que adotem uma perspectiva feminista antirracista nos processos decisórios.
Phillips (2001), ao discutir democracia representativa, faz uma reflexão sobre como a ênfase
na política de ideias deixou de lado a questão da presença, “quando a diferença é
considerada em termos de diversidade intelectual” (2001, p.272). Aqui faço um paralelo com
a burocracia. O argumento da seleção por mérito para ocupar cargos no setor públicos sem
levar em conta os vieses patriarcais e racistas que estruturam a administração pública
mostra-se inadequado ao promover a exclusão de mulheres e pessoas negras das arenas
políticas e econômicas.
No entanto, uma vez que consideramos que as experiências e identidades (Phillips, 2001)
dos gestores públicos importam e constituem ideias políticas, e que programas e estruturas
organizacionais são estabelecidas para beneficiar aqueles que detém o poder político de
tomar a decisão (Meier, 2019), a inclusão de mulheres e pessoas negras na alta burocracia
é condição para “quebrar o laço entre as estruturas sociais de desigualdade ou exclusão e o
reflexo político nos níveis de participação ou influência” (Phillips, 2001, p. 279).
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Ao discutir inclusão e democracia, Young (2002) conclui que uma democracia comunicativa
forte deve considerar as experiências que são originadas das diferenças estruturais entre
grupos sociais. As relações sociais que posicionam as pessoas de formas diferentes e
condicionam suas experiências, oportunidades e conhecimento da sociedade devem ser
comunicadas para correção dos vieses que originaram de uma dominação de uma
perspectiva parcial de problemas públicos e suas possíveis soluções (Young, 2002). A
inclusão de grupos sociais nos processos de discussão e tomada de decisão aumentam a
probabilidade de promover justiça, uma vez que diferentes interesses e conhecimento social
estão disponíveis para todos os participantes do processo (Young, 2002).
Por grupos sociais, utilizo o conceito de diferença estrutural de Young (2002). Mulheres, por
exemplo, ao compor diferentes grupos sociais e culturais, experienciam a opressão de forma
diversa. As relações sociais que constituem o gênero, a classe, a raça, a sexualidade e a
capacidade definem as diferenças estruturais. As diferenças de gênero são estruturadas por
relações e interações que produzem ou restrigem oportunidades entre homens e mulheres.
“As estruturas sociais básicas consistem em posições sociais que as pessoas ocupam que
condicionam suas oportunidades e chances de vida” (Young, 2002, p.94). Assim, os grupos
sociais são organizados em função da divisão do trabalho e da produção, da sexualidade,
das regras institucionalizadas de autoridade e subordinação que conferem mais prestígio a
determinados grupos (Young, 2002).
De acordo com o conceito estrutural de grupo social de Young, a posição social de uma
pessoa de acordo com seu gênero, classe, raça, idade, capacidade, sexualidade determina
suas possibilidades de educação, profissão, acesso a recursos, poder político e econômico.
No entanto, Young destaca que as estruturas sociais não são entidades independentes.
Elas só existem em função dos processos de relação e interação institucional e tendem a se
reproduzir devido às expectativas e regras que condicionam comportamentos,
oportunidades e recursos disponíveis (Young, 2002).
Donna Haraway (1995), ao discutir o chamado empiricismo da ciência, discute como o olhar
do homem branco é sempre tido como objetivo, normalmente com viés relacionado “ao
militarismo, ao capitalismo, ao colonialismo e à supremacia masculina” (Haraway, 1995,
p.19). Porém, uma sociedade com diferentes estruturas sociais não pode tomar decisões
com base em uma perspectiva, chamada equivocadamente de “objetiva”. O “conhecimento
situado e corporificado” (Haraway, 1995) vem das experiências que as pessoas possuem
em função do seu gênero, raça, classe, sexualidade, capacidade, idade, entre outros
marcadores de estrutura social. A posição social influencia seus interesses e perspectivas
(Young, 2002).
2 8
Portanto, a participação paritária entre homens e mulheres, pessoas brancas e negras na
alta burocracia da administração pública pode aumentar da probabilidade de influência
política dos interesses e perspectivas de diferentes grupos sociais da sociedade na tomada
de decisão sobre políticas públicas e alocação de recursos públicos. Phillips (1995) destaca
que a representação aumenta a sensação de reconhecimento de que o conhecimento social
de diferentes grupos sociais tem igual valor.
Burocracia representativa
A discussão sobre burocracia representativa foi iniciada no Reino Unido no ano de 1944,
quando Kingsley apresenta seu trabalho sobre a necessidade de representação de classe
no serviço público inglês, uma vez que a classe média aumentava e pressionava a
aristocracia inglesa por valores mais democráticos. Em 1968, Mosher em seu trabalho
“Democracy and Public Service”, traz a necessidade de a burocracia atender aos interesses
de seus semelhantes sociológicos, ao que ele chamou de burocracia representativa ativa
(Mosher, 2003). Mosher (2003) destacou a importância da representação passiva, ao que
ele conceituou como uma burocracia que espelhasse a sociedade, para que as ações do
governo pudessem ter legitimidade. Mosher (2003) foi o primeiro a trazer a sugestão de que
raça e etnicidade eram significantes para a representatividade na burocracia americana.
2 9
Sowa e Selden (2003) destacam que a teoria da burocracia representativa sustenta que
uma quadro representativo de servidores leva ao exercício da discricionariedade em favor
de resultados de políticas públicas mais responsivos e representativos dos interesses de
grupos sociais minoritários. Os estudos de burocracia representativa, segundo Sowa e
Selden (2003), condicionam a transição da representação passiva para ativa a algum grau
de percepção da amplitude do poder discricionário por parte de gestores públicos, somado
ao reconhecimento de seu papel como parte de uma minoria social. A aceitação de seu
papel ocorre na medida que gestores se percebem como potenciais promotores do acesso
das minorias a programas públicos.
Estudos recentes sobre burocracia representativa (Ryzin, Riccuci, Li, 2017) demonstram que
a representação simbólica de gênero e raça na burocracia, mesmo que passiva, faz com
que cidadãos se sintam motivados a cooperar para resultados relevantes da política.
2 10
Uma burocracia representativa simbolicamente pode afetar a percepção do público de uma
determinada política pública sobre a legitimidade da ação governamental, e,
consequentemente, aumenta a probabilidade de cooperação e atendimento a regras, em
especial se a política for direcionada para minorias.
No sentido mais geral, Riccuci e Ryzin (2016) destaca que a representação passiva é um
indicador de equidade para o serviço publico, que deve ser um motor de práticas a serem
seguidas pelo setor privado. A mera representação passiva de gênero, raça e etnicidade nas
burocracias governamentais expressa valores democráticos e serve como vetor de práticas
justas (Riccuci; Ryzin, 2016).
Outros estudos já demonstraram que a presença de mulheres professoras nas áreas exatas
influenciam positivamente o desempenho de alunas (Keiser et al, 2002). Estudos
relacionados aos efeitos da diversidade de gênero e raça na burocracia de rua demonstram
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que a inserção de mulheres e pessoas negras na mais diversas áreas de atendimento direto
ao público como segurança, educação, saúde, assistência social, por exemplo, “afeta o
comportamento de outros burocratas e mesmo dos cidadãos” (Meier; Nicholson-Crotty,
2006), o que demonstra também a relevância da representação passiva.
Groeneveld e Van De Walle (2010) chamam a atenção para o fato de que os estudos
relacionados a burocracia representativa ainda estão concentrados em grande parte no
contexto anglo-saxão. Enquanto a representação burocrática passiva pode ser vista como
um meio de tornar a burocracia mais democrática e aliviar tensões sociais, outros a
entendem como uma negação do direito individual de seleção baseado no mérito
(Groeneveld; Van De Walle, 2010). Enquanto a burocracia representativa ativa, ao
possibilitar que as políticas públicas sejam mais responsivas aos interesses de grupos
sociais minoritários (Sowa; Selden, 2003; Meier; Nicholson-Crotty, 2006; Meier; Nigro, 2003)
pode significar um avanço para a redução das desigualdades, outras a entendem como uma
forma de abandonar a neutralidade administrativa (Lim, 2006).
A relevância das abordagens apresentadas por Groenevel e Van De Walle (2010) está nos
objetivos da política de burocracia representativa que se pretende desenvolver, levando em
consideração os conceitos de estado, cidadãos e política. Uma abordagem que foca no
desempenho da organização, como é a de gestão de diversidade, não deve ser usada para
a construção de uma nação igualitária com direitos políticos e democráticos para todos e
todas (Groenevel; Van De Walle ,2010).
Meier (2019) cita a afirmação de Weber que a burocracia é instrumento de poder de primeira
ordem para quem controla a democracia para nos lembrar que as burocracias não são
neutras. A teoria da burocracia representativa procura fazer com que elas se tornem menos
enviesadas, e não parciais como se argumenta. Portanto , neste artigo, adoto a abordagem
da igualdade de oportunidade (Groenevel; Van De Walle ,2010) para defender a
representação de mulheres e pessoas negras na administração.
Uma perspectiva neutra de regras para programas e políticas públicas é uma reafirmação
das desigualdades existentes entre raças, etnias e gêneros (Meier, 2019). O comportamento
de um ou uma burocrata que representa uma minoria social pode contribuir para mudanças
significativas na forma de fazer política pública. Ao perceber um nível razoável de
discricionariedade, a/o burocrata que decide assumir seu papel representativo sabe que há
riscos inerentes. O que faz com que gestores públicos mulheres e pessoas negras,
assumam o risco e decidem que há mais benefícios do que custos?
Portanto, minha hipótese é que o conhecimento sobre o aporte teórico feminista contribui
para que mulheres em cargos de liderança na gestão pública assumam uma postura de
representação ativa e produzam políticas públicas inclusivas com perspectiva de gênero e
raça. Parto das seguintes premissas baseadas na literatura sobre burocracia representativa:
1- o reconhecimento de identidade de grupo necessário para que mulheres gestoras
2 13
públicas ativem sua representação aparece fortemente quando mulheres se afirmam
feministas; e. 2- a condição de percepção de discricionariedade para que os impactos e
efeitos da representação burocrática de gênero e raça somente se dará se mulheres e
pessoas negras ocuparem uma proporção mais igualitária de cargos com poder de decisão.
Minha futura pesquisa sobre a representação de mulheres na gestão pública por uma ótica
da bibliografia feminista da ciência política e da administração pública proporcionará uma
compreensão abrangente da vida social. Ao procurar identificar o trabalho e a experiência
social de mulheres na alta burocracia do poder executivo, procurarei compreender como a
ruptura das tradicionais distinções entre trabalho de homem e de mulher permitirá que “a
maneira feminina de compreender a realidade comece a conformar as políticas públicas
(Harding, 1993, p.27)”.
Os corpos femininos trazem mensagens nas dimensões dos espaços físicos e mentais
(Haraway, 1995). Haraway nos chama a situar e corporificar nosso conhecimento contra as
várias formas de conhecimento não localizáveis e irresponsáveis, incapazes de prestar
contas. Localizar o meu saber implicar em me posicionar e me responsabilizar pelo meu
conhecimento posicionado, situado e parcial. Eu, pesquisadora, e ao mesmo tempo gestora
pública há 13 anos, ofereço minha “visão crítica, consequente com um posicionamento
crítico num espaço social não homogêneo e marcado pelo gênero (Haraway, 1995, p. 31)”.
A esperança feminista de parcialidade, objetividade e conhecimento localizados, propostos
por Haraway, ativam minha responsabilidade como pesquisadora de revisar o modo de ver e
codificar a gestão pública.
2 14
Uma vez que “ […] o conhecimento é fundamentado na política, usado para legitimar, por
exemplo, certas posturas em relação à natureza, às classes, ao gênero (Harstock, 1987, p.
228)”, a produção de políticas públicas, que em seu fim maior deve eliminar as
desigualdades, precisa ter representação igual de todos os gêneros e raças. A
representação, para ter maior efeito, precisa ser conscientemente ativa. O compromisso
feminista nos motiva a não só analisar e produzir conhecimento mas também buscar formas
de eliminar a opressão e a dominação contra as mulheres (Harstock, 1987). Portanto, a
representação de mulheres no médio e alto escalão da burocracia é um importante passo
para a produção de políticas públicas que visam a igualdade de gênero.
Isso não significa negar que a experiência vivida por nós mulheres nos confere um saber
localizado (Haraway, 1995), uma maneira de ver o mundo (HARSTOCK, 1987) e uma
cultura feminina (Rago, 1988). Rago destaca que a construção cultural da identidade
feminina é evidenciada no momento que as mulheres passam a ocupar profissões antes
tidas como masculinas. Ao entrar no espaço público, as mulheres provocam transformações
radicais ao questionar e colocar novas questões. Segundo Rago, “há um aporte
feminino/ista específico, diferenciador, energizante, libertário, que rompe com um
enquadramento conceitual normativo” (1988, p. 10).
2 15
Fortalecer a presença de mulheres e de pessoas negras nos espaços decisórios é parte de
um processo de unir ideias e representatividade na esperança de um sistema justo de
representação que possa promover políticas públicas robustas e inclusivas, tendo o
reconhecimento da diferença como um primeiro estágio para se alcançar a igualdade.
Considero importante sugerir que as pesquisas futuras possam utilizar a literatura produzida
pela administração pública mas também pelo feminismo, para que uma perspectiva
feminista anti-racista seja mais intensamente incorporada aos estudos sobre gestão e
políticas. Futuras pesquisas podem avançar na questão de como a interseccionalidade afeta
a ativação da representação. Quando mulheres negras representam os dois grupos sociais
minoritários ou quando a questão de raça pesa mais que o fator de gênero, ou vice versa?
Outro pergunta a ser respondida é quanto às áreas de políticas públicas que mulheres e
pessoas negras, considerando a interseccionalidade, tem mais chances de ativar a
representação e compreender que elementos podem interferir na decisão por não ativar.
2 16
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